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COISA JULGADA E DA AÇÃO RESCISÓRIA

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COISA JULGADA
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SENTENÇA
TERMINATIVA;
DEFINITIVA
Contra ambas cabe o recurso competente;
Só que em determinado momento, não mais existirão recursos cabíveis, tornando a decisão irrecorrível (esgotamento dos recursos cabíveis no ordenamento).
Ou ainda, ainda que cabível não foram opostos – tornando a decisão irrecorrível.
Obs.: enquanto pende o prazo para interposição do recurso, ou, enquanto o recurso pende de julgamento, a sentença apresenta-se apenas como ato judicial, ato do magistrado tendente a traduzir a vontade da lei diante do caso concreto.
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Nas hipóteses anteriores (esgotamento dos recursos cabíveis ou a sua não apresentação)  a decisão se diz irrecorrível a decisão
No momento em se torna irrecorrivel  dar-se-á o trânsito em julgado
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Coisa Julgada
Art. 6, § 3º da LICC – “chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de já não caiba mais recurso.”
Para Liebman – coisa julgada é “a imutabilidade do comando emergente de uma sentença.” 
Para ele seria a coisa julgada seria a imutabildidade de sua existência formal, como os efeitos dela provenientes.
Ou seja, “a coisa julgada tornaria imutável a sentença, fazendo com que aquele ato processual se tornasse insuscetível de alteração em sua forma, e faria ainda imutáveis os seus efeitos” (que são declaratório, constitutivo e condenatórios).
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Ada ressalta que a doutrina brasileira, tomou como ponto de partida, o conteúdo e os efeitos da sentença, classificando-as em condenatórias, declaratórias e constitutivas, embora, sem perder de vista existam aqueles que aderem a corrente quinária (tal como defendeu Pontes de Miranda).
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De acordo com a teoria de Liebman, a coisa julgada é considerada nos seguintes aspectos:
Formal – imutabilidade da sentença(inerente as todas as sentenças – terminativa ou definitiva)
Substancial (material) – imutabilidade de seus efeitos (só nas sentença de mérito) – ale só essa, portanto, alcançaria a autoridade da coisa julgada.
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Criticas a essa teoria
Ovídio Batista – entende que a coisa julgada material só atinge o efeito declaratório, vez que, não atingiria os efeitos constitutivo e condenatório (não é muito aceita)
Barbosa Moreira, entende que os efeitos podem ser alterados, mesmo depois da formação da coisa julgada.
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AFC, adere a essa critica de Barbosa Moreira, pois para ele “os efeitos da sentença definitiva são, por natureza, mútáveis, e não se destinam a durar para sempre.”, dando por exemplo:
“Sentença que consiste em abrir caminho para a execução forçada da prestação imposta ao devedor” – que após cumprida por esse, nada resta do efeito;
Sentença constitutiva do divorcio (o que não impede as partes de posteriormente voltarem a se casar);
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Deste modo, para Alexandre Freitas, firme na lição de Barbosa Moreira, não são os efeitos que são imutáveis, mas o conteúdo.
No qual o conteúdo seria “ o ato judicial consistente na fixação da norma reguladora do caso concreto, que se torna imutável e indiscutível quando da formação da coisa julgada.”
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Coisa Julgada Formal – limita-se ao próprio processo;
Coisa Julgada Material ou Substancial – é aquela que torna o conteúdo da sentença imutável e indiscutível em qualquer outro processo, “sendo certo que não se poderá, ainda que em processo novo, retomar a discussão sobre aquilo que já foi objeto de decisão transitada em julgado.”
Ambas são degraus de mesmo fenômeno – Amaral Santos
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Preclusão – perda de uma faculdade processual, que pode ser temporal, lógica ou consumativa:
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Cândido Rangel Dinamarco distingue a preclusão, a coisa julgada formal e material da seguinte forma:
Preclusão “é extinção de uma faculdade ou poder no processo.”
Coisa Julgada Formal “como preclusão qualificada que é caracteriza-se como extinção do poder de exigir novo julgamento quando a sentença já tiver passado em julgado.”
