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Prévia do material em texto

Professor Dr. Jonas Marcelo Jaski
MANEJO DE PLANTAS 
DANINHAS
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
 DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
J39m Jaski, Jonas Marcelo
 Manejo de plantas daninhas / Jonas Marcelo Jaski.
 Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 112 p. : il. Color.
 
 1.Ervas daninhas - Controle. 2. Herbicidas. I. Centro 
 Universitário Unifatecie. II. Núcleo de educação a Distância.
 III. Título. 
 
 
 CDD :23 ed. 632.5 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
AUTOR
Professor Dr. Jonas Marcelo Jaski
●	 Doutor	em	Agronomia	(Universidade	Estadual	de	Maringá	-	UEM).	
●	 Mestre	em	Agronomia	(Universidade	Estadual	de	Maringá	-	UEM).	
●	 Bacharel	em	Agronomia	(Universidade	Federal	da	Fronteira	Sul	-UFFS).	
●	 Professor	do	curso	de	agronomia	do	Centro	Universitáio	Ingá	-	UNINGÁ
Ampla	experiência	como	pesquisador,	produzindo	artigos	científicos	aceitos	
por	revistas	de	alto	impacto	internacional.	Atua	como	professor	no	Centro	Universi-
tário	Ingá-	UNINGÁ.	Além	disso,	vivenciou	a	atividade	rural	desde	a	infância	por	ter	
origem	no	campo.	
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/8269242634056252	
http://lattes.cnpq.br/8269242634056252
4
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo (a)!
Prezado	(a)	aluno	(a),	se	você	se	interessou	pelo	assunto	desta	disciplina,	isso	já	é	
o	início	de	uma	grande	jornada	que	vamos	trilhar	juntos	a	partir	de	agora.	Proponho,	junto	
com	você,	construir	nosso	conhecimento	sobre	os	conceitos	fundamentais	do	manejo	de	
plantas	daninhas,	afinal	são	conhecimentos	imprescindíveis	para	atuação	do	profissional	da	
agronomia.	Além	de	conhecer	os	principais	conceitos	e	definições,	também	vamos	aprender	
a	classificar	as	plantas	daninhas	e	aspectos	gerais	sobre	os	herbicidas	e	a	resistência	das	
plantas	daninhas	aos	mesmos.	
Na	unidade	I,	começaremos	a	nossa	jornada	pelos	conceitos	fundamentais	da	ciência	
das	plantas	 daninhas,	 assim	poderemos	 compreender	 a	 ecologia	 das	plantas	 daninhas	
e	estabelecer	a	 importância	e	os	conceitos	da	 infestação	de	plantas	daninhas.	Também	
iremos	tratar	sobre	o	banco	de	sementes	no	solo	e	mecanismos	de	dormência	das	plantas	
daninhas.
Já	na	unidade	II,	vamos	ampliar	nossos	conhecimentos	sobre	a	classificação	das	
plantas	 daninhas	 e	 estabelecer	 a	 importância	 da	 competição	 entre	 plantas	 daninhas	 e	
as	 plantas	 cultivadas.	 Também	 iremos	 definir	 e	 contextualizar	 a	 alelopatia	 no	 contexto	
das	plantas	daninhas	e	tratar	de	conceitos	relacionados	a	interferência	e	os	períodos	de	
convivência	das	plantas	daninhas	com	as	culturas.
Depois,	na	unidade	III	iremos	tratar	dos	métodos	de	controle	das	plantas	daninhas.	
Dessa	forma,	falaremos	sobre	os	controles	preventivo,	cultural	mecânico,	físico,	biológico	e	
controle	químico	de	plantas	daninhas.	Nessa	unidade	também	trataremos	sobre	integrado	
das	plantas	daninhas.
Na	unidade	IV	iremos	focar	no	estudo	dos	herbicidas.	Assim,	iremos	compreender	
a	nomenclatura	e	como	são	classificados	os	herbicidas;	conhecer	os	mecanismos	de	ação	
dos	herbicidas;	estudar	sobre	formulações	e	misturas	de	herbicidas	em	tanque	e	por	fim	
falaremos	sobre	resistência	de	plantas	daninhas	aos	herbicidas.	
Aproveito	para	reforçar	o	convite	a	você,	para	junto	conosco	percorrer	esta	jornada	
de	 conhecimento	 e	multiplicar	 os	 conhecimentos	 sobre	 tantos	 assuntos	 abordados	 em	
nosso	material.	Esperamos	contribuir	para	seu	crescimento	pessoal	e	profissional.	
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Conceitos Básicos e Biologia de Plantas Daninhas
UNIDADE 2
Classificação e Interferência de Plantas Daninhas
UNIDADE 3
Métodos de Controle de Plantas Daninhas
UNIDADE 4
Herbicidas: Características Gerais
5
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Plano de Estudos
• • Conceitos e importância de plantas daninhas;
• • Ecologia das plantas daninhas;
• • Infestação de plantas daninhas;
• • Banco de sementes e mecanismos de dormência em plantas 
daninhas.
Objetivos da Aprendizagem
• • Conceituar e contextualizar a importância de plantas daninhas;
• • Compreender a ecologia das plantas daninhas;
• • Estabelecer a importância e os conceitos da infestação de plantas 
daninhas;
• • Definir e entender mais sobre o banco de sementes no solo e mecanis-
mos de dormência das plantas daninhas.
1UNIDADEUNIDADE
CONCEITOS BÁSICOS E CONCEITOS BÁSICOS E 
BIOLOGIA DE PLANTAS BIOLOGIA DE PLANTAS 
DANINHASDANINHAS
Professor Dr. Jonas Marcelo Jaski
UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
INTRODUÇÃO
Olá	aluno	(a),	como	vai?	Seja	bem-vindo	(a)	a	nossa	PrimeiraCLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
							 Segundo	Silva	et al.	 (2007),	o	manejo	adequado	das	plantas	daninhas	na	cultura	
depende	do	conhecimento	aprofundado	do	profissional	quanto	à	cultura	e	as	plantas	 in-
festantes.	As	plantas	que	emergem	no	solo	antes,	tendem	a	excluir	as	que	surgem	depois,	
dessa	forma	devemos	dar	condições	para	que	a	cultura	se	estabeleça	antes	das	plantas	
daninhas.	Para	esse	manejo	ideal	é	necessário	utilizar	métodos	culturais	(atentar	para	o	
preparo	do	solo,	época	de	plantio,	cultivar	adequado,	profundidade	de	semeadura,	etc.)	em	
conjunto	com	métodos	mecânico,	químico,	e	biológico,	fazendo	um	manejo	integrado	de	
plantas	daninhas.
	
2.1 Competição por água
							
A	competição	por	água	leva	as	plantas	daninhas	a	competir	ao	mesmo	tempo	por	
luz	e	nutrientes.	Normalmente	as	plantas	daninhas	são	mais	eficientes	para	aproveitar	a	
água	do	solo	devido	a	fatores	como:	capacidade	das	raízes	de	se	ajustarem	osmoticamen-
te,	magnitude	de	condutividade	elétrica	das	raízes	e	regulação	estomática.	Em	agroecos-
sistemas,	é	comum	em	períodos	quentes	do	dia	observarmos	plantas	cultivadas	murchas	
enquanto	as	plantas	daninhas	permanecem	turgidas,	sem	sinal	de	déficit	hídrico	(SILVA	et 
al.,	2007).
	
2.2 Competição por luz
							
A	competição	por	luz	não	é	tão	significativa	quanto	a	competição	por	água	ou	por	
nutrientes,	quando	ocorre	sombreamento	completo	das	plantas	daninhas	a	competição	por	
luz	é	irrisória.	Existe	uma	exceção,	a	planta	Sesbania exaltata,	que	é	altamente	competitiva	
com	a	cultura	do	arroz	por	luz.	A	seleção	das	culturas	para	o	melhoramento	genético	foi	
eficiente	para	selecionar	plantas	cultivadas	com	alto	potencial	de	utilização	da	luz	(SILVA	
et al.,	2007).
							 A	 competição	 por	 luz	 é	 influenciada	 pelo	 tipo	 de	 espécie,	 se	 cresce	 melhor	 em	
ambientes	 bem	 iluminados	 (heliófilas)	 ou	 pouco	 iluminados	 (umbrófilas)	 e	 se	 a	 rota	
fotossintética	que	ela	apresenta	é	C3,	C4	ou	CAM.	As	plantas	daninhas	C4	tendem	a	competir	
mais	efetivamente	por	luz	com	as	plantas	cultivadas.	Dentre	as	10	plantas	daninhas	mais	
nocivas	do	mundo,	oito	delas	possuem	rota	fotossintética	C4	anuais	ou	perenes	(Cynodon 
dactylon, Imperata cilíndrica, Eleusine indica, Cyperus rotundus, Sorghum halepense, 
Panicum maximum, Echinochloa crusgalli e E. colonum).
	
2.3 Competição por gás carbônico (CO2)
							
A	 competição	 por	 CO2	 geralmente	 não	 é	 significante.	 No	 entanto,	 existe	 diferença	
na	eficiência	de	captura	de	CO2	em	plantas	C3	e	C4,	por	exemplo.	Outro	fator	que	pode	ser	
considerado	é	a	concentração	de	CO2	e	oxigênio	(O2)	no	solo,	que	apresenta	maior	concentração	
de	CO2	e	deficiência	de	O2	em	solos	encharcados,	por	exemplo.	Determinadas	espécies	como	
Molinia caerulea	são	mais	tolerantes	à	alta	concentração	de	CO2	do	que	Erica tetralix	no	solo	
encharcado,	podendo	ter	mais	vantagens	na	competição	(SILVA	et al.,	2007).
44UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
	
2.4 Competição por nutrientes
							
Como	 já	 vimos	 na	 Unidade	 I,	 as	 plantas	 daninhas	 possuem	 características	 de	
agressividade	que	permite	 a	 elas	 ter	 vantagens	em	 relação	às	plantas	 cultivadas.	Uma	
das	 vantagens	 é	 a	 grande	 capacidade	 de	 aproveitar	 o	 ambiente	 e	 obter	 os	 nutrientes	
essenciais	para	seu	desenvolvimento,	que	muitas	vezes	estão	em	quantidades	inferiores	à	
necessidade	apresentada	pelas	culturas	agrícolas	em	solos	brasileiros	(SILVA	et al.,	2007).
							 De	acordo	com	Silva	et al.	(2007)	a	quantidade	de	nutrientes	extraída,	os	teores	acu-
mulados	na	matéria	seca	e	o	tipo	de	espécie	podem	interferir	na	capacidade	de	cada	planta	
daninha	em	competir	por	nutrientes.	A	planta	daninha	Desmodium toruosum,	por	exemplo,	
pode	acumular	2,4	vezes	mais	fósforo	por	grama	de	massa	seca	em	relação	à	soja	nas	
mesmas	condições	de	cultivo.	A	guanxuma	(Bidens pilosa)	é	mais	eficiente	que	o	feijoeiro	
para	utilização	do	fósforo	do	solo,	podendo	formar	3	vezes	mais	matéria	seca	por	unidade	
de	fósforo	absorvida	do	solo	comparada	com	o	feijoeiro.	
							
