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05 - Direito Societário

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�LFG – EMPRESARIAL – Aula 05 – Prof. Alexandre Gialluca – Intensivo II – 09/09/2009
Direito Societário
c)	Fiscalização – O sócio na sociedade limitada pode exercer o direito de fiscalização. O sócio pode, a qualquer tempo, exigir prestação de contas da sociedade, exigir apresentação de livros. Há uma certa flexibilidade no tocante à fiscalização. No entanto, recomenda-se que a melhor forma de o sócio fiscalizar os atos da Administração é por meio do Conselho Fiscal.
Conselho Fiscal – O Conselho Fiscal é um órgão colegiado cuja competência é fiscalizar os atos da administração, supervisionar os atos da administração. Detalhe importante: na sociedade limitada, o conselho fiscal não é obrigatório. Ele é órgão facultativo porque se você olhar a redação do art. 1.066, do Código Civil, você vai ver que o legislador diz que o contrato social pode instituir um conselho fiscal. 
Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembléia dos sócios, pode o contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na assembléia anual prevista no art. 1.078.
Ele não está dizendo que deve. Você vai ver que quando analisarmos a Lei de S.A, na sociedade anônima, o conselho fiscal é obrigatório. Na limitada ele é facultativo. A lei não diz “deve”. Ela diz que “pode”. Esse conselho fiscal tem que seguir uma composição delimitada no art. 1.066, do Código Civil. A lei diz:
É facultativo na ltda.
Mínimo de 3 membros. 
Esses membros podem ser sócios ou não.
Membro tem que ter domicílio no País (seja ele sócio ou não).
Cuidado porque é pergunta típica de primeira fase.
d)	Direito de retirada – Isso caiu na prova do Ceará como direito de recesso. O direito de retirada (ou de recesso) não tem nada a ver com lucro. É a possibilidade que o sócio tem de retirar-se da sociedade. Mas esse direito tem que observar a regra do art. 1.029, do Código Civil. Como ele pode sair de uma sociedade? Vai depender do contrato. Temos que analisar o tipo de prazo do contrato, se é contrato por prazo determinado ou indeterminado.
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa.
Exemplo: nós constituímos uma sociedade para montar uma lanchonete na Festa do Peão de Barretos. Concordam que se trata de sociedade com prazo determinado? Terminada a festa, não há como continuar mais aquele recinto. Quando a sociedade é com prazo determinado, toda a vida da sociedade é muito bem planejada anteriormente. Define-se muito bem o quanto cada um vai investir na sociedade e mais do que isso: quem vai trabalhar e como vai trabalhar em favor da sociedade. Eu vou dar 2 mil, eu vou entrar com 3 mil. Eu vou ficar na chapa, você no caixa. As responsabilidades foram definidas e também o investimento. Eu não quero chegar no meio da festa e dizer que vou sair fora. Isso pode comprometer a vida da sociedade. Por isso, a lei vem e diz: se é com prazo determinado só pode sair da sociedade se tiver justa causa e tem que provar judicialmente. Só pode sair se tem justa causa e tem que provar a justa causa judicialmente.
Se a sociedade é com prazo indeterminado, aí muda a história. Não dá para exigir que o sócio seja eternamente sócio. Sócio perpétuo. Não tem como. Então, a lei diz que se é por prazo indeterminado, não precisa provar a justa causa. Não precisa entra com ação judicial, nada disso. A única exigência que a lei faz é que o sócio que vai sair tenha um mínimno de respeito com os demais sócios. A lei diz que o sócio que vai sair tem que notificar os demais sócios com antecedência de 60 dias. É a única coisa que a lei exige com relação à sociedade de prazo indeterminado. Não quer mais continuar, não está mais satisfeito, tem o direito de retirada.
Contrato de sociedade com prazo determinado – Só pode sair se tiver justa causa e tem que prová-la judicialmente.
Contrato de sociedade com prazo indeterminado – Notificação prévia de 60 dias aos demais sócios.
Aqui tem um detalhe: quando o sócio sai da sociedade, ele acha que tem o direito de receber aquilo que investiu na sociedade. Então, por exemplo, se eu entrei com 10 mil reais e daqui a um ano e meio eu saio da sociedade, eu acho que tenho direito de receber os 10 mil que investi. E não é bem assim. Quando um sócio sai da sociedade, ele tem direito a receber. E a regra que deve ser seguida é a do art. 1.031. e o que diz esse artigo? Que é necessário que se faça um balanço patrimonial especialmente levantado para esse fim. Se o sócio vai sair, tem que ser feito um balanço patrimonial especialmente levantado para esse fim (saída do sócio). Vai ter que apurar o ativo daquela sociedade, o seu passivo. Vamos imaginar que com esse balanço, verificou-se que a sociedade tem mais dívida do que crédito (passivo maior do que ativo). Se é assim, ele não r recebe nada ao sair da sociedade. Mas vamos imaginar que o patrimônio da sociedade está avaliado em 1 milhão de reais. O sócio tem 15% da sociedade. No começo, ele investiu 15 mil reais, mas foi apurado, depois de 3 ou 4 anos, que o balanço patrimonial é de 1 milhão. 15% de 1 milhão são 150 mil reais. É esse o valor que o sócio vai retirar da sociedade. O percentual vai incidir sobre o valor encontrado nessa operação do balanço patrimonial. Então, ele não vai retirar o que investiu. Ele pode tirar mais, como pode tirar menos, como também pode não tirar nada. Tudo vai depender do balanço patrimonial especialmente levantado para esse fim.
Mas há um detalhezinho interessante. Na prova do AM o examinador fez uma pergunta que é um trauma para quem trabalha na área. O art. 1.031, no seu parágrafo 2º, diz o seguinte:
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado.
§ 2º A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário.
Encontrou o valor que tem que pagar para o sócio? Esse pagamento tem que ser feito em dinheiro no prazo de 90 dias. Esse é um grande problema porque tem sociedade que tem um patrimônio gigante (30 imóveis), mas não tem capital. Você faz o cálculo e chega a conclusão que o sócio tem direito a receber 2 milhões de reais e a sociedade até tem patrimônio muito superior a isso, mas não tem os 2 milhões de reais para dar ao sócio. Se pagar o sócio quebra a empresa. Então, por isso, que se recomenda que se faça um contrato social estipulando que vai ser pago em 24 vezes ou 36 vezes. Isso é possível em razão da última parte do § 2º. Então, um bom contrato social sempre tem uma cláusula assim: “se o sócio sair, vamos pagá-lo em 24 parcelas, em 36 parcelas.” Então, o pagamento que se faz ao sócio que se retira é em dinheiro, no prazo de 90 dias, salvo se o contrato definir de outra forma.
e)	Direito de preferência – Isso caiu na prova da Magistratura/MG: SE havia direito de preferência na sociedade limitada. A resposta está no § 1º, do art. 1.081, do Código Civil. Ele diz: se houve aumento do capital social, esse aumento pode, também, promover o aumento de cotas naquela sociedade. Quando aumenta o número de cotas, a sociedade tem que dar preferência para quem já é sócio. Novas cotas sociais da sociedade devem ser oferecidas primeiro para quem já é sócio. E isso se chama preferência.
