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APOSTILA - An-lise Org-nica Cl-ssica

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Experimentos 7, 8 e 9 - Análise Orgânica Qualitativa 
Estudo da Reatividade de Grupos Funcionais mediante Reações Orgânicas 
Clássicas 
 
OBJETIVOS 
 
� Estudar a reatividade relativa de diversos grupos funcionais. 
� Realizar algumas interconversões funcionais por meio de testes de grupos funcionais e 
preparação de derivados. 
� Usar a análise orgânica qualitativa clássica na identificação de amostras desconhecidas. 
 
LEITURA RECOMENDADA 
 
Análise sistemática clássica; reatividade de grupos funcionais; reações orgânicas clássicas e seus 
mecanismos. 
 
Análise Sistemática Clássica de Substâncias Orgânicas 
 
 A metodologia clássica usada na identificação de amostras orgânicas foi desenvolvida muito 
depois da sistemática analítica inorgânica. O primeiro e bem sucedido programa de análise orgãnica 
qualitativa foi apresentado pelo professor Oliver Kamm, em seu livro texto de 1922. 
 Embora a química orgânica prática tenha sofrido uma grande revolução nas últimas décadas 
com o desenvolvimento de métodos instrumentais de separação e análise (particularmente cromatografia 
e técnicas espectroscópicas), o interesse na análise qualitativa clássica permanece, pois constitui 
método eficaz para o ensino da disciplina. 
 Na análise orgânica qualitativa clássica recomenda-se a execução seqüencial dos seguintes 
procedimentos experimentais: 
 
I. Exame Preliminar 
 O exame preliminar pode fornecer muitas informações se levado a cabo inteligentemente. Por 
exemplo: 
 Cor - A cor da amostra é muito informativa. Substâncias orgânicas com grupos funcionais 
conjugados são coloridas, a intensidade da cor dependendo da extensão da conjugação. Por exemplo, 
nitro- e nitroso-compostos aromáticos e α-dicetonas são amarelos, quinonas e azo-compostos são de 
cor amarela, laranja ou vermelha; cetonas e alcenos extensamente conjugados possuem cores que vão 
do amarelo ao púrpura. Substâncias saturadas ou com baixo grau de insaturação são brancas ou pouco 
coloridas. A cor marrom é geralmente causada por pequenas impurezas; por exemplo, aminas e fenóis 
(incolores) tornam-se rapidamente marrom ou púrpura pela formação de produtos de oxidação. 
 Odor - O cheiro de muitas substâncias orgânicas é extremamente característico, particularmente 
os de baixo peso molecular. Com alguma experiência poderemos reconhecer os odores característicos 
de muitas classes funcionais. Entretanto, a prática não é recomendável e devemos ser extremamente 
cautelosos ao cheirar substâncias desconhecidas, pois muitos compostos orgânicos são agressivos e 
venenosos. 
 Chama - O teste de ignição é também bastante informativo. Uma pequena quantidade da 
amostra (cerca de 50 mg, se sólido, ou uma gota de líquido em espátula ou cadinho) deve ser 
brandamente aquecida numa chama. Se sólido, observe a temperatura aproximada de fusão, e se há 
decomposição. A temperatura em que a substância se funde é dependente de sua polaridade. Observe a 
inflamabilidade e a natureza da chama. A presença de halogênio dificulta ou impede a inflamabilidade. O 
inconfundível cheiro de dióxido de enxofre indica a presença de enxôfre no composto. Uma chama 
amarela fuliginosa indica alta insaturação ou elevado número de carbonos na molécula, mas uma chama 
amarela não fuliginosa é característica de hidrocarbonetos alifáticos. Se uma grande quantidade 
permanece inalterada após a ignição, a amostra desconhecida é provavelmente um sal metálico. 
Pureza - Um ponto de ebulição constante ou um faixa de fusão estreita são indicadores de 
pureza da amostra. Mais informação sobre a pureza pode ser obtida por cromatografia em camada 
delgada. Purifique a amostra se necessário (destilação, recristalização ou cromatografia em coluna). 
 
II. Determinação de Constantes Físicas 
 Na caracterização de uma substância orgânica a determinação das constantes físicas tais como, 
ponto de fusão e ponto de ebulição, é primordial, pois não só fornece informações úteis para a 
identificação da amostra como pode ser fundamental na dedução de sua pureza. Um ponto de fusão 
nítido geralmente evidencia pureza da amostra, mas o mesmo não se aplica ao ponto de ebulição. 
Outras constantes físicas usadas para líquidos, suficientemente características, particularmente no caso 
de hidrocarbonetos, éteres e outras classes funcionais pouco reativas, são o índice de refração e a 
densidade. A densidade pode servir como critério de pureza de uma amostra, porém, exceto para 
substâncias muito inertes, é raramente utilizada nas etapas iniciais de identificação estrutural. O índice 
de refração, facilmente medido em amostras líquidas, constitui bom critério de pureza, servindo, às 
vezes, de suporte na identificação. A rotação óptica e o fator de retenção (Rf), quando aplicáveis, devem 
ser também considerados. 
 
III. Análise Elementar (fusão com sódio) 
A determinação da presença de outros elementos, além de carbono e hidrogênio, em uma 
amostra orgânica desconhecida é de enorme significado no processo de identificação. Heteroátomos 
como nitrogênio, enxofre e/ou halogênio podem ser detectados pelo teste de Lassaigne. 
 O teste consiste na fusão da amostra desconhecida com excesso de sódio metálico, quando 
átomos de nitrogênio, enxofre ou halogênios são mineralizados, convertendo-se respectivamente em 
cianeto, sulfeto ou halogeneto de sódio, os quais são detectados mediante ensaios específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
Na / calor NaCN
NaX
Na2S
Substância orgânica
contendo nitrogênio
halogênios, enxôfre
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IV. Teste de Solubilidade 
 
Muitas informações sobre a natureza da amostra podem ser obtidas mediante simples testes de 
solubilidade. A solubilidade dos compostos orgânicos pode ser dividida em duas categorias principais: a 
solubilidade decorrente de simples miscibilidade e a solubilidade resultante de uma reação química, por 
exemplo, uma reação ácido-base. 
Na prática, determina-se a solubilidade de uma amostra desconhecida nos solventes que podem 
fornecer informações úteis, tais como: água, ácido clorídrico diluído, hidróxido de sódio diluído, solução 
de bicarbonato de sódio e ácido sulfúrico concentrado e frio. Recomendam-se também ensaios de 
solubilidade em solventes orgânicos, em geral, éter (confira Experimento 1). 
Embora úteis na identificação eventual de uma amostra, deve-se ter em mente que os testes de 
solubilidade não são infalíveis, posto que muitos casos limítrofes de solubilidade são conhecidos. 
 
V. Teste de Grupos Funcionais 
Após classificação da amostra desconhecida em um determinado grupo de solubilidade, é 
necessário aplicar testes de funcionalidade adequados. Por meio deles, funções muito parecidas podem 
ser facilmente diferenciadas, como por exemplo: aldeídos de cetonas, acetilenos de olefinas, álcoois de 
éteres, etc. Em geral os testes são muito simples e rápidos, mas exigem sempre o uso de reagentes, 
muitas vezes agressivos, tóxicos ou dispendiosos. A caracterização de grupos funcionais por métodos 
espectrométricos modernos (particularmente IV e RNM) é muito mais rápida, mas também exigem 
instrumentação dispendiosa e nem sempre disponível. De todo modo, muitas vezes os testes químicos 
de caracterização de grupos funcionais são ainda indispensáveis na elucidação questões duvidosas sob 
o ponto de vista das técnicas espectrométricas. 
 
VI. Preparação de Derivados 
Após os exames preliminares de identificação o químico chega a uma lista de possibilidades 
estruturais. A etapa seguinte é a confirmação de uma das possibilidades. Na abordagem clássica, usa-se 
freqüentemente converter a amostra desconhecida em derivados sólidos, com pontos de fusão definidos. 
Os pontos de fusão de dois derivados diferentes, juntamente com o ponto de fusão (ou de ebulição) e 
das características organolépticas da amostra desconhecida, muitas vezes são suficientes para 
identifica-lacompletamente. Os livros textos de química orgânica experimental geralmente apresentam 
tabelas de pontos de fusão de derivados das substâncias mais comuns. 
 