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UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
A	alelopatia	é	um	fenômeno	com	função	chave	nos	ecossistemas	e	agroecossiste-
mas.	Ela	ocorre	pela	produção	de	compostos	químicos	(aleloquímicos	ou	compostos	secun-
dários)	pelas	plantas	que	pode	ocorrer	diretamente	(via	exsudação	radicular,	volatilização	
e	decomposição	de	 resíduos	vegetais)	 ou	 indiretamente	 (via	decomposição	microbiana)	
para	o	ambiente.	Esses	aleloquímicos	produzem	efeito	negativo	em	outras	plantas	como:	
mudanças	fisiológicas	na	respiração,	fotossíntese	e	absorção	de	íons	que	acarretam	em	
alterações	na	germinação	e	na	redução	do	desenvolvimento	das	plantas.	Por	esse	motivo	
plantas	com	potencial	alelopático	têm	sido	estudadas	para	possivelmente	serem	usadas	no	
controle	alternativo	de	plantas	daninhas	(PIRES	e	OLIVEIRA,	2001).
							 O	que	podemos	notar	é	que	a	alelopatia	é	o	inverso	de	competição.	A	competição	
implica	na	remoção	de	fatores	do	ambiente	(nutrientes,	luz,	água),	enquanto	a	alelopatia	se	
refere	a	introdução	de	substâncias	químicas	no	ambiente	pelas	plantas.	No	entanto,	esses	
dois	fenômenos	podem	ocorrer	simultaneamente,	se	caracterizando	como	interferência	(PI-
RES	e	OLIVEIRA,	2001).
	
3.1 Compostos aleloquímicos
						
	 De	acordo	com	Carvalho	(2013)	os	compostos	secundários	produzidos	pelas	plan-
tas	não	possuem	apenas	a	 função	de	 inibir	outras	plantas.	Os	compostos	aleloquímicos	
ou	alelopáticos	possuem	funções	ecológicas:	a	proteção	contra	herbívoros	e	patógenos,	a	
atração	de	agentes	polinizadores	e	dispersores,	e	a	relação	planta-planta	que	é	importante	
na	sucessão	das	espécies.	Por	exemplo,	alguns	compostos	são	produzidos	nas	flores	para	
atuar	como	atrativo	para	agentes	polinizadores,	fornecendo	a	cor	e	o	odor	das	mesmas.	
Outros	compostos	atuam	como	repelente,	apresentam	toxicidade	para	animais	e	insetos.
		 Os	principais	compostos	secundários	com	ação	aleloquímica	formados	pelas	plan-
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3 ALELOPATIATÓPICO
45
46UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
tas	são	divididos	em	3	grupos	de	acordo	com	Carvalho	(2013):
●	 Terpenos:	compostos	variados	que	podem	atuar	como	inseticidas	(Ex:	limoneno,	mir-
ceno,	esteróides	e	saponinas),	como	repelentes	ou	atrativos	(Ex:	óleos	essenciais	e	
lactonas)	e	como	compostos	tóxicos	(Ex:	saponinas	e	resinas);
●	 Compostos fenólicos:	Alguns	 pode	 atuar	 como	 inseticidas	 (Ex:	 fitoalexinas,	 rote-
noides	e	 isoflavonoides),	como	atrativos	 (Ex:	antocianinas)	e	como	 repelentes	 (Ex:	
taninos);
●	 Compostos nitrogenados:	Alguns	podem	ser	tóxicos	(Ex:	nicotina,	morfina,	cocaína,	
glucosídeos	cianogênicos	e	glucosinolatos).
	
3.2 Uso da alelopatia para manejo de plantas daninhas
	
A	alelopatia	pode	ser	usada	no	manejo	ou	controle	de	plantas	daninhas,	por	exem-
plo,	na	rotação	ou	sucessão	de	culturas,	no	uso	de	palhada	de	cobertura	(cobertura	morta)	
e	na	entressafra	(cobertura	viva)	(CARVALHO,	2013).
Culturas	como	alfafa,	centeio,	crotalária,	girassol,	sorgo,	trigo,	mucuna,	ervilhaca,	fei-
jão-de-porco,	milheto,	capim-braquiária,	entre	outras,	produzem	compostos	aleloquímicos	
e	podem	ser	usadas	em	situações	de	manejo	para	a	inibição	ou	redução	do	crescimento	
das	plantas	daninhas.	No	entanto,	é	bom	se	atentar	à	susceptibilidadeda	própria	cultura	
a	ser	introduzida	na	área	seguida,	pois	ela	pode	ser	afetada	pela	cobertura	antecedente	
(CARVALHO,	2013).
	
3.3 Alelopatia como base para desenvolvimento de novos herbicidas
							
Segundo	Barroso	e	Murata	(2021)	alguns	compostos	alelopáticos	produzidos	pelas	
plantas	que	apresentam	fitotoxidade	podem	ser	a	base	de	novos	herbicidas.	Com	algumas	
modificações	químicas	 realizadas	se	necessário,	esses	compostos	podem	ser	utilizados	
para	fabricação	de	novos	herbicidas,	que	podem	auxiliar	no	manejo	efetivo	e	integrado	da	
produção	agrícola.
A	bioprospecção	é	a	descoberta	de	novos	aleloquímicos.	Para	o	isolamento	desses	
compostos	o	método	de	isolamento	bioguiado	(biodirigido)	pode	ser	utilizado	para	a	pesquisa	
de	novos	compostos	fitoquímicos.	Através	desse	método,	é	possível	determinar	as	frações	
que	 possuem	maior	 atividade	 biológica.	 Depois	 de	 identificada	 a	 fração	mais	 ativa,	 ela	
pode	ser	fracionada	novamente	para	posterior	purificação	e	identificação	dos	compostos	
presentes	(BARROSO	e	MURATA,	2021).
Bioensaios	são	realizados	após	a	bioprospecção,	no	qual	são	visualizadas	respostas	
biológicas	 que	 direcionam	 as	 próximas	 fases:	 extração,	 fracionamento,	 purificação	 e	
identificação	dos	compostos	como	mostrado	na	FIGURA	15.
	
47UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 15 - ESQUEMA QUE REPRESENTA AS ETAPAS DO ISOLAMENTO BIODIRIGIDO DE 
COMPOSTOS ALELOQUÍMICOS DAS PLANTAS
Fonte: Barroso	e	Murata	(2021,	p.	118).
	3.2 Mecanismos e modo de ação dos aleloquímicos
							
A	ação	dos	aleloquímicos	é	basicamente	baseada	na	 interferência	nas	atividades	
vitais	das	plantas,	dentre	elas,	a	respiração,	fotossíntese,	síntese	de	proteínas,	assimilação	
de	nutrientes	e	atividade	enzimática	e	as	principais	são	descritos	a	seguir	de	acordo	com	
Pires	e	Oliveira	(2001).
●	 Regulação de crescimento:
○	 Divisão	celular:	Compostos	inibidores	podem	atuar	na	divisão	celular	causando	
diminuição	da	mesma	e	alongamento	celular.
○	 Síntese	orgânica:	Diversos	compostos	fenólicos	podem	modificar	a	biosíntese	
orgânica	de	compostos	importantes.
○	 Interações	com	hormônios:	Aleloquímicos	podem	interferir	no	balanço	hormo-
nal	responsável	pelo	crescimento	vegetal.
○	 Efeitos	na	atividade	de	enzimas:	Compostos	secundários,	como	os	compostos	
fenólicos	podem	interferir	na	síntese	e	função	de	enzimas.
●	 Metabolismo respiratório:	Alguns	compostos,	como	os	monoterpenos,	podem	causar	
alteração	 na	 taxa	 respiratória	 de	 algumas	 plantas.	 Compostos	 como	 flavonóides	
podem	interferir	na	produção	de	a	ATP	e	quinonas	podem	inibir	a	absorção	de	O2.
●	 Fotossíntese e processos relacionados:
○	 Efeito	 na	 fotossíntese:	 Compostos	 alelopáticos	 podem	 reduzir	 a	 taxa	
fotossintética	 líquida.	 Exemplo	 desse	 efeito	 é	 causado	 pelo	 composto	
escopoletina	 comprovadamente	 em	 plantas	 de	 tabaco	 (Nicotiana tabacum),	
48UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
girassol	(Helianthus annus)	e	caruru	(Amaranthus reflexus).
○	 Resposta	estomática: Compostos	podem	causar	fechamento	de	estômatos	e	
limitar	a	disponibilidade	de	CO2.
○	 Conteúdo	de	clorofila:	Compostos	podem	causar	clorose	em	plantas	e	diminuir	
a	clorofila	das	folhas	e	consequentemente	o	peso	seco	das	plantas.	Exemplos	
de	compostos	com	essa	ação:	Ácido	ferúlico,	ácido	p-cumárico	e	ácido	vanílico.
●	 Absorção de nutrientes e processos associados:
○	 Absorção	de	íons	e	conteúdo	mineral:	alguns	compostos	podem	inibir	o	pro-
cesso	de	absorção	de	 íons	pelas	plantas.	Exemplos	de	compostos	com	esse	
efeito:	ácido	cinâmico,	ácido	benzóico,	hidroquinonas	e	floretina.
○	 Efeito	 nas	 membranas:	 A	 seletividade	 da	 membrana	 pode	 ser	 afetada	 por	
compostos	alelopáticos,	consequentemente	interferindo	na	absorção	dos	íons.	
Exemplos	de	compostos	com	esse	efeito:	ácido	cinâmico,	ácido	benzóico.
○	 Efeito	na	relação	hídrica	da	planta:	A	redução	do	potencial	água	nas	folhas	
pode	 ser	 causada	 por	 compostos	 como:	 ácido	 p-cumárico	 e	 ácido	 felúrico.	A	
redução	do	crescimento,	causada	pela	interrupção	do	fluxo	de	água	na	planta,	
também	pode	ocorrer	por	efeito	de	compostos	alelopáticos.
	
	
						
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UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
 O	 grau	 de	 interferência	 é	 determinado	 pelo	 período	 de	 convivência	 das	 plantas	
daninhas	com	as	culturas	agrícolas.	Basicamente,	o	grau	de	interferência	é	intensificado	
pelo	aumento	do	tempo	de	convivência	múltipla	(culturas	e	plantas	daninhas).	O	grau	de	
interferência	depende	de	múltiplos	fatores:	comunidade	infestante	(composição,	densidade	
e	 distribuição	 de	 espécies),	 a	 cultura	 de	 interesse	 (espécie,	 variedade,	 espaçamento	 e	
densidade	de	plantio),	época	em	que	ocorre	e	extensão	da	convivência	entre	as	plantas	e	
tudo	isso	pode	ser	alterado	dependendo	das	condições	de	solo,	clima	e	manejo	(PITELLI,	
1985;	SILVA	et al.,	2007)	(FIGURA	16).
FIGURA 16 - MODELO ESQUEMÁTICO MOSTRANDO OS FATORES QUE INTERFEREM NO 
GRAU DE INTERFERÊNCIA ENTRE A CULTURA AGRÍCOLA E AS PLANTAS DANINHAS (COMU-
NIDADE INFESTANTE)
Fonte:	Adaptado	de:	Pitelli	e	Durigan	(1984).
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4 INTERFERÊNCIA E 
PERÍODO CRÍTICO DE 
CONVIVÊNCIA
TÓPICO
49
50UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
							 O	manejo	 realizado	em	plantas	daninhas	visa	a	diminuir	a	 intensidade	de	 interfe-
rência	na	produtividade	das	plantas	cultivadas,	favorecendo	o	aproveitamento	de	recursos	
pela	planta	cultivada.	Porém,	uma	infestação	moderada	pode	causar	danos	à	produtividade	
da	cultura	até	mesmo	maiores	do	que	uma	infestação	pesada,	devido	a	fatores	como	a	épo-
ca	do	estabelecimento	da	infestação.	Dessa	forma,	é	necessário	o	conhecimento	da	época	
ideal	de	controle	das	plantas	daninhas	em	cada	cultura	agrícola	com	o	objetivo	de	evitar	a	
diminuição	da	produtividade	e	não	prejudicar	danos	ao	ambiente	(SILVA	et al.,	2001).
Nesse	 contexto,	 Pitelli	 e	 Durigan	 (1984)	 sugeriram	 três	 períodos	 de	 interferência	
para	 auxílio	 da	 decisão	 da	 época	 de	 controle	 das	 plantas	 daninhas:	 período	 anterior	 à	
interferência	(PAI),	período	total	de	prevenção	à	 interferência	(PTPI)	e	período	crítico	de	
prevenção	à	interferência	(PCPI).	Esses	termos	são	descritos	a	seguir	de	acordo	com	Silva	
et al. (2007)	e	Carvalho	(2013):
	
4.1 Período total de prevenção da interferência (PTPI)
							
Período	em	que	a	cultura	deve	ser	mantida	livre	de	plantas	daninhas	logo	após	o	
plantio	ou	emergência	para	que	a	qualidade	e	quantidade	da	produção	não	seja	prejudi-
cada.	As	plantas	daninhas	que	emergem	nesse	período,	dependendo	do	ciclo	da	cultura,	
podem	causar	interferência	significativa,	por	isso	esse	período	deve	ser	de	capinas	ou	de	
ação	residual	dos	herbicidas.	As	plantas	cultivadas	após	esse	período	já	podem	sombrear	
as	plantas	daninhas	e	impedir	o	desenvolvimento	das	mesmas.
	