Art. 1.081, § 1º Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência para participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam titulares.
Se eu tenho 20% da sociedade e vai haver o aumento do capital social, eu tenho o direito de 20% dessas novas cotas sociais. Se eu tenho 35% da sociedade e teveaumento do capital social, eu tenho direito de preferência de 35% sobre as novas cotas sociais. Sempre tem que ser dada preferência para quem já é sócio da sociedade limitada. E o sócio tem que exercer esse direito em que prazo? Até 30 dias da data da deliberação.
	Aqui nós concluímos os direitos dos sócios. Agora vamos falar de administração da limitada.
	5.6.	ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA.
	Esse assunto é importantíssimo. Os dois primeiros artigos que eu vou citar aqui despencam em concurso. Quem pode ser administrador da sociedade limitada? A lei diz que o administrador pode ser tanto o sócio como também o não sócio. Isso, só para vocês terem uma ideia: caiu na magistratura do PR, de MG, de SC, de TO, da BA, de SP e MP/SP. 
Art. 1.061, do Código Civil: não só o sócio como também o não sócio pode ser administrador da sociedade limitada. Só que o que cai na prova é: para que o não sócio seja administrador é necessária a presença de dois requisitos. E mais: requisitos cumulativos. Tem que ter os dois requisitos. O não sócio só pode ser administrador se tiver a presença dos dois requisitos do art. 1.061, do Código Civil.
Art. 1.061. Se o contrato permitir administradores não sócios, a designação deles dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a integralização.
Quais são esses requisitos?
Previsão no contrato social – o contrato social tem que prever expressamente a possibilidade de o não sócio ser administrador da limitada. E se não tem previsão? Só sócio pode ser administrador. Para que não sócio seja administrador, só com previsão no contrato social. 
Aprovação dos sócios – Além da previsão, precisa também da aprovação dos sócios. Os sócios têm que aprovar o não sócio como administrador. Só que aqui, infelizmente, nos temos que saber, inclusive, o quorum. Qual é o quorum dessa aprovação? Tudo vai depender do capital social. Temos que analisar se:
Capital social totalmente integralizado (todos pagaram sua participação na sociedade) – Neste caso, diz a lei que é necessária a aprovação de 2/3 do capital social.
Capital social não está totalmente integralizado (alguém deixou de pagar sua participação na sociedade) – Neste caso é necessária a unanimidade.
Na segunda fase da magistratura/DF o examinador perguntou se pessoa jurídica pode ser administradora da limitada. O que você responderia? Pessoa jurídica pode administrar sociedade limitada? Resposta: NÃO. Somente a pessoa natural. Onde está isso na lei? No art. 997, que fala das cláusulas que devem conter um contrato social e fala também do inciso VI.
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;
Aqui fica claro que só pessoa natural pode administrar. Pessoa jurídica não tem poderes de administração de uma sociedade limitada. Combinando o art. 997, VI, com o art. 1.062, § 2º, temos o seguinte:
§ 2º Nos dez dias seguintes ao da investidura, deve o administrador requerer seja averbada sua nomeação no registro competente, mencionando o seu nome, nacionalidade, estado civil, residência, com exibição de documento de identidade, o ato e a data da nomeação e o prazo de gestão.
Não falou de sede de sociedade, de denominação de sociedade. E só tem estado civil quem é pessoa natural. Então, por força da redação do art. 997, VI, combinada com a regra do art.1.062, § 2º, extrai-se a conclusão de que somente pessoa natural pode ser administradora de sociedade limitada.
O administrador
A lei diz (art. 1.060) que o administrador pode ser designado ou no contrato social ou então, pode ser nomeado em ato separado. Como assim, ato separado? Vou dar um exemplo. A gente faz uma reunião aqui na sala e vocês me elegem como administrador. Fui aclamado por unanimidade de votos que sou o administrador. Só que essa reunião vai precisar de uma ata que reproduza tudo o que aconteceu na reunião. Essa ata não é contrato social, mas um ato em separado. Então, exemplo de ato em separado é ata de assembléia.
Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.
Vamos imaginar que na sociedade limitada, o contrato social não fale nada e não há ato em separado. Então, a pergunta é: quem será o administrador? O sócio A tem 75%, o sócio B tem 10% e C tem 15%. Certamente vai ter uma questão dizendo que o administrador vai ser o sócio majoritário. Mas certamente não é essa a resposta da questão. A resposta da questão você vai localizar no art. 1.013, do Código Civil, segundo o qual, na omissão do contrato, todos os sócios vão exercer a administração. Compete a todos eles. Não é só o majoritário. Cuidado que isso é pegadinha! Todos participam da administração. É o que diz a lei (art. 1.013):
Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios.
Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.
Isso significa que o administrador, a princípio, não tem responsabilidade. Se está exercendo atos de administração pela sociedade, se está representando, a princípio não tem responsabilidade pessoal. Ele só vai ter responsabilidade pessoal no caso de culpa no desempenho de suas funções. Somente no caso de culpa no desempenho de suas funções é que tem responsabilidade. Por que estou dizendo isso? É isso que cai na prova? Não. O que cai na prova é a decorrência disso. E há uma questão interessante que é a seguinte: vocês já ouviram falar em teoria ultra vires? 
Teoria ultra vires – Ultra vires significa além das forças. Ato ultra vires é aquele praticado pelo administrador, além das forças a ele atribuídas pelo contrato social, ou seja, com extrapolação dos limites de seus poderes contratuais. Segundo esta teoria, não é imputável à sociedade o ato ultra vires, mas sim, ao administrador.
O administrador tem poderes definidos no contrato social. Por exemplo: o contrato social pode definir que o administrador não pode fazer compras acima de 10 mil reais, que não pode prestar fiança ou aval. São restrições que o contrato social pode determinar ao administrador. Se ele extrapolar os poderes que possui, praticou um ato ultra vires, foi além das forças que ele tem segundo o contrato social. Esse ato não é de responsabilidade da sociedade. Esse ato é de responsabilidade do administrador. Então, nesses casos, não responsabilizamos a sociedade, mas o administrador. A previsão desta teoria está no art. 1.015, § único:
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade;
II - provando-se que era conhecida do terceiro;
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.
Está tirando a responsabilidade da sociedade. Diz que pode opor a exceção, que a responsabilidade é do administrador nas três hipóteses do parágrafo único. São as hipóteses em que a sociedade pode alegar a teoria ultra vires.