 
Teste de Grupos Funcionais 
 
 Cada grupo funcional apresenta certas reações características, que podem ser usadas para fins 
de identificação. Testes qualitativos, de fácil execução, permitem caraterizar determinada funcionalidade 
observando-se mudanças físicas provocadas por uma reação química. Algumas mudanças não são 
facilmente observáveis, mas ainda úteis em certas circunstâncias. A partir da evidência experimental 
acumulada, deduz-se que grupo funcional (ou grupos funcionais), está (estão) presente(s) na amostra 
desconhecida. Realizam-se, então, ensaios por meio de reagentes adequados à uma caracterização 
mais precisa. 
Abaixo enumeramos os mais importantes testes de análise, usados na caracterização dos 
grupos funcionais mais comuns. Recomenda-se fortemente não efetuar ensaios desnecessários, pois 
não somente constituem uma perda de tempo e reagente, como também aumentam a possibilidade de 
erro. Sugere-se, além disso, a leitura de obras especializadas nas quais são detalhadas as limitações de 
cada teste. 
 
 
Alquenos e Alquinos 
 
 Devido à pronta disponibilidade dos elétrons pi as ligações C=C e C≡C sofrem uma série de 
reações químicas incomuns em outras classes de substâncias orgânicas. Os testes mais utilizados para 
a deteção de ligação C-C múltipla (alquenos e alquinos) em amostras orgânicas são o da adição de 
bromo e da oxidação com permanganato (teste de Bayer). 
 
� T1 Teste de Bayer (KMnO4/H2O) - Consiste na reação da solução de permanganato de potássio em 
meio aquoso com a ligação múltipla de um alqueno ou alquino. O teste é positivo se a solução violeta do 
íon permanganato se descora imediatamente com formação de precipitado marrom (MnO2). 
 
R'''
R''R
R'
OH OH
R''
R'''
R
R'
+ MnO4
H2O
+ MnO2
(precipitado 
 marron)
(solução
 violeta) 
 
 
Procedimento: Testar uma pequena porção da amostra a ser analisada, sob agitação, com uma 
solução aquosa de permanganato de potássio, observando se há descoramento imediato. Uma vez que 
o permanganato não é miscível com compostos orgânicos poderá ser adicionado 0,5 mL de 1,2-
dimetoxietano ou uma pequena quantidade de um catalisador de transferência de fase. 
 
Observação: O íon permanganato é extremamente agressivo, sendo capaz de oxidar quase qualquer 
substância orgânica se tempo e temperatura forem adequados. Portanto, o teste só é considerado 
positivo se a reação for instantânea! 
 
Reagente: KMnO4 a 2% em água. 
 
�T2 Teste com bromo (Br2/CCl4) - Ligações múltiplas de alquenos e alquinos rapidamente descoram a 
solução (avermelhada) de bromo em tetracloreto de carbono, devido à formação de produtos de adição 
incolores. 
R'''
R''R
R'
Br
Br R''
R'''
R'
R
R R'
Br
Br
R'
Br
R
Br
ou
Br2 / CCl4
(avermelhado)
 (incolores)
ou
 
 
Procedimento: Adicionar algumas gotas da solução de bromo em tetracloreto de carbono à uma 
solução da amostra no mesmo solvente (ou diclorometano). O teste é positivo se a descoloração for 
imediata. 
Observação: Ligações múltiplas eletronicamente deficientes (conjugadas com carbonilas, nitrilas, 
sulfonas, etc.) geralmente não reagem, ou o fazem lentamente, nas condições de realização do teste. 
 
Reagente: Bromo a 5% em tetracloreto de carbono. 
 
Halogenetos de Alquila 
 
 Os testes químicos de identificação de halogenetos de alquila tanto servem para evidenciar a 
presença de halogênio (cloro, bromo ou iodo) como para decidir qual a natureza do halogeneto, se 
primário, secundário, terciário, arila, alquenila (vinila) ou alquinila. 
 
�T3 Teste com nitrato de prata em etanol - Halogenetos de alquila precipitam halogenetos de prata 
quanto tratados com solução de nitrato de prata em etanol. O cátion prata favorece reação por 
mecanismo SN1, assim, a reatividade dos halogenetos cresce na ordem: primários < secundários < 
terciários. 
 
R X R ONO2AgX + 
AgNO3
X = Cl, ppt. branco
X = Br, ppt. amarelo-claro
X = I, ppt. amarelo
 
 
A velocidade da reação depende do halogênio envolvido na reação: brometos e iodetos de alquila são 
mais reativos do que cloretos, os quais, às vezes, exigem aquecimento para reagir mais rapidamente. Os 
halogenetos de arila, vinila e alquinila geralmente não reagem. Os halogenetos de alila (C=C-C-X) e de 
benzila apresentam reatividade similar à de halogenetos terciários. 
 O teste pode ser também usado na especificação do halogênio, já que os halogenetos de 
prata possuem colorações diferentes: o cloreto de prata é branco, o brometo é amarelo-pálido, o iodeto é 
amarelo. 
 
Procedimento: Adicionar 1 gota da substância halogenada a 2 mL de nitrato de prata a 2% em etanol. 
Se, à temperatura ambiente, não houver precipitação em 5 minutos, aqueça a mistura em banho-maria. 
Observar formação de precipitado e sua coloração. Adicionar ao precipitado algumas gotas de ácido 
nítrico a 5% e observar possíveis mudanças. Os halogenetos de prata são insolúveis nestas condições, 
por outro lado, os carboxilatos (e alguns outros derivados orgânicos) de prata se solubilizam facilmente. 
 
Reagente: AgNO3 a 2% em etanol 95%. 
 
�T4 Teste do iodeto de sódio em acetona - A solução de iodeto de sódio em acetona pode ser usada 
para distinguir halogenetos primários, secundários e terciários. Esse teste complementa o anterior, 
baseando-se no fato de que o cloreto e brometo de sódio são praticamente insolúveis em acetona, 
sendo o iodeto totalmente solúvel. 
R X R I
(X = Cl ou Br)
NaI / acetona
+ NaX
(insolúvel
em acetona)
 
A reação se dá por mecanismo SN2, assim a reatividade dos halogenetos segue a segue ordem primário 
> secundário > terciário. 
 O ensaio é limitado a cloretos e brometos de alquila. À temperatura ambiente, brometos 
primários precipitam o brometo de sódio após cerca de 3 minutos. Brometos secundários e terciários 
reagem quando aquecidos alguns minutos a 50ºC. Os cloretos primários e secundários só reagem 
quando aquecidos a 50ºC. Os cloretos terciários não reagem. 
 
Procedimento: Colocar em um tubo de ensaio, 1 mL da solução de iodeto de sódio e 2 gotas da 
amostra (no caso de sólidos, dissolver cerca de 50 mg em um pequeno volume de acetona). Agitar e 
deixar em repouso à temperatura ambiente por 3 minutos,. Se não houver formação de precipitado, 
aquecer a mistura em banho-maria a 50ºC. Após 6 minutos de aquecimento, resfriar até atingir 
temperatura ambiente e observar a formação do precipitado. 
Observação: É imprescindível que todo material usado para a execução do teste esteja 
absolutamente sêco. 
 
Reagente: NaI (sêco!) a 15% em acetona anidra. 
 
 Um ensaio genérico para verificar a presença de halogênios (alquila, arila e acila) é o teste de 
BBeeiillsstteeiinn. Aquece-se na chama pouco luminosa de um bico Bunsen a extremidade de um fio de cobre, 
moldada na forma de pequeno anel, até desaparecimento de qualquer coloração verde. O fio é então 
arrefecido, um pouco da amostra recolhida na alça e novamente aquecida na borda da chama. Uma 
chama verde, característica de sais de cobre, indica a presença de halogênio. 
 
Fenóis 
 
 Os fenóis têm características ácidas, com valores de pKa variando conforme a natureza dos 
substituintes. Os principais testes para a caracterização de fenóis se baseam em mudanças de cor. 
 
�T5 Teste com hidróxido de sódio - Os fenóis reagem com hidróxido de sódio aquoso, produzindo 
soluções de fenóxidos, as quais sofrem fácil oxidação por ar, dando soluções coloridas (geralmente 
marrons). Alguns fenóis não se dissovem facilmente em hidróxido de sódio a 10%, mas o fazem em 
soluções mais diluídas. 
 
Procedimento: Adicionaruma pequena quantidade da amostra a ser testada a 1 mL de hidróxido de 
sódio a 10%. Agitar bem e observar se há desenvolvimento de cor. Caso isto não ocorra, deixar a 
solução em repouso por 30 minutos. Se houver precipitação, diluir a solução com 20 mL de água e 
agitar. 
 