4.2 Período anterior à interferência (PAI)
							
É	o	período	após	a	semeadura	ou	plantio	(início	do	ciclo)	em	que	a	convivência	ainda	
não	causa	interferência.	Nesse	período,	os	recursos	disponíveis	no	ambiente	são	suficien-
tes	para	suprir	as	plantas	daninhas	e	cultivadas.	Quando	ocorre	o	limite	superior	desse	pe-
ríodo,	podemos	dizer	que	a	interferência	compromete	de	forma	irreversível	a	produtividade	
econômica	da	cultura.
							 Teoricamente	 nesseperíodo,	 as	 plantas	 daninhas	 não	 precisam	 ser	 controladas,	
porque	a	interferência	ainda	não	foi	estabelecida.	No	entanto,	se	existirem	plantas	de	difícil	
controle	que	estejam	em	fase	reprodutiva	pode	ocorrer	aumento	do	banco	de	propágulos	e	
possíveis	problemas	de	manejo	causando	interferência	mais	intensa	posteriormente.
							 Algumas	práticas	podem	contribuir	para	a	diminuição	do	PAI,	como	por	exemplo,	a	
fertilização,	que	pode	incrementar	o	crescimento	inicial	das	plantas	daninhas	e	cultivadas,	
isso	pode	antecipar	a	competição	por	outros	recursos	do	ambiente.	
	
4.3 Período crítico de prevenção da interferência (PCPI)
							
É	o	período	que	se	inicia	no	final	do	PAI	e	se	estende	até	o	final	do	PTPI,	ou	seja,	é	o	
período	no	qual	a	cultura	deve	ser	mantida	livre	de	plantas	daninhas	até	que	essas	plantas	
51UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
não	mais	interfiram	na	produtividade	das	plantas	cultivadas.
							 Se	o	PAI	for	mais	longo	que	o	PTPI,	o	PCPI	não	vai	ocorrer.	Nessa	situação	é	neces-
sário	apenas	um	controle	entre	o	final	do	PTPI	e	o	final	do	PAI	para	prevenir	a	cultura	da	
interferência.
Na	literatura,	existem	diversas	pesquisas	que	determinaram	os	efeitos	da	interferên-
cia	de	plantas	daninhas	em	diferentes	espécies	cultivadas.	Os	períodos	PTPI,	PAI	e	PCPI	
são	determinados	em	dias	após	a	semeadura,	podendo	variar	de	uma	pesquisa	para	a	
outra	devido	às	cultivares	utilizadas	e	a	composição	específica	da	comunidade	infestante.
52UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
Toda e qualquer prática cultural que incrementa o crescimento inicial da cultura pode contribuir para um 
decréscimo no período total de prevenção da interferência, permitindo menos cultivos ou uso de herbicidas 
de melhor efeito residual.
Fonte: Barroso e Murata (2021, p.110).
A competição das espécies Ipomoea grandifolia, Euphorbia heterophylla e Urochloa plantaginea com a cul-
tura da soja afeta negativamente a morfologia e fisiologia da cultura. A área foliar, matéria seca de folhas e 
taxa líquida de assimilação de CO2 são os principais fatores que explicam o processo competitivo. A planta 
I. grandifolia compete com a soja principalmente por radiação solar, sendo o fator mais crítico para esta 
espécie.
O nível crítico de dano (NCD - porcentagem de perda de rendimento causada pela presença de uma única 
planta daninha por m2) é de 54% para I. grandifolia, 29% para U. plantaginea e 26% para E. heterophylla. 
O número de vagens por planta de soja, que está diretamente relacionado com a perda de produtividade, 
é um dos fatores mais afetados pela competição com as plantas daninhas. Dentre os nutrientes minerais no 
tecido foliar da soja, os níveis de nitrogênio são os que mais diminuem com a interferência causada pela 
competição das plantas daninhas.
Fonte: SALOMÃO, H. M. Competição de espécies daninhas com a cultura da soja: determinação do nível de 
dano e de parâmetros fisiológicos e bioquímicos associados. Dissertação de mestrado. Pato Branco, 2021.
UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Bom,	chegamos	ao	fim	de	mais	uma	unidade	de	aprendizado!	Agora	chegou	a	hora	
de	você	revisar	o	conteúdo	e	pesquisar	mais	sobre	os	assuntos	tratados	aqui.
Nesta	unidade	nós	vimos	muitos	exemplos	de	plantas	daninhas	e	aprendemos	que	
a	classificação	delas	é	baseada	em	grupos	que	apresentam	características	semelhantes,	
seja	morfológica,	ciclo	de	vida,	hábito	de	crescimento	ou	habitat.	Esse	conhecimento	será	
importante	na	hora	de	determinarmos	os	métodos	de	controle,	pois	grupos	semelhantes	
podem	ser	controlados	usando	métodos	semelhantes	de	controle.	
Estudando	a	competição	entre	as	plantas	daninhas	e	plantas	cultivadas,	vimos	que	
as	 daninhas	 geralmente	 possuem	 vantagem	 competitiva	 sobre	 as	 cultivadas.	 Porém,	 a	
competição	entre	elas	só	ocorre	quando	ao	menos	um	recurso	estiver	limitado	no	meio.	O	
manejo	ideal	das	plantas	daninhas	nas	culturas	agrícolas	depende	do	conhecimento	apro-
fundado	do	profissional	quanto	à	cultura	e	as	plantas	infestantes.
		 Quanto	 ao	 tema	 alelopatia,	 aprendemos	 que	 ela	 pode	 ser	 usada	 a	 nosso	 favor	
no	 controle	 ou	 inibição	das	plantas	daninhas,	 por	 exemplo,	 na	 rotação	ou	 sucessão	de	
culturas,	no	uso	de	cobertura	morta	e	na	entressafra.	Além	disso,	os	compostos	alelopáticos	
produzidos	pelas	plantas	estão	sendo	cada	vez	mais	estudados	para	o	desenvolvimento	de	
novos	herbicidas,	que	são	muito	necessários	atualmente,	já	que	existe	uma	vasta	gama	de	
espécies	daninhas	com	resistência	aos	herbicidas	tradicionais.
		 Por	 fim,	 nosso	 estudo	 sobre	 o	 grau	 de	 interferência	 das	 espécies	 daninhas	 nos	
mostrou	que	o	grau	de	 interferência	depende	de	múltiplos	 fatores,	 como	a	 comunidade	
infestante,	o	tipo	de	cultura	agrícola	e	a	época	em	que	ocorre	a	convivência	entre	as	plantas,	
além	disso	esses	fatores	podem	ser	alterados	dependendo	das	condições	de	solo,	clima	e	
manejo.	
	 Espero	que	você	 tenha	gostado	de	aprender	mais	sobre	esses	assuntos!	Espero	
você	na	próxima	unidade!
53
UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Períodos de interferência de plantas infestantes na cultura da mandioca, submetida 
ou não à adubação NPK, em Vitória da Conquista-Ba
No	trabalho	em	questão	os	autores	avaliaram	o	levantamento	fitossociológico	e	de-
terminaram	os	períodos	críticos	de	competição	com	a	cultura	da	mandioca,	submetida	ou	
não	à	adubação	NPK.	Para	 tanto,	as	plantas	 infestantes	 foram	colhidas	a	cada	35	dias,	
até	os	525	dias	após	a	plantação	da	mandioca,	por	meio	do	lançamento	aleatório	de	um	
quadrado	de	ferro	vazado	de	0,5	x	0,5	m	(0,25	m2)	na	área	útil	das	parcelas	com	e	sem	
adubação.	As	plantas	no	 interior	do	quadrado	 foram	cortadas	 rente	ao	solo,	contadas	e	
identificadas	por	espécie.	Os	dados	de	produtividade	de	raízes	tuberosas	foram	utilizados	
para	determinar	os	períodos	críticos	de	competição:	período	anterior	à	interferência	(PAI),	
período	total	de	prevenção	à	interferência	PTPI	e	período	crítico	de	prevenção	à	interferên-
cia	(PCPI).	
O	conhecimento	dos	períodos	críticos	indica	a	época	mais	conveniente	para	a	apli-
cação	das	práticas	de	controle,	sejam	elas	mecânicas	ou	químicas.	Muitas	variações	entre	
resultados	nas	diferentes	regiões	acontecem	devido	às	diferenças	ambientais,	às	varieda-
des,	aos	espaçamentos	entre	as	plantas	de	mandioca	e	às	composições	específicas	das	
comunidades	(BIFFE	et al.,	2010).	
Para	o	manejo	adequado	das	plantas	infestantes	é	necessária	a	identificação	das	
espécies	 presentes	 na	 área	 de	 cultivo,	 assim	 como	 o	 conhecimento	 daquelas	 que	 têm	
maior	importância	(OLIVEIRA	e	FREITAS,	2008).	Através	do	levantamento	fitossociológico,	
é	possível	avaliar	a	composição	da	vegetação,	obtendo	dados	de	frequência,	densidade,	
abundância	e	 índice	de	 importância	 relativa	das	espécies.	Tais	 informações,	 juntamente	
com	os	dados	de	produtividade	das	 raízes	permitem	determinar	os	períodos	críticos	de	
competição	entre	plantas	daninhas	e	a	cultura	da	mandioca	e	apontar	o	momento	 ideal	
para	aplicação	dos	métodos	de	controle,	deste	modo	racionalizando	os	custos	de	produção	
e	reduzindo	o	 impacto	ambiental	na	cultura	de	mandioca	(ISAAC	e	GUIMARÃES,	2008;	
GUGLIERI	et al.,	2009).
Os	autores	deste	estudo	 realizaram	14	datas	de	avaliação	e	encontraram	11.671	
espécies	de	plantas	infestantes,	sendo	5.674	indivíduos	na	área	adubada	e	5.997	na	área	
sem	adubação.	As	plantas	pertencem	a	51	espécies,	distribuídas	em	36	gêneros	e	15	fa-
mílias.	As	principais	famílias	em	número	de	espécies	foram	Malvaceae	(14),	Asteraceae	e	
Poaceae	(ambas	com	8).	As	espécies	que	apresentaram	os	maiores	índices	de	valor	de	
importância	nos	dois	experimentos	foram	Sida rhombifolia,	Cynodon dactylon e	Brachiaria 
plantaginea.
54
UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
 No	tratamento	com	adubação	foram	identificadas	45	espécies	de	plantas	daninhas,das	quais	 foram	destacadas	10	espécies	que	somam	90,6%	do	número	de	 indivíduos	e	
representam	69,2%	do	índice	de	valor	de	importância	do	trabalho.	A	espécie	Sida rhombifolia	
esteve	 presente	 em	 todas	 as	 épocas	 de	 avaliação	 e	 apresentou	 os	 maiores	 índices	
fitossociológicos,	seguida	pelas	poáceas	Brachiaria plantaginea	e	Cynodon dactylon.
 No	tratamento	sem	adubação	foram	identificadas	46	espécies	de	plantas	daninhas,	
sendo	que	as	10	principais	somam	89,7%	do	número	de	indivíduos	e	representam	68,2%	
do	índice	de	valor	de	importância	do	trabalho.	A	espécie	S. rhombifolia,	também	presente	
em	todas	as	épocas	de	avaliação,	apresentou	os	maiores	índices	fitossociológicos,	seguida	
pelas	poáceas	C. dactylon	e	B. plantaginea.
 Quanto	ao	efeito	da	adubação	em	S. rhombifolia,	houve	uma	redução	de	27,8%	no	
número	de	indivíduos	dessa	espécie	comparado	ao	tratamento	sem	adubação.
Ao	avaliar	a	produtividade	de	raízes	tuberosas	em	área	sem	adubação,	constatou-se	
um	PAI	de	36	DAP	(dias	após	plantio),	PTPI	de	173	DAP	e	PCPI	de	36	a	173	DAP.	Na	área	
adubada	os	valores	obtidos	foram:	PAI:	17	DAP;	PTPI:	305	DAP,	resultados	bem	diferentes	
dos	encontrados	na	área	não	adubada.	
A	utilização	da	adubação	influenciou	o	aumento	da	produtividade	das	raízes	tuberosas	
de	10,5%	e	contribuiu	para	uma	melhor	colonização	das	espécies	infestantes.	Apesar	da	
diversidade	de	espécies	e	dos	seus	diferentes	comportamentos	em	relação	à	adubação,	
verificou-se	maior	biomassa	fresca	de	espécies	infestantes	nas	parcelas	adubadas,	uma	vez	
que	essas	plantas	apresentaram	maior	eficiência	na	utilização	dos	recursos	do	meio.	Como	
consequência,	houve	um	maior	período	de	permanência	das	 infestantes	em	competição	
com	a	cultura	da	mandioca,	o	que	contribuiu	para	a	determinação	dos	períodos	críticos	
citados.
Fonte:	SOARES,	M.	R.	S.	et al.	Períodos	de	 interferência	de	plantas	 infestantes	na	cultura	da	mandioca,	
submetida	ou	não	à	adubação	NPK,	em	Vitória	da	Conquista-Ba.	Revista de Ciências Agrárias,	2019,	42(1):	
237-247.
55
UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Tópicos em manejo de plantas daninhas
Autor: Silva e Silva (2007).
Editora: Ufv.
Sinopse: O livro apresenta informações completas sobre bio-
logia, métodos de controle, resistência, mecanismo de ação, 
absorção, translocação, comportamento no solo e tecnologia 
de aplicação de herbicidas. A obra apresenta conteúdo sobre 
manejo de ambientes contaminados por herbicidas e também 
trata sobre a tecnologia de aplicação de herbicidas. 
FILME/VÍDEO 
Título: Competição entre plantas daninhas e plantas cultivadas 
Ano: 2020.
Sinopse: O vídeo auxilia no entendimento dos conceitos de PAI, 
PCPI e PTPI com gráficos e exemplos..
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XFidFNhSX-
-U 
WEB 
A página apresenta um texto sobre as plantas daninhas e a 
competição com a cultura da soja. Os autores relatam que o 
uso continuado dos mesmos herbicidas pode selecionar bióti-
pos resistentes. 
Link do site:
https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2021/09/01/plan-
tas-daninhas-e-a-competicao-com-a-soja/ 
56
https://www.youtube.com/watch?v=XFidFNhSX-U
https://www.youtube.com/watch?v=XFidFNhSX-U
https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2021/09/01/plantas-daninhas-e-a-competicao-com-a-soja/
https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2021/09/01/plantas-daninhas-e-a-competicao-com-a-soja/
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Plano de Estudos
• • Controle preventivo e cultural; 
• • Controle mecânico e físico;
• • Controle biológico e químico;
• • Manejo integrado de plantas daninhas.
Objetivos da Aprendizagem
• • Conceituar e contextualizar os controles preventivo e cultural de plantas 
daninhas;
• • Compreender os tipos de controle mecânico e físico de plantas daninhas;
• • Definir o controle biológico e o controle químico de plantas daninhas;
• • Entender conforme o contexto sobre manejo integrado das plantas 
daninhas.
3UNIDADEUNIDADE
MÉTODOS DE MÉTODOS DE 
CONTROLE DE CONTROLE DE 
PLANTAS DANINHASPLANTAS DANINHAS
Professor Dr. Jonas Marcelo Jaski
UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
INTRODUÇÃO
Olá	Aluno	(a)!	Que	ótimo	ter	você	aqui	de	novo	para	aprender	mais	sobre	as	plan-
tas	daninhas	e	seus	respectivos	métodos	de	controle.	Espero	que	esteja	animado	(a)	para	
aprender	os	métodos	de	controle	das	plantas	daninhas!
Nessa	unidade	começaremos	tratando	sobre	o	controle	preventivo	e	cultural	de	plan-
tas	daninhas.	Dessa	forma,	vamos	estudar	a	prevenção	e	erradicação,	relacionando	essa	
técnica	à	legislação	vigente	no	Brasil	sobre	as	pragas	quarentenárias	ausentes	e	presen-
tes.	Trataremos	sobre	o	controle	cultural,	que	está	relacionado	à	rotação	de	culturas,	co-
bertura	do	solo,	seleção	de	genótipos	e	também	ao	espaçamento,	densidade	e	época	de	
plantio	ou	semeadura.
No	tópico	dois	da	unidade	aprenderemos	mais	sobre	o	controle	mecânico	e	físico	
de	plantas	daninhas.	Os	métodos	mecânicos	envolvem	a	monda,	a	capina	e	a	roçada.	O	
controle	físico	envolve	a	solarização,	inundação,	controle	térmico,	cobertura	morta,	eletrici-
dade	e	fogo.
 No	tópico	três,	compreenderemos	o	controle	biológico	e	o	controle	químico	das	plan-
tas	daninhas.	O	controle	biológico	está	relacionado	às	estratégias	inundativas,	aumentati-
vas	e	clássicas	para	manter	um	agente	de	controle	das	plantas	daninhas.	Quanto	ao	con-
trole	químico,	trataremos	principalmente	sobre	as	vantagens	e	desvantagens	do	mesmo.
	 O	tópico	quatro	está	voltado	para	o	manejo	integrado	de	plantas	daninhas	(MIPD),	
sendo	esse	definido	como	uso	integrado	de	dois	ou	mais	métodos	para	o	controle	de	plan-
tas	daninhas.	Assim,	o	MIPD	é	considerado	como	a	principal	ferramenta	para	redução	do	
impacto	ambiental	dos	herbicidas,	baseando-se	na	integração	de	métodos	de	controle.	
Desejo a você, ótimos estudos!
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UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
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 1 CONTROLE 
PREVENTIVO E 
CULTURAL
TÓPICO
1.1 Prevenção e erradicação
	
