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CADERNO DE ARBITRAGEM

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CADERNO DE ARBITRAGEM – 9º SEMESTRE 
Prof. Scavone
Planejamento do semestre:
2 provas (1ª prova em forma de testes, sem consulta. 2ª prova, com 30% de teste e 70% escrita). A substitutiva será só com questões dissertativas.
Questionário (questões, no Moodle, em grupo de no mínimo 5 pessoas, é facultativo, manuscrito em folha de fichário, cada pessoa entrega o seu, vale um ponto na média, não precisa copiar as perguntas, na folha de rosto deve constar o nome das pessoas do grupo). É pra entregar no dia da segunda prova. Marcada pela secretaria. Pode ser que na segunda prova caia uma pergunta do questionário.
Data das provas:
1ª Avaliação: 20 de outubro - matéria é a que foi dada até a aula anterior.
2ª Avaliação: 17 de novembro ( data da entrega do questionário)..
Bibliografia:
- Lei de arbitragem, atualizada pela lei do início do ano
- Novo CPC
- Lei da mediação e conciliação
- SCAVONE, L. "Manual de arbitragem, conciliação e mediação”. 6ª edição.
Programa:
Vamos estudar os seguintes capítulos do livro do prof.: 1, 2, 3, 4, 5 e 8.
Primeira prova só até o ponto 3 do capítulo 3.
AULA 01:
Tópico 1: Arbitragem e Direito
1. Direito objetivo e subjetivo: a função da arbitragem no sistema
2. Norma X Texto de direito positivo (lei)
3. Deontologia e Direito
4. Objetivo do Direito
5. Direito e Justiça
A arbitragem surgiu no âmbito do Código Civil de 1916, dentro do Título “Direito das Obrigações”, sob o termo de "Compromisso". Este compromisso tinha natureza obrigacional ( contratual). O conflito era solucionado por um árbitro. O árbitro prolatada um laudo arbitral, que não obrigava as partes. Caso a parte não cumprisse espontaneamente, o laudo deveria ser homologada pelo judiciário, sob a forma de sentença. Desta sentença cabia recurso, etc.
A arbitragem não era um meio de solução de conflitos fácil, pois dependia do cumprimento espontâneo das partes.
A lei 9.307/1996 previu, para resolver este problema ( artigo 18):
- o árbitro é juiz de fato e de direito, logo prolata sentença, que não está sujeita a recurso tampouco à homologação do judiciário ( revogou o CPC e o CC/16). A sentença arbitral passou a fazer parte do rol dos títulos executivos judiciais. Portanto, a sentença arbitral faz coisa julgada material.
A arbitragem só serve para direito patrimoniais disponíveis ( não abarca direito penal, tributário, família, etc).
As pessoas capazes de contratar podem levar os conflitos decorrentes de direito disponível patrimonial para a arbitragem, desde que pactuem isso antes.
Ninguém é obrigado a resolver conflitos pela arbitragem, todos devem convencionar esta solução em algum documento (contrato, etc).
Se a parte, tendo uma sentença arbitral, procurar o judiciário, o juiz extingue o processo sem resolução do mérito.
Há duas jurisdições: estatal (Poder Judiciário) e privada (Arbitragem).
Em contratos empresariais, a arbitragem é sigilosa (processo não é público).
1. Direito objetivo e subjetivo:
O direito objetivo é a norma agendi, é o que a lei permite/ proíbe/ determina. É a norma da ação humana, na vida social, que emana de uma autoridade soberana e competente, sendo imposta à observância de todos.Norma é igual ao Direito positivo? Não, a lei é o suporte físico da norma. A norma é mais do que o texto escrito de lei. A norma é extraída da lei positivada. Como extrair? A partir dos meios de interpretação da norma. 
São meios de interpretação: gramatical (ler o texto da lei de forma literal), histórico (contexto histórico que levou à aprovação da lei), Lógico-sistemático (observar o sistema jurídico como um todo, levando em consideração a hierarquia das normas, para interpretar a lei), teleológico (ver a finalidade da norma e as exigências do bem comum - artigo 5º da LICC).
Direito objetivo X subjetivo:
O direito subjetivo está amarrado à vontade do legislador (mens legis), não permitindo que a norma evolua, haja vista que privilegia a segurança jurídica.
A corrente objetiva privilegia dois tipos de interpretação: sistemática-lógica e teleológica. É a corrente que o professor adota. Exemplo: em 1940, o CP definiu como crime cometer ato obsceno em público. Ato obsceno, naquela época, era outra coisa (diferente do que entendemos como ato obsceno); porém, a norma segue com o mesmo texto positivado. Não se pode engessar a interpretação da norma, pois o contexto social muda e, com isto, a intenção original do legislador já não se aplica mais à realidade atual.
A corrente objetiva entende este processo de mudança, em prol da função social da norma. Exemplo 2: decisão do STF que entendeu que união estável, apesar da norma prever que só ocorre entre homem e mulher, privilegiou a interpretação lógica-sistemática.
2. Deontologia
A Deontologia é o estudo dos deveres. Estudamos, no direito, o que deve ser, e não o que é. A sociologia estuda o que a realidade é.
Há três modais deônticos:
- proibir
- permitir
- determinar
Estes três modais moldam a conduta social. A linguagem da lei é prescritiva de condutas.
3. Objetivo do direito:
É a paz social, atingida através da aplicação da norma e da solução de conflitos.
Aplicar a norma, por heterocomposição, pode ser feita de duas formas: Judiciário e Arbitragem.
4. Direito e Justiça:
Para a ciência do direito, se faz justiça com a aplicação da norma e a solução do conflito. A justiça, para o Direito, é diferente do conceito sociológico.
AULA 02:
Revisão da Aula passada
O estudo do direito é deontológico (dever ser), já que a norma jurídica possui linguagem prescritiva de condutas na vida social.
A norma jurídica é a norma da ação humana, que estuda o que o mundo deve ser.
Existem meios de interpretação para que do texto se extraia a verdadeira norma jurídica (gramatical, histórico, teleológico, etc...).
O objetivo do direito é a paz social, que só é atingida através da jurisdição, na medida em que se consegue colocar fim ao conflito.
A pacificação social ocorre através do Judiciário somente? Não, não corresponde à realidade atual do Direito.
Para a ciência do direito, a justiça significa colocar fim a um conflito através da aplicação da norma (silogismo aristotélico-tomístico), atingindo a paz social.
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Escorço Histórico sobre a Arbitragem
A heterocomposição é a aplicação do direito por terceiros (ocorre tanto no Poder Judiciário quanto na Arbitragem).
A arbitragem se presta, no sistema jurídico, à mesma função que a jurisdição estatal, mas ocorre no âmbito privado (diferentemente do Poder Judiciário, que se desenvolve no âmbito público).
Qual é a aplicação da arbitragem?
- nos contratos individuais de trabalho?
- numa convenção de condomínio?
- na falência de uma empresa?
- nos contratos de PPP?
A arbitragem só existe se for convencionada, pois é meio alternativo  de solução de conflitos.
História da arbitragem:
A arbitragem não é instituto novo. A arbitragem existe em qualquer lugar do mundo, em todos os países. A arbitragem, como meio de solução de conflitos alternativo ao Judiciário, é necessidade do mundo moderno (o Judiciário não é capaz de absorver todos os conflitos que surgem na sociedade).
A arbitragem existe na antiguidade, já na Bíblia havia o embrião da arbitragem (a história de Jacó e Labão - Labão acusava Jacó de ter furtado e Jack ficou indignado, pedindo que parentes decidam o conflito). A arbitragem nada mais é do que a resolução de um conflito por pessoa que nada tem a ver com o Estado ( pessoa imparcial).
No código civil de 1916, havia, no direto das obrigações, o termo de compromisso. O compromisso era um pacto de arbitragem entre civis, que se comprometiam, assinando um contrato, a acatar a decisão do árbitro. O árbitro proferia um laudo arbitral, decidindo o conflito. As partes tinham que cumprir espontaneamente o quanto decidido no laudo, caso contrário, não tinha como acessar diretamente o Judiciário (o laudo não podiaser executado no Judiciário).  Se a parte se recusar a cumprir o laudo arbitral, deveria ser homologado no Judiciário, para ser executado o Poder Judiciário. Para que o juiz homologasse o laudo, necessitava antes observar o direito ao contraditório (as partes tinham que falar, poderiam recorrer, etc).Logo, não era prático fazer o compromisso arbitral.
O primeiro centro de arbitragem foi fundado em 1975 (Câmara Brasil Canada de arbitragem). Poucos se submetiam a este procedimento naquela época, razão pela qual a arbitragem não se desenvolveu no Brasil.
A fonte do direito positivo é o fato socialmente relevante. O fato socialmente relevante que levou à positivação da lei de arbitragem é a morosidade do Judiciário e a falta de efetividade de suas decisões.
A arbitragem é a alternativa ao caos do judiciário. A lei de arbitragem estabelece no procedimento o prazo de 6 meses para a prolação de uma sentença arbitral, salvo disposição em contrário das partes. Caso o árbitro não cumpra está obrigação legal, está sujeito a responder por perdas e danos.  Portanto, a arbitragem, em regra, cumpre este prazo de 6 meses.
A necessidade de solução de conflito pela aplicação da norma gerou a criação da lei de arbitragem. Normalmente, as leis surgem sempre de necessidades sociais recentes ou de abusos recentes (exemplo: lei da ficha limpa, etc).
Lei de Arbitragem:
O artigo 18 da Lei de Arbitragem diz que o árbitro é juiz de fato e de direito, propagando sentença não sujeita a recurso tampouco à homologação pelo Judiciário.
