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03-Mar-15 1 Anticorpos e Antígenos Leonardo Trindade Ituassu Introdução 1ª demonstração da imunidade adquirida: � No início dos anos de 1900, pacientes com difteria fatal foram tratados pela administração de soro de cavalos imunizados contra a toxina diftérica. Esta forma de imunidade, chamada de imunidade humoral, é mediada por uma família de glicoproteínas chamadas de anticorpos. Distribuição de Ac’s � LB são as únicas céls. que sintetizam moléculas de Ac’s presentes no Ret. Endop. e Comp. Golgi e na sua superfície; � Os Ac’s tb estão presentes no plasma e no líquido intersticial. Um homem adulto de +- 70 Kg, produz 3g de Ac diariamente. Quase ⅔ formados por um Ac chamado de IgA, presente na parede dos TGI e TR. Os Ac’s estão distribuídos pelos fluidos biológicos do corpo e são encontrados nas superfícies de um número limitado de tipos celulares. Estrutura molecular dos Ac’s As glicoproteínas do plasma são tradicionalmente separadas em albumina e globulina, de acordo com sua solubilidade. A maioria dos Ac’s é encontrada no 3º grupo de globulinas: gamaglobulinas. Outro nome para Ac é imunoglobulina (Ig). Estrutura molecular dos Ac’s Cada Indivíduo possui vários tipos diferentes de moléculas de Ac (108), cada um com uma sequência única de aa nos seus sítios de ligação de Ag’s. Todas as moléculas de Ac’s possuem as mesmas características estruturais básicas, mas apresentam uma grande variedade nas regiões que ligam os Ag’s. Estrutura molecular dos Ac’s Cadeia leve: +- 24 KD Cadeia pesada: 55 a 70 KD Uma cadeia leve está ligada a uma pesada por uma ponte de dissulfeto, enquanto as 2 cadeias pesadas estão ligadas entre si por pontes de dissulfeto. As cadeias leves e pesadas contém uma série de unidades homólogas repetidas, cada uma contendo +- 110 aa, que se dobram em uma forma globular chamada de domínio da Ig. Uma molécula de Ac possui uma estrutura básica simétrica composta de 2 cadeias leves idênticas e 2 cadeias pesadas idênticas. 03-Mar-15 2 Estrutura molecular dos Ac’s Estrutura molecular dos Ac’s Nas cadeias pesadas, a região V é composta de um domínio Ig e a região C é composta de 3 ou 4 domínios Ig. Cada cadeia leve é composta de 1 domínio Ig na região V e 1 na região C. A região variável é assim denominada pq contém regiões em que a sequência de aa é variável e distingue os Ac’s feitos por um clone de Céls. B dos Ac’s feitos por outros clones. A região V de uma cadeia pesada é justaposta com a região V da cadeia leve para formar o local de ligação de Ag’s. Tanto as cadeias pesadas quanto as leves possuem uma região aminoterminal variável (V) que participa no reconhecimento dos Ag’s, e de regiões constantes (C) carboxiterminais Estrutura molecular dos Ac’s A região C da cadeia pesada interage com outras moléculas efetoras e céls. do sist. Imunológico, participando como mediadora da maioria das funções biológicas dos Ac’s. Estrutura molecular dos Ac’s Essas regiões hipervariáveis contém +- 10 aa. Na molécula de Ac as 3 regiões hipervariáveis do domínio V leve e V pesado se aproximam para formar uma estrutura de ligação de Ag’s. Como estas sequências formam uma superfície que é complementar à estrutura do Ag, as regiões hipervariáveis tb são chamadas de CDR (regiões determinantes de complementariedade). A maior parte das diferenças nas sequências entre os diversos Ac’s está confinada a 3 pequenas extensões nas regiões V das cadeias pesadas e leves, chamadas de segmentos hipervariáveis. Estrutura molecular dos Ac’s A região CDR3 apresenta uma > diversidade na sequência. A habilidade da região V em se dobrar em um domínio Ig é