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Teoria Musical 1 www.soeducador.com.br Teoria Musical 2 www.soeducador.com.br SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 6 2 PROPRIEDADES DO SOM E DA MÚSICA ...................................................................... 7 2.1 AS PRINCIPAIS PARTES DA MÚSICA .......................................................................... 8 3 NOTAS MUSICAIS E SUA NOTAÇÃO ............................................................................. 9 3.1 PAUTA ......................................................................................................................... 10 3.2 CLAVES ....................................................................................................................... 12 3.2.1 Clave de Sol ............................................................................................................. 12 3.2.2 Clave de Fá .............................................................................................................. 13 3.2.3 Clave de Dó .............................................................................................................. 13 3.2.4 Clave de Percussão .................................................................................................. 14 3.3 LINHAS SUPLEMENTARES ....................................................................................... 14 3.4 DÓ CENTRAL E AS CLAVES ...................................................................................... 16 3.5 MEMORIZANDO AS NOTAS NA PAUTA ..................................................................... 16 3.6 CLAVES DE SOL E FÁ UNIDAS ................................................................................. 18 3.7 AS FIGURAS MUSICAIS E SEUS VALORES ............................................................. 25 3.8 PONTO DE AUMENTO ............................................................................................... 27 3.9 LIGADURAS ................................................................................................................ 28 3.10 COMPASSO .............................................................................................................. 30 3.10.1 Compasso simples e composto .............................................................................. 31 3.11 Linhas divisórias ......................................................................................................... 32 3.12 ACIDENTES .............................................................................................................. 33 3.13 QUIÁLTERAS ............................................................................................................ 35 3.14 ACENTO MÉTRICO ................................................................................................... 35 3.15 SÍNCOPE E CONTRATEMPO ................................................................................... 36 3.16 ORNAMENTOS ......................................................................................................... 36 3.16.1 Notas arpejadas ...................................................................................................... 37 3.16.2 Trinado .................................................................................................................... 38 3.17 FERMATA .................................................................................................................. 39 3.18 SINAL DE OITAVA ..................................................................................................... 39 4 DISTÂNCIA ENTRE AS NOTAS ..................................................................................... 40 4.1 TOM E SEMITOM ........................................................................................................ 40 4.2 DISTÂNCIA DAS NOTAS NATURAIS .......................................................................... 40 Teoria Musical 3 www.soeducador.com.br 4.3 INTERVALOS .............................................................................................................. 41 4.3.1 Segundas .................................................................................................................. 42 4.3.2 Terças ....................................................................................................................... 44 4.3.3 Quartas ..................................................................................................................... 46 4.3.4 Quintas ..................................................................................................................... 48 4.3.5 Sextas ....................................................................................................................... 49 4.3.6 Sétimas ..................................................................................................................... 51 4.3.7 Oitava ....................................................................................................................... 53 4.3.8 Intervalos no piano .................................................................................................... 54 5 ANALISANDO E MODIFICANDO INTERVALOS ............................................................ 55 5.1 INVERSÃO DE INTERVALOS ..................................................................................... 55 5.2 SIMPLIFICANDO ACIDENTES .................................................................................... 56 5.3 CONSONANTE E DISSONANTE ................................................................................ 57 MONOCÓRDIO ................................................................................................................. 59 5.4 ASCENDENTE E DESCENDENTE ............................................................................. 59 5.5 SIMPLES E COMPOSTO ............................................................................................ 59 5.6 MELÓDICO E HARMÔNICO ....................................................................................... 60 5.7 CROMÁTICO E DIATÔNICO ....................................................................................... 60 5.8 TRÍTONO ..................................................................................................................... 61 5.9 UNÍSSONO .................................................................................................................. 61 5.10 RELAÇÃO MATEMÁTICA ......................................................................................... 62 6 ESCALAS ....................................................................................................................... 63 6.1 ESCALA CROMÁTICA ................................................................................................ 64 6.2 ESCALA DIATÔNICA MAIOR ...................................................................................... 65 6.2.1 Nomes dos graus ...................................................................................................... 66 6.3 ESCALA DIATÔNICA MENOR NATURAL ................................................................... 67 6.4 ESCALA DIATÔNICA MENOR HARMÔNICA .............................................................. 67 6.5 ESCALA DIATÔNICA MENOR MELÓDICA ................................................................. 68 6.6 ESCALAS RELATIVAS ................................................................................................ 69 6.7 ACIDENTES FIXOS ..................................................................................................... 70 6.7.1 Sustenidos ................................................................................................................ 72 6.7.2 Bemóis(tétrades com nota acrescentada) é o intervalo de sétima. Teoria Musical 92 www.soeducador.com.br Isto se deve ao fato de que ao empilhar mais uma terça obtemos a sétima. Um acorde com 7 menor possui caráter de tensão, pois possui o trítono em sua composição. No campo harmônico ganha o nome de dominante. Caso toque algum instrumento harmônico experimente explorar o instrumento em busca de cada acorde construindo a partir dos intervalos aprendidos. Teoria Musical 93 www.soeducador.com.br 10 CICLO DAS QUINTAS O intervalo de quinta consiste num intervalo com 3 tons e meio de distância da nota principal ou 7 semitons. Por exemplo, usando a nota C como principal, o seu intervalo de quinta é na nota G, sendo: C – C# – D – D# – E – F – F# – G Sendo que de C para D = 1 tom De D para E = 1 tom De E para F = Meio tom ou semitom De F para G = 1 tom Partindo do acorde de C, contando 3 tons e meio a frente teremos a nota G. Em seguida, contando outro intervalo de quinta a partir da nota G teremos a nota D e assim sucessivamente. Ficaria assim: C – G – D – A – E – B – F# – C# – G# – D# – A# – F (retornando para o C) Vale ressaltar que através do ciclo das quintas você consegue montar a escala pentatônica maior. Ainda usando o exemplo em C maior, temos as seguintes notas no ciclo das quintas: C – G – D – A – E – B – F# – C# – G# – D# – A# – F Se você pegar apenas as 5 primeiras notas terá a escala pentatônica de C, veja: C – G – D – A – E A única coisa que muda aqui é a ordem das notas. Teoria Musical 94 www.soeducador.com.br Que no caso seria: C – D – E – G – A Agora partindo da próxima nota que é G (ainda usando o exemplo do ciclo de quinta partindo de C) podemos montar a escala pentatônica dela também, pegando as 5 notas seguintes, veja: G – D – A – E – B Outros exemplos de escala pentatônica usando o ciclo das quintas: – As cinco primeiras notas partindo de D: D – A – E – F# – C# – As cinco primeiras notas partindo de A: A – E – B – F# – C# – As cinco primeiras notas partindo de E: E – B – F# – C# – G# Observe a imagem do ciclo de quintas. Teoria Musical 95 www.soeducador.com.br Teoria Musical 96 www.soeducador.com.br 11 CAMPO HARMÔNICO Ao compor uma música o compositor não fica “chutando” quais acordes ele acredita que irão funcionar. Por meio das cadências o musicista pode construir harmônias de forma mais eficiente. Cadência é uma sequência de acordes que se harmonizam bem e produzem um efeito característico. Existem diversas sequências de acordes possíveis a se escolher a fim de se criar uma música, mas algumas sequências são muito comuns de aparecerem devido e por isso recebem o nome de cadências (ou progressões). As cadências servem como um padrão, um clichê. Podem ser aplicadas em diversos contextos. Mas antes de conhecê-las vamos relembrar os acordes formados pela escala maior (Campo Harmônico): 11.1 TRÍADES NO CAMPO HARMÔNICO Observe que o primeiro (I), o quarto (IV) e o quinto (V) acorde são maiores. O segundo (II), o terceiro (III) e o sexto (VI) são menores e o sétimo (VII) é um acorde com a quinta diminuta. A estrutura dos acordes no campo harmônico maior fica desta forma: [ m → menor ] I – IIm – IIIm – IV – V – VIm - VIIm(b5) Vamos conhecer os acordes resultantes das principais tonalidades. Teoria Musical 97 www.soeducador.com.br Para realizar esta função vamos utilizar do ciclo das quintas! Iremos iniciar do dó maior que não possui acidentes e ir adicionando um sustenido ao sétimo grau a cada interação. Dó Maior: C – Dm – Em – F – G – Am – B(b5) Sol Maior: G – Am – Bm – C – D – Em – F#(b5) Ré Maior: D – Em – F#m – G – A – Bm – C#(b5) Lá Maior: A – Bm – C#m – D – E – F#m – G#(b5) Mi Maior: E – F#m – G#m – A – B – C#m – D#(b5) Si Maior: B – C#m – D#m – E – F# – G#m – A#(b5) F# Maior: F# – G#m – A#m – B – C# – D#m – E#(b5) (Observação: O correto neste caso é falar mi sustenido e não fá maior, pois as escalas e os graus do campo harmônico não pode haver repetição de nome de nota nem faltar nenhum nome. Ao cifrar uma música é comum no entanto o uso de sua enarmônica para representar este grau) C# Maior: C# – D#m – E#m – F# – G# – A#m – B#(b5) Teoria Musical 98 www.soeducador.com.br Percebeu como foi fácil montar os campos harmônicos com o auxílio do ciclo das quintas. Mas ainda falta algumas tonalidades. É hora de utilizar o ciclo das quartas para construir as tonalidades restantes. Vamos iniciar pelo dó maior mais uma vez. Desta vez iremos inserir um bemol no quarto grau da escala a cada interação. Dó Maior: C – Dm – Em – F – G – Am – Bm(b5) Fá Maior: F – Gm – Am – Bb – C – Dm – Em(b5) Si bemol Maior: Bb – Cm – Dm – Eb – F – Gm – Am(b5) Mi bemol Maior: Eb – Fm – Gm – Ab – Bb – Cm – Dm(b5) Lá bemol Maior: Ab – Bbm – Cm – Db – Eb – Fm – Gm(b5) Ré bemol Maior: Db – Ebm – Fm – Gb – Ab – Bbm – Cm(b5) Sol bemol Maior: Gb – Abm – Bbm – Cb – Db – Ebm – Fm(b5) Dó bemol Maior: Cb – Dbm – Ebm – Fb – Gb – Abm – Bbm(b5) Já é possível tocar em todas as tonalidades agora. As que não foram escritas são porque utilizariam dobrado sustenido ou bemol. Este é um trabalho que não é Teoria Musical 99 www.soeducador.com.br necessário, pois seu homônimo possui mesma sonoridade e uma relação entre as notas mais simples. Em vez de tocar, por exemplo, na tonalidade de Ré sustenido utilizamos a tonalidade de mi bemol. Observe: Esta tonalidade → D# Ré sustenido Maior: D# – E#m – Fxm – G# – A# – B#m – Cxm(b5) [ x → dobrado sustenido ] Possui a mesma sonoridade do que esta → Mib Mi bemol Maior: Eb – Fm – Gm – Ab – Bb – Cm – Dm(b5) Substituindo a tonalidade complexa pela sua enarmônica auxilia na leitura, escrita e execução. Obtemos uma partitura mais limpa. 