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Universidade Federal de Ouro Preto
Departamento de Direito
Disciplina: Teoria Geral do Processo – Prof. Thais Pimenta Moreira
Resumo e Atividades de Fixação
UNIDADE 05 - TGP - TEORIA GERAL DA SENTENÇA
A sentença ou decisão é a prestação jurisdicional, é o ato pelo qual o Juiz soluciona a controvérsia que lhe é submetida. Distingue-se da decisão interlocutória, que é o ato pelo qual o Juiz, no curso do processo, resolve questões incidentes; Também não se confunde com despachos, que são atos praticados pelo Juiz no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. Os atos decisórios dos órgãos colegiados de segundo grau são chamados acórdãos. Portanto, através da sentença, o Juízo entrega a prestação jurisdicional, terminando a sua tarefa.
1. REQUISITOS ESTRUTURAIS DA SENTENÇA
O artigo 458 do CPC exige como requisitos essenciais da sentença o relatório (I), os fundamentos de fato e de direito (II) e o dispositivo ou conclusão (III). Tais requisitos são, em principio, concorrentes e insuprível: qualquer um deles faltando a sentença é nula.
I) Relatório:
No relatório se traduz a primeira parte da estrutura das sentenças e dos acórdãos, na qual deverá o juiz fazer um resumo dos principais sucessos do processo, aí incluídos não apenas os fatos alegados pelas partes, as razões jurídicas apresentadas, as provas produzidas, as propostas conciliatórias e as razões finais, mas os eventuais incidentes verificados. 
A exigência do relatório pelo art. 458 do CPC, além de ordem jurídica é também política, pois, com ele, o juiz demonstra às partes que compulsou, minuciosamente os autos, antes de proferir a sentença; que proferiu a sentença, com pleno conhecimento dos fatos principais da causa. 
O relatório deverá ser sucinto, sem que essa brevidade constitua pretexto para omissões ou atrofias deliberadas dos fatos principais do litígio. Será bastante que o juiz aluda, resumidamente, aos fatos alegados pelo autor e aos pedidos formulados, ao valor da causa,à resposta do réu, às provas produzidas, aos eventuais incidentes, às propostas de conciliação e às razões finais.
II) Fundamentação
Sentença ou acórdão sem fundamentação não é sentença, mas pura arbitrariedade, segundo Manoel Antonio Teixeira Filho. Ele lembra Franco Lancelloti que doutrina que não é suficiente que juiz faça justiça: é necessário que demonstra como fez justiça, para, dessa maneira, convencer a todos. A necessidade da fundamentação da sentença estava expressa nas próprias A fundamentação na sentença demonstrará como o juiz formou seu convencimento jurídico sobre os fatos narrados pelos litigantes. 
Na fundamentação o juiz apreciará e resolverá todas as questões de fato e de direito, que digam respeito à causa, aí compreendidas as que tenham sido alegadas pelas partes e aquelas que possa conhecer por sua própria iniciativa.
Vemos assim que, a exigência da fundamentação das sentenças e dos acórdãos visa a permitir que a parte vencida possa conhecer as razões jurídicas pelas quais o juízo não acolheu as suas pretensões, e, com isso, recorrer ao tribunal, com o objetivo de modificar o pronunciamento desfavorável. A parte tendo ciência das razões de decidir, poderá argumentar perante o tribunal que a sentença apreciou equivocadamente os fatos, seja admitindo fatos inexistentes ou negando a existência de fatos demonstrados nos autos, valorou mal a prova, interpretou erroneamente as normas jurídicas incidentes, etc.
III) Conclusão
A conclusão também chamada de dispositivo da sentença ou decisão é a parte final da sentença "em que o juiz resolverá as questöes, que as partes lhe submeteram" (CPC, art. 458, III). No dispositivo da sentença reside a conclusão das operações lógicas desenvolvidas pelo juiz na motivação e, pois, os termos da sua decisão, ou seja, as proposições que se consubstancia o decisum. Na sentença definitiva, no dispositivo o juiz acolherá ou rejeitará, no todo ou em parte, o pedido do autor: "O juiz proferirá a sentença, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor" (CPC, art. 459 - primeira parte). Se na motivação não houver uma conseqüência lógica do que se apreciou na fundamentação, uma conclusão congruente caberá embargos de declaração.
2. CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS
I. Sentenças Terminativas
Terminativa são as sentenças que “extinguem o processo, sem lhe resolverem o mérito”. São as que correspondem aos casos de extinção previstos no artigo 267 do CPC. Importam reconhecimento de inadmissibilidade da tutela jurisdicional nas circunstâncias em que foi invocada pela parte. O direito de ação permanece latente, mesmo depois de proferida a sentença, o que implica dizer que as sentenças terminativas não fazem coisa julgada sobre a lide e, por isso, não impedem a parte de renovar a propositura da ação. Por faltar pressuposto processual (nulidade do processo) ou condição da ação (carência de ação), o juiz se vê compelido a extinguir o processo, sem decidir a lide, por ser impossível, nas circunstâncias, apreciar o pedido.
