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EXECUÇÃO FORÇADA

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EXECUÇÃO FORÇADA
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
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PROGRAMA
Teoria Geral da Execução
Princípios
Competência
Legitimidade
Títulos Executivos (judiciais e extrajudiciais)
Responsabilidade Patrimonial
Liquidação de Sentença
Espécies de Execução (entrega de coisa certa e incerta, de obrigações de fazer e não fazer, por quantia certa contra devedor solvente)
Aressto, Penhora, Avaliação
Procedimentos especiais da execução por quantia certa 
Insolvência civil
Defesa do Executado
Suspensão e Extinção do processo Executivo
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Cont. Programa
Processo Cautelar
Teoria Geral do Processo Cautelar
Noções Gerais – Requisitos para concessão da Tutela Cautelar
Poder geral de cautela
Competências
Processo Cautelar X Tutela Antecipada
Procedimentos Cautelares Típicos (arresto, seqüestro, caução, busca e apreensão, exibição, produção antecipada de provas, alimentos provisionais, arrolamento de bens, justificação, protestos notificações e interpelações, homologação de penhor legal, posse em nome do nascituro, atentado, protesto e apreensão de títulos e outras medidas provisionais)
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Avaliações e Trabalhos
1 Avaliação ( )  2,5
2 Avaliação ( ) 2,5
Trabalho  2,0 (a discutir)
Final ( )  3,0
Total  10
Presença também será objeto de avaliação 
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Bibliografia 
Básica
 Lições de Direito Processual Civil – vol. II e III - Alexandre Freitas Câmara
 Curso de Direito Processual Civil – Vol. II e III – Humberto Theodor Júnior
 Processo de Execução - Araken de Assis
Curso Avançado de Direito Processual Civil – Vol. II e III – Luiz Rodrigues Wambier
Complementar
 Execução Civil – Cândido Rangel Dinamarco – Ed. Malheiros
 Execução Civil em Homenagem a Humberto Theodoro Júnior – RT
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EXECUÇÃO FORÇADA - Observações preliminares
É um segundo tipo de atividade jurisdicional;
Finalidades imediatas distintas do processo cognitivo (acertamento da existência ou inexistência do direito)
Processo executivo é a satisfação forçada de um direito de crédito
É regido também pela teoria geral do processo, tais como condições da ação de execução (legitimidade das partes, possibilidade jurídica e interesse) e os pressupostos processuais executivos (partes capazes, juízo, regularidade formal da demanda).
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Diferenças entre o processo de conhecimento e executivo
Na Execução Forçada
O Estado age como substituto, pois, empreende uma atividade que competia ao devedor exercer (satisfação do crédito do credor) 
O processo é atestado pelo Título Executivo (Judicial ou Extrajudicial). 
É processo de coação
Conhecimento
O Estado age na busca, no descobrimento da regra jurídica que regulará o caso 
O processo tende à cognição  pesquisa do direito dos litigantes 
É processo de sentença
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Conceito de Execução
Cândido Dinamarco “conjunto de atos estatais através de que, com ou sem o concurso do devedor (e até contra ela) invade-se seu patrimônio para, à custa dele, realizar-se o resultado prático desejado concretamente pelo direito material.”
Alexandre Freitas Câmara  “ atividade jurisdicional que tem por fim a satisfação concreta de um direito de crédito, através da invasão do patrimônio do executado.”
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Tem-se assim que:
Através da execução procura-se: realizar para o credor, quando possível, o mesmo resultado prático que se obteria com a normal observância da regra jurídica que se descumpriu.
Tendo o Estado de forma sancionatória o direito de intervir no patrimônio do devedor, satisfazendo à custa deste, o direito do credor.
Função estatal na execução – substituir as partes, atuando a vontade concreta da lei, que é a realização prática do direito do crédito existente segundo o direito material.
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Exemplos de como o Estado Intervem de forma sancionatória no patrimônio do devedor:
1) no descumprimento da obrigação de dar (pagar)  a sanção consistirá em extrair do patrimônio do devedor a quantia necessária a satisfação do crédito do credor;
 2)  no descumprimento de obrigação fazer e não fazer (entregar ou devolver certa e determinada coisa)  a sanção consiste em determinar que o injusto possuidor da coisa devolva-a ao legítimo possuidor - ou seja – a sanção que se aplicará consistirá na tomada dessa mesma coisa e na entrega dela, pelo Estado Juiz, ao proprietário.
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Além dos meios executivos acima – que são conhecidos como meios executivos ou subrogação temos que:
muitas das vezes, a prestação devida, após o inadimplemento ou a violação do credor, não mais se revela possível na espécie em que foi convencionada ou estabelecida. Assim a sanção, por isto terá de se voltar para uma outra prestação que possa compensar a originária, realizando um efeito que possa equivaler economicamente à que se omitiu; 
Assim, podemos dizer que, a execução forçada pode atuar de duas maneiras diversas, a saber:
	a)     como execução específica (prestação devida. Ex. quando o devedor entrega a própria coisa devida ou a quantia correspondente); ou
 b) como execução da obrigação subsidiária (na impossibilidade da prestação devida, o Estado Juiz expropria bens do devedor para que com o produto da venda venha a satisfazer o crédito do credor). 
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Identifica-se assim no processo executivo atividade tipicamente cognitiva no processo de execução, tais como:
Quando o juiz aprecia um requerimento de substituição de penhora ou ao examina a presença das “condições da ação”e dos “pressupostos processuais”;
Ou seja, no momento em que é levado a formar juízos de valor sobre questões que venham a ser suscitadas no processo executivo (como ainda por exemplo as astreintes e prisão civil, etc)
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Meios de Execução
Coação: multa e prisão – instrumentos intimidativos  força indireta no esforço de obter o respeito às normas jurídicas. Obs.: não são medidas próprias do processo de execução, a não ser em feito acessório ou secundário.
 Sub-rogação: é quando o Estado atua como substituto do devedor inadimplente, procurando, sem sua colaboração e até contra a sua vontade, dar satisfação ao credor, proporcionando-lhe o mesmo benefício que para ele representaria o cumprimento da obrigação ou um benefício equivalente.
Em suma: tecnicamente, a execução forçada pode ser entendida como a atuação da sanção por via dos meios de sub-rogação.
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Autonomia do Processo de Execução
Cognição e execução  em conjunto  formam a estrutura global do processo civil  instrumento de pacificação de conflitos.
A execução é um prolongamento do processo que não é mais nem puramente cognitivo nem puramente executivo, mas um processo misto, sincrético, em que as duas atividades se fundem.
Deste modo, a execução de título judicial não mais importa na formação de uma relação processual própria e autônoma frente ao processo de conhecimento, ainda que seu fito seja o cumprimento coativo de uma sentença condenatória.
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Para HTJ pode se sentir a autonomia através dos seguintes fatos:
a)  nem todo processo de conhecimento tem por conseqüência uma execução forçada, pois, o cumprimento voluntário da condenação, por exemplo, torna impossível a execução; e as sentenças declaratórias e constitutivas não comportam realização coativa em processo executivo;
b)     nem toda execução forçada tem como pressuposto uma sentença condenatória obtida em anterior processo de conhecimento, pois a mesma pode ser baseada em título executivo extrajudicial;
c) os processos cognição e execução podem correr ao mesmo tempo, paralelamente, como ocorre na execução provisória. 
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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA
I – TODA EXECUÇÃO É REAL;
II – TODA EXECUÇÃO TENDE APENAS À SATISFAÇÃO DO DIREITO DO CREDOR;
III – TODA EXECUÇÃO DEVE SER ÚTIL AO CREDOR;
IV – TODA EXECUÇÃO DEVE SER ECONÔMICA;
V – A EXECUÇÃO DEVE SER ESPECÍFICA;
VI – A EXECUÇÃO DEVE OCORRER A EXPENSAS DO DEVEDOR;
VII – A EXECUÇÃO DEVE RESPEITAR A DIGNIDADE HUMANA;
VIII – O CREDOR TEM A LIVRE DISPONIBILIDADE DA
EXECUÇÃO.
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Princípios da Efetividade da Execução Forçada
Resume-se na seguinte frase: “o processo deve dar, quanto possível praticamente, a quem tenha um direito, tudo aquilo e exatamente aquilo que ele tenha direito de conseguir.” – Chiovenda.
Pois, a execução forçada destina-se a:
Satisfazer o direito de crédito do exequente, que só se mostrará capaz quando der ao credor o seu direito, mediante os meios de assegurar-lhe a satisfação da obrigação.
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Princípios do Menor Sacrifício Possível do Executado
Art. 620 do CPC: quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.”
Decorre da própria evolução histórica da execução
Limites políticos à invasão patrimonial patrimonial (exs. Impenhorabilidades do bem de familia, salário, instrumentos necessários para o sustento do devedor, etc)
Menor sacrifício, permitindo a penhora do bem que seja capaz de satisfazer o direito do credor, sem que traga um maior gravame ao devedor.
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Princípio do Contraditório
Há autores, como HTJ, que negam a existência do contraditório no processo executivo.
Outros que ficam em posição intermediária, afirmando que o contraditório existiria de forma atenuada (dentre eles, Amaral Santos, Frederico Marques).
Para outros (Dinamarco, AFC, Fazzalari), é inegável a existência do contraditório in executivis, pois, a garantia constitucional, por si só, seria suficiente a exigir que o contraditório fosse uma decorrência natural do sistema jurídico objetivo.
