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166 Z- SERV SOCSURG E INST NO BRASIL – MÓDULOS 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - Exercicios

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166Z - SERV SOC:SURG E INST NO BRASIL – MÓDULO 1 – EXERCÍCIO
MODULO 1- O CONTEXTO HISTÓRICO EM QUE SE INTRODUZIU O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
Material excertado do livro-texto da UNIP Interativa de autoria da Profª Luciana Helena Mariano Lopes:
MODULO 1- O CONTEXTO HISTÓRICO EM QUE SE INTRODUZIU O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
 O Serviço Social no Brasil surgiu na década de 1930, por iniciativa da Igreja Católica e juntamente com a implantação das Leis Sociais. As Leis Sociais tratava-se de uma regulamentação das leis trabalhistas visto os rumos que o mercado de trabalho nos moldes capitalista tomavam – a força de trabalho era vista como mercadoria, trocada por um salario pré estabelecido pelo capital, que a explorava.
Com o crescimento da classe trabalhadora e de sua família, sua insatisfação segundo a sua condição de existência na sociedade capitalista, obrigaram o Estado e a Igreja a promoverem algumas concessões e modificações que, na verdade, tinham como pano de fundo o controle das massas.
A questão social é evidenciada como fruto desta relação de desigualdade entre as classes, questão de sua formação enquanto classe, de seu reconhecimento pelo Estado e em seu relacionamento com esta.
Nesse período dos anos 1930, o Estado Novo, então instituído, defronta-se com duas demandas emergentes: absorver e controlar os setores urbanos emergentes e buscar, nesses mesmos setores, legitimação política. Para isso, adota uma política de massa, incorporando parte das reivindicações da população, porém controlando a autonomia dos movimentos reivindicatórios do proletariado emergente, através de canais institucionais, absorvendo-os na estrutura corporativista do Estado (SILVA E SILVA, 2006).
Ainda segundo SILVA E SILVA (2006: 24-25), no momento vivido nacionalmente, o Serviço Social é um projeto embrionário de intervenção profissional, apresentando-se como estratégia de qualificação do laicato da Igreja Católica, que crescia através da ampliando de suas ações caritativas aos mais necessitados. Procurava-se, com isso, atender ao imperativo da justiça e da caridade, em cumprimento da missão política do apostolado social, em face do projeto de cristianização da sociedade, cuja fonte de justificação e fundamento é encontrada na Doutrina Social da Igreja.
Desta forma, a intervenção profissional do assistente social estava dirigida, sobretudo, as situações de “pobreza” e dos “pobres ou desajustados”. O objetivo central era levá-los a um maior ajustamento à ordem social vigente – visão de pobreza ser um caso de policia. Nesse contexto, a intervenção do Serviço Social se realizava preferencialmente no âmbito individual, trabalhando sobre as “características individuais” dos sujeitos que apresentavam algum tipo de “desajuste social”.
Portanto, a intervenção tinha um forte traço moralizador que se travestia de “educador”, se tratava de uma verdadeira “reforma moral”.
Conforme VERDÈS-LEROUX,
o projeto profissional dos anos 30 baseava-se na educação da classe operária, fornecendo-lhes regras de bom senso e razões práticas de moralidade, corrigindo lhes seus preconceitos, ensinando-lhes a racionalidade, os disciplinando nos seus trajes, seus lares, nos orçamentos domésticos, na maneira de pensar. A função do assistente social nesse período – embebido pelo militantismo católico – encontra-se na missão ideológica da classe dominante, ou seja, no modelamento da personalidade do indivíduo de acordo com a visão de mundo da burguesia adaptada sob a forma de certo humanismo cristão (1986, p. 15).
 Desta forma foi implantado o trabalho de agentes sociais para atuarem no controle social dos que só tinham a sua força de trabalho para vender.
Segundo IAMAMOTO (2003), a implantação do Serviço Social se dá no decorrer desse processo histórico, como iniciativa particular de grupos e frações de classe, que se manifestam, principalmente, por intermédio da Igreja Católica.
 A implantação do Serviço Social se dá no decorrer de um processo histórico iniciado a partir dos anos de 1920-30. (LOPES, 2013, pg 9-10)
1 - Inicialmente, a assistência social apresentou-se como uma prática de favor e ajuda, porém, com a evolução histórica, ela se configura como:
 
A uma segurança social.
 
B uma proteção social.
 
C um direito.
 
D um dever de todos.
 
E uma retribuição social.
 
A resposta correta é: C. 
2 - O trabalho é fundamental para o ser social e apresenta-se como prioridade em relação às demais relações sociais, pois ele possibilita o aprendizado dos fenômenos sócio-históricos que as determinam. Tal compreensão permite considerar que o serviço social, como profissão particular desenvolvida no processo da divisão social e técnica do trabalho, insere-se: 
 
A nos conflitos de classes, adotando postura de neutralidade ética como forma de construir autonomia profissional frente aos diversos e antagônicos interesses sociais. 
 
B no mercado de trabalho como profissão liberal, controlando as condições materiais, organizacionais e técnicas para o pleno desempenho de seu trabalho.
 
C no interior dos equipamentos socioassistenciais, desenvolvendo ações socioeducativas junto às classes subalternizadas por meio dos serviços sociais.
 
D nas relações privadas e possui apenas caráter doutrinário (tem pensamento neutro).
 
E na divisão do trabalho como profissão que leve a paz por meio dos ideários católicos. 
 
A resposta correta é: C.
3 - O surgimento do serviço social no Brasil remonta aos primeiros anos da década de 1930, como fruto da iniciativa particular de vários setores da burguesia, respaldados pela Igreja Católica e tendo como referencial o serviço social europeu. É evidente que não pode ser visto como uma simples transposição de modelos ou como mera importação de ideias, pois suas origens estão profundamente relacionadas com o complexo quadro histórico-conjuntural que caracterizava o país naquele momento. 
Leia as afirmativas a seguir:
I - A acumulação capitalista deixava de se fazer por meio de atividades agrárias e de exportação e se centrava no amadurecimento do mercado de trabalho, na consolidação do pólo industrial e na vinculação da economia ao mercado mundial.
II - O processo revolucionário em curso no Brasil desde a segunda metade da década de 20 exigia uma rápida recomposição do quadro político, econômico e social do país.
III. A luta de classes se impunha como uma realidade presente e determinava um quadro social marcado por uma constante tensão.
IV - No Rio de Janeiro, como fruto do esforço da nascente burguesia e de setores da Igreja Católica, criou-se o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), onde foi realizado o primeiro curso de preparação para o exercício da ação social denominado “Curso Intensivo de Formação Social para Moças”.
V - Historicamente, a realização do “Curso Intensivo de Formação para Moças”, cuja clientela era constituída por jovens católicas, foi o primeiro passo da longa caminhada do serviço social no Brasil.
Assinale a alternativa correta:
 
A As afirmativas I, II e V estão corretas.
 
B As afirmativas II, III, e IV estão corretas.
 
C As afirmativas I, II, III e V estão corretas.
 D As afirmativas I, II, IV e V estão corretas.
 
E Todas as afirmativas estão corretas.
 
A resposta correta é: C.
4 - Em qual década surgiu o serviço social?
 
A Década de 1930
 
B Década 1940.
 
C Década de 1920.
 
D Década de 1950
 
E Década de 1980.
 
A resposta correta é: A.
5 - Com o crescimento da classe trabalhadora e do tamanho da família que a compunham. a insatisfação ocasionada pela condição em que estas se encontravam na sociedade capitalista obrigaou o Estado e a Igreja a tomarem qual providência?
 
A Incentivar a organização sindical.
 
B Incentivar o controle de natalidade.
 
C Incentivar o aumento dos salários.
 
D Incentivar algumas concessões e modificações, que, na verdade, tinham como pano de fundo o controle das massas.
 
E Incentivaro controle das massas.
 
A resposta correta é: D.
6 - O que é fruto da relação de desigualdade entre as classes e refere-se à formação enquanto classe social e de seu reconhecimento pelo Estado e em seu relacionamento com essa?
 
A Questão social.
 
B Desigualdade social.
 
C Espaço ocupacional.
 
D Articulação social.
 
E Mobilização social.
 
A resposta correta é: A.
7 - Considerando a implantação das primeiras escolas de Serviço Social em São Paulo e Rio de Janeiro, assinale a alternativa que corresponde à conjuntura política e econômica do referido período:
 
A Ditadura Militar.
 
B Primeria República.
 
C Republica Velha.
 
D República do Café com Leite.
 
E Governo Provisório (pós 1930)/Estado Novo.
 
A resposta correta é: E. 
8 - A intervenção profissional do assistente social estava dirigida, sobretudo, as situações de “pobreza” e dos “pobres ou desajustados”. Sendo assim qual o objetivo em relação aos usuários?
 
A Levá-los a um maior ajustamento à ordem social vigente. A pobreza sendo um caso de polícia.
 
B Manter um olhar holistico apra as demandas emergentes.
 
C Desenvolver uma ação humanitária em favor da coletividade.
 
D Oportunizar espaços de reflexão da coletividade.
 
E Orientar o individuao respeitando seu contexto socio-cultural-economico.
 