“A coisa julgada material, a formal e as preclusões em geral incluem-se entre os institutos com que o sistema processual busca a estabilidade das decisões e, através dela, a segurança nas relações jurídicas.”
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Tem-se assim que coisa julgada e preclusão não se confundem, embora não se possa negar à coisa julgada uma eficácia preclusiva, ou seja, a aptidão para produzir efeito de impedir novas discussões sobre aquilo que foi por ela alcançado.
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Definição:
Para AFC: coisa julgada é a situação jurídica consistente na imutabilidade e indiscutibilidade da sentença (coisa julgada formal) e de seu conteúdo (coisa julgada substancial), quando tal provimento jurisdicional não está mais sujeito a qualquer recurso.”
Candido Rangel: “A coisa julgada é a situação de segurança quanto à existência ou inexistência de um direito, assegurada pela imutabilidade dos efeitos da sentença de mérito. Quer se trate de sentença meramente declaratória, constitutiva ou condenatória, ou mesmo quando a demanda é julgada improcedente.”
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Para HTJ: “a res iudicata, assim como qualidade da sentença, assumida em determinado momento processual. Não é efeito da sentença mas a qualidade dela representada pela ´imutabilidade´ do julgado e dos seus efeitos.”
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NO CPC
De acordo com o CPC: DENOMINA-SE COISA JULGADA MATERIAL A EFICÁCIA QUE TORNA IMUTÁVEL A INDISCUTÍVEL A SENTENÇA, NÃO MAIS SUJEITA A RECURSO ORDINÁRIO OU EXTRAORDINÁRIO. (art. 467).
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O anteprojeto definia a coisa julgada material como:
	 “a qualidade, que torna imutável e indiscutível o efeito da sentença, não mais sujeita a recursos ordinário ou extraordinário.” 
De acordo com Ada Pellegrini, apesar do anteprojeto ter encampado a doutrina de Liebman, a encampou com algum recuo e certa imprecisão, pois, “em primeiro lugar, coisa julgada não é efeito mas qualidade da sentença, e quando muito, o art. 467 poderia retratar a coisa julgada formal, nunca a material.”
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LIMITES DA COISA JULGADA
Limites Objetivos – trata da verificação do alcance da imutabilidade e indiscutibilidade da sentença transitada em julgado, vista sobre seu aspecto objetivo.
 	Em suma: buscar saber o que transitou em julgado.
Art. 468 do CPC diz: - a sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide (objeto do processo, ou, o mérito da causa) e das questões decididas.
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Ou seja, a sentença faz coisa julgada nos limites do pedido.
Assim, o que não tiver sido objeto do pedido, por não integrar o objeto do processo, não será alcançado pela coisa julgada.
Conclui-se assim que: apenas aquilo que foi deduzido no processo, que foi, por conseqüência, objeto de cognição judicial, é alcançado pela autoridade da coisa julgada.
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E apenas o DISPOSITIVO da sentença é que transita em julgado, de acordo com o que dispõe o artigo 469 e 470 do CPC.
O relatório (que não contem qualquer conteúdo decisório), assim como a motivação da sentença, não transitam em julgado, ou, não são alcançados pela coisa julgada.
Não faz coisa julgada: - ´a verdade dos fatos, estabelecido como fundamento da sentença´ (art. 469, II CPC);
				- ´a apreciação da questão prejudicial (que se referem a fatos anteriores relacionados à lide), decidida incidentemente no processo´ (art. 469, III CPC).
E, de acordo com o art. 474 do CPC, uma vez alcançada a sentença definitiva pela autoridade da coisa julgada, tornam-se irrelevantes todas as alegações que poderiam ter sido trazidas a juízo e que não o foram. Ex.: prescrição não alegada.
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Limites Subjetivos – que trata de estabelecer sobre quais pessoas são atingidas pela coisa julgada.
Diz o art. 472 do CPC que: 
	a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros.
A coisa julgada faz a sentença imutável e indiscutível apenas para as partes, não podendo tal imutabilidade e indiscutibilidade atingir terceiros,estranhos ao processo onde aquela autoridade se formou.
Não será terceiro estranho, o sucessor, a título singular ou universal da parte.