11.2 TÉTRADES (ACORDES COM SÉTIMA) Vamos analisar o que acontece ao empilhar mais uma terça aos acordes. Observe que o primeiro (I) e o quarto (IV) são acordes maiores com sétima maior. O quinto (V) acorde é um acorde maior com sétima menor. O segundo (II), o terceiro (III) e o sexto (VI) são menores com sétima menor e o sétimo (VII) é um acorde meio diminuto. Teoria Musical 100 www.soeducador.com.br A estrutura dos acordes no campo harmônico maior com as sétimas ficará da seguinte forma: [ m → menor] I7M – IIm7 – IIIm7 – IV7M – V7 – VIm7 - VIIm7(b5) Vamos conhecer os acordes resultantes das principais tonalidades. Dó Maior: C7M – Dm7 – Em7 – F7M – G7 – Am7 – Bm7(b5) Sol Maior: G7M – Am7 – Bm7 – C7M – D7 – Em7 – F#m7(b5) Ré Maior: D7M – Em7 – F#m7 – G7M – A7 – Bm7 – C#m7(b5) Lá Maior: A7M – Bm7 – C#m7 – D7M – E7 – F#m7 – G#m7(b5) Mi Maior: E7M – F#m7 – G#m7 – A7M – B7 – C#m7 – D#m7(b5) Si Maior: B7M – C#m7 – D#m7 – E7M – F#7 – G#m7 – A#m7(b5) F# Maior: F#7M – G#m7 – A#m7 – B7M – C#7 – D#m7 – E#m7(b5) C# Maior: C#7M – D#m7 – E#m7 – F#7M – G#7 – A#m7 – B#m7(b5) É hora de utilizar o ciclo das quartas para construir as tonalidades restantes. Teoria Musical 101 www.soeducador.com.br Dó Maior: C7M – Dm7 – Em7 – F7M – G7 – Am7 – Bm7(b5) Fá Maior: F7M – Gm7 – Am7 – Bb7M – C7 – Dm7 – Em7(b5) Si bemol Maior: Bb7M – Cm7 – Dm7 – Eb7M – F7 – Gm – Am7(b5) Mi bemol Maior: Eb7M – Fm7 – Gm7 – Ab7M – Bb7 – Cm7 – Dm7(b5) Lá bemol Maior: Ab7M – Bbm7 – Cm7 – Db7M – Eb7 – Fm7 – Gm7(b5) Ré bemol Maior: Db7M – Ebm7 – Fm7– Gb7M – Ab7 – Bbm7 – Cm7(b5) Sol bemol Maior: Gb7M – Abm7 – Bbm7 – Cb7M – Db7 – Ebm – Fm7(b5) Dó bemol Maior: Cb7M – Dbm7 – Ebm7 – Fb7M – Gb7 – Abm7 – Bbm7(b5) Adicionara sétima e sua música pode fazer toda a diferença. Estes conjuntos de acordes, por serem criados a partir da escala se harmonizam muito bem. Experimente tocar algumas sequências de acordes. Crie algo em seu instrumento. 11.3 TONALIDADES VIZINHAS Vamos conhecer o conceito de tonalidades vizinhas. São consideradas tonalidades vizinhas as tonalidades que possuem a mesma quantidade de alterações Teoria Musical 102 www.soeducador.com.br ou uma alteração apenas de diferença. Por exemplo a tonalidade de Sol e Dó ou Sol e Ré. Isto porque Sol possui apenas um sustenido (Fá). A tonalidade de dó não possui sustenidos e rá possui dois sustenidos (Fá e Dó). Como a diferença nas escalas dessas tonalidades é pequena, faz com que muitos dos acordes presentes em cada campo harmônico sejam os mesmos. 11.4 CADÊNCIAS Cadência deriva do latim cadere, que significa cair. É empregado para designar progressões de acordes capaz de causar diferentes sensações. Algumas dessas progressões são inconfundíveis, pois elas possuem sensações bem características. Por exemplo a progressão II – V – I ou IV – V – I. As cadências são também conhecidas como clichê harmônico. Para que as cadências possam existir, elas dependem do processo das famosas funções harmônicas, pertencentes a harmonia funcional. Antes de conhecer cada uma das cadências vamos compreender um assunto importante para este tema: As funções harmônicas resultantes. 11.4.1 FUNÇÕES HARMÔNICAS As funções harmônicas são três: Tônica, Subdominante e Dominante 1. Função tônica: Transmite relaxamento e estabilidade. Promove a ideia de conclusão. 2. Função subdominante: é o meio termo entre as funções harmônicas. O acorde de IV, por exemplo, contem a tônica em sua composição. Isto ameniza a sensação de retorno. Ainda assim há o sentimento de retorno, mas com intensidade bem menor do que seria com a função dominante. Deste podemos migrar tanto para a dominante quanto para a tônica. Teoria Musical 103 www.soeducador.com.br 3. Função Dominante: transmite a sensação de instabilidade e tensão. Promove a ideia de preparação para tônica a fim de resolver. Isso se deve, principalmente pela presença do trítono em sua composição (quando o acorde for uma tétrade ou meio diminuto/diminuto. Para compreender melhor esta sensação pegue seu instrumento e toque os seguintes acordes: C7M → F7M → G7 Note como o G7 passa a sensação de inconclusão. Parece que ele clama pela volta do C7M para resolver. Ao retornar ao C7M há a sensação de alívio e resolução. O acorde de F7M também chama o acorde de C7M, mas não com aquela intensidade que o acorde de G7 proporcionou. Já ficou angustiado com as músicas de filmes de suspense/terror? Nada mais são do que um abuso dos acordes dominantes. Estes ficam tocando sem resolução, aumentando a angústia e, consequentemente a imersão no filme. Do outro lado as propagandas vão buscar harmonias mais suaves a fim de passar confiança e segurança ao consumidor. Observe na tabela abaixo as funções harmônicas: Teoria Musical 104 www.soeducador.com.br Funções harmônicas Graus Tônica I, III, VI Subdominante IV, II Dominante V, VII Obs: o III grau também pode atuar como dominante dependendo da situação, pois é o acorde relativo da função dominante. Pode não trazer toda a carga que os acordes V ou VII teriam na sensação, pois não possui o trítono. Cada grau também pode ser classificado pela sua “Qualidade funcional”. Esta medida apresenta a força que cada acorde terá em relação a função harmônica que esta a desempenhar. Os acordes I, IV e V são os denominados fortes; os acordes II e VII (que são substitutos do IV e V, respectivamente) são classificados como meio-fortes; e os acordes de função tônica restantes (III e VI) são denominados fracos. Alguns autores defendem que não há uma função meio-forte. Apenas funções fortes (I, IV, V) e as fracas. Qualidade Funcional Função forte Função meio-forte Função fraca Tônica I VI, III Subdominante IV II Dominante V VII Experimente trocar os acordes de mesma função de uma música que você gosta. Por exemplo no caso de uma música em Dó maior os graus ficariam: Qualidade Funcional Função forte Função meio-forte Função fraca Tônica C7M Am7, Em7 Subdominante F7M Dm7 Dominante G7 Bm7(b5) Se, por acaso na composição apresentar o acorde de F7M você pode substituir por Dm7. Explore as sonoridades que essas trocas podem proporcionar. Teoria Musical 105 www.soeducador.com.br Identifique cada grau da escala com o seu respectivo grau e função e modifique a música. Caso a tonalidade fosse sol ficaria desta forma a tabela: Qualidade Funcional Função forte Função meio-forte Função fraca Tônica G7M Bm7, Em7 Subdominante C7M Am7 Dominante D7 F#m7(b5) Agora é sua vez! Crie esta tabelinha em um caderno para as demais tonalidades. 11.5 PRINCIPAIS CADÊNCIAS a) Cadência Autêntica b) Cadência Dominante (Suspensiva ou semicadência) c) Cadência de Engano d) Cadência Plagal Teoria Musical 106 www.soeducador.com.br 11.5.1 AUTÊNTICA É uma das mais importantes, pois é formada pela dominante e a tônica. Muito empregada nos finais das peças devido ao seu caráter forte: D – T ( V – I ) Há dois tipos de cadência autêntica: a) Cadência autêntica perfeita (CAP) b) Cadência autêntica imperfeita (CAI) As cadências autênticas possuem uma variante: ▪ SD – D – T : Um pouco mais enriquecida por possuir toda as funções harmônicas. Esta versão possui duas variantes: IV – V – I ou II – V – I Exemplos na tonalidade de dó maior: G7 – C ( V – I ) Bm(b5) – C ( VII – I ) F – G7 – C ( IV – V – I ) Dm – G7 – C ( II – V – I ) 11.5.1.4 CADÊNCIA AUTÊNTICA PERFEITA (CAP) A cadência autêntica é considerada perfeita (CAP) se o V grau (com ou sem a sétima) e o I grau estiverem em estado fundamental, ou seja, com o baixo na nota fundamental do acorde. Observe os exemplos abaixo com as tonalidades de C e de Am. Teoria Musical 107 www.soeducador.com.br A cadência autêntica perfeita possui um caráter conclusivo muito vínculado a ideia de fim de um período, música ou de frases. 11.5.1.5 CADÊNCIA AUTÊNTICA IMPERFEITA (CAP) Há diferentes tipos de cadências autênticas imperfeitas (CAI) se o V grau (com ou sem a sétima) ou o I grau não estiver em estado fundamental, ou seja, com o baixo na nota fundamental do acorde. Também é considerado imperfeita se no lugar do V grau foi inserido o VII. Observe os exemplos: Teoria Musical 108 www.soeducador.com.br Teoria Musical 109 www.soeducador.com.br 11.5.2 CADÊNCIA SUSPENSIVA OU DOMINANTE: Alguns autores a chamam de dominante, outros de semicadência ou ainda suspensiva. Sua principal característica é a finalização sobre a dominante. I – V / II – V / IV – V / VI – V Exemplos na tonalidade de dó maior: C – G ( I – V) Dm – G ( II – V ) F – G ( IV – V ) Am – G ( VI – V ) 11.5.3 CADÊNCIA DE ENGANO Possui outro nome também: cadência deceptiva ou interrompida. Como o nome sugere é uma cadência que decepciona o ouvinte. Ela é formada da seguinte forma → V – VI ou V – IV. Ela “decepciona” o ouvinte por sair da dominante e não resolver no primeiro grau da tonalidade. Exemplos na tonalidade de dó maior e lá menor: G7 – Am ( V – VI ) G7 – F ( V – IV ) E7 – F ( V - VI) Teoria Musical 110 www.soeducador.com.br Ambas as opções acima funcionam para adiar a cadência autêntica. Esta é uma das principais funções desta cadência. Criar expectativa no ouvinte para a resolução que virá. Na primeira variante desta cadência (IV – V – I ) temos os três acordes maiores do campo harmônico. A segunda, apesar de ter uma subdominante ‘mais fraca’possui seus intervalos separados por intervalos de quartas. Há ainda uma variante destas duas que tem sido muito usado na música popular: V – III. 11.5.4 CADÊNCIA PLAGAL A cadência plagal ocorre quando o IV grau resolve no I grau. É mais uma cadência de caráter conclusivo, porém mais suave Observe os exemplos: F - C Teoria Musical 111 www.soeducador.com.br ( IV – I ) 11.6 ESTUDANDO AS CADÊNCIAS Os exemplos dados neste material foram todos na tonalidade de dó maior e de lá menor, pois não possuem acidentes a fim de facilitar a compreensão. Agora é a sua vez. Siga estes passos para um estudo eficiente das cadências: a) Toque/reproduza cada cadência e busque sentir a sensação proposta por cada uma delas. b) Transponha cada uma delas para as demais tonalidades ◦ Você pode transpor utilizando o ciclo de quintas e de quartas para ir praticando este conceito também. c) Busque as músicas de que goste e procure identificar as cadências que estas utilizam e faça anotações. d) Toque estas música, agora de forma conciente sobre as cedências empregadas. e) Crie (ou utilize uma melodia pronta) para harmonizar e utilizar as cadências apreendidas. Teoria Musical 112 www.soeducador.com.br 12 EXPANSÃO HARMÔNICA Que tal, uma viagem além das fronteiras diatônicas? Vale ressaltar que o sistema tonal de referência (que ajustamos a título de exemplo, ser a tonalidade de dó maior) passa a buscar o enriquecimento de seu território harmônico (e, consequentemente de seu leque de possibilidades) através da aquisição de acordes "estrangeiros", ou seja, integrantes a outras esferas tonais (teoricamente, as demais tonalidades: Lá maior, Mib maior, Sol maior, etc.). Todavia, com o intuito de manter subordinados ao poder central da tônica tais acréscimos, é imperiosamente necessário que existam entre eles e a tônica (ou, de uma de assimilação maneira mais ampla, o núcleo de acordes diatônicos) nítidas relações de afinidade. Por exemplo, não existe a possibilidade de da tríade F# pelo centro tonal de dó maior. Uma de suas notas é a ele diatônica. O resultado prático do surgimento de tal acordes, no contexto tonal de dó maior seria automática e inapelavelmente considerado modulação. Já o acorde de Fm, por exemplo, apesar de conter uma nota não diatônica em relação a dó, é perfeitamente assimilável. Analisando-se os dois exemplos, o resultado é claro: o aproveitamento de acordes depende diretamente do número de notas não diatônicas que possam conter. Em outros palavras, essa é a medida da afinidade entre acordes e tonalidades de referência. Neste e no próximo capítulo os procedimentos de obtenção dessas novas cores harmônicas serão gradualmente apresentados. Inicialmente abordaremos o primeiro desses procedimentos, a expansão do conceito de função dominante, da qual resulta a categoria dos acordes dominantes secundários. 