A decisão arbitral forma coisa julgada material e pode ser equiparada a uma sentença judicial (artigo 31), pois é um título executivo judicial.
A arbitragem "pula" o procedimento de conhecimento do processo, pois caso a decisão arbitral não seja cumprida, pode ser executada diretamente no judiciário.
O árbitro decide tudo ( cautelares, antecipação de tutela, incidentes, etc), só não pode executar a sua própria sentença.
Se a pessoa que convenciona a arbitragem, desrespeitando a cláusula e ir ao judiciário, o juiz deve extinguir o processo sem a resolução do mérito, desde que a parte contrária alegue o pacto arbitral ( não pode ser declarada de ofício).
Como fica o princípio do duplo grau de jurisdição? É somente garantia do processo judicial, e não arbitral ( ois somente trata de direitos individuais patrimoniais disponíveis). Não incide este princípio no processo arbitral, pois a própria parte convencionou resolver seu conflito via arbitragem.
A relação de coordenação entre Judiciário e Arbitragem - um decide (Árbitro) e o outro executa ( Judiciário). Se houver necessidade de coerção no curso do procedimento arbitral, há a relação de coordenação entre Judicairio e arbitragem.
2. Conceito de arbitragem
Arbitragem é meio privado, jurisdicional e alternativo de solução de conflitos. Somente conflitos decorrentes de direito patrimonial disponível. A sentença é prolatada por um árbitro, que é, por lei,equiparado a juiz.
A sentença não está sujeita a recurso.
A escolha do árbitro é feita pelas partes, sendo o árbitro uma pessoa de confiança e especialista na área do conflito.
O árbitro pode ser qualquer pessoa, desde que seja capaz e goze da confiança das partes ( artigo 13). Não precisa ter formação jurídica. A lei quis desburocratizar o processo de arbitragem.
AULA 03:
FALTEI (PALESTRA). PEGAR AUDIO COM FELIPE.
AULA 04:
PERGUNTAS:
Capacidade de contratar --> artigo 1º da lei de arbitragem (a capacidade de contratar se liga às pessoas naturais quanto à sua capacidade de fato, ou seja, a capacidade de a pessoa exercer pessoalmente os seus direitos. O professor discorda disto, pois acredita ainda que a pessoa seja relativamente incapaz ou absolutamente incapaz, a pessoa tem capacidade de contratar dentro dos limites do CC/02, desde que devidamente representado ou assistido. A lei de arbitragem exige a capacidade de contratar porque é meio convencionado, logo a pessoa tem que ter capacidade para pactuar a arbitragem). 
Quais são os meios de autocomposição e heterocomposição? 
Arbitragem é meio de heterocomposição se presta a dirimir conflitos decorrentes de direitos patrimoniais disponíveis.
Só as pessoas capazes de contratar podem fazer arbitragem.
A paz social é objetivo do direito. Ao aplicar a norma e solucionar o conflito arbitral, se atinge a paz social. Para a imposição da norma, há dois meios: arbitragem e a jurisdição estatal (ambos são meios de heterocomposição).
1. As normas aplicáveis à arbitragem:
a) Normas de direito material aplicáveis ao procedimento arbitral:
Normas aplicadas na solução de conflito arbitral? Qual o direito que o árbitro aplicará para solucionar a controvérsia?
A lei aplicável é a lei de arbitragem (9.307/96) quanto ao procedimento (direito processual)
Mas e quanto ao direito material? Qual a norma que o árbitro utiliza para solucionar o conflito?
Depende do caso apresentado. Exemplo: se é um conflito envolvendo compra e venda, o árbitro buscará normas do direito civil que disciplinam os contratos civis.
O juiz de direito, para resolver o conflito, usa o silogismo aristotélico-tomístico para aplicar a norma ao fato (o silogismo é regra de raciocínio que envolve: a premissa maior – que é a lei/regra geral- e a premissa menor – que é o fato concreto). A solução do conflito ocorre com a aplicação da norma no caso concreto,
O árbitro, a princípio, faz a mesma coisa. O árbitro, diante do caso concreto, tem que aplicar uma norma existente no ordenamento jurídico (subsunção).
b) Arbitragem de direito x princípios x equidade:
A arbitragem, de acordo com o artigo 2º da lei de arbitragem, pode ser de direito, de equidade ou de princípios gerais de direito/costumes.
(i) Arbitragem de direito: 
Pode aplicar a lei nacional (artigo 9º, LINDB) ou a norma escolhida pelas partes. A LINDB estabelece que para reger as obrigações, aplica-se a lei do país em que se constituírem. Logo, as obrigações constituídas no Brasil serão regidas pelas leis brasileiras --> REGRA.
Se as partes se silenciarem, a arbitragem será de direito e o árbitro aplica normas existentes na legislação nacional.
Diferentemente do poder judiciário (as partes não podem convencionar a lei que será aplicada), as partes podem escolher as normas, desde que não contrariem normas de ordem pública nacional e os bons costumes.
Logo, se as partes quiserem convencionar que o árbitro julgará de acordo com o direito francês, assim ocorrerá a arbitragem.
A regra geral é a arbitragem de direito.
(ii) Arbitragem de equidade: 
Autorizar o árbitro de acordo com aquilo que lhe parecer (ao árbitro) conveniente/ justo.
(iii) Arbitragem de acordo com os princípios gerais de direito/ costumes.
OBSERVAÇÕES:
 Se nada for convencionado, o iter processual é a aplicação da lei nacional. Todo o resto (arbitragem por equidade, arbitragem por costumes, etc), depende de convenção das partes. Entretanto, nenhuma escolha pode afrontar normas de ordem pública nacionais e bons costumes!!!
 Podem as partes escolher que o árbitro se fundamente em lei estrangeira/internacional? Sim, se assim convencionarem expressamente e não houver afronta às normas de ordem pública brasileiras.
 Escolha da lei aplicável ao procedimento arbitral. Por que as partes podem escolher?
Fundamento no artigo 2º da lei de arbitragem.
O que é arbitragem por equidade?
Equidade = meio de preenchimento de lacunas.
Se o juiz está diante de lacuna legislativa, o juiz pode decidir por equidade. O juiz, diante da lacuna, deve decidir, com base nesta ordem: com base na analogia; não resolvendo o uso da analogia, julgará com base nos princípios gerais de direito; se isto mesmo assim não resolver, o fará com base na equidade.
Equidade, aqui, significa que o juiz pode julgar de acordo com a cabeça dele (o juiz cria a norma mentalmente para o caso concreto e já aplica está norma). Isto, contudo, é muito difícil de ocorrer. Normalmente, os conflitos são resolvidoscom as leis e, no máximo, com a analogia. Nunca se chega à equidade.
Para escolher arbitragem por equidade, deve-se respeitar as normas de ordem pública e os costumes:
- costumes: conceito legal indeterminado
- normas de ordem pública: aquelas cuja aplicação interessa à sociedade. O direito que interessa à sociedade, os pactos não podem afastar. Com efeito, as partes podem pactuar pelo uso da norma francesa, desde que está norma não afronte as normas de ordem pública nacionais.
Como saber se a norma é de ordem pública?
Às vezes, a própria norma expressa que é de ordem pública. Exemplo: artigo 1º, do CDC.
Em algumas hipóteses, a norma é dispositiva ( artigo 327, CC/02) --> regula o local do pagamento: o pagamento é feito no domicílio do devedor, salvo disposição legal em contrário. Ou seja, a norma que regula local de pagamento no Brasil é norma dispositiva, e não cogente (se as partes silenciarem, a norma prevalece).
OBSERVAÇÕES:
Não confundir:
Não é porque a norma é de ordem pública que o direito será indisponível é, portanto, há óbice a arbitragem. Uma coisa não tem relação com a outra.
Exemplo: norma de ordem pública que não trata de direito indisponível --> locação de imóvel urbano.
Lei do inquilinato (lei 8245/91): são nulas de pleno direito as cláusulas de contrato de locação cujo objetivo seja afastar os preceitos da lei.
Em outras palavras, a lei do inquilinato é cogente, logo, é de ordem pública.
Esse direito é indisponível?  Não! O direito que decorre de contrato de locação é disponível.
A norma é cogente, mas o direito que dela decorre é disponível.
Exemplo1:
Conflito decorrente de contrato de locação ( exemplo: consignação de alugueis) pode colocar no contrato cláusula arbitral? Sim.
Pode colocar na cláusula arbitral que a arbitragem será por equidade, desconsiderando a lei do inquilinato? Não.
Exemplo2:
Contrato de agência de veículos (concessionária X fabricante), regulado por lei especial (Lei Ferrari).
O fabricante ( fábrica francesa instalada no Brasil) colocou cláusula arbitral no contrato com a concessionária. A cláusula arbitral prévia que a arbitragem iria se basear em leis francesas.
O Tribunal (1º TACiv/ SP, 7ª Câmara, AI 1.111.659-0, Rel. Juiz. Alçada Souza, julgado em 24/09/2002) se pronunciou no sentido da constitucionalidade da cláusula arbitral que impõe a aplicação do direito francês.
2. Espécies de arbitragem
(i) Institucional / Arbitragem administrada:
Se desenvolve num centro de arbitragem (pessoa jurídica que presta serviço de arbitragem em centro de arbitragem, que inclusive pode ser uma atividade lucrativa). O centro de arbitragem está para a arbitragem assim como o fórum está para o judiciário.