Reagente: NaOH a 10% em água. 
 
�T6 Teste com cloreto férrico - Os fenóis formam complexos coloridos com íon Fe3+. A coloração pode 
ser azul, violeta, verde ou vermelha. O teste do cloreto férrico pode ser efetuado em água, metanol ou 
diclorometano. Entretanto, o teste não é positivo para todos os fenóis. Certos enóis também reagem 
positivamente. 
 
3 ArOH + [Fe(H2O)6]
3+ Fe(H2O)3(OAr)3 + 3H3O
+ 
 
 
Procedimento: Dissolver 10 a 20 mg de amostra em 1 mL de água. Adicionar 5 gotas da solução de 
cloreto férrico a 3% e observar o desenvolvimento de cor (caso a amostra seja insolúvel em água, 
dissolver em etanol). 
 
Reagente: Cloreto férrico (FeCl3.6H2O) a 3% em água, adicionada de 1 gota de HCl concentrado. 
 
Álcoois 
 
 A identificação dos álcoois primários e secundários é feita com o teste de Jones e com o teste 
de Lucas. 
 
�T7 Teste de Jones - O teste de Jones baseia-se na oxidação de álcoois primários e secundários pelo 
ácido crômico a ácidos carboxílicos e cetonas, respectivamente. Álcoois terciários não reagem. A 
oxidação é acompanhada de formação de precipitado verde do sulfato crômico. O teste de Jones 
também dá resultado positivo para aldeídos e/ou fenóis. 
H
OH
H
R
H
OH
R'
R
R O
H
R O
R'
CrO3
H2SO4
CrO3
H2SO4 R O
OH
+ Cr2(SO4)3
(precipitado verde)
 
 
Procedimento: Dissolver 2 gotas de amostra a ser analisada (ou 15 mg, se a amostra for sólida) em 10 
gotas de acetona pura, e adicionar com agitação, 5 a 6 gotas da solução de ácido crômico. O 
aparecimento imediato de um precipitado verde confirma a presença de álcool primário ou secundário. 
Observação: A acetona usada no teste deve ser realmente pura. Se necessário, purificá-la por 
destilação de pequena quantidade de permanganato e potássio. 
 
Reagente: Trióxido de cromo (CrO3) a 25% em de H2SO4 diluído em água a 1:3. 
 
�T8 Teste de Lucas - O teste de Lucas consiste na formação de cloretos de alquila por reação de 
álcoois com uma solução de cloreto de zinco em ácido clorídrico concentrado. 
 
ROH + HCl RCl + H2O
ZnCl2
 
Sob as condições extremante ácidas do teste, os álcoois geram carbocátions intermediários que reagem 
com o íon cloreto. Assim, a reatividade aumenta na ordem álcool primário < secundário < terciário < 
alílico < benzílico. O teste de Lucas é indicado somente para álcoois solúveis em água. 
 
Procedimento: Misturar, em um tubo de ensaio sêco, 2 mL do reagente de Lucas com 4 ou 5 gotas da 
amostra a ser analisada. Observar o tempo gasto para a turvação da solução ou o aparecimento de duas 
camadas. Os álcoois alílicos, benzílicos e terciários reagem imediatamente. Os álcoois secundários 
demoram cerca de 5 minutos para reagir. Se não ocorrer reação em 5 minutos, aquecer cuidadosamente 
em banho-maria por 3 minutos. Os álcoois primários não reagem. 
 
Reagente: 77 g de cloreto de zinco [ZnCl2 (anidro!)] dissolvidos em 50 mL de HCl concentrado. Manter 
frasco bem fechado. 
 
 
Aldeídos e Cetonas 
 
�T9 Teste com 2,4-dinitrofenil-hidrazina - Aldeídos e cetonas reagem com a 2,4-dinitrofenil-hidrazina 
em meio ácido para dar 2,4-dinitrofenil-hidrazonas, usualmente como um precipitado de coloração 
amarelo-avermelhada. O produto tem, na maior parte dos casos, um ponto de fusão nítido, útil na 
identificação do aldeído ou cetona original. 
 
(R)H
O
R
N
NH2
H
O2N NO2
N
N
H
R
H(R)
NO2O2N
+ H
2,4-dinitrofenil-hidrazona
 
Procedimento: Dissolver 1 ou 2 gotas do líquido (ou cerca de 50 mg do sólido) a ser analisado em 2 mL 
de etanol e adicionar 2 mL da solução de 2,4-dinitrofenil-hidrazina. Agitar e deixar em repouso por 15 
minutos. Caso não ocorra precipitação, aquecer a mistura ligeiramente e deixar em repouso por mais 15 
minutos. Um precipitado amarelo-avermelhado é resultado positivo. 
 
Reagente: 2,4-dinitrofenil-hidrazina a 1% em etanol 95% contendo 1 ml de HCl concentrado. 
 
�T10 Teste de Tollens - O teste permite a distinção entre aldeídos e cetonas. Aldeídos reagem com 
formação de prata elementar, a qual se deposita como um espelho nas paredes do tubo de ensaio. As 
cetonas não reagem. 
 
RCHO + 2Ag(NH3)2OH 2Ag + RCOO NH4 + 3NH3 + H2O
(Reagente 
de Tollens)
 
(Espelho 
de prata)
 
Procedimento: Dissolver uma pequena quantidade da amostra a ser analisada em algumas gotas de 
água ou etanol. Gotejar esta solução, com agitação constante, sobre cerca de 0,5 mL do reagente de 
Tollens. Caso a reação não ocorra imediatamente, aquecer evemente o tubo de ensaio em banho-
maria. A formação de um precipitado escuro de prata e/ou a formação de espelho de prata são 
resultados indicativos da presença de aldeído. Outros grupos redutores (hidrazinas, hidroxilaminas, α-
hidroxi-cetonas) também dão reação positiva. 
 
Reagente: O reagente deve ser recém-preparado. A 2 mL de AgNO3 a 2% juntar 1 gota de hidróxido 
de sódio a 10%. Em sequência, adicionar, gota a gota, uma solução diluída (1:1) de NH4OH até 
dissolução do precipitado de Ag2O (evitar excesso de NH4OH!). 
 
�T11 Teste do iodofórmio - Substâncias contendo o grupamento CH3CO− (grupo acetila) ou 
CH3CHOH− reagem com solução de iodo em meio fortemente básico, produzindo um precipitado 
característico de iodofórmio e um íon carboxilato: 
R
CH3
O
R H
CH3
OH
R
O
CI3
HO
HOI2 /
R
O
O
+ CHI3
(precipitado
 amarelo)
 
Procedimento: A amostra (0,1 g se sólido ou 4 gotas se líquido) a ser examinada dissolvida em 2 mL de 
1,4-dioxano puro e 1 mL de solução de NaOH a 10%. Em sequência adicionar solução de iodo, gota a 
gota e agitando sempre, até um ligeiro excesso, evidenciado pela coloração típica do iodo, persistente 
por 5 minutos. Aquecer brevemente (não mais que 2 minutos) o tubo de ensaio a 60ºC, adicionando 
eventualmente mais iodo caso ocorra descoloração. Ao final dessa etapa, remover o excesso de iodo por 
adição de algumas gotas de hidróxido de sódio a 10%, diluir a mistura reacional com cerca de 5 mL de 
água e deixar em repouso por 15 minutos. O teste é considerado positivo se houver precipitação de 
iodofórmio (sólido amarelo claro). 
 
Reagentes: Solução de NaOH a 10%. 
 Solução de iodo a 5% em iodeto de potássio a 5%. 
 
 
�T12 Teste de Fehling ou Benedict - Os reagentes de Fehling e de Benedict são usados na 
caracterização de grupos aldeídos, especialmente em carboidratos (açúcares redutores). Os reagentes 
contêm o íon cúprico complexado (azul) em meio básico com o ion tartarato (Fehling) ou citrato 
(Benedict). Aldeídos reagem com o cobre II complexado produzindo um carboxilato e precipitando o 
cobre como Cu2O (cobre I), de cor marrom-avermelhada. O reagente de Fehling é usado como um teste 
qualitativo para a deteção de glicose na urina, uma indicação de diabetes ou disfunção renal. 
R
H
O
R
O
O
+ 2Cu2+ + 5HO
calor
+ Cu2O + 3H2O
 (precipitado
marron-avermelhado)
 
Procedimento: Em tubo de ensaio misturar 1 mL de solução de sulfato de cobre (solução A) com 1 mL 
de solução de tartarato de sódio e potássio (solução B para o teste de Fehling) ou de citrato de sódio 
(solução C para Benedict). Adicionar 2-3 gotas (ou cerca de 0,05 g se sólido) da amostra a ser 
examinada e aquecer a mistura à ebulição. A formação de um precipitado vermelho de óxido cuproso é 
um resultado positivo. 
 