12.1 DOMINANTES SECUNDÁRIOS Dominantes secundários, ou dominantes individuais, são acordes que não se encontram no campo harmônico, mas podem ser inseridos na música com certa facilidade. É a sistematização do modelo já consagrado da cadência autêntica. Esta cadência possui tanto poder em sua resolução que torna possível os demais graus do campo harmônico reivindicarem o “direito” de usufruírem destes acordes. Teoria Musical 113 www.soeducador.com.br Os graus do Campo harmônico maior, por exemplo, são: I7M – IIm7 – IIIm7 – IV7M – V7 – VIm7 – VIIm7(b5) Cada grau pode ‘convidar’ a sua própria dominante para o acompanhar. Este é um detalhe importante. A dominante do acorde a ingressar na música precisa estar antecedendo a sua própria tônica. As dominantes neste exemplo em dó maior são: Acorde do campo harmônico de Dó Dominante secundário C ~ Não há – já está em seu campo harmônico ~ Dm A ou A7 Em B ou B7 F C7 G D ou D7 Am E ou E7 Bm(b5) ~ Acordes diminutos não possuem dominantes secundários ~ Também é possível ‘trazer’ o VII grau destes acordes no lugar do V. Ficaria assim a tabela com eles: Acorde do campo harmônico de Dó Dominante secundário ( V ) Dominante secundário ( VII ) C – – Dm A ou A7 C#° Em B ou B7 D#° F C7 Em(b5) G D ou D7 F#m(b5) Am E ou E7 G#° Bm(b5) – -- 12.2 ACORDES SUBV Você já ouviu falar de SubV? Nada mais é que dominante substituto, ou seja, um acorde que tem função dominante, logo, uma preparação. Possui este nome por ter o mesmo trítono do acorde dominante original de algum acorde de resolução. Teoria Musical 114 www.soeducador.com.br Observa-se, que na progressão G7 > C o dominante ( V ) é o G7 que tem como trítono as notas B (terça maior de G) e F (sétima menor de G). O acorde SubV sempre se encontra meio tom acima da resolução, ou seja, nossa resolução é C, meio tom acima é Db, portanto Db7 é o SubV de C. Confira a estrutura do acorde Db7: Db - fundamental F - terça maior Ab - quinta justa Cb - sétima menor (Cb é enarmônico de B) Visto que temos o trítono presente em G7 como trítono de Db7 também = F e Cb (B). Assim, o SubV faz também a preparação. G7 > C Db7 > C Observe: Na composição "Chega de Saudade" (Tom Jobim). Dm7 Dm7/C E7/B Bbm6 A7(b13) Dm7 Eb7(9) > Dm Teoria Musical 115 www.soeducador.com.br Desta forma, tem várias coisas acontecendo neste pequeno trecho inicial de Chega de Saudade: dominante secundário, inversões, interpolação, SubIIm... inclusive é uma das composições analisadas de ponta a ponta em meu curso de Harmonia. Um ponto importante sobre o acorde SubV. Observe o acorde Eb7(9) fazendo o papel de SubV de Dm, uma vez que o dominante de Dm é A7. Um compasso antes ele faz V > Im - A7(b13) > Dm7 - depois ele faz SubV > Im - Eb7(9) > Dm. Outro exemplo é em "Garota de Ipanema" (Tom Jobim / Vinícius de Moraes). Em algum momento desta composição, na harmonia ocorre uma progressão com os acordes Gm7 Gb7(#11) F7M. Temos aqui um SubV substituindo o dominante que seria da segunda cadencial - IIm V - de F. IIm V > I = Gm7 C7 > F IIm SubV > I = Gm7 Gb7 > F 12.3 ACORDE NAPOLITANO O nome napolitano tem sua origem em um importante grupo de compositores de ópera do século XVIII associados com a cidade de Nápoles. Apesar de o usarem com certa frequência estes não são os criadores deste acorde, mas o nome perdura até os dias de hoje. A tríade Napolitana é uma tríade maior construída sobre o II grau da escala alterado descendentemente. ( bII ) O acorde geralmente aparece em sua primeira inversão, ou seja, com a terça no Baixo. Teoria Musical 116 www.soeducador.com.br O Napolitano é geralmente utilizado no modo menor e, de tão comumente, a primeira inversão é tão típica da tríade Napolitana que ela é frequentemente chamada de acorde de sexta Napolitana. 12.4 SEGUNDA CADENCIAL Já foi visto a utilização das dominantes secundárias (ou individuais) nos capítulos anteriores. Agora vamos trazer um novo ‘convidado’. Caso a resolução for MAIOR (ex: C7M), o segundo grau da segunda cadencial vai ser um acorde menor - IIm7. Já o dominante se mantém V7. Vai ficar: (IIm V > I) Dm7 G7 C7M Se a resolução for uma acorde MENOR (ex: Cm), a segundo grau da segunda cadencial não será mais um acorde menor, e sim um acorde meio diminuto - IIm7(b5). Já o V se mantém dominante. Sendo assim, fica: (IIm(b5) V > Im) Dm7(b5) G7 Cm7 Resumo: Teoria Musical 117 www.soeducador.com.br Resolução MAIOR = IIm7 V7 I Resolução MENOR = IIm7(b5) V7 Im Mas porque isso ocorre? Isto ocorre porque agora além do acorde dominante estamos trazendo outro ‘convidado’ do campo harmônico da nota que o está recepcionando. O segundo grau do campo harmônico maior é um acorde menor com sétima menor. Já o segundo graus docampo harmônico menor harmônico é um acorde meio diminuto, ou seja, um acorde menor com sétima menor e quinta diminuta. É relevante não esquecer que música é arte, e toda regra de harmonia pode ter exceções, caso contrário a música deixaria de ser arte para ser, por exemplo, uma ciência exata como a matemática. Desse modo, é possível ver alguns compositores, para colocar efeitos inesperados, utilizar um efeito de resolução homônima, ou seja, suponhamos que era para resolver um acorde MAIOR, ele muda e resolve no menor, ou era pra resolver no MENOR, ele muda e resolve no maior. Isso tudo gera um efeito surpresa para o ouvinte e quebra o que está sendo esperado naturalmente, deve ser usado com cautela e com plena consciência do que esteja fazendo, pois isso irá alterar toda a condução melódica, porque as escalas irão mudar de um acorde para outro. A segunda cadencial pode ser encadeada afim de encontrar resolução. Vamos imaginar que nosso acorde alvo seja C, sua segunda cadencial seria Dm G, podemos fazer uma segunda cadencial antes dessa, ou seja, indo para o Dm, veja: (IIm V) > IIm V > I Em7 A7 Dm7 G7 > C Obs. Por se tratar de um encadeamento, foi utilizado a regra de segunda cadencial da resolução do acorde alvo, o acorde alvo é MAIOR. Assim como Tom Jobim fez em Garota de Ipanema, com alvo em F: Teoria Musical 118 www.soeducador.com.br (IIm V) > IIm V > I Am7 D7 Gm7 C7 > F Nota-se no primeiro exemplo em C. Pode-se fazer a preparação para o Dm também, utilizando a regra de segunda cadencial para o Dm, nesse caso não será mais um encadeamento, e sim uma preparação para Dm, e depois uma outra preparação para o C, desta forma: IIm(b5) V > Im (Dm) IIm V > I (C) Em7(b5) A7 Dm7 G7 > C 5Pense agora na interpolação. Existem diversas formas de interpolar acordes. Enfatiza-se o que é retardando a chegada da segunda cadencial para o acorde alvo. Pense na segunda cadencial para C, que é Dm7 G7, agora crie uma nova segunda cadencial que prepare o Dm, e outra que prepare o G7. Veja como fica: IIm(b5) V > Dm = Em7(b5) A7 > Dm IIm V > G = Am7 D7 > G7 V > C = G7 > C Em7(b5) A7 Dm7 Am7 D7 G7 > C Podemos enaltecer muitas harmonias dessa forma, claro que sempre atentando a linha melódica, pois escalas poderão ser modificadas. Pense numa harmonia mais simples, como: C7M Em7 Am7 G7 Observe como fica se coloca a segunda cadencial de cada acorde: Teoria Musical 119 www.soeducador.com.br | C7M | F#m7(b5) B7(b13) | Em7 | Bm7(b5) E7(b9) | | Am7 | Ebm6 Ab7(#11) | G7 | Dm7 Db7(#9) | C7M || Na harmonia acima foram acrescentadas algumas boas notas de tensões nos acordes (nonas, décima terceira, etc) para enriquecer a progressão. Na primeira linha F#m7(b5) B7(b13) é segunda cadencial de Em. Sendo que, na primeira linha Bm7(b5) E7(b9) é segunda cadencial de Am. Na segunda linha mudou-se a linha de pensamento utilizando acordes substitutos, porque se utilizasse segundas cadencias, manteria o mesmo acorde que já estaria, então: Ebm6 Ab7(#11) é segunda cadencial substituta de G, ou seja SubIIm e SubV. Dm7 Db7(#9) é segunda cadencial de C, mas eu substituí o V pelo SubV, não deixou de ser segunda cadencial pois gerou o mesmo efeito de IIm V I, porém, sendo IIm SubV I. Na segunda cadencial, o uso de Sub ajuda muito no enriquecimento e aproximação de acordes. 12.5 ACORDES DE EMPRÉSTIMO MODAL Possui este nome devido o acorde ser emprestado de outro modo. Visto que esse modo pode ser um modo homônimo, ou modo grego. Vale ressaltar que em grande parte, os AEM são derivados do modo homônimo. Devido isto, muitos autores classificam AEM como apenas empréstimo do modo homônimo. Para isso, vamos analisar um exemplo de acorde de empréstimo modal: suponha que uma música está na tonalidade de Dó maior, caso, em algum momento, surgir o acorde Eb7M, é possível rapidamente perceber que ele não faz parte do campo harmônico de Dó maior, mas do campo de Dó menor. Devido Dó menor ser o homônimo de Dó maior, logo, Eb7M é um AEM de modo homônimo. Os acordes de empréstimo modal são acordes passageiros; assim, eles surgem de repente, conseguinte, a música já retoma a sua harmonia tonal. É insólito aparecer um AEM acompanhado de uma cadência, já que, neste caso, iria caracterizar uma modulação. Teoria Musical 120 www.soeducador.com.br As modulações são pequenas transições na tonalidade. Sendo que os acordes de empréstimo modal não compõe uma mudança de tonalidade, eles são apenas acordes emprestados e passageiros. Há muitas opções de AEM (acorde de empréstimo modal) para ser utilizado nas músicas. Isto se deve ao fato dos diversos campos harmônicos gerados pelos seus homônimos. Observe a tabela abaixo com os campos harmônicos de cada modo para o tom de Dó: Graus I II III IV V VI VII Campo harmônico Maior (Jônio) C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am70 BM(b5) Homônimo Cm7 Dm7(b5) Eb7M Fm7 Gm7 Ab7M Bb7 Dórico Cm7 Dm7 Eb7M F7 Gm7 Abm7(b5) Bb7M Frígio Cm7 Db7M Eb7 Fm7 Gm7(b5) Ab7M Bbm7 Lídio C7M D7 Em7 F#m7(b5) G7M Am7 Bm7 Mixolídio C7 Dm7 Em7(b5) F7M Gm7 Am7 Bb7M Eólio Cm7 Dm7(b5) Eb7M Fm7 Gm7 Ab7M Bb7 Lócrio Cm7(b5) Db7M Ebm7 Fm7 Gb7M Ab7 Bb7 Nem sempre um acorde “estranho” será um acorde de empréstimo modal. Como foi visto neste mesmo capítulo, há outras formas de se adicionar acordes “fora do tom”. Um exemplo é a necessidade de zelo ao analisar um possível Vm7 (Grau homônimo), pois, em alguns casos, ele não será um AEM, mas sim um segundo cadencial, proporcionando uma modulação para o quarto grau. Exemplo: Gm7 – C7 – F. É muito comum substituir, no modo homônimo, os graus Im7 e IVm7 por Im6 e IVm6, respectivamente, devido à sonoridade agradável produzida. Teoria Musical 121 www.soeducador.com.br REFERÊNCIAS PRIOLLI, Maria L. ed. Mattos. Princípios básicos da música para a juventude. (Volume II). Rio de Janeiro: Casa oliveira de músicas Ltda., 2001. MED, Bohumil. Teoria da Música. 4.ª edição Revista e Ampliada. Brasília. MusiMed.1996. LACERDA, Osvaldo. Compendio de Teoria Elementar de Música. Editora Ricordi 7.