Não se pode olvidar que o contraditório está presente no processo executivo, pois, não existe processo sem contraditório, estendido como a garantia que têm as partes de que tomarão conhecimento de todos os atos e termos do processo.
O julgamento do mérito do processo executivo, só será examinado quando da interposição dos embargos.
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Princípio do Desfecho Único
Inexiste no processo executivo o julgamento do mérito.
Esse princípio é corolário da própria finalidade da execução forçada, que é a satisfação do crédito exeqüendo. 
Assim é que o único fim normal do processo executivo é referida satisfação do crédito exequendo, qualquer outro desfecho será considerado anômalo, sendo extinta a execução. 
Consequências: - o demandante pode desistir do processo sem anuência do demandado (art. 569 CPC), ainda que este último tenha oferecido embargos (caso em que se estes estiverem discutindo apenas matéria processual, ocorrerá sua extinção, mas se se tratarem de matéria de mérito da execução, a extinção dos embargos só ocorrerá com a anuência do executado, caso contrário, essa prosseguirá independetemente como ação declaratória autônoma).
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Competência
Reza o artigo 598 que aplica-se subsidiariamente ao processo executivo as disposições que regem o processo conhecimento.
Logo, a competência para o processo executivo leva-se em conta o título que fundamenta a execução.
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Quanto a Competência - Execução Título Judicial
 É competente o juízo que conheceu do processo cognitivo, se a execução se baseia em sentença condenatória – competência funcional (ver artigo 475-P CPC).
Juízo cível competente - se baseado em sentença penal condenatória.
Sentenças estrangeiras, depois de homologadas pelo STJ serão processadas no Juízo Federal de Primeira Instância (art. 109, inc. X da CF) do foro do domicílio do executado (salvo se for parte a União, caso em que a competência é do domicílio da outra parte, seja ela exeqüente ou executada).
Se fundada em formal ou certidão de partilha, ou seja, em adjudicação ou quinhão de partilha (584, V do CPC), a competência é do próprio juízo da partilha.
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Competência da execução lastreado em título extrajudicial
A regra está expressa no artigo 576 do CPC, que remete as regras de competência do processo de conhecimento.
Competência internacional – aplica-se a regra dos artigos 88 e 89 CPC, na qual será competente a autoridade brasileira, toda vez que o executado tiver domicílio no Brasil e quando aqui estiver que ser cumprida a obrigação (competência concorrente), ou quando a obrigação incidir sobre bens imóveis situados no Brasil (competência exclusiva).
A regra será sempre da Justiça Estadual do domicílio do Executado, transferindo-se para a Justiça Federal apenas quando for parte os sujeitos determinados no artigo 109, inc. I da CF (União, autarquia federal, empresa pública federal).
Nos casos de execução fiscal (art. 578 CPC), a execução será proposta no foro do domicílio do réu, e se mais de um devedor, a Fazenda Pública poderá escolher o de um dos devedores, ou mesmo demandar no lugar em que se praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem à obrigação, ainda que nele não resida o executado (ex. IPTU).
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Legitimidade
Trata-se de condição da ação executiva;
É requisito essencial;
Ausência de legitimidade  extinção anômala do processo;
Arts. 566 a 568 CPC.
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Legitimidade Ativa (arts. 566 e 567 CPC)
Legitimado será o “credor a quem a lei confere título executivo” (566, I CPC)  legitimidade ordinária primária  o próprio interessado.
Ministério Público (inc. II, 566)  é raro (legitimidade extraordinária), já que a função do parquet não é buscar a tutela de interesses patrimoniais disponíveis.
Pode ser sentida, por exemplo:
Execução de procedência ação popular, caso o demandante ou o interessado não ajuizar a execução no prazo de 60 dias da decisão (art. 16 – Lei 4.717/65)
Execução sentença proferida em processo coletivo, Defesa do Consumidor, se depois de 1 ano não for habilitado interessados com o número incompatível do dano (art. 100 CDC).
Execução nos termos do art. 68 CPP, quando a vítima do delito for pobre (há quem veja incompatibilidade com a CF/88)
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Legitimado ativo será também (art. 567 CPC)
Espólio, herdeiros e sucessores do credor  quando o título lhes tiver sido transferido por mortis causa  também é legitimidade ordinária superveniente  interesses próprios.  Referidos legitimados não só poderão propor como ainda continuar com o processo, caso o credor legitimado primário tenha falecido no curso do processo (art. 43 CPC).
Cessionário do crédito (sucessão inter vivos)  pouco importa se a cessão foi a título oneroso ou gratuito  legitimidade superveniente do cessionário. (não só o de iniciar como o de prosseguir na execução – e neste caso é verdadeira alienação do direito litigioso – art. 42 CPC – na qual a legitimidade não é alterada) 
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Legitimado ativo – cont.
Sub-rogado (arts. 346 a 351 CC), nos casos de sub-rogação legal e convencional  legitimidade ordinária superveniente (igual ao do cessionário do crédito)  contudo, na sub-rogação ocorrerá a sucessão processual, caso essa venha a ocorrer no curso do processo.
Sub-rogação é “a transferência da qualidade creditória para aquele que solveu obrigação de outrem ou emprestou o necessário para isto”
é uma substituição na posição jurídica de vantagem, que deixa de ser ocupada pelo credor original, passando a ser exercida pelo sub-rogado.
É legal  quando decorre da própria lei – ver art. 346 CC.
É convencional  quando expressamente convencionado (declaração de vontade) – ver art. 347 CC.
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Da Legitimidade Passiva
É “o devedor, reconhecido como tal no título executivo” (art. 568, I CPC)  legitimidade ordinária primária, que vem a ser o sujeito original da res iudicium deducta;
Espólio, herdeiros e sucessores do devedor (art. 568, II CPC)  legitimidade ordinária superveniente (sucessão causa mortis). Obs. Neste caso os referidos legitimados só respondem pelas dívidas do de cujus nos limites da herança – limite é o quinhão sucessório. Não se transmite dívida.
 Aplica-se também no caso de fusão, cisão e incorporação de sociedades, sendo a sociedade sucessora legitimada a figurar como devedora.
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Legitimado passivo (cont)
“novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo” (568, III CPC)
É uma assunção de dívida:
negócio jurídico convencional e abstrato, pelo qual o devedor, com a aceitação, transfere a terceiro os encargos obrigacionais.
Acarreta na sucessão processual
Fiador Judicial (568, IV CPC), que pode ser convencional ou judicial (que é aquele que presta, no curso do processo, garantia pessoal ao cumprimento da obrigação de uma das partes) 
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Legitimado passivo (cont.)
Responsável tributário (568, V CPC)  que é considerado como aquele, que não sendo o contribuinte, esteja por lei obrigado ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária (art. 121 CTN)
Que pode ser por:
Transferência  que se dá por força de ato superveniente ao nascimento da obrigação (solidariedade, sucessão ou responsabilidade) ou
Substituição  que independe de fato novo posterior ao nascimento da obrigação, na qual a lei desde logo a define como surgindo contra pessoa diversa daquela que auferiu vantagem
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Título Executivo
Requisito indispensável a qualquer execução;
Temas dos mais controvertidos, pois até hoje existem divergências sobre o seu conceito e função.
O que fez surgir várias teorias sobre o tema.
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Teorias Título Executivo– síntese
Teoria Documental título seria um documento representativo da existência do crédito, cuja eficácia estaria estabelecida na lei (maior parte da doutrina). 
Falha: 1) No afirmar que é um documento, essa teoria está dando ao título a função de demonstrar a existência do direito de crédito afirmado pelo exequente. Entretanto, o direito não é objeto de prova, pois o que se prova são as alegações quanto a matéria de fato. Assim, ao afirmarem que o título executivo prova a existência do direito, estariam modificando o próprio conceito de prova. 
 2) Se o título fosse mesmo uma prova  sua execução deveria existir uma atividade cognitiva – valoração da prova, cabendo ao juiz afirmar a existência do crédito está ou não demonstrado e só depois passar para os atos executivos.
	3) Confusão entre a prova do ato jurídico com a sua forma, pois que a lei exige para todos os títulos a forma escrita. Pois, o título executivo não é o escrito mas seu conteúdo.
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Teorias – Título Executivo – cont.
Teoria do Título Executivo como ato jurídico  na qual vê no título executivo o ato capaz de tornar adequada a via executiva como meio de atuação da vontade da lei, por meio da responsabilidade patrimonial.
Teoria mais aceita  pois, o título executivo é um ato (ou fato) jurídico. 
Ato, porque, em algumas hipóteses, a manifestação de vontade é dirigida no sentido de tornar certa a via executiva (sentença condenatória) e, em outras hipóteses a eficácia executiva se produz ainda que não se tenha objetivado a produção de tal efeito.
Pois, existem casos, entretanto, que a lei ignora a vontade dos partícipes do ato jurídico, atribuindo-lhes eficácia executiva.Exs. Contrato de locação (fato jurídico). O que se dá na maioria das vezes com os títulos executivos extrajudiciais em geral.
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Teorias (outras)
Teoria mista  no qual o título é visto a um só tempo como ato e documento (encontraria a mesma falha da teoria documental acima visto). 
Título é um ato de acertamento do direito (inaceitável) Falha: como reconhecer acertamento em atos extrajudiciais, ex. Nota Promissória.
