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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
TEORIA GERAL DO PROCESSO
Professor Maurício da Cunha Savino Filó
JURISDIÇÃO
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
TEORIA GERAL DO PROCESSO
Funções básicas do Estado: a tripartição das Funções Estatais
 
Aristóteles, na obra Política, defendia a separação dos poderes, mas foi Montesquieu que desenvolveu a tripartição dos Poderes do Estado.
 
A Teoria da Separação dos Poderes (ou da Tripartição dos Poderes do Estado) é a teoria de ciência política desenvolvida por Montesquieu, no livro O Espírito das Leis (1748), que visou moderar o Poder do Estado dividindo-o em funções, e dando competências a órgãos diferentes do Estado. 
 
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Mesmo o Poder se dividindo em dois, faltaria outro apoio para a sustentação do Estado:
Executivo, Legislativo e Juridiciário.
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Conceito e Princípios Fundamentais
O Estado tomou para si o poder de resolver conflitos, ou seja, criou um monopólio estatal da justiça.
Para isso criou o processo, procedimento em contraditório, uma forma de ser imparcial nessa função.
A jurisdição, que ocorre mediante o processo, é:
*Poder: manifestação estatal com capacidade para decidir e impor decisões;
*Função: encargo que os órgãos estatais têm de promover a pacificação de conflitos;
*Atividade: complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a Lei lhe atribui.
 
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Caráter substitutivo da jurisdição
Quando duas partes tem o mesmo interesse sobre o mesmo objeto e a mesma pretensão, nasce a lide, que é a pretensão resistida.
LIDE: AUTOR  OBJETO  RÉU
 
Lide ou Objeto Litigioso (= Mérito) A lide é uma característica e um princípio da jurisdição.
 
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A imagem ao lado sugere uma autotulela, mas isso não pode mais ocorrer, a não ser nas exceções vistas. 
Esses dois homens estariam tentando fazer justiça parcial e arbitrária. Como a jurisdição é um monopólio estatal, devem procurar acionar o Poder Judiciário, por meio de seus procuradores.
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Em vez de se realizar a justiça parcial – das partes – elas não podem proferir no mundo jurídico razões definitivas.
Daí a importância da imparcialidade do Julgador, assim como das demais pessoas que atuarem nessa atividade estatal: promotores, oficiais de justiça, contadores, etc. Esses não podem ter qualquer interesse na causa. 
 
O Estado substitui as partes na resolução dos conflitos. 
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No direito processual penal não há lide, mas sim pretensão de punir o infrator da lei penal.
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Recordando que no processo penal o titular da ação penal é o Ministério Público (seja ação penal condicionada ou incondicionada), com exceção da ação penal privada.
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Têm-se, pois, que a pretensão punitiva (de punir) é um conceito próprio da Jurisdição Penal. Na Jurisdição Civil, temos a lide.
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O Estado cria a jurisdição para que as normas de direito material sejam efetivadas. Para que o ser seja concretizado no mundo do dever ser. A Jurisdição seria a realização prática das normas no caso concreto.
 
Quais as duas teorias mais tradicionais do Ordenamento Jurídico?
 
Teoria dualista do Ordenamento Jurídico: Nítida cisão entre o direito material e o direito processual. (Chiovenda)
 
Teoria Unitária do Ordenamento Jurídico: o direito objetivo não consegue prever todos os conflitos, devendo o processo participar muitas vezes da criação dos direitos subjetivos e obrigações. (Carnelutti)
 
Escopo Jurídico de atuação do direito
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Como vimos, a LIDE é a pretensão resistida. No direito penal, utilizamos a nomenclatura: pretensão punitiva ou controvérsia penal.
 
INÉRCIA é a obrigação dos órgãos jurisdicionais em não prestar a tutela jurisdicional, a não ser quando requerido. 
LIDE - INÉRCIA - DEFINITIVIDADE
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CPC:
 
LEI No 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973.
 
Institui o Código de Processo Civil.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
LIVRO I
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO
TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
CAPÍTULO I
DA JURISDIÇÃO
         Art. 1o  A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.
        Art. 2o  Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.
 
 
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CPP:
 
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.
 
Código de Processo Penal.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:
LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
        Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
(...)
TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
        Art. 24.  Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
 
CASOS RAROS E ESPECÍFICOS AUTORIZAM AO JUIZ AGIR DE OFÍCIO. V.G., EXECUÇÃO TRABALHISTA, EXECUÇÃO PENAL, HABEAS CORPUS, ETC.
 