A resposta correta é: A.
166Z - SERV SOC:SURG E INST NO BRASIL – MÓDULO 2 – EXERCÍCIO
MODULO 2- O CONTEXTO SOCIOPOLITICO DA PRIMEIRA REPUBLICA
Manteremos como fonte de conteúdo o Livro Texto da UNIP Interativa de autoria da Profª Luciana Helena Mariano Lopes:
MODULO 2- O CONTEXTO SOCIOPOLITICO DA PRIMEIRA REPUBLICA
 "A política do café com leite demarcava e marcava o período da Primeira República. São Paulo e Minas Gerais eram os responsáveis pela economia brasileira neste período.
Os estados de menor força política ficavam praticamente à margem nesse jogo de cartas marcadas. Já estados de importância mediana, como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia, buscavam ocupar espaços atuando individualmente ou em conjunto. Nas eleições presidenciais de 1922, esses estados de segunda grandeza se uniram com o intuito de romper com o predomínio de Minas Gerais e São Paulo. Foi criado um movimento político de oposição – a Reação Republicana – que lançou o nome do fluminense Nilo Peçanha contra o candidato oficial, o mineiro Artur Bernardes.
O programa oposicionista defendia maior independência do Poder Legislativo frente ao Executivo, o fortalecimento das Forças Armadas e alguns direitos sociais do proletariado urbano. Todas essas propostas eram apresentadas num discurso liberal de defesa da regeneração da República brasileira.
Até aí não havia grandes novidades. Parecia que a lei de ferro das sucessões presidenciais da Primeira República iria se manter, isto é, a oposição iria concorrer, perder e reclamar das fraudes sem resultado. A história, no entanto, foi um pouco diferente. Para começar, porque pela primeira vez organizava-se uma chapa de oposição forte com o apoio de importantes grupos regionais. Além disso, o movimento contou com a adesão de diversos militares descontentes com o presidente Epitácio Pessoa que nomeara um civil para a chefia do Ministério da Guerra. Finalmente, a Reação Republicana conseguiu, em uma estratégia praticamente inédita na história brasileira, desenvolver uma campanha baseada em comícios populares nos maiores centros do país. O mais importante deles foi o comício na capital federal, quando Nilo Peçanha foi ovacionado pelas massas.
Em outubro de 1921, a campanha eleitoral esquentou. Foram publicadas na imprensa carioca cartas atribuídas a Artur Bernardes em que este fazia comentários desrespeitosos sobre os militares. Apesar de Bernardes negar a autoria, o episódio – mais tarde chamado das "cartas falsas" – acirrou os ânimos e abriu caminho para que alguns oficiais iniciassem movimentos para impedir, a todo custo, a vitória do candidato oficial.
A conspiração não teve maiores consequências, e as eleições puderam transcorrer normalmente, em março de 1922. Como era de se esperar, a vitória foi de Artur Bernardes. O problema foi que nem a Reação Republicana nem os militares aceitaram o resultado. Como o governo se manteve inflexível e não aceitou a proposta da oposição de rever o resultado eleitoral, o confronto se tornou apenas uma questão de tempo.
Em julho de 1922, algumas unidades militares do Rio de Janeiro e de Mato Grosso se levantaram contra o governo. Foram derrotadas. A rebelião mostrou-se desarticulada e sem base política, mas serviu de detonadora para outros levantes militares nos anos seguintes. Era o início do movimento tenentista. O governo reagiu decretando Estado de Sítio.
O clima de tensão política permaneceu durante toda a gestão do presidente Artur Bernardes. A imprensa foi censurada e centenas de oposicionistas civis e militares foram presos e desterrados para campos de internamento no Norte do país. Com os grupos dissidentes vigiados e controlados, coube aos militares à vanguarda das ações contra o governo. Dois anos depois eclodiram os levantes de 1924 e, pouco mais tarde, formou-se a Coluna Prestes.
No governo seguinte, a situação se acalmou um pouco. O presidente Washington Luís levantou o Estado de Sitio com a promessa de reduzir a repressão política. A crise política ganharia fôlego novamente apenas na sucessão presidencial de 1930. Ela foi motivada, principalmente, pela cisão causada pela atitude de Washington Luís de indicar para sua sucessão o paulista Júlio Prestes, e não, como se esperava, o mineiro Antônio Carlos. Interessava a Washington Luís que seu sucessor mantivesse o seu plano de estabilização financeira. Com isso rompeu-se a aliança que havia dominado por décadas a política brasileira.
O rompimento do pacto Minas-São Paulo teve como resultado direto o reagrupamento da oposição, agora com apoio da poderosa oligarquia mineira. Foi formada a Aliança Liberal, que lançou as candidaturas do gaúcho Getúlio Vargas para a presidência e do paraibano João Pessoa para a vice-presidência. A chapa foi apoiada também pela dissidência paulista, organizada no Partido Democrático, e por diversos outros setores civis e militares.
O nome de Getúlio Vargas cresceu durante a campanha, mas a candidatura de Júlio Prestes manteve-se como favorita. A maioria dos grupos oligárquicos regionais manteve-se fiel à orientação do presidente da República.
Em março de 1930 realizaram-se as eleições e a história mais uma vez foi à mesma: venceu a candidatura oficial. As denúncias de fraude ganharam a imprensa e grupos oposicionistas civis e militares começaram a conspirar. Repetia-se o que havia ocorrido em 1922, mas agora a oposição estava mais forte e articulada. De março a outubro foram sete meses de tensão política, que tiveram como desfecho a derrubada de Washington Luís com a Revolução de 1930.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a indústria brasileira registrou alto índice de expansão, fruto do declínio do comércio internacional e da consequente necessidade de substituição das importações. Com o aumento das atividades industriais, cresceu o contingente de trabalhadores organizados, o que fortaleceu o movimento operário.
Entre 1917 e 1920, inúmeras greves foram decretadas nos principais centros urbanos do país. Em decorrência, o debate sobre a questão social e sobre as medidas necessárias para enfrentá-la ganhou considerável espaço no cenário político nacional. O mesmo acontecia no plano internacional, tanto que o Brasil participou da Conferência do Trabalho de Washington, em 1919. Esse foi um ano de eleições presidenciais aqui, e o tema foi bastante explorado pelo candidato de oposição Rui Barbosa. Mesmo sem apoio de uma máquina eleitoral, Rui conseguiu cerca de um terço dos votos e saiu vitorioso no Rio de Janeiro, então capital da República.
O objetivo central da classe operária era melhorar as condições de vida, de trabalho e de salário. Já o empresariado consideravaa possibilidade de fazer algumas concessões ao operariado para garantir o processo de produção e de acumulação de capital e, simultaneamente, fazer frente às críticas anti-industrialistas, que acusavam o setor de ser o causador da alta do custo de vida e também de ser o estimulador de graves problemas sociais com sua intransigência.
Enquanto a classe trabalhadora negociava com os empresários através dos seus sindicatos legalmente organizados, o patronato também se reunia em associações. Entre as principais figurava o Centro Industrial do Brasil (CIB), que funcionou como um órgão de negociação. Jorge Street, industrial presidente do CIB, representava a corrente mais favorável à concessão de certos direitos para a classe trabalhadora como condição para a reprodução do capital e da força de trabalho. Além disso, aceitava a intervenção estatal na regulamentação do mercado de trabalho, até então relativamente ausente, desde que fosse respeitada a iniciativa individual dos empresários.
O Poder Legislativo deu início a um debate com vistas a encaminhar a aprovação de um Código de Trabalho, o que não chegou a acontecer. Tem-se veracidade que, para a maioria dos políticos da época, a questão social não era percebida como sendo de natureza econômica ou mesmo social, era tida como um problema de moral e de higiene. Daí, portanto, a tendência a tratá-la com os temas de educação e saúde. Com o tempo, entretanto, as questões educacional e sanitária ganharam sua área própria e abriram-se novas discussões sobre as reformas educacionais e o movimento sanitarista.
Duas leis importantes foram introduzidas na segunda metade dos anos 1920: a Lei de Férias (1925) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1926/27). A primeira visava obrigar os empresários a concederem 15 dias de férias a seus empregados, sem prejuízo do ordenado, mas foi sistematicamente desrespeitada. Já o Código do Menor estipulava a maioridade a partir dos 18 anos e propunha uma jornada de trabalho de seis horas. Ao contrário da Lei de Férias, enfrentou uma reação apenas parcial, com relação aos limites de idade (de 14 anos) e ao horário de trabalho estipulados.
O cumprimento da legislação social, entretanto, deixava muito a desejar, em razão da ausência de fiscalização adequada. Apenas os trabalhadores mais organizados e de maior peso político conseguiram, assim mesmo com muita luta, garantir sua aplicação. Entretanto, essas melhorias se restringiam aos grandes centros do país, como São Paulo e o Distrito Federal, portanto não tinham caráter nacional. Mesmo a criação do Conselho Nacional do Trabalho, em 1923, concebido como um órgão específico para tratar de questões dessa natureza, não resolveu o problema. O Conselho teve atuação de caráter meramente consultivo, não chegando a operar como planejador de uma legislação social. Só a partir de 1928 o órgão adquiriu poderes para atuar como árbitro de conflitos trabalhistas.
 Até a inauguração da era Vargas, o direito social brasileiro só abrangia alguns poucos aspectos da questão trabalhista e menos ainda da questão previdenciária. Seja como for, a implantação de uma legislação social como um todo, após a Revolução de 1930, tem suas raízes nessas iniciativas pioneiras e na luta dos trabalhadores desse período." (LOPES, 2013, PG 10-13).
1 - Assinale a alternativa que destaca o objeto de trabalho do serviço social na divisão social e técnica do trabalho:
 
A a democracia.
 
B a igualdade entre os povos.
 
C o pluralismo.
 
D a questão social.
 
E a justiça social.
 
A resposta correta é: D.
2 - Qual política demarcava e marcava o período da Primeira República?
 