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DEFINIÇÃO – TÍTULO EXECUTIVO
É um ato (ou fato) jurídico a que a lei (e só ela) atribui eficácia executiva, tornando adequada a via executiva como forma de fazer atuar a responsabilidade patrimonial. (AFC).
eficácia é a aptidão para produzir efeito, no sentido de fazer com incida sobre o devedor (ou responsável) a responsabilidade patrimonial.
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Função do Título Executivo
Liga-se ao interesse de agir (sua ausência acarretará na carência de ação);
Presença de dois elementos: (a) necessidade da tutela jurisdicional pretendida (interesse-necessidade) e (b) a adequação do provimento pleiteado e do procedimento escolhido para obtê-lo (interesse-adequação).
Assim o título executivo tem a função de fazer com que o titular do direito tenha o direito de agir in executivis. Sendo adequada, portanto, o ajuizamento da ação executiva como instrumento de atuação da vontade concreta do ordenamento jurídico.
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O título na execução tem por função:
a) a de autorizar a execução;
b) a de definir o fim da execução (revela a obrigação contraída); e
c) a de fixar os limites da execução.
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Títulos a que a lei confere eficácia executiva
São de dois tipos:
Judiciais (art. 475-N CPC)  iudicium  advém do processo, aquele que vem formado através do processo. Ex. Sentença condenatória.
 Obs. Não se forma necessariamente através de um processo judicial (ex. Sentença arbitral)
Extrajudiciais (art. 585 CPC)  o que é formado fora do processo.
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Títulos Executivos Judiciais (art. 475-N) 
I - Sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia;
II - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo;
IV – a sentença arbitral
V- o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente;
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.
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Títulos Executivos Extrajudiciais (art. 585)
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida; 
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Título Executivo Extrajudicial – 585 CPC
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; 
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
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Título Executivo Extrajudicial – 585 CPC
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 
Cédula hipotecária (art. 29 DL 70/66);
Crédito de alienação fiduciária em garantia (art. 5 DL 911/69)
Contrato de honorários advocatícios (art 24 L. 8.906/94)
Crédito alimentar decorrente de ajustamento dos interessados às exigências (art. 211 ECA);
Compromisso arbitral que fixa honorário do árbitro (art. 11, p. un. L. 9.307/96).
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REQUISITOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO
São condições ou pressupostos específicos da execução forçada:
a)     o formal que se traduz na existência do título executivo, donde se extrai o atestado de certeza e liquidez da dívida;
b)     o prático que é a atitude ilícita do devedor (inadimplemento da obrigação); que comprova a exigibilidade da dívida.
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Em suma, os requisitos são:
 
existência do título e o inadimplemento do devedor.
Art. 586 CPC a execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre título de obrigação certa, líquida e exigível.  
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Da certeza, liquidez e exigibilidade
Certeza  certeza quanto ao direito exequendo  tem por fim delimitar a especie de execução a ser observada;
Liquidez  determinação do quantum debeatur – é necessário que no título esteja contido todos os elementos para que se possa conhecer a quantidade devida ao credor;
Exigibilidade  na qual a obrigação não está sujeita a termo, condição ou qualquer
outra limitação.
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Responsabilidade Patrimonial
É vista como situação meramente potencial, caracterizada pela sujeitabilidade do patrimônio de alguém às medidas executivas destinadas à atuação da vontade concreta do direito material. Dinamarco.
Regulado no art. 591 do CPC: o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Opera no campo processual  pois, a responsabilidade não corresponde a uma relação entre credor e devedor, mas entre o Estado e o responsável, no qual aquele pode invadir o patrimônio deste, para permitir a atuação da vontade concreta do direito objetivo.
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Responsabilidade sobre bens existentes e futuros
Bens que já integram o patrimônio do executado no momento da instauração do processo executivo;
Bens futuros, aqueles que o devedor venha a adquirir no curso do processo;
Incidindo também sobre bens passados (que em princípio ficariam excluídos da responsabilidade), entendidos como aqueles que já se tenham retirado do patrimônio do executado quando do ajuizamento da ação executiva (retornar ao patrimônio por alienação em fraude contra credores ou contra execução), ou sobre os quais recaia garantia real (hipoteca ou penhor).
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Recai ainda a responsabilidade sobre os bens:
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução de sentença proferida em ação fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, quando em poder de terceiros;
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução.
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Espécies de oneração ou alienação fraudulenta :
Fraude contra credores (menos grave);
Fraude de execução (gravidade intermediária);
Alienação de bem penhorado (mais grave).
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Fraude contra Credores (fraude pauliana)
Regulado no Código Civil, mas que na verdade integra ao processo civil;
Ocorre a fraude contra credores quando um devedor pratica negócios que o torne insolvente. Ainda que o devedor venda algum bem, se restarem bens suficientes para pagar as dívidas, não será considerado insolvente.
O Código Civil dispõe quatro situações em que podem ocorrer fraudes contra credores, a saber: 
a) Alienações onerosas (artigo 159 do Código Civil);
b) Alienações à título gratuito e remissões de dívidas (artigo 158 do Código Civil;
c) Pagamento de dívida ainda não vencida, estando o devedor insolvente (artigo 162 do Código Civil); 
d) Concessão de garantia real a um credor quirografário, estando o devedor insolvente (artigo 163 do Código Civil)
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a) alienações Onerosas (art. 159 CC)
É a situação mais comum de fraude contra credores. Se o devedor vende seus bens, tornando-se insolvente, caracteriza-se fraude contra credores. 
O terceiro adquirente poderá estar de boa-fé (quando não sabe da situação real do devedor) ou de má-fé (quando sabe da situação real do devedor). Havendo boa-fé do terceiro adquirente, os bens não retornam ao devedor para o pagamento dos credores. 
São dois os requisitos exigidos que deverão ser provados na ação contra o devedor que vende seus bens para fraudar os credores: 
eventus damni: o credor deve provar que, com a venda, o devedor se tornou insolvente, não mais possuindo bens suficientes para o pagamento de suas dívidas. Presunção: quando era notória a insolvência do devedor;
consilium fraudis (má-fé do terceiro adquirente): não há necessidade de se provar que o terceiro adquirente estava combinado com o devedor, bastando a prova de que ele estava ciente da situação financeira do devedor. Ou seja que o terceiro adquirente tinha motivos para conhecer a má situação financeira do devedor. Os tribunais estabeleceram quando o terceiro teria motivos (parentes próximos, amizade íntima, negócios feitos anteriormente etc.). 
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b) Alienações à título gratuito e remissões de dívidas (art. 158 do Código Civil)
Quando o devedor faz doações de seus bens. Quando se trata de doações, o único requisito que os credores devem provar é a insolvência do devedor. 
Não há necessidade de prova da má-fé do terceiro adquirente. 
Ocorre fraude na remissão de dívidas quando o devedor é credor de terceiro e deixa de cobrar o seu crédito, perdoando o terceiro devedor.
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c) Pagamento de dívida ainda não vencida, estando o devedor insolvente (artigo 162 do Código Civil)
Quando o devedor já está insolvente e privilegia o pagamento a um credor que tem uma dívida ainda não vencida. 
Se isso ocorrer, os outros devedores poderão ingressar com uma ação contra o credor que recebeu. 
O pagamento de dívida não vencida, gera a presunção de fraude, que é absoluta.
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d) Concessão de garantia real a um credor quirografário, estando o devedor insolvente (art. 163 do Código Civil)
Quando o devedor, já insolvente, resolve privilegiar um dos credores quirografários, dando-lhe uma garantia real (exemplo: hipoteca de um imóvel). 
Neste caso, os outros credores podem ingressar com uma ação para anular essa garantia.
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Prazo Decadencial e Efeito do Ato 
Art. 178, inc. II do CC  ou seja de quatro anos a contar do dia em que se realizou o ato jurídico
O ato praticado em fraude de credores é válido e produz efeitos entre seus sujeitos. O que se protege é a esfera patrimonial do terceiro credor do alienante, de que tal fato é inoponível a ele. 
Pois, a “revogação a que conduz a ação pauliana, como se vê, é puramente relativa, no sentido de que não se verifica senão em proveito dos credores do devedor e nunca em proveito do próprio devedor. Entre este e os terceiros que decaíram na ação pauliana o contrato permanece válido, subsistindo inteiramente” (Carvalho Santos).
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Da Sentença Pauliana 
A sentença pauliana, portanto, não anula o ato, mas tão somente retira sua eficácia em relação ao credor. 
Quanto a sua natureza 
Aqueles que vêm que a sentença não anula, mas apenas retira a eficácia do ato, a sentença seria meramente declaratória (HTJ) 
Aqueles que entendem que a ação pauliana trata de uma hipóteses de anulabilidade, a sentença seria constitutiva (Orosimbo Nonato).
Para AFC, no entanto, a sentença pauliana teria natureza constitutiva por que somente a referida sentença teria o condão de autorizar, de restaurar a incidência sobre o bem a responsabilidade patrimonial. E, deste modo, tal restauração faria surgir uma situação nova, revelando a natureza constitutiva da sentença. Pois, a decisão, não se limita a reconhecer a ineficácia do ato, mas em verdade tal sentença retira sua eficácia em relação ao credor.
