Aula 03 - Psicologia Social - história e áreas de aplicação

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Psicologia Social: história e áreas de aplicação
Alguns autores 
Psicologia Social Profa. Mariana Matos
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Floyd H. Allport (1890-1978)
Considerado o fundador da Psicologia Social experimental.
Pioneiro na ideia de uma Psicologia Social baseada em pesquisa sistemática e controlada.
1924: Primeiro manual de Psicologia Social, contendo experimentos relativos a fenômenos psicossociais.
Especulou sobre as bases cerebrais da cognição social
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Gordon Allport (1897-1967)
Irmão de Floyd Allport.
Conduziu estudos pioneiros sobre atitudes, preconceitos, religião e disseminação de rumores.
Se destacou na área de Psicologia da Personalidade. Suas teorias focam mais no adulto em si mesmo do que nas experiências emocionais infantis.
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Fritz Heider (1896-1988)
Psicólogo gestaltista australiano
Foi fundador da área da cognição social.
1958: Psicologia das Relações Interpessoais
A percepção social segue regras semelhantes às da percepção de objetos. 
A percepção social pode ter erros análogos à ilusão de óptica.
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Solomon asch (1907-1996)
Conhecido pelos experimentos de laboratório sobre conformidade.
Em certas circunstâncias, grande parte das pessoas tende a concordar com a maioria, mesmo percebendo que esta emite uma opinião incorreta.
Inspirou o experimento de Milgram sobre obediência à autoridade.
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Stanley milgram (1933-1984)
1963: Estudo clássico sobre obediência.
Pede-se que o sujeito dê (falsos) choques em um desconhecido quando este errar a resposta de perguntas que lhe são feitas. A voltagem aumenta progressivamente.
A maioria das pessoas obedece à ordem do pesquisador e continua dando os choques, mesmo quando a outra pessoa protesta.
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Muzafer Sherif (1906-1988)
Psicólogo Social turco.
Experimento “A caverna dos ladrões”. 
Meninos de 11 e 12 anos foram divididos em 2 grupos e foi observada como a hostilidade e agressão emergem a partir da competição diante de recursos limitados.
Os grupos eram modificados e as identidades e lealdades se alteravam. 
A coesão e identificação do grupo pode ser situacional.
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LEON FESTINGER (1919-1989)
Criou a teoria da dissonância cognitiva.
As pessoas buscam evitar discrepâncias entre suas atitudes e suas ações, pois as contradições geram sentimentos como culpa, desconforto e confusão. 
Para diminuir a dissonância e atingir a consistência cognitiva, as pessoas mudam suas atitudes ou comportamentos para entrar em conformidade, mesmo sem refletir seus sentimentos.
Ex: US$1 ou US$20 para elogiar uma tarefa chata.
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Kenneth Clark (1914-2005)
Mamie Clark (1917-1983)
Fizeram um estudo que mostrou que crianças negras preferiam brincar com bonecas brancas.
Os resultados foram citados pela Suprema Corte americana, como uma evidência de que a segregação gera “sentimentos de inferioridade que podem afetar os corações e mentes das crianças”.
Kenneth Clark foi o primeiro presidente negro da American Psychological Association.
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Video – bonecas negras
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Philip zimbardo (1933 - )
1972: Experimento da prisão de Stanford
Estudantes universitários eram divididos em 2 grupos, os “prisioneiros” e os “guardas”, e era pedido que agissem como tais.
Conforme os dias passavam, os “guardas” passaram a agir severa e cruelmente, enquanto os “prisioneiros” mostravam sinais de desamparo ou agiam com rebeldia.
Pessoas “normais” podem agir de maneira cruel dependendo da posição social que ocupem.
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Elliot Aronson (1932 - )
Indicado como um dos 100 psicólogos mais eminentes do século XX.
Inventou a “Sala de aula quebra-cabeça” (Gigsaw Classroom), um método de reduzir a hostilidade e preconceito étnico.
Escreveu livros fundamentais de Psicologia Social, tal como “O animal social”, em que enfatiza a importância de fatores situacionais em comportamentos bizarros.
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Áreas de aplicação
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Os conhecimentos em Psicologia social servem para o entendimento e solução de problemas concretos.
Apesar disso, é importante que cada caso seja pensado individualmente.
A aplicação da Psicologia Social deverá, portanto, levar em conta as características da situação e do contexto.
O conhecimento de Psicologia Social não é uma receita que se aplique a tudo!
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Psicologia Social na escola
No ambiente escolar, há múltiplos tipos de interação social (professores, alunos, diretores, psicólogos etc).
Percepções  filtradas por interesses, preconceitos, atitudes, esquemas sociais.
Professores devem ter consciência disso ao avaliar seus alunos.
Ideias pré-concebidas podem levá-los a classificar os alunos como bons, preguiçosos, estudiosos, inteligentes, fracos etc. 
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Estereótipos relacionados à cor, aparência física, gênero, classe social  professores têm expectativas diferentes.
Essas expectativas acabam se cumprindo e os alunos acabam sendo aquilo que os professores lhes atribuem.
Para evitar que isso aconteça, os professores devem conhecer o fenômeno da percepção social.
