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* Prof. Adilson Pelá ADUBAÇÃO VERDE * DEFINIÇÃO Adubação verde consiste em se plantar uma espécie vegetal que, após atingir seu pleno desenvolvimento vegetativo, será cortada ou acamada, sendo sua massa deixada sobre a superfície ou incorporada ao solo (SOUZA & PIRES, 2005). * EVOLUÇÃO DA ADUBAÇÃO VERDE Desde Antigüidade era conhecido os efeitos benéficos Foram utilizados como fertilizantes Somente séc. XIX foi comprovado o efeito fertilizante das leguminosas No Brasil 1ª referência por Dutra (1919) Até 1950 – era muito utilizada Após 1950 - “modernização da agricultura” – abandonou-se essa técnica Aumento mecanização, insumos minerais e agrotóxicos * OBJETIVOS DA ADUBAÇÃO VERDE Aporte de fitomassa; Enriquecer o solo com nitrogênio; Reciclagem de nutrientes; Melhorar as condições físicas do solo; Reduzir a erosão; Controle de plantas daninhas; Diminuir as perdas por lixiviação; Estimular a flora microbiana; Aumentar a produção. * CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS EM PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBAÇÃO VERDE Resistência à condições climáticas adversas; Resistência à pragas e doenças; Não ser hospedeira de pragas e doenças que prejudiquem a cultura de interesse comercial; Ser pouco exigente em nutrientes; Rápido crescimento inicial; Produzir grande quantidade de massa verde; Ter capacidade de reciclar nutrientes; Não deve ser trepadeira ou planta daninha agressiva de difícil controle. Ter ciclo compatível com o sistema de produção Ter baixo custo, e fácil produção de sementes * QUANDO FAZER A ADUBAÇÃO VERDE Normalmente durante o inverno No verão – sob certas condições Cultivos precoces de soja e milho Após feijão – pode usar: lab-lab, guandu, feijão-de-porco, crotalárias, mucunas, etc. Plantio consorciado * Plantio consorciado de C. spectabilis em café * MANEJO DOS ADUBOS VERDES Semeadura – normalmente inverno Dispensa-se uso de insumos Incorporar ou deixar na superfície? Diversos fatores devem ser considerados: Sistema de produção, exigência de mão-de-obra, facilidade de operação, controle de plantas daninhas entre outros preferencialmente: na superfície após corte ou tombamento Plantio Direto: tombamento ou dessecação Plantio convencional: tombamento, posterior incorporação métodos de corte e equipamentos: roçadeira, manual, rolo-faca, grade de discos e o químico * QUANDO INCORPORAR O ADUBO VERDE Plena floração – 50% das plantas em florescimento Antes da viabilidade da semente PLANTIO DA CULTURA PRINCIPAL Dia seguinte após incorporação Ressalvas: início da decomposição, princípios alelopáticos Espera-se 15 a 30 dias * ROLO FACA * * * * EFEITOS POSITIVOS DA ADUBAÇÃO VERDE Controle da erosão Aumento da estabilidade da MO Reciclagem de nutrientes Redução de plantas daninhas Pode integrar com pecuária Efeito residual Aspectos econômicos * Disseminação de pragas e doenças Aumento de lagarta-rosca em SPD Aumento de roedores Intensificação dos efeitos das geadas Transformação de certas espécies em plantas daninhas Efeito sobre a época de plantio, quando manejo não for adequado EFEITOS NEGATIVOS DA ADUBAÇÃO VERDE * Mucuna – preta ( Estilozobium aterrimum ou Mucuna aterrima) PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE * Mucuna-preta Leguminosa ciclo anual – superior a 150 dias Hábito de crescimento: indeterminado, com ramos trepadores O rendimento de sementes varia de 900 a 3.600 kg/ha e o de massa verde está em torno de 18 t /ha Resistente à deficiência hídrica Não possui reação fotoperiódica Suporta Tº elevadas Pode ser cultivada do início ao final das chuvas Alta capacidade de reciclar P Eficiente no controle de nematóide Meloidogyne javanica Controla desenvolvimento de tiririca e capim barbante * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Crotalária (Crotalaria sp.) * Crotalária Espécies no gênero: cerca de 550 espécies são conhecidas. São plantas herbáceas anuais, eretas de crescimento muito rápido. Há também espécies perenes e mesmo arbustivas. O rendimento pode chegar a 14 t/ha de matéria seca e 500 a 900 kg/ha de fibra. nodulam fácil e abundantemente É eficiente no controle de nematóides Ciclo de 120 dias Não tolera solos