Reagentes: Solução A. Sulfato de cobre (CuSO4.5H2O) a 1,7% (Benedict)ou a 7% (Fehling) em água. 
 Solução B. Tartarato de sódio e potássio (sal de Rochelle) a 34,6% em solução aquosa de 
 NaOH a 10%. 
 Solução C. Citrato de sódio a 17,3% em solução aquosa de carbonato de sódio a 10%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ácidos Carboxílicos 
 
�T13 Teste de pH - Os ácidos carboxílicos de baixo peso molecular são solúveis em água produzindo 
soluções de pH < 7. A acidez decorre da ionização: 
R
O
OH
R
O
O
+ H2O + H3O
 
Procedimento para exame do pH: Se o ácido carboxílico for solúvel em água, testar a solução com 
papel indicador de pH. Se insolúvel em água, dissolver uma pequena quantidade da amostra em 1 mL 
de etanol (ou metanol) e lentamente adicionar água até a turvação da solução; tornar a solução 
novamente límpida por adição de gotas de etanol (ou metanol) e testar o pH com papel indicador. 
 Ácidos carboxílicos reagem com formação de íons carboxilatos quando tratados com uma 
base. A reação com bicarbonato de sódio aquoso a 5% é facilmente evidenciada pelo desprendimento 
de CO2. 
 
Ésteres Carboxílicos 
 
�T14 Teste do hidroxamato - Os ésteres de ácidos carboxílicos reagem com a hidroxilamina para 
formar ácidos hidroxâmicos, os quais, quando tratados com solução de cloreto férrico, produzem 
complexos de coloração violácea. 
R
OR'
O R
O
N
H
O
R
N
O
H
O
Fe
3
H2NOH+
(íon hidroxamato)
Fe3+HO
(complexo voláceo)
 
Cloretos de acila, anidridos e certas amidas podem, também, formar hidroxamatos nas condições usuais 
de reação. O teste não é recomendado para compostos portando grupos fenol ou enol, posto que os 
mesmos também formam complexos coloridos com cloreto férrico. Assim, é prudente testar a amostra 
em ensaio preliminar, utilizando apenas o cloreto férrico. 
 
Procedimento: 
Teste preliminar - Adicionar 1 mL de ácido clorídrico 1M a cerca de 50 mg da amostra dissolvida em 1 
mL de etanol a 95%. Adicionar, então, 1 gota de solução aquosa de cloreto férrico a 5%. Se não houver 
evidência de reação (coloração amarelada), conservar o experimento para comparação posterior. Se, 
por outro lado, houver reação, evidenciada pelo aparecimento de cor laranja, vermelha ou violeta o teste 
de hidroxamato não será aplicável à amostra. 
Formação do hidroxamato - Tratar cerca de 50 mg da amostra a testar com 1 mL de solução etanólica 
0,5M de cloreto de hidroxilamônio e 0,2 mL de hidróxido de sódio a 20%. Aquecer a mistura por alguns 
minutos à ebulição, resfriar e adicionar 2 mL de ácido clorídrico 1M. Se houver turvação, adicionar cerca 
de 2 mL de etanol e adicionar 1 a 2 gotas de solução aquosa de cloreto férrico a 5%. Comparar a 
coloração com a obtida no teste preliminar! A cor vinho ou violeta, indica a presença do grupo éster. 
 
Reagentes: Cloreto de hidroxilamonio 0,5M em água 
 Ácido clorídrico 1M 
 Hidróxido de sódio a 20% em água 
 Cloreto férrico a 5% em água 
 
 
 
 
Nitrocompostos 
 
�T15 Teste com hidróxido ferroso (para substâncias mononitradas) - As substâncias orgânicas que 
possuem grupos oxidantes são capazes de oxidar hidróxido ferroso (azul) a hidróxido férrico (marrom). A 
reação ocorre principalmente com compostos alifáticos ou aromáticos mononitrados, que são reduzidos 
a aminas. Compostos nitrosos, hidroxilaminas, nitratos ou nitritos de alquila e quinonas também podem 
oxidar o hidróxido ferroso. 
 
R NO2 R NH2+ 6Fe(OH)2 + 4 H2O + 6Fe(OH)3
(azul) (marron)
 
Procedimento. Em tubo de ensaio, adicionar 1,5 mL de uma solução recém-preparada de sulfato 
ferroso amoniacal a 5% a uma pequena quantidade da amostra. Adicionar 1 gota de ácido sulfúrico 3M e 
1 mL de solução metanólica de hidróxido de potássio 2M. Arrolhar o tubo (rolha de borracha limpa!), 
agitar bem e observar a mudança de cor azul para o marrom. O oxigênio do ar também é capaz de 
interferir na análise. Recomenda-se, portanto, o uso de um tubo de ensaio pequeno e a execução 
de teste em branco para fins de comparação. 
 
Reagentes: Sulfato de ferro amoniacal [Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O] a 5% em água 
 Ácido sulfúrico 3M 
 Hidróxido de potássio 2M em metanol (recém-preparada) 
 
Aminas 
 
�T16 Teste de pH - Aminas possuem caráter básico, dissolvendo-se em água com a formação de íons 
hidróxido; a solução resultante normalmente apresenta pH > 7. 
R3N + H 2O R3NH + HO
 
Procedimento. Dissolver pequena porção da amostra em água e testar a solução com papel indicador 
de pH. No caso de aminas insolúveis em água, dissolvê-las em uma mistura etanol-água. 
 
�T17 Teste com ácido nitroso - As aminas primárias alifáticas ou aromáticas reagem com ácido nitroso 
para formar íons diazônio. Os sais de diazônio alifáticos são muito instáveis e rapidamente se 
decompõem com produção de nitrogênio, álcoois, olefinas e outros produtos derivados de reações via 
carbocátion e de acoplamento. Os sais de diazônio aromáticos são razoavelmente estáveis a baixas 
temperaturas (< 5ºC) mas reagem com fenóxidos para formar azo-corantes. 
R N2RNH2 Cl
NaNO2 / HCl
ROH + RCl + N2 + alquenos
H2O
(sal de diazônio)
 
Procedimento. Dissolver, em um tubo de ensaio, uma pequena porção da amostra a ser analisada em 2 
mL de ácido clorídrico 2M e esfriar a 0-5ºC em banho de gelo. Adicionar 5 gotas de solução de nitrito de 
sódio a 20% e observar os resultados. 
 
i) se houver liberação imediata de gás incolor (nitrogênio) a substância é possivelmente uma amina 
alifática primária. 
 
ii) se não houver liberação imediata de nitrogênio adicionar ao tubo de ensaio algumas gotas de uma 
solução de 50 mg de 2-naftol em 2 mL de hidróxido de sódio 2M. O aparecimento de cor vermelha ou 
laranja do azo-corante sugere amina aromática primária. 
 
 
 
iii) se houver formação de óleo amarelo insolúvel, sem liberação de gás, a substância pode ser uma 
amina secundária (alifática ou aromática). 
R2N NOR2NH + H2O
NaNO2 / HCl
(N-nitrosamina)
 
(cuidado o óleo amarelo é uma N-nitrosamina, CANCERÌGENA!). 
 
iv) se não houver evidência de reação, a substância pode ser uma amina terciária (alifática ou aromática) 
que às vezes precipita da solução ácida como um sal insolúvel. 
 
O aparecimento de coloração amarelada em meio ácido pode também ser indicativo de uma N,N-
dialquil-anilina, a qual reage com ácido nitroso formando o derivado p-nitroso esverdeado, mas que em 
meio ácido forma um sal amarelo. 
 
Reagentes: Nitrito de sódio a 20% em água (recém-preparada) 
 Ácido clorídrico 2M 
 
�T18 Teste com p-N,N-dimetilamino-benzaldeído - Este teste é específico para aminas aromáticas 
primárias. Baseia-se na reação das mesmas com o p-N,N-dimetilamino-benzaldeído em meio ácido com 
formação de iminas (bases de Schiff), as quais possuem coloração laranja avermelhada intensa. 
 
