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Meteorologia e Climatologia Aula 4. Umidade, condensação e nevoeiro Ciclo hidrológico Mudanças de estado SÓLIDO gelo LÍQUIDO água GASOSO vapor Evaporação 600 cal/g CONSUMO DE ENERGIA= resfriamento do ar LIBERAÇÃO DE ENERGIA = aquecimento do ar Condensação 600 cal/g Sublimação 680 cal/g Liquefação - fusão 80 cal/g Solidificação 80 cal/g Deposição 680 cal/g Vapor e densidade • Densidade da água é menor que a do ar; • O vapor no ar substitui as moléculas de ar seco; • Ar úmido é mais leve que o ar seco; • Tendência de ascender na Troposfera. Evaporação Líquido para gás – consumo de energia 600 cal - 1g de água para vapor (0C) Energia usada para movimento de escape da superfície do líquido: CALOR LATENTE* DE VAPORIZAÇÃO Esta energia será liberada como calor quando houver condensação. *Calor latente = quantidade de energia necessária para mudar de fase Evaporação Vapor d’água não é visível a olho nu, somente percebido pela sensação de conforto ou desconforto térmico (mais umidade, menor produção de suor, maior sensação de calor). Gotículas de água condensadas. Velocidade de evaporação (razão de evaporação) Depende de: 1. Temperatura do ar (diretamente – exponencial) 2. Velocidade do vento (diretamente) 3. Umidade relativa (inversamente) Evaporação máxima Fonte : NOAA Condensação Vapor d’água para líquido, mediante a perda do calor latente de evaporação e a presença de núcleos de condensação. Moléculas liberam energia: CALOR LATENTE DE CONDENSAÇÃO Equivale ao absorvido durante a evaporação. Energia envolvida na formação de nuvens, orvalho e nevoeiro e na produção de fenômenos violentos de tempo; Responsável pela transferência de calor dos trópicos para os polos. Orvalho Chuva Condensação • Para retirar a energia de uma molécula de vapor, o ambiente deverá estar mais frio que a própria molécula; • Numa dada quantidade de vapor, a temperatura atinge o nível ideal para ocorrer a condensação (temperatura do ponto de orvalho); • Precisa sempre de um núcleo de condensação (atuam como suporte para fixação da película de água). Fusão ou liquefação Sólido para líquido. Requer absorção de 80 cal/g para a água: CALOR LATENTE DE FUSÃO Solidificação ou congelamento (quando a temperatura do ar fica abaixo do ponto de congelamento) é o processo inverso, libera as 80 cal/g. Deposição ou Sublimação Gás para sólido sem passar pelo líquido. Ocorre em ambientes com temperaturas negativas extremas. Vapor perde 680 cal/g para o ambiente. Sublimação Conversão de sólido para vapor, consumo das 680 cal/g. Envolvem energia igual à soma dos dois processos (600 + 80 cal/g). Gelo seco Geada A umidade do ar Quantidade de vapor d’água na atmosfera. Medida como: 1. PRESSÃO DE VAPOR 2. UMIDADE ABSOLUTA 3. RAZÃO DE MISTURA 4. UMIDADE RELATIVA Variações na forma de abordar a presença de vapor. Conceito de saturação Na interface ar-água, ocorrem trocas nos dois sentidos. Evaporação = mais passagem para vapor; Condensação = mais para líquido. As trocas ocorrem até que seja atingido um equilíbrio dinâmico = mesma taxa = saturação. 1. Pressão de vapor e saturação Caixas lacradas contendo água e ar seco. Com o aumento da temperatura, um novo ponto de saturação será atingido. TEMPERATURA (° C) Pressão do vapor g/kg (mb) -40 0,1 -30 0,3 -20 0,75 -10 2 0 3,5 5 5 10 7 15 10 20 14 25 20 30 26,5 35 35 40 47 Razões de mistura de saturação do vapor (nível do mar) Umidade relativa Índice mais conhecido para descrever o conteúdo de vapor d’água. Umidade relativa = razão entre a razão de mistura real w (vapor existente no ar) e a razão de mistura de saturação ws (ponto de saturação): UR = (W/Ws ) x 100% UR indica o quão próximo o ar está da saturação, ao invés de indicar a real quantidade de vapor d’água no ar. TEMPE RATUR A (° C) g/kg -40 0,1 -30 0,3 -20 0,75 -10 2 0 3,5 5 5 10 7 15 10 20 14 25 20 30 26,5 35 35 40 47 A 25 °C, ws = 20 g/kg. Se o ar contém 10 g/k num dia com 25° C, UR = 50%. Quando o ar está saturado, UR = 100%. Como a UR é baseada na razão de mistura e na razão de mistura de saturação e a quantidade de umidade necessária para a saturação é dependente da temperatura, a UR pode variar com ambos os parâmetros. Primeiro, se vapor d’água é adicionado ou subtraído do ar, sua UR mudará, se a temperatura permanecer constante. • Se