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Concurso de Pessoas - Codeliquência - Concurso de Agentes - Super Aula

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DIREITO PENAL II
CONCURSO DE PESSOAS
Também conhecido como: 
CONCURSO DE AGENTES
CODELIQUÊNCIA
CONCEITO
São hipóteses em que duas ou mais pessoas envolvem-se na prática de uma infração penal.
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES E O CONCURSO DE PESSOAS
a) Crimes unissubjetivos ou monossubjetivos. São aqueles que podem ser praticados por uma só pessoa. São também chamados de crimes de concurso eventual.
b) Crimes plurissubjetivos. São aqueles que só podem ser praticados por duas ou mais pessoas em concurso. São mais conhecidos como crimes de concurso necessário.
Espécies de crimes plurissubjetivos
a) Crimes de concurso necessário de condutas paralelas, em que os agentes auxiliam-se mutuamente. Ex: crime de associação criminosa, descrito no art. 288 do CP.
b) Crimes de concurso necessário de condutas convergentes, nos quais as condutas se fundem gerando imediatamente o resultado ilícito. Ex: o crime de bigamia (art. 235 CP)
c) Crimes de concurso necessário de condutas contrapostas, em que os envolvidos agem uns contra os outros. Ex: crime de rixa (art. 137 do CP.
TEORIAS QUANTO AO CONCEITO DE AUTOR
a) Teoria unitária: todos são tratados como autores, inexistindo a figura da participação. NÃO ADOTADA
b) Teoria extensiva: todos são tratados como autores. Esta teoria, entretanto, ao contrário da anterior, admite a aplicação de penas menores àqueles cuja colaboração para o delito tenham sido de menor relevância. NÃO ADOTADA
c) Teoria restritiva: distingue autores de partícipes. 
Autores são os que realizam a conduta descrita no tipo penal (PRATICA O VERBO DO CRIME). 
Partícipes, por exclusão, são aqueles que de alguma outra forma contribuem para a realização do delito. (INDUZ INSTIGA ou AUXÍLIA).
Para esta corrente, o mandante e o mentor intelectual, NÃO serão autores, e sim partícipes da infração penal. TEORIA ADOTADA COMO REGRA
d) Teoria do domínio do fato: também distingue autores de partícipes, porém, o conceito de autoria é mais amplo. Por essa corrente, o mandante e o mentor intelectual, por controlarem os comparsas, são também autores do crime. TEORIA ADOTADA COMO EXCEÇÃO (AUTOR MEDIATO).
MODALIDADES DE CONCURSO DE AGENTES
Coautoria: Existe quando duas ou mais pessoas, conjuntamente, praticam a conduta descrita no tipo penal. (pratica verbo do crime)
Participação: diz respeito àquele que não realiza ato de execução descrito no tipo penal, mas, de alguma outra forma, concorre intencionalmente para o crime. (induz, instiga ou auxilia).
O coautor e o partícipe respondem pelo mesmo crime?
Resposta: Art. 29 do CP:
 “quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”.
Espécies de participação
a) Participação moral. Pode se dar por induzimento (IMPLANTAR A IDÉIA) ou instigação (REFORÇAR A IDÉIA JÁ EXISTENTE). 
 b) Participação material. É o auxílio (FORNECER MEIOS)
Natureza jurídica da participação (Art. 31 CP)
a) Acessoriedade mínima: basta que o partícipe concorra para um fato típico, ainda que este não seja antijurídico. Esta teoria é absurda porque considera crime o ato de auxiliar alguém que está agindo em legítima defesa, estado de necessidade etc.
b) Acessoriedade limitada: há crime se o partícipe colaborou com a prática de um fato típico e antijurídico. É a interpretação que entendemos correta e que é aceita pela maioria dos doutrinadores. (ADOTADA NO BRASIL).
c) Acessoriedade extremada: só existe crime em relação ao partícipe se o autor principal tiver cometido fato típico e antijurídico e desde que seja culpável. Por esta teoria, não há participação quando alguém induz um menor a cometer crime, pois este não é culpável em razão da inimputabilidade.
d) hiperacessoriedade: para a punição do partícipe, é preciso que o autor seja culpável, que tenha cometido fato típico e antijurídico, e, ainda, que seja punível. Para esta corrente, se houver extinção da punibilidade em relação ao autor do crime (por prescrição, por morte etc.), torna-se inviável a responsabilização do partícipe. 
Não identificação do autor e possibilidade de punição do partícipe
Não inviabiliza a punição do partícipe a não identificação do executor do delito, desde que fique provado o envolvimento de ambos.
Participação posterior ao crime
Só é partícipe do crime quem contribui para sua consumação antes ou durante.
Participação inócua
É aquela que em nada contribui para o resultado, não sendo punível. 
Ex.: uma pessoa cede uma arma para o agente matar a vítima, mas o executor comete o crime mediante asfixia.
Participação por omissão
Ocorre quando uma pessoa que tem o dever jurídico de evitar o resultado toma ciência do cometimento de um crime por terceira pessoa e, podendo evitar-lhe a execução ou seu prosseguimento, resolve nada fazer para que o crime siga seu curso. (Ex: policial que pode ajudar e nada faz).
Conivência
É a omissão voluntária de fato impeditivo do crime, na não informação à autoridade pública a fim de evitar seu prosseguimento, ou na retirada do local onde o delito está sendo cometido, quando ausente o dever jurídico de agir.
Coautoria e participação em crime culposo
É admissível a coautoria. 
Não é admissível a participação. 
Participação da participação ou em cadeia
Ocorre quando uma pessoa induz ou instiga outra a, posteriormente, convencer ou auxiliar o executor a cometer o crime.