NH2N
O
H
CH3
CH3
N
N
CH3
CH3
CH3CO2H
+
(base de Schiff)
 
Procedimento. Em placa ou cadinho de porcelana, adicionar uma pequena porção da amostra a ser 
analisada e algumas gotas de solução saturada de p-N,N-dimetilaminobenzaldeído em ácido acético 
glacial. Intensa coloração laranja avermelhada indica a presença de aminas primárias aromáticas. 
 
Reagentes: p-N,N-dimetilamino-benzaldeído 
 Ácido acético glacial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amino-ácidos 
 
�T19 Teste com nihidrina - Todos os aminoácidos que contêm o grupo α-amino livre reagem com a 
ninidrina, produzindo substâncias de coloração azul-violácea. A prolina e a hidroxiprolina, que possuem o 
grupo α-amino substituído, fornecem derivados de cor amarela característica. 
O
O
OR
H
NH2
CO2H
O
O
N
H R
CO2H
O
O
NH2
O
O
N
O
O
O
O
O
_ RCHO
+
_
H2O
_ CO2
+
(azul violáceo)
_ H2O
 
Procedimento. Adicionar 1 mL de solução aquosa de ninidrina a 2 mg da amostra a ser testada e ferver 
a mistura por 30 segundos. O grupo α-aminoácido é confirmado pelo aparecimento de cor azul-violácea. 
Quaisquer outras cores (amarelo, laranja, vermelho) constituem resultado negativo. 
 
 
Preparação de Derivados 
 
 Os testes acima descritos permitem estabelecer uma lista geral de possibilidades para a 
identificação de uma amostra desconhecida. A total identificação por meio da análise orgânica 
sistemática clássica requer, freqüentemente, a conversão da substância desconhecida em um derivado 
com propriedades físicas bem definidas. Se as propriedades físicas do derivado estiverem de acordo 
com as de um derivado autêntico pode-se, então, presumir a identidade da amostra. 
 Caso a lista de possibilidades seja longa, deve-se considerar a preparação de dois ou mais 
derivados. Entretanto, é importante também avaliar outras propriedades características da amostra, tais 
como densidade, índice de refração, equivalentes de neutralização, peso molecular e rotação óptica 
(quando aplicável). 
 
Características desejáveis de um derivado satisfatório: 
 
� o derivado deve ser facilmente obtido mediante reação que são seja ambígua, com bom 
rendimento, e de facil purificação. Na prática, significa que o derivado deve ser sólido, em virtude 
da maior facilidade na manipulação, e do fato que pontos de fusão são mais exatos e mais 
facilmente determinados do que pontos de ebulição. O ponto de fusão deve estar, de preferência, 
entre 50º e 250ºC. 
� o derivado deve ser preparado, de preferência, por reação geral que, sob as mesmas condições 
experimentais, produza um derivado definido com outras possibilidades individuais. Deve-se 
reações passíveis de rearranjos ou transformações secundárias. 
� as propriedades (físicas e químicas) dos derivados devem ser acentuadamente diferentes das da 
amostra original. 
� o derivado selecionado, em qualquer exemplo particular, deve ser um que identifique claramente 
uma substância entre todas as possibilidades e, assim permita uma escolha inequívoca. Os pontos 
de fusão dos derivados a serem comparados devem diferir no mínimo de 5 a 10%. 
 
 As considerações feitas acima ajudarão o pesquisador na seleção de um derivado. Deve-se ter 
em mente que, quando uma substância apresenta vários grupos funcionais, a escolha de um derivado 
deve ser feita para o grupo funcional que dê a menor chance de ambiguidade. Adicionalmente, é 
necessário que o derivado apresente elevado grau de pureza. Como, normalmente, trata-se de uma 
amostra sólida, a técnica de recristalização é bastante útil nesta etapa da determinação sistemática 
clássica de substâncias orgânicas dseconhecidas. 
 Os métodos de preparação de alguns dos mais importantes derivados das funções orgânicas 
mais encontradiças estão descritos abaixo. 
 
Derivados de Hidrocarboneto Aromáticos e Haletos de Arila 
 
⌦⌦⌦⌦D1 Nitração ⇒ Adicione, com agitação, 2 mL de ácido sulfúrico concentrado a 0,5 g do 
hidrocarboneto aromático (ou haleto de arila). A seguir, com agitação, resfriamento e gota-a-gota, 
adicione à mistura 2 mL de ácido nítrico concentrado. Com agitação continuada, aqueça a mistura 
reacional em um banho de água (cerca de 50ºC) por 15 minutos, resfrie e transfira-a para um béquer 
contendo cerca de 10 mL de água fria ou gelo. Colete os cristais por filtração e recristalize de metanol 
até obter um produto com ponto de fusão constante. Para amostras aromáticas não reativas, use ácido 
nítrico fumegante no lugar de ácido nítrico concentrado. 
 
⌦⌦⌦⌦D2 Oxidação da Cadeia Lateral ⇒ Dissolva 1 g de dicromato de sódio em 3 mL de água e adicione 2 
mL de ácido sulfúrico concentrado. Adicione 0,25 g do composto desconhecido e aqueça sob refluxo e 
agitação por 30 minutos. Resfrie, adicione 2 ou 3 mL de água, e então, remova o ácido carboxílico por 
filtração (funil de vidro sinterizado!). Lave os cristais com água e recristalize de metanol-água. 
 
⌦⌦⌦⌦D3 Picratos ⇒ Adicione uma solução de 0,15 g do hidrocarboneto aromático desconhecido em 5 mL 
de etanol (ou 5 mL da solução saturada) a 5 mL de uma solução saturada de ácido pícrico (2,4,6-
trinitrofenol) em etanol, e aqueça a solução à ebulição. Resfrie lentamente, remova o picrato por filtração, 
e lave com uma pequena quantidade de etanol. A recristalização não é, usualmente, necessária. 
 
 
Derivados de Álcoois 
 
⌦⌦⌦⌦D4 3,5-Dinitrobenzoatos ⇒ Aqueça sob refluxo brando 0,3 g de cloreto de 3,5-dinitrobenzoila e 0,5 
mL do álcool por 5 minutos. Resfrie a mistura, pulverize qualquer sólido que tenha se formado, e 
adicione 5 mL de uma solução de carbonato de sódio 2%. Triture o sólido com a solução de carbonato 
por cerca de 5 minutos para remover ácido 3,5-dinitrobenzóico contaminante. Filtre e lave os cristais com 
água. Dissolva o produto em cerca de 10 mL de etanol quente, adicione água até início de turvação, e 
deixe em repouso. Lave os cristais do 3,5-dinitrobenzoato com água-álcool e seque. 
 
Cl
O
O2N
NO2
OR
O
O2N
NO2
ROH+
 
⌦⌦⌦⌦D5 Feniluretanas ⇒ Misture 0,5 mL do álcool (seco!) e 0,5 mL de isocianato de fenila (ou de α-
naftila) e aqueça em um banho de água por 5 minutos. Resfrie, adicione cerca de 6 mL de ligroína (éter 
de petróleo de baixo peso molecular), e aqueça para total dissolução, filtre a quente para remover 
alguma difeniluréia eventualmente formada, e resfrie o filtrado em um banho de gelo, atritando o 
recipiente, para induzir a cristalização. 
N C O N
C
H
O
OR
+ ROH
 
 
Derivados de Fenóis 
 
⌦⌦⌦⌦D4/D5 αααα-Naftiluretanas e feniluretanas⇒ Siga o procedimento descrito para a preparação de 
feniluretanas de álcoois tomando a precaução de adicionar 2 ou 3 gotas de piridina à mistura reacional. 
 
⌦⌦⌦⌦D6 Bromo Derivados ⇒ Dissolva 0,8 g de brometo de potássio em 5 mL de água em Erlenmeyer de 
10 mL e adicione 0,5 g de bromo (Cuidado. Capela!). Em um frasco separado dissolva 0,1 g do fenol em 
1 mL de metanol e adicione 1 mL de água. Adicione a este, com agitação, cerca de 1,5 mL da solução 
de bromo; continue a adição de bromo até leve excesso (persistente coloração amarela). Adicione 3 a 4 
mL de água à mistura reacional e agite vigorosamente. Remova o produto por filtração e lave-o bem com 
água. Recristalize de metanol-água. 
 
