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FARMACOLOGIA DA COAGULAÇÃO Depto de Ciências Fisiológicas CCB-UEL COAGULAÇÃO SANGUÍNEA � Hemostasia ���� mecanismos para manter o sangue circulante em estado fluido: � lesão vascular: evitando ou reduzindo seu extravasamento. � processo oclusivo: restabelecendo a luz do vaso. � Plaquetas e várias proteínas sangüíneas (ou fatores) de coagulação, incluindo um “fator tecidual”, que resulta na formação de um coágulo sangüíneo. COAGULAÇÃO SANGUÍNEA � O controle do sangramento depende da ativação de três sistemas biológicos : vasos , plaquetas e proteínas do sistema de coagulação. � O primeiro estágio da coagulação (segundos): vasoconstrição reflexa. � Adesão de plaquetas ao endotélio lesado, ativação e agregação plaquetária , com formação do tampão hemostático plaquetário (contenção inicial do sangramento) � Série de ativações enzimáticas HEMOSTASIA Interrupção do sangramento de vasos sanguíneos lesados Ferimento vasoconstrição Adesão e ativação plaquetas Formação de fibrina (reforça- tampão secundário) Tampão hemostático primário (cessa sangramento) Fatores anticoagulantes e trombolíticos naturais Limitam o processo hemostático Prostaciclina, Ativador plasminogênio tecidual (+ sistema fibrinolítico), Antitrombina III TROMBOSE Formação patológica de um “tampão hemostático” dentro da vasculatura na ausência de sangramento Trombo – se forma in vivo Coágulo- se forma no sangue in vitro Trombo arterial - cabeça branca pequena e uma cauda longa vermelha - Consistência gelatinosa parecida com coágulo sanguíneo - Projeta-se ao longo do fluxo - Pode se soltar – êmbolo - consiste principalmente em plaquetas e leucócitos numa trama de fibrina - Geralmente está associado com aterosclerose Trombo venoso COAGULAÇÃO SANGUÍNEA * lipoproteina expressa em céluas ativadas no local da lesão via intrínseca Cascata da coagulação via extrínseca fator XII (fator de Hageman) in vitro fator tecidual * in vivo + + formação da rede de fibrina � Sequência de eventos enzimáticos � reações proteolíticas � Quase simultâneo com a formação tampão 1ario CASCATA DE COAGULAÇÃO Fatores da Coagulação Pró-trombina Trombina Fibrinogênio Fibrina Plasminogênio Plasmina Antitrombina Prot. C CONTROLE DE COAGULAÇÃO DROGAS QUE INFLUENCIAM A COAGULAÇÃO � Drogas pró-coagulantes � Vitamina K � Drogas anticoagulantes � Injetáveis � Heparina � Inibidores da trombina (em investigação) � Orais �Varfarina (warfarin) � Drogas antiagregantes � Ácido acetilsalicílico � Dipiridamol � Drogas fibrinolíticas � Estreptoquinase � Uroquinase � Reteplase, alteplase, anistreplase � Drogas antifibrinolíticas (hemostáticos) � Ácidos aminocapróico e tranexâmico � Aprotinina � Hemostáticos locais Vitamina K � Co-fator para carboxilação de algumas proteínas da coagulação pelo fígado (protrombina, VII, IX e X). � Confere a essas proteínas capacidade de ligar-se ao cálcio e superfícies de fosfolipídios � Fontes de vitamina K: vegetais de folha verde (couve e espinafre), fígado, queijo. � Fitomenadiona (natural) � EV ou VO (depende de sais biliares) � Fosfato sódico de menadiol (sintético) �VO (é hidrossolúvel) � Usos clínicos � Sangramento decorrente de anticoagulantes � Prevenção da doença hemorrágica em RN � Reposição em adultos deficientes da vitamina Vitamina K ANTICOAGULANTES � Fármacos usados para reduzir a coagulabilidade do sangue � utilizados in vitro: � heparina; agentes que formam complexos com cálcio (citrato de cálcio; oxalato e edetato de cálcio) � utilizados in vivo: � Heparina � Anticoagulantes orais: varfarina (derivados cumarínicos) DROGAS ANTICOAGULANTES � HEPARINA: ANTICOAGULANTE INJETÁVEL � Produzida pelos mastócitos (não é anticoagulante fisiológico) � Mecanismo de ação � ativa antitrombina III, uma glicoproteína plasmática que inibe as enzimas serina proteases da coagulação, acelerando em até 1000 vezes as reações Atua indiretamente através da ativação da antitrombina III plasmática (ATIII) Complexo heparina-ATIII Inativa fatores da coagulação Trombina e fator X VIA DE AÇÃO DA HEPARINA HEPARINA �Preparações � extraídas do pulmão bovino ou intestino suíno � variam na potência �ensaios biológicos para expressar as doses em unidade de atividade (1 U impede a coagulação de 1ml de plasma de carneiro) �Heparina não fracionada �Fragmentos de heparina (LMWH, low molecular weight heparins) �Carga e grande tamanho → sem absorção GI � Administração EV (não fracionada) ou SC (não fracionada e LMWH) � Eliminação renal � Não atravessa a barreira hematoencefálica nem a placenta � Usos clínicos � Agudamente, para ação a curto prazo �Profilaxia e tratamento da trombose venosa profunda e embolia pulmonar �Para manter desobstrução das cânulas em pacientes submetidos a diálise e circulação extracorpórea �Efeitos indesejáveis � Hemorragia (em 1,3% dos casos) �Interrupção e sulfato de protamina EV (antagonista da heparina) � Trombocitopenia (Ac contra o complexo heparina-plaqueta, depleção de plaquetas) � Osteoporose após uso prolongado HEPARINA HEPARINAS DE BAIXO PESO MOLECULAR A heparina pode ser fracionada em formas de moléculas de baixo peso perfil anticoagulante diferente Inibe seletivamente fator Xa pouco efeito sobre a trombina - Enoxaparina, Reviparina, nadroparina, dalteparina, pamparina, ardeparina HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR � Vantagens � Melhor biodisponibilidade subcutânea � Meia-vida maior � Igualmente eficazes � Trombocitopenia: menos frequente � Indicações de uso � Profilaxia de trombose venosa profunda e embolia pulmonar em pacientes de alto risco submetidos à cirurgia, AVC e outros pacientes imobilizados � Tratamento da trombose venosa profunda estabelecida � Angina Instável � Para manter a desobstrução das cânulas em pacientes submetidos à diálise e na circulação extracorpórea DROGAS ANTICOAGULANTES � VARFARINA: ANTICOAGULANTE ORAL � Mecanismo de ação � Inibem a vit. K epóxido redutase, bloqueando a reciclagem da forma oxidada da vit. K para a forma reduzida necessária para a função de co-fator � latência para efeito de 2 dias (degradação dos fatores já carboxilados) VARFARINA Antagonista competitivo da vitamina K – interfere na síntese dos fatores de coagulação vitamina K-dependentes no fígado Interferem na regeneração da forma ativa da vitamina K (hidroquinona) A forma ativa – participa da etapa final de carboxilação Essencial à capacidade de ligação dos fatores de coagulação ao cálcio e sua fixação à superfícies lipídicas necessária para que se prossiga a sequência da coagulação VARFARINA � Administração VO � Forte ligação à albumina � Atravessa a placenta e é teratogênica � Usos clínicos � = Heparina � Terapia prolongada (dose individualizada e monitoramento da coagulação) � Efeitos indesejáveis � Hemorragias (intestinais e encefálicas) �Tratadas com interrupção, vit K, plasma fresco � Hepatotoxicidade VARFARINA � Fatores que reduzem efeito da varfarina � Gravidez e contraceptivos orais (↑ síntese fatores) � Hipotireoidismo � Resistência genética à varfarina (dose 4-5 vezes maior) � Vitamina K � Drogas indutoras enzimáticas � Rifampicina, carbamazepina, barbituratos, griseofulvina