ª edição. CHEDIAK, Almir. Harmonia e improvisação I. Harmonizadas e analisadas: violão, guitarra, baixo, teclado.ed.São Paulo: irmãos Vitale, 2009 BENNET, Roy. Elementos Básicos da Música.1°ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1988 ALMADA, Carlos. Harmonia funcional. 2° ed. Campinas-SP: Unicamp, 2012. SCHMOLL, A. Novo método para piano.ed. São Paulo: casa Wagner, 1996. i...................................................................................................................... 72 6.7.3 TONALIDADE ........................................................................................................... 73 6.8 ESCALA PENTATÔNICA ............................................................................................. 74 Teoria Musical 4 www.soeducador.com.br 6.9 MODOS GREGORIANOS / LITÚRGICOS .................................................................. 75 6.9.1 Modo Jônio ............................................................................................................... 76 6.9.2 Modo dórico .............................................................................................................. 77 6.9.3 Modo Frígio ............................................................................................................... 77 6.9.4 Modo Lídio ................................................................................................................ 78 6.9.5 Modo mixolídio .......................................................................................................... 78 6.9.6 Modo eólio ................................................................................................................ 79 6.9.7 Modo Lócrio .............................................................................................................. 79 6.9.8 Mudando as notas .................................................................................................... 79 6.10 ESCALA DE TONS INTEIROS .................................................................................. 80 6.11 ESCALA DIMINUTA ................................................................................................... 80 7 ACORDES ...................................................................................................................... 82 7.1 TRÍADES ..................................................................................................................... 82 7.1.1 TRÍADES EM ESCALA MAIORES ............................................................................ 83 7.1.2 TRÍADES EM ESCALAS MENORES ....................................................................... 84 7.1.3 TRÍADES E GRAUS DAS ESCALAS ....................................................................... 85 7.1.4 IDENTIFICANDO TRÍADES ...................................................................................... 85 7.1.5 algumas tríades no piano .......................................................................................... 88 7.2 ACORDES DE SÉTIMA E GRAUS DAS ESCALAS .................................................... 88 8 CICLO DAS QUINTAS .................................................................................................... 90 9 CAMPO HARMÔNICO ................................................................................................... 92 9.1 TRÍADES NO CAMPO HARMÔNICO .......................................................................... 92 9.2 TÉTRADES (ACORDES COM SÉTIMA) ..................................................................... 95 9.3 Tonalidades vizinhas .................................................................................................... 97 9.4 CADÊNCIAS ................................................................................................................ 98 9.4.1 Funções harmônicas ................................................................................................. 98 9.5 PRINCIPAIS CADÊNCIAS ......................................................................................... 101 9.5.1 Autêntica ................................................................................................................. 102 9.5.1.4 Cadência Autêntica perfeita (CAP) ..................................................................... 102 9.5.1.5 Cadência Autêntica imperfeita (CAP) .................................................................. 103 9.5.2 Cadência suspensiva ou Dominante: ..................................................................... 105 9.5.3 Cadência de Engano .............................................................................................. 105 9.5.4 Cadência Plagal ...................................................................................................... 106 9.6 Estudando as cadências ............................................................................................ 107 Teoria Musical 5 www.soeducador.com.br 10 EXPANSÃO HARMÔNICA ......................................................................................... 108 10.1 Dominantes secundários ......................................................................................... 108 10.2 ACORDES SUBV..................................................................................................... 109 10.3 ACORDE NAPOLITANO .......................................................................................... 111 10.4 SEGUNDA CADENCIAL .......................................................................................... 112 10.5 Acordes de empréstimo modal ................................................................................ 115 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 117 Teoria Musical 6 www.soeducador.com.br 1 TRODUÇÃO Música é a arte dos sons. Ela desempenha um papel fundamental na vida do ser humano desde as mais remotas eras. A música cumpre funções culturais, políticas, religiosas, sociais, artísticas e educativas. Já imaginou a sua vida sem música? Parou para pensar como ela afeta nossos sentimentos e percepções? Para muitos pesquisadores, a música pode se desenvolver na mente humana proporcionando equilíbrio e bem-estar, desta forma age diretamente influenciando no nosso raciocínio e emoções. Por isso, não dá para imaginar nossas vidas sem a música, sem o seu efeito sobre nosso corpo e nossa mente. Visto que, a música está integrada em todas as etapas da nossa vida, quando somos crianças a música exerce grande influência em nosso desenvolvimento e funcionamento cerebral, estendendo-se muitas vezes como forma de linguagem, oral ou corporal. Depois que crescemos, esse efeito continua, tornando-se cada vez mais forte, devido à nossa maturidade emocional. Ao chegar aos nossos ouvidos, o som é convertido em impulsos que percorrem a região do nosso cérebro relacionada às emoções, sensações e sentimentos, afetando nosso comportamento e até mesmo nossa saúde corporal. Muitos musicistas descreviam, de certa forma até poética, o que a música significava para eles. • O pressentimento de coisas celestiais (Beethoven) • a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende (Shakespeare) • Algo muito difícil de mostrar ao mundo o que sentimos em nós mesmos (Tchaikovsky) • Uma coisa que se tem pra vida toda, mas não toda uma vida pra conhecê-la (Rachmaninov) Teoria Musical 7 www.soeducador.com.br 2 PROPRIEDADES DO SOM E DA MÚSICA Como foi dito anteriormente, a música é a arte dos sons. Para entender a música é, portanto, necessário conhecer a sua matéria-prima: o som. Segundo Bohumil Med (1996) o som é a sensação gerada em nossos ouvidos devido às vibrações de corpos elásticos. A vibração põe em movimento o ar na forma de ondas sonoras que atingem a membrana do tímpano fazendo-a vibrar. As vibrações são então decodificadas pelo cérebro que as identifica como diferentes sons. O som possui as seguintes propriedades: altura, intensidade, duração e timbre. Altura: está relacionada com a frequência das vibrações. Quanto maior a frequência da onda sonora for mais aguda esta nota será, e quanto menor esta frequênciafor mais grave esta nota será. Intensidade: é a ‘força’ do som. Quanto maior a intensidade mais forte será este som. Esta propriedade é popularmente conhecido como ‘volume’ e é determinada pela amplitude das vibrações da onda sonora. A intensidade é medida através de decibéis. Respiração normal 10 decibéis Conversação em ambiente silencioso 45 Rua barulhenta 90 decibéis Decolagem de jato nas proximidades 150 decibéis Na música, no entanto, representaremos pelos símbolos abaixo: Duração: é determinada pelo tempo de emissão das vibrações, ou seja, é a extensão de um som. Na música iremos utilizar as diferentes figuras musicais e suas pausas para registrar a duração das notas. Timbre: é a propriedade do som que nos permite diferenciar cada som. Imagine um violão e uma flauta. Ainda que tocássemos uma nota de mesma altura, intensidade e duração conseguimos diferenciar qual nota foi realizada no violão e qual foi realizada na flauta. Diferentes instrumentos produzem timbres diferentes. É importante acrescentar que mesmo um único instrumento pode Teoria Musical 8 www.soeducador.com.br produzir diferentes timbres a depender da técnica ou pela utilização de acessórios. A “forma” da onda e seus harmônicos nos permite isto. Observe a imagem abaixo: 2.1 AS PRINCIPAIS PARTES DA MÚSICAi A música é formada, principalmente, pelas seguintes partes: melodia, harmonia, ritmo e contraponto. Melodia: É um conjunto de notas dispostas em ordem sucessiva. Geralmente, é a parte mais memorável da música. Ao cantarolar ou assobiar uma canção estamos executando a melodia desta. Harmonia: É um conjunto de notas dispostos em ordem simultânea. Por exemplo: o violão que realiza o acompanhamento de uma canção está executando a harmonia desta. Ritmo: É o resultado da ordem e duração em que os sons são dispostos na composição. Imagine uma bateria ou um cajón. A principal função destes instrumentos é para com o ritmo da música. Lembrando que, mesmo que não haja nenhum instrumento de percussão em determinada música, o ritmo, ainda sim, se faz presente. Contraponto: É possível dispor mais de uma melodia a ser executada simultaneamente. Diferentemente da harmonia que pensamos as notas em blocos e verticalmente, no contraponto é realizado um processo conhecido como nota contra nota. É importante que cada melodia presente seja funcional mesmo separada das demais. Teoria Musical 9 www.soeducador.com.br 3 NOTAS MUSICAIS E SUA NOTAÇÃO Representamos todos os sons empregados na música através de apenas sete notas musicais especificamente nesta ordem: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si; Estas notas podem ser representadas pelas cifras que são, respectivamente, C, D, E, F, G, A e B (Em alguns países em vez de utilizar B é utilizado a letra H). Para representar as diversas alturas possíveis as notas são repetidas da seguinte forma: Esta nomenclatura é atribuída ao monge católico Guido d’Arezzo no século XI. Como professor de canto procurava uma maneira mais simples de ensinar seus alunos. Se aproveitando da primeira sílaba de um hino a São João Batista, o monge nomeou cada uma das notas para facilitar a memorização dos intervalos. Segue abaixo o trecho do hino a São João utilizado para a nomeação das notas musicais: Ut queant laxis Resonare fibris Mira gestorum Famuli tuorum, Solve polluti Labiis reatum, Sancte Joannes. Teoria Musical 10 www.soeducador.com.br Tradução: “Para que teus servos, com vozes soltas, ressoem as maravilhas de teus feitos, limpe a culpa de nossos lábios manchados, ó São João.” A nota que, inicialmente, foi nomeada de ‘Ut’ teve seu nome alterado para dó com a finalidade de facilitar o solfejo. A sétima nota não fazia parte do hexacorde medieval e foi nomeada posteriormente a partir das iniciais de “Sancte Ioannes”. Estas sete notas musicais representam todas as teclas brancas do piano. As teclas pretas, por sua vez, são obtidas através dos acidentes. Tema este que abordaremos no decorrer deste curso. Para organizar estas notas na partitura utilizaremos as claves. 