o conteúdo de vapor d’água permanecer constante, um decréscimo na temperatura aumentará a UR e um aumento na temperatura causa uma diminuição na UR. Variações da umidade relativa causadas por variações da temperatura 1) variação diurna da temperatura: Temperatura (C) Umidade relativa (%) 30 16 24 31 45 57 100 20 28 42 54 79 100 16 36 53 69 100 10 52 77 100 6 67 100 0 100 Umidade absoluta 4,85 7,27 9,41 13,65 17,31 30,4 Gramas de vapor d’água por metro cúbico. UR alta = possível precipitação UR baixa = precisa de decréscimo de temperatura para saturar. Ponto de orvalho • Temperatura na qual o ar resfriado, sob pressão constante, torna-se saturado. • Quanto mais perto a temperatura do ar estiver da temperatura de ponto de orvalho, maior é a umidade; quanto mais longe mais seco estará o ar. O ar polar possui a maior umidade relativa, enquanto que o ar do deserto, com um maior ponto de orvalho, contém mais vapor de água. Instrumentos de medida de UR Higrômetro de cabelo = opera sob o princípio de que o cabelo humano, sem óleo, se estica quando umedecido. Indica o grau de saturação do ar com vapor d’água e indica a UR existente. Instrumento de leitura direta da umidade relativa do ar. Em seu interior, um conjunto de fios de cabelo humano, totalmente livres de substâncias oleosas, reage às variações de umidade, esticando ou encurtando. Esses movimentos atuam no ponteiro que se desloca sobre o mostrador, indicando a umidade relativa do ar no ambiente. Psicrômetro Dois termômetros idênticos. O de bulbo úmido tem um pedaço de musselina amarrado em torno do bulbo. O tecido é molhado e exposto a contínua corrente de ar, ou girando o instrumento ou forçando uma corrente de ar através dele até atingir uma temperatura estacionária (saturação). A temperatura de bulbo úmido cai, devido ao calor retirado para evaporar a água. O seu resfriamento é diretamente proporcional à secura do ar. Quanto mais seco o ar, maior o resfriamento. Portanto, quanto maior a diferença entre as temperaturas de bulbo úmido e de bulbo seco, menor a umidade relativa; quanto menor a diferença, maior a umidade relativa. Se o ar está saturado, nenhuma evaporação ocorrerá e os dois termômetros terão leituras idênticas. PROCESSOS DE SATURAÇÃO EM BAIXOS NÍVEIS O ar na superfície da Terra satura se a temperatura diminui; O resfriamento diminui a razão de mistura de saturação e portanto aumenta a umidade relativa; Quando a umidade relativa atinge 100%, orvalho, geada e nevoeiro podem se formar. Orvalho e geada Resfriamento radiativo noturno. Objetos emitem radiação Infravermelha e resfriam Atmosfera emite radiação de volta O ar que fica em contato com estes objetos frios resfria por condução. Em noite de céu limpo, os objetos emitem mais do que absorvem. Ficam mais frios que o ar adjacente, que se resfria e condensa. Se o ar está acima do ponto de congelamento = ORVALHO Ponto de orvalho = temperatura na qual o ar satura. Se o ar está abaixo do ponto de congelamento =GEADA Ponto de geada= temperatura a zero graus ou inferiores na qual o ar satura. Previsão de temperatura mínima Com o resfriamento radiativo noturno, a temperatura cai continuamente até que a umidade relativa chega aos 100% e ocorre condensação ou deposição. O calor latente liberado durante um ou outro processo compensa o esfriamento radiativo, de modo que a temperatura do ar tende a se estabilizar próximo ao ponto de orvalho ou ponto de geada. Nevoeiro Nevoeiro Suspensão de minúsculas gotículas de água ou cristais de gelo numa camada de ar próxima à superfície da Terra. Nuvem cuja base repousa ou está próxima a superfície terrestre. Nevoeiro = visibilidade inferior a 1 km; Neblina = visibilidade superior a 1 km. Nevoeiro Grande preocupação dos órgãos gerenciadores dos meios de transportes aéreos, marítimos e rodoviários, pois muitas vezes, o nevoeiro é situação precursora de acidentes graves e até mesmo fatais. Nevoeiro como fonte de água A correta exploração do conteúdo de água líquida de um nevoeiro pode trazer benefícios às atividades humanas, como por exemplo no Chile, que se coleta cerca de 7000 litros de água por dia através de 50 coletores de 48 m2 de área da base. Processos de formação de nevoeiros 1. Nevoeiro de radiação; 2. Nevoeiro por advecção; 3. Nevoeiro orográfico; 4. Nevoeiro frontal. 