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CADERNO DE PROCESSO CIVIL

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CADERNO DE PROCESSO CIVIL – 9º SEMESTRE
Prof. Luis Eduardo Simardi Fernando
Programa:
- normas fundamentais do novo CPC
- novidades quanto às regras de competência
- partes, procuradores e litisconsortes
- intervenção de terceiros
- as tutelas provisórias
- petição inicial e pedido
- defesas do réu
- saneamento do processo
- audiências
- provas
- sentença e coisa julgada
- liquidação de sentença
- cumprimento provisório e definitivo das sentença
- execução do título extrajudicial
- recursos
- incidente de resolução de demanda
- reclamação
PROVAS: com consulta de legislação (aconselhável trazer código que tenha os dois CPC de forma comparativa), individual, com perguntas que abrangem os dois códigos(como era no antigo CPC e como vai ficar no novo CPC).
- setembro - 
- novembro
Aula de reposição: 1º setembro, primeira aula da terça-feira.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
AULA 01:
TÓPICO 01 - Normas fundamentais do novo CPC:
- Normas constitucionais: o código de processo civil deverá ser aplicado nos termos da CF ( Valores e normas fundamentais estabelecidos na CF).
- Iniciativa da parte e impulso oficial: o processo se inicia com a iniciativa da parte (petição inicial com pedido) e depois segue com impulso oficial.  O pedido fixa os limites de atuação do juiz, não pode julgar mais nem menos, devendo apoiar o pedido inteiro.
- Autocomposicao: há nítida valorização da autocomposição. O primeiro ato processual é a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação. Privilegia-se a autocomposicao, por ser mais vantajoso às partes ( forma rápida e efetiva de pacificação social). O poder judiciário deve criar centros judiciários de Solucao consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões de mediação e conciliação. O mediador/conciliador será treinado e remunerado pelo Judiciário. A participação do mediador/ conciliação é obrigatória.
- Solução de controvérsias:
I. Autotutela: solução do conflito através da força do mais forte. Exemplo: se o meu vizinho planta árvore no limite das nossas propriedades e os galhos da árvore invadem meu terreno, posso corta-los sem pedir ao vizinho.
II. Autocomposição: partes, em comum acordo, resolvem o conflito. Pode ocorrer por negociação, conciliação (conciliador se preocupa com a solução do conflito em si), mediação ( mediador se preocupa com o relacionamento das partes, não resolve o conflito, pois através da promoção do diálogo, as partes chegaram por si mesmas à resolução do conflito).
III. Heterocomposição: o resultado é definido por um terceiro. Exemplo: judiciário (juiz) e arbitragem ( árbitro).
- Razoável duração do processo: partes tem direito a um prazo razoável à solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Isto já é um princípio constitucional positivado no artigo 5º, LXXVIII ( emenda constitucional 45/2004).
- Boa fé processual: prevista expressamente no CPC ( artigo 5º). A litigancia de ma fé enseja a aplicação de penas.
- Cooperação: os sujeitos do processo devem cooperar entre si, para que o deslinde da causa ocorra em tempo razoável, de forma justa e efetiva.
- Igualdade de tratamento: as partes são iguais (paridade de tratamento). Quando se fala em igualdade dentro do processo, trata-se de igualdade real, e não formal. Pode ser que uma das partes tenha alguma vantagem processual por ser mais fraca. Exemplo de igualdade real: inversão do ônus da prova em prol do consumidor.
- Respeito ao contraditório: as decisões dos juízes devem ser proferidas sempre após o contraditório. Exceção: tutela de urgência - o contraditório é postergado, mas haverá contraditório.
Mesmo quando se trate de matérias que o juiz pode apreciar de ofício, o juiz deve ouvir as partes previamente. O objetivo é acabar com as ações "surpresa". Exemplo: após a contestação do réu, o autor espera que o juiz vai determinar a produção de provas, a oportunidade de réplica, etc.. Mas, na verdade, o juiz sentenciou, não dando lugar ao contraditório, por entender aplicável algum instituto de ordem pública ( exemplo: decadência, ilegitimidade passiva do réu, etc). Se o juiz perceber uma matéria de ordem pública sobre a qual as partes não se manifestaram, deve abrir para a manifestação das partes. Em outras palavras,  o juiz é obrigado a provocar o contraditório, ainda que se trate de matéria passível de ser decidida de ofício.
- Ordem cronológica: os processos devem ser julgados de acordo com a ordem de entrada na conclusão. Há exceções ( dps vamos ver).
Há muitos juízes insatisfeitos com esta nova regra, pois há magistrados que engavetam processos, por serem difíceis, etc. Entretanto, este dispositivo "engessa" o juiz, pois isso atrapalha a administração do tempo no cartório. Exemplo: se é protocolada uma ação civil pública que demanda muito estudo e, na seqüência, várias ações de despejo muito simples, o juiz está obrigado a sentenciar, em primeiro lugar, a ação civil pública, pois entrou primeiro no cartório, deixando as demais ações paradas.
- Direito intertemporal e novo CPC: a lei processual entra em vigor imediatamente. Aquilo que aconteceu até a véspera da entrada em vigor do novo CPC é regido pelo antigo CPC.  Os atos que ocorrerem após, serão regidos pelo novo CPC. Exemplo: decisão interlocutória proferida 2 dias antes da entrada em vigor do novo CPC. Cabe, segundo o antigo CPC, agravo legal. Entretanto, o novo CPC não prevê o agravo legal.. O que fazer? Cabe o antigo CPC, pois a decisão  que ensejou a interposição do recurso "surgiu" na vigência do antigo CPC.
- Convenção de procedimento: somente para direitos que admitam autocomposicao, há a  possibilidade das partes se acertarem quanto ao procedimento, provas realizadas, etc. É o privilégio da administração do processo pelas partes.
- Procedimento: atualmente, há procedimento comum ( sumário e ordinário) e especial. Como fica no novo CPC? Acaba a distinção entre procedimento sumário e ordinário. Só existe procedimento comum, sem subdivisão.
Não havendo previsão legal de procedimento especial, o procedimento será necessariamente o comum.
AULA 02 
Não teve aula – Vai ter aula de reposição
AULA 03
TÓPICO 01 – Litisconsórcio 
(conceitos de litisconsórcio, classificações de litisconsórcio)
Este tema não muda muito no novo CPC.
I. Princípios que envolvem partes:
Princípio da dualidade: 
Todo processo exige, ao menos, duas partes ( autor e réu). Por eventualidade, ocorrendo a confusão ente estas figuras ( autor se confunde com o réu), isto acarreta a extinção do processo sem a resolução do mérito. Exemplo: uma pessoa jurídica está litigando com outra pessoa jurídica. Por conta de questões societárias ( aquisição, fusão, etc), a pessoa jurídica autora incorpora a pessoa jurídica ré. Com isto, a pessoa jurídica incorporadora assume as obrigações da pessoa jurídica incorporada. Isto leva à confusão entre pessoas jurídicas e, consequentemente, à extinção do feito sem resolução do mérito.
OBS: jurisdição voluntária ( há duas partes interessadas, porém não há a figura de autor e réu, pois as partes não litigam).
Princípio da isonomia/ igualdade: 
A CF ( artigo 5º, I) consagra este princípio, que consiste no tratamento igualitário. O legislador ordinário ( CPC)  incluiu este princípio dentre as regras que devem ser observadas no processo, embora não houvesse necessidade, pois já está positivado na CF.
Trata-se da igualdade real, e não apenas da igualdade formal. É o equilibro entre as partes, o que pode justificar uma vantagem para uma das partes. Exemplo: CDC autoriza, em determinadas situações, a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, com o objetivo de restaurar a isonomia entre as partes (uma parte é hipossuficiente e a outra não).
Exemplo do antigo CPC ( não existe no novo CPC): possibilidade de a mulher ajuizar em seu domicílio ação que visa anular casamento/ divorciar. Isto era inconstitucional face ao princípioda igualdade positivado na CF/88? Não, segundo o STJ, pois a realidade fática é da desigualdade entre homens e mulheres, notadamente em questões de família; logo, o princípio é constitucional, pois a mulher é a parte hipossuficiente na relação familiar e se justifica a vantagem processual que lhe foi dada.
Princípio do contraditório: 
Garante que a partes tenha, sempre que alegado algo pela outra parte, a possibilidade de responder. Para toda a alegação, há a possibilidade de defesa, inclusive em grau recursal.
No novo CPC, há muita preocupação com o contraditório, embora já esteja positivado na CF.
Exemplo 01: desconsideração da personalidade jurídica. Aquele que vai ter sua personalidade jurídica desconsiderada tem a chance de se manifestar antes da determinação judicial que autoriza a desconsideração da personalidade jurídica. Isto não ocorre no antigo CPC, pois nem sempre é dada a oportunidade ao sócio de se manifestar.