O procedimento arbitral está regulado em 4 artigos (Arts. 19 a 21). Logo, a lei estabelece somente as regras gerais e princípios procedimentais. Exemplo: princípio da igualdade das partes, princípio do contraditório, etc.
O procedimento pode ser livremente disciplinados pelos centros arbitrais.
Os centros de arbitragem tem regulamento, que específica o procedimento arbitral. Estes regulamentos devem respeitar as normas gerais estabelecidas na lei arbitral.
(ii) Ad hoc / Arbitragem avulsa:
Fora dos centros arbitrais. A arbitragem será "independente", o que traz uma série de inconvenientes às partes, pois terão que regulamentar todo o procedimento.
É pouco utilizada.
3. Arbitragem é constitucional?
Ver próxima aula. ESTE TÓPICO CAI NA PROVA!
AULA 05:
PERGUNTA:
O que é arbitragem avulsa e institucional?
A lei de arbitragem tem quatro artigos que tratam do procedimento (19 a22), os centros de arbitragem influenciam no procedimento legal (prazos, custas, intimações, audiências, etc). Os órgãos arbitrais têm regulamentos, que especificam o procedimento. A lei de arbitragem só estabelece normas gerais, ficando para cada centro de arbitragem estabelecer suas normas específicas procedimentais
1. A arbitragem é constitucional?
Princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional pelo judiciário (artigo 5º, CF).
Na medida em que a parte convenciona a arbitragem, fica adstrita a levar a controvérsia ao judiciário. Isto é inconstitucional perante o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional?
A princípio, sim. Se a parte pactuar a arbitragem e não respeitar o pacto, procurando o judiciário, o juiz extinguirá o feito sem resolução do mérito. Isto afrontaria o princípio da inafastabilidade?
 Leitura do trecho da professora ADA PELEGRINI GRINOVER: “a jurisdição é monopólio estatal, sendo ao mesmo tempo função, poder e atividade (...)”.
Este trecho, inspirado em Chiovenda, já está superado, pois o processo civil se modernizou.
Logo, a arbitragem não é inconstitucional. Três razões pelas quais a arbitragem não é inconstitucional (ISTO CAI NA PROVA!!!!)
OBS: Ler - Julgamento do STF: SE 5206
No procedimento de homologação de sentença estrangeira, o STF (antes era competente o STF, hoje é o STJ) decidiu a questão constitucional da arbitragem. As três razões para declarar a constitucionalidade da arbitragem são:
A arbitragem, prevista na lei de arbitragem, não afasta a apreciação, pelo judiciário, de lesão ou ameaça de direito, porque:
1) não é a lei de arbitragem que afasta do judiciário a apreciação de ameaça ou de lesão de direito patrimonial disponível, são as partes que o fazem, em função de seu poder negociação de direitos patrimoniais disponíveis. As partes, e não lei, afastaram do judiciário a apreciação de ameaça ou lesão a direito.
A lei de arbitragem não obriga ninguém a pactuar a arbitragem. Trata-se de faculdade das partes.
O artigo 1º diz que "poderão" valer-se da arbitragem as pessoas civilmente capazes.
2) a ação é um direito, e não um dever. Isto significa que ninguém tem o dever de procurar o judiciário, especialmente em se tratando de direitos patrimoniais disponíveis.
Tanto é assim ( a ação não é um dever) que existem institutos como a prescrição e a decadência.
O judiciário é inerte por natureza, não obrigando ninguém a defender em juízo seus direitos.
O direito subjetivo (patrimonial disponível) é faculdade, e não obrigação.
Se for direito indisponível ( por exemplo: investigação da paternidade) não da pra fazer arbitragem.
3) a arbitragem é parecida com a transação. Na arbitragem, não se faz acordo sobre o mérito, mas sobre a forma pela qual se decide estes direitos.
Se é lícito transacionar ( fazer acordo sobre direitos patrimoniais disponíveis), também é lícito resolver eventuais pendências relativas a estes direitos via arbitragem.
A convenção de arbitragem não envolve o mérito da controvérsia, mas sobre a forma pela qual estes direitos são resolvidos.
A arbitragem parte do mesmo princípio da transação - mérito- porque não poderia convencionar sobre a forma do mérito?
----
Esta ultima razão, exposta a seguir, não será cobrada na prova:
A CF tratou da arbitragem, logo não foi um assunto totalmente silenciado no texto constitucional. (ver artigo 114, CF). Quanto aos dissídios coletivos (greve, reajuste de categoria, etc), a CF diz que as partes (sindicatos) poderão eleger árbitros. 
2. Arbitragem e relação de consumo:
O CDC é legislação específica que regula, do ponto de vista contratual, a relação de consumo.
A relação de consumo existe quando ha a situação descrita nos artigos 2º e 3º, do CDC. É relação jurídica, portanto, há polos - passivo e ativo - ligados pelo liame contratual.
Há fornecedor e consumidor, ligados por um contrato cujo objeto é produto ou serviço.
Fornecedor - aquele que fornece com habitualidade ou praticando atos de empresa (atividade organizada com atividade econômica). 
Consumidor - destinatário final de produto ou serviço.
O CDC prevê que é nula de pleno direito as cláusulas relativas à utilização compulsória de arbitragem (art. 51) considerada cláusula abusiva.
O CDC não proíbe a arbitragem, mas a condiciona. Somente será nula a cláusula que obrigue o consumidor a fazer a arbitragem. Não serátoda a cláusula que prevê a arbitragem, portanto.
Quando considerar que há uma imposição?
À luz do conceito de convenção de arbitragem, vamos entender isto.
A convenção de arbitragem é gênero, do qual são espécies a cláusula arbitral e o compromisso arbitral.
A cláusula arbitral não é uma "cláusula" de contrato, tipo um termo do contrato. A cláusula arbitral se refere ao momento em que foi pactuada.
A cláusula é a convenção de arbitragem pactuada antes da existência de um conflito, logo pode ser feita no corpo de um contrato, mas pode ser feita também em um aditivo, etc.
O compromisso é pacto que vem depois do conflito.
Após a cláusula, há vínculo obrigatório para ir para a arbitragem resolver os conflitos--> compulsoriamente. Logo, a cláusula arbitral é nula nos contratos de adesão de consumidor.
No compromisso, não há obrigatoriedade de resolver eventuais conflitos via arbitragem. Quando o consumidor comprou o produto/serviço, não havia cláusula arbitral ( não havia a utilização arbitragem compulsória), mas, depois, as partes podem convencionar que o litígio já existente será resolvido pela arbitragem. Logo, não houve utilização compulsória da arbitragem.
Em regra, nas relações de consumo -> a cláusula é nula, mas o compromisso é válido, pois a cláusula determina desde logo que o eventual conflito será resolvido mediante arbitragem.
Exceção: segundo o professor, se o consumidor não estiver em posição de vulnerabilidade jurídica, não pode dizer que a cláusula lhe impôs a obrigatoriedade da arbitragem.
Mas, e se o contrato for de adesão?
- Contrato de adesão e relação de consumo:
São coisas independentes, pode existir contrato de adesão sem estar numa relação de consumo.
Pode existir arbitragem em contrato de adesão (não é contrato de adesão feito no bojo de relação de consumo)? Sim.
- Se quiser fazer por compromisso (após a instauração do conflito) pode, ainda que o contrato de adesão seja feito no bojo de relação de consumo. Isto porque o compromisso é a posteriori.
- Se quiser fazer por cláusula arbitral, pode ou não, a depender do caso. Não pode, em regra, ser feita em uma relação de consumo. Se for fazer em uma relação civil (não consumo). Pode fazer a cláusula arbitral, desde que cumpra os requisitos formais, quais sejam (parágrafo 2º, artigo 4º), num anexo do contrato ou em aditivo (a intenção é chamar a atenção do contraente, não deixando que a cláusula fique escondida no meio do contrato); OU no corpo do contrato, desde que a cláusula esteja em negrito e que haja visto ou assinatura específica para a cláusula.
.
AULA 06:
1. Outros limites à lei de arbitragem:
Por que “outros limites”?
Porque o primeiro limite já vimos nas aulas anteriores (direito patrimonial e disponível): as pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir conflitos decorrentes de direitos patrimoniais disponíveis. 
Arbitragem em contratos de adesão ou relações jurídicas que encontram origem em contrato de adesão - arbitragem é possível, desde que estabelecida na forma de compromisso (arbitragem que surge depois do conflito).
O compromisso, desde que respeitados os seus requisitos, é sempre possível, seja em relação comercial seja em relação de consumo.
A cláusula (antes do conflito) nem sempre pode ser inserida em relações jurídicas oriundas de contrato de adesão. 
Como saber se posso ou não inserir a cláusula validamente?
1º regra:
Verificar se é relação de consumo. Se for, em regra, a cláusula é nula. Logo, não pode haver cláusula arbitral em relação de consumo. 
2º regra:
Não é relação de consumo. Como será feita a cláusula, no corpo do contrato ou em anexo/aditivo?
Se for em aditivo/anexo do contrato, tudo bem. O próprio anexo já chama a atenção do aderente.
Se for no bojo do contrato de adesão, deve-se observar o parágrafo 2º, do artigo 4º, da Lei de Arbitragem. A cláusula deve ser colocada em negrito + assinatura ou visto específica para esta cláusula do contratante. 
2. Limites da arbitragem no Direito Do Trabalho:
É possível arbitragem no direito do trabalho?
(i) dissídio coletivo?
(ii) dissídio individual?
Nos dissídios coletivos, é possível a arbitragem. A constituição federal, que é a norma fundamental, determina a possibilidade de arbitragem, se não houver acordo nos dissídios coletivos. Artigo 114, parágrafo. 1º, CF/88. As partes nos dissídios coletivos são sindicatos.