compactados, é tolerante à seca Alta capacidade de fixação de N de 150-165 até 300 kg/ha * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Calopogônio (Calopogonium mucunoides) * Calopogônio INDICAÇÃO - Banco de proteínas, consorciação e adubação verde CICLO VEGETATIVO – Perene HÁBITO DE CRESCIMENTO - Rasteira e trepadora TEMPO DE FORMAÇÃO - 120 dias ALTURA DE CORTE (Pastejo) - 20 cm MATÉRIA SECA - 5 t/ha/ano PROTEÍNA BRUTA NA MS - 16 a 18% da MS Resistência: Seca – alta; Frio – baixa; Umidade – alta; Cigarrinha – alta; sombreamento – alta Exigências: Solo (pH) – corrigir acidez; Época – estação chuvosa; Adubação – conforme análise de solo; Profundidade – 1,0 a 2,0cm ; Preparo do solo – convencional, bem destorroado. OBS.: escarificar as sementes * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Puerária ( Puerária phaseoloides) * Puerária Ciclo vegetativo – perene Forma de crescimento – trepadora Adaptação: Tipo de solo – médio/fértil; Altitude – até 2000 metros; Resistência: Seca – média; Frio – média; Umidade – alta; Cigarrinha – alta; sombreamento – alta Indicação: Pastoreio – direto e corte no cocho; Fenação – sim; Ensilagem – não; Banco de proteína – sim; Consorciação – Panicuns, Setária e Brizantha Exigências: Solo (pH) – corrigir acidez; Época – estação chuvosa; Adubação – conforme análise de solo; Profundidade – 1,0 a 2,0cm ; Preparo do solo – convencional, bem destorroado. OBS.: escarificar as sementes Produção: Matéria seca (ha/ano) – 6 a 15 toneladas; Proteína bruta na MS – 23% Utilização e Manejo: Tempo de formação –120 dias; Primeiro patoreio – 120 dias; Altura do corte – 30cm / retirada dos animais; Incorporação – quando florescer. * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Soja Perene (Glycine wightti) * Soja Perene Ciclo vegetativo – perene Forma de crescimento – trepadora volúvel Adaptação: Tipo de solo – fértil/bem drenado; Altitude – até 1200 metros Resistência: Seca – média; Frio – boa; Umidade – baixa; Cigarrinha – alta; sombreamento – média Indicação: Pastoreio – consorciada com gramíneas; Fenação – sim; Ensilagem – não; Banco de proteína – 10% da área de pastagens; Consorciação – Panicuns, Setária e Rhodes Exigências: solo (pH) – corrigir acidez; Época – estação chuvosa; Adubação – conforme análise de solo; Profundidade – 1,0 a 2,0cm ; Preparo do solo – convencional, bem destorroado. OBS.: escarificar as sementes Produção: matéria seca (ha/ano) – 5 a 6 toneladas; Proteína bruta na MS – 20 a 22% Utilização e Manejo: Tempo de formação –120 dias; Primeiro patoreio – 120 dias (gado jovem); Altura do corte – 20cm / retirada dos animais; Incorporação – quando florescer Nitrogênio fixado – 60 a 80 Kg/ha/ano * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Mineirão( Stylosanthes guianensis) * Mineirão Leguminosa:Ciclo vegetativo – perene; semi-ereta Adaptação: Tipo de solo – baixa fertilidade; Altitude – até 1200 metros Resistência: Seca – alta; Frio – alta; Umidade – baixa; Cigarrinha – alta; sombreamento – baixa Indicação: Pastoreio – direto/consórcio; Fenação – sim; Ensilagem – não; Banco de proteína – sim; Consorciação – Panicuns, Brachiarias e Andropogon Exigências: Solo (pH) – corrigir acidez; Época – estação chuvosa; Adubação – conforme análise de solo; Profundidade – 1,0 a 2,0cm ; Preparo do solo – convencional, bem destorroado. OBS.: escarificar as sementes( térmico) Produção: Matéria seca (ha/ano) – 5 a 13 toneladas; Proteína bruta na MS – 12 a 18% Utilização e Manejo: Tempo de formação –120 dias; Primeiro pastoreio – 120 dias; Altura do corte – mínimo de 20cm; Incorporação – não * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Leucena ( Leucaenaleucocephala) * Leucena Leguminosa; Cultivar – Cunninghan; Ciclo vegetativo – perene; arbustiva Adaptação: Tipo de solo – todos/bem drenado; Altitude – até 1500 metros Resistência: Seca – alta; Frio – alta; Umidade – média; Cigarrinha – alta; sombreamento – alta Indicação: Pastoreio – em faixas nas pastagens / Cerca viva; Fenação – não; Ensilagem – não; Banco de proteína – piquetes de 10% da área de pastagens; Consorciação – Brachiarias Exigências: Solo (pH) – corrigir acidez; Época – estação chuvosa; Adubação – conforme análise de solo; Profundidade – 1,0 