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Universidade Federal de Ouro Preto
Departamento de Direito
Disciplina: Teoria Geral do Processo – Prof. Thais Pimenta Moreira
Resumo e Atividades de Fixação
UNIDADE 06 - TGP - TEORIA GERAL DOS RECURSOS
1- FUNDAMENTO, CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA 
Os recursos vão buscar seus fundamentos na necessidade psicológica, ínsita ao homem, de não se conformar perante uma única decisão. E ele incapaz, em regra, de se submeter à imposição de outrem, quando esta lhe pode trazer, de uma ou outra forma, algum gravame ou prejuízo. Além disso, a precariedade dos conhecimentos dos seres humanos pode causar um erro de julgamento e o confiar-se o poder de decidir a apenas uma pessoa possibilita o arbítrio. Por isso, os recursos foram sempre admitidos na história do Direito, em todas as épocas e em todos os povos, O sentido de sua existência é possibilitar o reexame das decisões proferidas no processo. A palavra recurso, aliás, deriva do latim - recursus, us - que significa retrocesso, do verbo recurro, ere - de voltar, retornar, retroceder. Seus fundamentos são, portanto, a necessidade psicológica do vencido, a falibilidade humana do julgador e as razões históricas do próprio Direito. A existência dos recursos tem sua base jurídica no próprio texto constitucional, quando este organiza o Poder Judiciário em duplo grau com a atribuição primordialmente recursal dos Tribunais. O princípio do duplo grau de jurisdição dá maior certeza à aplicação do Direito, com a proteção ou restauração do direito porventura violado e é por isso que se encontra assente nas legislações. Um segundo exame da relação jurídica Posta em litígio é necessário para uma justa composição do conflito de interesses. O que se busca, em verdade, outra coisa não é senão a efetiva garantia da proteção jurisdicional.' Se não houver recursos, a incerteza cessará com a decisão única, mas haverá o risco de consagrar-se uma injustiça. aí a orientação maleável seguida pelo Direito: ensejar um ou mais recursos, mas considerar que, esgotados os concedidos por lei, a Causa está julgada, pelo menos naquele processo. E. Magalhães Noronha define o recurso como "a providência legal imposta ao juiz Ou concedida à parte interessada, objetivando nova apreciação da decisão ou situação Processual, com o fim de corrigi- Ia, modificá- la ou confirmá- la". Mais sucintamente, Fernando da Costa Tourinho Filho ensina que recurso "nada mais é do que o reexame de uma decisão". Seu fim, em regra, é sanar os defeitos substanciais da decisão, ou seja, suas injustiças decorrentes da má apreciação da prova, bem como da errônea interpretação das pretensões da parte ou dos fatos e das circunstâncias.
2 – ERROR IN PROCEDENDO X ERROR IN JUDICANDO
Error in procedendo (erro no proceder) – é um vício de forma, extrínseco, de uma decisão judicial. Está sempre ligado a questões processuais, como quando o juiz se omite ou emite declaração obscura , v.g., fundamentação insuficiente. Sua constatação conduz a invalidação da decisão judicial.
Error in judiciando (erro no julgar) – é um vício de conteúdo da decisão, que pode ser processual ou material, ou seja, erro de julgamento de uma decisão judicial recorrida, e.g., má aplicação do direito material. Se verificado error in judicando, dever-se-á pleitear a reforma da decisão judicial.
3 - ESPÉCIES DE RECURSOS:
Podemos classificar os recursos da seguinte forma:
Quanto à extensão – toma por critério a extensão de conteúdo do recurso, pode ser:
Total – é aquele no qual o recorrente vem se irresignar contra todo o conteúdo impugnável da decisão judicial (todo o dispositivo da decisão). O recurso insurge-se contra todo o comando sentencial, buscando a anulação do mesmo.
Parcial – é aquele em que o recorrente se irresigna contra parte do conteúdo impugnável da decisão judicial.
4 - JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E DO JUÍZO DE MÉRITO
Juízo de admissibilidade – São condições de admissibilidade que necessitam estar presentes para que o juízo ad quem possa proferir o julgamento do mérito do recurso. É um juízo de valor feito pelo órgão jurisdicional a cerca dos pressupostos genéricos e específicos de admissibilidade dos recursos, sem os quais, não é dado ao órgão jurisdicional julgar o mérito recursal, assim, o juízo de admissibilidade é um juízo prévio em relação a análise do mérito jurisdicional. A análise do juízo de admissibilidade do recurso antecede lógica e cronologicamente a análise do mérito, portanto, sendo este negativo não se passará a análise do juízo de mérito.
Juízo de Mérito – É um juízo de valor feito pelo órgão jurisdicional a cerca do próprio mérito recursal. É no juízo de mérito que o órgão jurisdicional analisará as questões objeto do recurso posto em discussão.
5. REQUISITOS RECURSAIS:
Intrínsecos (recorrente)
Legitimidade: Quem recorre tem que ser legítimo para recorrer; tem que ter sido parte no processo ou terceiro interessado ou MP; assim, são legítimos para recorrer, o autor, réu, terceiros interessados, e o MP (tanto nos processos em que atua como parte, como nos que atua como fiscal da lei).
Interesse: sucumbente (vencido, prejudicado).é caracterizado em razão do prejuízo, da sucumbência, ou seja, a parte que não suportar qualquer gravame não poderá recorrer.
Extrínsecos (recurso)
Adequação (cabimento - legalidade X singularidade) só poderão ser manejadas espécies recursais expressamente previstas em lei, e nas hipóteses de cabimento específicas a guerrear a decisão que se pretende reformar;
Tempestividade- observância do prazo para a interposição do recurso
Preparo (pagamento para processamento e remessa dos autos) Consiste no pagamento prévio que deve ser recolhido pelo recorrente relativo ao processamento do recurso. A ausência do preparo gera DESERÇÃO
Regularidade Formal- Requer a observância de exigências específicas de cada recurso
6 – Efeitos dos recursos
Efeito devolutivo é manifestação do princípio dispositivo. Como o juiz, em regra, não pode agir de ofício, devendo aguardar a provocação da parte ou interessado, deve, igualmente, julgar apenas nos limites do pedido (princípio da congruência ou da adstrição), que são fixados na petição inicial pelo autor, não podendo o juiz julgar extra, ultra ou citra petita (a mais, além ou aquém). Se o fizer estará cometendo excesso de poder. Passando esses fundamentos para a esfera recursal, verifica-se que o juízo interposto devolve ao órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada. O juízo destinatário do recurso somente poderá julgar o que o recorrente tiver requerido nas suas razoes de recurso, encerradas com o pedido de nova decisão. É esse pedido de nova decisão que fixa os limites e o âmbito de devolutividade de todo e qualquer recurso
Efeito suspensivo é qualidade do recurso que adia a produção dos efeitos da decisão impugnada do julgado até o julgamento do recurso. Não é aplicável a todos os recursos.Suspende temporariamente a força executiva da decisão. 
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