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Da Fraude de Execução
Instituto típico do direito brasileiro;
Seria uma especialização da fraude contra credores;
É uma fraude contra credores especializada (art. 593, II CPC) -AFC;
Até a edição da Súmula 375 do STJ, o artigo 593, II do CPC, dispensava a prova do consilium fraudis;
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DA FRAUDE DE EXECUÇÃO
Art. 593 – considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens;
	I – quando sobre eles pender ação fundada em direito real;  ligada a uma execução para entrega de coisa
	II – quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-la à insolvência;
	III – nos demais casos expressos em lei. (Tais como, art. 185 CTN e 672, p. 3 CPC)
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FRAUDE DE EXECUÇÃO
Na fraude de execução, não era necessário demonstrar o consilium fraudis.
Hoje no entanto, diz a sum. 375 STJ: ‘o reconhecimento da fraude à execução depende de registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.’
O requisito: é que o ato se dê quando da existência de processo pendente. Ou seja, a alienação feita após a citação do demandado, seja em processo de execução ou de conhecimento de cunho condenatório (Dinamarco). (divergência quanto a existência da citação ou distribuição da demanda)
+ registro da penhora ou 
	+ prova da má-fé do 3º adquirente.
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Reconhecimento da Fraude de Execução:
Conseqüência: o ato é originariamente, ineficaz. E, deste modo, nem será necessário ajuizar demanda destinada ao reconhecimento da fraude. 
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Quanto ao Ato
A fraude de execução gera ineficácia originária do ato fraudulento.
Não sendo, pois, necessária o ajuizamento de demanda autônoma para o reconhecimento da fraude de execução.
Assim, o ato, incapaz desde o momento em que é praticado de ser oposto ao credor, não impedirá que a atividade executiva incida sobre o bem alienado ou onerado fraudulentamente. (AFC)
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DIFERENÇAS ENTRE A FRAUDE CONTRA CREDORES E A FRAUDE À EXECUÇÃO 
Fraude contra Credores
É defeito do negócio jurídico, regulada no direito privado (CC);
Ocorre quando o devedor ainda não responde à nenhuma ação ou execução;
Só pode ser alegada em ação pauliana;
Exige-se a prova da má-fé do 3.º adquirente, em se tratando de alienação onerosa. 
O ato só produz efeitos com a prolação da sentença. 
Fraude à Execução
É incidente do processo.
Pressupõe demanda em andamento.
Pode ser alegada incidentalmente; 
Agora é exigida a prova da má-fé do 3.º adquirente, que pode ser substituída pelo registro da penhora (ver Sum. 375 STJ). 
O ato é originariamente ineficaz, produzindo de imediato seus efeitos.
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ALIENAÇÃO DE BEM PENHORADO
Ocorre quando o bem que já se encontra constrito pela penhora (que é um ato de apreensão de bens destinado a determinar o bem que suportará a atividade executiva) vem a ser alienado.
Conseqüência: a alienação do bem penhorado, embora válida e apta a produzir seu efeito programado, retirando o bem do patrimônio do executado e transferindo-o para o patrimônio do adquirente, é inoponível ao exeqüente, sendo incapaz de produzir o efeito de excluir o bem alienado da responsabilidade patrimonial.
Não importa se o devedor se tornou ou não insolvente com a alienação, pois, o ato será fraudulento ainda que devedor tenha outros bens suficientes a garantir a execução.
Sem contar que poderá acarretar na prisão civil do depositário – auto de penhora e depósito.
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inc
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Súmulas
Súmula Vinculante 25 – STF - “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.”
Súmula 419 do STJ (03-2010) - “Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.”
Súmula n. 195 do STJ - "em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores". 
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Alguns Julgados:
	RECURSO ESPECIAL. ALIENAÇÃO DE BEM PENHORADO. FRAUDE À EXECUÇÃO DECRETADA. FALTA DE INTIMAÇÃO DA PENHORA E DE SEU REGISTRO.
	ALEGAÇÕES QUE NÃO ASSISTEM AO EXECUTADO/ALIENANTE. INSOLVÊNCIA, DECORRENTE DA ALIENAÇÃO INDEVIDA, QUE SE PRESUME. (...)
2. O terceiro adquirente é o único legitimado para postular a validade da alienação pela falta de registro da penhora.
3. À falta de comprovação, pelo executado, de que a alienação do bem penhorado não o levou à insolvência, configura-se a fraude à execução e a ineficácia, para o exeqüente, da alienação.
4. A Lei proíbe que o executado aliene bem a ponto de reduzir-se à insolvência. Por isso, a alegação de que não teria sido intimado da penhora não torna eficaz a alienação do bem que garantia a execução. 
	(REsp 418.032/SP, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 25.04.2006, DJ 29.05.2006 p. 227)
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	PROCESSO CIVIL. FRAUDE DE EXECUÇÃO. ART. 593 DO CPC. REQUISITOS. CITAÇÃO VÁLIDA DO DEVEDOR. CONHECIMENTO DA LIDE PELO ADQUIRENTE.	SÚMULA 07-STJ. PROVA DA INSOLVÊNCIA. PRESUNÇÃO RELATIVA EM FAVOR DO EXEQÜENTE. PRECEDENTES. SÚMULA 83-STJ.
	I - Este Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no sentido de que a alienação ou oneração do bem, para que seja considerada em fraude de execução, deverá ocorrer após a citação válida do devedor, seja no curso da ação de execução, seja durante o processo de conhecimento.
	II - A comprovação de que o adquirente já teria conhecimento da demanda e mesmo assim realizou o negócio, prova que deve ser realizada pelo credor, não encontra espaço em sede de recurso especial em razão do óbice contido na Súmula n. 07 desta Corte, pois as instâncias ordinárias não se pronunciaram, a qualquer momento, sobre a questão, sendo certo que a este Superior Tribunal de Justiça não cabe examinar os fatos e provas da causa.
	III - Nos termos da jurisprudência pacífica deste Tribunal, milita em favor do exeqüente a presunção iuris tantum de que a alienação do bem, no curso da demanda, levaria o devedor à insolvência, cabendo ao adquirente a prova em contrário.
	IV - Recurso especial não conhecido.
	(REsp 127159/MG, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 19.05.2005, DJ 13.06.2005 p. 286)
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	PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ALIENAÇÃO JUDICIAL DE BEM NA PENDÊNCIA DE EXECUÇÃO FISCAL. FRAUDE EXECUÇÃO CONFIGURADA.
	1. A fraude à execução consiste na alienação de bens pelo devedor, na pendência de um processo capaz de reduzi-lo à insolvência, sem a reserva - em seu patrimônio - de bens suficientes a garantir o débito objeto de cobrança. Trata-se de instituto de direito processual, regulado no art. 593 do CPC, e que não se confunde com a fraude contra credores prevista na legislação civil.
	2. O escopo da interdição à fraude à execução é preservar o resultado do processo, interditando na pendência do mesmo que o devedor aliene bens, frustrando a execução e impedindo a satisfação do credor mediante a expropriação de bens. (...)
	5. In casu, o fato de a constrição do bem imóvel não ter sido registrada no competente Registro de Imóveis, beneficiaria apenas o terceiro adquirente de boa-fé, posto que a novel exigência do registro da penhora, muito embora não produza efeitos infirmadores da regra prior in tempore prior in jure, exsurgiu com o escopo de conferir à mesma efeitos erga omnes para o fim de caracterizar a fraude à execução. Aquele que não adquire do penhorado não fica sujeito à fraude in re ipsa, senão pelo conhecimento erga omnes produzido pelo registro da penhora. (...) 	(REsp 684.925/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06.10.2005, DJ 24.10.2005 p. 191)
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	Fraude contra credores. Aquisição diretamente da devedora.
	Conhecimento do estado de insolvência. Preço vil. Matéria de fato.
	1. Afirmando o aresto que a aquisição foi feita diretamente da empresa devedora e que a adquirente conhecia o estado de insolvência, havendo entre ambas relações comerciais, e, ainda, que o preço foi vil, não há como acolher a pretensão de boa-fé trazida no especial para afastar a procedência da pauliana.
	2. Recurso especial não conhecido.
	(REsp 619.123/SE, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em 15.12.2005, DJ 08.05.2006 p. 198)
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Liquidação de Sentença
Muito embora a execução tenha que estar lastreada em título executivo, líquido, certo e exigível, tem-se que em algumas situações o título ainda não tem o quantum debeatur.
Ou seja, quando o título judicial tenha o an debeatur (existência da dívida) e o quid debeatur (qualidade da prestação), mas que falta o quantum debeatur (quantidade devida) – Tal como acontece na condenação genérica (que é excepcional) – Terá a necessidade da liquidação.
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Liquidação de sentença:
Instituto processual destinado a tornar adequada a tutela jurisdicional executiva;
Natureza jurídica  é um incidente processual, ou, mera fase do processo de conhecimento, inserida entre a fase condenatória e a executiva;
Não há falar, portanto, em citação do devedor e sim intimação do advogado;
E, sobre o conteúdo da decisão liquidatória incide a força de coisa julgada.
Não se discute de novo a lide ou mesmo se modifica o que fora decidido (art. 474 G CPC).
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Da decisão proferida em liquidação de sentença
É interlocutória;
E embora interlocutória, se aperfeiçoa com exame e solução da questão de mérito (quantum debeatur).