determinada pelas sequências mais conservadas adjacentes às CDRs. A ligação dos Ag’s pelos Ac’s é primariamente uma função das regiões hipervariáveis de V leve e V pesada. Estrutura molecular dos Ac’s As regiões C das cadeias pesadas de todos os Ac’s de um isótopo ou subtipo apresentam a mesma sequência de aa. Os diversos isótipos e subtipos de Ac’s desempenham funções efetoras diferentes. Isto se explica pois a maior parte das funções efetoras é mediada pela ligação das cadeias pesadas a receptores em várias céls, como as fagocitárias, NK, mastócitos e proteínas do complemento. Isótipos diferentes possuem regiões C diferentes, se ligando a diferentes substratos com funções efetoras diferentes. As moléculas de Ac’s podem ser divididas em classes e subclasses distintas com base nas diferenças na estrutura das regiões C das cadeias pesadas. 03-Mar-15 3 Estrutura molecular dos Ac’s Estrutura molecular dos Ac’s Os Ac’s podem agir como Ag’s quando introduzidos em outro hospedeiro, estimulando a produção de anti- anticorpos. Tais anti-anticorpos são usados rotineiramente nas análises clínicas e experimentais. Ligação dos Ag’s pelos Ac’s Ag: qq subst. que pode ser especificamente ligada por um Ac ou por um receptor de Ag de céls. T. • Os Ac’s podem reconhecer como Ag qq tipo de molécula biológica: Açúcares, lipídios, hormônios; Carboidratos complexos, fosfolipídios, proteínas, … • Céls. T somente reconhecem peptídios. • Céls. B reconhecem macromoléculas. Ligação dos Ag’s pelos Ac’s � O Ac se liga somente a uma parte da macromolécula, chamada de determinante ou epítopo. � Macromoléculas contém vários determinantes superfícies celulares, incluindo m.o., geralmente possuem grande quantidade de determinantes antigênicos proteicos ou de carboidratos. Ligação dos Ag’s pelos Ac’s Para que os Ac’s exerçam as suas funções efetoras é preciso que ocorra a ligação das regiões C das cadeias pesadas, que compõe as porções Fc, a outras céls. e proteínas plasmáticas. � IgG recobre os m.o. e os torna alvo fácil para fagocitose pelos neutrófilos e MØ. A molécula de IgG ligada ao Ag é capaz de se ligar, por meio de sua região Fc, a receptores Fc (FcRs) específicos para a cadeia pesada γ que os neutrófilos e MØ expressam. Várias funções efetoras das Ig são mediadas pelas porções Fc das moléculas e os isótipos de Ac’s que diferem nessas regiões desempenham funções distintas. Ligação dos Ag’s pelos Ac’s 03-Mar-15 4 Ligação dos Ag’s pelos Ac’s � IgE recobre os helmintos e os torna alvo para destruição pelos eosinófilos, pois estas céls. expressam FcRs específicos para a IgE. � Ativação da via clássica do complemento depende da região Fc. É iniciado pela ligação de uma proteína do complemento chamada C1q às porções Fc da IgG ou IgM ligadas ao Ag. Ligação dos Ag’s pelos Ac’s IgA é o único Ac que pode ser secretado eficazmente através do epitélio mucoso, e por isso é a principal classe de Ac’s nas secreções das mucosas e do leite. O recém nascido é protegido de infecções pela IgG materna que recebem durante a gestação. Essa transferência de IgG materna é mediada por um tipo especial de FcR que é expresso pela placenta (através do qual os Ac’s entram na circulação fetal) e no intestino do recém nascido (através do qual os Ac’s presentes no leite materno são absorvidos). A região C das cadeias pesadas também determina a distribuição tissular das moléculas de Ac. Perguntas 1. Quais céls. produzem Ac´s? 2. Os Ac´s pertencem a qual grupo de proteínas? 3. Descreva a estrutura do Ac. 4. Para que serve a região constante do Ac? 5. O que é CDR? 6. O que é Ag? 7. O que são epítopos?
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