OBS: a lei de participação nos lucros, também prevê a arbitragem nos dissídios coletivos. 
(ii) Nos dissídios individuais, é possível a arbitragem? Os juslaboralistas dizem que não, com base nos artigos 9º, 444 e 468, da CLT irrenunciabilidade dos direitos mínimos trabalhistas. São direitos irrenunciáveis: 13º salário, FGTS, horas extras remuneradas, descanso semanal remunerado, etc.
Ocorre que a irrenunciabilidade destes direitos não causa óbice à incidência da arbitragem nestes dissídios individuais, segundo opinião do professor. 
De acordo com a doutrina do direito do trabalho e a jurisprudência majoritária, a irrenunciabilidade acarreta a indisponibilidade dos direitos trabalhistas que, por sua vez, impede a resolução de conflitos por intermédio da arbitragem. 
Para o professor, a irrenunciabilidade não está intrinsecamente relacionada à indisponibilidade dos direitos trabalhistas. Isto porque, em audiências trabalhistas, os magistrados usualmente "forçam" acordos entre as partes, o que invalida o argumento da indisponibilidade de direitos que, a princípio, seriam irrenunciáveis.
A irrenunciabilidade se refere ao direito em sua origem.
OBSERVAÇÃO:
O STJ já julgou a matéria relativa ao levantamento do FGTS por empregado, com fundamento em sentença arbitral que julgou dissídio individual do trabalho. decidiu que se o próprio empregado se conformou com a sentença arbitral, que tem natureza de decisão judicial , não há porque invalidar a sentença.
3. Direto administrativo e arbitragem:
No âmbito do D.A é possível a arbitragem? 
Não seria possível, em um primeiro momento, em virtude do interesse público, que é indisponível.
A lei de concessões (art. 23-A) expressamente prevê a possibilidade da aplicação da arbitragem.
A lei de PPP (art. 11, inciso III) prevê a possibilidade de o edital da parceria prever a arbitragem, desde que em língua nacional.
Além da PPP e da lei das concessões, que expressamente preveem a possibilidade de instituição de arbitragem, Seja lá qual for a hipótese, sempre que houver a interferência ou a participação do estado em contratos privados é possível a arbitragem. Trata-se de ato discricionário do Estado, isto é, pode o estado instituir a arbitragem em seus contratos. 
Exemplos de contratos: locação de imóvel por ente público, etc.
O interesse público, nestes casos, não é ferido, haja vista que a arbitragem respeita o interesse público primário.
O interesse público primário se refere à correta aplicação da lei ( o administrador só pode fazer o que a lei expressamente permite). A arbitragem não afronta este interesse público primário.
O interesse público secundário se refere às situações nas quais a Administração Pública busca se furtar de suas obrigações, em observância do interesse da própria administrativo. Exemplo: árvore cai em carro na via pública e a Administração Pública embaraça a resolução do conflito, pois somente aceita resolvê-lo judicialmente.
Somente não é possível usar a arbitragem para suprir o poder de polícia, o controle de atividade econômica (CADE), direito tributário, atividades tarifárias, etc. 
AULA 07:
PERGUNTAS:
Como funciona a arbitragem nas falências em relação ás quantias líquidas e ilíquidas?
Se a quantia é ilíquida e ação ainda não foi proposta e há a quebra da PJ, a ação deverá ser proposta no juízo universal da falência, pela vis atrativa. Ressalvas: ações que versem sobre bens e negócios do falido + ações fiscais + ação trabalhista serão sempre propostas no juízo competente (juízo trabalhista ou fiscal).
1. Falências:
A lei de falências pauta a vis atrativado juízo universal da falência nos artigos 6º e 76 da Lei de Falências.
Como verificar o juízo competente?
Pretensão de quantia ilíquida e já existe uma ação proposta na via arbitral ou no Poder Judiciário, quando a quebra da PJ é decretada, a ação vai permanecer onde estava correndo até a formação do titulo executivo. Após a formalização do título executivo, a ação irá para o juízo das falências para satisfazer o crédito
Pretensão de quantia ilíquida mas não existe ação proposta nem no judiciário nem na via arbitral, se há a quebra da PJ, a ação deverá ser proposta no juízo universal da falências, por conta da vis atrativa da falência
Ressalvas:
Ações que versem sobre bens e negócios do falido
Ações fiscais
Ações trabalhistas
Todas setas ações deverão ser propostas no juízo competente (que não é o juízo universal da falências), não importa se houve a quebra da PJ antes ou depois do ajuizamento da ação.
Após a formação do crédito no juízo competente (fiscal/ trabalhista/arbitral), deve-se habilitar o crédito no juízo das falências. Em qualquer caso, o administrador judicial da falência deve se manifestar, seja no Judiciário seja na Arbitragem (administrador deve ser intimado, sob pena de nulidade).
2. Recuperação judicial:
Diferentemente das falências, a aprovação de plano de recuperação judicial. 
A PJ que requer a recuperação judicial, apresenta plano, que é submetido aos credores e às classes de credores. Se é aprovado, vincula a todos. Pode ocorrer, na consecução do plano, discussões acerca do cumprimento do plano que foi aprovado. 
Durante a recuperação, as ações ficam suspensas por 180 dias, contados desde a data da recuperação judicial. A questão que surge é: e se houver ação arbitral que já foi julgada, favorecendo a PJ, que só vai ter sua falência decretada depois.
Exemplo: o credor perdeu a ação para a pessoa jurídica que depois pediu recuperação judicial decretada e o credor que perdeu quer anular a ação arbitral e a sentença arbitral. O prazo para a propositura desta ação anulatória não é atingido pelo prazo de suspensão de 180 dias, pois é decadencial. O prazo para a propositura anulatória é decadencial, logo se a pessoa esperar os 180 dias, vai ter seu direito decaído, razão pela qual este prazo corre normalmente.
3. Contratos societários e estatutos associativos:
Lei das Sociedades Anônimas 
Previsão expressa de estatuto da sociedade prever a arbitragem para dirimir conflitos entre sócios, acionistas, etc.
Mas, havendo alteração estatutário posterior prevendo a cláusula arbitral, podem alguns sócios não concordar e buscar a anulação da inserção da cláusula arbitral posterior à constituição do estatuto.
Em 2015, a lei foi alterada: 
Se a sociedade anônima for de capital aberto, a solução é: a alteração da lei previu que quem não gostou da alteração estatutária, deve liquidar as suas ações e sair da sociedade (não gostou, sai da sociedade). 
Se a sociedade anônima for de capital limitado, a solução é: as sociedades limitadas tem regência suplementar pela lei das sociedades anônimas. Se é assim e a lei das sociedades anônimas prevê a cláusula arbitral, nada obsta que se coloque cláusula arbitral em sociedade limitada. O problema surge de um conflito específico: exclusão de sócio por incapacidade superveniente ou falta grave - Arts. 1.030 e 1085, CC/02 --> o 1.030 diz que a exclusão, por incapacidade superveniente ou falta grave deve ser judicial. Porém o 1085 permite que a exclusão do sócio pode ser feita por assembleia. Então, se houver cláusula no contrato social que permita a exclusão de sócio por voto de maioria, pode haver a exclusão não judicial de sócio. PORTANTO: exclusão de sócio pode ser judicial ou não. (assembleia de sócios, por maioria de votos, desde que constante do estatuto social).
A doutrina diz que a interpretação do artigo 1.030 não deve ser gramatical, sendo que onde se lê "judicial", deve se ler "jurisdicional".
--- Exemplo: há previsão no contrato social de exclusão por assembleia. Ainda assim, a inserção de cláusula arbitral no contrato é útil? Sim. A cláusula é útil e válida. Caso o sócio queira anular a previsão contratual, irá fazê-lo por meio da arbitragem, e não por meio judicial.
4. Condomínio edicilício e arbitragem:
O condomínio edicilicio é instituído juridicamente. 
A convenção de condomínio é a regulação da vida do condomínio e dos condôminos. Deve ser registrada.
Pode ser inserida nesta convenção cláusula arbitral? Sim.
Só não da pra fazer cláusula arbitral em contrato envolvendo terceiros (contrato de prestação de serviço de segurança, limpeza, etc), pois está relação refoge da relação condominial.
Se o condomínio já nasceu com a cláusula na convenção, tudo bem. A convenção de condomínio é registrada no cartório, logo quem for comprar pode saber que há a cláusula.
Porém, se o condomínio foi instituído sem a cláusula arbitral e há interesse em colocá-la depois, o que fazer? Não da pra instituir cláusula arbitral posteriormente na convenção pelo quórum especial de alteração de convenção (2/3 dos condôminos), somente pela totalidade dos condôminos, pois ninguém pode ser compelido à arbitragem, de acordo com a CF/88.
AULA 08:
PERGUNTA:
Arbitragem em razão dos contratos societários. Em que contexto a arbitragem entra neste conflito, se é que ela é possível?
Convenção de arbitragem 
Origem da arbitragem:
Art. 1º: pessoa capazes de contratar podem se valer da arbitragem.
Não existe arbitragem imposta, surgindo necessariamente de uma convenção.
A arbitragem é constitucional.
 Obrigatoriedade da arbitragem:
É meio de solução obrigatório? Depende. Se a arbitragem for convencionada, é obrigatória. Se não, não é.
Se foi convencionada, caso uma das partes ignore a convenção e procure o judiciário, o juiz extinguirá o processo sem resolução do mérito.