II. Sentenças Definitivas
Definitivas são as sentenças que decidem o mérito da causa, no todo ou em parte. Apresentam à parte a prestação jurisdicional postulada e, de tal sorte, respondem ao direito de ação em sua plenitude. O mérito da causa é a própria lide, ou seja, o fundo da questão substancial controvertida (Humberto Theodoro Júnior). Também é conceituado como a pretensão de direito material posta em juízo, ou seja, a relação de direito substancial submetida à cognição jurisdicional (Manoel Antônio Teixeira Filho). Sentenças de mérito (definitivas) são aquelas proferidas nas hipóteses do art. 269 do CPC.
As sentenças que apreciam o mérito podem ser classificadas em declaratórias, constitutivas/desconstitutivas, condenatórias, mandamentais e executivas.
III. Sentença Declaratória
É a que tende a simples declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica Será positiva ou negativa, conforme reconheça a existência ou inexistência da relação jurídica. Em geral, os efeitos das sentenças declaratórias são retroativas (ex tunc), voltam no tempo para apanhar a situação de fato ou a relação jurídica no nascedouro, salvo se obstado pela prescrição extintiva.
IV. Sentença Constitutiva
Sentença constitutiva é a que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Em outras palavras é a que altera o status jurídico existente. Uma das diferenças mais expressivas entre a sentença declaratória e a constitutiva está em que esta possui, com relação àquela, um plus consistente no estabelecimento de uma nova relação jurídica, ou na alteração ou extinção da existente. Encontra-se na sentença constitutiva, além da declaração de certeza, no que concerne a preexistência do direito, também, as condições exigidas para a constituição da relação jurídica, sua modificação ou extinção. A sentença constitutiva não cria direito, mas apenas declara a sua preexistência, do qual emanam os efeitos previstos no ordenamento jurídico. As sentenças constitutivas, como regra, tem efeito ex-nunc, isto é, para o futuro, seus efeitos produzem-se a partir da sentença transitada em julgado.
V. Sentença Condenatória
Sentença condenatória é aquela que, declarando a certeza da relação jurídica e conseqüente imperativo da lei reguladora da espécie, contém, ainda a aplicação da sanção à espécie decidida. Além de declarar a certeza da relação jurídica e assim estabelecer a obrigação do devedor, a sentença condenatória especifica a sanção para o caso deste deixar de cumprir a obrigação.
A sentença condenatória cumpre duas finalidades: 
a) declarar a existência do direito material invocado (cogitando-se apenas deste); 
b) impor ao vencido a obrigação de satisfazer aquele direito. Essa obrigação pode consistir em uma prestação de dar, fazer ou não fazer ou de pagar quantia certa. A sentença condenatória é a única, dentre as demais, que atribui ao autor um novo direito de ação: a execução forçada, que traduz o direito à prestação jurisdicionalexecutiva, em fase de cumprimento de sentença.
VI. Sentenças Mandamental e Executiva
Parte considerável da doutrina resiste à idéia de admitir as sentenças mandamental e executiva como espécies distintas e autônomas, ao lado das declaratórias, constitutivas e condenatórias. Argumentam que estas não se fundam na natureza peculiar da prestação jurisdicional invocada, mas no destinatário da sentenças. 
Feitas estas considerações, é hora de definir tais sentenças. São decisões proferidas em condenações a fazer, não fazer ou entregar coisa certa, nas quais o magistrado fixa toda e qualquer medida que seja suficiente a forçar o réu condenado a cumprir a obrigação determinada e a dar efetividade à tutela jurisdicional.
A sentença passa a existir e a produzir seus efeitos a partir de sua publicação, que é a condição de sua integração ao processo. Em relação às partes, seus efeitos se produzem a partir da sua intimação, que é o ato pelo qual se lhes dá conhecimento dela. Com a publicação, dá-se a existência jurídica da sentença, integrando-se no processo e apresentando o juiz a prestação jurisdicional, encerrando seu oficio. Com a publicação, a sentença toma-se irretratável, salvo por meio de recurso. O juiz ou órgão jurisdicional, que a proferiu, não mais poderá revogá-la ou modificá-la na sua substância.
Produzem eficácia EX NUNC – cujos efeitos nunca retroagem e EX TUNC – cujos efeitos alcançam fatos e atos anteriores à sua prolatação. 
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