Exemplo 02: inovação do Novo CPC. No artigo 10, se estabelece que o juiz, nem em grau recursal, pode decidir matérias que não foram objeto de debate entre as partes (nem as matérias de ordem pública). Antes de decidir matérias de ordem pública, deve provocar a manifestação das partes ( contraditório). Objetivo deste artigo: evitar decisões surpresa.
II. Conceitos de partes:
a) Partes em sentido amplo: juiz, serventuário de justiça, etc.
b) Partes em sentido estrito: autor (quem pede a tutela jurisdicional) e réu (quem se contrapõe à pretensão do autor). Quando houver mais de um autor ou mais de um réu, haverá litisconsórcio (é a pluralidade de partes).
III. Conceito de Litisconsórcio:
É a pluralidade de partes, que pode ser uma faculdade das partes ou uma imposição da lei. 
1) Classificação do litisconsórcio:
Existem quatro formas de classificação:
 Em relação ao polo:
- Litisconsórcio ativo: mais de um autor
- Litisconsórcio passivo: mais de um réu
- Litisconsórcio misto: mais de um autor e mais de um réu
 Em relação ao momento da formação:
- Litisconsórcio inicial: se forma desde a distribuição da petição inicial. Exemplo: autor move ação contra dois réus.
- Litisconsórcio ulterior: se forma após a distribuição da petição inicial. Exemplo: autor move ação contra um réu, mas deveria ter sido obrigatoriamente incluído outro réu no polo passivo além do primeiro réu. O juiz determina, por decisão interlocutória, que o autor inclua o outro réu e de meios para promover a citação deste novo réu. Ou o autor não cumpre ao que o juiz determinou ( pode o juiz, neste caso, extinguir o feito sem resolução do mérito) ou cumpre ( o processo segue normalmente). Pode, ainda, o autor agravar desta decisão, se não concordar com ela.
 Em relação à obrigatoriedade da sua formação:
- Litisconsórcio facultativo: não é obrigatório por lei formar o litisconsorcio. a lei faculta às partes a possibilidade de formar ou não o litisconsorcio). Exemplo: autor vítima de erro médico ajuíza ação contra o médico, contra o hospital e contra o plano de saúde. Não é obrigado a ajuizar contra todos juntos, pois se o erro é do médico, a obrigação legal é de ajuizar contra o médico ( os demais réus foram incluídos porque o autor quis).
- Litisconsórcio necessário: é obrigatório a formação do litisconsórcio, em decorrência da lei ou da natureza da relação jurídica. Não se confunde o litisconsórcio necessário com o unitário. Exemplo da obrigação legal: na usucapião, todos os conflitantes devem ser citados para formar o litisconsórcio facultativo. Exemplo da natureza jurídica da relação: o MP ajuíza ação de anulação de casamento contra marido e mulher. O MP não pode ajuizar somente contra o marido ou contra a mulher, pois não da pra anular o casamento somente para o marido ou somente para a mulher
 Em relação ao resultado do processo:
- Litisconsórcio simples: a decisão pode ser diferente para cada uma das partes. Não significa que a decisão DEVE ser diferente, apenas que PODE ser diferente. Exemplo: o exemplo acima do erro médico. O juiz pode condenar o médico, pelo erro, mas inocentar o hospital e o plano de saúde, pois não concorreram para o erro do qual foi vítima o autor.
- Litisconsórcio unitário: a decisão NECESSARIAMENTE será igual para todos aqueles que estão no mesmo polo da relação ( réus ou autores). Exemplo: o exemplo acima da anulação do casamento.
IV. Comentários sobre os litisconsórcios:
 Artigo 46: quando pode ser formado o litisconsórcio facultativo?
- Litisconsórcio facultativo unitário: dois amigos tem uma fazenda, sob a forma de composse (os dois possuem juntos a posse da fazenda). Se um esbulhador invadir a fazenda, qualquer um dos possuidores pode defender a posse (qualquer um dos amigos pode, sozinho, ajuizar ação de reintegração de posse). Entretanto, se os dois moverem a ação juntos, o resultado da reintegração de posse deverá ser necessariamente igual para todos.
- O litisconsórcio ativo facultativo só pode ser inicial: ou os autores formam o litisconsórcio no começo da ação ou não da mais. Exemplo: dois amigos podem mover uma ação em litisconsórcio ativo, mas decidem fazer separados. Um amigo propõe antes do outro e a ação é distribuído para a vara X ( conhecida por possuir um juiz que da boas decisões às partes autoras). O outro amigo pode "se juntar" ao amigo que já distribuiu a ação? NÃO! Isto viola o princípio do juiz natural ( as partes não podem escolher o juiz).
- O que justifica a formação do litisconsórcio facultativo é a economia processual ( evita que muitas pessoas interponham ações, reunindo-as em um mesmo processo). Se o litisconsórcio for muito amplo (muitos autores ou muitos réus) e atrapalhar o andamento do processo OU atrapalhar o direito de defesa, haverá a caracterização do litisconsórcio multitudinário. Neste caso, o juiz pode desmembrar a ação. Isto só ocorre porque o litisconsórcio é FACULTATIVO. Se fosse necessário, não caberia o desmembramento. Exemplo 01: ação de usucapião, ainda que tenha 1.500 pessoas no polo ativo, não pode ser desmembrada. 
Exemplo 02: 1.500 funcionários da prefeitura ajuízam ação contra prefeitura contra um ato que reduziu os rendimentos por eles auferidos. Cada funcionário tem uma particularidade quanto ao salários, logo não é razoável que a prefeitura responda, no mesmo prazo, a ação, devendo contestar especificamente a situação de cada um dos autores.
- O litisconsórcio necessário deve obrigatoriamente conter mais de uma pessoa em um dos polos da ação.
ATENÇÃO : A consequência da não formação do litisconsórcio necessário, de acordo com o antigo CPC X novo CPC.
Antigo CPC:
Se o processo chega até o final ( sentença transitado em julgado) sem que tenha havido a correta formação do polo ( era caso de litisconsórcio necessário, mas ninguém percebeu isso). Há duas correntes:
- corrente do Candido Rangel Dinamarco. Haverá a nulidade da sentença. A decisão que julgou só em relação a um réu, porque o litisconsórcio não se formou, é passível de ajuizamento de rescisória (desconstituir decisão transitada em julgado).
- corrente da Thereza Arruda Alvim. O polo passivo não está formado (a relação processual não se formou), logo o processo é juridicamente inexistente. Portanto, não cabe ação rescisória, porque nunca se formou rescisória.  O que cabe é ação declaratória de inexistência de sentença.
Os tribunais vão seguir o princípio da fungibilidade ( o que a parte ajuizar - ação declaratória ou rescisória- está valendo).
Novo CPC:
No novo CPC, na hipótese de litisconsórcio necessário, se a decisão tivesse que ser igual para todos ( litisconsórcio unitário e necessário), a consequência é a nulidade da sentença. Entretanto, se o litisconsórcio necessário era simples ( não tinha que ser a mesma decisão para os dois litisconsortes, caso se tivesse formado o litisconsórcio), a consequência é que para o litisconsorte que integrou o processo a decisão é válida. Para o outro litisconsorte que não foi inserido no polo da relação, o autor deverá mover outra ação ( a decisão quefoi proferida para o outro não vale para este litisconsorte).
AULA 04 - REPOSIÇÃO
TÓPICO 01 - Competências:
(absoluta x relativa, internacional concorrente x internacional privativa)
Competência absoluta:
São regras instituídas no interesse do judiciário.
Podem ser classificadas da seguinte maneira:
- em razão da matéria
(Pegar com alguém, cheguei atrasada)
- competência funcional
Competência funcional: é competência absoluta relacionada à função do juiz ou do órgão jurisdicional. Exemplo: o juiz que encerra a instrução é competente para julgar a causa.
A competência funcional pode se dar em relação aos graus de jurisdição. A depender da pessoa do réu, a ação deve ser ajuizada diretamente no Tribunal.
1. 	Quem pode alegar a incompetência absoluta?
Qualquer pessoa.
Incompetência absoluta e trânsito em julgado?
Nem mesmo após a prolação da sentença, com o trânsito em julgado, esse vício se sana. Logo, é possível ajuizar ação rescisória, no prazo de dois anos do trânsito em julgado.
Onde alegar a incompetência absoluta? 
Na preliminar de contestação (no velho e no novo CPC).  Cabe ao réu, uma vez citado para contestar, alegar na preliminar a existência de incompetência absoluta.
Mas, como é vício que não se sana, o réu pode peticionar a qualquer momento (prevalece o vício durante todo o curso do processo).
A forma correta de se alegar é na preliminar de contestação. Mas, caso não seja feito neste momento, pode ser feito depois.
Diferença do novo CPC X Velho CPC efeitos do reconhecimento da incompetência absoluta
A consequência do reconhecimento da incompetência absoluta?
Hoje --> nulidade dos atos decisórios
No novo CPC --> a decisão proferida por juiz absolutamente incompetência conserva seus efeitos, até que outra seja progrida pelo juiz incompetente.
 Competência relativa:
A incompetência relativa é vício menos grave.
