Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
5/11/2015 1 Tratamento medicamentoso para Diabetes Melitus DIABETES MELLITUS “Síndrome metabólica causada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina, além de resistência a ação da insulina em tecidos-alvo. Caracterizada por hiperglicemia crônica”. �Valores normais: Glicemia em jejum: 70-99mg/dl. Glicemia pós-prandial: < 140mg/dl. �Intolerância a glicose: Glicemia em jejum: 100 - 126mg/dl. Glicemia pós-prandial: 140-199mg/dl. �Diabetes: Glicemia em jejum: ≥ 126mg/dl. Glicemia pós-prandial: ≥ 200mg/dl. 5/11/2015 2 DIABETES MELLITUS- CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA TIPO 1 Dependente de insulina (destruição seletiva das células ß, deficiência grave ou absoluta de insulina). TIPO 2 Não-dependente de insulina (resistência tecidual à ação da insulina e deficiência relativa na secreção do hormônio). TIPO 3 Outro (doenças não-pancreáticas, terapia farmacológica etc). TIPO 4 Diabetes mellitus Gestacional (quaisquer anormalidade dos níveis de glicose observada pela 1ª vez na gravidez). � Ao nível normal de jejum da glicose (80 a 90 mg/dl), a taxa de secreção da insulina é mínima (25 ng/min/Kg). � Relação liberação de insulina remoção de glicose. ���� Sensibilidade diferencial dos grânulos. ���� Ativação de sistemas enzimáticos que sintetiza e libera nova insulina. LIBERAÇÃO BIFÁSICA DA INSULINA 5/11/2015 3 DIABETES MELLITUS- CLASSIFICAÇÃO Tipo 1 Tipo 2 5/11/2015 4 OBJETIVOS TERAPÊUTICOS GERAIS NO DIABETES �Controlar sintomas agudos da doença; �Prevenir complicações tardias; �Promover qualidade de vida. ESTRATÉGIAS DO TRATAMENTO �Dieta balanceada; �Exercícios físicos; �Controle da hipertensão e hiperlipidemia; �Mudanças de hábitos de vida: -Controle do fumo; -Controlar o consumo elevado de álcool; �Farmacoterapia: -Insulina; -Antidiabéticos orais REDUÇÃO DE PESO 5/11/2015 5 � Peso molecular: 5.808 d � Composta por 2 cadeias de aa conectadas uma à outra por pontes dissulfeto. ���� Síntese: Ribossomo: pré-pró-insulina Retículo Endoplasmático: pró-insulina Complexo Golgi: insulina/peptídeo C � Secreção máxima - 30 a 60 min após a refeição; � Circulação livre; � Meia-vida plasmática – 5 a 8 min; ���� Metabolização: Rim e fígado (insulinase). INSULINA 5/11/2015 6 ESTÍMULOS PARA SECREÇÃO DA INSULINA -- 5/11/2015 7 AIRES, 2012 VIAS DE SINALIZAÇÃO DA INSULINA 5/11/2015 8 CONTROLE DA GLICEMIA INSULINA VS GLUCAGON EFEITOS DA INSULINA 5/11/2015 9 Expressão de transportadores de glicose na membrana (GLUT-4) �Inanição e hipoinsulinemia: ↑ número de receptores de insulina. �Hiperinsulinemia, GH, Acromegalia e obesidade: ↓ número de receptores de insulina. � Corticóides - ↓ afinidade da insulina pelo receptor. Tipo de metabolismo Células hepáticas Célula adiposa Músculo Carboidratos ↓gliconeogênese ↓glicogenólise ↑glicólise ↑ glicogênese ↑ captação de glicose (glut-4) ↑síntese de glicerol ↑captação de glicose (Glut-4) ↑glicólise ↑glicogênese Lipídios ↑lipogênese ↓lipólise ↑síntese de triglicerídeos ↑síntese de ácidos graxos ↓lipólise Proteínas ↓degradação das proteínas ↑captação de aminoácidos ↑síntese de proteínas RESUMO DOS EFEITOS DA INSULINA 5/11/2015 10 �DM 1 �DM 2 sem controle com dietas e antidiabéticos orais. �DM gestacional USOS TERAPÊUTICOS DA INSULINA �Bovina: mais antigenica; �Suína: �Insulina Humana: DNA recombinante Escherichia coli: Humulin Levedura: Novolin INSULINOTERAPIA : FONTES DE INSULINA 5/11/2015 11 �Degradada por enzimas digestivas; �t1/2β = 5-6 min. em indivíduos normais. �Ligam- se as proteínas plasmáticas (β-globulina). Metabolização: �Insulinase �Insulina endógena -Fígado: 60 % -Rim: 40% �Insulina exógena (diabéticos) -Fígado: 40% -Rim: 60% FARMACOCINÉTICA DA INSULINA �Subcutânea; �Injetores portáteis: “canetas”; � Bombas de insulina: regular e lispro; �IV- Emergências; �Via inalatória. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 5/11/2015 12 LOCAIS DE ADMINISTRAÇÃO TIPOS DE INSULINA 5/11/2015 13 TIPOS DE INSULINA TIPOS DE INSULINA 5/11/2015 14 HIPOGLICEMIANTES ORAIS- INTRODUÇÃO �Na atualidade dispõe-se de 4 categorias: �Secretagogos de insulina (sulfoniluréias , glinidas, derivados da D-alanina); �Biguanidas (metformina) �Tiazolidinedionas (glitazonas) �Inibidores da ɑ-glicosidase (acarbose) As sulfoniluréias e as biguanidas estão disponível há mais tempo → tratamento de escolha inicial tradicional para diabetes tipo 2 5/11/2015 15 Dieta + Exercícios A.D.O. – Monoterapia ADO + Insulina DIAGNÓSTICO DO DM2 A.D.O. – Combinações INSULINOTERAPIA PLENA TRATAMENTO DIABETES TIPO 2 SECRETAGOGOS DE INSULINA: SULFONILURÉIAS �Principal ação é aumentar a liberação de insulina do pâncreas; �Mecanismos adicionais: �Redução dos níveis séricos de glucagon; �Fechamento dos canais para potássio nos tecidos extrapancreáticos. �1ª Geração: �Tolbutamina , clorpropamida, tolazamida. �2ª Geração: �Glibenclamida, glidiazinamida, glimepirida. 5/11/2015 16 SULFONILURÉIAS: liberação de insulina das células ß-pancreáticas SULFONILURÉIAS despolarização GLICOSE AMINOÁCIDOS fechafecha (ATP)(ATP) (ADP)(ADP) Ca++ (Ca(Ca++++ )) PROINSULINAPROINSULINA M ET A B O LI SM O M ET A B O LI SM O KK++ INSULINA & PEPTÍDEO C Ref. Lebovitz,HE: Oral Antidiabetic Agents. In Joslin’s Diabetes Mellitus. 13th ed. Kahn CR, Weir GC, Eds. Lea & Febiger, 1994, p.508-529, Feinglos MN, Bethel MA. Med Clin North Am 82:757-90,1998. X SULFONILURÉIAS � 25% dos doentes controlam-se com monoterapia; �Diminui o seu efeito com a evolução da doença levando a uma falência secundária ( 5 a 10% doentes/ano). • Geração 1 • Tolbutamida, cloropropamida, etc • longa duração > 18h • Geração 2 • Glibenclamida, glipizide, glimepiride • Curta duração ação 6-12 h > potencia �1ª escolha no diabético tipo 2 não obeso; 5/11/2015 17 SULFONILURÉIAS: FALHA SECUNDÁRIA E TAQUIFILAXIA � Falha secundária: Incapacidade de manter uma resposta satisfatória à terapia com sulfoniluréias a longo prazo; �Diminuição progressiva na massa de células ß, �Declínio de massa corporal magra; �Aumento na deposição de gordura ectópica. � Farmacocinética: – Metabolismo – Hepático com excreção renal; – ½ vida: Embora tenham meia vidas curta (3 a 5 horas), os efeitos hipoglicêmicos perduram por 12-24 horas, ( 1vez ao dia). � Contra-indicações – Cetoacidose. – Diabetes melito de tipo 1 (dependente de insulina). – Hipersensibilidade ao fármaco ou a outras sulfonilureias. SULFONILURÉIAS: Glibenclamida 5/11/2015 18 � Efeitos adversos �Mais freqüentes: hipoglicemia, particularmente em pacientes idosos, distúrbios gastrintestinais, cefaléia e reações cutâneas, como eritema multiforme, dermatite esfoliativa, prurido e urticária. �Menos freqüentes: distúrbios hepáticos e reações de hipersensibilidade podem ocorrer nas seis primeiras semanas de tratamento, hipoglicemia grave (1,6%), alterações hematológicas. SULFONILURÉIAS: Glibenclamida �Orientações aos pacientes �Orientar para a administração do medicamento com a primeira refeição do dia. �Orientar para o caso de esquecimento de uma dose: ingerir assim que possível, desde que o horário da dose seguinte não esteja próximo. �Alertar para não duplicar a dose. � Ensinar a reconhecer sinais de hipoglicemia (palpitações, sudorese, fome, tontura, confusão mental) e ingerir um pouco de açúcar ou mel (colocados entre gengiva e bochecha). �Notificar se não houver melhora. SULFONILURÉIAS 5/11/201519 � Maior efeito terapêutico quando associado à metformina; � Devem ser