Inciso I – Vai estar lá no contrato social. Se o contrato diz que o administrador não pode fazer compras acima de 10 mil reais e o valor da compra foi de 350 mil reais, ele não tinha poderes para fazer isso. Ele extrapolou os limites do contrato. Se, porventura, não ocorrer o pagamento dessa compra, a sociedade pode alegar a teoria ultra vires. A sociedade pode dizer para o contratante que ele deveria ter verificado, deveria ter pedido uma cópia do contrato social ou até mesmo tirar uma certidão na junta comercial porque isso é público. Qualquer um pode ter uma cópia de um contrato social de uma sociedade para saber se esse administrador tinha poderes ou não.De igual forma, está lá no contrato que ele não pode prestar fiança ou aval. E vem o administrador e assina como avalista, colocando a sociedade como avalista de uma determinada nota promissória, por exemplo. Nesses casos, como ele não tinha poderes para isso, já que o contrato social dizia que ele não poderia prestar aval ou fiança, a responsabilidade é do administrador.
Inciso II – É muito rara essa hipótese. Se se provar que o terceiro sabia que o administrador não tinha poderes para isso, para realizar determinado ato, então, nesse caso, não haverá responsabilização. Mas isso é raro. Por isso eu nunca vi cair em prova.
Inciso III – Essa hipótese é importantíssima. Despenca em concurso. Então, qual é o tipo de atividade explorada pela sociedade? É uma padaria. É esse o objeto social. Se o administrador pratica atos de compra e venda de televisores, a responsabilidade será do administrador porque isso é estranho ao objeto social. Neste caso, a responsabilidade é só do administrador.
Aqui vale um comentário: a teoria ultra vires é uma teoria inglesa, mas na própria Inglaterra nem se utiliza mais e ainda: a teoria ultra vires vai na contramão da jurisprudência dominante do STJ porque para o STJ o que prevalece é a teoria da aparência. Como assim? Imaginem a situação: a mesma pararia vai fazer uma reforma. O administrador compra galões de tinta. E isso não está relacionado ao objeto social da padaria. Mas aí não seria responsabilidade do administrador porque não teria sentido. Imagine que um restaurante compra vários televisores para colocar no restaurante. Isso não tem nada a ver com o objeto social do restaurante, mas foi utilizado para o restaurante e a responsabilidade não pode ser do administrador. 
Quando você vai junto ao banco, vai ao caixa e pede para depositar um cheque na sua conta, você não verifica se o caixa tem poderes para receber o cheque. Por isso a teoria da aparência é a que prevalece. Assim, se o administrador comparece ao ato dizendo que tem poderes, aparentemente, ele tem poderes. Se ele assina pela sociedade, aparentemente, eu entendo que ele tem poderes para praticar qualquer tipo de ato de administração.
Se toda vez que uma empresa comprar minha mercadoria eu tiver que puxar o contrato social dessa empresa para verificar se quem comprou tinha poderes para comprar, eu tenho que fechar minha empresa. A partir do momento em que eu peço uma cópia do contrato, a pessoa já se sente hostilizada e inviabiliza o negócio. Então, na atividade empresarial, prevalece a celeridade, a rapidez do ato. Então, é inviável ter que ficar consultando cópia de contrato social. O que prevalece, então, é a teoria da aparência, mas eu quero que você anote o seguinte:
Sérgio Campinho (especialmente para quem vai prestar prova no RJ) traz um conceito muito interessante. Ele diz que temos que ter um equilíbrio. Que tipo de equilíbrio? A teoria ultra vires deve ser aplicada para os fornecedores e instituições financeiras de crédito. Então quando você faz um empréstimo junto ao banco, é dever do banco verificar se aquele administrador tem poderes para assinar aquele contrato de empréstimo. Aqui, sim, se pode exigir esse tipo de precaução. Então, tudo isso que está no art. 1.015 é pertinente quando se tratar de instituição de crédito.
Por outro lado, quando se tratar de relação de consumo, de relação trabalhista, aí nesse caso prevalece a teoria da aparência. “Aparentemente ele tinha poderes para me contratar. Ele fez entrevista, disse que ia me contratar e eu acreditei.” Assina o cheque da sociedade? Aparentemente tem poderes. 
	5.7.	DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA.
A dissolução, geralmente, cai em primeira fase de concurso. Dificilmente você vai encontrar alguma questão envolvendo dissolução em segunda fase ou em exame oral. 
A dissolução pode ser:
Dissolução parcial – A dissolução parcial ocorre quando um ou mais sócios saem da sociedade, porém, a sociedade é mantida, ela é preservada. Continua em atividade. Apenas um dos sócios saiu.
Dissolução total – Já na dissolução total, temos a extinção da sociedade. Ela encerra suas atividades. Ela fecha as portas. Haverá extinção.
a)	Causas de dissolução parcial
Quais são as causas de dissolução parcial que temos, de acordo com o Código Civil?
Falecimento do sócio
Falência do sócio – E aqui eu peço que você tome cuidado porque eu não falei falência da sociedade. Quando tem falência da sociedade é caso de dissolução total. Aqui, foi o sócio que faliu.
Direito de retirada – Direito que o sócio tem de sair da sociedade.
Exclusão de sócio – Importantíssimo e aqui a gente vai gastar um pouquinho de tempo.
Nós temos que saber algo sobre exclusão de sócio. E o que tem caído nas provas sobre isso? Quais são as principais hipóteses em que o sócio pode ser excluído? Quando o sócio dá o balão na sociedade, quando deixa de integralizar o capital social (no todo ou em parte), ele vai se chamar de sócio remisso (caloteiro). O art. 1.004 diz que nós podemos excluí-lo. Sócio remisso pode ser excluído. 
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.
Além da regra do art. 1.004, temos também a regra do art. 1.030, caput, do Código Civil. 
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente.
Esse artigo diz que é possível a exclusão de sócio que cometeu falta grave ou teve uma incapacidade superveniente. Só que aqui é necessário que essa exclusão seja judicial. Tem que ter uma ação para excluir o sócio que praticou falta grave ou teve incapacidade superveniente. 
Essa questão caiu no TRF 5ª Região e o que o examinador perguntou? Ele pediu para o candidato falar sobre a exclusão em caso de incapacidade superveniente. Na verdade, o que o examinador queria quando pediu para o candidato comentar a exclusão no caso de incapacidade superveniente? Ele quis travar a seguinte discussão. Lembra que a sociedade pode ser uma sociedade de pessoa e de capital? A sociedade de pessoa é aquela em que o atributo pessoal do sócio é importante para a sociedade. Na sociedade de capital, pouco importa quem é o sócio. Só importa o quanto ele está investindo na sociedade. Aí a doutrina vem e diz o seguinte: tudo bem. Está prevista no Código Civil a exclusão por incapacidade, mas só tem pertinência essa exclusão quando se tratar de sociedade de pessoa. Se for sociedade de capital, não cabe exclusão por incapacidade superveniente. É que tanto que faz se o sócio tem capacidade ou não. Não importa sua qualificação pessoal. Só importa que ele investe na sociedade. Então, em se tratando de sociedade de capital não cabe exclusão por incapacidade superveniente.