Art. 337, NCPC: a parte precisa alegar a convenção de arbitragem em contestação, para que o juiz extinga o processo sem resolução do mérito. 
Se o réu não alegar, o juiz não pode extinguir o processo sem resolução de mérito de ofício. Trata-se de matéria que precisa ser alegada pelas partes. Logo, se o réu não fizer nada, de acordo com o NCPC, prorroga-se a competência do judiciário. É como se fosse uma renúncia tácita das partes à convenção arbitral.
 parágrafo 6º, NCPC: o juiz não pode conhecer de ofício da convenção de arbitragem. Por que? A convenção de arbitragem é facultativa.
 jurisprudência: TJ/SP
Ainda quanto à obrigatoriedade da arbitragem, surge a seguinte indagação:
Se houver um contrato com convenção de arbitragem que contém obrigação líquida, certa e exigível (contrato é fonte das obrigações) não cumprida pela parte espontaneamente, caso a parte pretenda a execução, irá diretamente ao judiciário?
- Obrigações bilaterais (obrigações para ambas as partes): Contrato de locação de imóvel - obrigações do inquilino (obrigação de dar, na modalidade pagar o aluguel; obrigação de fazer, na modalidade conservar o imóvel) e obrigações do locador (....).
Caso o inquilino não pague o aluguel, ainda que o contrato preveja convenção de arbitragem, o árbitro não tem poder para executar nada. Neste caso, o locador deve ajuizar ação de execução diretamente no judiciário.
Logo, se a pretensão decorrente do contrato for executiva e se tratar de obrigação líquida, certa e exigível, a parte deve recorrer diretamente ao judiciário. 
Se o autor tem título executivo extrajudicial e quiser executar, não o fará pela arbitragem, ainda que o título decorra de contrato com previsão de convenção de arbitragem.
Ainda quanto à obrigatoriedade da arbitragem:
Há choque entre cláusula de eleição de foro e cláusula arbitral?
Exemplo: sujeito colocou no meio do contrato cláusula arbitral (conflitos eventualmente surgidos serão resolvidos via arbitral) mas também colocou cláusula de eleição de foro (conflitos eventualmente surgidos serão resolvidos no foro de....).
O que acontece?
Não há colidência, por diversas razões.
1. Por conta da execução.Quando houver o título executivo judicial formado a partir da arbitragem, as partes poderão executar a sentença arbitral no judiciário, de acordo com a cláusula de eleição de foro.
2. Espécies de convenção de arbitragem 
Convenção de arbitragem é gênero.
Espécies: 
- cláusula arbitral (cláusula compromissória)
- compromisso arbitral 
A cláusula arbitral é convenção de arbitragem surge antes do conflito. É o momento que qualifica a pretensão como cláusula.
O compromisso é a convenção de arbitragem que surge depois do conflito.
O compromisso arbitral pode ser judicial ou extrajudicial.
Se for extrajudicial, demanda além da forma escrita ( é regra para qualquer convenção de arbitragem - não existe convenção de arbitragem verbal), exige-se também assinatura das partes e de duas testemunhas,
Se for judicial (compromisso feito enquanto as partes já litigam no poder judiciário), é feito por termo nos autos, logo prescinde de testemunha. 
Quanto ao compromisso, a lei de arbitragem estabelece requisitos formais obrigatórios no artigo 10 e requisitos facultativos no artigo 11:
A. Obrigatórios:
Se não estiverem presentes, haverá nulidade. São eles:
- nome e qualificação das partes
- nome e qualificação dos árbitros / critério para escolha de árbitros através de entidade especializada
- qual a matéria a ser dirimida pelos árbitros (toda a matéria do conflito ou só parte do litígio)
- lugar aonde se desenvolverá a arbitragem (lugar = pais. A sentença prolatada no Brasil é nacional e para ser executada não demanda homologação pelo STJ. Ainda que o árbitro italiano, prolate sentença em francês, utilizando o código civil francês, se for prolatada em território nacional, será considerada brasileira. Por outro lado, se houver sentença prolatada em Portugae, com árbitro brasileiro, com partes brasileiras, utilizando a lei brasileira, para a lei, está sentença será considerada estrangeira e precisará ser homologada no STJ para produzir efeitos no Brsil)
B. Facultativos
- local (endereço, rua em que está sediado o órgão arbitral, etc...)
- a lei a ser usada (arbitragem por equidade, arbitragem de direito --> pode não usar a lei nacional, mas pactuar regras de direito que o árbitro irá utilizar. Se as partes não disserem nada, a lei será a nacional) 
- o prazo para apresentação da sentença arbitral (se as partes não disserem o prazo, o prazo será o legal, de 6meses) 
- declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e despesas de arbitragem (diferente do judiciário - art. 20, do CPC/73 -, despesas e sucumbenciais podem ser pactuadas) 
- os honorários do árbitro: normalmente as arbitragens são institucionais, logo as instituições já tem regras claras sobre honorários. Porém, em uma arbitragem avulsa na qual ninguém fixou os honorários, o árbitro deverá pedir arbitramento judicial, pois não pode fixar ele mesmo seus honorários. 
OBS: nenhum centro de arbitragem pode impor seus árbitros às partes. A parte pode usar os serviços dos centros, mas contratar árbitro de fora. 
VAI CAIR NA PROVA:
A cláusula arbitral ou compromissória pode ser vazia (patológica/ ou em branco) X cheia. 
Vejamos o conceito de cláusula arbitral cheia:
- Cláusula arbitral cheia já contempla, mesmo sendo antes do conflito, todos os requisitos mínimos e obrigatórios do artigo 10. Por isto é chamada de cheia.
Consequência da cláusula 
Quando é se surgir o conflito, as partes não vão precisar, além dela, de firmar um compromisso, pois a cláusula já contém os requisitos do compromisso. Logo, as partes já podem provocar o árbitro sem a necessidade de firmar o compromisso, 
Vejamos o conceito de cláusula arbitral patológica:
- Cláusula na qual falta um dos requisitos obrigatórios que a lei estabelece como mínimo para o compromisso. Normalmente falta a indicação do árbitro ou os critérios para indicar um centro de arbitragem.
Consequência da cláusula:
Ao surgir o conflito, além dela, antes de dar início a arbitragem, tenho que firmar compromisso arbitral com a parte contrária, para preencher o requisito faltante.
É a necessidade de, ao surgir o conflito, as partes além dela, também firmarem um compromisso. Se não firmarem compromisso, necessidade de instaurar processo judicial pra firmar o compromisso.
A cláusula em branco não é nula, é válida!
E se as partes não entrarem em um acordo? 
A arbitragem continua sendo obrigatória. A solução da lei é que o judiciário prolatada uma sentença para decidir qual é o árbitro competente. A ação de conhecimento chama "execução específica de cláusula arbitral vazia".
--> artigos 6º e 7º, da Lei de Arbitragem: 
Antes de propor a ação judicial, a parte deve notificar a outra para comparecer em local determinado para firmar o compromisso (trata-se de condição específica para a propositura da ação).
Podem ocorrer as seguintes situações:
- as partes compareceram e chegaram ao acordo, firmando um compromisso;
- comparecer as partes, mas não chegaram a um acordo, não firmando compromisso;
- não comparecer uma parte, deixando de firmar compromisso. 
A parte pega notificação, nos dois últimos casos, para instruir uma pericial inicial (art. 282, CPC + artigo 7º, Lei de arbitragem). A parte é citada. O juiz marca audiência, para fixar o compromisso.
Se o réu não comparecer, o juiz fixa mesmo assim o compromisso.
Se o autor não comparecer, o juiz extingue o processo sem resolução do mérito. 
Se os dois comparecerem, o juiz deverá resolver por acordo o conflito de fundo (mérito). Não sendo possível o juiz resolverá o conflito decorrente do compromisso (escolha do árbitro, por exemplo). Porém, se as partes não concordarem, o processo seguirá.
A contestação será entregue na contestação ou no prazo de 10 dias? 
Por dúvida quanto à interpretação da lei, melhor levar a contestação no dia da audiência. Após a audiência, o juiz proferia sentença que estatui o compromisso arbitral. Desta sentença, cabe apelação sem efeito suspensivo (só efeito devolutivo). Por isto, pode-se pegar a cópia de sentença no cartório e já começar a dar início à arbitragem.
AULA 09:
Prova vai até capítulo 3, ponto 3, do livro do professor.
Princípio da competência - competência:
Princípio está no capítulo dois porque este capítulo trata da convenção de arbitragem. Em razão da convenção de arbitragem, há a necessidade de respeitar o que foi convencionado, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito (caso a parte não respeite o convencionado e busque o judiciário).
Isso é basilar para o sistema arbitral em qualquer sistema jurídico que adote a arbitragem como meio de solução de controvérsia.
Princípio da competência-competência. Exemplo:
No âmbito das relações de consumo, a arbitragem não pode ser imposta. A cláusula arbitral em regra é nula, pois surge antes do conflito e impõe a arbitragem ao consumidor.
No caso de um contrato de adesão, necessária a verificação de requisitos formais (visto específico na cláusula arbitral + negrito).
Relação de consumo com cláusula nula: Contrato de adesão consumerista com cláusula arbitral sem os requisitos necessários (nem negrito tampouco assinatura específica).
Em razão desta nulidade, o advogado do consumidor poderia procurar o judiciário diretamente, desconsiderando a convenção de arbitragem. Correto? Não.
Ainda que a nulidade é evidente, o juiz vai extinguir o processo sem resolução do mérito. Por quê? Em razão do princípio da competência-competência.