	 As	medidas	preventivas	são	aquelas	que	impedem	ou	minimizam	a	introdução	e	a	
disseminação	de	plantas	daninhas	em	determinada	área.	Em	alguns	casos,	podem	estar	
ligadas	a	atitudes	institucionais	ou	governamentais.	A	área	ou	local	pode	ser	considerada	
uma	propriedade,	uma	gleba,	um	município,	um	estado	ou	mesmo	um	País	(ALBRECHT	et 
al.,	2021).
Existe	uma	legislação	no	País	e	também	nos	Estados	que	regulamenta	a	entrada	e	
a	comercialização	de	sementes.	Essa	legislação	apresenta	alista	de	sementes	de	plantas	
daninhas	que	são	proibidas	para	algumas	culturas,	bem	como	o	limite	que	é	tolerável	(SIL-
VA	et al.,	2007).
Mesmo	o	País	possuindo	 legislações,	algumas	espécies	de	plantas	daninhas	que	
agora	são	problema	foram	introduzidas	de	outros	países,	como	Cyperus rotondus, Cyno-
don dactylon, Urochloa decumbens,	dentre	outras.	Dessa	forma,	é	possível	perceber	que	a	
falha	que	se	teve	na	adoção	de	métodos	preventivos	para	conter	espécies	que	hoje	causam	
grandes	prejuízos	no	País	(ALBRECHT	et al.,	2021).
Podemos	dizer	que	as	medidas	preventivas	estão	associadas	a	regulamentação	nor-
mativa,	pois	o	cumprimento	da	lei	e	a	fiscalização	fazem	com	que	se	utilize	de	forma	efetiva	
medidas	preventivas	de	controle.	No	Brasil,	o	Ministério	da	Agricultura,	Pecuária	e	Abasteci-
mento	(MAPA)	é	responsável	pelas	normatizações	com	objetivo	de	controle	oficial	de	certas	
plantas	daninhas	(ALBRECHT	et al.,	2021).
De	acordo	com	a	 Instrução	Normativa	n.	45,	de	22	de	agosto	de	2018	 (BRASIL,	
2018)	as	pragas	são	regulamentadas	como	pragas	quarentenárias	ausentes,	presentes	e	
não	quarentenárias	regulamentadas:	
●	 Praga Quarentenária Ausente (PQA): praga	 de	 importância	 econômica	 potencial	
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60UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
para	uma	área	em	perigo,	que	não	esteja	presente	no	território	nacional.	Ex:	Sonchus 
arvensis	(FIGURA	1	A),	Striga	spp.,	Rumex hypogaeus,	Urochloa glumaris	(Brachiaria 
paspaloides)	e	Euphorbia esula	(FIGURA	1	B);
FIGURA 1 - A) SONCHUS ARVENSIS, POPULARMENTE CHAMADA DE CERRAGEM OU CAR-
DINCHA. B) EUPHORBIA ESULA, PLANTA DA FAMÍLIA EUPHORBIACEAE
●	 Praga Quarentenária Presente (PQP): praga	de	 importância	econômica	potencial	
para	uma	área	em	perigo,	presente	no	País,	porém	não	amplamente	distribuída	e	que	
se	encontra	sob	controle	oficial.	Ex:	Amaranthus palmeri	em	Algodão,	Soja	e	Milho	no	
Estado	do	Mato	Grosso;
●	 Praga Não Quarentenária Regulamentada (PNQR):	Praga	não-quarentenária	cuja	
presença	em	plantas	para	plantar,	afeta	o	uso	proposto	dessas	plantas,	com	impacto	
econômico	inaceitável	e	que	esteja	regulamentada	dentro	do	território	da	parte	con-
tratante	importadora.
A	utilização	de	sementes	e	de	mudas	não	certificadas	é	uma	das	principais	formas	
de	introdução	e	de	disseminação	de	plantas	daninhas.	Dessa	forma,	a	Instrução	Normativa	
n°	46,	de	24	de	setembro	de	2013	(BRASIL,	2013),	trata	sobre	as	espécies	de	sementes	
nocivas	toleradas	e	proibidas	na	produção,	na	comercialização	e	no	transporte	de	semen-
tes	nacionais	e	importadas.
Dentre	as	sementes nocivas	toleradas	de	acordo	com	a	Normativa,	estão:	Acan-
thospermum australe,	Amaranthus	spp.,	Ambrosia	artemisiifolia,	Artemisia vulgaris,	Avena 
barbata,	Bidens pilosa,	Urochloa plantaginea,	Conyza bonariensis, Euphorbia heterophylla,	
Polygonum arenastrum,	Raphanus raphanistrum, Rumex	spp.	e	Senna obtusifolia.
As	 sementes	nocivas proibidas	 são:	Cuscuta	 spp.,	Cyperus rotundus;	Eragrotis 
plana;	Hippobroma longiflora,	Rottboelia exaltata,	Rumex acetosella,	Sorghum halepense	
e	Wedelia glauca.
Para	não	introduzir	e	não	disseminar	as	plantas	daninhas,	é	imprescindível	a	garan-
61UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
tia	da	qualidade	das	sementes,	por	isso	é	necessário	utilizar	sementes	certificadas.	Dessa	
forma,	o	combate	de	sementes	sem	certificação	(piratas)	evita	futuros	problemas	de	disse-
minação	e	introdução	de	plantas	daninhas	(ALBRECHT	et al.,	2021).
No	entanto,	além	das	medidas	preventivas	legais,	é	importante	utilizar	outras	práti-
cas	descritas	a	seguir,	de	acordo	com	Albrecht	et al.	(2021):
●	 Limpar os equipamentos de preparo de solo e as colhedoras:	implementos/equi-
pamentos	 utilizados	 em	 locais	 infestados	 com	plantas	 daninhas	 devem	 ser	 limpos	
após	 o	 uso	 para	 evitar	 a	 disseminação	 de	 sementes	 e	 de	 propágulos	 para	 outras	
áreas	de	cultivo.
●	 Utilizar esterco fermentado (compostagem):	 a	 fermentação	 completa	 pela	 ação	
de	microrganismos	e	da	temperatura	é	necessária	para	 interferir	na	viabilidade	das	
sementes	e	de	outros	propágulos	de	plantas	daninhas.	Isso	ocorre	porque	a	simples	
passagem	das	sementes	pelo	trato	digestivo	dos	animais	não	garante	a	perda	da	sua	
viabilidade.
●	 Manter livre de plantas daninhas os canais de irrigação e outras áreas próximas 
à propriedade:	Sempre	deve-se	limpar	ou	eliminar	plantas	daninhas	no	entorno	de	
estradas	e	carreadores.
●	 Controle na entressafra:	usada	para	diminuir	o	recarregamento	do	banco	de	semen-
tes	do	solo.
●	 Sistema adequado de rotação de culturas:	prática	importante	que	será	tratada	nos	
próximos	tópicos.
	