São regras instituídas no interesse de uma das partes.
São competências relativas:
- competência em razão do valor
- competência territorial
Por que a incompetência relativa é vício menos grave? Porque são fixadas no interesse das partes. A incompetência relativa se prorroga ( se convalida, se não alegada em momento oportuno).
1) Quem pode alegar?
Não é qualquer um. O autor não pode alegar (pois já escolheu a competência territorial quando ajuizou a ação - não pode se beneficiar da própria torpeza, pois não pode arguir vício criado pela própria parte). Só o réu pode alegar, pois só ele está sendo prejudicado.
2) Onde alegar?
- Velho CPC deve ser alegada via exceção de incompetência. É peça separada da contestação, que deve ser apresentada no prazo da defesa. Se a exceção não for apresentada no prazo da defesa, a competência do juiz se prorroga.
Uma vez apresentada a exceção de competência, isso é objeto de contraditório, é apreciado pelo juiz e caso acolhido, o juiz remete os autos ao juízo competente.
O que acontece com os atos decisórios já proferidos pelo juiz incompetente?? os atos decisórios tem validade, até que os autos vão para o novo juízo competente. O novo juízo competente pode revogar ou conservar os atos providos.
- Novo CPC a incompetência vai ser alegada na preliminar de contestação ( tanto a absoluta quanto a relativa).
A competência relativa não pode ser conhecida de ofício nem pode ser alegada em qualquer momento. O réu deve alegar no prazo da contestação, caso contrário o juiz fica competente.
O que acontece com os atos decisórios já proferidos? Tanto faz se a competência é absoluta ou relativa, os atos judiciais já proferidos prevaleçem, até que o novo juiz sobre eles se manifeste ( pode corroborar os atos ou anula-los). No novo CPC, não há nulidade automática dos atos proferidos por juiz incompetente.
-------
Explicando melhor as competências relativas:
Competência territorial:
É a competência de foro. É modalidade de competência relativa. 
Qual é o foro geral/comum? 
No domicílio do réu. Trata-se de competência territorial.
Logo, está regra foi instituída no interesse do réu ( facilitar a sua defesa).
Se as regras são instituídas no interesse das partes, não podem ser conhecidas de ofício ( salvo duas  exceções --> relação de consumo e contratos de adesão)
Súmula 33, STJ: a incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.
Quando não se aplica o foro geral? Nas exceções previstas no CPC. 
1) Exceções 
a) contrato de adesão e relações de consumo:
- Velho CPC:
Em se tratando de contrato de adesão, o CPC velho diz que o juiz pode desconsiderar a cláusula de eleição de foro, se foi instituída para prejudicar a parte mais fraca.
Em se tratando de relação de consumo, os juízes também entendem da mesma maneira. Havendo foro de eleição prejudicial ao consumidor, o juiz pode atuar de ofício. Por que? Leva em conta o artigo 1º, do CDC ( a lei do CDC é de ordem pública). Ora, se o CDC é norma de ordem pública, pode ser aplicada de ofício. Logo, se o juiz entender que a cláusula de foro é abusiva, pode afasta-la de ofício.
- Novo CPC:
Maior amplitude para o juiz atuar de ofício quando há cláusula de eleição de foro ( competência territorial, que é relativa).
Quando o juiz verificar que a cláusula é abusiva, pode agir de ofício!
 O novo CPC autoriza que o juiz atue de ofício, sem condicionar que o contrato seja de adesão ou relação de consumo. Logo, o juiz pode atuar de ofício para afastar cláusula de eleição de foro TODA vez que entender que a cláusula é abusiva ( não precisa ser mais só nos contratos de adesão ou no CDC)
b) União, Estados, DF
O novo CPC trata da maneira clara algo que não está bem resolvido no velho CPC.
Quando a união/ estados/ DF for parte na relação processual, a ação deverá ser ajuizada no foro da parte contrária. Se o residente em São Paulo ajuizar ação contra a união, deverá ser ajuizada em SP.
O foro competente para causas que envolvam União, Estados, DF é o da parte contrária
c) Separação, anulação de casamento e divórcio:
No antigo CPC, o foro competente é o da mulher.  Isto não é inconstitucional, pois a diferença entre homens e mulheres ainda existe ( a mulher, na relação de família, normalmente é a parte hipossuficiente). Há em benefício da mulher uma presunção de que ela é a parte mais fraca, logo o réu ( ex marido) pode provar que isso não é verdade no caso concreto. O homem pode apresentar exceção de incompetência, para que a ação seja ajuizada no domicílio do homem.
No novo CPC, não há mais o foro privilegiado da mulher.  o foro é estabelecido de acordo com os seguintes critérios:
- do domicílio do guardião do filho incapaz ( 1ª regra: quem fica com a guarda)
- do ultimo do casal, caso não haja filho incapaz (2º regra: casal sem filho incapaz, não aplica a primeira regra, mas está segunda regra. Nesta regra, o foro competente é o do domicílio antigo do casal, se alguma das partes ainda residir la)
- do domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal (3º regra: se não ocorrer nenhum das hipóteses anteriores, aplica-se a terceira regra).
Nota-se que não, há em nenhuma regra do Novo CPC ( em observância à igualdade da CF), privilégios à mulher.
d) competência da Justiça Federal:
Quando ocorre o ingresso da união, a competência passa a ser da Justiça Federal. Hoje em dia, o juiz Ju estadual não pode nem decidir se o pedido de ingresso da união é ou não cabível, tem que remeter direto para o juízo federal. La, o juiz federal analisa se o ingresso é ou não correto. Se estiver correto, os autos seguem na federal. Se não estiver correto, remete de volta pra justiça estadual.
Súmula 150 do STJ: compete à JF decidir se há interesse federal.
Novo CPC : se a união intervir, vai direto pra justiça serão. Cristaliza o teor da súmula 150, do STJ.
2) Prorrogação da competência:
Só ocorre na competência relativa, pois a competência absoluta nunca prorroga.
A prorrogação pode ser legal ou voluntária:
(i) legal:
- conexão ( causa conexa = mesmo pedido ou causa de pedir)
- continência(uma ação que tem pedido mais amplo, que abrange outra ação)
- ausência de oposição de exceção ( se o réu não apresenta a exceção no prazo, o juízo vira competente)
Reunião de ações conexas e em continência, para das mais eficiência à atividade jurisdicional.
(ii) voluntária:
- cláusula de eleição de foro ( nunca podem escolher o foro dentro a comarca. Exemplo: "foro central de São Paulo").
- prorrogação por vontade unilateral do autor ( autor abre mão de vantagem em benéfico do réu, sendo que o réu não tem mais interesse jurídico para contestar a ação do autor). Exemplo: mulher que que ajuíza ação de divórcio no foro do ex marido ( ela tem privilégio de foro, mas renunciou).
3) Prevenção:
Quando há mais de um juízo que possa ter competência sobre a causa, deve-se definir qual é o competente, através da prevenção.
Antigo CPC -> 106,107 e 219.
Isso ocorre muito nas ações conexas ( se as ações devem ser reunidas, em qual juízo vão ficar?)
Qual é o juízo prevento?
1º regra: quando se trata de juízes da mesma competência territorial, prevento é o que despachou em primeiro lugar. O STJ entende que o despacho tem que ser uma citação válida ( despacho citatorio válido).
2º regra: juízes de competência territorial diferentes ( uma ação em São Paulo e outra em campinas), a definição do prevento é do juízo que realizou a primeira citação ( não basta o despacho citatorio, tem que ter citado mesmo).
Novo CPC --> padronizou a regra
Artigo 58: a reunião das ações propostas em separado se fará no juízo prevento. Quem será o juízo prevento ? Com o registro ou com a distribuição da petição inicial. Registro --> comarca de vara única. Distribuição --> comarca com vários juízos.
Competência internacional
- Velho CPC ( artigos 88 e 89).
O artigo 88 trata de competência internacional concorrente não exclusiva. O juiz brasileiro é competente para julgar a demanda, quando o réu qualquer que seja sua nacionalidade será residente no Brasil ( o fato do Brasil ser competente não afasta a competência eventual de juízo estrangeiro).
O artigo 89 trata de hipóteses de competência exclusiva do juiz brasileiro. Nestes casos, o Brasil não aceita sentença estrangeira.
Para homologar sentença estrangeira no Brasil a competência é do STJ.
- Novo CPC: ( artigos 21 a 23)
Artigo 21. Competência internacional concorrente.
Artigo 22. Amplia a competência internacional concorrente
Artigo 23. Trata da competência privativa do juízo brasileiro.
1) Litispendência internacional
Não existe litispendência internacional: o fato de uma pessoa ter ajudado uma ação no Brasil, não impede que exista uma ação idêntica fora do Brasil.
O STJ vai homologar a sentença estrangeira? Depende.
Se a decisão da justiça estrangeira termina primeiro, transitando em julgado antes da decisão brasileira, o STJ homologa, porque não há coisa julgada.