Agora, uma questão que caiu na magistratura/SP. O terceiro caso de exclusão você localiza no art. 1.085, do Código Civil, que trata da exclusão de sócio minoritário. 
Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
Quem vai ser excluído na hipótese do art. 1.085 só pode ser o sócio minoritário. E vai ser excluído quando praticar ato de inegável gravidade, colocando em risco a atividade da sociedade. Fez isso, ele pode ser excluído. Mais um detalhe: ele só vai poder ser excluído se o contrato social possuir uma cláusula permitindo a exclusão por justa causa. Então, se essa cláusula existe, se o sócio pratica ato de inegável gravidade, nós podemos excluí-lo da sociedade. Mas essaexclusão é extrajudicial. E por quê? Porque o art. 1.085 diz que a exclusão se dará por uma simples alteração do contrato social. Fulano não é mais sócio, tiramos as cotas dele e agora vai ser Cicrano. Nem precisa de ação judicial. Esses são os requisitos:
Exclusão do sócio majoritário:
Previsão no contrato social.
Simples alteração do contrato.
Ter praticado atos de inegável gravidade.
Ser sócio minoritário.
 Imagine essa situação: o sócio procura o advogado e diz: “doutor, pelo amor de Deus! Eu fui agora em julho para Disney, cheguei e tinha uma carta em cima da minha mesa dizendo que eu não sou mais sócio. Eu tenho 20% da sociedade. Dei minha vida por ela. E agora estão dizendo que eu tenho que ir para o contador pegar os meus pertences pessoais, com fotos, agenda, todos num saco. E estão dizendo que eu saí porque eu roubei a sociedade, mas eu provo por A + B que nunca fiz isso. Tenho todos os lançamentos, todos os extratos, todos os registros comigo.” Ele está sendo acusado de ter praticado atos de inegável gravidade. Sem sombra de dúvida, a sociedade pode excluí-lo por isso. Porém, ele tem o direito constitucional de defesa. Ele tem direito constitucional ao contraditório. Por isso, e foi essa a questão que caiu na magistratura/SP, que nós temos a regra do art. 1.085, § único:
Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em reunião ou assembléia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.
Então, só posso excluir esse sócio, acusado de ter praticado atos de inegável gravidade, se ele teve a oportunidade de apresentar defesa. Eu vou ter que convocar uma assembléia exclusivamente para esse fim: excluir o sócio João. O sócio João vai ser notificado dessa assembléia, dessa reunião, em tempo hábil, para que possa comparecer e provar que não roubou, que nunca desviou dinheiro da sociedade. “Se vocês quiserem me excluir, me excluam por outro motivo, mas por esse, não.” Então, ele tem direito de defesa.
Como essa questão caiu na magistratura/SP? Caiu assim: “Para a exclusão de sócio minoritário é suficiente que ele tenha praticado atos de inegável gravidade” – É suficiente isso? Não. Primeiro tem que ter previsão no contrato. Sem essa cláusula não tem como. Eu só vou poder excluir judicialmente. E ainda é necessária uma assembléia ou reunião especialmente convocado para esse fim, especialmente para exercer o direito de defesa.
Liquidação da cota a pedido do credor – É mais um caso de dissolução parcial. O credor tem uma dívida junto a um devedor e precisa da cota para pagar a dívida. A sociedade liquida a cota e paga a dívida. Hoje é muito raro esse tipo de situação. Porém tem previsão na lei e é mais uma hipótese de dissolução parcial. Liquidada a cota, o sócio não mais é sócio daquela sociedade que vai ter um sócio a menos. E vai ter que pagar aquele percentual que deveria pagar para o sócio, para o credor do sócio.
Essas são as hipóteses de dissolução parcial.
b)	Causas de dissolução total
Infelizmente alguns temas a gente é obrigado a aprofundar mesmo. É importante porque os concursos estão cada vez mais difíceis. Na prova para cartório daqui de SP da semana passada caíram umas questões de direito comercial que você não acha em manual nenhum. Se você não aprofundar no tema, não vai mesmo. O que a gente tem que saber sobre dissolução total? Quais são as causas de dissolução total?
Vontade dos sócios – Não querem mais continuar com a sociedade.
Decurso do prazo – No caso de a sociedade ser por prazo determinado. Encerrou o prazo, a princípio ocorre a dissolução total. Mas há uma ressalva. Encerrado o prazo da sociedade por prazo determinado e os sócios não providenciam o seu encerramento, o que acontece? Prorrogação. Por que prazo? Por prazo indeterminado.
“Após o término do prazo, se os sócios não providenciarem a liquidação da sociedade, haverá sua prorrogação por prazo indeterminado.”
Falência da sociedade – Isso está no art. 1.044, do Código Civil. Quando a sociedade falir, haverá sua dissolução total, sua extinção, encerramento da atividade. Cuidado mais uma vez. Isso às vezes passa despercebido na hora da prova e você erra por bobeira. Falência da sociedade é dissolução total. Falência do sócio é dissolução parcial. Não pode errar!
Unipessoalidade por mais de 180 dias – Qual é o prazo em que a sociedade limitada pode ter um sócio só? Em que pode ser unipessoal? Por 180 dias, ela pode ter um sócio só. Se passar esse prazo, é caso de dissolução total.
Extinção de autorização para funcionamento – Se aquela autorização para a sociedade funcionar for extinta, também é caso de dissolução total. 
	Só que aqui, eu quero fazer um comentário que caiu no MP/SP. Onde está essa regra? O art. 1.033, V, do Código Civil, diz que a extinção de autorização para funcionamento é caso de dissolução total. Por que você tem que anotar isso aqui? Porque se você for analisar o Código Civil, o que ele diz sobre essa hipótese de dissolução total? Temos uma regra específica, só para essa hipótese, que é a do art. 1.037, do Código Civil, que foi a questão que caiu no MP/SP:
	Art. 1.037. Ocorrendo a hipótese prevista no inciso V do art. 1.033 (que é a extinção de autorização para funcionamento), o Ministério Público, tão logo lhe comunique a autoridade competente, promoverá a liquidação judicial da sociedade, se os administradores não o tiverem feito nos trinta dias seguintes à perda da autorização, ou se o sócio não houver exercido a faculdade assegurada no parágrafo único do artigo antecedente.