1.2 Controle cultural
							
É	feito	pela	utilização	de	práticas	de	manejo	adequado	da	água	e	do	solo.	Com	o	uso	
dessas	práticas,	é	possível	reduzir	o	banco	de	sementes	das	espécies	daninhas	e	melhorar	
o	estabelecimento	das	culturas	agrícolas	(SILVA	et al.,	2007).
O	melhor	controle	para	as	plantas	daninhas	pode	ser	considerado	o	manejo	da	pró-
pria	cultura.	Mas	como	a	própria	cultura	pode	ser	considerada	o	melhor	método	de	con-
trole	das	plantas	daninhas?	Para	isso,	a	cultura	deve	fechar	a	entrelinha	“no	limpo”,	sem	
daninhas,	ou	com	baixa	pressão/infestação.	E	essa	condição	só	é	possível	quando	damos	
condições	competitivas	para	a	cultura.	Nesse	sentido,	o	principal	foco	é	fornecer	os	fatores	
de	produção	em	termos	ecofisiológicos	para	a	cultura	e	dessa	forma	diminuir	o	estresse	
sobre	ela,	para	favorecer	o	seu	desenvolvimento	pleno.	Não	esquecendo	de	eliminar	ou	
suprimir	as	plantas	daninhas	previamente	existentes	na	área	(ALBRECHT	L.	e	ALBRECHT	
A.,	2020).
A	seguir	são	descritas	as	principais	práticas	utilizadas	no	controle	cultural	de	plantas	
daninhas	de	acordo	com	Albrecht	et al.	(2021)	e	Silva	et al.	(2007):
1.2.1 Rotação de culturas
						
62UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
	 As	espécies	daninhas	geralmente	possuem	exigências	semelhantes	ou	apresentam	
o	mesmo	hábito	de	crescimento	das	culturas	que	são	infestadas.	Como	exemplo,	temos	o	
capim-arroz	(Echinochloa	sp.)	que	infesta	lavouras	de	arroz;	a	mostarda	em	lavouras	de	
trigo;	o	caruru-rasteiro	(Amaranthus deflexus)	na	cana-de-açúcar.
							 A	rotação	de	culturas	é	necessária	para	diminuir	a	infestação	das	plantas	daninhas	
porque	a	mesma	área	cultivada	com	uma	única	cultura	por	vários	anos	seguidos,	demanda	
os	mesmos	manejos	culturais,	causando	um	aumento	considerável	de	problemas	com	plan-
tas	daninhas.	O	aumento	da	infestação	ocorre	tanto	pela	simplificação	do	sistema	quanto	
pela	pressão	de	seleção	contínua	com	o	uso	dos	mesmos	herbicidas.
Quando	se	usa	a	rotação	de	culturas,	com	diferentes	espécies	na	mesma	área,	o	
sistema	fica	mais	complexo	e	a	flora	cultivada	e	de	plantas	daninhas	muda	com	o	tempo.	
Dessa	forma,	é	possível	realizar	a	rotação	de	mecanismos	de	ação,	utilizando	diferentes	
tipos	de	herbicidas.
A	rotação	de	culturas	pode	ser	uma	solução	simples	para	algumas	plantas	daninhas.	
Por	exemplo,	a	infestação	de	maria-pretinha	(Solanum americanum)	(FIGURA	2A)	e	joá-de-
-capote	(Nicandra physaloides)	(FIGURA	2B)	em	tomate	e	batata.	Nesse	caso	o	tratamento	
com	herbicida	metribuzin	é	eficiente	e	a	rotação	com	outra	cultura	quebra	o	ciclo	de	vida	da	
planta	daninha	e	impede	seu	domínio	na	área.
FIGURA 2 - A) PLANTA MARIA-PRETINHA (SOLANUM AMERICANUM). B) PLANTA JOÁ-DE-
-CAPOTE (NICANDRA PHYSALOIDES)
É	importante	escolher	uma	cultura	que	apresenta	diferentes	características	culturais	
e	hábitos	de	crescimento	distintos	da	cultura	anterior	 implantada	na	área.	Além	disso,	a	
efetividade	da	rotação	de	culturas	é	aumentada	com	o	uso	de	culturas	competitivas,	com	
potenciais	alelopáticas	e	que	forneçam	boa	cobertura	de	solo,	entre	outras	características	
favoráveis	ao	sistema.
	
1.2.2 Espaçamento, densidade e época de plantio ou semeadura
Deve-se	escolher	a	espécie	cultivada	baseado	na	sua	morfologia	e	fisiologia.	Tam-
bém	é	necessário	observar	as	espécies	de	plantas	daninhas	presentes	na	área	e	 seus	
comportamentos	climáticos	e	o	clima	daregião.
63UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
A	 utilização	 de	 um	 espaçamento	 entrelinhas	 de	menor	 e	maior	 densidade	 popu-
lacional	contribui	para	a	 redução	da	 interferência	das	plantas	daninhas	na	cultura.	Com	
isso,	se	aumenta	o	potencial	competitivo	da	cultura	e	ocorre	maior	sombreamento	no	solo,	
dificultando	a	emergência	e	a	sobrevivência	das	plantas	daninhas	(que	são	sensíveis	ao	
sombreamento).
Da	mesma	forma,	a	semeadura	realizada	no	período	correto	melhora	a	competiti-
vidade	da	cultura,	fazendo	com	que	ela	tenha	melhor	desenvolvimento.	Também	existe	a	
possibilidade	de	antecipação	da	semeadura,	ante	a	emergência	das	plantas	daninhas,	que	
pode	favorecer	o	estabelecimento	da	cultura	e	sombreamento	das	plantas	daninhas.		
	
1.2.3 Seleção de genótipos
A	escolha	de	cultivares	deve	ser	adequada	de	acordo	com	a	região,	deve	apresen-
tar	produção	rápida	de	novos	ramos	e	maior	densidade	foliar.	As	cultivares	de	ciclos	mais	
precoces	podem	fechar	entrelinhas	mais	rapidamente,	sombreando	o	solo	e	diminuindo	a	
emergência	das	plantas	daninhas.
As	variedades	transgênicas	são	exemplos	de	espécies	que	podem	apresentar	maior	
potencial	de	desenvolvimento	e	além	disso,	podem	ser	tolerantes	a	herbicidas.	Dessa	for-
ma,	é	possível	associar	o	controle	cultural	(com	aspectos	mais	genéticos)	com	o	controle	
químico.
	
1.2.4 Cobertura verde
						
	 Nessa	prática,	são	utilizadas	culturas	muito	competitivas	com	as	plantas	daninhas,	
como	por	exemplo:	tremoço,	azevém	anual,	crotalária,	guandu,	nabo,	ervilhaca,	feijão-de-
-porco,	centeio	e	aveia.	Deve-se	escolher	a	cobertura	de	acordo	com	as	condições	climáti-
cas	da	área.
							 O	uso	de	cobertura	verde	permite	melhoria	da	qualidade	do	solo	e	a	 redução	do	
banco	de	sementes.	No	entanto,	é	preciso	se	atentar	para	o	efeito	inibitório	que	essas	plan-
tas	podem	oferecer,	que	está	relacionado	com	a	presença	de	compostos	alelopáticos.	A	
cobertura	pode	ser	incorporada	ou	acamada	ao	solo,	a	cobertura	morta	cria	condições	para	
crescimento	de	microbiota	que	pode	eliminar	sementes	dormentes	das	plantas	daninhas	
por	meio	de	deterioração	e	perda	de	viabilidade.
	
1.2.5 Nutrição
A	nutrição	adequada	das	plantas	cultivadas	potencializa	as	suas	habilidades	compe-
titivas	e	dessa	forma,	podem	crescer	mais	rápido	e	vencer	no	sistema.	
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UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
	2.1 Controle mecânico
O	método	de	controle	mecânico	é	realizado	por	algum	instrumento	que	arranque	ou	
corte	as	plantas	daninhas.	Diversas	práticas	podem	ser	utilizadas	dentro	desse	método	de	
controle.	A	descrição	dos	tópicos	a	seguir	é	baseada	em	Albrecht et al.	(2021)	e	Carvalho	
(2013).
	
2.1.1 Monda
É	quando	se	faz	o	arranquio	ou	corte	manual	das	plantas	daninhas.	A	monda	é	viável	
apenas	para	áreas	muito	pequenas	e	restritas,	pois	seu	rendimento	é	muito	baixo	e	a	mão	
de	obra	é	muito	onerosa.
	
2.1.2 Capina manual
É	o	processo	de	corte	ou	arranquio	das	plantas	daninhas	da	área	com	alguns	instru-
mentos,	como	a	enxada.	Possui	maior	rendimento	operacional	comparada	à	monda,	porém	
também	possui	alto	custo.	A	capina	manual	é	mais	utilizada	em	áreas	com	restrição	ao	uso	
de	herbicidas,	bem	como	de	forma	complementar	ao	controle	cultural.
A	capina	manual	vem	sendo	muito	utilizada	nos	últimos	anos,	no	“repasse”	ou	na	
“catação”	de	plantas	daninhas	que	sobreviveram	aos	herbicidas,	que	podem	apresentar	
populações	resistentes	a	herbicidas.	Portanto,	a	capina	é	um	método	adicional	de	controle	
das	plantas	daninhas	que	pode	ser	utilizada	em	cultivos	que	usam	herbicidas.
	