De acordo com os artigos 8º, 20 e 32 da Lei de Arbitragem, a cláusula arbitral é autônoma em relação ao contrato em que ela está inserta. A cláusula arbitral não é acessória, ainda que integre o contrato. Ao arbitrado compete declarar a nulidade do contrato ou da cláusula arbitral. Se o interesse for deduzir invalidade/ineficácia/nulidade/competência do árbitro, a parte deve alegar para o árbitro, e não para o juiz togado.
Logo, conclui-se que:
Se houver interesse em arguir nulidade do contrato, da cláusula arbitral ou do compromisso, a competênciaé do árbitro. 
Decidindo o árbitro, por exemplo, que ele é competente, daí a parte pode recorrer ao judiciário. 
Não se pode judicializar estas questões (invalidade, nulidade, ineficácia) antes do tempo. Pelo princípio da competência-competência, o árbitro deve decidir. Após a decisão do árbitro, é que a parte pode ir para o judiciário.
Se a parte desrespeitar o princípio da competência competência e ir buscar, antes do tempo, a tutela jurisdicional, o juiz julgará o processo extinto sem resolução do mérito. A parte deverá aguardar a decisão arbitral e aí sim, novamente, ingressara novamente o judiciário. 
Dos árbitros.
Quem pode ser árbitro?
Qualquer pessoa capaz que goze da confiança das partes (art. 13).
Pessoa: para a maioria doutrinária, é PF (pessoa natural) totalmente capaz. Não pode o árbitro ser representado, porque a atividade é personalíssima.
Professor discorda. O direito civil define pessoa e diz que pessoa pode ser física ou jurídica.
Personalíssimo = relativo a pessoa, tanto física quanto jurídica. 
Confiança:
Às vezes o árbitro é nomeado indiretamente pelo centro de arbitragem. Presume-se a confiança das partes. Juiz não pode ser árbitro, porque está na CF/88 é na LOMAN.
Advogado:
Pode ser árbitro. Advogado está árbitro, mas não é árbitro. Não existe profissão constante de árbitro. 
O advogado não pode, porém, gerir um centro arbitral no mesmo local que exerce advocacia, sob pena de captação de clientela. Entendimento do tribunal de ética da OAB.
Estrangeiro:
Pode ser árbitro e inclusive proferir a sentença em língua estrangeira.
Qual é o poder que a lei confere ao árbitro?
Poder jurisdicional, equiparado ao juiz togado, quando no exercício da função.
Artigo 18 - árbitro é juiz de árbitro e de direito, prolatando sentença (título executivo judicial).
Porém, ao árbitro são exigidos os mesmos deveres que são exigidos do magistrado tragado:
- imparcialidade, sob pena de arguição de suspeição ou impedimento (mesmas causas do CPC)
- independência. O árbitro não pode estar vinculado às partes, devendo manter distância das partes. Caso não ocorra isso, ele será parcial, podendo ser anulada a sentença arbitral.
- competente. O árbitro deve conhecer a matéria que está julgando.
- diligente. Se o árbitro perde prazo, poderá gerar prejuízo às partes. 
Se árbitro descumprir as obrigações legais e causar prejuízo às partes, poderá ser responsabilizado civilmente (art. 389, CC/02). 
É o árbitro pessoa física que responde, e não o centro arbitral.
O árbitro é equiparado a funcionário público, para fins penais. O árbitro pode praticar crimes próprios de funcionário público e contra ele também pode ser praticados crimes.
- corrupção (árbitro pratica corrupção)
- desacato (crime praticado contra árbitro)
Árbitro não é funcionário público!!!!
Tribunal arbitral:
É órgão colegiado de deliberação. Não é exclusivo do judiciário. (Exemplo: tribunal de contas, do Legislativo. Tribunal desportivo, da Justiça desportiva).
Quando a lei usa o termo arbitral, significa que a função arbitral é desenvolvida por colegiado de árbitros, e não por árbitro único.
Tribunal não significa o centro de arbitragem, somente o colegiado de árbitro
AULA 10
Critérios de escolha dos Árbitros e do Presidente do Tribunal Arbitral:
Tribunal Arbitral não é o centro de arbitragem, mas o colegiado de árbitros. 
Este órgão colegiado de deliberação (Tribunal Arbitral) precisa ter um presidente, que deve ser escolhido pelas partes, segundo a lei.
Quem escolhe o arbitro e o presidente do tribunal arbitral?
Resposta: art. 13, §4º, Lei de Arbitragem.
§ 4o As partes, de comum acordo, poderão afastar a aplicação de dispositivo do regulamento do órgão arbitral institucional ou entidade especializada que limite a escolha do árbitro único, coárbitro ou presidente do tribunal à respectiva lista de árbitros, autorizado o controle da escolha pelos órgãos competentes da instituição, sendo que, nos casos de impasse e arbitragem multiparte, deverá ser observado o que dispuser o regulamento aplicável. 
Os árbitros são escolhidos pela vontade das partes. Assim sendo, o presidente do tribunal arbitral (do colegiado) também é escolhido pelas partes.
Este §4º foi alterado pela Lei 13.129/ 2015. Vejamos as alterações:
Redação original:
Havia uma incongruência, pois se dizia que o presidente era escolhido pelo consenso dos árbitros, e não pelas partes. Caso não se chegasse a um consenso entre os árbitros, o Presidente seria o árbitro mais velho entre os árbitros.
Crítica: o “caput” artigo 13 estabelece que o árbitro deve ser alguém de confiança das partes. Caso a escolha do Presidente do Tribunal Arbitral não seja feita pelas partes, mas por um critério etário ou pelo critério de escolha dos próprios árbitros, haveria violação à livre escolha do árbitro.
Alteração da Lei 13.129/2015:
Com a alteração, não há mais imposição de árbitro às partes.
O Presidente do Tribunal Arbitral é determinado pelas partes.
OBSERVAÇÃO: 
Arbitragem multiparte: A arbitragem multiparte ocorre quando há litisconsórcio.
Se houver dissenso na escolha do árbitro na arbitragem multiparte, o dissenso será resolvido pelas regras do centro de arbitragem.
OBS: se a arbitragem for avulsa
PORTANTO:
Quem escolhe o árbitro e o Presidente do Tribunal Arbitral são as partes. Caso as partes não tenham critérios para escolher, deverá ser utilizado o regulamento do centro de arbitragem, para designar o Presidente.
Para quê escolher o Presidente do Tribunal?
O Presidente do Tribunal tem algumas incumbências a mais do que os demais árbitros do colegiado:
- Comunica a sentença arbitral para a parte cumprir;
- Assina as cartas arbitrais 
- Determina a condução coercitiva de testemunha
- Profere decisões cautelares e de tutelas de urgência
- Prolata o voto de minerva (decisão privilegiada de desempate), etc.
Impedimento, suspeição do árbitro e sua arguição:
Utilização dos artigos 144 e 145 do NCPC:
Art. 144.  Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Art. 145.  Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partesou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
Por que é utilizado o CPC?
O art. 14, Lei de Arbitragem determina que são aplicadas aos árbitros as mesmas hipóteses de suspeição/impedimento que se aplicam ao magistrado.
A razão da aplicação do CPC está no fato de que a Lei de Arbitragem equipara o árbitro ao juiz:
Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário.
Assim, se o juiz e o árbitro tem o dever de ser imparcial, é razoável que as causas de impedimento e suspeição sejam as mesmas.
 DIFERENÇAS:
Forma de Arguição:
Embora sejam as mesmas causas de impedimento e suspeição, a forma de arguição é diferente.
Poder Judiciário (CPC/73):
As causas de impedimento e suspeição são alegadas via exceção, que será julgada pelo próprio magistrado. Se o magistrado entender que não é mesmo competente, redistribui o feito para outro juízo. Se entender que é competente, remete o feito para que o Tribunal decida acerca da exceção.
Arbitragem:
O próprio árbitro é quem decide acerca do seu impedimento ou de sua suspeição, pois não existe segunda instância arbitral.
Assim, se o árbitro decide que é competente, mesmo sendo irmão de uma das partes, não pode a outra parte interpor recurso desta decisão. Logo, a parte deve esperar o árbitro proferir sua decisão sobre a incompetência/suspeição e depois anulá-la, com base no artigo 32, II, Lei de Arbitragem: 
“Art. 32. É nula a sentença arbitral se:
II - emanou de quem não podia ser árbitro”.
Momento da arguição:
Arbitragem:
Em regra, para que possa ser arguida a suspeição ou o impedimento do árbitro, a causa de impedimento/suspeição tem que ter surgido após a nomeação do árbitro pela parte.
Se a causa for anterior a nomeação do árbitro, a parte, ao arguir a suspeição ou o impedimento, deverá provar que não sabia desta causa de impedimento/suspeição. Caso a parte não consiga provar que não sabia daquela causa de impedimento/suspeição à época da nomeação do árbitro, não poderá arguir a incompetência. Isto ocorre porque se presume que, mesmo sabendo da causa de impedimento/suspeição, a parte depositou confiança no árbitro e a livre escolha do árbitro deve prevalecer sobre a incompetência do árbitro.
Impossibilidade de atuação do árbitro e sua substituição:
ESTE ITEM O PROF. COSTUMA PGTAR NA PROVA!
São causas que podem ensejar a substituição do árbitro:
Recusa do árbitro à nomeação;
Impedimento ou suspeição;
Falecimento
Impossibilidade de exercício da função – incapacidade superveniente (exemplo: árbitro foi interditado)
Nestes casos, o árbitro é afastado. O que a parte deve fazer?
REGRA:
Substituição do árbitro.