Quando o STJ homologa, a ação brasileira deve ser extinta sem o julgamento do mérito, pois já existe coisa julgada sobre a matéria idêntica.
Se a decisão brasileira transita em julgado primeiro, a decisão estrangeira não será homologada pelo STJ, pois já há coisa julgada brasileira.
Novo CPC --> artigo 24.
AULA 05 
TÓPICO 01: Intervenção de Terceiros
Modalidades de Intervenção de Terceiros previstas no CPC/73:
- Oposição
- Nomeação à autoria
- Denunciaremos da lide
- Chamamento ao processo
1) Oposição:
Ação de terceiro contra autor e réu ( litisconsorcio passivo necessário)
2) Nomeação à autoria:
Forma de correção do polo passivo. O réu é citado, mas é somente detentor da coisa. O réu faz a nomeação à autoria ( avisa que só detêm a coisa e nomeia o verdadeiro possuidor/proprietário da coisa)
3) Denunciação da lide:
Acerto quanto ao direito de regresso, dentro da mesma relação processual. O denunciado assume a posição de litisconsorte na ação.
4) Chamamento ao processo:
Réu, por ser apenas um dos corresponsáveis, chama os demais para o polo passivo. Os outros réus viram litisconsortes do primeiro réu.
b) Entendendo as escolhas do legislador:
No antigo CPC, o legislador chamou de intervenção de terceiros os institutos que o terceiro, ao intervir, passa a ser parte, isto é, o terceiro deixa de ser terceiro e vira parte.
O legislador deixou de fora, das 4 modalidades de intervenção de terceiros, a assistência. Isto é objeto de crítica, pois a assistência é vista como a forma mais típica de intervenção de terceiros ( o assistente, quando ingressa na lide, continua sendo terceiro, e não parte).
No CPC/2015, está opção muda, pois a assistência entra dentro do capítulo de intervenção de terceiros.
c) Princípio que rege as intervenções:
Princípio da eficiência:
Justifica as intervenções de terceiros, pois visa a produzir o máximo de eficiência de resultados, com o mínimo de esforço.
d) Interesse jurídico:
O terceiro, para poder intervir (provocado ou espontaneamente),precisa ter interesse jurídico na demanda discutida. O interesse jurídico não se confunde com interesse econômico.
e) Classificação das intervenções de terceiros:
1) espontânea:
Ocorre na oposição e na assistência.
Próprio terceiro que resolve ingressar na relação processual.
	CPC/73
	CPC/2015
	Assistência (já existe, mas não está localizada no capítulo de intervenção de terceiros, embora sua natureza seja de intervenção de terceiros)
	Assistência
	Oposição
	Denunciação da lide
	Nomeação à autoria
	Chamamento ao Processo
	Denunciação da lide
	Desconsideração da personalidade jurídica
	Chamamento ao processo 
	Amicus Curiae
Na assistência, o assistente ingressa para ajudar uma das partes a conseguir um resultado melhor.
2) provocada:
Ocorre na nomeação à autoria, na denunciação da lide e no chamamento ao processo.
Na denunciação da lide, o terceiro (denunciado) íntegra a relação processual porque é citado para contestar.
QUADRO COMPARATIVO:
PORTANTO: 
Desaparece no CPC/2015:
- OPOSIÇÃO:
Deixa de ser modalidade de intervenção de terceiros. O novo CPC definiu como ação de rito especial.
- NOMEAÇÃO À AUTORIA:
some porque o legislador novo cria método mais fácil de correção do polo passivo, o réu, ao contestar, em preliminar, ao alegar a ilegítimade passiva dele, deve indicar quem é o legitimado para figurar no polo passivo. Se o autor concorda com a pessoa indicada, o autor emenda a inicial e cita-se o novo réu indicado.
Cria-se no CPC/2015:
- DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Criou-se, em virtude da valorização do contraditório no novo CPC. Hoje, muitas vezes, a desconsideração da personalidade jurídica é determinada sem que o sócio tenha sido previamente citado e sem que tenha tido oportunidade de se defender.
no novo CPC, o sócio é citado, oferece resposta e dai o juiz decide.
- AMICUS CURIAE
É novidade como instituto de intervenção de terceiros, embora já existisse no antigo CPC ( na ação direta de inconstitucionalidade, já se prévia a presença do amicus curiae - pessoas especializadas que podem contribuir com o julgamento do processo)
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Estudando as modalidades de intervenção de terceiros:
ASSISTÊNCIA:
- CPC/2015:
Pendendo causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado poderá intervir, para ajudar uma das partes a obter um resultado melhor.
A assistência é admitida em qualquer procedimento e em qualquer grau de jurisdição, desde que não tenha ocorrido o trânsito em julgado.
O terceiro recebe o processo nos termos em que se encontra ( não volta o processo só porque o assistente ingressou na lide).
O assistente deve ter interesse jurídico, não bastante o interesse econômico.
Exemplo de interesse jurídico:
Ação de despejo  ajuizada do locador contra o locatário.
O locatário tinha sublocado o imóvel a um terceiro,
Nota-se que há dois contratos ( um de locação e outro de sublocação).
O locador ajuíza a ação somente contra o locatário, pois é com ele que mantém relação jurídica.
Se a locação é rescindida através da ação de despejo,isso implicana rescisão do contrato de sublocação.
O sublocatário tem interesse em ingressar como assistente do locatário, pois a relação que tem com o locatário vai ser atingida pelo resultado da ação de despejo. Por isto, pode ser assistente.
Exemplo de interesse econômico:
João tem crédito pequeno contra Manuel.
Joaquim tem crédito alto contra Manuel.
Se Joaquim ingressa contra Manuel, pedindo o dinheiro, o João não pode ingressar como assistente de Manuel ( objetivo é ajudar Manuel a não pagar o crédito de Joaquim, pois se pagar não terá mais dinheiro para pagar a dívida que Manuel tem com João).
João não tem interesse jurídico, meramente econômico. Logo, não pode intervir como assistente de Manuel na ação que foi proposta por Joaquim contra ele,
Pedido de intervenção:
Com base no CPC/2015
Não havendo impugnação no prazo de 15 dias, o pedido de assistência será deferido.
Quando o terceiro faz pedido de assistência, o juiz já faz um primeiro juízo de cabimento sobre o pedido, podendo rejeitar de cara ou não (rejeição liminar). Desta decisão liminar, o terceiro interessado pode agravar, mas isso não suspenderá o processo, salvo se ele conseguir no agravo o deferimento do efeito ativo.
Se o juiz achar que o pedido é viável, da oportunidade de que as partes se manifestem sobre o pedido. Após, o juiz decidirá.
Modalidades de assistência:
1) assistência simples:
Intervém como assistente porque a relação que ele tem com o assistido pode ser atingido pela decisão a ser proferida no processo. O assistente não tem relação com a parte contrária.
2) assistência litisconsorcial:
Aquilo que é discutido na demanda pertencem também ao assistente, além de pertencer ao assistido.
Exemplo:
O mesmo exemplo dos amigos que possuem, juntos, uma chácara.
O amigo A verifica que alguém D invadiu a área, tirando a posse deles.  Os três amigos precisam ajuizar ação de reintegração de posse, sendo que qualquer um dos amigos pode ajuizar a ação, para defender o interesse de todos os amigos,
O A ajuizou a ação de reintegração de posse sozinho, contra o esbulhados D.
Os 3 amigos poderiam ter entrado juntos, mas A preferiu entrar sozinhos.
Os dois outros amigos B e C também querem participar da ação, pois tem interesse jurídico no resultado. Logo, pode, pedir o ingresso deles como assistente de A.
Eles são assistentes litisconsorciais, pois o bem em discussão também pertence a eles. Está hipótese é de um litisconsórcio ativo facultativo unitário.
Como verificar se o assistente é simples ou litisconsórcio?
Esse assistente poderia ser parte da demanda desde o começo (tem legitimidade para figurar em um dos polos da demanda)? Se a resposta for positiva, é porque é um assistente litisconsorcial.
Se a resposta é negativa, o assistente é simples.
Qual é a repercussão (efeito) de ser uma assistência simples ou litisconsorcial?
O assistente simples está sujeito à vontade do assistido. Só pode agir na omissão do assistido ou segundo as ordens do assistido.
O assistente litisconsorcial tem ampla margem de atuação, não estando sujeito ao assistido. Isto porque tem interesse no bem discutido, na medida em que o bem também lhe pertence.
Exemplo: o juiz da prazo para produzir provas, mas o assistido diz que quer o julgamento imediato da lide, sem a produção de provas. Neste caso, o assistente simples nada pode fazer ( não pode fazer prova). O assistente litisconsorcial pode fazer prova, independemente da vontade do assistido.
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2) DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Modalidade de intervenção de terceiros que visa a buscar direito de ação de regresso.
A denunciação da lide, no novo CPC, não é obrigatória, mas facultativa. A denunciação da lide é admissível, e não necessária. Isto porque a jurisprudência e a doutrina já vinham entendendo desta maneira, à revelia do que dispunha o antigo CPC.