Contra a decisão
de liquidação caberá Agravo de Instrumento (art. 475-H CPC)
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Quando o quantum debeatur depender apenas de cálculo aritmético (art. 475-B):
Quando para a determinação do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor irá requerer o cumprimento da sentença, instruindo o seu pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo;
Caso o credor precise de dados que estejam em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-lo, fixando um prazo de até 30 dias para que sejam os dados apresentados;
Se os dados, injustificadamente, não forem apresentados pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor. 
Caso o documento esteja em poder de terceiro, poderá o juiz ordenar que, no prazo de 5 dias, o mesmo proceda o respectivo depósito em cartório ou noutro lugar, sob pena de descumprida a ordem, ser expedido o mandado de apreensão, utilizando, se necessário, força policial. Sem prejuízo de responder pelo crime de desobediência.
Caso o Juiz entenda que a memória aparentemente exceda os limites da decisão exeqüenda, e ainda nos casos de assistência judiciária, poderá valer-se do contador do juízo para dirimir qualquer controvérsia.
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Espécies
Liquidação por Arbitramento (475-C e D, CPC)
Liquidação por Artigos (475-E e F CPC).
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Das espécies
Liquidação por arbitramento
Dar-se-a quando: a) for determinado pela sentença ou convencionado entre as partes e b) se o exigir a natureza do objeto de liquidação
Tem lugar quando reclamam-se conhecimento técnicos de árbitro, uma vez que todos os elementos já estão nos autos;
Também é admissível nas condenações de entrega de coisa certa de coisa incerta e nas prestações de fazer
Segue o procedimento é o das normas gerais das provas periciais (ver art. 475-D)
Exs.: estimativa de desvalorização de veículos acidentados, lucros cessantes, perda parcial de capacidade laborativa, etc.
Liquidação por artigo
Dar-se-á quando, para determinar o valor da condenação, houver necessidade de alegar ou provar fato novo;
Serão arrolados apenas os fatos que tenham influência na fixação do valor da condenação ou na individuação do objeto;
Segue, no que couber o procedimento comum.
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DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA E DEFINITIVA
O CPC admite que a execução possa ser provisória ou definitiva (arts. 475-I e 587).
Definitiva  é a execução na qual o credor tem sua situação reconhecida de modo imutável, decorrente da própria natureza do título em que se funda a execução. (trânsito em julgado).
Provisória  que só ocorre em casos de títulos executivos judiciais ainda não trânsitos em julgado (recursos recebidos apenas sob efeito devolutivo – Apelação (art. 520), RE e REsp, e que tem caráter excepcional, nos casos expressamente previstos em lei. (Parte final §1º art. 475-I).
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Da Execução Provisória (475-O CPC)
Ocorrerá do mesmo modo que a definitiva, desde que:
O credor a requeira, correndo por sua conta e risco, caso a sentença seja reformada, reparar os danos que caso o devedor tenha sofrido;
Que o credor ofereça caução idônea (arbitrada pelo juiz), quando se trate de levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade;
Será dispensado de oferecer a caução quando: 
se trate de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito até o limite de 60 salários mínimos e o credor demonstrar a necessidade
Quando pendente de julgamento o Agravo de Instrumento junto ao STF e/ou STJ, salvo quando da dispensa puder ocorrer risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação.
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Execução Provisória – Consequência quando a sentença exequenda for modificada
A execução ficará sem efeito;
Caso em que as partes serão restituídas ao estado anterior da sentença;
Pagando a parte Exeqüente eventual prejuízo nos mesmos autos, que se fará por liquidação por arbitramento;
Caso a sentença exeqüenda seja modificada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução
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Documentos necessários para requerer a Execução Provisória:
A petição da execução provisória deverá ser instruída com os seguintes documentos:
Sentença ou acórdão exeqüendo;
Certidão de interposição do recurso sem efeito suspensivo;
Procuração dos procuradores das partes;
Decisão de habilitação se for o caso;
Facultativamente, com outras peças que o Exeqüente reputar necessárias.
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Execução de Obrigação de Fazer ou Não Fazer
De título executivo judicial  art. 461 CPC (processo sincrético);
De título executivo extrajudicial  arts. 632 a 645 CPC;
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Considerações Iniciais
Baseado em Título Judicial, será a execução mero prolongamento do mesmo processo em que a condenação foi proferida.
Se baseada em título extrajudicial, ter-se-á um processo de execução, cujo procedimento será dividido em três fases: postulatória / instrutória / satisfativa. – É um procedimento complexo, devido a própria natureza da prestação devida. Regido pelos artigos 632 e seguintes do CPC.
Na impossibilidade do cumprimento da obrigação esta se converte em perdas e danos ou a substituição da atividade do executado pelo terceiros, à expensas daquele convertendo-se a execução de obrigação de fazer em execução por quantia certa.
Subdivide-se em execução por obrigação de fazer infungível e fungível.
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Lastreada em Título Judicial
O rito é o do artigo 461 do CPC.
Processo misto, sincrético, composto da fase cognitiva e outra executiva.
Na sentença de procedência, o juiz na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-fazer, é quem deve determinar as providências a serem cumpridas pelo Demandado, estabelecendo-se o prazo, fixando ainda multa (de ofício ou requerimento) pelo atraso no cumprimento do comando contido na sentença.
Assim não há falar em processo autônomo; 
E como corolário do princípio da inércia da jurisdição (art. 262 CPC), a efetivação da sentença em comento se processa de ofício, que se dá com o trânsito em julgado da decisão ou com o recebimento do recurso só sob efeito devolutivo;
É dever do juiz determinar, de ofício, o imediato cumprimento do comando contido na sentença;
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Do Procedimento – Cumprimento Sentença Obrigação Fazer 
Fase inicial  intimação pessoal do demandado para cumprir a obrigação no prazo assinado no provimento jurisdicional (e em sendo omisso, no prazo fixado pelo juiz), (REsp nº692.386/PB). 
Intimado o devedor, esse terá oportunidade de oferecer, mediante petição de Impugnação, sua defesa (tanto processual como de mérito – art. 475-L)
Caso o devedor não cumpra a ordem judicial, passam a incidir as medidas de apoio.
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PROCESSUAL CIVIL. FGTS. EXECUÇÃO DE SENTENÇA POR OBRIGAÇÃO DE FAZER.
FGTS. ART. 461 DO CPC. DESNECESSIDADE DE CITAÇÃO DO DEVEDOR.
SENTENÇA DE CARÁTER MANDAMENTAL.
1. Os artigos 461 e 632 do CPC, trouxeram à lume no ordenamento processual, de forma expressa, as sentenças auto-executáveis e mandamentais nas condenações de fazer e não fazer, de sorte que não há necessidade de citação do executado na exigibilidade judicial dessas pretensões.
2. Isto por que é cediço na doutrina que: "(...) com o advento do art. 461 do CPC tornou-se inútil o procedimento traçado para essas obrigações (de fazer e de não-fazer), uma vez que a condenação nessas prestações passou a ser considerada auto-executável, quando oriundas de sentença, isto é, realizável na própria relação de cognição donde proveio o comando condenatório. (...)
4. Nada obstante, o cumprimento da sentença pressupõe ordem para fazer, o que arrasta a necessidade de comunicação in faciem, insubstituível pela publicação no diário oficial. É que na forma dos artigos 234 e 238 do CPC, as intimações são pessoais quanto ao destinatário, podendo à semelhança do art. 11 da lei do writ, operar-se pelo correio; tanto mais pela própria citação que consubstancia o contraditório, admite esta modalidade que a receptiva de vontade.
5. Deveras, as conseqüências cíveis e penais do descumprimento
das decisões mandamentais exigem segurança na comunicação da mesma, tornando imperiosa a necessidade de intimação pessoal.
(...)(REsp 692386/PB, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11.10.2005, DJ 24.10.2005 p. 193)
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Súmula 410 do STJ (dez-2009) “A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.” 
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Do Cumprimento da Sentença Obrigação de Fazer 
Se cumprida a obrigação  extingue-se a execução e com ela o próprio processo.
Não sendo cumprida a obrigação  tem-se que: -além de começar a incidir a multa (que só cessará após satisfeito o direito material do demandante - ou – quando for convertida a obrigação em perdas e danos, que se dará quando impossível obter a tutela específica); - deverá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as utilização das chamadas medidas de apoio.
Astreinte  multa periódica pelo atraso no cumprimento da obrigação; é um poderoso meio de coerção, destina-se a pressionar psicologicamente o demandado a fim de que este cumpra a obrigação.
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Medidas de Apoio
São medidas utilizadas pelo juízo para exigir que seja obtido o resultado prático pretendido com a tutela ou o resultado prático.
Reza o § 4° do art. 461 que: o juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.
Reza ainda o § 5° do art. 461: Para efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.
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Da Conversão em Perdas e Danos
Se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático, caso queira, poderá o credor pedir a conversão da obrigação em perdas e danos (§ 1° do art. 461);
Feito o requerimento de conversão pelo credor, não há falar na concordância do devedor.
E a indenização por perdas danos independe do valor da multa fixada, ou seja, serão cumulativas tanto a indenização como a multa outrora fixada.
Sendo convertida em valor pecuniário o cumprimento se processa da forma preconizada para o cumprimento da sentença de obrigação por quantia certa (475-I do CPC)
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Lastreado em Titulo Extrajudicial
Ter-se-á verdadeiro processo de execução, regido pelos artigos 632 e seguintes do CPC.
Instaura-se pela petição inicial (art. 282 CPC), que deve vir acompanhada do título executivo.