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Atribuição de causalidade no ambiente escolar:
mau desempenho  sensação de incapacidade  baixa autoestima  piora do desempenho  abandono da escola
Importância de evitar excesso de feedbacks negativos. 
Professor deve estimular alunos a enfrentar ameaças à sua autoestima.
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Efeitos benéficos de uma atmosfera cooperativa em sala de aula.
Ambientes cooperativos = melhor desempenho, maior autoestima, menor preconceito, aumento da atração interpessoal. 
Escola: propiciar ambiente cooperativo.
Influência social: poder de informação gera rendimento melhor do que poder de coerção.
Professores: exercer influência pelo poder de informação.
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Psicologia Social na clínica
Relação terapeuta  paciente: interpessoal singular.
Mesmo assim, é uma relação interpessoal, e por isso os achados da Psicologia Social se aplicam a ela.
Somente o psicólogo clínico poderá determinar quando um conhecimento de Psicologia Social pode ser aplicado em seus casos.
Dissonância cognitiva: incentivos apenas suficientes são mais eficazes que excessivas recompensas.
Terapeuta deve incentivar mudanças, mas o paciente precisa se sentir responsável por elas.
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Sensação de pouca responsabilidade: mudanças pouco duradouras.
Dissonância quanto à decisão de fazer terapia: paciente advertido das dificuldades da terapia = engajamento mais forte ao tratamento, e esforços pra compensar os aspectos negativos.
Quanto mais difícil a decisão de ingressar no tratamento, maiores serão as possibilidades de o paciente valorizá-lo.
Iniciação severa para entrada em um grupo = maior valorização deste grupo.
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Atribuição de causalidade: experimento com sujeitos insones e pílulas placebo (“excitantes” x “calmantes”).
Sujeitos que tomaram a pílula “excitante”  dormiram mais rápido – ansiedade atribuída à pílula.
Sujeitos que tomaram a pílula “calmante”  atribuíam a insônia à sua ansiedade, o que os deixava mais tensos.
Experimento mostrou que a modificação do locus causal pode fazer desaparecer sintomas indesejáveis.
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Psicologia social na saúde
Por muito tempo, médicos eram os únicos profissionais que se ocupavam da saúde física.
Apenas recentemente passou-se a considerar o ser humano como um todo, com corpo e mente se influenciando reciprocamente.
A partir disso, surgiu a área de Psicologia da Saúde. 
Algumas das contribuições da Psicologia da Saúde derivam de descobertas feitas por psicólogos sociais.
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Atribuição de causalidade:
Traumas emocionais, depressão e pessimismo podem diminuir a atividade do sistema imunológico, aumentando as chances de surgirem doenças.
Percepção de falta de controle sobre a doença piora o estado do paciente. 
Ex: Psicoterapia aumenta sobrevida de pacientes com câncer).
Tuberculosos internados interessados em saber detalhes sobre o tratamento e a doença se recuperavam em menos tempo que os paciente externos.
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Percepção de controlar em algum grau o que está à nossa volta = melhoria nos estados relacionados a doenças crônicas, aumenta a imunidade e a sobrevida.
Apoio social: demonstração de empatia, consideração e preocupação em relação a alguém.
Envolve apoio emocional, conselhos, assistência, sentimento de pertencer a um grupo.
Apoio social é um recurso na luta contra situações estressantes.
Ex.: Mulheres com câncer de mama em estágio avançado vivem mais tempo em se sentem mais bem humoradas quando recebem apoio social.
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Mudança de hábitos prejudiciais à saúde:
Há hábitos sabidamente prejudiciais à saúde - como fazer as pessoas mudarem esses hábitos?
Técnicas de Psicologia Social: mudança de atitude e influência social.
Pesquisa com estudantes universitários e HIV: criação de dissonância cognitiva para que eles se dessem conta de sua hipocrisia e mudassem o comportamento.
Hábito de fumar e normas sociais: campanha anti-fumo (diminuição do fumo em geral, pessoas famosas que não fumam, pessoas próximas que não fumam).
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Meu sangue é rubro-negro:
http://www.youtube.com/watch?v=BHnkFzedCxQ
Jornal A Tarde – Camisinha:
http://www.youtube.com/watch?v=TCXXmQE8ek8
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Outras áreas de aplicação
Meio ambiente: grandes cidades têm estímulos estressantes, como violência, barulho, trânsito etc. 
“O barulho das cidades danifica tanto a psique quanto os tímpanos” (Cohen, 1981).
Fatores subjetivos – controle sobre a fonte sonora, interpretação que fazemos dos barulhos - podem fazê-los incomodarem mais ou menos.
Ex: caminhões são mais barulhentos que motos, mas as últimas costumam incomodar mais.
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Superdensidade populacional: alta concentração de pessoas, percebida como opressora e desagradável.
Variáveis como capacidade de controle sobre a situação, as tradições culturais e a capacidade de adaptação do Homem fazem com que a sensação de aglomeração varie bastante entre as pessoas.
Bombardeio de estimulações típico de grandes cidades levaria a uma exaustão de fundo emocional. 
A superestimulação pode levar ao distanciamento emocional e ao cultivo da insensibilidade como forma de defesa (Simmel).
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Escada piano:
http://www.youtube.com/watch?v=_Cba2YwmduQ
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