Há um pedido do autor contra o réu e se o réu/autor fizer a denunciação, haverá novo pedido, entre o denunciante e o denunciado.
Exemplo: ação indenizatória por danos causados em colisão de veículos.
Vítima ajuíza ação em face da pessoa que causou o acidente. Quem causou o acidente denúncia à lide a seguradora, pois tem seguro.
Haverá dois pedidos: o autor busca indenização do réu e o réu busca indenização da seguradora.
Novo CPC X Velho CPC:
Antes era obrigatória a denunciação da lide em três hipóteses, o que indicaria que perderia o réu o direito de regresso, caso não realizasse a denunciação.
Mas, a doutrina e a júris já tinham afastado a obrigatoriedade da denunciação em duas hipóteses, restando somente uma como obrigatória ( Evicção).
--> evicção: pessoa compra bem e a coisa está evicta, quem comprou tem direito de regresso contra quem vendeu. Se quem vendeu tinha comprado de um terceiro, está obrigado a denunciar o terceiro à lide.
Esta hipótese é obrigatória, pois só nessa hipótese há fundamento no direito material ( artigo 456, CC/02). Existe regra no direito civil dizendo que o réu ou notifica o alienante ou perde o direito de regresso.
No novo CPC, trata-se de faculdade. Caso a parte faça a denunciação, mas o juiz indeferir, pode a parte ajuizar ação autônoma, pleiteando a indenização.
Isto ocorre mesmo no caso de evicção, pois a redação do artigo 456 determina que a denunciação se dará de acordo com as leis processuais.
- Denunciação sucessiva:
É admitida expressamente no novo CPC. O antigo CPC era omisso quanto à admissibilidade da denunciação sucessiva.
O autor ajuíza ação contra o réu é o réu faz a denunciação contra a seguradora. Se a seguradora tem direito de regresso, pode denunciar à lide este terceiro.
O denunciado denúncia outra pessoa.
O novo CPC só admite uma denunciação sucessiva. A seguradora, portanto, só pode denunciar um terceiro, sendo que se este terceiro tem direito de regresso em face de outra pessoa, não pode denunciar, neste relação processual, está outra pessoa.
Momento de apresentar a denunciação da lide:
Autor --> inicial
Réu --> contestação.
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 Se procedente o pedido da ação principal, pode o autor requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado.
Antigamente, Criava-se, com a sentença, dois títulos:
Do autor contra o réu.
Do réu contra a seguradora.
Não existe relação processual direta da seguradora com o autor.
Diante deste entendimento, o juiz não pode condenar a seguradora a pagar o autor.
Mas, isso pode gerar injustiça no caso concreto.
Exemplo: corsinha batendo em uma Ferrari.
O dono do corsa foi condenado a pagar o valor da Ferrari. Mas, sendo ele pobre, não vai ser solvente para pagar a ferraria. Logo, a seguradora não desembolsaria nada, pois não tem o que reembolsar ao dono do corsa.
No novo CPC, estabeleceu-se que o autor pode executar diretamente o denunciado, nos limites da condenação.
Logo, o dono da Ferrari pode executar diretamente a seguradora, no limite da condenação.
Da-se um "salto".
Está ideia está de acordo com a ideia de que o denunciado assume a posição de litisconsorte do denunciante ( posição do CPC)
Critica da doutrina: o denunciado não é litisconsorte, mas assistente do denunciante, logo, não pode ser executado diretamente.
AULA 06
TÓPICO: Petição Inicial
O Poder Judiciário é inerte e só pode exercer sua função jurisdicional se provocado pelos jurisdicionados. A forma de movimentar o Judiciário é através da petição inicial, que deve preencher todos os requisitos necessários para ser válida e conseguir provocar o Judiciário.
O Poder Judiciário vai julgar a lide nos termos dos limites do pedido do autor, pois se assim não o fizer, haverá uma sentença com vícios.
 Sentença ultra petita: juiz vai além do pedido do autor, concedendo uma tutela jurisdicional que abrange mais do que fora pleiteado.
 Sentença extra petita: juiz concede provimento jurisdicional diferente daquilo que foi pedido pelo autor. A sentença é “estranha” ao pedido e aos fundamentos do pedido.
 Sentença infra petita: juiz deixa de analisar parte do pedido, sendo que a tutela jurisdicional fica aquém daquilo quefoi pleiteado.
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL:
 Não muda muita coisa no NCPC.
CPC/73:
O CPC/73 traz um rol dos requisitos da petição inicial no artigo 282, que deve ser conjugado com a leitura do artigo 39, do CPC/73.
É somente a inicial que preenche todos os requisitos do artigo 282 que estará apta a movimentar o Judiciário (obtenção da tutela jurisdicional).
OBS: o requisito mais importante é o pedido, já que o juiz julgará a lide nos limites do pedido (o pedido delimita a atuação jurisdicional).
“Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria: I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço em que receberá intimação; II - comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço”.
“Art. 282. A petição inicial indicará: I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido, com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - o requerimento para a citação do réu”.
NCPC:
O art. 319 estabelece o rol dos requisitos da inicial, tal qual o art. 282 o fez no CPC/73. Na verdade, o artigo 319 praticamente repete o artigo 282 (poucas alterações são feitas).
“Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação”.
A mudança mais relevante é o inciso VII, segundo o qual o autor deve, já na petição inicial, indicar se tem interesse ou não na realização da audiência de conciliação ou de mediação (audiência inicial). 
REGRA: realização desta audiência inicial de conciliação e mediação. 
EXCEÇÂO: a audiência inicial só não se realizará em duas hipóteses, quais sejam:
(i) se o direito não admite transação (exemplo: direitos indisponíveis – personalidade civil – imagem, voz, etc).
(ii) se as duas partes (autor, na inicial, e réu, em petição apartada) declararem que não querem a audiência inicial.
 Documentos indispensáveis à propositura da inicial:
Tanto no CPC/73 (art. 283) quanto no NCPC (art. 320) há a determinação de que a inicial deverá ser instruída com os documentos indispensáveis à propositura da inicial. Estes são os documentos obrigatórios sem os quais o Judiciário não consegue apreciar o pedido.
Exemplo: em uma ação de despejo, se o autor não juntar o contrato de locação, o juiz não conseguirá analisar se é ou não devido o despejo do locatário do imóvel do autor.
OBS: Além dos documentos indispensáveis, todos os documentos que servirem para provar a veracidade dos fatos alegados deverão ser juntados já na petição inicial. Isto ocorre porque a fase instrutório é a fase na qual todas as provas serão realizadas, ressalvada a prova documental, que deve ser realizada na inicial (para o autor) e na contestação (para o réu). Documento posterior só é juntado se for novo ou para contrapor direito alegado pela outra parte. PORTANTO, o CPC quer evitar que a parte fique “guardando” documentos ao longo do processo e juntando-os aos poucos, com o objetivo de surpreender a parte contrária.
PEDIDO
Tanto o CPC/73 quanto o NCPC exigem que o pedido deva ser certo E determinado.
OBS: há uma impropriedade legislativa, pois a redação do artigo é “pedido certo ou determinado”, quando na verdade deveria ser “pedido certo e determinado’
 PEDIDO CERTO: estabelece, de maneira clara, a extensão, a qualidade e a quantidade daquilo que se pede.
 PEDIDO DETERMINADO: especifica o bem da vida que se pretende.
A exigência do pedido certo e determinado não muda no NCPC (o pedido também deve ser certo e determinado).
Porém, há situações que excepcionam a regra geral.
REGRA: pedido certo e determinado.
EXCEÇÂO: pedido genérico (ilíquido), que não é certo nem determinado.
Hipóteses nas quais o pedido pode ser ilíquido (tanto no CPC/73 quanto no NCPC):
 Ações universais, se não puder o autor individualizar os bens.
Exemplo: Y é herdeiro preterido de X cujo patrimônio é muito grande e já foi distribuído no inventário/partilha sem a participação de Y. Y pretende requerer a sua cota parte, porém não faz ideia do valor da sua parte, pois não sabe a extensão do patrimônio de X tampouco como ele foi dividido. Se Y ajuizar ação para requerer seus bens, está será uma ação universal, porque a pretensão versa sobre universalidade de bens (patrimônio de X).
Quando não for possível determinar na propositura as consequências do ato ilícito.
Exemplo: na inicial da ação indenizatória em decorrência de uma colisão de veículos, é possível que o autor não saiba precisar o valor da indenização no momento da inicial, porque é necessário fazer perícia no automóvel antes para verificar qual a extensão do dano.
Quando a apuração do valor da condenação depender de ato praticado pelo réu.
Exemplo: ação de prestação de contas. Quando uma parte deve prestar contas à outra, aquele a quem deve ser apresentada a conta pode ajuizar a ação. Enquanto não vem a informação do réu sobre as contas, o autor não pode precisar o crédito/ valor que lhe é devido.