	O que está dizendo aqui? Que quando tem extinção da autorização, quem tem que providenciar o encerramento da sociedade, a chamada liquidação, é a sociedade ou os sócios no prazo de 30 dias. Então, perdeu a autorização para funcionamento? A sociedade ou os sócios devem providenciar a liquidação da sociedade. Foi isso que caiu na prova? Não. O que caiu está no § único do art. 1.037:
Parágrafo único. Caso o Ministério Público não promova a liquidação judicial da sociedade nos quinze dias subseqüentes ao recebimento da comunicação, a autoridade competente para conceder a autorização nomeará interventor com poderes para requerer a medida e administrar a sociedade até que seja nomeado o liquidante.
Esta comunicação só pode ser oferecida depois dos 30 dias que a sociedade deveria ter feito a liquidação e não fez. Então, o que está dizendo aqui? Que se passar o prazo de 30 dias, quem deve pedir a liquidação da sociedade, se a sociedade ou sócio não fez, é o Ministério Público. Então, teve a extinção da autorização, a sociedade/sócios tem 30 dias para pedir a liquidação. Encerrado esse prazo, é comunicada a autoridade competente e também o MP e a partir dessa comunicação, o MP tem 15 dias para pedir a liquidação da sociedade. É de competência do MP somente nessa hipótese. Nas demais, o MP nem comparece. Somente comparece quando há extinção de autorização para funcionamento. 
Anulação do ato constitutivo – Se o contrato social foi anulado, é caso de dissolução total.
Exaurimento do objeto social – Isso caiu na AGU. E já caiu a seguinte questão em prova: fim do objeto social (mesma coisa). Então, não é exaustão do objeto social como foi o que caiu na prova da AGU (exaustão é cansaço). Exaurimento é fim. Exemplo: ausência de mercado. Quando a sociedade fica ausente de mercado, fim do objeto social. Quem compraria máquina de datilografia no shopping Iguatemi? Sabe antenas de VHS que você coloca na TV com Bombril nas pontas? Quem usa aquilo? São exemplos de produtos que perdem mercado.
 (Intervalo)
LEI DE S.A.
Lei n.º 6.404/76
Só para vocês terem uma idéia: essa lei possui 300 artigos. É quase um Código Penal e cada artigo possui uns 10, 15 incisos. Aqui, eu vou abordar o que é mais importante e vou dar uma dica bem sincera para você. Quando você está estudando para concurso público, você tem que ter estratégia de estudo. Se dedicar para aquilo que mais caina prova. O tempo que você gasta estudando a Lei de S.A. é o mesmo que você vai gastar lendo o Código Penal, por exemplo. Então, eu prefiro que você leia o Código Penal e leia apenas alguns artigos da Lei de S.A. Se você ler toda Lei de S.A., você tem grande chance de entrar em depressão (ela é esquisita, complexa, estranha), mas os artigos que eu citar, você depois vai lá e confere em casa. Fica mais legal desse jeito.
Vamos lembrar de algumas características da S.A. que nós já sabemos de aulas anteriores. Vamos colocar aqui novamente a título de você poder dar uma olhadinha rápida para o concurso, ao invés de ficar procurando os temas.
1.	CARACTERÍSTICAS
A S.A. sempre vai ser empresária. A S.A. NÃO pode ser sociedade SIMPLES.
A S.A. é uma sociedade institucional. Significa que o seu ato constitutivo é um estatuto social. Ela não tem contrato social. O que ela possui é estatuto social. Então, ela é institucional. Ela sempre será institucional.
Essas são as duas características que temos que lembrar.
2.	CONCEITOS
Sociedade anônima: “Sociedade anônima é a sociedade cujo capital social está dividido em ações.”
Então, se eu tenho uma ação de uma sociedade anônima, eu sou sócio dela porque o capital social da S.A. está fracionado, dividido em ações. 
Nós temos duas espécies de sociedade anônima. Com relação à espécie, de acordo com a Lei de S.A., a sociedade anônima pode ser uma companhia aberta e pode ser uma companhia fechada. A definição disso você encontra onde? No art. 4º, da Lei de S.A. É o primeiro artigo que eu cito. Anotem para depois conferir na hora de estudar.
	
Art. 4º  Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
Primeiro detalhe: não existe companhia mista. O examinador sempre coloca essa pergunta batida. Não existe companhia mista. Não tem meio termo. Ou a companhia é aberta ou é fechada. 
Companhia aberta – “É aquela em que os valores mobiliários são admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.”
Companhia fechada – “É aquela em que seus valores mobiliários não são admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.”
Só para você entender melhor, onde está escrito “valores mobiliários”, substitui por “ações”. E onde está escrito “mercado de valores mobiliários” substitui por “bolsa de valores.” 
Companhia aberta é aquela em que as ações são negociadas em bolsas de valores.
Companhia fechada é aquela em que suas ações não poderão ser negociadas na bolsa de valores.
	Por isso se diz que a companhia tal fez abertura de capital. Por quê? Porque quando se faz abertura de capital, você pode negociar as ações na bolsa de valores. Mas quando não é companhia aberta, mas fechada, as ações não podem ser negociadas na bolsa de valores. Então, os grandes empreendimentos, as grandes empresas, são companhias abertas porque a companhia aberta está com os braços abertos para qualquer interessado. Qualquer investidor que queira investir na sociedade e adquirir as suas ações, será acionista de uma companhia aberta porque é livre a negociação no mercado de valores mobiliários. 
	Diferentemente das companhias fechadas, normalmente grupos menores, os chamados grupos familiares. São os sete irmãos que resolveram constituir um frigorífico. São os três primos que resolveram fazer uma empresa de produção de café. São os dois ou três irmãos que resolveram montar uma empresa no ramo alimentício. Então, são os chamados grupos familiares. Se eu tenho uma ação de uma companhia fechada, eu não posso negociar na bolsa, mas não significa que eu não posso negociar as ações. O que eu não posso é negociar na bolsa. Mas eu posso negociar, passar minhas ações para você, se você estiver interessado. Mas o que não é permitido é a negociação no mercado de valores mobiliários. 
	Temos que saber ainda que o mercado de valores mobiliários está subdividido em:
Bolsa de valores e
Mercado de balcão.
“Conceito de bolsa de valores: Bolsas de valores são entidades privadas constituídas sob a forma de associações civis ou sociedades anônimas, tendo por membros corretoras de valores mobiliários. Conquanto sejam privadas, atuam sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pois atuam na prestação do serviço público, devendo fiscalizar seus membros (que são as corretoras) e as operações realizadas pelos mesmos.”
Fábio Ulhoa compara a compra de ações com a compra de carro. O que você faz quando quer comprar um carro? Procura no jornal e vai circulando pela cidade em busca do carro, ou vai para o feirão de venda de carros, onde o fluxo de negociação é muito maior. A mesma coisa ocorre na bolsa de valores. Se você quer comprar ações, você não tem que obrigatoriamente procurar a bolsa de valores. Você pode, por exemplo, adquirir as ações junto a uma instituição financeira ou uma corretora de valores. Mas o fluxo de negociação é maior na bolsa de valores, onde estão os interessados em comprar e vender valores mobiliários.