1. Nevoeiro de radiação Ocorre em noites de céu limpo. A superfície se resfria por radiação. Inversão térmica. A umidade contida no ar condensa. Forma nuvem próxima ao solo. Nevoeiros de radiação Nevoeiros de radiação 2. Nevoeiro de advecção Ocorre quando há advecção de ar frio sobre superfícies quente ou ao contrário. O vapor incorporado pelo ar frio o satura, e ao condensar forma o nevoeiro. Nevoeiro de advecção Nevoeiro de advecção Advecção de ar marítimo relativamente quente para o continente relativamente frio causa nevoeiro sobre o continente. Nevoeiro de advecção Nevoeiro advectivo Este tipo de nevoeiro também ocorre sobre grandes corpos d’água no continente. Estes nevoeiros não se estendem muito terreno adentro. Nevoeiro de advecção Resfriamento do próprio ar marítimo sobre uma corrente fria. A maioria das águas frias oceânicas é encontrada em correntes costeiras, portanto o nevoeiro de ar marítimo se desenvolve mais frequentemente próximo ao continente. Exemplos: nevoeiros de verão nas costas do Peru, Chile, noroeste e sudoeste da África, onde o ar se move sobre águas frias provenientes de ressurgência. Nevoeiro de advecção Nevoeiro de advecção Nevoeiro de evaporação Pode ser produzido em dias frios pelo ar úmido que sai do nariz e boca das pessoas. O ar úmido encontra o ar frio, ocorre mistura, saturação e condensação. São formados quando ar frio com baixa pressão de vapor passa sobre água relativamente quente (piscinas por exemplo). São nevoeiros rasos (15 a 30 m), porém espessos o bastante para interferir na navegação ou vôos sobre o mar. Ocorre também sobre rios, quando o ar foi resfriado por radiação, e tende a formar nevoeiro de radiação próximo ao rio bem como nevoeiro de vapor no rio. Essas ocorrências são comuns no outono, quando a água ainda está quente e o ar já está sendo resfriado. Nevoeiro de evaporação Nevoeiro de evaporação Piscinas termais – Yellowstone. Nevoeiro de encosta ou orográfico Vertentes a barlavento das montanhas; Resfriamento adiabático do ar à medida que sobe. Se mantém em condições de vento relativamente forte, porque quanto mais rápido o vento mais rápido será o movimento para altitudes maiores e mais rápido será o resfriamento. Exemplos: nevoeiros de serra e encosta. Nevoeiro frontal Ocorre ao longo das frentes frias. As condições de mistura do ar frio e quente podem conduzir à condensação do vapor próximo à superfície. Nevoeiro frontal A mistura de massas de ar quente e frio na zona frontal pode produzir nevoeiro se: 1. o vento for bem calmo 2. se ambas as massas estiverem perto da saturação antes da mistura. Basicamente este tipo de nevoeiro se dá por abaixamento da base da nuvem durante a passagem da frente em condições extremamente úmidas. Nevoeiros pré-frontais (frentes quentes) O efeito de precipitação em colunas estáveis de ar podem aumentar a temperatura do ponto de orvalho até que nevoeiro seja formado sem resfriamento da camada de ar inferior. nuvens estratiformes de frente quente são mais comuns que nevoeiros de frente quente. Nevoeiros pós-frontais (frentes frias) • Apenas frentes frias que se tornaram quase-estacionárias, usualmente orientadas na direção leste-oeste que apresentam extensas áreas de nevoeiro. Como no caso de frente quente, estas circunstâncias causam nevoeiro apenas se o ar frio for estável. 09/04/2012 07:00h Previsão de nevoeiro CPTEC/INPE Visibilidade Máxima distância horizontal na qual objetos de vulto podem ser vistos e identificados pelo olho humano no horizonte contra o céu sem auxílio de instrumentos. Esta distância pode ser medida em km horizontais (marinha) e vertical (aeronáutica). Fatores que afetam a visibilidade (1) Precipitação; (2) névoa e nevoeiro; (3) borrifos ou espuma do mar arrastada pelo vento; (4) Poeira ou areia. (1) Precipitação Chuva muito forte reduz a visibilidade. Chuvas médias a fracas raramente reduzem a visibilidade à superfície para menos de 1,5 km. O chuvisco e a neve, em geral, reduzem a visibilidade em um grau maior que a chuva. Nevascas fortes podem reduzir a visibilidade a zero. (2) Névoa e nevoeiro; Névoa seca e névoa úmida. Partículas de poeira. Partículas de água. (3) borrifos ou espuma do mar arrastada pelo vento Bretanha, França. Inglaterra (4) Poeira ou areia; China, próximo ao deserto de Gobi.
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