Estando em termos a inicial, o juiz determinará a citação do executado para que cumpra a prestação exigida, dentro do prazo assinado no título executivo.
Em sendo omisso o título quanto ao prazo, o juiz é quem irá fixá-lo.
Cumprida voluntariamente a prestação  o juiz proferirá sentença declarando extinto o processo executivo.
Não sendo cumprida voluntariamente  há que se verificar, se se trata de obrigação de fazer de prestação fungível ou infungível.
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Se INFUNGÍVEL (obrigação a ser cumprida pelo próprio devedor)  faz necessário verificar se é possível alcançar o resultado equivalente. Se possível (ex. da empresa poluidor, não sendo cumprida determinação, nada impede que o juiz determine o fechamento desta)
Se impossível o cumprimento por outrem (ex. cantor) deverá ser feita a conversão da obrigação em perdas e danos, sendo necessário a liquidação incidente  execução de quantia certa.
Se FUNGÍVEL  poderá o demandante optar entre a escolha de terceiro que cumpra a prestação às custas do executado (e uma vez alcançado o processo prosseguirá para custear o trabalho de terceiro, e demais despesas processuais  execução por quantia certa), ou pela conversão da obrigação em perdas e danos, com a conseqüente realização da liquidação incidente, afim de que seja apurado o quantum debeatur.
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Da execução das obrigações de não fazer – Lastreado em Título Judicial
Lastreado em Título Judicial  a execução ocorrerá no processo de conhecimento (sincrético) da mesma forma que nas execuções de obrigação de fazer, só que neste caso, incumbirá o juízo de condenar o demandado a se abster de praticar o ato proibido, sob pena de incidir em multa pelo descumprimento de obrigação.
A utilização dos meios de coerção, neste caso, é essencial, na medida que toda obrigação de não fazer é infungível.
Descumprida pois a obrigação, o juízo poderá valer-se além da multa das medidas de apoio, de ofício ou a requerimento, para assegurar o retorno ao estado anterior ao descumprimento.
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Lastreado em Título Extrajudicial
Lastreado em título extrajudicial  aplicar-se-á subsidiariamente o que vimos anteriormente. Contudo, em verdade, não existe uma execução por título extrajudicial de obrigação de não fazer.
Pois, a obrigação de não fazer é uma obrigação negativa, e estará sendo cumprida enquanto o obrigado não realizar a atividade que está obrigado a não fazer. 
Deste modo, só se pode pensar na hipótese de alguém propor a demanda de execução de obrigação de não fazer se a mesma tiver sido descumprida, ou seja, se realizou a atividade que não podia realizar. E neste caso, o demandante virá a juízo com o objetivo de obter o desfazimento daquilo que foi feito indevidamente. Buscando assim, um desfazer, uma prestação positiva. (executivis repressiva)
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Reza o art. 642 do CPC: Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que Ihe assine prazo para desfazê-lo.
Ou seja, com esta demanda não se consegue uma tutela capaz de reprimir ou prevenir o descumprimento da obrigação negativa.
A tutela preventiva só poderá ser obtida com base no disposto no art. 461 do CPC, que permite ao juiz proferir provimento que condene o demandado a não fazer alguma coisa, por sentença ou através de tutela antecipatória, cominando-se multa pelo descumprimento, multa esta que pode ser cumulada com perdas e danos.
É o caso de tutela inibitória  de prevenção da prática de atos ilícitos.
*
Classificação das espécies de obrigação de não fazer:
Obrigações de não fazer permanentes  são aquelas que, uma vez descumpridas, permitem o retorno ao estado anterior, pois se revela possível o desfazimento. Ex.: obrigação de não construir em determinado terreno.
Obrigações de não fazer instantâneas  são aquelas que uma vez descumpridas não permitem o retorno ao status quo ante. Ex.:não fornecer informações a uma (ou várias) pessoas. E não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos (art. 643 do CPC).
*
DIFERENÇA procedimento CPC – 
NA EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E A DE NÃO FAZER
Reside no fato de que na execução de obrigação de fazer o exeqüente pode pedir que a prestação se realize por terceiros à custa do demandado ou então a conversão da obrigação em perdas e danos.
Já na execução de obrigação de não-fazer, não se está diante de uma alternativa, mas de uma cumulação. Qual seja, o exeqüente obterá o desfazimento por terceiro à custa do executado e, além, disso, receberá as perdas e danos que forem constatadas.
*
DA EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA
Lastreada em Título Judicial (art. 461-A CPC);
Lastreado em Título Extrajudicial (arts. 621 a 631 do CPC).
*
Lastreada em Título Judicial
A execução não é autônoma (processo sincrético)  2ª fase do procedimento;
 461 – A do CPC: o juiz deve constar na sentença o prazo para a entrega, podendo estabelecer multa pelo atraso (de ofício ou a requerimento).
Multa: (astreinte) meio e coerção (pressão)
	 a sentença que condena a entregar coisa certa é auto-executável (pode ser executada de ofício pelo juiz no mesmo processo em que proferida).
Se a escolha couber ao credor  caberá a ele individuar
a coisa;
Se couber ao devedor  este deverá entregar a coisa individualizada no prazo determinado pelo juiz
*
Lastreada em título Extrajudicial – Coisa Certa
Petição (282 CPC)  Pedido: Citar o devedor para em 10 dias: 
satisfazer a obrigação; ou
segurar (depósito da coisa) o juízo (caso queira embargar);
Juiz (ao despachar a inicial) poderá: 
	- fixar multa por dia de atraso (multa esta que pode sofrer alteração para mais ou para menos – astreintes);
Dos Embargos (defesa do devedor)  só após seguro o juízo (???) com o depósito da coisa – que não pode ser levantando enquanto não for julgado)
Se entregue a coisa (satisfeita foi a obrigação)  será lavrado o termo, findando-se a execução, exceto se para prosseguir no pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuízos).
 
*
Expedir-se mandado de imissão na posse ou busca e apreensão em favor do credor, quando:
Não sendo entregue a coisa, ou		
 Não sendo esta depositada, ou 	
Não sendo admitidos embargos suspensivos da execução			
	Se a coisa for alienada (quando já litigiosa)  expedir-se-á mandado contra o 3º adquirente que só será ouvido depois de depositá-la.
*
É direito do credor  receber além das perdas e danos + o valor da coisa (quando esta não lhe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do 3º adquirente – valor este que pode ser por estimativa)
Liquidação: procedimento necessário para se apurar o valor da coisa e os prejuízos
Se o devedor houver feito benfeitorias ou por 3ºs  será necessária a liquidação prévia. E neste caso temos as seguintes conseqüências:
	a) existindo saldo em favor do devedor  o credor o depositará ao requerer a entrega da coisa;
	b) se o saldo for em favor do credor  este poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo.
*
Da Execução para Entrega de Coisa Incerta (arts. 629 e segs CPC)
É a execução sobre coisas determinadas pelo GÊNERO e QUANTIDADE.
Petição Inicial – 282 CPC; 
Pedido: CITAÇÃO DO DEVEDOR PARA ENTREGAR A(S) COISA(S) INDIVIDUADA(S) SE LHE COUBER A ESCOLHA. 
	E, SE A ESCOLHA FOR DO CREDOR CABE A ELE INDIVIDUÁ-LAS EM SUA PETIÇÃO INICIAL.
Quanto a escolha:  se Omisso o título: cabe ao devedor a escolha;
			  se a escolha competia ao credor e foi este omisso em sua petição, transfere o direito ao devedor;
48 hs é o prazo para qualquer uma das partes impugnar a escolha feita pela outra – caso em que o juiz decidira de plano a impugnação (ouvindo, se necessário, um perito).
Obs.: Aplica-se subsidiariamente o procedimento para execução para entrega de coisa CERTA (art. 631 CPC).
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A DIFERENÇA ESSENCIAL ENTRE A EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA E A INCERTA 
reside no fato de que na execução para entrega de coisa incerta existe um momento inicial do procedimento  CONCENTRAÇÃO DA OBRIGAÇÃO (também presente na execução de obrigação alternativa)  que é necessário justamente porque existe uma incerteza relativa, pois a coisa a ser entregue, está no título delimitada pelo GENERO E QUANTIDADE.
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Tutela Jurisdicional Substitutiva da Declaração de Vontade
Lei 11.232/05 – apenas modificou o local em que referidas normas eram estabelecidas. (antes 639/640 e 641 e hoje 466-A,B e C); 
Acolhendo assim reclamos antigos, pois, a tutela substitutiva de declaração de vontade é de conhecimento e não de execução.
Pois, referido processo tem como fim imediato uma sentença. E, logo, não há qualquer dúvida sobre a natureza cognitiva da tutela substitutiva da declaração de vontade.
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Considerações Iniciais
Na verdade quando o texto da lei diz (art. 466-A)“condenado”o devedor a emitir declaração de vontade … na verdade deveria ter utilizado outro designativo para o “condenação”, vez que a sentença da tutela substitutiva da declaração de vontade não é condenatória e sim constitutiva.
Por isso que para AFC a melhor redação seria: postulada a tutela jurisdicional relativa à obrigação de emitir declaração de vontade, a sentença de procedência do pedido, uma vez transitado em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
E a declaração substitutiva só terá efeito após o trânsito em julgado, valendo afirmar que até o Resp ou RE serão recebidos sob o efeito suspensivo.