Derivados de Aldeídos e Cetonas 
 
⌦⌦⌦⌦D7 Semicarbazonas ⇒ Em um pequeno tubo de ensaio coloque cerca de 0,1 g do composto 
desconhecido e adicione 0,5 mL de uma solução 2M de cloreto de semicarbazida. Se o composto 
desconhecido não se dissolver, ou se a solução ficar turva, adicione metanol em quantidade suficiente 
para dissolver a amostra e tornar a solução límpida. Usando uma pipeta capilar, adicione 10 gotas de 
piridina e aqueça a mistura cuidadosamente em banho-maria por 5 minutos; durante esse tempo o 
produto começa a cristalizar. Colete o produto por filtração a vácuo, seque e recristalize de etanol, se 
necessário. 
R H(R')
O
N
O
NH2
H
NH2 N
O
NH2
H
N(R')H
R
+
 
⌦⌦⌦⌦D8 2,4-Dinitrofenilidrazonas ⇒ Coloque 5 mL de uma solução de 0,2M de 2,4-dinitrofenilidrazina em 
um pequeno Erlenmayer, e adicione cerca de 0,1 g do composto desconhecido. Se o mesmo for um 
sólido, dissolve-lo em uma quantidade mínima de etanol 95% ou de 1,2-dimetoxietano. Se a cristalização 
não for imediata, aqueça a solução em um banho de vapor por 1 minuto e deixe em repouso para 
cristalizar. Colete o produto por filtração a vácuo, lave bem com água e seque. 
 
Reagente: Dissolver 5 g de 2,4-dinitrofenilhidrazina em 60 mL de H3PO4 a 85% em banho-maria. 
Resfriar e adicionar 40 mL de etanol a 95%. Filtrar se necessário. Concentração ≅0,2M. 
 
Derivados de Aminas Primárias e Secundárias 
 
⌦⌦⌦⌦D9 Benzamidas ⇒ Adicione cerca de 0,5 g de cloreto de benzoíla em pequenas porções, com 
vigorosa agitação e resfriamento, a uma mistura de 0.5 mL da amina desconhecida e 1 mL de solução 
aquosa de hidróxido de sódio 10%. Após cerca de 10 minutos de agitação, adicione ácido clorídrico 
diluído cuidadosamente até pH = 8 (papel de pH). Remova o produto por filtração, lave exaustivamente 
com água e recristalize de etanol-água. 
 
⌦⌦⌦⌦D3 Picratos ⇒ Siga o procedimento descrito para hidrocarbonetos aromáticos. 
 
⌦⌦⌦⌦D10 Acetamidas ⇒ Refluxe cerca de 0,5 mL da amostra desconhecida com 0,4 mL de anidrido 
acético por 5 minutos. Resfrie e dilua a mistura reacional com 5 mL de água. Inicie a cristalização por 
atrito, se necessário. Remova os cristais por filtração e lave, exaustivamente, com ácido clorídrico diluído 
para remover alguma amina residual. Recristalize o derivado de etanol-água. Aminas de baixa 
basicidade, e.g., p-nitroanilina, devem ser refluxadas por 30 a 60 minutos em 2 mL de piridina como 
solvente. A piridina deve ser removida por agitação da mistura reacional com 10 mL de solução de ácido 
sulfúrico 2% e o produto isolado por filtração e recristalização. 
 
Derivados de Aminas Terciárias 
 
⌦⌦⌦⌦D3 Picratos ⇒ Siga o procedimento descrito para aminas primárias e secundárias. 
 
⌦⌦⌦⌦D11 Alquilação com iodeto de metila ⇒ Refluxe 0,3 mL da amina e 0,3 mL de iodeto de metila por 
5 minutos em um banho-maria (Cuidado! O ponto de ebulição do CH3I é 42ºC. Execute a operação 
na capela). Resfrie, atrite para induzir a cristalização, e recristalize o produto de etanol ou acetato de 
etila. 
 
Derivados de Nitrocompostos 
 
⌦⌦⌦⌦D12 Redução a Aminas ⇒ Em um balão de 25 mL coloque 0,5 g do composto desconhecido e 1 g 
de estanho em raspas ou peguenos pedaços. Adicione, então, em pequenas porções e com agitação, 10 
mL de ácido clorídrico diluído. Refluxe sob agitação por 30 minutos, resfrie e adicione 5 mL de água, 
seguido por adição, lenta e cuidadosa, de uma solução de hidróxido de sódio suficiente para dissolver o 
hidróxido de estanho inicialmente formado. Extraia a mistura reacional com três porções de 5 mL de éter, 
seque o extrato etéreo sobre sulfato de sódio anidro e recolha a amina por evaporação cuidadosa do 
éter. Caracterize a amina por conversão em benzamida ou acetamida, como descrito acima para aminas 
primárias e secundárias. 
 
Derivados de Ácido Carboxílicos 
 
⌦⌦⌦⌦D13 Anilidas e p-Metil-anilidas ⇒ Em um balão acoplado a condensador, refluxe uma mistura do 
ácido (0,5 g) e cloreto de tionila (2 mL). Resfrie a mistura reacional e adicione 1 g de anilina ou p-
toluidina em 30 mL de benzeno (Cuidado! Use a capela, o benzeno é um agente cancerígeno e o 
cloreto de tionila é irritante). Aqueça a mistura em um banho-maria por 2 minutos, transfira a solução 
para um funil de separação, e lave sucessivamente, com porções de 5 mL de água, ácido clorídrico 5%, 
hidróxido de sódio 5% e água. Seque a fase orgânica com sulfato de sódio anidro e evapore o benzeno. 
Recristalize o resíduo de água ou etanol-água. 
 
⌦⌦⌦⌦D14 Amidas ⇒ Refluxe uma mistura do ácido (0,5 g) e cloreto de tionila (2 mL) durante 30 minutos 
(Use a capela, cloreto de tionila é irritante!). Após esse tempo, deixe mistura reacional resfriar e, com 
pipeta Pasteur, transfira o cloreto de acila para Erlenmayer contendo 7 mL de amônia concentrada, 
mantida em banho de gelo. Agite até que a reação se complete, colete o produto por filtração a vácuo, e 
recristalize de água ou etanol-água. 
 
Derivados de Anidridos e Cloretos de Acila 
 
⌦⌦⌦⌦D15 Ácidos ⇒ Refluxe 0,2 mL do cloreto de ácido ou anidrido com 5 mL de um solução de carbonato 
de sódio 5% por, pelo menos, 20 minutos. Extraia o material de partida que não reagiu com 5 mL de éter, 
se necessário. Acidifique a mistura reacional com ácido sulfúrico diluído para liberar o ácido carboxílico. 
 
⌦⌦⌦⌦D16 Amidas ⇒ Misture, com agitação, 0,5 g do composto desconhecido com 7 mL de amônia 
concentrada (resfriada em banho de gelo). Quando a reação estiver terminada, recolha o produto por 
filtração e recristalize de água ou etanol-água. 
 
⌦⌦⌦⌦D17 Anilidas ⇒ Refluxe 0,2 g do cloreto de ácido ou anidrido com 0,5 g de anilina em 10 mL de 
benzeno (Cuidado!) por 10 minutos. Transfira a solução para um funil de separação e lave, 
sucessivamente, com porções de 5 mL de água, ácido clorídrico 5%, hidróxido de sódio 5% e água. 
Seque a fase orgânica com sulfato de sódio anidro e evapore. Recristalize a anilida de água ou etanol-
água. 
 
 
 
 
 
Experimento 7. Reatividade Relativa de Grupos Funcionais. 
 
 
Objetivo: Demonstrar as reações características de grupos funcionais, e como as mesmas podem ser 
utilizadas na identificação identificação de amostras desconhecidas. 
 