A Politica do centrão. São Paulo e Minas Gerais eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
B Sudeste em ação. São Paulo e Minas Gerais eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
C Política Café com Leite. Paraná e Minas Gerais eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
D Política Café com Leite. São Paulo e Minas Gerais eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
E Politica Café com Leite. São Paulo e Santa Catarina eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
A resposta correta é: D.
3 - O presidente Washington Luís levantou o Estado de Sitio com a promessa de reduzir a repressão política. A crise política ganharia fôlego novamente apenas na sucessão presidencial de 1930. Ela foi motivada, principalmente, pela cisão causada pela atitude de Washington Luís de indicar para sua sucessão o paulista Júlio Prestes, e não, como se esperava, o mineiro Antônio Carlos. Interessava a Washington Luís que seu sucessor mantivesse o seu plano de estabilização financeira. Com isso rompeu-se a aliança que havia dominado por décadas a política brasileira. O rompimento do pacto Minas-São Paulo teve como resultado direto o reagrupamento da oposição, agora com apoio da poderosa oligarquia mineira.
Sobre esse periodo analise as afiramtivas a seguir:
I- Foi formada a Aliança Liberal
II- É lançada as candidaturas do gaúcho Getúlio Vargas para a presidência e do paraibano João Pessoa para a vice-presidência. 
III- A chapa foi apoiada também pela dissidência paulista, organizada no Partido Democrático, e por diversos outros setores civis e militares.
IV- A maioria dos grupos oligárquicos regionais manteve-se fiel à orientação do presidente da República.
V- Em março de 1930 realizaram-se as eleições e a história mais mudou, não venceu a candidatura oficial.
Escolha a alternativa correta frente ao enunciado e as afirmativas.
A Estão corretas apenas as alternativas I,II.
 
B Estão corretas somente as alternativas II, III e IV.
 
C Estão corretas as alternativas I, II, III e IV.
 
D Estão corretas as alternativas Ie V.
 
E Todas as alternativas estão corretas.
 
A resposta correta é: C.
 4 - São características do Estado Novo, EXCETO:
 
A Democracia plena.
 
B Politica corporativista.
 
C a) Política desenvolvimentista;
 
D a) Repressão à mobilização e organização do proletariado;
 
E a) Política de massas, sobretudo trabalhistas.
 
A resposta correta é: A.
5 - O Poder Legislativo deu início a um debate com vistas a encaminhar a aprovação de um Código de Trabalho, o que não chegou a acontecer. Tem-se veracidade que, para a maioria dos políticos da época, a questão social não era percebida como sendo de natureza econômica ou mesmo social. Como era percebida?
 
A Como um problema de moral e de higiene.
 
B Como problema da Igreja.
 
C Como problema da família.
 
D Como problema do individuo.
 
E Como problema cultural.
 
A resposta correta é: A.
6 - Quais foram as duas leis importantes foram introduzidas na segunda metade dos anos 1920?
 
A Lei de Férias (1926) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1926/27). 
 
B Lei de Férias (1925) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1926/27). 
 
C Lei de Férias (1925) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1929/30). 
 
D Lei de Patronato Férias (1925) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1926/27). 
 
E Lei de FGTS (1925) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1926/27). 
 
A resposta correta é: B.
 
7 - O cumprimento da legislação social, entretanto, deixava muito a desejar, em razão da ausência de fiscalização adequada. Apenas os trabalhadores mais organizados e de maior peso político conseguiram, assim mesmo com muita luta, garantir sua aplicação. O que estipulava o código de menores da decada de 1930?
 
A Trabalho a partrir dos 12 anos.
 
B Trabalho a partir de 14 anos.
 
C Maioridade a partir de 16 anos.
 
D Maioridade a partir de 18 anos e jornada de trabalho de seis horas para adolescentes a partir de 14 anos.
 
E Maioridade a partir de 16 anos e jornada de trabalho de seis horas para adolescentes a partir de 14 anos.
 A resposta correta é: D.
MODULO3 - ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS PARA A IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO
Material excertado do Livro Texto da UNIP Interativa de autoria da Profª Luciana Helena Mariano Lopes:
 MODULO 3 - ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS PARA A IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO
 A institucionalização do Serviço Social como profissão tem sua origem, portanto, num contexto contraditório, em que processos sociais, políticos e econômicos marcam a evolução das relações sociais no processo de consolidação do capitalismo monopolista.
O modelo econômico brasileiro em meados das décadas de 1920 e 1930 era o agro exportador, que tinha como objetivo abastecer o mercado europeu com produtos agrícolas de origem tropical, sendo os principais produtos brasileiros de exportação o café, a borracha, o açúcar e algodão. Porém, no período da Primeira Guerra Mundial houve um crescimento na indústria nacional devido às dificuldades criadas pela disputa do mercado internacional, tanto para as exportações dos produtos agrícolas, como para as importações dos manufaturados.
O Brasil na década de 1920 vivia o período da Primeira Republica marcado por ações fortemente repressoras. A repressão policial, peculiar da Primeira República, apresentava o fracasso do plano da burguesia em conter avanço do movimento operário, necessitava de mecanismos mais sólidos para combater as contradições sociais. É aí que se evidencia ser necessária a intervenção do Estado.
No início da Primeira República, os ideais estabelecidos para o novo regime e a autonomia constitucional adquirida pelas unidades federadas não aconteceram de fato.
A economia brasileira, portanto, entre a segunda metade do século XIX até os anos 1930 se caracterizava por um modelo agroexportador, passando após a adotar um modelo industrial, de substituição de importação, modelo urbano-industrial. A mudança do sistema agrário-comercial para o industrial produziu profundas alterações sociais, principalmente com a mudança do estilo de vida rural para um urbano-industrial, levando a crescente urbanização, fenômeno este que só faz agravar problemas e conflitos sociais, solicitando das instâncias majoritárias ações.
Esses fatores favoreceram a produção interna de bens industrializados, como também o crescimento dos centros urbanos em torno das indústrias, gerando a formação da classe operaria no país, acompanhada por um processo de marginalização. A população pobre passou a ocupar as periferias das cidades, sem as mínimas condições de vida; faltando-lhes todas as políticas estruturantes e sociais (moradia, saneamento, educação, saúde, etc.). Essa acentuada pobreza contribuiu para o aparecimento dos movimentos sociais que passaram a contestar a ordem estabelecida.
O cenário internacional vivenciava neste mesmo período uma crise do comercio internacional com a Crise da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, ocasionando para o Brasil mudanças na sua estrutura econômica, tendo em vista que devido às inúmeras falências bancárias e industriais na Europa, os investimentos foram paralisados, o que significou, para os países da América Latina, o fim da entrada de capitais e a queda em suas exportações. Isto foi um caos para a produção cafeeira do Brasil, já que o controle político e econômico estava ainda nas mãos de fazendeiros.
Somada a esta crise, o movimento de outubro de 1930 apresentam-se como “divisores de águas” para a trajetória da sociedade brasileira, demonstrando a emergência no deslocamento para outras atividades econômicas.
É, portanto, neste contexto, década de 1920-1930, onde o Brasil vivia um período marcado pelo aprofundamento do modelo de Estado intervencionista, sob a égide do capitalismo monopolista internacional e por uma politica nacional que privilegiava o crescimento industrial. O desenvolvimento material desencadeava a expansão do proletariado e a necessidade de respostas, de uma politica de controle e de absorvesse este segmento.
A Revolução de 1930 pôs fim a Primeira República, com a posse do governo por Getúlio Vargas, após um golpe organizado por seus partidários. Seu governo foi caracterizado por ser forte e centralizador, e por investir grandemente no desenvolvimento da indústria de base, para garantir a estrutura de que o capitalismo necessitava para expandir-se. Com isso o governo conseguiu modernizar a economia nacional, acelerando o processo de industrialização.
Devido ao desenvolvimento da industrialização, a classe operaria tem um crescimento exorbitante. Eles se aglutinaram nos centro urbanos vivendo em condições insalubres, precárias e desumanas, próximos das indústrias, o qual eram sujeitos a excessivas horas de trabalho. Um momento de crescente miséria e exploração de homens, mulheres e crianças.
O trabalho foi outra questão social delicada na República Velha, foi durante este período que, começaram a se desenvolver as classes médias urbanas, assim como a classe operária, que cresceu à medida que a industrialização se expandiu. As condições de trabalho eram bastante precárias, pois não havia leis que regulamentassem a relação patrão - empregado. As jornadas de trabalho eram muito longas, não havia férias, nem aposentadoria ou descanso semanal remunerado, não havia proteção para o trabalho de mulheres e crianças, e muitas fábricas tinham o ambiente insalubre.
A educação coube a um grupo de elites ilustradas, formadas na tradição iluminista, reproduzindo o modelo europeu, naturalmente observado devido às condições, inclusive intelectual das unidades federadas. Porém, a Igreja Católica exercia sem freios o controle da vida moral e cultural do país, ainda tinha influências no sistema educacional brasileiro.
A saúde era outro problema social principalmente nos grandes centros urbanos.   O movimento sanitarista tornou-se um importante marco no “processo civilizador” de construção do Estado Nacional Brasileiro, e na mudança da relação entre Estado e Sociedade. A população não via com bons olhos a iniciativa dos sanitaristas que queriam acabar com as epidemias que assolavam as periferias das grandes cidades, assim surgindo várias revoltas como a da Vacina.(...)
  