2.1.3 Roçada manual
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2CONTROLE MECÂNICO 
E FÍSICO
TÓPICO
64
65UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
É	a	prática	de	roçada	utilizando	equipamentos	manuais,	como	a	foice.	É	bastante	
utilizada	em	pomares	ou	em	pastagens,	também	em	cultivos	agroecológicos	com	o	objetivo	
de	diminuir	ou	retardar	o	crescimento	das	plantas	daninhas,	diminuindo	a	competição	com	
as	culturas.
A	roçada	manual	é	viável	nas	áreas	em	que	não	é	possível	realizar	a	roçada	mecâ-
nica,	devido	principalmente	à	declividade	do	terreno	ou	da	dificuldade	de	entrada	de	má-
quinas	na	área.
	
2.1.4 Métodos mecânicos
As	práticas	mecânicas	podem	ser	divididas	conforme	o	ciclo	da	cultura	em:
●	 Primário: práticas	 de	aração,	 escarificação,	 entre	 outras	 que	 são	utilizadas	para	
operação	inicial	de	preparo	de	solo,	antes	do	plantio	da	cultura.
●	 Secundário:	preparo	inicial	do	solo	com	grade.
●	 Seletivo:	prática	realizada	por	meio	de	cultivadores,	enxadas	rotativas	e	grades	le-
ves	para	eliminação	das	plantas	daninhas,	depois	do	plantio,	após	a	emergência	da	
cultura	e	das	plantas	daninhas.
O	ideal	é	utilizar	o	método	seletivo	quando	as	plantas	estão	em	estágio	inicial	de	de-
senvolvimento	(plântulas).	Em	culturas	perenes	como	o	café,	citros,	eucaliptos,	pinus,	fru-
tíferas,	entre	outras,	a	roçadeira	é	utilizada.	Existe	também	a	amontoa	(feita	no	amendoim,	
por	exemplo),	que	pode	trazer	como	benefício	secundário	o	controle	de	plantas	daninhas.	
	 A	semelhança	da	planta	daninha	com	a	cultura,	a	germinação	da	planta	daninha,	o	
espaçamento	da	cultura,	a	presença	de	plantas	daninhas	perenes	e	o	banco	de	sementes	
são	fatores	que	interferem	diretamente	no	sucesso	do	controle	mecânico.
As	desvantagens	dessas	práticas	podem	ser:	a	compactação	de	solo	logo	abaixo	da	
superfície	movimentada,	aumento	da	erosão,	aumento	da	evaporação	diminuindo	a	umida-
de	do	solo,	quebra	de	dormência	de	sementes	e	outros	órgãos	de	propagação	vegetativa.
O	controle	mecânico	na	atualidade	vem	ganhando	espaço	em	função	da	perda	de	
eficiência	 do	 controle	 químico,	 principalmente	 pelo	 aumento	 de	 espécies	 daninhas	 com	
resistência	aos	herbicidas.	No	entanto,	os	benefícios	são	muito	questionáveis	em	alguns	
casos.	Por	exemplo,	o	revolvimento	do	solo	com	uma	boa	mecanização	pode	eliminar	as	
plantas	daninhas	adultas	e	permitir	o	bom	uso	de	um	herbicida	pré-emergente,	porém,	o	
sistema	pode	ser	prejudicado,	em	função	da	perda	de	cobertura	de	solo	e	possíveis	ero-
sões,	além	da	perda	de	matéria	orgânica.
A	roçada	complementar	ao	controle	químico,	no	entanto,	vem	sendo	favorável.	Por	
exemplo,	a	roçada	(controle	mecânico)	do	capim-amargoso	(Digitaria insularis)	favorece	o	
esgotamento	de	reservas	do	rizoma	e	a	rebrota	é	controlada	por	herbicidas	(controle	quí-
mico).	Dessa	forma	é	possível	observar	a	nítida	intersecção	necessária	entre	os	controles	
dentro	no	MIPD	(Manejo	Integrado	de	Plantas	Daninhas).
		
66UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
2.2 Controle físico
Método	em	que	o	controle	das	plantas	daninhas	é	feito	a	partir	de	práticas	que	exer-
çam	a	influência	física	sobre	as	plantas	daninhas.	As	práticas	principais	do	controle	físico	
são	descritas	de	acordo	com	Albrecht	et al. (2021)	e	Carvalho	(2013):
	
2.2.1 Inundação
A	água	é	utilizada	para	controle	de	plantas	daninhas	terrestres.	Um	exemplo	é	o	con-
trole	do	arroz-vermelho	no	arroz	irrigado.	Entretanto,	são	necessários	grande	quantidade	
de	água	e	cuidados	especiais	em	áreas	novas	para	este	manejo.
FIGURA 3 - MANEJO DA ÁGUA EM ARROZ IRRIGADO 
2.2.2 Controle térmico
Altas	temperaturas	são	utilizadas	em	ambientes	aquáticos	para	o	controle	de	plantas	
daninhas,	utilizado	principalmente	em	reservatórios	de	água.	Não	é	uma	prática	muito	co-
mum,	no	entanto,	quando	utilizadaem	conjunto	com	o	controle	mecânico	em	reservatórios	
de	água,	pode	ser	eficiente.	No	Brasil,	foi	testada	e	foi	eficiente	para	o	controle	de	aguapé	
(Eichornia crassipes),	salvínia	(Salvinia auriculata).	tanner-grass	(Urochloa subquadripara)	
e	alface-d’água	(Pistia stratiotes).
	
2.2.3 Solarização
É	uma	prática	que	consiste	na	cobertura	do	solo	com	filme	de	polietileno,	causando	o	
aumento	da	temperatura,	que	juntamente	com	a	umidade	poderá	fazer	com	que	o	banco	de	
sementes	de	plantas	daninhas	germine,	e	após	isso	a	alta	temperatura	acabará	matando	
as	plântulas	(FIGURA	4).	É	uma	prática	que	deve	ser	realizada	nos	meses	mais	quentes	
do	ano.
67UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 4 - ÁREA COM FILME DE POLIETILENO. PROCESSO DE SOLARIZAÇÃO DO SOLO
Este	controle	é	oneroso,	tornando-se	inviável	em	grandes	propriedades,	porém	em	
pequenas	produções	de	hortaliças	e	na	produção	de	mudas	é	muito	utilizado,	apresentan-
do	alta	eficiência	em	até	5	cm	de	profundidade	do	solo.	Em	áreas	com	alta	infestação	de	
tiririca	(Cyperus	spp.),	às	plantas,	ao	emergirem,	podem	furar	o	filme,	causando	prejuízos	
ao	agricultor,	por	isso	nesse	caso	a	solarização	não	é	recomendada.
	
2.2.4 Cobertura morta
É	uma	 técnica	associada	ao	controle	cultural.	Consiste	na	cobertura	do	solo	com	
restos	vegetais,	podendo	ser	utilizados	diversos	materiais.	O	plantio	direto	é	um	exemplo,	
em	que	se	mantêm	os	restos	culturais	sobre	o	solo,	formando	uma	cobertura	(FIGURA	5).
FIGURA 5 - ÁREA DE PLANTIO DIRETO COM COBERTURA MORTA NO CULTIVO DE SOJA
68UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
A	cobertura	apresenta	três	principais	efeitos	sobre	as	plantas	daninhas:
●	 Físico:	as	sementes	fotoblásticas	positivas	não	germinam	pelo	impedimento	físico	
da	passagem	de	luz	para	o	solo.	As	sementes	que	não	necessitam	de	luz	germinar	
terão	maior	dificuldade	para	romper	a	camada	protetora.
●	 Microbiológico:	Altera	as	condições	do	solo,	melhorando	as	condições	da	biologia	
do	solo,	que	pode	causar	a	deterioração	de	algumas	sementes	de	plantas	daninhas.
●	 Alelopático:	Compostos	alelopáticos	podem	ser	liberados	durante	a	decomposição	
dos	restos	vegetais,	causando	a	supressão	do	crescimento	ou	controlando	as	plan-
tas	daninhas.
	
2.2.5 Eletricidade (eletrocussão)
Descargas	 elétricas	 provenientes	 de	 um	 equipamento,	manual	 ou	 tracionada	 por	
trator,	eletrocuta	as	plantas	daninhas	pelo	contato	direto	dos	eletrodos	aplicadores	com	a	
planta.	Uma	descarga	elétrica	de	alta	tensão,	que	varia	de	5.000	até	15.000	volts,	é	aplica-
da	através	desse	contato.	A	morte	da	planta	daninha	ocorre	pela	temperatura	e	pela	disso-
ciação	molecular	por	eletrólise	da	descarga	elétrica.
2.2.6 Fogo
Processo	de	queima	da	vegetação.	É	um	manejo	bastante	antigo,	podendo	ser	rea-
lizado	nas	plantas	daninhas	ainda	jovens	ou	em	vegetação	morta.	No	Brasil,	foi	muito	uti-
lizado	no	passado	em	vegetações	jovens,	antes	da	colonização	pelos	indígenas,	e	depois	
na	cultura	do	algodão.	Atualmente	não	se	utiliza	mais	essa	técnica	devido	ao	surgimento	
de	herbicidas	seletivos.	Foi	muito	utilizado	em	canaviais,	em	que	a	queimada	era	realizada	
para	facilitar	a	colheita	manual	e	ao	mesmo	tempo,	controlava	as	plantas	daninhas.
	
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UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
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3 CONTROLE BIOLÓGICO 
E QUÍMICO
TÓPICO
	3.1 Controle biológico
O	controle	biológico	ocorre	pela	ação	de	parasitas,	predadores	ou	patógenos,	com	
a	finalidade	de	manter	a	população	do	outro	organismo	a	uma	densidade	menor	do	que	
ocorreria	em	sua	ausência.	O	controle	biológico	das	plantas	daninhas	na	prática	ainda	é	
incipiente,	principalmente	devido	a	suas	especificidades	e	complexidade	(ALBRECHT	et 
al.,	2021).
O	controle	biológico	das	plantas	daninhas	pode	ser	utilizado	como	 ferramenta	do	
manejo	integrado	de	plantas	daninhas	com	o	objetivo	de	reduzir	populações	em	níveis	de	
dano	econômico	pela	mitigação	do	problema.	Os	tópicos	a	seguir	serão	descritos	baseados	
em	Carvalho	(2013),	Albrecht	et al.	(2021)	e	Tessmann	(2011).
	
3.1.1 Estratégia clássica
Realizada	pela	importação	e	consequente	liberação	de	patógenos	da	região	de	ori-
gem	das	plantas	daninhas.	O	agente	de	biocontrole	deve	ser	capaz	de	se	estabelecer	e	de	
se	autoperpetuar	na	nova	área.	Dessa	forma,	não	é	desejada	a	erradicação	das	plantas	
daninhas,	mas	sim	a	estabilização	permanente	de	populações	dessas	espécies	em	níveis	
aceitáveis.	O	sucesso	do	estabelecimento	depende	da	similaridade	do	novo	ambiente	com	
o	ambiente	de	origem,	bem	como	da	especificidade	do	inimigo	natural,	por	exemplo,	artró-
podes	e	fungos	podem	ser	específicos.		
Na	Índia,	temos	o	exemplo	da	liberação	da	cochonilha-do-carmim	(Dactylopius ceylo-
nicus)	(do	Brasil)	para	controlar	Opuntia littoralis	e	Opuntia oricola	(espécies	de	cacto).	Na	
Austrália	outro	exemplo,	com	o	controle	de	Opuntia	sp.	pela	importação	da	mariposa	Cac-
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70UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
toblastis cactorum	(mariposa-do-cacto	da	Argentina).	Nos	EUA,	houve	o	controle	da	Erva-
-de-são-joão	(Hyperium perforatum)	pelo	besouro	Crysolina quadrigemina.
	