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Da Declaração Substitutiva
Regra Geral – Art. 466-A CPC  aplicável a todo e qualquer caso – e a sentença de procedência do pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração de vontade não emitida. 
Ex.: descumprimento da obrigação de celebrar um contrato.
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Regra Especial – Art. 466-B CPC aplicável apenas nos casos em que a obrigação de emitir declaração de vontade tenha um contrato preliminar – pois, aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível, poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado.
Ou seja, desde que possível o arrependimento, não há falar na possibilidade da declaração substitutiva. 
Pois, se o contrato preliminar previu as arras e as partes resolveram optar por não realizar, o juiz não pode substituir a vontade.
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Regra Especialíssima – Art. 466-C CPC  está vinculada a uma contra prestação, ficando o demandante autorizado a, no próprio processo em que se busca a tutela substitutiva, consignar a coisa (salvo quando esta ainda não for exigível).
Diz o art. 466-A: tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferência da propriedade da coisa determinada, ou de outro direito, a ação não será acolhida se a parte que a intentou não cumprir a sua prestação, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda não exigível.
Com tal possibilidade, evita-se a discussão da exceção de contrato não cumprido (476 CC)
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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Lei 11.232/2005
Por Quantia Certa
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Considerações Iniciais
Ocorrerá no processo conhecimento (sincrético), por simples petição;
Inicia-se antes mesmo do trânsito em julgado – execução provisória (ônus do credor);
Eliminou-se a citação;
A defesa do executado denomina-se de Impugnação (cuja natureza ainda é dissonante);
Pagamento voluntário deve ser em 15 dias a contar do trânsito em julgado da decisão exeqüenda, sob pena de multa 10%;
São devidos os honorários advocatícios?
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Do Termo a quo – para cumprimento voluntário 
Divergem os doutrinadores sobre o tema;
Uns entendendo que é do trânsito em julgado;
Outros que é da intimação pessoal do devedor;
E ainda os que entendem que é da intimação do advogado;
STJ, entendia até então (REsp nº 954.859-RS) ser do trânsito em julgado.
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Contudo, a Corte Especial do STJ, em mais recente julgado (REsp 940.274) entendeu que:
	“1. O cumprimento da sentença não se efetiva de forma automática, ou seja, logo após o trânsito em julgado da decisão. De acordo com o art. 475-J combinado com os arts. 475-B e 614, II, todos do CPC, cabe ao credor o exercício de atos para o regular cumprimento da decisão condenatória, especialmente requerer ao juízo que dê ciência ao devedor sobre o montante apurado, consoante memória de cálculo discriminada e atualizada.
	2. Na hipótese em que o trânsito em julgado da sentença condenatória com força de executiva (sentença executiva) ocorrer em sede de instância recursal (STF, STJ, TJ E TRF), após a baixa dos autos à Comarca de origem e a aposição do "cumpra-se" pelo juiz de primeiro grau, o devedor haverá de ser intimado na pessoa do seu advogado, por publicação na imprensa oficial, para efetuar o pagamento no prazo de quinze dias, a partir de quando, caso não o efetue, passará a incidir sobre o montante da condenação, a multa de 10% (dez por cento) prevista no art. 475-J, caput, do Código de Processo Civil.” (julgado em 07 abril de 2010)
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Dos Honorários Advocatícios
Tema bastante controvertido;
Uns (Athos Gusmão) entendem que é devido, ainda que não apresentada impugnação;
Outros (Humberto Theodoro Jr.) entendem que não, pois, que não há falar em novo processo;
E aqueles (Tereza Arruda Wambier) que entendem que dependendo do julgamento da Impugnação, os honorários serão ou não devidos.
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Jurisprudência do STJ firmou entendimento sobre a questão da existência dos honorários na fase de cumprimento de sentença:
“PROCESSO CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. COBRANÇA EM FASE DE EXECUÇÃO DE SENTENÇA. SISTEMÁTICA IMPOSTA PELA LEI Nº 11.232/05. POSSIBILIDADE.
	1. Na nova sistemática processual civil instituída pela Lei n.
	11.232/05, é cabível a condenação a honorários advocatícios no estágio da execução denominado "cumprimento de sentença". 	Precedentes.
	2. Recurso especial provido.”
	(REsp 1099852/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 17/08/2010, DJe 25/08/2010)
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“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. IMPUGNAÇÃO PROCEDENTE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO.
	1. A partir do julgamento do REsp 1.028.855/SC, pela Corte Especial, o STJ firmou o entendimento de que é cabível a condenação em honorários advocatícios na fase de cumprimento de sentença, a fim de remunerar os advogados pela prática de atos processuais necessários à promoção ou à impugnação da pretensão executiva nela deduzida.
	2. Agravo regimental não provido.”
	(AgRg no REsp 1128124/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/09/2010, DJe 07/10/2010)
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	“PROCESSO CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. NOVA SISTEMÁTICA IMPOSTA PELA LEI Nº 11.232/05. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS. POSSIBILIDADE.
	- A alteração da natureza da execução de sentença, que deixou de ser tratada como processo autônomo e passou a ser mera fase complementar do mesmo processo em que o provimento é assegurado, não traz nenhuma modificação no que tange aos honorários advocatícios.
	- A própria interpretação literal do art. 20, § 4º, do CPC não deixa margem para dúvidas. Consoante expressa dicção do referido dispositivo legal, os honorários são devidos “nas execuções, embargadas ou não”.
	- O art. 475-I, do CPC, é expresso em afirmar que o cumprimento da sentença, nos casos de obrigação pecuniária, se faz por execução.
	Ora, se nos termos do art. 20, § 4º, do CPC, a execução comporta o arbitramento de honorários e se, de acordo com o art. 475, I, do CPC, o cumprimento da sentença é realizado via execução, decorre logicamente destes dois postulados que deverá haver a fixação de verba honorária na fase de cumprimento da sentença.
	- Ademais, a verba honorária fixada na fase de cognição leva em consideração apenas o trabalho realizado pelo advogado até então.
	- Por derradeiro, também na fase de cumprimento de sentença, há de se considerar o próprio espírito condutor das alterações pretendidas com a Lei nº 11.232/05, em especial a multa de 10% prevista no art. 475-J do CPC. Seria inútil a instituição da multa do art. 475-J do CPC se, em contrapartida, fosse abolida a condenação em honorários, arbitrada no percentual de 10% a 20% sobre o valor da condenação.
	Recurso especial conhecido e provido.”	(REsp 1028855/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 27/11/2008, DJe 05/03/2009)
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Procedimento – Cumprimento Sentença por quantia certa
Inicia  com o o trânsito em julgado da decisão;
Prazo para cumprimento voluntário  15 dias, sob pena de acréscimo de 10% a título de multa;
Não sendo efetuado pagamento  o credor, juntando o demonstrativo do seu crédito, requererá a expedição da mandado de penhora e avaliação, indicando os bens que pretende ver penhorados; 
Requerimento inicial para cumprimento da sentença  será simples e sem maiores formalidades.
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Procedimento - Penhora
Efetuada a penhora, através do auto de penhora e avaliação  o executado dela será intimado através de seu advogado e na falta deste, a intimação será feita na pessoa de seu representante-legal ou pessoalmente, por mandado ou correio;
Intimado o executado terá ele o prazo de:
 10 dias (668 CPC), para pedir a substituição do bem penhorado, indicando outro em substituição; e
15 dias (§ 1º, 475-J CPC) para, querendo, apresentar a Impugnação. 
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Se não oferecida a Impugnação pelo Executado
Não sendo oferecida a impugnação  
	a execução prosseguirá, aplicando-se, no que couber, as regras estabelecidas para a execução fundada em título executivo extrajudicial;
Ou seja, ocorrerá a expropriação do bem penhorado (e já avaliado);
Prefere o sistema processual que o bem seja adjudicado pelo exeqüente (que o será pelo valor da avaliação);
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Não sendo adjudicado  o credor poderá requerer que o mesmo seja:
	- alienado por iniciativa particular (685-C CPC), através dele próprio ou de um corretor credenciado junto ao Tribunal (juiz fixará: preço, condições pagamento; garantias e comissão);
Não sendo caso de adjudicação, nem de alienação por iniciativa  far-se-á a expropriação dos bens penhorados em hasta pública (686 a 707 CPC), que será praça (imóvel) ou leilão (móvel).
Depois da hasta pública  será feito o pagamento forçado do débito, ocorrendo-se assim a satisfação do crédito do exeqüente.
Satisfeito o crédito  o módulo executivo será extinto por sentença (475-R c/c 794, I e 795 CPC)
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Da Impugnação – Defesa do Executado
Impugnação  defesa do executado nas execuções de sentença, seja no cumprimento de sentença por quantia certa, seja por obrigação de fazer, não-fazer e entregar coisa;
Prazo: 15 dias a contar da intimação do auto de penhora e avaliação (§ 1º, art. 475-J CPC);
Natureza de mero incidente processual (AFC e Araken de Assis)  uma vez que a impugnação não teria a mesma natureza dos embargos, não podendo ser considerado como processo autônomo como este último, já que oferecida no mesmo módulo processual executivo.
Matéria de impugnação  apenas aquelas supervenientes à formação do título, com exceção apenas a nulidade insanável – falta de citação (revelia).