3.1 PAUTA Por muitos anos a música foi sendo transmitida oralmente e sendo passada de geração em geração. A necessidade de se registrar as ideias musicais no papel se tornava cada vez mais forte. Uma das soluções desenvolvidas foi o sistema de neumas. Este sistema não definia as alturas nem os intervalos exatos que uma peça possui. Este sistema apenas indicava uma ideia aproximada da melodia. Para conseguir uma maior precisão, com o passar do tempo, foram inseridas linhas horizontais. Guido d’Arezzo (992 – 1050), monge da qual os nomes das notas musicais lhe são creditados, empregou o uso da pauta com três e quatro linhas. Atualmente é utilizado o pentagrama, ou seja, a pauta musical que apresenta cinco linhas horizontais paralelas, surgiu apenas no século XVII. Teoria Musical 11 www.soeducador.com.br Na imagem acima a imagem de uma pauta para canto gregoriano com quatro linhas apenas. Vamos agora estudar o funcionamento do pentagrama. Pela partitura o músico sabe exatamente como deve ser tratada cada propriedade do som que estudamos anteriormente. Primeiramente entenderemos como é realizado o registro da altura das notas no pentagrama. Observe a imagem abaixo. Início da música “Dona Aranha” Perceba que o nome de cada nota é dada pela sua posição na pauta. Podemos colocar as notas nas linhas e nos espaços. Quanto mais elevada é sua posição mais aguda será a nota. Contamos as linhas e espaços de baixo para cima como é demonstrado na imagem seguinte. Teoria Musical 12 www.soeducador.com.br 3.2 CLAVES A palavra clave vem do latim que significa “chave”. Para os instrumentos de alturas definidas são utilizadas atualmente três claves: clave de Sol, de Fá, e de Dó. Para instrumentos de alturas indefinidas utilizamos a clave de percussão. Clave é o sinal colocado no início da pauta a ser responsável por organizar a posição das notas na pauta. Esta dá o seu nome a nota localizada em sua linha. Primeiramente é importante observar qual clave está sendo utilizada na pauta. 3.2.1 CLAVE DE SOL A clave de sol indica que a nota sol se localiza na segunda linha da pauta. A partir desta podemos “descobrir” a posição das demais como demonstra a imagem abaixo: Teoria Musical 13 www.soeducador.com.br Esta clave é utilizada para os sons mais agudos (soprano). Como exemplos de instrumentos que utilizam temos: violino, trompete, oboé, cavaquinho, ukulele, flauta doce (sopranino, soprano, contralto e tenor) e violão (este utiliza clave de sol, mas soa uma oitava abaixo), entre outros. 3.2.2 CLAVE DE FÁ A clave de fá indica que a nota Fá se localiza, geralmente, na quarta linha da partitura, porém algumas vezes pode indicar sua localização na terceira linha. Da mesma forma a partir desta informação podemos “descobrir” a posição das demais como demonstra a imagem abaixo: Esta clave é utilizada para os sons mais graves (barítono e baixo). Como exemplos de instrumentos que utilizam temos: violoncelo, trombone, flauta doce baixo, contrabaixo, fagote e tuba. 3.2.3 CLAVE DE DÓ A clave de dó indica a posição da nota conhecida como dó central, pois é a nota dó localizada no centro do piano. É comumente utilizada na terceira linha, mas pode aparecer localizada na primeira, segunda ou quarta linha também. Igualmente as demais claves a partir desta nota é possível “descobrir” a posição das demais como demonstra a imagem abaixo: Teoria Musical 14 www.soeducador.com.br Esta clave é utilizada para os sons de altura média. O instrumento que utiliza esta clave é a viola. 3.2.4 CLAVE DE PERCUSSÃO Devido a grande variedade de instrumentos de percussão geralmente esta clave vem acompanhada de uma legendaindicando o que se deve fazer para cada nota da pauta. Para casos como a Bateria há sim um padrão para a escrita. 3.3 LINHAS SUPLEMENTARES São linhas e espaços utilizados acima ou abaixo da pauta para de modo a ser possível anotar todos os sons em suas diversas alturas. Teoria Musical 15 www.soeducador.com.br Perceba que a numeração das linhas e espaços suplementares cresce ao se afastar da pauta. Observe como ficam as linhas suplementares nas três claves: Clave de Sol: Clave de Fá: Teoria Musical 16 www.soeducador.com.br Clave de Dó: 3.4 DÓ CENTRAL E AS CLAVES Como foi mencionado anteriormente cada clave, além de nomear as notas, servem para determinar com precisão a altura desta. Imagine neste momento um piano. A nota dó localizada em seu centro nomeamos de dó central. Observe como é a relação de cada clave com o dó central no esquema abaixo: 3.5 MEMORIZANDO AS NOTAS NA PAUTA Teoria Musical 17 www.soeducador.com.br Para uma leitura fluida e eficaz é necessário reconhecer cada nota rapidamente. Isto só é possível com muito estudo e paciência. De início pode ser interessante, e curioso, memorizar as notas através de “macetes”, ou seja, frases e palavras que nos auxiliem no reconhecimento das notas na partitura. Na Clave de Sol Para as notas nas linhas >>> Minhoca no Sol Silvestre Reencontrou a Fada Para as notas nos espaços >>> FaLa Do Miguel Para as cifras nas linhas >>> Eu Ganhei um Brinquedo Do Fábio Para as cifras nos espaços >>> FACE (rosto) Na Clave de Fá Para as notas nas linhas >>> O Sol Silencioso Realçou a Fantástica Lagoa Para as notas nos espaços >>> Labirinto Do Misterioso Sol Para as cifras nas linhas >>> Ganhei um Brinquedo Do Fábio e Amei Para as cifras nos espaços >>> A Comida Está Gostosa Na Clave de Dó (dó central na terceira Linha) Teoria Musical 18 www.soeducador.com.br Para as notas nas linhas >>> FaLa Do Misterioso Sol Para as notas nos espaços >>> O Sol Silencioso Realçou a Fazenda Para as cifras nas linhas >>> Fui Competir E Ganhei Para as cifras nos espaços >>> Ganhei um Brinquedo Do Fábio 4 4.1 CLAVES DE SOL E FÁ UNIDAS Para instrumentos que possuem uma grande extensão, como o piano e a harpa, se utiliza a “dupla” de pautas contendo a clave de sol na primeira e a clave de fá na segunda como padrão. Para o exemplo do piano estas pautas representam a mão direita e esquerda respectivamente. Dependendo do repertório escolhido é possível que ocorra mudança nas claves em determinado trecho musical. Observe abaixo o início de uma partitura para piano. Teoria Musical 19 www.soeducador.com.br Vamos praticar a leitura das notas? Primeiramente escreva os nomes das notas musicais aqui ( Clave de Sol ). Teoria Musical 20 www.soeducador.com.br Aplicando o conhecimento Teoria Musical 21 www.soeducador.com.br Agora vamos colocar em prática mesmo este conhecimento. Identifique nas Teoria Musical 22 www.soeducador.com.br partituras a seguir as notas utilizadas nas músicas. Teoria Musical 23 www.soeducador.com.br Vamos praticar a leitura das notas? Agora escreva os nomes das notas musicais para Clave de Fá. Teoria Musical 24 www.soeducador.com.br Aplicando o conhecimento Agora vamos colocar em prática mesmo este conhecimento. Identifique na partitura a seguir (clave de fá) as notas utilizadas na música. Teoria Musical 25 www.soeducador.com.br Vamos praticar a leitura das notas? Agora escreva os nomes das notas musicais para Clave de Dó. Teoria Musical 26 www.soeducador.com.br Aplicando o conhecimento Agora vamos colocar em prática mesmo este conhecimento. Identifique na partitura a seguir (clave de dó) as notas utilizadas na música. Teoria Musical 27 www.soeducador.com.br 4.2 AS FIGURAS MUSICAIS E SEUS VALORES Aprendemos anteriormente como é realizado o registro das alturas das notas. Vamos agora aprender como grafar outra propriedade do som: a duração. É através do uso das diferentes figuras musicais (ou figuras positivas) que registramos a duração de cada nota e, desta forma, construir o ritmo do trecho musical a ser escrito. Observe na imagem abaixo as figuras musicais e seus respectivos nomes: Algumas figuras musicais, como a breve (vale o dobro da semibreve) e a quartifusa (vale metade do tempo da semifusa) caíram em desuso. As partes de uma figura musical são: cabeça, haste e colchete. Quanto menor é sua duração mais elementos a nota irá apresentar. Observe a imagem abaixo: Observação: De modo a facilitar a leitura é costume, ao escrever notas musicais que apresentem colchete, agrupá-las usando-se linhas (proporcionais aos colchetes da nota). Exemplos: O valor de cada figura depende do compasso, mas ao tomar como base a semibreve obtemos a seguinte proporção: Teoria Musical 28 www.soeducador.com.br Fonte: Bohumil Med (1996) Perceba que a duração da figura musical é o dobro da nota seguinte e metade da anterior. Os valores positivos (figuras) indicam a duração dos sons, já os valores negativos (pausas) indicam a duração dos silêncios. Observe na tabela as figuras e suas respectivas pausas: Observações sobre a grafia das notas: Teoria Musical 29 www.soeducador.com.br • Com relação à orientação das notas: • Até o segundo espaço, as hastes devem ser para cima; • Na terceira linha, no caso o Si, a haste pode para baixo ou cima; • Do terceiro espaço para cima, as hastes devem ser para baixo; • A exceção é quando a pauta apresenta mais de uma voz em que as figuras voltadas de modo a separar as vozes; • Voltado para cima a haste deve que ser do lado direito. No entanto, voltado para baixo a haste precisa estar no lado esquerdo: • Os colchetes são sempre colocados no lado direito das hastes; • Na música vocal, quando cada nota corresponde uma sílaba do texto, os colchetes não são ligados; • Com relação às pausas: ◦ A pausa de semibreve é gravada na quarta linha ◦ A pausa de mínima é grafada na terceira linha ◦ As demais pausas são grafadas centralizadamente; 4.3 PONTO DE AUMENTO Teoria Musical 30 www.soeducador.com.br Adicionando um ponto ao lado da figura (ou pausa) aumentamos em metade a sua duração. Um segundo ponto aumentará em metade o valor do primeiro ponto, e assim por diante. As notas ou pausas que apresentam o ponto de aumento são chamadas de notas pontuadas. Caso a nota se encontra em uma linha devem colocar o ponto no espaço superior. 4.4 LIGADURAS O termo ligadura está relacionado tanto com a duração quanto para a expressividade que se deseja empregar sobre a nota. A ligadura está quase sempre presente nas partituras musicais tem a função de tornar a canção mais melodiosa em alguns trechos. Observe abaixo os tipos de ligadura: A ligadura de prolongamento ou ligadura de valor é utilizado quando o sinal é colocado entre duas notas de mesma altura. O sinal da ligadura deve ser repetido quantas vezes forem necessárias de forma que deforma que cada nota seja ligada a próxima. Veja exemplo abaixo com a peça Pequeno prelúdio do violonista Othon G. R. Filho: Teoria Musical 31 www.soeducador.com.br Ligadura de prolongamento (Pequeno Preludio) Fonte: Othon G. R. Filho (1966) Já a ligadura de frase ou de fraseado tem a função de indicar o início e término de frases musicais. Fonte: A. SCHMOLL (1996) Ligadura de portamento (ou de expressão) é a ligadura colocada sobre (ou sob) as figuras de alturas diferentes que devem ser executadas sem nenhuma interrupção. Teoria Musical 32 www.soeducador.com.brFonte: Othon G. R. Filho (1966) 4.5 COMPASSO O compasso é indicado por dois números no início da pauta e se repete ao longo do trecho musical, separado por Linhas Divisórias. É possível que este seja alterado no decorrer da música. As fórmulas de compasso ditam quanto tempo cabe dentro de um compasso e como as notas se dividirão. O denominador informa em quantas vezes é necessário dividir uma semibreve (neste caso 4 tempos) para obter uma unidade de duração, ou seja, uma semínima. Já o numerador indica quantas unidades de tempo têm naquele compasso (neste caso são 3 unidades). Observe abaixo o esquema da fórmula de compasso: Teoria Musical 33 www.soeducador.com.br Observe agora na tabela abaixo os denominadores que determinam as unidades de tempo do compasso. Por exemplo: se o denominador do compasso for igual a 8 significa que a unidade de tempo do compasso é uma colcheia. A unidade de compasso representa uma ou duas notas que preenchem um compasso. 