“Objetivo da bolsa de valores: aumentar o fluxo de negociação de valores mobiliários, sempre com uma supervisão de uma entidade autárquica (CVM).” 
A CVM é uma entidade autárquica sob regime especial vinculada ao Ministério da Fazenda. – Então essas operações estão todas supervisionadas e fiscalizas por um órgão,chamado Comissão de Valores Mobiliários. Isso é bolsa de valores.
Mercado de Balcão – É toda operação realizada fora da bolsa de valores. Toda operação realizada fora da bolsa de valores é chamada mercado de balcão. Quando você adquire ações direto de uma instituição financeira, você está praticando mercado de balcão. É a operação ocorrida fora da bolsa de valores.
Além disso, nós temos que saber também o seguinte, que já caiu em prova: diferença entre mercado primário e mercado secundário.Voltando ao exemplo do carro para saber a diferença. Quando eu compro um carro zero em uma concessionário. Todos dizem que eu sou o primeiro dono do carro. Até na hora de anunciar para vender depois, a gente coloca “único dono”. Vendo para João da Silva que passa a ser o segundo dono. Aqui, é a mesma coisa. 
No mercado primário, você adquire diretamente da companhia. É a operação que ocorre entre a companhia emissora (que emitiu o valor mobiliário) e o investidor.
Mercado secundário é diferente. O investidor já comprou. O acionista já tem suas ações (já é titular das ações) e vende suas ações para o investidor. Isso ocorre no mercado secundário.
O que eu quero que você anote e que o examinador começou a perguntar em prova: “A bolsa de valores opera em qual mercado? No primário ou no secundário?”
Quando você compra ações, você está comprando diretamente da companhia que emitiu? Não. Você está comprando de alguém que já comprou da companhia emissora. Então, a bolsa de valores só opera no mercado secundário. Ela não opera no mercado primário. Quem opera no mercado primário é o mercado de balcão. Quando uma companhia emite novas ações, o que acontece? Você compra direto da instituição financeira, você não compra na bolsa de valores.
E o mercado secundário é só bolsa de valores? Não. O mercado de balcão também opera no secundário. Então:
Mercado de balcão: opera no mercado primário e no secundário.
Bolsa de valores: opera no mercado secundário e só nele.
3.	CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE ANÔNIMA
Esse é um dos assuntos mais importantes para concurso. 
	3.1.	Requisitos Preliminares 
Quando o assunto é constituição, temos que conhecer os chamados requisitos preliminares que despencam em concurso. Eles estão todos no art. 80 da Lei de S.A. (mais um artigo para você ler depois). E aqui tanto faz se a companhia é aberta ou fechada. Tanto a companhia aberta quanto a fechada têm que cumprir com os requisitos preliminares. São apenas três:
Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divideo capital social fixado no estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. 
a)	“Subscrição pelo menos por duas pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto.” 
Isso na prova tem outro nome: pluralidade sócios. A S.A., na sua constituição, tem que ter a chamada pluralidade de sócios, tem que ter dois ou mais sócios na sua Constituição.
Vimos que quando a sociedade tem apenas um sócio, ela é unipessoal. E a pergunta é: A S.A. pode ser unipessoal na Constituição? A resposta é: a princípio não. A princípio ela tem que ter dois ou mais sócios. Mas há duas exceções, duas situações em que a sociedade anônima será unipessoal:
Empresa Pública – É possível ter uma empresa pública com um acionista só, a União.
Subsidiária Integral – É a sociedade prevista no art. 251, da Lei de S.A. “É o tipo de sociedade anônima que admite um único acionista que necessariamente será uma sociedade nacional.” A Transpetro, por exemplo, é uma subsidiária integral da Petrobras. O único acionista da Transpetro é a Petrobras, que é uma sociedade só.
Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista sociedade brasileira.
Tirando esses dois casos, não há mais nenhuma hipótese. Mas lembrem- que estamos falando de constituição porque depois que a sociedade anônima já foi constituída e, portanto, tem lá dois acionistas, é possível, depois da constituição ter um acionista só. Na limitada, vimos lá, o prazo é de 180 dias. E na S.A.? Depois de constituída ela pode ser unipessoal na forma do art. 206, I, “d”:
Art. 206. Dissolve-se a companhia: I - de pleno direito: d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no Art. 251;
Então, qual é o prazo para ter um sócio só? Entre uma assembléia geral ordinária e outra. Nesse interregno, a sociedade pode ter um sócio só e geralmente essa assembléia é anual. Por isso que alguns concursos dizem que o prazo e de um ano. Tecnicamente não é isso porque pode acabar sendo por um pouco mais ou um pouco menos de um ano. Tecnicamente seria entre uma assembléia ordinária e outra. Mas geralmente o examinador coloca lá que o prazo é de um ano. 
b)	“Realização, como entrada, de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro.” 
O que significa isso? Que quando vamos constituir uma S.A. é obrigatório integralizar, depositar 10% em dinheiro, no ato da Constituição. Isso cai na prova? Não. O que cai na prova é a exceção.
Exceção: “tratando-se de instituição financeira esse percentual de 10 passa para 50%”
Isso cai na prova! Mas onde eu deposito esses 10 ou 50%? É o requisito “c”. Isso já caiu duas vezes nas últimas provas para Banco Central.
c)	“Depósito no Banco do Brasil ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM.” 
Tanto companhia aberta quanto fechada, ao terem a sua constituição precisam desses requisitos preliminares. Agora vamos valar da constituição propriamente dita que não é tão importante quanto os requisitos preliminares. 
	3.2.	Constituição propriamente dita
Aqui é diferente na companhia aberta e na companhia fechada. O tratamento é diferenciado. 
a)	Constituição da companhia aberta
A constituição da companhia aberta é a chamada de subscrição pública e também chamada de sucessiva. É uma sucessão de etapas. Temos basicamente três etapas: 
Registro de emissão na CVM – Se a S.A. vai emitir ações, ela tem que pedir o registro dessa emissão na CVM. Quando se faz o pedido de registro, a CVM vai verificar o estatuto da S.A., se ela tem viabilidade econômica, vendo se aprova ou não o registro. 
Contratação de instituição financeira – Se tiver seu registro aprovado, o segundo passo é a contratação de uma instituição financeira para fazer a negociação das ações. Eu posso fazer mercado primário na bolsa de valores? Não. Na bolsa de valores é só o secundário. O mercado primário é o mercado de balcão. Então, só pode vender diretamente as ações da companhia à instituição financeira. Então, terá que ser chamada uma instituição financeira para intermediar a venda dessas ações.
Assembléia de fundação – A terceira etapa vai ser uma assembléia de fundação.