3.1 – A questão social na Primeira Republica
 A questão social emerge com generalização do trabalho livre, tornando mercadoria à força de trabalho. O operário e sua família vendem sua força de trabalho à classe dominante, estando sujeitos a grande exploração do capital. Exploração esta que impulsionou a luta do proletariado por melhores condições de vida, pois eram péssimas as condições de trabalho, cuja jornada diária era sempre calculada de acordo com as necessidades das empresas e o operário e sua família trabalhavam somente para comer. Além do mais, não tinham férias, nem auxilio doença, e seu lazer e cultura ficava a cargo da filantropia e/ou caridade.
Com a Proclamação da República ocorrida em 15 de novembro de 1889, um importante processo de transformação e de questões sociais, políticas e econômicas, ocorreram através da união de duas forças: o exército e os fazendeiros de café.
Estas forças se unem, movidas por razões diferentes, mas com os mesmos objetivos: a extinção do governo Imperial, extinção ocorrida à parte, sem a participação do povo.
Com os diferentes interesses entre o exército e os fazendeiros, estes grupos distintos desunião, pois o exército estava movido pela razão corporativista e ideológica, na busca de afirmação como instituição importante, já os fazendeiros, eram movidos por interesses econômicos.
A luta em que se travou entre estes grupos, os militares conquistaram o poder. Entre os primeiros decretos do governo militar estavam o banimento da Família Real, a separação entre a Igreja e o Estado, a instituição do casamento, a grande nacionalização e a criação da bandeira republicana com o lema positivista “Ordem e Progresso”. (...)
(...) Os direitos sociais dos trabalhadores já haviam sido editados anteriormente a Proclamação da República, mas é somente com a Constituição de 24/02/1891 que vão ser legitimados enquanto direito reclamável.(...)
(...)Neste momento, a mão-de-obra estrangeira passa a ser usada na lavoura de café e também na indústria; formam-se grandes contingentes de trabalhadores estrangeiros assalariados, tanto nas fazendas como nas indústrias. Com isso, há uma desvalorização dos salários pagos a esses trabalhadores devido o crescimento da mão-de-obra disponível, levando os trabalhadores a uma situação de extrema pobreza.
Muitos imigrantes, para enfrentar a pobreza e para manter a sua sobrevivência, buscavam agregar-se às famílias mais abastadas a fim de terem supridas suas necessidades básicas, em troca, os imigrantes prestavam todos os tipos de serviços.
O fortalecimento da indústria determinou o desenvolvimento da vida urbana onde surgiram novas forças sociais e políticas, como: a burguesia industrial, as classes médias urbanas, e a classe operária.
A capacidade de articulação e organização dos trabalhadores em prol de ajuda mútua veio a revelar o poder que esta classe, unida, possuía, iniciando um período de manifestações que vão gerar greves, como as de 1917 e 1919. Com isso, o Estado percebe a necessidade de reprimir estas manifestações e começa a tratar a “questão social” como caso de polícia.
Diante destas situações, o Estado promulga alguns decretos a fim de amenizar os conflitos, tais como: regulação das condições sanitárias das indústrias, assim como o trabalho de menores e mulheres. Porém, estas medidas são pontuais e sem nenhuma expressão por não elegerem uma fiscalização efetiva.
Com a intenção de regulamentar algumas medidas assistenciais, algumas indústrias tomam a iniciativa de executarem ações assistenciais de modo privado, porém não recebem respaldo do Estado e nem do patronato para implementá-las.
Em 1919, é implantada a primeira medida de Legislação Social, que vai responsabilizar as empresas pelos acidentes de trabalho, porém não apresentaram mudanças significativas. Para se precaver, o patronato criou companhias seguradoras, responsáveis pelo pagamento dos benefícios, mas igualmente fontes de acumulação de capital.
Em 1920 foi criada a Comissão Especial de Legislação Social da Câmara dos Deputados, com a função de analisar toda e qualquer iniciativa legislativa na área trabalhista. A lei de criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões, de 1923, é considerada a primeira lei de previdência social. Também conhecida como Lei Eloy Chaves, nome do autor do projeto, ela concedia aos trabalhadores associados às Caixas ajuda médica, aposentadoria, pensões para dependentes e auxílio funerário. Essa lei beneficiou, de início, apenas os trabalhadores ferroviários. Somente três anos mais tarde seus benefícios foram estendidos aos trabalhadores das empresas portuárias e marítimas.(...)
(...) Nessa época, como relata YAZBEK (2008), a "questão social" é compreendida à luz do pensamento social da Igreja como questão moral, como um conjunto de problemas sob a responsabilidade individual dos sujeitos que os vivenciam, embora situados dentro de relações capitalistas. Esse enfoque conservador, individualista, “psicologizante” e moralizador da questão, demanda para seu enfrentamento uma pedagogia psicossocial, que encontrará no serviço social efetivas possibilidades de desenvolvimento.(...)
(...) Os referenciais orientadores do pensamento e da ação do emergente serviço social brasileiro têm sua fonte na doutrina social da Igreja, no ideário franco-belga de ação social e no pensamento de São Tomás de Aquino (séc. XII): o tomismo e o neotomismo (retomada, em fins do século XIX, do pensamento tomista por Jacques Maritain na França e pelo Cardeal Mercier na Bélgica, tendo em vista "aplicá-lo" às necessidades de nosso tempo). É, pois, na relação com a Igreja Católica que o serviço social brasileiro vaifundamentar a formulação de seus primeiros objetivos político-sociais, orientando-se por posicionamentos de cunho humanista conservador, contrários aos ideários liberal e marxista, na busca de recuperação da hegemonia do pensamento social da Igreja em face da questão social (Yazbek, 2008).
A partir daí, a Igreja Católica começa a desenvolver ações assistenciais de grande expressão, face do desinteresse ao Estado. Expandem-se a participação dos leigos e o movimento da Ação Católica em todo país.
(...) Os efeitos da exploração capitalista do trabalho assalariado são reconhecidos pela sociedade e passam a ser identificados como problemas sociais, e são esses problemas sociais que vão justificar a ação profissional do assistente social.(...)
(...) O desdobramento da questão social é também a questão da formação da classe operaria e de sua entrada no cenário político, da necessidade de seu reconhecimento pelo Estado e, portanto, da implementação políticas.
O Estado respondeu a essa questão social como questão de polícia, presente na repressão maciça. Além disso, promulga alguns decretos e leis: a Lei de Férias (15 dias) e o Código de Menores (regulamentando as horas de trabalho das crianças). As empresas também começaram a oferecer uma precária assistência aos operários, através das vilas operárias, ambulatórios, creches, escola, entre outros.
A década de 1940 foi marcada pela implantação do Estado Novo (1937 – 1945), sendo considerado no campo político por um governo ditatorial, já que o mesmo fecha o Congresso Nacional e impôs uma nova Constituição com características antidemocráticas. Além da aplicação da censura e de um regime de caráter populista. Porém o país fez grandes avanços econômicos, com a modernização industrial e de infraestrutura. Como também foram beneficiados os trabalhadores com leis trabalhistas que garantiam diversos direitos aos mesmos.
O período que se iniciou em 1945 foi marcado pelo o ingresso do país no cenário político democrático, mesmo diante da precariedade institucional, política e social que vivia o país. O governo empreende uma política nacionalista, visando levar o Brasil a um desenvolvimento industrial autônomo, fazendo crescer a indústria nacional, a produção agrícola, a produção industrial e os salários.
A implantação e desenvolvimento das grandes instituições sociais e assistenciais criarão as condições para a existência de um crescente mercado de trabalho para o campo das profissões de cunho social, permitindo um desenvolvimento rápido do ensino especializado de Serviço Social. Paralelamente, implicará um processo de legitimação e institucionalização da profissão e dos profissionais do Serviço Social.
É na lógica contraditória entre o capital e o trabalho, a questão socialrepresenta não só as desigualdades, mas também o processo de resistência e luta dos trabalhadores. Por isso ela é uma categoria que reflete a luta dos trabalhadores, da população excluída e subalternizada, a luta pelos seus direitos econômicos, sociais, políticos, culturais. Importa nesse momento ressaltar que a questão social é uma categoria explicativa da totalidade social, da forma como os homens vivenciam a contradição capital/trabalho. Ela desvenda as desigualdades sociais, políticas, econômicas, culturais, bem como expõe a luta pelos direitos da maioria da população, ou como os homens resistem à subalternização, à exclusão e à dominação política e econômica.
Segundo essa perspectiva, a reprodução das relações sociais é a reprodução de determinado modo de vida, do cotidiano, de valores, de práticas culturais e políticas e do modo como se produzem e se expressam as ideias nessa sociedade. Importante reter que essas ideias se expressam em práticas sociais, políticas, culturais e padrões de comportamento que permeiam toda a trama de relações da sociedade.
O processo de reprodução da totalidade das relações sociais na sociedade é um processo complexo, que contém a possibilidade do novo, do diverso, do contraditório, da mudança. Trata-se, pois, de uma totalidade em permanente reelaboração, na qual o mesmo movimento que cria as condições para a reprodução da sociedade de classes cria e recria os conflitos resultantes dessa relação e as possibilidades de sua superação. Essa concepção de reprodução social fundamentauma forma de compreender o serviço social como instituição inserida na sociedade. Inserção que, conforme IAMAMOTO E CARVALHO (1995:73) implica considerar o Serviço Social a partir de dois ângulos indissociáveis e interdependentes:
1.     Como realidade vivida e representada na e pela consciência de seus agentes profissionais e que se expressa pelo discurso teórico e ideológico sobre o exercício profissional;
2.     Como atividade socialmente determinada pelas circunstâncias sociais objetivas que imprimem certa direção social ao exercício profissional, que independem de sua vontade e/ou da consciência de seus agentes individuais. 
Essa perspectiva de análise nos conduz à compreensão de que o exercício profissional se desenvolve no contexto de relações entre classes, possibilitando apreender a dimensão política do serviço social. Ela também nos leva a identificar as dimensões objetivas e subjetivas do trabalho do assistente social, seja no sentido de considerar os determinantes sócios históricos do exercício profissional em diferentes conjunturas, seja no sentido de identificar a forma como o assistente social incorpora em sua consciência o significado de seu trabalho e a direção social que imprime ao seu fazer profissional. Esse texto é de Lopes, 2013, pg 13-20)
1 - Assinale a alternativa que destaca o objeto de trabalho do serviço social na divisão social e técnica do trabalho:
 
A a democracia.
 