3.1.2 Estratégia inundativa (bioherbicida)
Ocorre	por	aplicações	periódicas	de	patógeno,	semelhante	a	aplicações	de	herbi-
cidas.	Envolve	a	multiplicação	massal	de	agentes	de	biocontrole,	que	podem	ser	fungos	
(micoherbicidas)	ou	bactérias.	Nesse	caso,	não	é	desejado	que	os	agentes	se	disseminam	
rapidamente	e	não	devem	causar	epidemias	na	estação	seguinte.
Os	agentes	são	específicos	ao	alvo,	sendo	assim,	possuem	registro,	são	formulados	
e	padronizados.	O	ingrediente	ativo	do	produto	são	os	organismos	vivos	(esporos	ou	frag-
mentos	de	micélio).	Um	exemplo	é	o	micoherbicida	registrado	em	1942	no	Canadá	(Colle-
totrichum gloeosporioides	f.	sp.	malvae),	sendo	o	primeiro	produto	registrado.	Produtos	à	
base	de	clamidósporos	de	Phytophthora palmivora	em	formulação	líquida,	Colletotrichum 
gloeosporioides	f.	sp.	malvae	para	controle	de	Malva pusilla e	Alternaria cassiae	para	con-
trole	de	Senna obtusifolia	são	registrados	nos	EUA.
	
3.1.3 Estratégia aumentativa
É	uma	técnica	usada	para	inimigos	naturais	(fungos,	geralmente)	de	difícil	produção	
em	larga	escala	e	que	necessita	de	periódico	restabelecimento	do	agente	de	controle	que	
são	aplicados	somente	em	partes	das	áreas	em	que	se	pretende	obter	controle.	É	uma	
modalidade	menos	utilizada.
É	uma	estratégia	pesquisada	para	patógenos	não	cultiváveis	(carvões	e	ferrugem).	
Por	exemplo,	a	ferrugem	(Puccinia canaliculata)	controlou	efetivamente	as	tiriricas	(Cype-
rus rotundus	e	Cyperus esculentus)	por	aplicação	de	bioherbicida	registrado	nos	EUA.
 
3.1.4 Amplo espectro
Ocorre	pela	manipulação	artificial	dos	inimigos	naturais	para	o	controle	de	plantas	
daninhas.	Como	exemplos,	 temos	a	carpa-capim	(peixe	herbívoro)	que	come	vegetação	
aquática;	aves	como	patos,	gansos	e	marrecos;	e	animais	como	carneiro,	bode,	entre	ou-
tros,	que	fazem	pastejo	seletivo.
	
3.1.5 Vantagens do controle biológico
●	 Depois	da	introdução	do	o	agente	biológico	na	área,	ele	permanece	controlando	as	
plantas	daninhas,	no	entanto	não	é	o	caso	do	controle	inundativo	(necessita	de	rea-
plicação);
●	 Não	existe	toxicidade	para	o	ambiente	ou	para	mamíferos;
●	 Pode	ser	utilizado	em	de	difícil	acesso,	como	lagos	e	florestas,	etc.
71UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DEPLANTAS DANINHAS
	
3.1.6 Desvantagens do controle biológico
●	 Depois	de	introduzido,	não	pode	ser	controlado	o	organismo	biológico	(para	que	seja	
atingido	seu	objetivo);
●	 Pode	não	haver	diferenciação	da	planta	de	valor	econômico	da	planta	daninha	pelo	
agente	biológico;
●	 Desenvolvimento	intensivo	de	pesquisas	(custo	e	tempo	de	pesquisa)	para	descobrir	
um	agente	de	biocontrole	com	especificidade;
●	 Controle	biológico	é	lento	e	não	erradica	a	planta	daninha;
●	 O	controle	biológico	de	apenas	uma	planta	daninha	num	ambiente	agrícola	que	possui	
diversidade	de	populações	de	plantas	daninhas	pode	se	 tornar	 inviável,	havendo	a	
necessidade	de	aplicação	de	outros	métodos	de	controle.
	
3.2 Controle químico
Método	no	qual	são	utilizados	produtos	químicos	(herbicidas)	para	o	controle	das	
plantas	daninhas.	A	origem	dos	herbicidas	pode	ser	sintética	(normalmente	orgânicos),	na-
tural	ou	biológica	(como	aquelas	derivadas	de	aleloquímicos).	Os	herbicidas	agem	no	me-
tabolismo	e	na	fisiologia	das	plantas,	inibindo	a	germinação,	ou	o	crescimento	da	plântula,	
ou	o	desenvolvimento	da	planta	adulta	(ALBRECHT	et al.,	2021).
As	primeiras	pesquisas	com	controle	químico	de	plantas	daninhas	ocorreram	no	final	
do	século	XIX,	em	que	foram	utilizados	sais	de	cobre	para	o	controle	de	algumas	eudicotile-
dôneas.	O	sulfato	ferroso	foi	testado	no	início	do	século	XX	no	controle	de	plantas	daninhas	
em	trigo.	No	entanto,	somente	durante	a	Segunda	Guerra	Mundial	o	interesse	em	produzir	
herbicidas	cresceu,	primeiramente	para	desfolhar	florestas.
O	2,4-D	(FIGURA	6)	foi	descoberto	em	1942,	o	que	deu	início	à	produção	de	herbici-
das	em	escala	comercial.	Após	1950,	surgiram	herbicidas	dos	grupos	amidas,	carbamatos,	
triazinas,	entre	outros.	Com	o	passar	do	tempo,	foram	sendo	desenvolvidos	novos	produtos	
e	o	controle	químico	foi	empregado	como	o	principal	método	de	controle	de	plantas	dani-
nhas.	Atualmente	os	herbicidas	somam	em	torno	de	50%	dos	defensivos	agrícolas	comer-
cializados	(CARVALHO,	2013).
72UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 6 - ESTRUTURA QUÍMICA DO 2,4-D
É	muito	flexível	a	utilização	dos	diferentes	grupos	de	herbicidas,	ou	misturas	des-
tes,	 podendo	 ser	 posicionados	 em	pré-plantio-incorporado	 (PPI),	 pré-emergência	 (PRE)	
ou	pós-emergência	(POS).	As	classificações	dos	herbicidas	serão	tratadas	na	próxima	uni-
dade	de	estudo.	Abaixo	são	listadas	as	principais	vantagens	e	desvantagens	do	controle	
químico	de	acordo	com	Carvalho	(2013)	e	Albrecht	et al. (2021).
	
3.2.1 Vantagens do controle químico
●	 É	rápido	e	eficaz	no	controle	de	diversas	espécies;
●	 Pode	ser	utilizado	para	o	controle	de	plantas	daninhas	na	linha	da	cultura	e	no	solo;
●	 Pode	ser	aplicado	em	diversas	fases	da	cultura;
●	 Pode	controlar	plantas	daninhas	perenes	e	persistentes;
●	 Existem	produtos	seletivos	às	plantas	cultivadas;
●	 Permite	o	cultivo	mínimo	ou	plantio	direto.
	
3.2.2 Desvantagens do controle químico
●	 Contaminação	ambiental	(de	solos,	rios,	lençol	freático	etc);
●	 Exigência	de	mão	de	obra	mais	qualificada	e	técnica;
●	 Presença	de	resíduos	em	alimentos	podendo	trazer	riscos	para	o	ser	humano	e	para	
os	animais;
●	 Pode	se	manter	no	solo,	podendo	causar	danos	para	as	culturas	subsequentes;
●	 Risco	de	deriva	podendo	causar	danos	em	culturas	vizinhas;
●	 Pressão	de	seleção	de	espécies	resistentes.
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UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
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4 MANEJO INTEGRADO 
DE PLANTAS 
DANINHAS (MIPD)
TÓPICO
	 O	manejo	Integrado	de	Plantas	Daninhas	(MIPD)	é	realizado	pelo	uso	integrado	de	
dois	ou	mais	métodos	para	o	controle	de	plantas	daninhas.	O	MIPD	ainda	não	possui	base	
científica	sólida	em	ecologia	de	populações	para	se	determinar	os	níveis	populacionais	crí-
ticos	de	controle	das	plantas	daninhas,	diferente	do	Manejo	Integrado	de	Pragas	(MIP)	e	de	
Doenças	(MID),	que	já	são	mais	consolidados	(CARVALHO,	2013).
O	MIPD	é	considerado	a	principal	 ferramenta	para	 redução	do	 impacto	ambiental	
dos	herbicidas,	baseando-se	na	integração	de	métodos	de	controle.	Esse	manejo	torna	os	
sistemas	de	cultivo	desfavoráveis	às	plantas	daninhas,	minimizando	seus	efeitos.	As	estra-
tégias	envolvem	a	utilização	conjunta	do	controle	químico	e	visa	a	redução	da	utilização	de	
herbicidas	(NUNES;	TREZZI	e	DEBASTIANI,	2010).
No	MIPD,	a	ideia	é	associar	a	Prevenção	aos	métodos	de	curto	prazo	(mecânicos,	
físicos	e	químicos)	e	métodos	de	longo	prazo	(cultural	e	biológico)	e	dessa	forma,	otimizar	
o	controle	de	diversas	plantas	daninhas	com	características	distintas.	O	MIPD	também	visa	
à	redução	de	custos	de	controle	das	plantas	daninhas,	reduzir	o	custo	de	produção	e	além	
disso,	diminuir	o	 impacto	ambiental	causado	pelo	excessivo	uso	de	herbicidas	 (CARVA-
LHO,	2013).
Geralmente	o	controle	das	plantas	daninhas	anuais	é	realizado	com	herbicidas	ou	
capinas.	No	entanto,	o	controle	das	plantas	daninhas	perenes,	principalmente	com	reprodu-
ção	vegetativa,	é	mais	difícil,	em	que	a	integração	de	diferentes	métodos	de	controle	é	mais	
eficaz	nesse	manejo.	Por	exemplo,	o	controle	químico	é	pouco	eficiente	para	o	controle	da	
tiririca	(Cyperus rotundus),	que	se	propaga	por	tubérculos	e	além	disso,	o	controle	mecâni-
co	pode	causar	o	aumento	da	densidade	populacional	dessa	planta	daninha.	Portanto,	para	
a	tiririca,	a	integração	do	controle	mecânico	(época	seca)	com	o	químico	com	herbicidas	
(época	úmida)	apresenta	um	eficiente	controle.	Outra	integração	de	controle	eficiente	para	
a	tiririca	é	o	uso	de	culturas	de	cobertura,	logo	após	dessecada	e	deixada	como	uma	cama-
da	de	palha	sobre	o	solo	(CARVALHO,	2013).
73
74UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
A	utilização	de	roçada	(controle	mecânico)	na	entrelinha	e	aplicação	de	herbicidas	
na	linha	de	plantio	para	controle	das	plantas	daninhas	em	culturas	perenes	é	uma	integra-
ção	eficiente.	Outro	método	utilizado	é	o	consórcio	entre	culturas,	por	exemplo,	o	sistema	
agricultura-pecuária.	Outro	exemplo	eficiente	de	MIPD	é	o	manejo	da	água	e	a	aplicação	
de	herbicidas	na	cultura	do	arroz	irrigado.
Por	fim,	podemos	considerar	a	prática	cultural	de	rotação	de	culturas	efetuada	de	
maneira	correta	(não	apenas	sucessão	de	culturas)	como	uma	estratégia	de	MIPD.	Isso	
ocorre	devido	a	todos	os	processos	de	manejo	da	rotação	envolvendo	as	diferentes	cul-
turas.	O	preparo	do	solo,	 tratamentos	fitossanitários,	uso	de	diferentes	espaçamentos	e	
herbicidas,	cobertura	morta	e	cobertura	viva	no	solo,	potencial	alelopáticos,	entre	outros	
fatores,	influenciam	diretamente	na	população	de	plantas	daninhas	da	área.	Assim,	quando	
o	produtor	realiza	a	rotação	de	culturas,	acaba	usando	a	integração	do	método	de	Preven-
ção	com	outros	métodos	de	controle,	mesmo	sem	se	dar	conta	disso	(CARVALHO,	2013).
	