 Como saber se o autor pode ou não fazer pedido ilíquido/líquido?
Se o autor já tem condições de saber, na propositura da demanda, o valor do pedido, deverá fazer um pedido líquido.
Sentença ilíquida:
CPC/73:
Art. 459, § único: quando for feito pedido ilíquido, o juiz não pode proferir sentença ilíquida.
Art. 459. O juiz proferirá a sentença, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor. Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito, o juiz decidirá em forma concisa. Parágrafo único. Quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida.
Exemplo: ação de indenização por danos materiais, pedindo 10 mil reais. O juiz não pode condenar o réu a pagar valor a ser apurado em liquidação de sentença, porque o pedido foi líquido (R$ 10.000,00)
A regra do art. 459, do CPC/73 é muito desprestigiada pela jurisprudência (muito pelo STJ), tanto que não foi repetido no NCPC.
O STJ enfraqueceu a regra do artigo 459, por dois motivos – aplicação do princípio do livre convencimento motivado do juiz + Súmula 318, do STJ. 
O STJ entende que o princípio do livre convencimento motivado do juiz permite que o juiz profira sentença ilíquida quando há pedido líquido, se estiver convencido de que a sentença não pode ser líquida (não tem elementos para já estipular o valor da condenação). Não está obrigado o juiz, se não tiver elementos suficientes para fixar o valor da indenização, a proferir uma sentença já com o valor. Às vezes o juiz está convencido de que o réu deve pagar indenização, mas não sabe ainda quanto.
 Qual é a lógica da regra do art. 459?
Por que existe esta vedação à sentença ilíquida quando o pedido é líquido? 
Foi colocado na lei em benefício do autor, pois se o autor já pede valor certo, caberia ao juiz sentenciar já com o valor da condenação, para que se possa constituir rápido um título executivo judicial. Se o juiz não coloca o valor da condenação, não se forma desde logo o titulo executivo, pois deve se passar pela fase de liquidação de sentença. 
Já que a regra é em benefício do autor, somente ele pode recorrer da sentença ilíquida, de acordo com a Súmula 318, STJ.
Súmula 318, STJ: Sentença. Pedido certo e determinado. Sentença ilíquida. Vício somente alegável pelo autor. CPC, art. 459, parágrafo único. “Formulado pedido certo e determinado, somente o autor teminteresse recursal em arguir o vício da sentença ilíquida”.
NCPC:
No NCPC não previsão semelhante à do artigo 459, CPC. 
Porém, sobre este tema, surgiu a seguinte dúvida:
Se eu faço pedido ilíquido (indenização a ser apurada), poderá o juiz, diante do pedido, proferir desde já uma sentença líquida, quantificando desde logo o valor da condenação?
No passado, os doutrinadores entendiam que não, pois viola o contraditório (o réu não teria a oportunidade de discutir valores, pois nem sabe o valor a ser condenado). Não prevaleceu está doutrina, porque:
A sentença líquida é sempre a desejável (o processo corre mais rápido, pois pula a fase de liquidação);
Se o juiz encontrou elementos para fixar o valor, ele só encontrou porque vieram aos autos provas na fase instrutória. Logo, não há violação ao contraditório, pois nesta fase o réu participa e pode contestar as provas realizadas pelo autor.
Porém, não foi este entendimento que prevaleceu. A doutrina entende maioritariamente que se o juiz tiver elementos para proferir sentença líquida, ainda que o pedido seja ilíquido, ele proferirá sentença líquida.
Seguindo este entendimento doutrinário, o NCPC dispôs, no artigo 491:
Art. 491.  Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
§ 2o O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.
Sempre que possível, a sentença será líquida. Mas não é obrigatório que, diante de pedido líquido, a sentença deva ser líquida (não existe mais a vedação do artigo 459, do CPC/73). Trata-se de uma recomendação de liquidez na sentença. 
Pedidos implícitos
Sempre que o autor pede tutela jurisdicional, deve explicitar (indicar com precisão) qual o objeto da tutela judicial.
REGRA: pedido explícito
EXCEÇÂO: pedido implícito.
Hipóteses nas quais é possível fazer pedido implícito (tanto no CPC/73 quanto no NCPC):
Prestações periódicas:
São prestações vincendas que se incluem no pedido, ainda que não haja requerimento expresso. Exemplo: o autor da ação de cobrança não pede expressamente as prestações futuras, somente as vencidas. O juiz, na condenação, vai incluir as prestações futuras (vincendas). Se o juiz não fizesse isso, o autor proporia outra ação para cobrar as prestações que venceram após a sentença, o que iria contra o princípio da economia processual.
CPC/73: Art. 290. Quando a obrigação consistir em prestações periódicas, considerar-se-ão elas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a obrigação.
Juros, Correção Monetária e Ônus Sucumbenciais:
- ônus sucumbenciais: artigo 20, CPC/73 - o juiz condenará o vencido a pagar os honorários e despesas ao vencedor (comando destinado ao juiz, e não às partes. Por isto, não exige expresso pedido do autor)
- correção monetária: mera atualização do valor devido 
- juros legais
CPC/73: Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais.
Art. 20. Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.
No NCPC, o mesmo raciocínio é mantido:
Art. 322.  O pedido deve ser certo.
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.
Art. 323.  Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
Emenda da petição inicial:
Não muda muito no NCPC, apenas 2 situações:
NCPC:
Art. 321.  O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único.  Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
 Se a petição inicial tem vício, o juiz deve dar a chance ao autor de corrigir o vício, se o vício for corrigível. O juiz, neste caso, não pode indeferir de plano a inicial, arquivando os autos. Só poderá indeferir a inicial, se, passado o prazo de emenda, o autor quedar inerte.
Mudanças:
Previsão expressa de que o juiz deve indicar exatamente o que deve ser emendado pelo autor. No CPC/73 era o que ocorria na prática, mas não tinha um artigo expressamente estabelecendo isso. 
Prazo de emenda da inicial: é aumentado no NCPC (antes era 10, agora são 15).
CITAÇÃO
Toda vez que algum autor distribui petição inicial, a peça vai para o juiz avaliar se está apta ou não a provocar a tutela jurisdicional esta análise dos requisitos mínimos formais se chama “juízo de admissibilidade da petição inicial”.
Se a petição inicial passar pelo juízo de admissibilidade, o juiz determinará a citação do réu, através do despacho “cite-se o réu”. Normalmente, não há um despacho explicando que o juiz fez o juízo de admissibilidade da inicial e que a inicial está ok. Se a petição estava correta, o juiz já determina diretamente a citação do réu.
CPC/73 x NCPC:
No CPC/73, dentro do procedimento comum ordinário, o réu é citado para apresentar contestação (procedimento comum ordinário). 
No NCPC, dentro do procedimento comum (não existe mais no NCPC procedimento comum ordinário ou sumário – é tudo procedimento comum), o réu vai ser citado não só para contestar, mais para comparecer à audiência inicial de conciliação/mediação.
OBS: a presença do réu na audiência é obrigatória, sob pena de configuração de ato atentatório à dignidade da justiça, que acarreta a aplicação de multa ao réu. Nesta audiência, o réu não precisa levar defesa (não está correndo prazo para contestar).
- Se as partes se conciliarem, lavra-se o acordo (o acordo é título executivo extrajudicial) e extingue-se o feito.
- Se não for feito acordo, a partir da audiência infrutífera começa a contar o prazo para oferecer contestação (prazo de 15 dias, contados da data da audiência).
Está ideia de propiciar o acordo antes da abertura do contraditório (o acordo vai ser tentado antes da contestação) tem o objetivo de facilitar que as partes resolvam a lide de uma forma menos desgastante. Uma vez que o contraditório ainda não foi aberto, os ânimos do autor e do réu ainda não estão acirrados – “litigiosidade mitigada” (passou pouco tempo entre a audiência e a petição inicial), de modo que é mais fácil que façam acordo agora do que depois de 5 anos de processo.
Recebimento da citação:
REGRA GERAL: é citação por Correio. Esta regra geral ocorre tanto no NCPC quanto no CPC/73.
Pessoa Jurídica:
No CPC/73, não há nenhuma previsão sobre quem deve receber e assinar o AR em se tratando de Pessoa Jurídica. 
Porém, a jurisprudência (STF e STJ) entende que, quando se faz a citação de PJ pelo correio, prevalece o entendimento de que é válida a citação recebida por qualquer funcionário da pessoa jurídica. Normalmente, quem vai assinaro AR da citação não é o presidente da empresa, mas a secretaria da empresa (que não tem poder de representação). Ainda que ela não tenha poder de representação da PJ, a jurisprudência entende que a citação é válida. 
Portanto: em se tratando de citação de Pessoa Jurídica, vale a assinatura do AR do empregado que habitualmente recebe as correspondências da empresa.
Este entendimento jurisprudencial já consolidado é consagrado no NCPC:
Art. 248.  Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório.
§ 1o A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.
§ 2o Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.
Pessoa Física:
CPC/73:
Prevalece hoje que a PF tem que assinar o AR de próprio punho. O próprio destinatário da citação é quem tem que assinar o A.R.