B a igualdade entre os povos.
 
C o pluralismo.
 
D a questão social.
 
E a justiça social.
 
A resposta correta é: D. 
2 - Qual política demarcava e marcava o período da Primeira República?
 
A Politica do centrão. São Paulo e Minas Gerais eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
B Sudeste em ação. São Paulo e Minas Gerais eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
C Política Café com Leite. Paraná e Minas Gerais eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
D Política Café com Leite. São Paulo e Minas Gerais eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
E Politica Café com Leite. São Paulo e Santa Catarina eram os responsáveis pela economia brasileira neste período. 
 
A resposta correta é: D.
3 - O presidente Washington Luís levantou o Estado de Sitio com a promessa de reduzir a repressão política. A crise política ganharia fôlego novamente apenas na sucessão presidencial de 1930. Ela foi motivada, principalmente, pela cisão causada pela atitude de Washington Luís de indicar para sua sucessão o paulista Júlio Prestes, e não, como se esperava, o mineiro Antônio Carlos. Interessava a Washington Luís que seu sucessor mantivesse o seu plano de estabilização financeira. Com isso rompeu-se a aliança que havia dominado por décadas a política brasileira. O rompimento do pacto Minas-São Paulo teve como resultado direto o reagrupamento da oposição, agora com apoio da poderosa oligarquia mineira.
Sobre esse periodo analise as afiramtivas a seguir:
I- Foi formada a Aliança Liberal
II- É lançada as candidaturas do gaúcho Getúlio Vargas para a presidência e do paraibano João Pessoa para a vice-presidência. 
III- A chapa foi apoiada também pela dissidência paulista, organizada no Partido Democrático, e por diversos outros setores civis e militares.
IV- A maioria dos grupos oligárquicos regionais manteve-se fiel à orientação do presidente da República.
V- Em março de 1930 realizaram-se as eleições e a história mais mudou, não venceu a candidatura oficial.
Escolha a alternativa correta frente ao enunciado e as afirmativas.
A Estão corretas apenas as alternativas I,II.
 B Estão corretas somente as alternativas II, III e IV.
 
C Estão corretas as alternativas I, II, III e IV.
 
D Estão corretas as alternativas Ie V.
 
E Todas as alternativas estão corretas.
 
A resposta correta é: C.
4 - São características do Estado Novo, EXCETO:
 
A Democracia plena.
 
B Politica corporativista.
 
C a) Política desenvolvimentista;
 
D a) Repressão à mobilização e organização do proletariado;
 
E a) Política de massas, sobretudo trabalhistas.
 
A resposta correta é: A.
5 - O Poder Legislativo deu início a um debate com vistas a encaminhar a aprovação de um Código de Trabalho, o que não chegou a acontecer. Tem-se veracidade que, para a maioria dos políticos da época, a questão social não era percebida como sendo de natureza econômica ou mesmo social. Como era percebida?
 
A Como um problema de moral e de higiene.
 
B Como problema da Igreja.
 
C Como problema da família.
 
D Como problema do individuo.
 
E Como problema cultural.
 
A resposta correta é: A. 
6 - Quais foram as duas leis importantes foram introduzidas na segunda metade dos anos 1920?
 
A Lei de Férias (1926) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1926/27). 
 
B Lei de Férias (1925) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1926/27). 
 
C Lei de Férias (1925) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1929/30). 
 
D Lei de Patronato Férias (1925) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1926/27). 
 
E Lei de FGTS (1925) e a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores (1926/27). 
 
A resposta correta é: B. 
7 - O cumprimento da legislação social, entretanto, deixava muito a desejar, em razão da ausência de fiscalização adequada. Apenas os trabalhadores mais organizados e de maior peso político conseguiram, assim mesmo com muita luta, garantir sua aplicação. O que estipulava o código de menores da decada de 1930?
 
A Trabalho a partrir dos 12 anos.
 
B Trabalho a partir de 14 anos.
 
C Maioridade a partir de 16 anos.
 
D Maioridade a partir de 18 anos e jornada de trabalho de seis horas para adolescentes a partir de 14 anos.
 
E Maioridade a partir de 16 anos e jornada de trabalho de seis horas para adolescentes a partir de 14 anos.
 