Ficou claro que a companhia aberta, para ser constituída, e essa informação é relevantíssima, precisa da aprovação da CVM. A CVM precisa aprovar aquela sociedade anônima aberta.
b)	Constituição da companhia aberta
A constituição da companhia fechada é um pouco diferente. A constituição propriamente dita de uma companhia fechada é chamada de subscrição particular ou também chamada de simultânea porque aqui não tem uma sucessão de etapas. É uma etapa só. E qual é ela? Ou se faz uma escritura pública ou então se faz uma assembléia de fundação. Fica a critério dos acionistas. Eles escolhem se fazem uma escritura pública para constituir aquela sociedade anônima, ou se fazem assembléia de fundação.
A companhia fechada, para ser constituída, não necessita de autorização da CVM. Só precisa de autorização da CVM a companhia aberta. Por isso que é comum que aquela companhia que não obteve a autorização da CVM se torne uma companhia fechada porque a companhia fechada não precisa de autorização da CVM.
Depois que falamos dos requisitos preliminares e da constituição propriamente dita, temos que conhecer o quê agora? Temos que conhecer os chamados órgãos da sociedade anônima. Quais são os órgãos de uma S.A.? 
4.	ÓRGÃOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA
Geralmente quando cai essa questão na prova, o examinador dá diversas alternativas, você acaba se confundindo e errando a questão. Lembra dessa regrinha: A.C. e D.C., o “A” significando assembléia geral, o “C” significando conselho de administração e o “D” significando diretoria e o “C” significando conselho fiscal. São os órgãos da sociedade anônima. Então, não caiam quando perguntarem na prova: “os órgãos da S.A. são: tesouraria gerência, presidência.” Não! Os órgãos da S.A. são: “antes de Cristo e depois de Cristo”:
A.C. – 	Assembléia Geral
		Conselho de Administração
D.C. – 	Diretoria 
		Conselho Fiscal
O que a gente tem que saber? Os detalhes que a gente vai colocar agora, são extremamente importantes. Duas perguntas na última prova da magistratura/SP foram sobre conselho de administração e as perguntas eram as mais cabeludas porque tratavam dos detalhes que a gente tem que conhecer e não tem jeito. Prova da PGE de SP envolveu questão envolvendo conselho de administração. A prova do Paraná pediu conselho de administração, idem no RS.
	4.1.	ASSEMBLÉIA GERAL
O que você tem que saber sobre assembléia geral? É órgão deliberativo. Não é órgão de administração. A assembléia geral, sendo órgão deliberativo está subdividida entre: 
Assembléia geral ordinária e 
Assembléia geral extraordinária. 
O que você tem que saber? Que a assembléia geral ordinária tem que ser realizada anualmente e o art. 132, da Lei de S.A. define qual é a competência privativa da assembléia geral ordinária. São quatro temas.
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (Art. 167).
Tomar as constas dos administradores – sempre que o assunto for esse, é objeto de deliberação na assembléia geral ordinária.
Destinação dos lucros – também é objeto de deliberação na assembléia geral ordinária.Eleição de administradores e membros do conselho fiscal
Aprovação da correção da expressão monetária do capital social – se se quer atualizar, corrigir o valor do capital social, isto também vai ter que ser aprovado na AGO.
Então, vou te dar uma informação que na prática não é bem assim, mas na prova é assim que a gente vai responder. Todas essas alternativas que você colocou no caderno estão no art. 132, da Lei de S.A. Todo e qualquer tema que não seja um desses quatro, na sua prova você vai colocar que vai ser objeto de assembléia geral extraordinária.
Qualquer decisão que não seja uma dessas quatro, você vai responder que é objeto de assembléia geral extraordinária.
Exemplos: 
Alteração do estatuto social ( não está no rol da AGO); 
Destituição de administrador (isso é pegadinha) – Um dos temas da AGO é a eleição, mas a destituição não está prevista no art. 132. Portanto, a destituição tem que ser objeto de assembléia geral extraordinária. Dá uma boa olhada no art. 132 porque se o examinador colocar algo e você estranhar, é porque não é assembléia geral ordinária. Estranhou? Assembléia Geral Extraordinária.
Essa assembléia geral tem que ter uma convocação. Essa convocação vai ser feita por um edital de convocação. Nesse edital de convocação serão colocadas as principais informações sobre a assembléia. São as informações essenciais como, por exemplo, a data o local onde será realizada, local, temas que serão discutidos (para que o acionista reflita anteriormente).
Mas o que eu quero que você anote e que cai não prova é que esse edital de convocação tem que ser publicado 3 vezes na imprensa oficial e em jornal de grande circulação. E o conceito de jornal de grande circulação é relativo. Depende de onde está localizada a sociedade. Imprensa oficial e jornal de grande circulação, onde está a pegadinha de prova? Já caiu na magistratura/SP: imprensa oficial ou jornal de grande circulação. Você lê rápido e não vê o erro. Não é “ou”. É “e”. E são três publicações. Uma questão sobre o prazo e as 3 publicações caiu na magistratura/PI. Vamos a eles:
Companhia aberta 
1ª Publicação – Diz que vai ter a Assembléia
2ª Publicação – Diz que vai ter a Assembléia
3ª Publicação – Diz que vai ter a Assembléia
O que diz a Lei de S.A.? Que entre a data da primeira publicação e a data da realização da assembléia tem que ter um prazo mínimo de 15 dias. O que acontece se não for observado esse prazo? Nulidade da assembléia. Eu só vou poder começar a assembléia se estiver presente quorum de instalação. Não é quorum de aprovação. É para dar início à assembléia. E o quorum de instalação é de ¼ do capital social votante (com direito de voto). E se não tem essa presença na assembléia? Não pode dar início. Se faz, então, uma segunda convocação e sabe o que acontece nessa segunda convocação? Tudo de novo!! Eu vou ter que fazer tudo de novo! Vou ter que fazer 3 publicações de novo, na imprensa oficial e em jornal de grande circulação, só que agora o prazo é diferente. Tudo de novo!
1ª Publicação – Diz que vai ter a Assembléia
2ª Publicação – Diz que vai ter a Assembléia
3ª Publicação – Diz que vai ter a Assembléia
Só que entre a data da primeira publicação (dessa segunda convocação) e a data da realização da assembléia tem que ter prazo mínimo de 8 dias. E na segunda convocação, diz a Lei de S.A. que a assembléia será instalada com qualquer número de presentes. Esses são os prazos da companhia aberta.
Companhia fechada – É a mesma coisa, só que os prazos são diferentes. No caso da companhia fechada, entre a data da primeira publicação e a data da realização da assembléia, tem que ter prazo mínimo de 8 dias. Aí vamos ver se pode ou não instalar a assembléia, de acordo com o quorum mínimo. Se não tiver, será necessária uma segunda convocação. Tudo é feito de novo, mas aqui, entre a data da primeira publicação e a data da realização da assembléia tem que ter prazo mínimo de 5 dias. Esses requisitos de convocação caem com muita freqüência em prova.