4.5.1 COMPASSO SIMPLES E COMPOSTO Teoria Musical 34 www.soeducador.com.br Um compasso simples deve ter um numerador igual à 2, 3, 4, 5 ou 7. Este numerador indica a pulsação da música: 2 (binária), 3 (ternária), 4(quaternária)… 5 e 7 são menos comuns e nesses casos contamos os tempos usando duas pulsações: 5 (ternária e binária) e 7 (quaternária e ternária) O compasso composto, por sua vez, tem algumas características como o numerador ser sempre divisível por três (com exceção do três que torna o compasso simples), ou seja, os compassos com seis, doze, nove, quinze e dezoito são compassos compostos. 4.6 LINHAS DIVISÓRIAS De modo a tornar a leitura mais fácil e ordenada, separamos os compassos com linhas verticais que recebem o nome de Linhas Divisórias. No exemplo abaixo há o tipo mais comum de linha divisória, mas além desta há outras linhas divisórias que indicam mais do que o final do compasso. Teoria Musical 35 www.soeducador.com.br O Ritornello, por exemplo, nos indica um trecho musical que deve ser repetido. É formado por dois traços e duas bolinhas, estas direcionadas para o trecho a ser repetido. Observe o exemplo abaixo: Outra linha divisória possível é a divisão de período. Duas linhas finas que indicam a separação de duas partes da música (geralmente marcadas como A, B, C, etc.). 4.7 ACIDENTES As notas podem ser alteradas através dos acidentes. Os acidentes podem ser: ocorrente ou fixo. Teoria Musical 36 www.soeducador.com.br Os acidentes ocorrentes ocorrem em um determinado compasso e somente irá alterar as notas pertencentes aquele mesmo compasso e de mesma altura. Eles são grafados nas partituras à esquerda das notas e, no caso das cifras, a direita. Este exemplo mostra dois acidentes ocorrentes. Neste caso ambos os fás são sustenidos e apenas o segundo sol é sustenido. É importante lembrar que eles são anulados com a linha divisória. Já os acidentes fixos se localizam na armadura de clave. Observe o exemplo abaixo que possui a mesma sonoridade do exemplo anterior: Neste caso já está implícito que todo o fá presente da música deve ser sustenido. O sustenido da nota sol deve ser grafada, pois, não se encontra na armadura de clave. Teoria Musical 37 www.soeducador.com.br A armadura de clave segue a ordem dos sustenidos (Fá, Dó, Sol, Ré, Lá, Mi, Si) ou dos bemóis, seu inverso (Fá, Dó, Sol, Ré, Lá, Mi, Si). 4.8 QUIÁLTERAS Quiálteras alteram os valores padrões das figuras. No caso da tresquiáltera há 3 figuras substituindo o valor de 2 de mesma espécie. Neste caso em um compasso 2/4 seria possível adicionar 3 semínimas como demonstra o exemplo abaixo: Teoria Musical 38 www.soeducador.com.br 4.9 ACENTO MÉTRICO O acento é responsável por expressar o sentido do discurso musical ou recitação. Intensidade maior atribuída a determinada nota de um desenho, frase ou período musical (MED, 1996). O acento métrico é formado pelas acentuações fortes e fracas dos tempos dos compassos. Os tempos dos compassos obedecem a diversas acentuções que determinam se um tempo é forte ou fraco. Normalmente o primeiro tempo do compasso é considerado forte. Compasso binário: Forte — fraco Compasso ternário: Forte — fraco — fraco Compasso quaternário: Forte — fraco — meio forte — fraco 4.10 SÍNCOPE E CONTRATEMPO A Síncope produz o efeito de deslocamento das acentuações normais do compasso e resulta em uma tensão causada pela ausência do acento esperado. É a suspensão de um acento normal do compasso pelo prolongamento de uma nota em tempo fraco para o tempo forte. Teoria Musical 39 www.soeducador.com.br A síncope pode ser regular (formada por notas de mesma duração) ou irregular (formada por notas de duração diferentes). Já o contratempo também é o deslocamento do tempo forte para um tempo fraco, porém as partes fortes são preenchidas por pausas. Da mesma forma pode ser classificado como regular e irregular. No contratempo regular as figuras e as pausas possuem o mesmo valor. Já no contratempo irregular a figura e a pausa não possuem o mesmo valor. 4.11 ORNAMENTOS Os ornamentos enfeitam e embelezam a música. São pequenas figuras que simplificam a leitura. Observe na tabela como são escritos e como devem ser executados: Teoria Musical 40 www.soeducador.com.br 4.11.1 NOTAS ARPEJADAS As notas arpejadas são indicadas com um sinal de ondas na vertical e devem ser tocadas quase que simultaneamente similarmente a dominós caindo. Teoria Musical 41 www.soeducador.com.br 4.11.2 TRINADO Trinado (ou Trilo) indica a execução alternada da nota (com o símbolo) com sua superior. A execução deve ser igual e corresponder ao valor da figura, respeitando, obviamente, o compasso. Um exemplo de composição que utiliza o trinado é o hino nacional brasileiro. Veja a partitura abaixo do início do hino: Teoria Musical 42 www.soeducador.com.br 4.12 FERMATA A fermata, ou coroa, é um sinal que indica prolongamento (indeterminado) do som, à vontade. É representado com um ponto e um arco a cima ou a baixo do mesmo. É comum nos finais de algumas peças. 4.13 SINAL DE OITAVA O Sinal de Oitava (8 ou 8va) indica que o trecho, que estiver tracejado, deve ser tocado uma oitava acima ou abaixo (conforme for indicado) do que está escrito. Teoria Musical 43 www.soeducador.com.br 5 DISTÂNCIA ENTRE AS NOTAS 5.1 TOM E SEMITOM Para calcular a distância entre as notas podemos utilizar como unidade de medida o tom e o semitom (ou meio-tom). Um tom é a distância de duas teclas do piano/teclado ou duas casas do violão. Meio-tom é a metade, ou seja, uma tecla/casa do instrumento. 5.2 DISTÂNCIA DAS NOTAS NATURAIS Entenderemos agora a distância entre cada nota: Dó — Ré → um tom. Ré — Mi → um tom. Mi — Fá → um semitom. Fá — Sol → um tom. Sol — Lá → um tom. Lá — Si → um tom. Si — Dó → um semitom. Um macete para lembrar é que as notas que terminam em ‘i’ estão a meio- tom de distância da próxima. No caso, as notas Mi e Si. Entre as notas naturais estão as notas com acidentes. Por exemplo: entre o Dó e o ré há o Dó sustenido ou ré bemol. Entre o Ré e o mi há o Ré sustenido/Mi bemol. Observe: Teoria Musical 44 www.soeducador.com.br Dó – Dó#/Réb – Ré – Ré#/Mib – Mi – Fá – Fá#/Solb – Sol – Sol#/Láb – Lá – Lá#/Sib – Si - Dó 5.3 INTERVALOS Um intervalo mede a distância entre duas notas. Para identificação, devemos verificar a sua classificação numérica e a quantidade de tons e semitons. Ao analisar um intervalo verifique primeiramente sua classificação numérica. Classificação Numérica Obtemos a classificaçãonumérica ao contar o número de notas presentes em um intervalo (A primeira e última notas devem ser contadas). Por exemplo, de um Dó até um Fá temos uma quarta (1-Dó; 2-Ré; 3-Mi; 4-Fá). Qualidade do intervalo Os intervalos podem ser classificados em maiores, menores, justos, diminutos e aumentados. Para qualificar apropriadamente cada intervalo iremos separá-los em dois grupos: 1. Grupo dos intervalos maiores/menores 2. Grupo dos intervalos justos. No primeiro grupo se encontram as segundas, terças sextas e sétimas. No segundo grupo se encontram os intervalos de quarta, quinta e oitava. Grupo 1: os intervalos podem ser diminutos, menores, maiores e aumentados. Caso abaixemos em meio-tom um intervalo menor este se tornam diminuto. Se o elevamos se torna maior. Se um intervalo maior for elevado em meio-tom este se tornará aumentado. Observe o esquema abaixo com intervalos em relação à nota Dó: Teoria Musical 45 www.soeducador.com.br Fonte: Para além das cordas (2021) Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mI0ImGGLiNc Grupo 2: os intervalos podem ser diminutos, justos e aumentados. Caso abaixemos em meio-tom um intervalo justo este se tornam diminuto. Se elevamos este intervalo justo ele já se torna aumentado. Observe o esquema abaixo com intervalos em relação à nota Dó: Fonte: Para além das cordas (2021) Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mI0ImGGLiNc Todos os intervalos podem ser aumentados ou diminutos, mas, na prática, alguns intervalos não são muito utilizados como, por exemplo, a sétima aumentada e a segunda diminuta. Sendo estes transcritos com sua notação enarmônica (som igual, nome diferente). 5.3.1 SEGUNDAS Segundas podem ser maiores, menores, aumentadas ou diminutas. A segunda diminuta, na prática, raramente utilizada, pois é enarmônica da tônica. Teoria Musical 46 www.soeducador.com.br Identificando segundas: 1. Contar o número de semitons contidos no determinado intervalo; 2. Observar a ordem das notas musicais (Dó — Do#/Réb — Ré — Ré#/Mib — etc). Lembrando que entre todas as naturais (com exceção entre Mi-Fá e Si- Dó), há a distância de um tom. Com isso em mente, contamos os semitons da seguinte maneira: Teoria Musical 47 www.soeducador.com.br 3. Se ambas as notas forem naturais (haverá 1 tom = 2 semitons), não precisamos contar o número de semitons (sempre lembrando que entre Mi—Fá e Si—Dó temos um semitom). 4. Se há acidentes, podemos usar o seguinte método: Imaginar as notas sem acidentes e determinar quantos semitons existem e adicionar os acidentes e ver como eles afetam o intervalo ⇒ Como notas naturais: intervalo de Sol — Lá é uma 2ª Maior ⇒ Adicionando sustenido ao Sol: torna-se uma 2ª menor ⇒ Sustenido ao Lá: o intervalo é agora uma 2ª Maior 5.3.2 TERÇAS Terças podem ser maiores, menores, aumentadas ou diminutas. É um intervalo importante para compreender a construção de acordes, pois estes são formados pelo empilhamento de terças. Teoria Musical 48 www.soeducador.com.br Identificando terças: Podemos identificar um intervalo de terça analisando-se os dois intervalos de segunda que formam este intervalo de terça. Por exemplo, a terça Dó-Mi tem duas segundas: Dó — Ré e Ré — Mi. Usando a seguinte tabela, podemos identificar terça. Teoria Musical 49 www.soeducador.com.br Quando as segundas são: Então a terça é: Menor — Menor Diminuta Maior — Menor Menor Maior — Maior Maior Aumentada — Maior Aumentada Aumentada — Menor Maior Seguindo este método, concluímos que a terça Dó — Mi é uma terça maior, pois ambas segundas (Dó — Ré; Ré — Mi) são maiores. Outra forma de identificar as terças é associar os intervalos com as escalas e/ou as tríades. Por exemplo, a terça Ré-Fá# está associada ao 1.º e ao 3.º graus da escala de Ré Maior ou com a terça da tríade do acorde de Ré maior. Concluímos então que Ré-Fá# é uma terça maior. O processo de memorização das terças leva tempo, estudo e dedicação. 5.3.3 QUARTAS Quartas podem ser justas, aumentadas ou diminutas. Teoria Musical 50 www.soeducador.com.br Identificando as quartas O intervalo de quarta é uma 4.ª justa caso todas as notas forem naturais, com exceção da quarta Fá-Si que é uma 4.ª aumentada. Caso haja acidentes no intervalo a ser analisado: • Analise como se não tivesse acidentes; • Observe os efeitos causados pelos acidentes; Exemplo: Intervalo de Sol e dó# Exemplo n°2: Dó# — Fá# Teoria Musical 51 www.soeducador.com.br 5.3.4 QUINTAS Quintas podem ser justas, aumentadas ou diminutas. Observe os exemplos abaixo: Identificando as quintas: Da mesma forma como no intervalo de quarta, todos os intervalos de quinta de notas naturais são justos, com exceção do intervalo Si — Fá que é uma Teoria Musical 52 www.soeducador.com.br quinta diminuta. Desta forma ao analisar um intervalo de quinta podemos utilizar o seguinte método: • Analisar o intervalo sem contar os acidentes; • Observar os efeitos dos acidentes no intervalo; Exemplo: Ré — Lá# Exemplo 2: Solb — Réb Este é um intervalo importante na música, pois representa a relação matemática mais simples (sem ser a oitava). Ou seja, é um intervalo muito consoante. Tem um papel determinante para compreender o ciclo das quintas (como o próprio nome diz, é formado a partir de intervalos de quinta). 