A resposta correta é: D.
MODULO 4 - A IGREJA CATÓLICA NO BRASIL FACE AO CONTEXTO HISTÓRICO E SUA REAÇÃO RENOVADORA
Material excertado do Livro-Texto da UNIP Interativa de autoria da Profª Luciana Helena Mariano Lopes:
MODULO 4- A IGREJA CATÓLICA NO BRASIL FACE AO CONTEXTO HISTÓRICO E SUA REAÇÃO RENOVADORA
Após os movimentos sociais que emergiram no período pós-guerra, a questão social por definitivo é posta perante a sociedade – protoformas para a intervenção do Serviço Social, legitimada segundo respostas do Estado. (...)
(...)O Serviço Social no Brasil surgiu na década de 1930, por iniciativa da Igreja Católica e juntamente com a implantação das Leis Sociais, após os grandes movimentos sociais, colocando definitivamente a questão social na sociedade.(...)
 (...)A participação da Igreja se dá num contexto mais amplo, tendo-a como Instituição Social de caráter religioso, portadora de uma doutrina universalizante, preocupada com os antagonismos entre as classes.(...)
 (...)4.1 - A reação Católica
A Igreja Católica inicia um percurso, um processo a fim de reinserir-se enquanto organização politica. Este movimento está demarcado nos primeiros anos da década de 1920, concomitantemente a outras manifestações – fundação do Partido Comunista, a realização da Semana de Arte Moderna, as Revoltas Tenentistas.
A primeira manifestação desta tomada de decisão, desta reação, foi desenvolvida pelo padre Júlio Maria. Direcionado pelos textos de Leão XIII, este apregoava a recatolização da nação e que a Igreja assumisse a questão social. Sua pregação, porém não sensibilizava.(...)
 (...)Entre todas as ações da Igreja, a Ação Católica configura-se como um movimento de leigos cuja missão é a divulgação da doutrina da Igreja em direção da reforma social. Com o direcionamento e o posicionamento político claros, tendo em vista a reconstrução da sociedade, ou seja, o retorno ao ideal da Idade Média, os valores e costumes efetivamente poderiam fazer frente ao liberalismo e ao comunismo. (...)
 (...)A Ação Católica,através do trabalho da Confederação Católica no Brasil e de vários segmentos da sociedade organizou-se em:
l Juventude Feminina Católica;
l Juventude Católica Brasileira;
l Liga Feminina de Ação Católica para maiores de 30 anos e casadas; e
l Homens da Ação Católica para maiores de 30 anos e casados de qualquer idade
(...) Com o movimento de 30 iniciaria um novo período de mobilização do movimento católico. E é entre os anos de 1931-1935 que a mobilização atingiria seu ponto culminante, readquirindo seus privilégios.
Sob a liderança de Alceu Amoroso Lima, o Centro Dom Vital aparece como exponencial para o movimento laico católico.(...)
(...)4.2 - A doutrina social da Igreja
A existência de uma doutrina social da Igreja se justifica pela compreensão da comunidade cristã como “sujeito responsável pela evangelização, pela libertação e promoção humana”. A encíclica Rerum Novarum, escrita em 1891 por Leão XIII – é considerada a primeira encíclica papal que dá início ao magistério social –, deixa isso claro que “não se pense que a Igreja se deixa absorver de tal modo pelo cuidado das almas, que põe de parte o que se relaciona com a vida terrestre e mortal”.
Frente aos “sinais dos tempos”, a doutrina social da Igreja não se compreende como manifestação de verdades atemporais, mas como expressão conjuntural da posição da Igreja. Enquanto ponto de partida, a encíclica Rerum Novarum exerce um papel fundamental na construção sequencial da doutrina social da Igreja. Ela é a primeira expressão de um explícito magistério social da Igreja e, por isso, se torna referência incontornável para as encíclicas sociais que a seguem. Não é à toa que repetidas encíclicas são publicadas em datas comemorativas da Rerum Novarum e expressam, já em seus nomes, essa referência: a Quadragésimo Anno, de Pio XI (1931), a Octogesima Adveniens, de Paulo VI (1971) e, finalmente, a Centesimus Annus, de João Paulo II (1991).
Aprofundar, portanto, a compreensão da Rerum Novarum corresponde à tentativa de abrir uma porta interpretativa da complexa arquitetura da doutrina social da Igreja. A presente reflexão se propõe a contextualizar a Rerum Novarum em seu contexto histórico e a sistematizar seu conteúdo a partir da tentativa de desvelar a sua matriz de análise. Tal esforço se justifica pela importância que a Rerum Novarum teve, não apenas dentro do conjunto da doutrina social da Igreja. Mais que isso: desenvolveu papel importante no surgimento do serviço social que, pouco a pouco, vai ocupando espaço dentro da proposta da Igreja do “exercício do assistencialismo sob a ótica da conciliação de classe” (MANRIQUE, apud WEHRLE, 2007). Portanto, compreender mais profundamente a carta encíclica Rerum Novarum significa aproximar-se de forma crítica das raízes da profissão de assistente social.
 4.2.1 - A carta encíclica Rerum Novarum
(...)A carta encíclica Rerum Novarum se refere, literalmente, à destruição “do século passado” e à “violência das revoluções políticas”. Calculando a partir de sua publicação, em 15 de maio de 1891, essa encíclica representa uma tentativa atrasada (em mais de 100 anos) de digerir o alvorecer da modernidade.
Efetivamente, o último quartel do século XVIII e o século XIX foram um tempo traumático para a Igreja católica. Em 1789 eclode a Revolução Francesa e coloca fim ao Ancien Régime, isto é, ao modelo absolutista-feudal. Concomitantemente, a Inglaterra acelera seu processo de industrialização, abrindo caminho para “os progressos incessantes da indústria […] e para a alteração das relações entre os operários e os patrões (Rerum Novarum)”.
Em 1847, na Alemanha, Karl Marx e Friedrich Engels fundam a Liga Comunista, e em 1848 publicam o Manifesto Comunista, como clara expressão da “opinião mais avantajada que os operários formam de si mesmos e da sua união mais compacta (idem op.cit).”
Sem dúvida, a Igreja era o principal aparelho ideológico da aristocracia feudal.
Seu “Deus criador e conservador do mundo” se espelhava na organização absolutista-feudal, tornando o exercício do poder(...)
Assim, a transformação conservadora da burguesia revolucionária e a necessidade da Igreja de assegurar uma estratégia de sobrevivência foram fatores decisivos para um entendimento entre Igreja e Estado burguês. E juntos encontraram no avanço socialista seu inimigo comum.(...)
4.2.2 - A visão organicista das relações sociais
Segundo o autor Manrique, este afirma, de forma correta, que “a encíclicaRerum Novarum se divide em duas partes: a solução proposta pelo socialismo e a solução proposta pela Igreja” (Manrique, apud Wehrle, 2007). No entanto, mais que apontar uma proposta de sistematização simplificada do conteúdo da Rerum Novarum, importa apontar traços importantes da matriz de análise utilizada pela encíclica papal.
Nesse sentido é possível detectar uma visão pressuposta do mundo e da pessoa humana que perpassa a totalidade do documento de forma transversal. Trata-se de uma compreensão organicista das relações sociais.
A partir dessa compreensão pressuposta, a Rerum Novarum atualiza na sua conjuntura específica o “velho mito do paraíso perdido”, isto é, aponta tendências conjunturais como fatores de destruição de um aparente equilíbrio anterior. Aponta o abismo social consequente desse “desvio” do caminho natural e deslegitima a resposta socialista como proposta válida de superação da “miséria imerecida” (idem op.cit) dos operários. À negação da proposta socialista como alternativa real, segue a afirmação da Igreja como caminho único de solução da questão social. A Rerum Novarum defende a restauração do papel da Igreja e busca um caminho de regresso. Para isso, destaca um conjunto de princípios como eixos orientadores da construção de uma conciliação de classes. Ressalta, de forma impressionante e apaixonada, a defesa do direito natural à propriedade privada e não hesita em apontar uma desigualdade natural e necessária entre os seres humanos. Para finalizar, a carta encíclica distribui tarefas aos operários, aos patrões e ao Estado e afirma que a simples obediência ao “roteiro proposto” trará a solução para a melhoria da condição dos operários.
A carta encíclica define o conjunto de relações sociais como corpo social e compreende a vida social como um organismo fechado. Compara a vida social com o corpo humano, que, apesar da real diversidade, compõe um todo orgânico que integra e adapta a diversidade de membros em uma maravilhosa simetria. Assim, compreende que a vida social tende naturalmente e espontaneamente a uma convivência harmoniosa e a um perfeito equilíbrio. Portanto, a desigualdade entre pobres e ricos não constitui em si um problema. 
(...)A Rerum Novarum abre seu olhar para a “condição dos operários”, mas se opõe diametralmente à alteração, à transformação e à “subversão completa do edifício social”. A negativa frente à proposta socialista da subversão do edifício social indica, mais uma vez, que a estrutura existente desse edifício se encontra, no olhar da Rerum Novarum, no trilho do direito natural e demanda apenas a correção dos excessos extremados, isto é, a melhora da condição dos operários e a aproximação das duas classes. (...)
 (...) 4.2.3- Relação Igreja-Estado
“Durante o período Colonial e depois da independência, a Igreja Católica na América Latina, inclusive no Brasil, dependia economicamente do poder estatal, não lhe cabendo o direito de contestar a ordem vigente. Quando isso acontecia, a repressão não tardava, através de prisões ou degredos. A criação das dioceses, o recolhimento do dízimo e o pagamento do clero eram atribuições do Estado. Essa situação caracterizava a subordinação do clero ao poder da monarquia portuguesa, sem possibilidade de questionamentos, uma vez que estava estabelecida a relação de dependência econômica da Igreja Católica em relação ao Estado. (...)
(...) Nos primeiros anos da República, a Igreja no Brasil ficou de certo modo alienada da realidade brasileira. Conforme BRUNEAU, apud DELBAD (1974, p.73), essa alienação caracterizou-se pelo fato de a Igreja católica no Brasil ter-se aproximado da Igreja Universal e tentado implantar uma Igreja de moldes europeus, desconsiderando a realidade brasileira. Essa postura, de certa forma, beneficiou os grupos dominantes, principalmente as oligarquias responsáveis pela sustentação da República café com leite, mantendo o controle do poder político na esfera estadual e nacional. A maioria da população brasileira ficou alheia ao acesso à riqueza nacional, permanecendo marginalizada da sociedade.
O governo republicano, em defesa do laicato na esfera estatal, procurou quebrar o monopólio da Igreja católica e desafiou o poder de organização e força do catolicismo e sua influência sobre a população brasileira. Apesar do esforço dos republicanos para diminuir os espaços da Igreja através da proibição do ensino religioso nas escolas e da quebra do monopólio católico diante da liberdade religiosa, a Igreja conseguiu manter boa base no meio rural, onde vivia a maioria da população brasileira.
Nas primeiras décadas do século XX, vigorava o modelo republicano liberal, que beneficiava uma minoria, em virtude da política econômica agroexportadora. Nesse então a Igreja assumiu um discurso nacionalista, pois percebia que a população rural não era beneficiada pelo modelo econômico vigente, que beneficiava a burguesia cafeeira. Segundo Beozzo (1984, p. 67), durante a reforma Constitucional de 1926, a Igreja tentou, sem sucesso, negociar com o Estado laico sua reinserção na área pública da nação,Nos primeiros anos da República, a Igreja no Brasil ficou de certo modo alienada da realidade brasileira. Conforme BRUNEAU, apud DELBAD (1974, p. 73), essa alienação caracterizou-se pelo fato de a Igreja católica no Brasil ter-se aproximado da Igreja Universal e tentado implantar uma Igreja de moldes europeus, desconsiderando a realidade brasileira. Essa postura, de certa forma, beneficiou os grupos dominantes, principalmente as oligarquias responsáveis pela sustentação da República café com leite, mantendo o controle do poder político na esfera estadual e nacional. A maioria da população brasileira ficou alheia ao acesso à riqueza nacional, permanecendo marginalizada da sociedade.
O governo republicano, em defesa do laicato na esfera estatal, procurou quebrar o monopólio da Igreja católica e desafiou o poder de organização e força do catolicismo e sua influência sobre a população brasileira. Apesar do esforço dos republicanos para diminuir os espaços da Igreja através da proibição do ensino religioso nas escolas e da quebra do monopólio católico diante da liberdade religiosa, a Igreja conseguiu manter boa base no meio rural, onde vivia a maioria da população brasileira.
Nas primeiras décadas do século XX, vigorava o modelo republicano liberal, que beneficiava uma minoria, em virtude da política econômica agroexportadora. Nesse então a Igreja assumiu um discurso nacionalista, pois percebia que a população rural não era beneficiada pelo modelo econômico vigente, que beneficiava a burguesia cafeeira. Segundo Beozzo (1984, p. 67), durante a reforma Constitucional de 1926, a Igreja tentou, sem sucesso, negociar com o Estado laico sua reinserção na área pública da nação. (...)
(...)No Brasil, a década de 1930 foi marcada por uma intensa valorização da economia interna. A crise de 1929 atingiu diretamente os cafeicultores e desvalorizou o principal produto de exportação: o café. Em virtude dessa desvalorização e do fechamento do mercado externo, incentivou-se o desenvolvimento de empresas nacionais e criou-se obstáculos à entrada do capital estrangeiro.(...)
(...)Como os segmentos populares também interessavam ao governo populista de Vargas, este viu a possibilidade de aproximação do povo valendo-se do canal institucional da Igreja católica. Esse interesse comum aproximou a Igreja do Estado, após vários anos de separação. A inauguração do Cristo Redentor, em 1931, foi o marco da retomada do lugar da Igreja junto ao Estado. Segundo Lima (1986), essa aproximação foi selada com a Constituição de 1934, que reatou as relações entre o Estado e a Igreja católica, resultando em um trabalho de parceria.
É com esse espírito de cooperação que nos anos 1930, floresceu um movimento dentro da Igreja que fortaleceu o catolicismo brasileiro: o da Ação Católica, um novo jeito de ser da Igreja que marcou a ação pastoral até o golpe militar de 1964.(...)
(...)Na eleição de 1933, para compor a Assembleia Constituinte, a maioria dos candidatos apoiados pela LEC foram eleitos. A Igreja Católica tinha interesse na eleição de candidatos comprometidos com a causa católica, pois só assim seria possível manter o vínculo entre a instituição religiosa e o Estado.(...)
A Igreja Católica, respondeu a questão social através das primeiras organizações, dentre estas, destacam-se, segundo Estevão (1992), a Associação de Senhoras Católicas (Rio de Janeiro – 1920); e a Liga das Senhoras Católicas (São Paulo – 1923), que executavam a tarefa de socializar o proletariado no capitalismo.
 São as Ligas das Senhoras Católicas, em São Paulo, e a Associação das Senhoras Brasileiras, no Rio, segundo Estevão (1999:46) que vão assumir a educação social dos trabalhadores urbanos brasileiros, dentro de uma perspectiva de assistência preventiva e do apostolado social”.(LOPES, 2013, pg 21-31).
Na América Latina, desde os primeiros momentos a Igreja Católica desempenhou um papel de extrema importância, e sua significação social e política foi notavelmente acrescida ao longo do domínio colonial. Vimos que o surgimento da profissão no Brasil foi marcado progresso recente da industria e os novos caminhos trilhados na relação entre capitalistas e proletariados.
1 - Assim podemos afirma que o Serviço Social surge no Brasil:
I – Decorre da expansão da ação estatal;
II – Neste momento a igreja católica se coloca a frente para a organização e surgimento da profissão;
III – O Estado assumiu toda a responsabilidade sobre o surgimento da profissão.
IV – Assim como no Chile, o Brasil também adotou o modelo europeu;
V – O objetivo principal para a profissionalização do Serviço Social, era criar profissionais que tivesse condições de enfrentar e amenizar as expressões da questão social decorrente do processo de modernização conservadora.
Assinale a alternativa correta:
 