VARFARINA �Fatores que intensificam efeito da varfarina � Doenças � Debilidade, desnutrição, má absorção de vit. K � Hepatopatia, alcoolismo crônico � Hipertireoidismo e febre: ↑ metabolismo → ↑ degradação dos fatores de coagulação VARFARINA �Fatores que intensificam efeito da varfarina �Drogas � Inibidoras da biotransformação hepática � Cimetidina, imipramina, cotrimoxazol, cloranfenicol, ciprofloxacina, metronidazol, amiodarona � Inibidoras da função plaquetária � AINES, moxalactama, carbenicilina � Deslocam varfarina da albumina: AINES � Inibem redução da vitamina K: cefalosporinas � ↓ disponibilidade vit K: antibióticos, sulfonamidas FIBRINOLÍTICOS OU TROMBOLÍTICOS � Fármacos utilizados para produzir a lise dostrombos ou coágulos � Recanalizar os vasos sanguíneos ocluídos � São mais curativos do que profiláticos � Atuam ativando o sistema fibrinolítico natural: Ativador do plasminogênio tecidual (endotélio vascular) ativa plasminogênio Produz plasmina Plasmina (protease): Enzima responsável pela digestão da fibrina - Plasmina que extravasa é inativada pela antiplasmina (atividade inespecífica fora do trombo) * Em geral, trombos venosos são mais facilmente lisados do que os arteriais FIBRINOLÍTICOS � Estreptoquinase � Streptococci β-hemolíticos � Combina-se com plasminogênio circulante – complexo – produz proteólise de plasminogênio em plasmina � Antigênica: reações de hipersensibilidade e anafilaxia; febre, hipotensão, arritmias � custo menor � Uroquinase � enzima – isolada urina humana – células renais � Ativa diretamente o plasminogênio � Não é antigênica � febre � Alteplase � produzida a partir de cultura tecidual humana � Ativa especificamente o plasminogênio na fase de gel já ligado à fibrina (pouca ação sobre o circulante) � Não é antigênica � náuseas, hipotensão leve e febre � elevado custo FIBRINOLÍTICOS IM: infusão durante 1 hora FIBRINOLÍTICOS � Usos � Infarto agudo miocárdio – principal indicação � Trombose venosa profunda � Embolia pulmonar � Oclusão arterial periférica � Efeitos adversos � Ocorrência de hemorragia – incidência relacionada com a duração da infusão do fármaco � Contraindicação � Situações em que há aumento do risco de sangramento: traumatismo recente, cirurgia, biópsias, diabete, hipertensão grave, distúrbios hemorrágicos… FIBRINOLÍTICOS ANTIFIBRINOLÍTICOS (hemostáticos) � Inibem a ativação do plasminogênio e dissolução do coágulo � Ácido épsilon-aminocapróico (EACA) e Ácido tranexâmico � Inibem ativação do plasminogênio � Usos �Superdosagem de fibrinolóticos �Hemorragia após algumas cirurgias �Menorragia, principalmente devido ao DIU � Efeitos indesejáveis �Náuseas, diarréia �Cefaléia, vertigem ANTIFIBRINOLÍTICOS (hemostáticas) � Inibem a ativação do plasminogênio e dissolução do coágulo � Aprotinina � Inibe enzimas proteolíticas, incluindo tripsina, calicreína e plasmina � Administração apenas IV � Usos �Estados fibrinolíticos, cirurgia de próstata �Choque traumático ou hemorrágico AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS OU ANTITROMBÓTICOS São fármacos que interferem na função plaquetária Úteis na profilaxia dos distúrbios tromboembólicos Plaquetas - aderem à parede do vaso lesado sofrem agregação liberam ADP e tromboxano A2 (TXA2) que promovem maior agregação formando o tampão plaquetário AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS OU ANTITROMBÓTICOS São fármacos que interferem na função plaquetária Úteis na profilaxia dos distúrbios tromboembólicos Plaquetas - aderem à parede do vaso lesado sofrem agregação