Procedimento Experimental: 
 
Parte I - Reatividade relativa de hidrocarbonetos 
Executar os seguintes testes com as amostras fornecidas pelo instrutor: 
 
A) teste de chama (exame preliminar) 
B) teste de Bayer (T1) 
C) teste de bromo (T2) 
 
Parte II - Reatividade de haletos de alquila e arila 
Executar os seguintes testes com as amostras fornecidas pelo instrutor: 
 
A) teste com nitrato de prata (T3) 
B) teste com iodeto de sódio em acetona (T4) 
C) teste de Beilstein (discussão sobre halogenetos) 
 
Parte III - Reatividade de álcoois, éteres e fenóis 
Executar os seguintes testes com as amostras fornecidas pelo instrutor: 
 
A) teste com cloreto férrico (T6) 
B) teste de Jones (T7) 
C) teste de Lucas (T8) 
 
Parte IV - Reatividade de aldeídos e cetonas 
Executar os seguintes testes com as amostras fornecidas pelo instrutor: 
 
A) teste da 2,4-dinitrofenil-hidrazina (T9) 
B) teste de Tollens (T10) 
C) teste do iodofórmio (T11) 
 
Parte V - Reatividade de ácidos carboxílicos e derivados 
Executar o seguinte teste com as amostras fornecidas pelo instrutor: 
 
A) teste de pH (T13) 
 
Discussão: 
 
1. Tabele os resultados dos testes e, em cada caso, interprete a reatividade relativa dos vários 
membros da série de amostras escolhidas (explicar os resultados sucintamente). Descreva a reação 
química ocorrida nos casos de teste positivo. 
 
2. Os testes químicos de identificação de halogenetos de alquila tanto servem para evidenciar a 
presença de halogênio (cloro, bromo ou iodo) como para decidir se o composto em questão é um 
halogeneto primário, secundário, terciário ou de arila (vinila). Que argumentos suportam a afirmação 
de que o teste de iodeto de sódio em acetona (T4) se processa por um mecanismo SN2, enquanto 
que o teste de nitrato de prata (T3) ocorre por um mecanismo SN1? 
 
3. Coloque os compostos abaixo em ordem crescente de reatividade frente a um ataque nucleofílico. 
Justifique a sua resposta. 
 
R Cl
O
R OR
O
R NR2
O
R O
O
R
O
I II III IV
(a)
(b)
O O
O
I II III
Ar Cl
O
V
 
 
4. (Provão 2001) O grupo aldeído da glicose forma um hemiacetal através da reação intramolecular 
entre a hidroxila ligada ao quinto carbono da cadeia linear e a carbonila. Desta forma, este carbono 
se torna um novo centro de assimetria (carbono anomérico). Açúcares com átomos de carbono 
anomérico livre são conhecidos como açúcares redutores, pois são capazes de reduzir alguns íons 
metálicos tais como Ag+ e Cu+. Considere as representações estruturais da sacarose, da maltose e 
da celobiose. 
 
O
HO
H
OH
O
H
H
HO
HO
H
H
O
HO H
H
OH
OHH
OH
O
HO
H
OH
O
H
H
HO
HO
H O
HO
H
OH
OH
H
H
HO
H
H
H
O
HO
H
OH
H
HO
HO
H
O
H
H
O
H
HO
H
H
OH
H
OH
OH
H
(+)-maltose
(+)-celobiose(+)- sacarose
 
 
Sobre o caráter redutor desses dissacarídeos, é correto afirmar que 
(a) apenasa sacarose é redutora. 
(b) apenas a maltose é redutora. 
(c) apenas a celobiose é redutora. 
(d) a maltose e a celobiose são redutoras. 
(e) a sacarose e a celobiose são redutoras. 
 
5. (Provão 2002) Considere o esquema abaixo que apresenta duas propostas de rotas para a reação 
de aldeídos com a semicarbazida. 
 
R H
O
N N NH2
H
O
R
H
H2N N
O
N
R
H
H
+ H2O
+ H2O
Estrutura X
Estrutura Y
+
Semicarbazida
H2N N NH2
O
H
Sítio I Sítio II
 
 
A partir da análise da reatividade dos sítios I e II da semicarbazida é correto afirmar que o produto 
obtido corresponde à estrutura 
(a) X, pois o sítio I é menos básico e mais nucleofílico. 
(b) X, pois o sítio I é mais básico e mais nucleofílico. 
(c) X, pois o sítio I é mais básico e menos nucleofílico. 
(d) Y, pois o sítio II é mais básico e mais nucleofílico. 
(e) Y, pois o sítio II é menos básico e menos nucleofílico. 
 
 
 
Experimento 8. Análise Orgânica Qualitativa – Parte I 
 
 
Objetivo: Identificar amostras desconhecidas mediante combinação de teste de solubilidade/teste de 
grupos funcionais e preparação de derivados. 
 
Introdução: 
 
Na identificação de substâncias orgânicas desconhecidas o químico raramente se depara com 
amostras puras. Contaminantes, tais como sub-produtos de reação, matérias-primas ou produtos de 
decomposição e oxidação geralmente acompanham a amostra. É imprescindível que a amostra a ser 
submetida à identificação esteja pura. Frequentemente será necessário a adoção de procedimentos para 
purificação (destilação, recristalização, extração e cromatografia, procedimentos já estudados no início 
do curso). 
 Às vezes podemos estabelecer a identidade de uma substância orgânica desconhecida 
baseando-se apenas em dados espectrais (IV, UV, EM e RMN). Entretanto, com frequência, torna-se 
necessário complementar os dados espectrais com outras informações, tais como: constantes físicas, 
análise elementar, rotação ótica específica, solubilidade, etc. Adicionalmente, em determinadas 
circunstâncias, a realização de testes para caracterização de grupos funcionais e preparação de 
derivados cristalinos, com ponto de fusão bem definido, tornam-se também necessárias. 
 Em geral, uma lista de identidades possíveis para uma substância desconhecida pode ser 
estabelecida mediante consideração dos exames preliminares, da determinação das constantes físicas, 
da análise qualitativa elementar (fusão com sódio), do exame da solubilidade em solventes selecionados, 
e dos testes para grupos funcionais. Porém, a determinação segura e precisa da identidade de uma 
amostra requer, na maioria das vezes, conversão do composto desconhecido em derivado adequado. 
Na proposta de Cooley e Williams1 recomenda-se a combinação de testes de solubilidade com 
testes de classificação (grupos funcionais). O pesquisador pode, assim, selecionar algumas poucas 
possibilidades para a amostra desconhecida, as quais serão então avaliadas com base em constantes 
físicas tabeladas. Adicionalmente, ao final do processo de análise por meio dos “teste úmidos”, é 
recomenda-se o uso de espectroscopia de RMN 1H e IV para confirmação de identidade. Essa 
abordagem permite o estudo sistemático da reatividade de vários grupos funcionais e não apenas o 
estudo de grupos funcionais isolados, como geralmente apresentado nos livros textos de química 
orgânica. 
O primeiro experimento da série intitulada análise orgânica qualitativa, baseado na proposta de 
Cooley e Williams, examina amostras de alcanos, alcenos, haletos de alquila, éteres, álcoois primário 
e/ou secundário. O procedimento a ser seguido está sistematizado no Fluxograma I. 
 
 
1 Cooley, J. H.; Williams, R. V. Qualitative Analysis in the Beginning Organic Laboratory, J. Chem. 
Educ.1999, 76,1117. 
Amostra X
Solúvel/Reativo
em H2O
Solúvel/Reativo
em H2SO4
Positivo ao Teste 
do ácido crômico
 (Jones) *
 Hidrocarboneto, Haleto
Álcool (>5C), Éter (>5C)
Hidrocarboneto saturado
 e aromático, Haleto
Álcool com
mais de 1-OH
PositivoNegativo
PositivoNegativo Negativo Positivo
Positivo ao Teste 
de Bayer ou 
Bromo
Positivo ao Teste 
de Belstein; AgNO3
ou NaI (acetona)
Solúvel
em Éter
 Álcool (<5C), Éter (<5C)
Hidrocarboneto insaturado, 
 Álcool, Éter 
Haleto
Éter, Álcool com 
 apenas 1-OH
Hidrocarboneto
 insaturado
 Álcool 
1o ou 2o 
Positivo ao Teste 
do ácido crômico
 (Jones) *
 Álcool 
1o ou 2o 
 
 
Fluxograma I: Análise qualitativa para hidrocarbonetos, haletos, álcoois e éteres. 
 
Os testes de solubilidade empregados nesta etapa incluem os solventes/reagentes: água, éter e 
ácido sulfúrico concentrado. Os testes de solubilidade em água e éter estão baseados no estudo de 
solubilidade, tema do Experimento 2, e permitem distinguir álcoois e éteres de baixo peso molecular de 
outras possibilidades. A solubilidade em ácido sulfúrico concentrado pode ser utilizada para distinguir 
classes insolúveis no ácido (alcanos ou haletos de alquila) das solúveis (alcenos, álcoois e éteres). 
Outros testes de classificação são o teste de Beilstein, nitrato de prata etanólico(T3), iodeto de sódio em 
acetona(T4) para haletos de alquila; o teste de Bayer(T1), teste de bromo(T2) para alquenos ou alquinos; 
teste de Jones(T7) para álcoois (primários e secundários). Devido à inexistência de testes específicos 
para classificação de alcanos e éteres, a presença destes grupos funcionais deve ser inferida do teste de 
solubilidade em ácido sulfúrico e dos resultados negativos em outros testes de classificação. Geralmente 
essas duas classes funcionais são melhor caracterizadas mediante exames dos espectros de IV ou 
RMN. 
 