A Afirmativas I, II e III
 
B Afirmativas I, III e IV
 
C Afirmativas I, II, IV e V
 
D Afirmativas II, III, IV e V
 
E Afirmativas I, II, III, IV e V
A resposta correta é: C.
Leia o excerto atentamente:
2 - Como analisa AZEVEDO (2004): "As análises de conjuntura refletem a autoconsciência histórica da Igreja no Brasil. A legitimidade religiosa e política da Igreja no Brasil é o resultado de um longo processo, que acompanha a própria história do Brasil, desde 1500. O poder estabelecido, no período colonial, promoveu um modelo de catolicismo, conhecido como cristandade. Nele, a Igreja era uma instituição subordinada ao Estado e a religião oficial funcionava como instrumento de dominação social, política e cultural."
Analise as afirmativas a seguir sobre a Igreja nesse período:
I- Processo de reformulação da atividade politica religiosa;
II- Com a contra reforma a Igreja perdeu seu papel político.
III- a partir da Republica Velha a Igreja tem como objetivo recuperar seus privilégios da época do Império.
IV- A participação da Igreja se dá num contexto mais amplo, tendo-a como Instituição Social de caráter religioso.
V- A Igreja é, nessa época, portadora de uma doutrina universalizante, preocupada com os antagonismos entre as classes. 
Indique a alternativa que corresponda corretamente sobre as afirmativas:
 
A V,V,F,F,F.
 
B V, V, F, V. V.
 
C V, V, V, V, V.
 
D F,F,V,V,V.
 
E F, V, F, V, F.
 
A resposta correta é: C.
3 - Entre todas as ações da Igreja, a Ação Católica configura-se como um movimento de ______________ cuja missão é a divulgação da doutrinada Igreja em direção da reforma social. Com o direcionamento e o posicionamento político claros, tendo em vista a reconstrução da sociedade, ou seja, o retorno ao ideal da Idade Média, os valores e costumes efetivamente poderiam fazer frente ao liberalismo e ao comunismo. 
Somente uma das alternativas a seguir completa corretamente o texto:
 
A Clericos.
 
B Padres.
 
C Bispos.
 
D Comunidade.
 
E Leigos.
A resposta correta é: E.
4 - Qual encíclica é considerada a primeira encíclica papal que dá início ao magistério social –, deixa isso claro que “não se pense que a Igreja se deixa absorver de tal modo pelo cuidado das almas, que põe de parte o que se relaciona com a vida terrestre e mortal”?
 A Quadrangésimo Anno.
 
B Octogesima Adveniens
 
C Centesimus Annus
 
D Rerum Novarum
E Rerum Anno.
A resposta correta é: D.
5 - Frente aos “sinais dos tempos”, a doutrina social da Igreja não se compreende como manifestação de verdades atemporais, mas como expressão conjuntural da posição da Igreja. Assim encíclicas são publicas em datas comemorativas. Qual a sequencia de publicação das enciclicas papais?
 
A Quadragésimo Anno, de Pio XI (1931), a Octogesima Adveniens, de Paulo VI (1971) e, finalmente, a Centesimus Annus, de João Paulo II (1991). 
 
B Rerum Novarum (1891 ), Quadragésimo Anno, de Pio XI (1931), a Octogesima Adveniens, de Paulo VI (1971) e, finalmente, a Centesimus Annus, de João Paulo II (1991).
 C Quadragésimo Anno, de Pio XI (1931), a Octogesima Adveniens, de Paulo VI (1971) e, finalmente, a Centesimus Annus, de João Paulo II (1891), Rerum Novarum (1991).
 
D Rerum Novarum (1893), Quadragésimo Anno, de Pio XI (1931), a Octogesima Adveniens, de Paulo VI (1971) e, finalmente, a Centesimus Annus, de João Paulo II (1991).
 
E Rerum Novarum (1971), Quadragésimo Anno, de Pio XI (1931), a Octogesima Adveniens, de Paulo VI (1971) e, finalmente, a Centesimus Annus, de João Paulo II (1991). 
 
A resposta correta é: B.
6 - A carta encíclica Rerum Novarum se refere, literalmente, à destruição “do século passado” e à “violência das revoluções políticas”. Calculando a partir de sua publicação, em 15 de maio de 1891, essa encíclica representa uma tentativa atrasada (em mais de 100 anos) de digerir o alvorecer da modernidade.
Analise as afirmativas a seguir:
I- O último quartel do século XVIII e o século XIX foram um tempo traumático para a Igreja católica.
II- Em 1789 eclode a Revolução Francesa e coloca fim ao Ancien Régime, isto é, ao modelo absolutista-feudal.
 III- a Inglaterra acelera seu processo de industrialização, abrindo caminho para “os progressos incessantes da indústria.
IV- Em 1847, na Alemanha, Karl Marx e Friedrich Engels fundam a Liga Comunista, e em 1848 publicam o Manifesto Comunista
V- A Igreja reconhece-se como o principal aparelho ideológico da manutenção da aristocracia feudal.
6 - Analise as alternativas a que faz a correspondência respectiva das afirmativas falsas e verdadeiras.
 
A F,F,F.V.V.
 
B V,F,F,V,V.
 
C F,V,F,V,F.
 
D V,V,V,V,F.
 
E F,F,F,F,V.
A resposta correta é: D.
7 - A Rerum Novarum defende a restauração do papel da Igreja e busca um caminho de regresso. Para isso, destaca um conjunto de princípios como eixos orientadores da construção de uma conciliação de classes. Ressalta, de forma impressionante e apaixonada a...
Qual alternativa completa corretamente o texto: 
 
A Defesa do direito natural à propriedade privada 
 
B Desigualdade natural e necessária entre os seres humanos
 
C Distribui tarefas aos operários, aos patrões e ao Estado.
 
D Alternativas A e B.
 
E Alternativas A, B, C.
 
A resposta correta é: E.
8 - Porque Getúlio Vargas tem seu interesse desperto pela atuação da Igreja Católica?
 
A Pela a sua doutrina.
 
B Pela sua força e penetração popular.
 
C Pela sua coragem de mantger seus princípios de respeito ao cidadão de direitos.
 
D Pela sua luta intransigente aos diretios fundamentais e sociais dos fieis.
 