EXCEÇÂO:
Não substituição do árbitro, com o consequente encerramento da arbitragem (o compromisso arbitral perde o seu efeito).
 Somente ocorre a exceção, se houver cláusula expressa de não substituição no pacto de arbitragem.
Substituição:
- Quem pode substituir o árbitro?
Os suplentes substituirão o árbitro. Por isto, é importante que, na convenção de arbitragem, as partes já nomeiem suplentes para os árbitros ou que, ao se vincular a um centro de arbitragem (Tribunal Arbitral), as partes fiquem atentas ao critério de escolha de suplentes previstos no regulamento.
- Se as partes não nomearam suplentes no compromisso OU se as partes escolheram centro arbitral que não prevê critérios de escolha de suplentes?
As partes deverão chegar a um acordo com a outra parte sobre os critérios de escolha do árbitro.
“Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim.
§ 1º O autor indicará, com precisão, o objeto da arbitragem, instruindo o pedido com o documento que contiver a cláusula compromissória.
§ 2º Comparecendo as partes à audiência, o juiz tentará, previamente, a conciliação acerca do litígio. Não obtendo sucesso, tentará o juiz conduzir as partes à celebração, de comum acordo, do compromisso arbitral.
§ 3º Não concordando as partes sobre os termos do compromisso, decidirá o juiz, após ouvir o réu, sobre seu conteúdo, na própria audiência ou no prazo de dez dias, respeitadas as disposições da cláusula compromissória e atendendo ao disposto nos arts. 10 e 21, § 2º, desta Lei.
§ 4º Se a cláusula compromissória nada dispuser sobre a nomeação de árbitros, caberá ao juiz, ouvidas as partes, estatuir a respeito, podendo nomear árbitro único para a solução do litígio.
§ 5º A ausência do autor, sem justo motivo, à audiência designada para a lavratura do compromisso arbitral, importará a extinção do processo sem julgamento de mérito.
§ 6º Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, estatuir a respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único.
§ 7º A sentença que julgar procedente o pedido valerá como compromisso arbitral”
Caso as partes não cheguem a um acordo, deverão levar a controvérsia para o Poder Judiciário, que resolverá a questão.
Número de árbitros
Arbitragem pode ser desenvolvida por:
Arbitro Único
Tribunal arbitral (órgão colegiado em número impar)
Se as partes escolherem partes em número par ou se um árbitro morrer, os árbitros já nomeados em número par deverão entrar em consenso e escolher um terceiro árbitro.
Se os árbitros não entrarem em consenso, o Judiciário deverá resolver a questão.
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Procedimento arbitral:
Qual a diferença entre ação, processo e procedimento?
Poder Judiciário:
Ação = direito constitucional de buscar a jurisdição.
Processo = conjunto concatenado de atos praticados para fazer valer o direito de ação
Procedimento = sequencia dos atos praticados no processo.
No CPC/73, as ações se subdividem em:
- Processo de conhecimento
- Processo de execução
- Processo cautelar.
O processo de conhecimento, por sua vez, se subdivide em:
- Procedimento comum
- Procedimento especial. 
O procedimento comum se subdivide em ritos:
- Rito sumário
- Rito ordinário
No NCPC, só haverá procedimento comum, sem subdivisão de sumário ou ordinário.
Arbitragem:
Como a Lei de Arbitragem faz estas subdivisões?
Os arts. 19 a 22 tratam do procedimento arbitral.
‘Art. 19. Considera-se instituída a arbitragem quando aceita a nomeação pelo árbitro, se for único, ou por todos, se forem vários.
Parágrafo único. Instituída a arbitragem e entendendo o árbitro ou o tribunal arbitral que há necessidade de explicitar alguma questão disposta na convenção de arbitragem, será elaborado, juntamente com as partes, um adendo, firmado por todos, que passará a fazer parte integrante da convenção de arbitragem
§ 1o Instituída a arbitragem e entendendo o árbitro ou o tribunal arbitral que há necessidade de explicitar questão disposta na convenção de arbitragem, será elaborado, juntamente com as partes, adendo firmado por todos, que passará a fazer parte integrante da convenção de arbitragem.           § 2o A instituição daarbitragem interrompe a prescrição, retroagindo à data do requerimento de sua instauração, ainda que extinta a arbitragem por ausência de jurisdição.    
Art. 20. A parte que pretender argüir questões relativas à competência, suspeição ou impedimento do árbitro ou dos árbitros, bem como nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, deverá fazê-lo na primeira oportunidade que tiver de se manifestar, após a instituição da arbitragem.
§ 1º Acolhida a argüição de suspeição ou impedimento, será o árbitro substituído nos termos do art. 16 desta Lei, reconhecida a incompetência do árbitro ou do tribunal arbitral, bem como a nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, serão as partes remetidas ao órgão do Poder Judiciário competente para julgar a causa.
§ 2º Não sendo acolhida a argüição, terá normal prosseguimento a arbitragem, sem prejuízo de vir a ser examinada a decisão pelo órgão do Poder Judiciário competente, quando da eventual propositura da demanda de que trata o art. 33 desta Lei.
Art. 21. A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada, facultando-se, ainda, às partes delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, regular o procedimento.
§ 1º Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou ao tribunal arbitral discipliná-lo.
§ 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento.
§ 3º As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada, sempre, a faculdade de designar quem as represente ou assista no procedimento arbitral.
§ 4º Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento, tentar a conciliação das partes, aplicando-se, no que couber, o art. 28 desta Lei.
Art. 22. Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral tomar o depoimento das partes, ouvir testemunhas e determinar a realização de perícias ou outras provas que julgar necessárias, mediante requerimento das partes ou de ofício.
§ 1º O depoimento das partes e das testemunhas será tomado em local, dia e hora previamente comunicados, por escrito, e reduzido a termo, assinado pelo depoente, ou a seu rogo, e pelos árbitros.
§ 2º Em caso de desatendimento, sem justa causa, da convocação para prestar depoimento pessoal, o árbitro ou o tribunal arbitral levará em consideração o comportamento da parte faltosa, ao proferir sua sentença; se a ausência for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, poderá o árbitro ou o presidente do tribunal arbitral requerer à autoridade judiciária que conduza a testemunha renitente, comprovando a existência da convenção de arbitragem.
§ 3º A revelia da parte não impedirá que seja proferida a sentença arbitral.
§ 4º Ressalvado o disposto no § 2º, havendo necessidade de medidas coercitivas ou cautelares, os árbitros poderão solicitá-las ao órgão do Poder Judiciário que seria, originariamente, competente para julgar a causa.  
§ 5º Se, durante o procedimento arbitral, um árbitro vier a ser substituído fica a critério do substituto repetir as provas já produzidas”.
A Lei de Arbitragem só traz as linhas gerais do procedimento arbitral. A regra é que o procedimento a ser adotado na arbitragem deverá ser especificado/disciplinados pelas partes, desde que respeitem os princípios dispositivos.
São princípios dispositivos:
Contraditório;
Igualdade processual das partes (é igualdade de oportunidade – se uma parte tem prazo para juntar documento, a outra parte também tem que ter este direito);
Livre convencimento do árbitro;
Imparcialidade
Exemplo: as partes podem livremente dispor sobre o prazo para contestar (5 dias, 10 dias, 30 dias, etc.), desde que estipulem a previsão da contestação, caso contrário violarão o princípio do contraditório.
OBSERVAÇÂO: a igualdade processual das partes não significa “paridade de armas”, como ocorre no CPC. Assim, se uma parte comparece à audiência arbitral sem advogado porque não quis levar um, o árbitro não irá nomear um advogado dativo à parte. O que importa é que ambas as partes poderiam – se quisessem – levar um advogado à audiência. Se a parte efetivamente levar ou não o advogado, isto não tem nada a ver com o princípio da igualdade processual.
É muito difícil disciplinar todo o procedimento arbitral. Por isto, a arbitragem avulsa é pouco utilizada. O mais comum é a utilização de centros de arbitragem, que já contam com regulamentos prontos cujo teor já estabelece todo o procedimento a ser adotado.
OBS: os centros de arbitragem também deverão respeitar os princípios dispositivos.
AULA 11
Continuando o procedimento arbitral.
Termo de Arbitragem ou Ata de Missão:
No início do procedimento, o árbitro poderá (é faculdade) convocar as partes para assinar o termo de arbitragem ou ata de missão.
Art. 19, §1º: o termo de arbitragem é documento assinado pelas partes e pelo árbitro que consiste no aditivo à convenção de arbitragem em que o árbitro esclarece lacunas no procedimento arbitral, se necessário. Portanto, a ata de missão serve para esclarecer com as partes os pontos controvertidos (semelhante ao despacho saneador do processo civil, só que com a participação das partes).
O termo de arbitragem/ata de missão não é obrigatório. Se as partes forem convocadas e uma delas não comparecer, pode firmar o arbitro o termo apenas com a parte que compareceu, sem que isso fira o contraditório/ ampla defesa (princípios impositivos).
Instituição da arbitragem
A ação judicial considera-se proposta quando é protocolizada. Porém os efeitos da propositura da ação demandam citação válida e retroagem à data do protocolo da ação.
São efeitos da citação válida (estes efeitos retroagem até à data do protocolo):
Interromper a prescrição;
Induzir a litispendência;
Tornar litigiosa a coisa.
Fundamentos: 240 e 212 do CPC/2015.
Na arbitragem, com a alteração da Lei 13.129 de 2015, as coisas se passam de forma semelhante.
A lei de arbitragem, na redação original, (art. 19, caput) dispõe que se considera instaurada a arbitragem com a aceitação de todos (sendo tribunal) ou do árbitro singular sobre o exercício do mister de árbitro.