 
 
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LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.
NOVO CPC
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
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Os atos jurisdicionais se tornam imutáveis. O judiciário determina o que será correto ou não. A coisa julgada, que é a imutabilidade de uma sentença, está garantida pela CR/88, no art. 50, inciso, XXXVI:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
DEFINITIVIDADE
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Princípio da Investidura
A jurisdição somente será exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz. A pessoa física tem de ser a encarnação do Estado. Quando se aposenta, deixa de ser Juiz. CPC:
Art. 132.  O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor.
Princípios Inerentes à Jurisdição
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Princípio da aderência ao território
Além da limitação espacial nacional, a jurisdição é exercida por diversos juízes. Então, cada um deles vai exercê-la dentro de sua competência territorial, nas esferas estaduais ou federal.
Qualquer ato a ser praticado em outra área da jurisdição (comarca ou seção judiciária) far-se-á por cooperação com outro juiz.
Princípios Inerentes à Jurisdição
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Princípio da Indelegabilidade
A Constituição fixa o conteúdo das atribuições feitas ao Poder Judiciário. Não pode a Lei alterá-la, nem mesmo podem os membros do Poder Judiciário alterar a distribuição de competências. 
Da mesma forma, o Poder Judiciário não pode delegar suas funções a outro órgão.
Princípios Inerentes à Jurisdição
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Princípio da Inevitabilidade
A autoridade dos órgãos jurisdicionais impõe-se por si só. As partes não podem se opor à força da jurisdição.
 
Princípios Inerentes à Jurisdição
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Princípio da Inafastabilidade
É a garantia constitucional de acesso à justiça expressa no art. 5º, inciso XXXV, da CR/88:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
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Princípio do Juiz Natural
O julgamento deve ser feito por juiz independente e imparcial, indicado pelas normas constitucionais e legais. Proibi-se os Tribunais de exceção.
CR/88, art. 5º:
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Princípios Inerentes à Jurisdição
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Poder Jurisdicional: é o poder que surge no andamento processual, pelo qual o juiz dá mero andamento processual, faz a instrução do processo e decide a sobre o mérito da ação.
Poderes inerentes à jurisdição
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Poderes inerentes à jurisdição
 
Poder de polícia: poder necessário para se exercer com autoridade e eficiência o poder jurisdicional, ou seja, evitar a sua perturbação e assegurar a ordem e o decoro que devem envolvê-lo. 
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Espécies de Jurisdição
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Pelo objeto: 
Penal ou Civil (neste caso não é somente a que trata de direito civil, mas julga toda a matéria que não for penal).
 
Jurisdição penal
Obs. 1: A justiça do trabalho é desprovida de competência penal.
Obs. 2: O Estado exerce a jurisdição penal diante de pretensões, regra geral, de natureza punitiva. As exceções existentes são: o habeas corpus e a revisão criminal (pretensões penais não punitivas).
Jurisdição civil
Obs. 1: A justiça militar não exerce a jurisdição civil.
Obs. 2: strictu sensu (é definida por exclusão, sendo exercida pelo Estado diante de toda e qualquer pretensão, salvo as de natureza penal, trabalhista e eleitoral).
 
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Especial ou Comum
 
Justiça comum: Pode ser Federal ou Estadual.
Justiça Especial: Trabalhista, Militar e Militar Estadual, Eleitoral.
 
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Quanto ao grau em que é exercida (quanto ao critério da posição hierárquica de seu órgão)
Inferior (a quo)
É a exercida pelo 1º órgão a conhecer da causa submetida ao Estado juiz. Tal órgão possui competência originária. Exerce o 1º grau de jurisdição. Art. 102,CF inc. II, III
 
Superior (ad quem)
É exercida pelo órgão jurisdicional que conhece da causa em grau de recurso. Tal órgão possui competência recursal. Exerce o 2º grau de jurisdição.
 
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Limites da Jurisdição 
Limites internacionais: limite territorial.
No direito civil, está regulado pelos artigos 88 e 89 do CPC:
DA COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
        Art. 88.  É competente a autoridade judiciária brasileira quando:
        I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
        II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
        III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.
        Parágrafo único.  Para o fim do disposto no no I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal.
        Art. 89.  Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
        I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
        II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. 
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Limites da Jurisdição 
Limites internacionais de caráter pessoal: Estados estrangeiros, chefes de Estados estrangeiros, agentes diplomáticos.
 
Limites internos: 
 
Art. 5º, inciso XXXV, CR/88:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Esta é a regra, mas pode haver situações que não caibam a atuação da jurisdição.
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Limites da Jurisdição 
Jurisdição Voluntária
Assim diz o artigo 1º do Código de Processo Civil: “Art. 1o A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece”.
Esse artigo elege dois tipos de jurisdição, que é a contenciosa e a voluntária, em que a primeira é marcada pela presença de litígio e a outra não existe litígio a ser dirimido, existem, ainda, alguns outros que valem ser pontuados, possibilitando, assim, um melhor posicionamento da jurisdição contenciosa e da jurisdição voluntária.
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