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Nas Ações Coletivas – (Ação Popular, Ação Civil Pública, Ação Coletiva dos Consumidores, etc).
Onde ocorre a substituição processual das partes, cria-se um novo regime de eficácia subjetiva da coisa julgada, diversa da que ocorre nas ações individuais, pois nestas ações a sentença não limita às partes do processo em que é dada a sentença.
Assim, a coisa julgada formada no processo coletivo não respeita os limites subjetivos traçados pelo art. 472. Pois, o substituído náo é verdadeiro terceiro, já que é ele (e não o substituto) o titular do interesse substancial levado a juízo.
Neste tipo de processo, existe a possibilidade de eficácia erga omnes (isto é, perante quem não foi parte no processo), embora nem sempre de forma plena.
Nas ações coletivas existe uma extensão subjetiva da coisa julgada erga omnes, em regra, mas que nem sempre prevalecerá se o resultado for adverso à pretensão do autor. Dá-se a coisa julgada secundum eventum litis, ou, da coisa julgada cuja eficácia erga omnes é, quase sempre, para beneficiar e não para prejudicar.
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Os efeitos da sentença coletiva operam sempre com relação a ação coletiva e não necessariamente aos interesses individuais. Tem-se assim, que os particulares se beneficiam das vantagens advindas da sentença, mas não se prejudicam por suas desvantagens.
Em suma, quanto aos efeitos coisa julgada na ação coletiva face aos interesses individuais, temos que:
se a ação coletiva é rejeitada, seja por insuficiência de provas ou não, os particulares não serão alcançados pela coisa julgada, que neste caso, só se apresentará entre os legitimados para a ação coletiva;
se a ação coletiva é julgada procedente, os particulares poderão valer-se da coisa julgada, ficando dispensados de nova ação individual condenatória, mas terão que liquidar o montante de seus prejuízos individuais em procedimento de liquidação de sentença.
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Nas causas de Estado
Nas causas relativas ao estado de pessoas, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros. (2ª parte do art. 472 CPC).
Atendidos, portanto, os pressupostos da legitimidade ad causam entre as partes da ação de estado, o estranho não terá direito de discutir a matéria decidida, em outros processos, ainda que possa sofrer prejuízo por causa da decisão.
Ou seja, ninguém pode ignorar o status definido na sentença. HTJ.
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Relações jurídicas continuativas e outros casos de rejulgamento
Diz o art. 471, I, CPC que: 
	“nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo se, tratando-se de relação continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença.”
Exemplo típico, é o caso de alimentos. (cláusula rebus sic stantibus).
Neste caso não se trata apenas de alterar a sentença anterior, mas de obter uma nova sentença para uma situação também nova. Como exemplo, a ação revisional.
E o rejulgamento, também é permitido, como nos casos previsto em lei. Que podem ser arrolados os seguintes:
- a correção ou inexatidões materiais ou erros de cálculo (463, I);
- os embargos declaratórios (art. 463, II);
- o agravo de instrumento (527);
- os casos do § 3º, do art. 267 .
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Extensão da coisa julgada ao terceiro adquirente do bem litigioso
A discussão judicial sobre um bem ou direito não o torna intransmissível ou inalienável, de modo que o negócio jurídico, oneroso ou gratuito, nada impedindo, pois, que uma das partes transmita a outrem o seu direito subjetivo material ao objeto litigioso.
Contudo, a alteração da situação jurídica material, não tem o condão de afetar a legitimidade das partes primitivas do processo (art. 42 CPC), nem diminuirá a eficácia da sentença, pois, seus efeitos se estenderão, por força da lei, aos sucessores das partes (42, § 3º CPC).