Assim, se propunha que os efeitos da citação válida só ocorriam quando o último arbitro aceitasse o mister de árbitro, o que era muito ruim para efeitos de prescrição.
Com a alteração da Lei, houve um benefício às partes: incluiu-se o parágrafo 2º no artigo 19: a interrupção da prescrição retroage à data em que a parte provocou a arbitragem.
Arguição de incompetência do árbitro ou de nulidade da convenção de arbitragem:
Além do impedimento e da suspeição, a lei determina que se o árbitro for incompetente ou for nula a convenção de arbitragem, a parte tem q se manifestar sobre isso na primeira oportunidade que tiver, sob pena de preclusão.
Se a parte se manifestar, pode ocorrer:
árbitro acata a nulidade, extingue o feito sem resolução do mérito.
Árbitro não acata a nulidade, o procedimento segue até a sentença de mérito. Prolatada a sentença, a parte pode propor ação judicial anulatória, proposta dentro de 90 dias(prazo decadencial). 
ISTO ESTÁ ERRADO! 
Falha na lei:
Incompetência do árbitro pode ser absoluta ou relativa. A lei não fez está distinção, já que preceitua que ambas – nulidade relativa e absoluta – estão sujeitas à prescrição, o que está errado.
Para lei de arbitragem, a incompetência é absoluta quando a matéria não é passível de arbitragem (a matéria não é direito patrimonial disponível. - exemplo: ações que versem sobre o estado da pessoa).
Para a lei de arbitragem, a incompetência é relativa quando as partes não declinaram uma matéria para o árbitro (em tese, o árbitro poderia julgar a matéria, pois trata de direito patrimonial disponível, porém não dispuseram que aquela matéria seria objeto de arbitragem).
Nulidadeda convenção de arbitragem: a nulidade de uma convenção é nulidade de negócio jurídico - os negócios jurídicos podem ser nulos ou anuláveis.
Nulo = nulidade absoluta (falta requisito de validade: agente capaz, objeto lícito, possível, determinável, e forma prescrita em lei art. 104 e 169, CC/02). 
Anulável = arbitragem pactuada com erro ou dolo (falsa apreciação da realidade espontânea ou provocada).
Nulidade absoluta - não convalesce, pois o juiz pode reconhecer de ofício. A sentença é declaratória, com efeito ex tunc. Logo não há prazo para requerer reconhecimento de nulidade absoluta.
Nulidade relativa – convalesce, pois é de interesse particular. O ato anulável desafia sentença constitutiva, com efeito ex nunc. O ato está sujeito à decadência.
PORTANTO:
São coisas institutos totalmente diferentes, que deveriam ter sido tratados separadamente pela lei (art. 32 está errado).
Exemplo: um menor de 15 anos faz convenção de arbitragem sem estar devidamente representado e a outra parte alega o vício absoluto na primeira oportunidade, mas o árbitro entende que não é caso de nulidade. Se esta parte não ajuizar ação anulatória da sentença arbitral em 90 dias no Poder Judiciário (ação tramita pelo procedimento comum ordinário), esta nulidade convalesceria, segundo a lei de arbitragem, haja vista que a parte não respeitou o prazo de propositura da ação anulatória. PORÈM, isto está errado, pois nulidade absoluta não convalesce/ não gera efeitos/ não está sujeita a prazo decadencial ou prescricional!
PODE CAIR NA PROVA:
“Art. 33.  A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a declaração de nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei§ 1o A demanda para a declaração de nulidade da sentença arbitral, parcial ou final, seguirá as regras do procedimento comum, previstas na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), e deverá ser proposta no prazo de até 90 (noventa) dias após o recebimento da notificação da respectiva sentença, parcial ou final, ou da decisão do pedido de esclarecimentos
§ 2o A sentença que julgar procedente o pedido declarará a nulidade da sentença arbitral, nos casos do art. 32, e determinará, se for o caso, que o árbitro ou o tribunal profira nova sentença arbitral
§ 3o A declaração de nulidade da sentença arbitral também poderá ser arguida mediante impugnação, conforme o art. 475-L e seguintes da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), se houver execução judicial.           
§ 4o A parte interessada poderá ingressar em juízo para requerer a prolação de sentença arbitral complementar, se o árbitro não decidir todos os pedidos submetidos à arbitragem”.  
PROBLEMA:
O árbitro tem, em regra, 6 meses para prolatar a sentença arbitral (pode ser convencionado prazo diverso dos 6 meses – art. 12, III). Ultrapassado este prazo sem que o árbitro tenha prolatado sentença, a princípio não há nulidade. A parte que não se conformar com o decurso de prazo tem que notificar o árbitro ou o presidente do tribunal arbitral tem que notificar o árbitro para que prolate a sentença no prazo de 10 dias. 
Caso não prolate a sentença, extingue-se o compromisso. 
Se o árbitro prolatar a sentença depois, esta decisão não é válida. Porém, para que seja considerada nula, a parte necessariamente deve ajuizar a ação anulatória no Poder Judiciário (se a parte não propor ação anulatória, esta sentença que, a princípio, era nula, poderá se tornar válida).
Todavia, para que a parte ajuíze a ação anulatória do art.33 no prazo de 90 dias, ela necessariamente deve notificar o árbitro, pois caso não o faça, sua ação anulatória será extinta sem resolução do mérito (falta de interesse de agir).
É condição especifica da ação anulatória a notificação prévia do árbitro.
Cartas arbitrais
O árbitro não tem poder de executar as decisões que profere. Mas, mesmo assim, pode deferir tutelas de urgência (cautelar ou antecipada). Para executar tutela de urgência deferida pelo árbitro em caráter incidental (no curso de um procedimento arbitral), o árbitro expede carta arbitral, que será distribuída ao Poder Judiciário, para que o juiz execute (tal qual o juiz executaria uma carta precatória). cooperação entre Judiciário e Arbitragem,
Segundo o CPC, a carta precatória está no mesmo patamar que as cartas arbitrais.
OBS: Se houver sigilo no procedimento arbitral, este sigilo também deverá ser respeitado no cumprimento da carta arbitral.
 Exemplos em que são utilizadas as cartas arbitrais:
- Medidas coercitivas (condução coercitiva de testemunha à audiência)
- Oitiva de testemunhas fora da comarca;
- Efetivação de tutela de urgência
- Busca e apreensão de documentos
“Art. 22-C.  O árbitro ou o tribunal arbitral poderá expedir carta arbitral para que o órgão jurisdicional nacional pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato solicitado pelo árbitro.  
Parágrafo único.  No cumprimento da carta arbitral será observado o segredo de justiça, desde que comprovada a confidencialidade estipulada na arbitragem”.
Provas:
Os poderes instrutórios do árbitro são exacerbados. Logo, pode:
- deferir provas que não existem no CPC, como o depoimento técnico e a Discovery. 
- pedir novo depoimento de testemunha que já foi ouvida.
A lei de arbitragem não tem sistema probatório fechado, razão pela qual – buscando a legislação a verdade real – o arbitro pode realizar inumerados tipos de prova.
Discovery:
Análise de documentos da parte contraria, com o objetivo de encontrar algum documento que possa provar a pretensão da parte.
Assim, a parte busca algo que, a priori, nem sabe o que é. É uma analise bem ampla dos documentos da outra parte, porém não pode implicar a quebra do sigilo bancário.
Depoimento técnico:
É o depoimento de terceiro que não é parte, nem perito nem testemunha. É um terceiro especialista no tema.
Exemplo: em colisão de barcos em porto, o árbitro pode determinar que o técnico na condução de navios que trabalhe no porto dê seu depoimento técnico, para auxiliar o arbitro a entender o conflito (entender o nexo de causalidade entre a ação e o dano)
AULA 12
Continuando procedimento arbitral:
Tutela provisória de urgência e de evidência:
Tutela provisória de urgência - substitui as cautelares (garantir resultado eficaz do pedido - instrumento) e as antecipadas (pedir parte da pretensão final, porque é urgente).
Pode ser antecedentes ou incidentais (antes do próprio procedimento principal ou pedido de tutela no curso de um procedimento já instaurado).
Vige o princípio da fungibilidade entre elas – parte pediu uma, mas o juiz entende ser cabível outra e concede a outra (art. 294 e 201, CPC).
Tutela provisória de evidência – não há urgência (periculum in mora). O juiz antecipa parte do evidente, pois há verossimilhança das alegações da parte (evidência do Direito).
Será concedida quando o pedido da parte estiver fundado em:
- prova exclusivamente documental
- recurso repetitivo
- súmula vinculante.
(art. 311, CPC).
Juiz pode conceder tutelas provisórias de evidência e de urgência. E o árbitro?
Lei de arbitragem:
O árbitro pode conceder tutelas provisórias, embora a lei de arbitragem seja lacônica a respeito do tema.
“Art. 22-A.  Antes de instituída a arbitragem, as partes poderão recorrer ao Poder Judiciário para a concessão de medida cautelar ou de urgência
Parágrafo único.  Cessa a eficácia da medida cautelar ou de urgência se a parte interessada não requerer a instituição da arbitragem no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de efetivação da respectiva decisão.          
Art. 22-B.  Instituída a arbitragem, caberá aos árbitros manter, modificar ou revogar a medida cautelar ou de urgência concedida pelo Poder Judiciário.     
Parágrafo único.  Estando já instituída a arbitragem, a medida cautelar ou de urgência será requerida diretamente aos árbitros”.
 Pedido incidental:
Se a tutela

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