Este entendimento gera muitos problemas, principalmente em cidades grandes. As pessoas que moram em apartamento não recebem suas próprias correspondências (quem recebe é o porteiro).
- Se não for o próprio réu quem recebeu a citação, o que ocorre? 
(i) Se o réu recebe a citação contrata advogado e oferece defesa, o vício se supriu.
(ii) Se o réu não contesta, pois não assinou o AR, o juiz determina a repetição da citação, pois pode haver nulidade futura por falta de citação válida.
OBS: se ficar registrado no livro da portaria do prédio que, ainda que não tenha sido o réu quem assinou o AR, ele recebeu a citação, pois o porteiro lhe entregou o AR posteriormente, não haverá como anular a citação nem como determinar a repetição da citação. 
NCPC:
O NCPC altera o entendimento jurisprudencial que prevalecia na vigência do CPC/73:
Art. 248.  Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório.
§ 4o Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.
Nota-se que, no NCPC, o que valia para a PJ no CPC/73 (secretária podia receber o AR que a citação continuava a ser válida) vai valer para a PF no NCPC, pois o funcionário do prédio habitualmente encarregado de receber as correspondências (porteiro) poderá assinar o AR que se destina à citação da pessoa física e ainda assim a citação será válida.
 Ausência: não é o morador não estar presente. A ausência significa que o morador deixou a residência por longo tempo. Exemplo: morador foi fazer doutorado no exterior.
AULA 07
DEFESAS 
As defesas são formas de contraposição do pedido inicial e exteriorizam o direito de defesa do réu.
Quando o autor apresenta a inicial, o réu é citado. O juiz faz juízo de admissibilidade da peça, se estiver tudo ok, manda citar o réu. No NCPC, o réu é citado para comparecer na audiência de conciliação. Tenta-se a conciliação na audiência, se não for obtida a autocomposição, o réu tem, a contar da audiência infrutífera, 15 dias para oferecer contestação. No CPC/73, o réu é citado somente para se defender.
CONTESTAÇÂO:
Na contestação, o réu tem que formular toda sua matéria de defesa (de mérito e de processo). É forma de defesa ampla. Todas as alegações - quer sejam de natureza material, quer sejam de natureza processual - deverão ser deduzidas na contestação. 
Também é na contestação que o réu deve produzir a prova documental. Em regra as provas são produzidas na fase de instrução, à exceção da prova documental. 
 Juntada extemporânea de documentos:
Pode juntar documentos depois? 
Só se for documento novo. Se for documento que o réu já tinha disponibilidade de uso e não juntou na contestação, pela letra do NCPC, o réu não pode juntar. Mas normalmente, os juízes aceitam documentos juntados a posteriori.
Princípios da contestação:
(Vale tanto para o NCPC quanto para o CPC/73).
Concentração da defesa:
Na contestação, o réu deve apresentar toda a defesa que puder formular (de conteúdo processual e material). É defesa ampla.
Uma vez apresentada a contestação, não dá mais pra o réu apresentar outras defesa, mesmo que ainda não tenha se esgotado o prazo para contestar .
É a primeira contestação protocolada que vale, não podendo apresentar mais de uma contestação dentro do prazo, pois ocorre a preclusão consumativa (vedação à pratica do mesmo ato processual por mais de uma vez – impossibilidade de repetir atos processuais), ainda que não tenha ocorrida preclusão temporal (tempo limite para praticar um ato processual).
Há exceções para este princípio art. 303, CPC/73:
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando: I - relativas a direito superveniente; II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo
Eventualidade:
Decorre do primeiro princípio. Como, por força do princípio da concentração da defesa, tudo que o réu tiver pra alegar deve alegar na contestação, o réu pode ofertar várias defesas, ainda que incompatíveis entre si.
O réu pode, na contestação a defesa, falar que o contrato é nulo e, ao mesmo tempo, falar que se não for considerado nulo, já está prescrito (o reconhecimento da prescrição implica considerar que o contrato é válido).
Se o juiz eventualmente não acolher a primeira defesa, pode acolher a demais teses apresentadas pelo réu na contestação.
Impugnação especificada:
O réu deve impugnar especificamente cada um dos fatos relevantes aduzidos pelo autor na petição inicial. Caso assim não o faça, presume-se a veracidade das alegações do autor. Não basta a defesa genérica ou por negação geral. 
Tipos de defesa que podem ser feitas na contestação:
As defesas se dividem em dois grupos:
Defesa processual: não se discute o direito material, mas os vícios no processo ou vícios no exercício do direito de ação. Na maioria dos casos, se a defesa processual foi acatada pelo juiz, haverá extinção do feito sem resolução do mérito.
Defesa material: se relaciona ao direito material (direito das obrigações, direito tributário, contratos, direito de família e sucessões, etc).
Defesa processual:
São as chamadas matérias preliminares. 
Como a defesa processual, uma vez acolhida, leva à extinção do processo sem resolução do mérito, deve ser apresentada, na petição de contestação, antes do mérito, em tópico separado. Caso acolhida pelo juiz, ele nem analisa o mérito da demanda.
 CPC/73:
As matérias de defesa preliminar processual estão definidas no art. 301, CPC/73:
“Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação;  II - incompetência absoluta;  III - inépcia da petição inicial; IV - perempção; V - litispendência; VI - coisa julgada;  VII - conexão; VIII - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;  IX - convenção de arbitragem; X - carência de ação; XI - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar"
Todas estas matérias preliminares podem ser apreciadas pelo juiz de ofício – independentemente de requerimento da parte –, exceto a existência de convenção de arbitragem (inciso IX). Caso a parte não alegue a existência prévia de convenção de arbitragem, o juiz passará a ser competente. 
 NCPC: 
Ocorrem mudanças!
As matérias de defesa preliminar processual estão definidas no art. 337, NCPC:
Art. 337.  Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação;II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
O artigo 337, NCPC reproduz a maior parte do artigo 301, mas traz três novos elementos.
Incompetência absoluta e relativa:
No CPC/73, a incompetência absoluta e relativa era alegada por meio de exceção de competência. 
No NCPC, deve ser apresentada na preliminar de contestação.
Incorreção do valor da causa:
No CPC/73, o réu apresentava petição separada de “impugnação ao valor da causa”. 
No NCPC, o réu alega a incorreção do valor da causa na preliminar de contestação.
Indevida concessão do benefício de Gratuidade de Justiça:
No CPC/73, o réu apresentava petição separada, impugnando a concessão da gratuidade.
No NCPC, deve fazer parte da preliminar de contestação.
OBS: Qual a diferença, para o réu, se o autor é beneficiário ou não da justiça gratuita? - - Se o autor perder, não poderá o réu executar os honorários sucumbenciais, já que quem é beneficiário, embora seja condenado ao pagamento das verbas de advogado, está isento do pagamento.
- O beneficiário da justiça gratuita não recolhe custas processuais. Logo, o autor pode exercer com mais facilidade o direito de recorrer das decisões, enquanto que o réu deve pagar por cada recurso que interpuser (o processo fica mais barato para quem tem justiça gratuita).
PORTANTO: no NCPC, acabam as exceções (a exceção de incompetência foi extinta no NCPC; já a exceção de suspeição/impedimento será feita por simples petição, não há mais um incidente em apartado) e as petições avulsas. Tudo será feito no bojo do próprio processo (na preliminar de contestação), para concentrar as matérias de defesa em peça única (contestação). 
Defesas de Mérito/Substanciais:
Vale pro NCPC e CPC/73.
O réu impugna o mérito da pretensão do autor (direito material).
As defesas de mérito são subdivididas em dois grupos:
Diretas
Indiretas 
 Diretas:
O réu negou o fato constitutivo do direito do autor ou o próprio fato em si. (o réu bate de frente com o autor).
Ônus probatório: quem tem que provar as alegações é o autor, pois o réu nem sequer reconhece que os fatos existiram – “quem alega, prova”.
 Indiretas:
O autor aceita os fatos alegados pelo autor, mas opõe fatos extintivo, modificativo ou impeditivo ao direito do autor.
Exemplo: Na contestação, o réu assume que o autor tem razão, explicando que ele (o réu) não cumpriu com suas obrigações previstas no contrato firmado entre as partes (reconhece o fato alegado pelo autor na inicial). Porém, esclarece que só não cumpriu sua parte porque o autor não cumpriu as dele em primeiro lugar (opõe fato impeditivo à pretensão autoral) é a exceção do contrato não cumprido. 
Ônus probatório: quem tem que provar os fatos impeditivos/ modificativos/ extintivos é o próprio réu, pois reconhece que os fatos existiram, mas houve algo que impediu o direito do autor – “quem alega, prova”. 
OBSERVAÇÃO 1:
Em princípio, a distribuição do ônus da prova permanece na regra geral dentro do NCPC, ou seja, cabe ao autor provar fato constitutivo do seu direito e ao réu os fatos modificativos, extintivos e impeditivos do direto do autor.