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O problema no entanto surgirá quando o terceiro adquirir a coisa objeto do litígio não tiver conhecimento deste, e esteja imbuído de boa-fé, deste modo, tem-se a seguintes situações, vejamos:
aquisição por 3º, mas o transmitente não foi parte do processo (hipótese de sucessivas alienações), ou se deu de forma originária como no usucapião ou na ocupação e outras situações similares  não há como se aplicar o art. 42, § 3º, e, conseqüentemente, não ocorrerá coisa julgada contra o novo titular da coisa ou direito litigioso;
se a aquisição ocorreu diretamente da parte processual, mas na qual o adquirente seja 3º de boa-fé  tem-se que a regra processual do 42, §3º do CPC, só se aplicará, quando o 3º tenha adquirido a coisa sabendo que a mesma era litigiosa;
e, se inexiste para o adquirente ( 3º), como defender sua posição estribada na boa-fé  tem-se que incidirá o disposto no art. 42, § 3º do CPC, pois neste caso não importa se ele, o 3º, tinha ou não conhecimento da litigiosidade do bem que lhe foi transmitido.
 O STJ, tem prestigiado sempre a boa-fé do adquirente.  “O 3º adquirente de imóvel, a título oneroso e de boa-fé não é alcançável por decisão em processo de que não fora parte, ineficaz, quanto a este, a decisão.” (3ª Turma, REsp, 158.097/RJ).
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DA AÇÃO RESCISÓRIA
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DA AÇÃO RESCISÓRIA
Contra sentença, cabem dois remédios processuais distintos: 
		1) recursos 
	e 	2) rescisória.
Recursos – mesma relação jurídica processual, antes do trânsito em julgado;
Existindo, no entanto, na sentença qualquer vício ou nulidade. Tem-se que: quando a sentença é nula, por uma das razões qualificadas por lei, concede-se ao interessado ação para pleitear a declaração de nulidade.
Surge assim a rescisória – que ataca numa outra relação processual - contra sentença em que operou a coisa julgada – é tecnicamente uma ação.
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Rescisória – finalidade: rescindir, romper, cindir a sentença como ato jurídico viciado.
É a ação em que se busca a declaração de nulidade (não no sentido estrito) da sentença de mérito.
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Pressupostos:
uma sentença de mérito transitada em julgado (269 – CPC);
a invocação de algum dos motivos de rescindibilidade dos julgados taxativamente previstos no Código (art. 485 CPC)
não decurso do prazo decadencial de dois anos (CPC, art. 495); 
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Súm. 514 STF – 
	"Admite-se a ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotados todos os recursos"
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Casos de admissibilidade de rescisória:
“ Art. 485.  A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:”
	“I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;”
	prevaricação: consiste em retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra a disposição expressa de lei para satisfazer interesse ou sentimento pessoal;
	concussão: exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, de vantagem indevida;
	Corrupção: solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar de tal vantagem. (arts. 316, 317 e 319 CP).
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A prova pode e deve ser feita nos autos, não necessitando de prévia condenação do juízo em ação penal.
Se a decisão rescindenda foi proferida em tribunal, onde o órgão é colegiado, somente caberá a rescisória se o(s) voto(s) do(s) juiz (es) impedido(s) tiver (em) sido dado(s) no sentido da tese majoritária. Se apenas entre os vencidos, incabível será a rescisória. 
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	“II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;”
	Com o impedimento fica o juiz proibido de atuar no processo, invalidandoassim os seus atos, ainda que não haja recusa da parte contrária.
	Impedimento, vide arts. 134 e 136 do CPC.
	
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“III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;”
	Compete as partes e seus procuradores, no processo, agirem com lealdade e boa-fé. Viola, pois, este princípio a parte vencedora que “haja impedido ou dificultado a atuação processual do adversário, ou influenciado o juízo do magistrado, em ordem de afastá-lo da verdade.”
	É necessário a prova do dolo e do nexo de causalidade. – Dolo Processual – tais como:
	(a) em que o autor induz o juízo a erro, ensejando a revelia do réu, inclusive indicando dolosamente estar este em lugar incerto ou não sabido; 
	b) em que se inutilizou ou extraviou prova de relevo constante dos autos).
	Legitimados: são também os sucessores das partes, o terceiro juridicamente interessado e o Ministério Público, nos termos do art. 487 do CPC. 
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		IV - ofender a coisa julgada;
	Qualquer nova decisão, entre as mesmas partes, violará a intangibilidade da coisa julgada. Podendo, assim ser buscada a sua rescisão.
	Tema dos mais complexos e polêmicos, na matéria, diz respeito a saber-se qual decisão de mérito deve prevalecer, se a primeira ou a segunda, se a rescisória não vier a ser ajuizada no prazo decadencial de dois anos do art. 495 do CPC. 