Participação sucessiva
Verifica-se quando duas pessoas estimulam o executor a cometer o delito, sem que uma saiba da participação da outra.
AUTORIA MEDIATA
Na autoria mediata, o agente serve-se de pessoa sem discernimento ou que esteja com errada percepção da realidade para executar para ele o delito.
a) Falta de capacidade do executor em razão de menoridade, doença mental ou embriaguez.
b) Coação moral irresistível.
c) Erro de tipo escusável.
d) Obediência hierárquica
Autoria mediata e coação física
Considera-se não haver conduta por parte destes. A ação é atribuída diretamente ao outro, de modo que sua autoria é imediata, NÃO HÁ CONCURSO.
TEORIAS QUANTO AO CONCURSO DE CRIMES
a) Teoria unitária, monista (todos respondem pelo mesmo crime).
b) Teoria dualista. (autores respondem por um crime e participes por outro)
c) Teoria pluralista (cada agente de um crime responde por um crime).
Teoria adotada pelo CP
Art. 29, caput, do CP.
Adotou a teoria unitária.
Exceções à teoria unitária existentes no Código Penal
Existem algumas exceções expressamente descritas no Código Penal em que foi adotada a teoria pluralista (crime diverso para cada um dos envolvidos).
Cooperação dolosamente distinta, descrita no art. 29, § 2º.
 Segundo este dispositivo, se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste. 
Sua pena, entretanto, será aumentada em metade se o resultado mais grave era previsível.
Uma gestante procura uma clínica e autoriza a realização de aborto. Ela, incorre em crime menos grave, chamado consentimento para o aborto (art. 124), enquanto o “médico” responde pelo crime de provocação de aborto com o consentimento da gestante (art. 126);
Um particular oferece dinheiro a um fiscal para que não lavre uma multa e este aceita. O particular comete crime de corrupção ativa (art. 333), e o funcionário público, o delito de corrupção passiva (art. 317);
Participação de menor importância
Prevê o art. 29, § 1º, do Código Penal que, se a participação for de menor importância, a pena poderá ser diminuída de 1/6 a 1/3.
REQUISITOS PARA A EXISTÊNCIA DE CONCURSO DE CRIMES
1) pluralidade de condutas;
2) relevância causal das condutas;
3) liame subjetivo; 
4) identidade de crime para todos os envolvidos.
AUTORIA COLATERAL
Ocorre quando duas ou mais pessoas querem cometer o mesmo crime e agem ao mesmo tempo sem que uma saiba da intenção da outra.
AUTORIA INCERTA
Ocorre quando, na autoria colateral, não se consegue apurar qual dos envolvidos provocou o resultado.
COMUNICABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS
Dispõe
o art. 30 do Código Penal que “não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”.
PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL
De acordo com o art. 31 do Código Penal, o ajuste, a determinação, a instigação e o auxílio, salvo expressa disposição em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, ao menos, a ser tentado.
DELAÇÃO PREMIADA
A Lei n. 9.807/99 prevê que, nos crimes cometidos mediante concurso, o concorrente que, voluntariamente, ajudar na identificação de todos os demais coautores e partícipes, caso seja primário, poderá obter o perdão judicial, desde que tenha também colaborado na localização da vítima com sua integridade preservada e na recuperação total ou parcial do produto do crime.
(Ministério Público/CE — 2009) Nos chamados crimes monossubjetivos:
a) o concurso de pessoas é eventual.
b) o concurso de pessoas só ocorre no caso de autoria mediata.
c) o concurso de pessoas é necessário.
d) não há concurso de pessoas.
e) há concurso de pessoas apenas na forma de participação.
Resposta: “a”. 
Crimes monossubjetivos são também chamados de crimes de concurso eventual porque podem ser praticadospor uma só pessoa ou por duas ou mais em concurso.
(Delegado de Polícia/SP — 2008) Não configura requisito para a existência do concurso de agentes:
a) a infração única para todos os concorrentes.
b) a pluralidade de condutas.
c) a relevância causal de cada conduta.
d) o vínculo subjetivo.
e) o acordo prévio entre os agentes.
Resposta: “e”. 
O prévio ajuste é desnecessário, bastando o vínculo subjetivo, ou seja, a ciência de colaborar com o delito.
(OAB — FGV — 2010.3) Tomás decide matar seu pai, Joaquim. Sabendo da intenção de Tomás de executar o genitor, Pedro oferece, graciosamente, carona ao agente até o local em que ocorre o crime. A esse respeito, é correto afirmar que Pedro é:
a) coautor do delito, respondendo por homicídio agravado por haver sido praticado contra ascendente.
b) coautor do delito, respondendo por homicídio sem a incidência da agravante.
c) partícipe do delito, respondendo por homicídio sem a incidência da agravante.
d) partícipe do delito, respondendo por homicídio agravado por haver sido praticado contra ascendente.
Resposta: “c”. 
Pedro é apenas partícipe porque não realizou ato executório do homicídio. Para ele não se aplica a agravante porque a vítima não é seu pai e o art. 30 do CP diz que as circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam.
(Defensoria/MT — FCC — 2009) A respeito do concurso de pessoas é correto afirmar que:
a) é necessário o ajuste prévio no concurso de pessoas.
b) o Direito Penal brasileiro adotou a teoria unitária.
c) o concurso de agentes pode verificar-se após a consumação do delito.
d) pode ocorrer coautoria sem vínculo subjetivo entre os coautores.
e) é necessária a presença no local do comparsa para a configuração do concurso de agentes.
Resposta: “b”. 
Todas as demais alternativas contêm informações erradas em relação ao concurso de agentes.

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