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Matérias que poderão se versadas na Impugnação (475-L CPC)
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; 
II – inexigibilidade do título (considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal); 
O certo seria inexigibilidade da obrigação;
Consagra a possibilidade de alegação, em sede impugnação, da teoria da relativização da coisa julgada material, fundada na inconstitucionalidade do teor da decisão;
ADI 3.740 STF – Conselho Federal da OAB – Rel. Min. Cezar Peluzo.
III – penhora incorreta ou avaliação errônea; 
Vício da penhora;
Erro da avaliação do bem penhorado (excesso de penhora)
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Matérias alegáveis na Impugnação
IV – ilegitimidade das partes; 
V – excesso de execução (Quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação); 
Finalidade de: evitar impugnações vazias, meramente protelatórias;
Ocorrerá quando: a) o credor pleiteia quantia superior à do título; b) recai sobre coisa diversa daquela declarada no título; c) processa-se de modo diferente do que foi determinado na sentença.
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença. 
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Quanto ao efeito da Impugnação
Em regra (art. 475-M CPC) a impugnação não terá efeito suspensivo;
Poderá, no entanto, o Juiz conceder efeito suspensivo, desde que:
	(a) relevantes os fundamentos e que 
	(b) o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação (parte final 475-M) (ou seja, o fumus boni iuris e o periculum in mora);
Alguns entendem que o efeito suspensivo pode ser concedido ex officio
(art. 797 CPC), ou seja, em casos excepcionais.
Se concedido o efeito suspensivo – poderá o credor requerer o prosseguimento da execução, desde que ofereça caução suficiente e idônea (§ 1º, 475-M), caução essa que será fixada pelo juiz, e prestada nos próprios autos da impugnação;
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Do Procedimento da Impugnação
Será processada em autos apartados, exceto quando recebida sob efeito suspensivo, caso em que será processada nos próprios autos da execução (§ 2º, 475-M);
Recebida a impugnação, o exeqüente será intimado a manifestar no prazo de 5 dias, se outro não lhe for assinado pelo juiz (art. 185 CPC);
Se necessário, o juiz determinará a produção de provas, se tiver prova oral, designar-se-á AIJ;
Em seguida, o Juiz decidirá a impugnação;
O ato que decide a Impugnação será (§ 3º, 475-M):
Via de regra  decisão interlocutória, desafiando o Agravo de Instrumento;
Podendo, no entanto, ser  sentença, quando extinguir o modulo executivo, desafiando assim o recurso de Apelação 
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Da Objeção de Pré-Executividade
Como precursor desta tese, Pontes de Miranda, já advertia:
Se alguém entende que pode cobrar dívida que consta de instrumento público, ou particular, assinado pelo devedor e por duas testemunhas, e o demandado, dentro de 24 horas, argúi que o instrumento público é falso, ou que a sua assinatura, ou de alguma testemunha, é falsa, tem o Juiz de apreciar o caso antes de ter o devedor de pagar ou sofrer a penhora. Assim, uma vez que houve alegação que importa em oposição de exceção pré-processual ou processual, o Juiz tem de examinar a espécie e o caso, para que não cometa a arbitrariedade de penhorar bens que não estava exposto à ação executiva. (Dez Anos de Pareceres, vol. IV, Rio de Janeiro, Livraria Francisco Alves, 1975, pp. 132/133 e 138). (grifos nossos).
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	“A exceção de pré-executividade pode ser oferecida, independentemente da oposição de embargos do devedor, quando discutir matéria atinente à condição da ação e a pressupostos processuais da execução (arts. 618 e incisos, 585, 586, c/c art. 267, IV a VI, do CPC).” (STJ, REsp 453.622-PR, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJU 1 28.10.03, p. 290) 
	“A exceção de pré-executividade só é aceita em caráter excepcional: havendo prova inequívoca de que a obrigação inexiste, foi paga, está prescrita ou outros casos de extinção absoluta.” (STJ, REsp 502.823-RS, Rel. Min. José Delgado, DJU 106.10.03, p. 215) 
	
	“Execução. Exceção de pré-executividade. A defesa que nega a executividade do título apresentado pode ser formulada nos próprios autos do processo da execução e independe do prazo fixado para os embargos do devedor. Precedentes. Recurso conhecido em parte e parcialmente provido.” (STJ, REsp 220.100-RJ, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJU 1 25.10.99, p. 93) 
	
*
	“Execução por título extrajudicial. Exceção de pré-executividade. Falta de liquidez, certeza e exigibilidade do título. Não ofende a nenhuma regra do Código de Processo Civil o oferecimento da exceção de pré-executividade para postular a nulidade da execução (art. 618 do CPC), independentemente dos embargos do devedor. Considerando o Tribunal de origem que o título não é líquido, certo e exigível, malgrado ter o exeqüente apresentado os documentos que considerou aptos, não tem cabimento a inovação do art. 616 do CPC. Recurso Especial não conhecido.” (STJ, REsp 160.107-ES, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJU 1 03.05.99, p. 145) 
*
Súmula 393 do STJ “A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.” (outubro de 2009) 
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Da objeção ou argüição de pré-executivade – “exceção de pré-executividade”
Defesa do executado;
Construção pretoriana;
Utilizado restritivamente – matéria de ordem pública, que podem ser conhecidas de ofício pelo juiz (falta de condições da ação ou dos pressupostos processuais);
Continua a ser aplicado em nosso ordenamento;
Pois, ainda que precluso o prazo para interposição da Impugnação, havendo matéria que possa ser conhecida de ofício, nada impede que seja a mesma apresentada.
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DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE
LASTREADA EM TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL
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Da Execução por Quantia Certa – Devedor Solvente – Título Executivo Extrajudicial Lei 11.382, 06/12/06(Considerações Iniciais)
Depois de distribuída a ação – o Exeqüente poderá pedir certidão que prove o ajuizamento da ação – cuja finalidade será a de averbar no registro de imóveis, ou DETRAN ou registro de outros bens sujeitos a penhora ou arresto – comunicando a averbação ao juiz no prazo de 10 dias após efetivada (alienação posterior à averbação  presunção de fraude à execução);
Finalidade: expropriar bens do devedor a fim de satisfazer o crédito do credor (art. 646 CPC);
O devedor poderá, antes da adjudicação ou alienação dos bens penhorados, a todo o tempo remir a execução, ou seja, pagar ou consignar o valor da dívida atualizada, acrescido dos juros, custas e honorários advocatícios
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Procedimento
Petição inicial (art. 282 CPC) deverá vir acompanhada:
+	do título executivo 
+ da memória do cálculo do débito atualizado 
+ da prova de que se verificou a condição ou termo, indicando os bens a garantirem a execução (§ 2º. 652);
Pedido: Citação do Executado para pagar em 3 dias, sob pena de não o fazendo ser efetuado, pelo oficial, a penhora e avaliação dos bens já indicados pelo Exeqüente para sofrer a constrição;
*
Se a inicial estiver incompleta ou desacompanhada dos documentos indispensáveis  o juiz determinará que o Exeqüente a corrija no prazo de 10 dias, sob pena de indeferimento;
Deferida a petição pelo Juiz  interrompe-se a prescrição, nos mesmos moldes do processo de conhecimento (art. 219);
Nula será a execução que: 
não esteja lastreada em título líquido certo e exigível; 
se o devedor não for regularmente citado; e 
se proposta antes de ocorrido o termo ou condição.
*
Qto aos honorários
Honorários – serão fixados pelo Juiz quando esse deferir a petição; 
Pagando o devedor a dívida no prazo de 3 dias os honorários serão reduzidos à metade (§ un. 652-A);
*
No prazo para Embargos poderá o Executado, caso reconheça a sua obrigação (745-A):
Efetuando o depósito de 30% do valor da execução, acrescido das custas e honorários, pedir o pagamento em até 6 (seis) parcelas mensais e consecutivas, acrescido de juros de 1% a.m, + correção monetária;
Em sendo deferida a proposta pelo Juiz: - o exeqüente poderá levantar o dinheiro depositado; - suspendendo-se até final pagamento os atos executórios;
Não sendo cumprida a proposta, ocorrerá o vencimento das parcelas subseqüentes, e o prosseguimento dos atos executivos, sem contar que sob as parcelas vincendas ocorrerá a incidência da multa de 10%, sendo vedada a interposição de embargos.
*
Qto a Penhora
Se o devedor não efetuar o pagamento (em 3 d.)  o oficial de justiça de posse da 2ª via do mandado procederá à penhora e avaliação dos bens, lavrando-se o Auto de Penhora e Avaliação, intimando desde já o Executado;
Caso no entanto, não tenha o credor indicado bens e não sendo esse oferecido pelo devedor, o Juiz poderá (de ofício ou a requerimento) intimar o devedor para indicar bens passíveis de sofrerem a constrição, sob pena de não o fazendo, configurar-se ato atentatório (600 CPC), podendo ser lhe imposta de até 20% do valor em favor do Exeqüente (601 CPC);
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Penhora do Devedor não encontrado
Se o devedor não for encontrado, o oficial lhe arrestará quantos bens, forem encontrados a garantir a execução. 
Caso em que o Oficial, por 3 vezes, procurará o devedor para dar-lhe ciência do arresto, e não sendo o mesmo encontrado, será tal fato certificado.
Ocorrido o arresto sem que o devedor seja encontrado, caberá ao Exeqüente pedir, no prazo de 10 dias, a citação por edital do devedor. 
Findo o prazo determinado no edital, terá o devedor o prazo de 3 dias

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