5.3.5 SEXTAS Sextas podem ser maiores, menores, aumentadas ou diminutas. Observe os exemplos abaixo: Teoria Musical 53 www.soeducador.com.br Identificando sextas: Uma forma de classificar as sextas é através da associação com os respectivos acordes relativos. O acorde relativo de um acorde maior é a sua sexta maior, por exemplo: O acorde relativo de Dó maior é Lá menor, logo a nota lá é a sexta Maior de dó. Teoria Musical 54 www.soeducador.com.br Outra forma de identificar rapidamente uma sexta é contar ‘voltando’. • Ao voltar 1 Tom obtemos uma sexta aumentada • Ao voltar 1 Tom e meio obtemos uma sexta maior • Ao voltar 2 Tom obtemos uma sexta menor • Ao voltar 2 Tom e meio obtemos uma sexta diminuta A terceira forma de encontrar a sexta é pela inversão dos intervalos e classificar a terça resultante. Por exemplo, Dó# — Lá: • A inversão é Lá — Dó# • Ao identificar sua terça percebe-se que é uma terça maior • A sexta é o resultado inverso, portanto Dó# — Lá é uma sexta menor. 5.3.6 SÉTIMAS Sétimas podem ser maiores, menores, aumentadas ou diminutas Teoria Musical 55 www.soeducador.com.br Identificando as Sétimas: Podemos encontrar as sétimas pelo caminho mais curto: ‘voltando’. • Ao voltar meio-tom obtemos uma sétima maior • Ao voltar 1 Tom obtemos uma Sétima meno • Ao voltar 1 Tom e meio obtemos uma Sétima diminuta Também podemos classificar um intervalo de sétima pela inversão e classificar a segunda resultante. Por exemplo, Fá — Mi: • A inversão é Mi — Fá • Ao identificar a segunda percebe-se que é uma segunda menor • A sétima é o resultado inverso, portanto Fá — Mi é uma Sétima maior. Teoria Musical 56 www.soeducador.com.br 5.3.7 OITAVA Raramente irá aparecer o intervalo de oitava sem ser justa. No entanto, teoricamente podemos classificar oitava como diminuta, justa ou aumentada. Observe os exemplos abaixo: Teoria Musical 57 www.soeducador.com.br 5.3.8 INTERVALOS NO PIANO Teoria Musical 58 www.soeducador.com.br 6 ANALISANDO E MODIFICANDO INTERVALOS 6.1 INVERSÃO DE INTERVALOS Para realizar a inversão dos intervalos é elevado/rebaixado em uma oitava de modo a trocá-los de posição. Observe: Algumas observações sobre as inversões:• A inversão de intervalo justo resulta em intervalo justo (Exemplo: 4J ⇾ 5J); • A inversão de intervalo Maior resulta em intervalo menor e vice-versa (Exemplo: 3M ⇾ 6m); • A inversão de intervalo diminuto resulta em intervalo aumentado e vice-versa (Exemplo 2aum ⇾ 7dim) • Grau do Intervalo + grau de sua inversão = nove; ( 6° e 3° = 9; 7° e 2° = 9) • A soma dos dois intervalos resulta em uma oitava; • A inversão de dois intervalos enarmônicos resulta em intervalos enarmônicos. (7dim e 6M possuem como inversões 2aum e 3m respectivamente) Com a tabela abaixo fica fácil realizar as inversões: Intervalo Quando invertido 2° 7° 3° 6° 4° 5° 5° 4° 6° 3° 7° 2° Classificação Quando invertido Teoria Musical 59 www.soeducador.com.br Menor Maior Maior Menor Justo Justo Diminuto Aumentado Aumentado Diminuto A inversão de intervalos é uma boa ferramenta ao analisar as sextas e sétimas e verificar se o intervalo foi classificado corretamente. Observe os exemplos: 6.2 SIMPLIFICANDO ACIDENTES No momento em que estamos analisando os intervalos pode ser muito útil realizar simplificações para o nosso raciocínio funcionar melhor. As relações intervalares se mantêm como nas notas naturais caso ambas as notas possuírem os mesmos acidentes. Neste exemplo abaixo todos os intervalos correspondem a uma segunda maior: Teoria Musical 60 www.soeducador.com.br Se uma das notas tem um dobrado sustenido e outra um sustenido podemos retirar meio-tom de ambas, ou seja, a nota com dobrado passa a ser com sustenido e a nota com sustenido se torna natural. Mais uma vez a quantidade de tons e semitons também permanecerá a mesma. (Ex: quintas aumentadas) No caso de uma das notas possuir um dobrado bemol e a outra apenas um bemol podemos colocar a nota com bemol na forma natural e a com dobrado bemol com apenas um bemol. Novamente, a quantidade de tons e semitons permanecerá a mesma. (Exemplo: quartas aumentadas) 6.3 CONSONANTE E DISSONANTE Teoria Musical 61 www.soeducador.com.br O termo consonante refere-se aos sons que ‘soam’ bem e aos que os ouvidos causam sensação ‘boa’ e suave. Os gregos estudavam os intervalos e suas relações matemáticas e associavam a consonância a simplicidade de suas relações matemáticas. Quanto mais simples fosse essa associação, mais consonante este intervalo seria. Por meio do monocórdio Pitágoras categorizou estas relações. Este conceito passou por muitas mudanças no decorrer da história musical e, mesmo hoje em dia, nem todos os especialistas concordam com as definições de quais notas são ou não consonantes. Geralmente são consideradas consonantes os intervalos justos e as terças maiores/menores. Este conceito, como mencionado anteriormente, sofreu muitas mudanças no decorrer da história, um exemplo disso é Teoria Musical 62 www.soeducador.com.br o fato do intervalo de quarta justa ter sido considerado uma dissonância em alguns períodos. 7 Monocórdio 7.1 ASCENDENTE E DESCENDENTE Quando a primeira nota é mais grave dizemos ser um intervalo ascendente. Caso contrário, a primeira nota for mais aguda então é um intervalo descendente. 7.2 SIMPLES E COMPOSTO Um intervalo é considerado simples quando esta não ultrapassa uma oitava, ou seja, não tenha mais do que 6t de distância. Intervalos compostos ultrapassam a oitava. Nonas, décimas, décimas primeiras e décimas terceiras, são exemplos de intervalos compostos. Com a finalidade de simplificá-los, referimos à eles usando o intervalo simples correspondente: Teoria Musical 63 www.soeducador.com.br 7.3 MELÓDICO E HARMÔNICO Intervalos melódicos são intervalos tocados sucessivamente. Já os intervalos harmônicos são intervalos tocados simultaneamente. 7.4 CROMÁTICO E DIATÔNICO As notas que compõem o ‘semitom cromático’ possuem o mesmo nome, por exemplo: Lá e Lá#. Já o semitom diatônico possuem nomes diferentes, por exemplo: Lá e Sib. Teoria Musical 64 www.soeducador.com.br 7.5 TRÍTONO Um trítono corresponde a um intervalo de 3 tons e causa tensão, requerendo um repouso em seguida. Por exemplo, tocando simultaneamente Fá e Si em seguida toca-se Solb e Réb ou Mi e Dó. Existe uma lenda, que está aparentemente eternizada na internet, que conta que antigamente o trítono era chamado Diábolo e teria sido proibido pela igreja por um longo tempo devido a sua sonoridade. Porém, existem diversas composições do período medieval que apresentavam este intervalo e não há nenhum documento nem outro tipo de comprovação histórica que sustente esta tese. 7.6 UNÍSSONO Já ouviu a expressão cantar em uníssono? É quando é pedido para que todos cantem a mesma nota musical. O Uníssono representa duas notas de mesmo nome e altura. Teoria Musical 65 www.soeducador.com.br 7.7 RELAÇÃO MATEMÁTICA Já ouviu falar de frequências das notas musicais? As notas são ondas sonaras e a sua altura é determinada pela sua frequência. O lá logo acima do dó central possui, normalmente, uma frequência de 440Hz. Isso significa que a onda vibra 440 vezes em um segundo. Um lá localizado uma oitava acima possui o dobro da frequência (880Hz). A expressão matemática dessa relação é 880:440 ou 2:1. A seguinte tabela mostra outros exemplos, em ordem de consonante para dissonante. Relação Intervalo 2:1 Oitava 3:2 Quinta 4:3 Quarta 5:4 Terça Maior 6:5 Terça Menor 9:8 Segunda Maior 16:15 Segunda Menor Teoria Musical 66 www.soeducador.com.br 8 ESCALAS As escalas são um conjunto de notas musicais ordenadas em sequência que podem conter, na música ocidental, entre 5 a 12 notas. Cada escala possui sua própria sonoridade característica. A partir das escalas são construídas as melodias e harmônias das músicas. É a base para compreender verdadeiramente uma música. Conhecer as escalas é fundamental para o músico que deseja compor, improvisar e/ou compreender o que está executando. As figuras a seguir representam duas escalas. A primeira é a escala maior (Jonio) e a segunda escala se trata do terceiro modo gregoriano (Frigio). Esses nomes referem-se à estrutura específica de cada escala. Para se manter a ordem de tons e semitons mesmo ao modificar o centro tonal as notas são alteradas por acidentes. Por exemplo, Ambas as escalas abaixo são escalas maiores. A primeira é a escala de Dó Maior que não possui nenhum acidente. De modo a se construir uma escala Maior a partir da nota Ré, é necessário alterar o Fá e Dó um semitom acima. Teoria Musical 67 www.soeducador.com.br 8.1 ESCALA CROMÁTICA A escala cromática é a sequência organizada em intervalos de semitom que contém os 12 sons que utilizamos na música ocidental, ou seja, as 7 notas naturais mais 5 alterações. É possível afirmar que a escala cromática é a soma de todas as escalas. Veja o esquema a seguir Esta estrutura é facilmente observada a partir de um teclado/piano Note que entre Mi e Fá, bem como entre Si e Dó, não há espaços para as alterações como # ou b, pois como vimos anteriormente há apenas um semitom entre elas. Teoria Musical 68 www.soeducador.com.br 8.2 ESCALA DIATÔNICA MAIOR A Escala diatônica Maior, ou simplesmente escala maior, é uma das mais antigas do sistema musical ocidental. Geralmente a primeira que conhecemos quando criança ao aprender os nomes das sete notas musicais. Isto porque cantando elas de dó a dó obtemos a escala maior de dó maior. Esta escala possui 7 notas separadas por um tom, exceto entre os graus III- IV e VII-VIII separados por apenas um semitom. Observe abaixo a escala de Dó maior: Na escala maior há apenas intervalos Maiores e Justos em relação a tônica. (2M, 3M, 4J, 5J, 6M, 7M e 8J). Observe o esquemaque representa a sua estrutura: Teoria Musical 69 www.soeducador.com.br Construindo a escala maior Podemos construir uma escala maior a partir unicamente das fórmula e dos conhecimentos de intervalos, mas também podemos construir a partir de outras escalas maiores. No caso dos sustenidos andaremos em quintas e a cada interação adicionaremos meio-tom no sétimo grau: C ⇾ G[Fá#] ⇾ D [Fá#, Dó#]⇾ A[Fá#, Dó#, Sol#] ⇾ E[Fá#, Dó#, Sol#, Ré#] ⇾ B[Fá#, Dó#, Sol#, Ré#, A#] ⇾ ETC… Para as tonalidades que utilizam bemol iremos em quartas e adicionando bemol no quarto grau. C ⇾ F[Sib] ⇾ Bb [Sib, Mib]⇾ Eb[Sib,Mib,Láb] ⇾ Ab[Sib,Mib,Láb,Réb] ⇾ ETC… O mesmo conceito funciona para a escala menor (que veremos agora), porém iniciando da escala de lá, pois esta não possui acidentes. 8.2.1 NOMES DOS GRAUS Além de nos referirmos aos graus das escalas maiores e menores por números romanos podemos utilizar, também, estes nomes: Grau Nome I = VIII Tônica II Supertônica III Mediante IV Subdominante V Dominante Teoria Musical 70 www.soeducador.com.br VI Submediante ou Superdominante VII Subtônica ou Sensível Obs.: Subtônica (7m) e Sensível (7M) No caso da escala maior chamamos de sensível, mas no caso da escala menor natural, que estudaremos agora, chamamos de subtônica. 8.3 ESCALA DIATÔNICA MENOR NATURAL A Escala diatônica menor natural, ou simplesmente escala menor, é um modo obtido a partir da sexta nota da escala maior, por isso também é conhecida como escala menor relativa. A estrutura da escala menor natural é composta por 7 notas separadas por tons, exceto entre os graus II-III e V-VI separados por apenas meio- tom de distância. A estrutura de tons e semitons da escala é: (2M, 3m, 4J, 5J, 6m, 7m e 8J). Observe o esquema que representa a sua estrutura: 8.4 ESCALA DIATÔNICA MENOR HARMÔNICA A escala menor harmônica possui os mesmos acidentes fixos da escala menor natural com exceção do 7º grau que foi elevado em meio-tom. Teoria Musical 71 www.soeducador.com.br Observe que a escala possui um intervalo de segunda aumentada entre o V e o VI grau. Este intervalo é responsável pela sua sonoridade característica. Os intervalos formados com relação a tônica são: 2M, 3m, 4J, 5J, 6m, 7M e 8J. Observe abaixo o esquema de sua estrutura: 8.5 ESCALA DIATÔNICA MENOR MELÓDICA A escala menor melódica surgiu de uma adaptação da escala menor harmônica. O objetivo era facilitar o canto ao retirar o intervalo de 1 tom e meio. Para fazer isso e manter a sensível (7M) foi decidido aumentar em meio-tom o sexto grau. A escala menor melódica sobe e desce de formas diferentes. Ao subir possui os mesmos acidentes fixos da sua relativa maior, com exceção da terça que, nesta escala é menor. Ao descer possui os mesmos intervalos da escala menor natural. Teoria Musical 72 www.soeducador.com.br Há uma variação desta que realiza ambos os movimentos com as alterações, ou seja, sobe e desce da mesma forma. Esta é conhecida como escala menor melódica bachiana em homenagem e Johan Sebastian Bach que fazia uso desta escala desta forma. Observe o esquema de como fica a subida desta escala: 8.6 ESCALAS RELATIVAS Escalas relativas maior/menor possuem as mesmas notas, mudando apenas o centro tonal. Se você deseja encontrar a escala relativa menor de uma escala maior basta encontrar a sexta maior da tônica, ou seja, o sexto grau da escala maior. Exemplo relativa de Dó maior é Lá menor. Teoria Musical 73 www.soeducador.com.br Para realizar o contrário, encontrar a escala maior relativa de uma escala menor, basta encontrar a terça menor, ou seja, o terceiro grau da escala menor. Nada mais do que a inversão do intervalo de sexta maior. 