	4.2.	CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (facultativo)
Merece destaque diferenciado porque ele é uma exceção naquele AC DC. Todos os órgãos da S.A. são obrigatórios, com uma única exceção: o Conselho de Administração. É órgão facultativo. E por ser uma exceção, já cai na prova. Mas há a exceção da exceção. Então, a regra é a de que todos os órgãos são obrigatórios, com exceção do Conselho de Administração. Mas há três situações em que o Conselho de Administração é obrigatório. A regra é ser facultativo, mas temos três casos, definidos na lei em que ele passa a ser um órgão obrigatório. Quais são esses casos? 
Quando o Conselho de Administração é obrigatório:
Quando se tratar de companhia aberta.
Quando se tratar de sociedade de capital autorizado (art. 168, da Lei de S.A. diz o que é. Transcrevi abaixo)
Quando se tratar de sociedade de economia mista. – A sociedade de economia mista, obrigatoriamente terá Conselho de Administração.
Isso despenca em concurso. Para quem quiser anotar a referencia legal sobre a obrigatoriedade do Conselho de Administração: arts. 138 e 239, da Lei de S.A. 
Administração da Companhia
Art. 138. A administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria.
§ 1º O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada, sendo a representação da companhia privativa dos diretores.
§ 2º As companhias abertas e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente, conselho de administração.
 Art. 139. As atribuições e poderes conferidos por lei aos órgãos de administração não podem ser outorgados a outro órgão, criado por lei ou pelo estatuto.
Capital Autorizado
Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento do capital social independentemente de reforma estatutária.
§ 1º A autorização deverá especificar:
a) o limite de aumento, em valor do capital ou em número de ações, e as espécies e classes das ações que poderão ser emitidas;
b) o órgão competente para deliberar sobre as emissões, que poderá ser a -geral ou o conselho de administração;
c) as condições a que estiverem sujeitas as emissões;
d) os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência para subscrição, ou de inexistência desse direito (Art. 172).
§ 2º O limite de autorização, quando fixado em valor do capital social, será anualmente corrigido pela assembléia-geral ordinária, com base nos mesmos índices adotados na correção do capital social.
§ 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembléia-geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia ou a sociedade sob seu controle.
Fica mais fácil de entender essa obrigatoriedade quando se entende a competência do Conselho de Administração. A competência está no art. 142. Vamos resumi-lo, traçando as principais competências:
Fixar as diretrizes gerais da sociedade anônima – quem fixa as diretrizes, o plano estratégico da S.A. é o conselho de administração.
È quem elege e quem destitui os diretores.
Supervisionar os atos da diretoria.
Essas são as principais funções do Conselho de Administração. Quando a companhia é aberta, em que há interesse público envolvido, quando se trata de sociedade de economia mista, nessas hipóteses é imprescindível haver um conselho supervisionando os atos da diretoria. Então, além de ter uma diretoria, tem um conselho, um órgão colegiado supervisionando os atos da diretoria. Se não tem conselho de administração, quando um diretor pisa na bola, a única maneira de ele ser retirado é via assembléia extraordinária e se a maioria dos presentes for amigo daquele? Ele não sai da sociedade. Então, o Conselho de Administração é importante porque pode eleger, como pode destituir a qualquer tempo sem necessidade de uma assembléia geral, que gasta dinheiro e tempo. Então, como se trata de situação em que há interesse público envolvido,então, há necessidade de um colegiado supervisionando os atos. 
Art. 142. Compete ao conselho de administração: 
I - fixar a orientação geral dos negócios da companhia;
II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto;
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos;
IV - convocar a assembléia-geral quando julgar conveniente, ou no caso do Art. 132;
V - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria;
VI - manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto assim o exigir;
VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscrição;
VIII - autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros;
VIII - autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; (Alterado pela L-011.941-2009)
IX - escolher e destituir os auditores independentes, se houver.
O que temos que saber, além disso? Composição. Qual é a composição do Conselho de Administração? Mínimo de 3 membros que, obrigatoriamente, devem ser acionistas. Você encontra isso no art. 140, da Lei de S.A. lembrando que também têm que ser pessoa natural. Só pode ser membro do Conselho de Administração pessoa natural. 3 membros (no mínimo), acionistas, pessoas naturais. 
	4.3.	DIRETORIA
Composição: mínimo de 2 membros, acionistas ou não. Olha a diferença. Acionistas ou não, porém, residentes no país.
Competência: “Compete a qualquer diretor a representação da companhia e a prática dos atos necessários ao seu funcionamento regular.” Então, quem pratica os atos da administração, a representação da sociedade anônima, é o diretor da sociedade anônima. Esse diretor, quando há conselho de administração, é eleito pelo conselho de administração. Quando não há conselho de administração, ele é eleito pela assembléia geral ordinária.
Vamos tomar cuidado com uma pergunta de concurso para não errar na prova: Se o examinador perguntar quais são os órgãos da S.A., que resposta você vai dar? Assembléia geral, conselho de administração, diretoria e conselho fiscal. Mas e se ele perguntar quais são os órgãos de administração da S.A.? Agora mudou. Se ele perguntar isso, o quê você colocaria como correta: a que engloba o conselho de administração e diretoria? Ou a que engloba o conselho de administração e diretoria; ou somente diretoria. Qual é a resposta correta? A segunda. Aqui, o examinador queria saber quais eram os órgãos de administração e se você sabia que o conselho de administração é facultativa. Então, quando não há conselho, é só a diretoria que vai ser o órgão de administração. Então, cuidado com pegadinhas assim para não errar na prova.
	4.4.	CONSELHO FISCAL
O Conselho Fiscal é órgão de existência obrigatória, mas de funcionamento facultativo. É isso o que diz o art. 161, diz que terá o conselho fiscal, não está dizendo que poderá ter.
Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido de acionistas.
Ele pode estar permanentemente instalado ou estar “desativado” e ser a qualquer tempo ativado a pedido de acionistas. Ele tem que obrigatoriamente existir, mas no tocante a funcionamento, facultativo, diz a lei que pode ser permanente ou não. Tem sempre que existir, seu funcionamento é que pode ser facultativo.
Na limitada, o conselho fiscal é facultativo. Na S.A. ele é obrigatório.
Composição: mínimo de 3 membros e máximo de 5, com igual número de suplentes. Se tem 3 Conselheiros, tem que ter 3 suplentes. Se são 5 Conselheiros, tem que ser 5 suplentes. Eles podem ser acionistas, ou não, porém, residentes no país. Só vai precisar ser acionista, para conselho de administração. Para o resto pode ser tanto acionista quanto não acionista.
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