administrados antes das refeições � Eliminação hepática � Repaglinida – risco de aumento de peso e hipoglicemia SECRETAGOGO DE INSULINA: METAGLANIDAS �Indicados no controle da hiperglicemia pós-prandial; SECRETAGOGO DE INSULINA: DERIVADOS DA D-ALANINA � Nateglinida – risco de aumento de peso e hipoglicemia – 3% c/ nateglinida, > 25% com repaglinida; – Metabolismo hepático � Aumento da liberação de insulina (otimização da fase de secreção precoce da insulina)→ ausência de hiperinsulinemia prolongada 5/11/2015 20 � 1ª escolha no diabético tipo 2 obeso (síndrome de resistência a insulina). � MECANISMO DE AÇÃO: �Redução da gliconeogênese hepática e renal; �Redução da absorção de glicose pelo TGI, com aumento da conversão da glicose em lactato pelos enterócitos; � Estimulação da liberação direta da glicólise nos tecidos, com aumento da remoção da glicose do sangue; �Redução dos níveis plasmáticos de glucagon. BIGUANIDAS: METFORMINA A ação desses fármacos sobre a redução de glicemia não depende da presença de células ß funcionais do pâncreas. � Contra-indicações �Cetoacidose. � Insuficiência renal (creatinina sérica superior a 1,5 mg/dL). �Administração concomitante com contrastes radiológicos iodados �Alcoolismo. �Hipersensibilidade a metformina. �Diabetes gestacional. � Categoria de risco na gravidez (FDA): B. BIGUANIDAS: METFORMINA 5/11/2015 21 � Farmacocinética �Biodisponibilidade: 50 a 60%. A absorção é retardada na presença de alimentos no estômago. � Meia-vida: ~ 6 h. �Pico de ação: 1 a 3 horas. � Efeito máximo: 2 semanas. � Eliminação: 90% em forma ativa pelo rim. � Efeitos adversos �Mais freqüentes: diarréia, flatulência, dor abdominal, indigestão, náuseas, vômitos, anorexia, sabor metálico. �Menos freqüentes: fotossensibilidade, hepatotoxicidade, prurido, urticaria, discrasias sangüíneas, acidose lática. BIGUANIDAS: METFORMINA �Orientações aos pacientes �Orientar para administrar com alimentos para reduzir os sintomas gastrintestinais. �Reforçar a necessidade de evitar a ingestão de bebida alcoólica. � Ensinar a reconhecer sintomas de acidose lática, como diarréia, hiperventilação, �Dores ou cãibras musculares, sonolência e cansaço. BIGUANIDAS: METFORMINA 5/11/2015 22 � A sua utilização reduz o risco de complicações cardiovasculares em obesos (Effect of Intensive blood-glucose control witm metformin on complication in over-weight patients with type 2 diabetes-Lancet 1998). � Quando utilizado na presença de intolerância à glicose reduz a incidência de diabetes em 31 % ( Diabetes Prevention Program reserch Group, N Engl J Med 2002; 346:393). BIGUANIDAS: METFORMINA � Novo grupo de ADO insulinosensibilizadores � Pertencem ao grupo dos Agonistas dos PPAR γ � Os PPAR γ são receptores nucleares que regulam a expressão de vários genes envolvidos no metabolismo. Controlam: � a diferenciação dos adipócitos; � a acumulação de lípidos; � a sensibilidade à insulina. � Efeitos não metabólicos � Defesas do hospedeiro; � Proliferação celular; � Tumorigênese. TIAZOLIDINEDIONAS OU GLITAZONAS 5/11/2015 23 TIAZOLIDINEDIONAS � Classe de anti-diabéticos orais mais recente; � Importante no sindrome metabólico associado à obesidade, dislipidémia e hipertensão arterial; � Diminuem a resistência à insulina sobretudo quando usados em combinação com outros AD orais (American Family Physician, May 1, 2001 Volume 63 nº 9); � Parecem melhorar a ação das células β pancreáticas (American Family Physician, December 1, 2001); � Diminuem os triglicéridos séricos, aumentam as HDL-Colesterol e melhoram a disfunção endotelial (American Family Physician, December 1, 2001) TIAZOLIDINEDIONAS � Troglitazona, pioglitazona, rosiglitazona, etc � Aumento dos efeitos periféricos da insulina > recaptação