8.7 ACIDENTES FIXOS A escala de Dó maior e sua relativa menor não apresentam nenhum acidente fixo. No entanto, para se construir as demais escalas utilizamos esses acidentes que aparecem junto da clave, também chamados Armadura de Clave. Teoria Musical 74 www.soeducador.com.br Por exemplo, ao montar a escala de Sol Maior você perceberá a presença do Fá#. Nas músicas em sol maior a nota Fá sustenido é colocada na armadura de clave evitando, assim, que se necessite ficar repetindo este acidente no decorrer da partitura. Este recurso ‘limpa’ a pauta para uma leitura mais clara e eficiente. As escalas com sustenidos são as seguintes: As escalas com bemóis são as seguintes: Obs. Na armadura de clave são registrados apenas acidentes correspondentes as escalas maior e menor natural. Não há uma armadura apenas Teoria Musical 75 www.soeducador.com.br com o sol sustenido (lá menor harmônico). Estes demais acidentes devem ser escritos na forma de acidentes ocasionais. Identificando as armaduras de clave Cada armadura de clave está relacionado a uma escala maior e sua relativa menor. Com o tempo, estudos e prática é possível memorizar os acidentes de cada uma delas. Há uma ordem para os sustenidos e os bemóis. A ordem dos sustenidos é: Fá, Dó, Sol, Ré, Lá, Mi, Si (Avança em intervalos de Quinta) A ordem dos bemóis é: Si. Mi, Lá, Ré, Sol, Dó, Fá (Avança em intervalos de Quarta) Perceba que é a ordem contrária. 8.7.1 SUSTENIDOS Para identificar a qual escala pertence uma tonalidade com sustenido na armadura podemos observar o último acidente desta e elevar em meio-tom. Por exemplo, a armadura da clave de Ré é: Fá# e Dó#. Dó# está a um semitom de distância da nota ré. Um segundo exemplo, A armadura da clave de Mi maior é Fá#, Dó#, Sol# e Ré#. Da mesma forma: Ré# está a apenas um semitom de distância de Mi. 8.7.2 BEMÓIS Teoria Musical 76 www.soeducador.com.br Com exceção da escala de Fá Maior que apresenta somente o Sib, observe o penúltimo bemol. Exemplo, os bemóis são Si, Mi, Lá, Ré. O Lá é o penúltimo bemol, logo esta armadura pertence a escala de Láb Maior. Imagine a armadura contendo Sib, Mib e Láb. A qual escala esta pertence? A escala de Mi bemol. 8.7.3 TONALIDADE Já viu um artista pedindo um Lá menor? Ou um Dó maior pra banda que irá lhe acompanhar? Então ele está avisando neste momento o tom da música que ele deseja para cantar. É importante salientar que o tom a ser cantado é o melhor para a sua (ou do cantor) cantar. Por isso é muito importante que esteja atento aos próximos capítulos para ser capaz de mudar de tom a hora que desejar/precisar. Outro detalhe importante é lembrar que nem toda música pertence ao nosso sistema tonal ocidental. Ao redor do mundo a música toma outras “formas”. A música se manifesta das mais diferentes forma-se em muitas dessas pode não fazer sentido pedir um Ré bemol maior. Dentre estas podemos citar a música atonal e um de seus grandes nomes era Schoenberg. O conceito de tonalidade surgiu durante o período renascentista e se estabeleceu durante o período Barroco. É relacionado ao uso de escalas maiores e Arnold Schoenberg Teoria Musical 77 www.soeducador.com.br menores. Ao se construir uma peça em uma dessas escalas, a tônica da escala se torna o tom central. A peça então está na tonalidade dessa escala. Em peças musicais Barrocas, Clássicas e Românticas, o acidente fixo significava o tom principal. Contudo, é comum a utilização de modulações (mudanças momentâneas de tons) durante a peça. Acordes (principalmente acordes de sétima menor/maior) auxiliam a definir tonalidade. Um exemplo, é o campo harmônico: uma série de acordes que se formam em determinada escala harmonizando uma música feita naquela tonalidade. 8.8 ESCALA PENTATÔNICA É a escala mais antiga que se tem conhecimento. Há documentos na China que datam 3.000 a.C. comprovando o seu uso. Alguns historiadores afirmam ainda que os sumérios autilizavam há mais de 6.000 a.C.. Foi trazida aos EUA pelos escravos trazidos da África e tornou possível o surgimento do Jazz e o Blues. A definição de escala pentatônica é: uma escala de 5 sons dentro de uma oitava. A partir desta você pode perceber que existem várias escalas pentatônicas possíveis. As mais famosas são a escala pentatônica maior e menor. Para formar a escala pentatônica maior utilizaremos no intervalo com a relação intervalar mais simples sem ser a oitava, ou seja, a quinta justa. Formamos então: C ⇾ G ⇾ D ⇾ A ⇾ E. Ordenando estas notas obtemos: Outra opção é a partir da escala maior retirar as notas que formam o trítono (F e B). Para formar a escala pentatônica menor podemos utilizar a mesma estratégia e retirar, a partir da escala menor natural as notas que formam o trítono. No caso abaixo a escala pentatônica de lá menor Teoria Musical 78 www.soeducador.com.br 8.9 MODOS GREGORIANOS / LITÚRGICOS Vamos conhecer agora os famosos modos litúrgicos, gregorianos fazem parte do sistema modal utilizado na música medieval cristã. Os modos litúrgicos têm nomes gregos porque julgava-se que correspondessem aos antigos modos da Grécia. Pesquisas revelaram que os modos gregos começavam em notas diferentes das dos homônimos eclesiásticos. Além disso, os gregos consideravam a escala no sentido descendente (MED, 1996, p. 165, grifo nosso). Abaixo os modos gregos: Além destes quatro principais havia ainda outros quatro modos secundários localizados uma quinta abaixo. Seus respectivos nomes eram acrescidos de Hipo (‘Hypo’ significava abaixo). Teoria Musical 79 www.soeducador.com.br Apesar de possuir os nomes de modos gregos, os modos litúrgicos são escalas diatônicas que se diferenciam destes por possuírem disposição de tons e semitons distintas e eram utilizados na música litúrgica da Idade Média (MED, 1996). Os modos litúrgicos podem ser visualizados a seguir: Há um modo para cada nota da escala. Como são sete notas conseguimos obter sete modos. 8.9.1 MODO JÔNIO O modo jônio é idêntica à escala maior. No fim da Idade Média a música erudita foi dando preferência a este modo com o modo eólio que acabaram dominando a música ao se tornarem o “modo maior” (Jônio) e o “modo menor”. Teoria Musical 80 www.soeducador.com.br 8.9.2 MODO DÓRICO O modo dórico é um modo menor que possui um intervalo característico responsável por sua sonoridade: a 6M. É como tocar a escala de dó maior partindo de Ré a Ré. 8.9.3 MODO FRÍGIO é um modo menor também, mas o seu intervalo característico é a segunda menor (2m). É como tocar a escala de dó maior partindo de Mi a MI. Teoria Musical 81 www.soeducador.com.br 8.9.4 MODO LÍDIO O modo lídio é um modo maior, mas diferentemente da escala maior possui uma 4° aum. É como tocar a escala de dó maior partindo de Fá a Fá. 8.9.5 MODO MIXOLÍDIO O modo mixolídio é um modo maior que possui uma sétima menor (7°m). é como tocar a escala sem acidentes indo de sol a sol. 8.9.6 MODO EÓLIO Teoria Musical 82 www.soeducador.com.br Este é o modo que deu origem a escala menor natural, portanto não há nenhum intervalo característico. 8.9.7 MODO LÓCRIO Este modo foi pouquíssimo usado por sua sonoridade dissonante. É um modo menor com dois intervalos característicos. A segunda menor e a quinta diminuta. 8.9.8 MUDANDO AS NOTAS Utilizamos a escala sem acidentes como forma pedagógica para a melhor memorização dos intervalos de cada modo, mas é importante que pratique cada modo iniciando em notas diferentes utilizando os acidentes para “corrigir” os intervalos. Procure explorar as sonoridades de cada modo em seu instrumento. Só assim você poderá evoluir de forma eficaz neste tema. 8.10 ESCALA DE TONS INTEIROS Teoria Musical 83 www.soeducador.com.br A escala de tons inteiros, também conhecida como escala hexafônica, é formada pela sequência de seis notas com intervalos de 1 tom entre si. Devido a sua simetria faz com que haja apenas duas possibilidades de digitação. Basta estudar a escala de C e de B. Devido a sua simetria não há como criar um campo harmônico a partir desta, pois todos os acordes possuem os mesmo intervalos o que limita em muito a movimentação das vozes na música. 8.11 ESCALA DIMINUTA A escala diminuta possui oito notas intercalando entre notas de tom e semitom. O termo diminuta vem do fato que os graus I, III, V e VII formam um acorde de sétima diminuta. Teoria Musical 84 www.soeducador.com.br Teoria Musical 85 www.soeducador.com.br 9 ACORDES O que é um acorde? Três ou mais notas tocadas simultaneamente formam um acorde. A principal nota do acorde é fundamental. As outras notas são chamadas pelo grau que são em relação à fundamental, espeitando a respectiva escala. Neste exemplo, temos um acorde de Dó Maior, Mi é o terceiro grau e Sol é o quinto grau. Caso tenha uma sétima também pode ser invertido nesta. No exemplo abaixo há um acorde de G7 e suas inversões. 9.1 TRÍADES Tríades são acordes formados de três notas (1º, 3º e 5º graus) e podem ser maiores, menores, aumentadas ou diminutas. Os exemplos seguintes mostram a estrutura de cada um desses: [F → Fundamental] Tríades Maiores: F - 3M - 5J Teoria Musical 86 www.soeducador.com.br Tríades menores: F - 3m - 5J Tríades diminutas: F - 3m - 5 dim Tríades aumentadas: F - 3M - 5 aum 9.1.1 TRÍADES EM ESCALA MAIORES Podemos a partir do empilhamento de terças de uma escala criar acordes. Realizaremos este processo nas escalas maiores agora: Teoria Musical 87 www.soeducador.com.br Estes são os acordes do campo harmônico maior de dó. Observe que o 1°/4°/5° grau são acordes maiores. 2°/3°/6° são acordes menores e o 7° grau é um acorde diminuto (tríade). 9.1.2 TRÍADES EM ESCALAS MENORES A variedade de tríades em escalas menores é maior, pois há 3 tipos: natural, harmônica e melódica. • Escala menor natural: • Escala menor harmônica: Teoria Musical 88 www.soeducador.com.br 9.1.3 TRÍADES E GRAUS DAS ESCALAS A seguinte tabela mostra os graus da escala onde encontramos cada tipo de tríade: Tríade Escala Maior Escala menor natural Escala menor harmônica Escala menor Melódica Maior I, IV, V II I, VI, VII V, VI IV, V Menor II, III, VI I, IV, V I, IV I, II Diminuta VII (meio-diminuta) II II, VII VI, VII Aumentada - III III 9.1.4 IDENTIFICANDO TRÍADES Identificando tríades rapidamente e com precisão é um requerimento essencial se caso você queira poder analisar e entender a música que está interpretando ou que estiver ouvindo. Então, é importante desenvolver essa habilidade Teoria Musical 89 www.soeducador.com.br que envolve a identificação dos intervalos. Em especial intervalos de terças e de quintas. Como mencionado anteriormente podemos identificar as tríades através dos intervalos para com a fundamental: Tríade Terça Quinta Exemplo: Maior Maior Justa Menor Menor Justa Diminuta Menor Diminuta Teoria Musical 90 www.soeducador.com.br Aumentada Maior Aumentada Pode-se também identificar duas terças que constroem o acorde. A tabela abaixo mostra a combinação dos intervalos característicos de cada categoria de tríade: Tríade Terça Quinta Exemplo: Maior Maior menor Menor Menor Maior Teoria Musical 91 www.soeducador.com.br Diminuta Menor Menor Aumentada Maior Maior 9.1.5 ALGUMAS TRÍADES NO PIANO 9.2 ACORDES DE SÉTIMA E GRAUS DAS ESCALAS Um intervalo importante na construção dos acordes que possuem 4 notas (tétrades) ou mais