liberam ADP e tromboxano A2 (TXA2) que promovem maior agregação formando o tampão plaquetário Células endoteliais FormaFormaççãoão de de trombostrombos Células de músculo liso AA TxA2 Plaquetas Ativadas COX Vasoconstrição Plaquetas PGI2AA COX Prostaciclina (PGI2) - potente inibidor da agregação plaquetária Equilíbrio TXA2 (plaquetas) e PGI2(vasos) controlam formação intravascular de trombos Vasodilatação Nas veias: fluxo lento – forma-se cauda fibrinosa que retém os eritrócitos (cauda vermelha) Nas artérias: a massa de plaquetas constitui o principal componente do trombo - Trombose venosa anticoagulantes + úteis - Trombose arterial agentes antiplaquetários Fármacos que interferm com a função plaquetária - Aspirina (AINES) - Dipiridamol - Ticlopidina - Clopidogrel AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS DROGAS ANTIAGREGANTES � Plaquetas aderem à parede do vaso lesado, a seguir sofrem a agregação e liberam ADP e TXA2 � Úteis na profilaxia distúrbios tromboembólicos � Principal droga é o salicilato e os demais são adjuvantes � COX-endotelial→PGI2 inibe agregação plaquetária (↑GMPc) � COX- plaquetária →TXA2 induz agregação plaquetária (↓AMPc) � COX1 plaquetária mais susceptível à ação do salicilato: � inibição em doses menores � plaquetas não são capazes de sintetizar nova COX → 7-10 dias para reposição de novas plaquetas ASPIRINA � Inibe a enzima COX – inativando-a irreversivelmente � Plaquetas não sintetizam novas enzimas – formação de novas plaquetas (5-7 dias) � Inibe síntese de PGI2 na parede do vaso, mas a atividade retorna rapidamente com a síntese de novas enzimas DIPIRIDAMOL � Nas plaquetas: � ↑ AMPc – determina ↓ agregaçãp plaquetária CLOPIDOGREL � Semelhante à ticlopidina, mas melhor tolerado � Efeitos adversos: � Diarréia, dor epigástrica e errupções cutâneas � << frequência de trombocitopenia � Usos antiplaquetários � Coronariopatia � infarto miocárdio, prevenção infarto miocárdio e Angina instável – aspirina � Doença vascular cerebral – aspirina – reduz incidência ataques isquêmicos transitórios � Doença vascular periférica – aspirina – reduz incidência de tromboembolia - DROGAS ANTIAGREGANTES � Usos clínicos � Trombose arterial � Infarto agudo do miocárdio � AVC � Após cirurgia de revascularização, angioplastia � Efeitos indesejáveis � Salicilatos (inibe a COX) � Risco de sangramento, desconforto GI � Dipiridamol (vasodilatador- inibe a fosfodiesterse) � Cefaléia � Ticlopidina � Diarréia, vômitos, dor abdominal, cefaléia, erupções cutâneas, sangramento, leucopenia grave (1%) � Clopidrogrel � Diarréia, dor epigástrica, erupções cutâneas, sangramentos � Antagonistas do receptor GP IIb/IIIa (adm EV) �Abcximab, eptifibatida, tirofiban �Sangramentos, trombocitopenia, constipação FÁRMACOS ANTIAGREGANTES HEMOSTÁTICOS LOCAIS � Substâncias utilizadas para estancar sangramento de local acessível (feridas abertas) � Vasoconstritor � solução de adrenalina 1% aplicada em gaze estéril � períodos curtos – evitar isquemia � Adstringente � Ácido tânico para sangramento de gengivas e hemorróidas � reage com proteínas precipidando-as/ coagulação HEMOSTÁTICOS LOCAIS � Substâncias utilizadas para estancar sangramento de local acessível (feridas abertas) � Nunca devem ser injetados � Trombina � obtida de plasma bovino � forma de pó ou solução � Utilizada no hemofilia, enxerto de pele � Fibrina � obtida de plasma humano � forma de espuma � Esponja de gelatina � gelatina esponjosa embebida com solução salina ou de trombina antes da aplicação
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