	De acordo com HTJ e Barbosa Moreira, em havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por último, enquanto não se der a sua rescisão para restabelecer a primeira. 
	Já para a 2ª corrente – Arruda Alvim, Nelson Nery e Sálvio Figueiredo - prevaleceria sempre a primeira decisão. E neste caso não há falar no prazo preclusivo (decadencial) do art. 495 CPC. 
	
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V - violar literal disposição de lei;
	Sentença que ofende flagrantemente a lei, tanto quanto a decisão a repulsiva à lei (error in judicando), como quando proferida com absoluto menosprezo ao modo e forma estabelecidos em lei pra a sua prolação (erro in procedendo).
	Mera interpretação não dá margem à rescisória. Vide súmula 343 do STF. – NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA POR OFENSA Á LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI QUANDO A DECISÃO RESCINDENDA SE TIVER BASEADO EM TEXTO LEGAL DE INTERPRETAÇÃO CONTROVERTIDA NOS TRIBUNAIS.
	- Obs.: a rescisória não se presta a apreciar a justiça ou injustiça da decisão, mas apenas se houve ou não ofensa à lei, dentro dos parâmetros já assinalados. 
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Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória;
Não será caso de rescindibilidade, se houver outro fundamento bastante, para a conclusão.
Ou seja, Imprescindível será que a prova falsa "tenha influído na decisão, de tal arte que outra seria esta, caso não existisse a falsidade”
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Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;
Condições (Salvio de Figueiredo):
	a) em princípio, e salvo casos excepcionais, à obtenção de documento já existente à época da decisão rescindenda; 
	b) a ignorância do autor da rescisória a seu respeito ou a impossibilidade de seu uso até o momento em que era lícito utilizá-lo no processo em que proferida a decisão rescindenda. Para Buzaid, a parte que age com incúria, não procedendo a todas as diligências necessárias para obter o documento, carece de ação rescisória; 
	c) o documento deve ser bastante para alterar o resultado, mesmo que parcial, ou seja, deve ser hábil, por si próprio, para assegurar pronunciamento total ou parcialmente favorável ao autor da rescisória. 
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VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença;
É necessário que a sentença tenha tido como base o ato viciado.
Confissão – vide art. 352 CPC.
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“IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
§ 1o  Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido.
§ 2o  É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato.”
Desnatura o instituto da coisa julgada. É de interpretação restritiva.
“A rescisória não é remédio próprio para verificação do acerto ou da injustiça da decisão judicial, nem tampouco meio de reconstituição de fatos ou provas deficientemente expostos e apreciados no processo findo.”
São os seguintes requisitos para que o erro de fato dê lugar à rescindibilidade da sentença:
o erro deve ser causa da conclusão a que chegou a sentença;
o erro há de ser apurável mediante simples exame das peças do processo;
não pode ter havido controvérsia, nem pronunciamento judicial no processo anterior sobre o fato.
OBS.: As hipóteses acima são taxativos, sendo, portanto, impossível cogitar-se da analogia para criarem-se novas hipóteses de ataque a coisa julgada.
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Quanto à legitimidade (art. 487/CPC):
“I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo, em que Ihe era obrigatória a intervenção;
b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.”
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Competência
Cuida-se de ação diretamente proposta nos tribunais, incluindo-se na chamada "competência originária dos tribunais". 
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Da petição inicial
Deve observar os requisitos do art. 282 do CPC (petição inicial), impondo-se contudo, duas providências especiais ao autor da rescisória, quais sejam (art. 488/CPC):
“I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento da causa;
II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou improcedente.
Parágrafo único.  Não se aplica o disposto no no II à União, ao Estado, ao Município e ao Ministério Público.”
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Na prática só existem as seguintes hipóteses em que a cumulação (inc. I) não ocorrerá:
a de ofensa a coisa julgada; porque a sentença apenas desconstituirá a sentença impugnada;
a de juiz impedido ou incompetente; porque nestes casos a decisão será anulada e o feito terá de ser renovado em primeira instância.

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