Procedimento Experimental – Parte A: 
 
Proceda como indicado no Fluxograma I e classifique as amostras fornecidas pelo instrutor como: 
alcanos, alcenos, haletos de alquila, álcoois e éteres. 
 
i. Desenvolva os ensaios de solubilidade e os testes de classificação (grupos funcionais) com os 
solventes e reagentes indicados no Fluxograma I. 
ii. Para os ensaios de solubilidade usar aproximadamente 0,05 g de uma amostra sólida ou 0,2 mL de 
uma amostra líquida e cerca de 1 mL de solvente. As medidas de solubilidade deverão ser feitas à 
temperatura ambiente e sob agitação. 
iii. Para os testes de classificação (grupos funcionais) proceder conforme descrito no Experimento 7. 
 
 
Discussão: 
 
1. Como base nos resultados obtidos, identifique as amostras fornecidas. Justifique sua resposta. 
2. Para os casos em que a reação dá resultado positivo, descreva a reação química envolvida. 
 
Procedimento Experimental – Parte B: Preparação de um derivado. 
 
Nitração de um hidrocarboneto aromático (D1): 
Prepare o derivado da amostra fornecida pelo instrutor conforme descrito na discussão de derivados, 
procedimento D1. 
 
produto de nitração esperado Amostras sugeridas p.e. 
posição ponto de fusão 
Tolueno 111,0 ºC 2,4 70 ºC 
Benzeno 80 ºC 1,3 89 ºC 
Isopropilbenzeno 153 ºC 2,4,6 109 ºC 
 
Discussão: 
 
1. Descreva a reação de formação do derivado, incluindo o mecanismo de reação e estrutura do 
produto obtido. 
 
2. (Provão 2002) O ácido sulfúrico, em um sistema reacional, pode atuar como ácido forte, agente 
desidratante e oxidante. Observe a reação de nitração do benzeno, representada pela equação 
abaixo. 
C6H6 + HNO3 C6H5NO2 + H2O
H2SO4
 
 
Nessa reação, o ácido sulfúrico atua como 
(a) desidratante, somente. 
(b) oxidante, somente. 
(c) oxidante e ácido forte. 
(d) oxidante e desidratante. 
(e) ácido forte e desidratante. 
 
 
 
Experimento 9. Análise Orgânica Qualitativa - Parte II 
 
 
Objetivo: Identificar amostras desconhecidas mediante combinaçãode teste de solubilidade/teste de 
grupos funcionais e preparação de derivados. 
 
Introdução: 
 
As classes funcionais aldeídos, aminas, ácidos carboxílicos, ésteres, cetonas e fenóis são 
objetos do segundo experimento da série análise orgânica qualitativa. Os procedimentos a serem 
seguidos estão resumidos nos Fluxogramas II e III. 
Neste experimento são usados também testes de solubilidade em soluções diluídas de ácidos e 
bases, a fim de diferenciar o caráter ácido ou básico das amostras desconhecidas. Adicionalmente, os 
seguintes testes de classificação são utilizados: 2,4-dinitrofenilhidrazina(T9); o teste de Tollens para 
aldeídos (T10); o teste de pH e de formação de bolhas de CO2 (T13) para ácidos carboxílicos e aminas; 
o teste do ácido nitroso para aminas(T17); o teste de cloreto férrico(T6) para fenóis e o teste de 
hidroxamato(T14) para ésteres. Após a identificação a identidade da amostra poderá ser confirmada por 
meio de espectros de infravermelho e RMN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amostra X
Solúvel
em H2O
Teste de
 Tollens
Continuar seguindo
 Fluxograma III
Ácido, Fenol
Positivo (pH)Negativo
Negativo Positivo
Teste de 
2,4-DNFH
Solúvel/Reativo
NaHCO3 5%
Aldeído, Éster, 
 Cetona
Fenol Ácido 
Cetona Aldeído
Amina
 Éster Aldeído, Cetona
Positivo
PositivoNegativo
Negativo
Ácido Neutro Básico
 
 
 
Fluxograma II. Análise qualitativa para ácidos, aldeídos, ésteres, aminas, cetonas e fenóis 
 solúveis em água. 
 
Amostra Z
Solúvel/Reativo
em HCl 5%
PositivoNegativo
Solúvel/Reativo
em NaOH 5%
Teste de
2,4-DNFH
Teste de
Tollens
 Ácido, Aldeído,
Éster, Cetona, Fenol
Amina
Aldeído, Éster, Cetona Ácido, Fenol
ÁcidoFenolAldeído, CetonaÉster
Cetona Aldeído
PositivoNegativo
PositivoNegativo
PositivoNegativo
PositivoNegativo
Solúvel/Reativo
em NaHCO3 5%
 
 
Fluxograma III. Análise qualitativa para ácidos, aldeídos, aminas, cetonas e fenóis insolúveis em água. 
 
Procedimento Experimental – Parte A: 
 
Proceda como indicado nos Fluxogramas II e III e classifique as amostras fornecidas pelo instrutor como 
ácido, aldeído, amina, cetona ou fenol (solúveis e insolúveis em água). 
i. Desenvolva os ensaios de solubilidade e os testes de classificação (grupos funcionais) com 
os solventes e reagentes indicados no Fluxograma II e III. 
ii. Para os ensaios de solubilidade usar aproximadamente 0,05 g de uma amostra sólida ou 0,2 
mL de uma amostra líquida e cerca de 1 mL de solvente. As medidas de solubilidade deverão ser 
feitas à temperatura ambiente e sob agitação. 
iii. Para os testes de classificação (grupos funcionais) proceder conforme descrito no 
Experimento 7 ou no texto preparatório. 
 
Discussão: 
 
1. Com base nos resultados obtidos, identifique as amostras fornecidas. Justifique sua resposta. 
2. Para os casos em que a reação dá resultado positivo, descreva a reação química envolvida. 
3. Suponha que as etiquetas dos frascos de alguns compostos orgânicos manuseados durante o 
 curso foram extraviadas. Fazendo uso de testes químicos apenas, reponha as etiquetas dos frasco 
 de amostras de forma racional e inequívoca, sabendo-se que os frascos continham os seguintes 
 compostos: 
O
O
O
CO2H
CO2H
Br
O
i ii iii iv v vi 
 
Procedimento exoerimental − Parte B: Preparação de derivado 
Preparação de uma 2,4-dinitrofenilhidrazona (D8): 
Prepare o derivado da amostra fornecida pelo instrutor conforme descrito na discussão de derivados, 
procedimento D8. 
 
Amostras sugeridas pe pf da 2,4-dinitrofenilidrazona 
Acetona 56 ºC 126 ºC 
Formaldeído 
−21 ºC 166 ºC 
Cicloexanona 155 ºC 162 ºC 
 
Discussão: 
 
1. Descreva a reação de formação do derivado, incluindo o mecanismo de reação e estrutura do 
produto obtido. 
2. (Provão 2002) O principal alcalóide presente nas folhas de tabaco é a nicotina. Ela pode ser 
extraída por solvente orgânico em meio fortemente alcalino. A identificação da nicotina é feita 
através da formação do derivado dipicrato, conforme reação abaixo, seguida de purificação por 
recristalização e posterior determinação do ponto de fusão. 
 
N
N
CH3
+ 2 
OH
NO2
NO2
O2N
N
N
H CH3
H
O
NO2
NO2
O2N
2 
O solvente adequado para a recristalização é: (a) hexano (b) benzeno (c) acetona 
 (c) etanol/água (1:1) (d) tetracloreto de carbono 
 
 
IMPORTANTE: DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS E INSUMOS 
 
� Os resíduos aquosos deverão ser descartados na pia com água corrente ou em frascos para 
resíduos conforme indicado pelo instrutor. 
� Todas as misturas contendo solventes e reagentes orgânicos deverão ser acondicionadas em 
frascos de deposição de resíduos próprios, conforme indicado pelo instrutor. 
� Reservar os sólidos obtidos após a purificação para utilização como insumo em futuros 
experimentos.

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