de glicose músculo � Atuação nos receptore gama ativado por proliferador peróxissômico - PPAR � Toxicidade hepática 5/11/2015 24 INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDASE �Inibidores competitivos da ɑ-glicosidases intestinais; � Atrasam a absorção da glicose e outros monossacáricos inibindo as enzimas intestinais e interferindo com a hidrólise dos CBH (reduzem a digestão pós-prandial e a absorção do amido e dos dissacarídios); São utilizados no diabetes tipo 2 na forma de monoterapia e em associação com sulfoniluréias, quando o efeito glicêmico é aditivo. INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDASE �Acarbose, miglitol (6X mais potente na inibição da sacarose) �A monoterapia com esses fármacos esta associado a um declínio moderado (0,5 a 1%) nos níveis de hemoglobina glicosilada e uma queda de 20-25mg/dl nos níveis de glicose em jejum. �São contra-indicados na presença de doenças intestinais crónicas, ulceração do cólon e obstrução intestinal de qualquer ordem; � A acarbose atrasa o desenvolvimento da Diabetes nos doentes com intolerância à glicose (J-L Chiasson et al, Lancet 2002, 359:2072); 5/11/2015 25 Opções para Monoterapia sulfonilureias População alvo - ∆ recente - < 5 anos duração Vantagens -rápida redução de glicémia -baixo custo Desvantagens -aumento de peso -risco de hipoglicémia Meglitinidas População alvo - ∆ recente - glc pós prandial Vantagens - risco ↓ de hipoglc - acção curta - dose ajustada à refeição Desvantagens - alto custo Biguanidas População alvo - Excesso peso/obeso -Resistência insulina Vantagens - não peso - risco ↓ hipoglc Desvantagens - disturbios GI -alto custo - rara/ acid. latica Tiazolidinedionas População alvo - Resistência insul. - Exc. peso/obeso Vantagens -necessidade insulina - risco de hipoglc Desvantagens - alto custo - peso - inicio de ação lento - toxicidade hepática Inibidores ɑ glucosidase População alvo - glc pósprandial Vantagens - risco↓hipoglc Desvantagens -alto custo - distúrbios GI Iniciar terapia combinada se um único agente for insuficiente Opções de Terapia Combinada Sulfonilureia Biguanida + Biguanida + Biguanida + Terapia de comb.Tripla + Meglitinida Tiazolidinedionas Inib. α glucosidase Sulfonilureia+biguanida+ Biguanida Tiazolidinedionas ou ou Tiazolidinedionas Sulfonilureia+biguanida+ ou Inib. α- glucosidase Inib. α glucosidase Se o objetivo terapêutico não for conseguido com estas combinações, adicionar insulina TERAPIA COMBINADA 5/11/2015 26 GPJ >126 “Dieta e exercício” 126-140 mg/dL 140-200 mg/dL 200-240 mg/dL 240-300 mg/dL >300 mg/dL Metformina Glitazonas Acarbose Sint Insulina S/ Sint Sulfonilureia S/Sint Sulfonilureia • Critérios em evolução – Se GPJ >140 mg/dL (126 mg/dL?) – HbA1c >8% (7%?) • Adicione 2º ADO e aumente até dose máxima • Se não há melhoria: – Tente outro sensibilizador – Ou terapêutica tripla? – Ou Continue c/ ADO(s) e adicione Insulina ao jantar ou ao deitar Sint Sulfonilureia S/ Sint SulfonilureiaMetformina Acarbose Glitazona s Meglitinidas Metformina Oral Combinada Terapêutica Tripla Monoterapia Sulfonilureia ALGORITMO DE TRATAMENTO DA DIABETES TIPO 2 5/11/2015 27 INCRETINAS �Hormônios produzidos no intestino após ingestão alimentar. �Principal função; �Estimular produção de insulina pelas células ß, de forma glicose-dependente e suprimir a produção de glucagon pelas células ɑ pancreática INCRETINAS 5/11/2015 28 INCRETINAS: REGULAÇÃO E AÇÕES 5/11/2015 29 INCRETINAS: EXENATIDA �Análogo sintético do GPL-1, primeira terapia a torna-se disponível para o tratamento do diabetes, �Terapia adjuvante naforma injetável em diabetes tipo 2 tratados com metformina ou com sulfoniluréias, que ainda não conseguiram o controle glicêmico.
Compartilhar