E Pela ideário de luta de classes sociais.
A resposta correta é: B.
MODULO 5. A ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 1936 A 1945
 Material excertado do Livro texto da UNIP Iterativa de autoria da Profª Luciana Helena Mariano Lopes: 
MODULO 5. A ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 1936 A 1945.
A fim de sintonizar o contexto sócio histórico que permeou a primeira Escola de Serviço Social em São Paulo, um passear na história brasileira se realizou a fim de justificar a emergência da institucionalização do Serviço Social.
 5.1 - Contexto histórico – décadas de 1910, 1920 e 1930
 Esse período foi marcado por um processo de diferenciação econômica: expansão da lavoura cafeeira, o tímido desabrochar da indústria, o aceleramento do processo de urbanização e emergência de um mercado interno. Esse cenário faz despontar uma estrutura social mais complexa, em que surgem novos atores: o crescimento das camadas médias urbanas, a constituição do proletariado e da burguesia industrial, o incremento da imigração europeia, a crescente organização e autonomia das Forças Armadas. Disso resulta a ampliação nas bases de representatividade do sistema vigente.
Agregue-se a isso a tensão entre aspirações políticas dos novos atores e o poder das oligarquias agrário-exportadoras, a efervescência ideológica em virtude dos conflitos sociais, a ocorrência de greves operárias.
Em 1922 presencia-se a concretização da inquietude cultural e estética com a Semana da Arte Moderna, a fundação do Partido Comunista do Brasil e a agitação nos quartéis, colocando em cena os movimentos tenentistas.
A Igreja, excluída de programas e soluções para esse contexto sociopolítico, reage em face à ameaça de ser marginalizada do processo político nacional. A reação católica assumiu posição de destaque no contexto brasileiro, configurando-se em um importante núcleo aglutinador da sociedade civil (estratos médios e superiores).
O primeiro sinal mais vigoroso de oposição ao espírito acomodatício da Igreja, e que se converte no baluarte da "reação católica", é a carta pastoral de 1916, de Dom Leme, recém-nomeado arcebispo da diocese de Olinda e Recife.
Há uma crise de ordem moral, sendo a solução recristianização da sociedade, que seria capaz de restaurar a unidade espiritual do país, devolvendo-lhe seu equilíbrio e harmonia naturais. Propõem-se um revigoramento de laços entre os leigos e a hierarquia eclesiástica. Intelectuais teriam como tarefa combater as bases agnósticas e laicistas do regime, disseminando a doutrina cristã pela sociedade e suas instituições.
 Já na primeira metade do século XX, o Estado de São Paulo vivenciou um acelerado processo de industrialização e enriquecimento devido aos lucros da lavoura de café e à articulação da política do “café com leite”, pela qual se alternavam na presidência da República políticos dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais.
Em meio à grave crise econômica causada pela Grande Depressão de 1929, que derrubara os preços do café, eclodiu a Revolução de 1930.
A partir da Revolução de 1930, com Vargas, houve a quebra do regime oligárquico e a ascensão das classes assalariadas urbanas. A política de Governo evidenciava a mudança no modelo econômico brasileiro cujas consequências no plano social e político foram inúmeras e ocasionaram mudanças no tratamento da questão social. Esta deixou de ser encarada comocaso de polícia e passou a ser tratada como uma questão de política, ou seja, o Estado passou a legislar sobre a Política Social, que tomou corpo através de leis trabalhistas, sindicais, previdenciárias e assistenciais.
A legislação trabalhista visava principalmente o controle do Estado sobre a classe operária. Assim, o Governo, ao reconhecer as especificidades sociais do setor urbano e visando manter o equilíbrio interno da classe dominante, começou a criar inúmeros mecanismos controladores, encaminhando-se na direção de disciplinare normatizar, na esfera interna, as condições para o intercâmbio e o funcionamento das forças produtivas que deveriam atender às demandas do mercado do país. Surgia, então, a necessidade da mudança cultural.
As eleições presidenciais de 1930 foram vencidas por Júlio Prestes (presidente oriundo do Estado de São Paulo). A oposição não aceitou a derrota de Getúlio Vargas e teve início em 3 de outubro a Revolução de 1930. A revolução saiu vitoriosa e, em 3 de novembro, Getúlio Vargas tomou posse como chefe do segundo "governo provisório" da República, pondo fim à República Velha e à supremacia política das oligarquias paulistas.
Tal mudança era previsível, pois a sociedade brasileira ainda estava vinculada a valores e padrões da sociedade escravista, sendo que as lideranças e as organizações ainda se apresentavam sob a mentalidade oligárquica. Reconhecia-se, dessa forma, que, sem estas mudanças e renovações, o país não poderia atender ao padrão do tipo capitalista.
Faoro (2000) destacam que o poder público brasileiro, entre os anos 1930 e 1945, criou comissões, conselhos, departamentos, institutos, companhias, fundações e formulou planos. Também estabeleceu atos oficiais, leis e decretos sobre problemas econômicos, financeiros, administrativos, educacionais, tecnológicos, sociais e outros. O Estado brasileiro desencadeou uma nova racionalidade assistencial, ao mesmo tempo em que vivia um processo de modernização que tentava ajustar-se aos ditames da economia internacional.
Conforme FAORO (2000, p.320-321),
(...) os problemas sociais deveriam ser incorporados ao mecanismo pacificá-los, domando-os entre extremismos, com a reforma do aparelhamento, não só constitucional, mas político-social. Mudanças para realizar o progresso nacional, sem a efetiva transferência do poder às camadas médias e populares, que se deveriam fazer representar sem os riscos de sua índole vulcânica. Estas correntes ocupam o cenário, na verdade, antes que assumam consciência de seus interesses, antecedendo às transformações econômicas que justifiquem seu poder, a necessidade de um Estado orientador, alheado das competições, paternalista na essência, controlado por um líder e sedimentado numa burocracia superior, estamental e sem obediência a imposições de classes. Repelido o comunismo, duramente combatido, afastadas as proposições socializantes, num aglomerado confuso de tendências e alas (...) a nota modernizadora do movimento assume feições nacionalista: um direito público brasileiro, uma política brasileira. A nacionalização da economia – nacionalização e não socialização – completa o quadro, sob o pressuposto do aniquilamento do centrifuguismo estadualista.
 Em 1932 inicia-se a organização de um movimento armado para a derrubada de Vargas. O Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, que haviam apoiado a Revolução de 1930, unem-se na Frente Única para exigir o fim da ditadura do "governo provisório" e a preparação de uma nova Constituição (movimento de constitucionalização). O término da Revolução Constitucionalista marcou o início do processo de democratização: Constituição de 1934.
Vargas adotou, de forma mais sistemática, uma política pragmática, paternalista e populista, visando à manutenção do pacto de dominação e da paz social, e para que isso se tornasse possível, buscou alianças com a classe popular e a burguesia. Utilizou-se, de forma combinada, da distribuição de favores e da concessão de direitos, com repressão e integração dos trabalhadores. Nessa direção, destaca-se a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o atrelamento dos sindicatos a este Ministério, além de uma política de enfrentamento da questão social que se evidencia através da concessão do salário mínimo, férias remuneradas, limitação da jornada de trabalho, limitação sobre a exploração da força de trabalho da mulher e infantil, entre outros.
Desde então, o Estado tornou-se um dos principais agentes do processo econômico e a Constituição de 1934 acentuou este paternalismo provedor do Estado e seu intervencionismo dirigista.
Partindo deste contexto, Vargas conseguiu a cooptação do movimento operário, através da adesão e do consenso dos trabalhadores, sem deixar de atender às aspirações da burguesia, uma vez que propiciou condições para o aumento da produção. Dessa forma, conseguiu estabelecer uma política de compromissos, alianças e conciliações entre as camadas dominante, média e popular que ancoravam a ideologia da “paz social” e que se tornaram solo fértil para a expansão capitalista no Brasil.
Governo de Getúlio Vargas, segundo BAIERL (2005,s.n):
l  1930-1934 – Governo provisório: declara moratória, renegocia a dívida externa, Lei de Sindicalização (torna obrigatória à aprovação dos sindicatos trabalhistas e patronais pelo Ministério do Trabalho), restabelece relações amistosas com a Igreja, estabelece em 1933 a religião católica como religião oficial.
l  1934-1937 – Governo constitucional, eleito pelo Congresso Nacional.
l  1937-1945 – Golpe de Estado em 1937 e instalação do Estado Novo: fechamento do Congresso, extinção dos partidos políticos, outorga nova Constituição. Orientação para a intervenção estatal na economia e para o nacionalismo econômico, impulso à industrialização, CLT, Código Penal, Justiça do Trabalho, salário mínimo, FGTS. 
 Neste período, foram criadas as seguintes instituições, ainda segundo BAIERL(op.cit):
·        1930 – Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio;
·        1931 – Conselho Nacional do Café; Instituto do Cacau da Bahia;
·        1932 – Ministério da Educação e Saúde Pública;
·        1933 – Departamento Nacional do Café, Instituto do Açúcar e do Álcool;
·        1934 – Conselho Federal de Comércio Exterior, Instituto Nacional de Estatística, Código de Minas, Código de Águas, Plano Geral de Viação Nacional; Instituto de Biologia Animal;
·        1937 – Conselho Brasileiro de Geografia; Conselho Técnico de Economia e Finanças;
·        1938 – Conselho Nacional do Petróleo; Departamento de Administração do Serviço Público (DASP), Instituto Nacional do Mate, Instituto de Geografia e Estatística (IBGE);
·        1939 – Plano de Obras Públicas e Aparelhamento da Defesa;
·        1940 – Comissão de Defesa da Economia Nacional; Instituto Nacional do Sal; Fábrica Nacional de Motores;
·        1941 – Companhia Siderúrgica Nacional; Instituto Nacional do Pinho;
·        1942 – Missão Cooke, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI);
·        1943 – Coordenação da Mobilização Econômica, Cia Nacional de Álcalis, Fundação Brasil Central; Usina Siderúrgica de Volta Redonda; Consolidação das Leis do Trabalho; Serviço Social da Indústria (SESI); Plano de Obras e Equipamentos; I Congresso de Economia;
·        1944 – Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial, Serviço de Expansão do Trigo;
·        1945 – Conferência de Teresópolis, Superintendência da Moeda e Crédito (SUMOC), decreto-lei nº 7.666 sobre atos contrários à ordem moral e econômica.
Segundo o contexto sociopolítico no início do século XX, que permeou a institucionalização do Serviço Social como profissão na sociedade capitalista, institucionalização esta associada à progressiva intervenção do Estado nos processos de regulação social.
As particularidades desse processo no Brasil evidenciam que o Serviço Social se estabelece e legitima profissionalmente como um dos recursos mobilizados pelo Estado e pelo empresariado, com o suporte da Igreja católica, com a perspectiva de enfrentá-lo e regular a questão social. Isso se dá a partir dos anos 1930, quando a intensidade e a extensão das manifestações sociais (a questão social) no cotidiano da vida social adquirem expressão política.
A questão social, em suas variadas expressões, em especial ao se manifestar nas condições objetivas de vida dos segmentos mais empobrecidos da população, é a "matéria-prima" e a justificativa da constituição do espaço do serviço social na divisão sociotécnica do trabalho e na construção/atribuição da

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