a 2,0cm ; Preparo do solo – convencional, bem destorroado, nivelado. OBS.: escarificar as sementes Produção: Matéria seca (ha/ano) – 12 toneladas; Proteína bruta na MS – 18 a 20% Utilização e Manejo: Tempo de formação –180 dias; Primeiro pastoreio – 1,20 m de altura; Altura do corte – 20cm (corte mecânico); Incorporação – não Nitrogênio fixado – 500 a 600 Kg/ha/ano. * * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Feijão de Porco (Canavalia ensisformis) * Feijão-de-porco Leguminosa; CICLO VEGETATIVO – Anual, ereta, Altitude – até 1800m, sobreamento - parcial TEMPO DE FORMAÇÃO - 120 dias MATÉRIA SECA - 7 a 8 t/ha/ano Adaptada à clima seco, até no semi-árido, solos de baixa fertilidade, ácidos, salinos e mal drenados Produção: 4 a 12 t/ha MS Alta fixação de N É hospedeiro da mosca-branca, transmissora do vírus do mosaico em feijão Em condições naturais é tóxico para o gado Desvantagem é sua semente ser grande, gasto elevado no plantio, e é suscetível a algumas viroses * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Guandu (Cajanus cajam) * Guandu Leguminosa: Ciclo vegetativo – Perene, Arbustivo Adaptação: Tipo de solo: Todos bem drenados Resistência: Seca – Alta, Frio – Boa, mas sensível a geada, Umidade – Baixa, Cigarrinha – Alta, profundo sistema radicular Indicação: Pastoreio Direto, Fenação – Sim,Ensilagem:Silagem c/ Milho e Sorgo ( com orientação técnica) Banco de proteínas ao lado das gramíneas Adubação verde: Incorporação Manejo: Tempo de formação120 dias, Primeiro pastoreio: Antes do florescimento, Altura do corte10 a 15 cm de altura (feno) Incorporação15 dias após início florescimento Produção Massa verde: 30 toneladas/ha, Proteína bruta na MS 14 a 16 % * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Milheto (Pennisetum glaucum) * Milheto FAMÍLIA – Gramínea - Poaceas INDICAÇÃO: Pastejo, fenação, silagem e cobertura morta, CICLO VEGETATIVO – Anual, Ereto, de verão, 95 dias até floração TEMPO DE FORMAÇÃO - 60 dias - sensível ao fotoperíodo ALTURA DE CORTE (Pastejo) - 20 cm MATÉRIA SECA - 10 a 12 t/ha/ano PROTEÍNA BRUTA NA MS - 15 a 16% da MS Reciclagem de K, rápido crescimento Controla nematóides da soja * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Brachiaria brizantha (Brachiaria brizantha) * Brachiaria brizantha Família:Poaceae Uso econômico:Forrageira para produção pastoril amplamente disseminada, utilizada e promovida no Brasil. Tem boa resistência ao pisoteio e desenvolve-se em locais elevados. Impactos ecológicos:Causa interações negativas e domina o ambiente. Forma densas touceiras e expulsa as espécies nativas de seu habitat. Impacto econômico:É invasora de lavouras anuais e perenes e de cacauais e seringais, prejudicando a produção e gerando custos de controle e remoção. Ambientes preferenciais para invasão: Lavouras anuais e perenes, beira de estradas e terrenos baldios, desde o nível do mar até 2.000 m de altitude. * PLANTAS UTILIZADAS COMO ADUBO VERDE Nabo forrageiro * Nabo forrageiro Família:Crucíferas, anual e herbácea, cuja altura atinge cerca de 100 a 180 cm Raiz pivotante profunda, altamente vigorosa e agressiva. Usos: cobertura do solo em plantio direto (em 60 dias cobre 70% da área), incorporação de MO ao solo, e alimentação animal rápido crescimento contribui para diminuir a infestação de invasoras Elevada capacidade de reciclagem de nutrientes, como o N e o P, sendo indicado na rotação de culturas Longo período de floração (mais de 30 dias), mostrando-se muito útil à produção de mel de boa qualidade Planta de inverno, a maior produção de massa: plantio entre abril e maio, época em que chega a produzir de 40 a 60 t/ha de MV, e de 4 a 6 t/ha de MS O sistema de manejo: incorporação de 110 a 120 dias a contar da data do plantio, Efeito alelopático em relação às plantas daninhas Adapta-se a solos de baixa fertilidade, mas produz melhor em solos mais férteis * ALGUNS RESULTADOS DE PESQUISAS * Experimento UEG * Experimento UEG * Fonte: Gama-Rodrigues et al., (2007) * Florescimento de alguns adubos verdes no Cerrado Amabile et al., (2000) * Amabile et al., (2000) * Amabile et al., (2000) * FIM! * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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