CPC/73:
Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
NCPC:
Art. 373.  O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo.
Nota-se que o NCPC prevê a possibilidade de o juiz distribuir dinamicamente o ônus da prova (art. 373, §2º). O NCPC prevê que o juiz afaste a regra geral do caput do art. 373, avaliando quem tem melhores condições de fazer prova, atribuindo o ônus àquele que pode melhor fazer a prova. O juiz fará isso na instrução probatória, através de decisão motivada, observando o princípio do contraditório. 
OBSERVAÇÃO 2:
Audiência preliminar: 
Só não ocorrerá se as duas partes informarem que não querem.
O autor informa já na inicial que não quer a audiência inicial de conciliação e mediação. O réu não vai fazê-lo na contestação!!! A contestação ocorre depois da audiência inicial de conciliação (O réu não vai informar na contestação porque a contestação só é apresentada, em tese, após a audiência preliminar).
O réu, citado, tem até 10 dias antes da audiência, para informar que não quer também a audiência preliminar. Se não falar nada, presume-se que quer realizar a audiência. 
- Se for realizada a audiência, conta-se o prazo para contestar a partir da audiência.
- Se não for realizada a audiência, o prazo para contestar se conta do protocolo da petição do réu que informou que não quer a realização da audiência preliminar. Importante: o prazo não é contado do despacho do juiz deferindo a não realização da audiência. 
RECONVENÇÃO:
Discussões do NCPC: 
A reconvenção deveria ou não acabar? E se for mantida, deve ser nos mesmos moldes do CPC/73? Em algumas versões do NCPC, estabeleceu-se que não mais haveria reconvenção. Porém, a última versão entendeu que cabe sim reconvenção, porém não da mesma forma que estava delineada no CPC/73. No NCPC, a reconvenção é simplificada.
No CPC/73:
A reconvenção é ação do réu contra o autor. Por ser considerada uma ação, a reconvenção tem autonomia, sendo que a sua existência não depende da ação original. Caso a primeira ação seja extinta, a reconvenção pode subsistir. O pedido reconvencional deve ser conexo com o pedido do autor ou com o fundamento apresentado pelo réu, apresentado na ação original. Se não ocorrer um dos dois (conexão com o pedido do autor ou com os fundamentos apresentados pelo réu), não cabe a reconvenção. 
Aquele que está no polo passivo, dentro da mesma relação processual, ajuíza ação contrao autor, em petição separada, nos moldes de uma petição inicial. O réu que apresenta a reconvenção se chama réu reconvinte e o autor da ação principal se chama autor reconvindo. 
Qual a razão de ser da reconvenção? Economia processual. Se não coubesse reconvenção, o réu deveria ajuizar ação autônoma, dando origem a um processo novo.
Reconvenção é uma das modalidades de resposta. Por isto, o réu deve apresentar contestação e reconvenção na mesma oportunidade e dentro do prazo da contestação, sob pena de preclusão consumativa (mesma oportunidade/ apresentação simultânea) e temporal (dentro do prazo da contestação). 
 Processamento da reconvenção:
 Diferença quanto à forma de apresentação:
No CPC/73, a reconvenção é apresentada em peça separada, que deve ser formulada nos termos dos requisitos previstos no artigo 282.
No NCPC, a reconvenção é feito dentro da própria contestação. Isto transforma a reconvenção em algo muito próximo ao pedido contraposto, existente no procedimento dos juizados especiais. A reconvenção é um tópico dentro da contestação do réu. É o artigo 343, NCPC.
“Art. 343.  Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4o A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
§ 5o Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual.
§ 6o O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação”.
 Juízo de admissibilidade:
Apresentada a reconvenção, o juiz faz um juízo de admissibilidade da reconvenção, para avaliar se a reconvenção pode ou não ter seguimento. 
- Caso esteja ok (juízo de admissibilidade positivo), o juiz intimará o autor reconvindo para apresentar resposta dentro do prazo de 15 dias, na pessoa do seu advogado. OBS: Tanto no CPC/73 quanto no NCPC, se prevê a intimação do advogado do autor para apresentar resposta. O autor reconvindo não é citado!
- Se o juízo de admissibilidade por negativo, isto é, se o juiz considerar que a reconvenção não preenche os requisitos necessários, não será processada a reconvenção. Desta decisão, pode ser interposto agravo de instrumento (vale tanto no CPC/73 quanto no NCPC).
 Decisão na reconvenção:
O juiz decide tanto a ação quanto a reconvenção na mesma sentença.
 Honorários e custas:
Tem condenação em honorários e custas na reconvenção? A princípio, sim. 
No CPC/73 é certo, pois há previsão expressa neste sentido.
No NCPC, como a reconvenção é tópico da peça de contestação, pode ser que a jurisprudência entenda que não são devidos honorários “a mais” para o advogado que fez a reconvenção, já que a reconvenção está inserida na própria contestação. 
 Ampliação e Restrição subjetiva:
Ampliação subjetiva:
O autor move ação contra o réu e o réu quer reconvir. O réu pode reconvir contra o autor e contra um terceiro que não fazia parte da ação original? 
A pretensão do réu reconvinte não é só contra o autor reconvindo, mas contra um terceiro também. A ampliação subjetiva pode existir tanto no polo passivo quanto no polo ativo (colocar outro- que não é parte no processo original no polo passivo ou ativo da reconvenção).
CPC/73:
Há divergência na doutrina e na jurisprudência.
Para Cândido Rangel Dinamarco, pode ocorrer a ampliação subjetiva, pois não há vedação. Mas isto é questionado na jurisprudência. 
NCPC:
Resolve o debate jurisprudencial.
No NCPC, o artigo 343, §3º trata desta questão, no sentido de que é possível a ampliação subjetiva tanto do polo passivo na reconvenção quanto do polo ativo da reconvenção. 
AULA 08
AUDIÊNCIA E SANEAMENTO:
O que é a audiência?
É o momento em que as partes têm contato com o juiz. É na audiência que:
- o juiz ouve as partes, por si ou por seus advogados, e os seus requerimentos;
- o juiz tenta a conciliação
- o juiz colhe a prova
A audiência está intrinsecamente relacionada ao Princípio da Oralidade: é o contato do juiz com as partes/advogados, momento em que poderá formar sua convicção sobre os fatos.
Benefício desta audiência?
Economia de tempo: pode ser feita a conciliação “antes mesmo do processo começar” ou, ainda, se não for feita a conciliação, já permite que o juiz fixe os pontos controvertidos que serão objeto de prova.
CPC/73:
“Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir. 
§ 1o Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.  
§ 2o Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. 
§ 3o Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, sanear o processo e ordenar a produção da prova, nos termos do § 2º.” 
Este artigo introduziu a audiência preliminar, que tem como objetivo principal a obtenção de acordo entre as partes, antes da fase instrutória.
Relembrando que o processo tem:
Fase postulatória: inicial e contestação 
Fase ordinatória: juiz aprecia as matérias preliminares e, ao final, profere o saneamento (despacho saneador). Nesta fase, pode ocorrer o julgamento do processo em seu estado (julgamento antecipado - art. 330, CPC/73)
Fase instrutória: produção de provas, exceto a documental (documentos devem vir juntados na inicial – para o autor – e na constatação – para o réu –).
Fase decisória: apresentação de memoriais pelas partes + decisão do juiz em primeira instância.
Fase de cumprimento: satisfação do direito reconhecido na sentença de primeiro grau.
 Audiência Preliminar do artigo 331:
Foi introduzida em 1994 com o objetivo de permitir a conciliação das partes. Em caso de não conciliação, a audiência tem a função de permitir a organização do processo. PORTANTO: são objetivos desta audiência (i) tentativa de conciliação e (ii) saneamento.
Trata-se da economia de tempo: na audiência, ou há acordo antes da fase instrutória ou, mesmo que não obtido o acordo, permite ao juiz fixar pontos controvertidos, para com base nisso, defira as provas a serem produzidas necessárias ao deslinde do feito.
 Nesta audiência, é feito o saneamento compartilhado (ao invés do juiz decidir sozinho em seu gabinete, a audiência preliminar permite que o saneamento seja feito pelo magistrado com debate entre as partes - esclarecer dúvidas com debates, fixar pontos contraditórios, etc).
Após esta audiência, abre-se o segundo momento (fase ordinatória), o juiz tem que seguir um dos cinco caminhos (CPC/73):
1. Extinguir o feito sem julgamento do mérito (acolhimento de preliminar - art. 267);
2. Extinção do processo com julgamento do mérito (reconhecimento de pedido, homologação de acordo, etc - art. 269, II a V);
3. Julgamento antecipado da lide/ “julgamento no estado do processo” (quando não há necessidade de produzir provas – causa madura – art. 330);
4. Saneamento no gabinete: a princípio, o saneamento deveria ser feito em audiência preliminar, junto com as partes, em observância ao princípio da oralidade. Entretanto, como não é obrigatória a audiência preliminar, a maioria

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