	
75UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Para a implementação adequada do MIPD, devemos considerar também a composição florística e a 
fitossociologia das plantas daninhas, banco de sementes e histórico da área, bem como os períodos e 
níveis de interferência.
Fonte: Albrecht et al. (2021, p. 164).
Alguns métodos de controle de plantas daninhas promovem o revolvimento do solo, alterando as suas 
propriedades biológicas, podendo afetar a qualidade do solo e a produtividade das culturas. Dessa forma, 
os métodos de controle de plantas daninhas:roçadora, grade, enxada rotativa, aplicação de herbicida de 
pré e pós-emergência e capina manual foram comparados ao controle sem capina. Os efeitos diretos e 
indiretos e seus processos, na microbiota do solo foram avaliados na cultura do cafeeiro..
O efeito dos métodos de controle de plantas daninhas na microbiota do solo sob cafeeiro foi ordenada da 
seguinte forma: menor impacto negativo: capina manual e enxada rotativa; impacto intermediário: roçado-
ra, grade, sem capina e aplicação de herbicidas de pré-emergência; e maior impacto negativo: aplicação de 
herbicidas de pós-emergência (MELLONI et al., 2013)
Fonte: MELLONI, R. et al. Métodos de controle de plantas daninhas e seus impactos na qualidade microbia-
na de solo sob cafeeiro. Processos e Propriedades do Solo. Rev. Bras. Ciênc. Solo, 37 (1). 2013.
UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta	unidade	 tratamos	sobre	os	métodos	de	 controle	das	plantas	daninhas	e	o	
manejo	integrado	de	plantas	daninhas	(MIPD).	Os	métodos	preventivos	são	aqueles	que	
impedem	ou	minimizam	a	introdução	e	a	disseminação	de	plantas	daninhas	em	determina-
da	área.	
Também	tratamos	sobre	o	método	cultural,	 	que	é	uma	 importante	 ferramenta	de	
controle	das	plantas	daninhas,	realizado	através	de	práticas	de	manejo	adequado	da	água	
e	do	solo,	no	qual	envolve	a	rotação	de	culturas,	a	cobertura	verde	e	a	nutrição	das	plantas.	
Já	o	controle	mecânico	é	realizado	por	algum	instrumento	que	arranque	ou	corte	as	plantas	
daninhas.	O	controle	 físico	é	realizado	a	partir	de	práticas	que	exerçam	 influência	 física	
sobre	as	plantas	daninhas.
Todos	esses	métodos	descritos	nessa	unidade	podem	ser	empregados	em	conjunto	
favorecendo	o	manejo	integrado.	Dessa	forma,	a	prevenção	e	a	erradicação,	somadas	aos	
métodos	de	controle	aqui	descritos,	constituem	o	MIPD.	Na	prática,	a	divisão	dos	métodos	
é	para	fins	didáticos,	pois	sabemos	que	todos	estão	inter-relacionados	e	são	interdepen-
dentes	dentro	de	um	contexto	de	sustentabilidade	dos	sistemas	produtivos.
Assim	terminamos	mais	uma	unidade	de	estudos	sobre	as	plantas	daninhas.	Te	en-
contro	na	próxima	unidade	para	tratarmos	especificamente	sobre	o	controle	químico	com	
o	uso	de	herbicidas.
 
76
UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Recomenda-se	a	leitura	do	artigo:	Manejo	integrado	de	plantas	daninhas	na	cultura	
do	milho.	
O	manejo	integrado	de	plantas	daninhas	(MIPD)	é	considerado	a	principal	ferramen-
ta	para	reduzir	o	 impacto	ambiental	dos	herbicidas.	O	MIPD	baseia-se	na	 integração	de	
métodos	de	controle,	tornando	os	sistemas	de	cultivo	desfavoráveis	às	plantas	daninhas,	
minimizando	seus	efeitos.	As	estratégias	podem	ser	utilizadas	em	conjunto	com	o	método	
químico,	permitindo	a	redução	da	utilização	de	herbicidas.
Uma	estratégia	de	manejo	de	plantas	daninhas	foi	realizada	de	forma	integrada	com	
o	método	químico	na	redução	da	utilização	de	herbicidas	na	cultura	do	milho.	O	estudo	
buscou	avaliar	o	efeito	do	manejo	integrado	do	espaçamento	entre	linhas,	ou	de	híbridos	de	
milho	com	características	morfológicas	distintas	e	redução	dos	níveis	de	herbicidas,	para	
controlar	plantas	daninhas	na	cultura	do	milho.	Os	níveis	de	manejo	de	plantas	daninhas	
utilizados	no	estudo	foram	(capinado,	sem	capina	e	atrazine	+	foramsulfuron	+	iodosulfu-
ron).	Foram	avaliados	a	altura	e	o	ângulo	foliar	vertical	das	plantas,	o	número	de	plantas	
daninhas	e	a	matéria	seca	de	plantas	daninhas	por	área.	O	ângulo	foliar	de	plantas	de	milho	
torna-se	mais	planófilo	com	a	adoção	de	espaçamentos	reduzidos	entre	linhas,	mas	outras	
características	de	plantas	de	milho	estão	envolvidas	no	desempenho	dos	espaçamentos.	
O	uso	do	espaçamento	de	0,45	m	entre	linhas	não	contribui	para	a	redução	dos	níveis	de	
herbicidas	para	a	cultura,	mas	sua	adoção	beneficia	o	manejo	de	plantas	daninhas	e	o	ren-
dimento	de	grãos.	
Fonte:	NUNES,	A.	L.;	TREZZI,	M.	M.;	DEBASTIANI,	C.	Manejo	 integrado	de	plantas	daninhas	na	cultura	
do	milho. Bragantia,	Campinas,	v.69,	n.2,	p.299-304,	2010.	Disponível	em:	https://doi.org/10.1590/S0006-
87052010000200006.	Acesso	em:	08	set.	2022.
77
https://doi.org/10.1590/S0006-87052010000200006
https://doi.org/10.1590/S0006-87052010000200006
UNIDADE 3 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Matologia: estudos sobre plantas daninha
Autor: Arthur Arrobas Martins Barroso e Afonso Takao Murata;
Editora: Fábrica da Palavra;
Sinopse: O livro apresenta capítulos de muita importância para 
o manejo sustentável das plantas daninhas. São 16 capítulos 
que tratam desde a ecologia da população e comunidades de 
plantas daninhas até o manejo das principais plantas daninhas 
resistentes no Brasil. Também apresenta os mecanismos de 
ação dos herbicidas e o manejo em culturas geneticamente 
modificadas.
FILME/VÍDEO 
Título: Métodos de controle controle de plantas daninhas.
Ano: 2021.
Sinopse: O vídeo trata sobre os métodos de controle de plantas 
daninhas, citando exemplos e imagens.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=vYuPDOC-
tkMs 
WEB 
A página traz informações sobre o Manejo Integrado de Plan-
tas Daninhas na cultura da soja e trato sobre os métodos de 
controle que podem ser utilizados, principalmente o controle 
cultural.
Link do site: https://maissoja.com.br/metodos-de-controle-de-
-plantas-daninhas-controle-cultural/
78
https://www.youtube.com/watch?v=vYuPDOCtkMs
https://www.youtube.com/watch?v=vYuPDOCtkMs
https://maissoja.com.br/metodos-de-controle-de-plantas-daninhas-controle-cultural/
https://maissoja.com.br/metodos-de-controle-de-plantas-daninhas-controle-cultural/
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Plano de Estudos
• • Classificação dos herbicidas;
• • Mecanismos de ação dos herbicidas;
• • Formulações e misturas de herbicidas em tanque;
• • Resistência de plantas daninhas aos herbicidas.
Objetivos da Aprendizagem
• • Compreender a nomenclatura e como são classificados os herbicidas;
• • Definir e contextualizar os mecanismos de ação dos herbicidas;
• • Contextuar sobre formulações e misturas de herbicidas em tanque;
• • Conceituar e compreender mais sobre resistência de plantas daninhas 
aos herbicidas.
4 UNIDADEUNIDADE
HERBICIDAS: HERBICIDAS: 
CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS 
GERAISGERAIS
Professor Dr. Jonas Marcelo Jaski
UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
INTRODUÇÃO
Olá	Aluno	(a)!	Vamos	iniciar	agora	nossa	última	unidade	da	disciplina	de	manejo	de	
plantas	daninhas!	Espero	que	esteja	animado	(a)	para	finalizar	esse	estudo!	
Nessa	unidade	aprenderemos	sobre	as	principais	características	relacionadas	aos	
herbicidas.	No	primeiro	tópico	nós	vamos	conhecer	a	nomenclatura	e	as	diferentes	classifi-
cações	dos	herbicidas	que	inclui	a	classificação	quanto	à	seletividade,	quanto	à		época	de	
aplicação,	quanto	à	translocação	e	quanto	ao	mecanismo	de	ação.	
No	segundo	tópico	trataremos	sobre	a	diferença	entre	mecanismo	de	ação	e	modo	
de	ação	dos	herbicidas	nas	plantas	e	abordaremos	cada	mecanismo	de	ação.	Esse	as-
sunto	é	muito	importante	e	por	isso	é	mais	extenso	e	requer	mais	atenção,	são	diversos	
mecanismose	dentro	de	cada	deles	estão	distribuídos	os	herbicidas	atualmente	utilizados	
para	o	controle	químico	das	plantas	daninhas.
Em	nosso	terceiro	tópico	abordaremos	os	diferentes	tipos	de	formulações	de	herbi-
cidas	e	as	misturas	de	herbicidas	em	tanque.	Esse	é	um	tema	importante,	pois	de	acordo	
com	a	mistura	utilizada	no	tanque	pode	ocorrer	antagonismo	entre	ingredientes	ativos	dos	
herbicidas	ou	sedimentação	e	separação	de	fases,	prejudicando	a	eficácia	do	controle.
Por	 último	 em	 nosso	 tópico	 4	 iremos	 conceituar	 a	 resistência	 das	 plantas	 aos	
herbicidas	no	qual	veremos	os	conceitos suscetibilidade,	tolerância,	resistência	(cruzada	e	
múltipla).	Também	veremos	os	mecanismos	que	conferem	resistência	às	plantas	daninhas,	
os	fatores	que	favorecem	o	surgimento	de	resistência	e	por	fim,	o	manejo	e	prevenção	da	
resistência	de	plantas	daninhas	a	herbicidas.	
Desejo a você, ótimos estudos!
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UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
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 1 CLASSIFICAÇÃO DOS 
HERBICIDAS
TÓPICO
1.1 Nomenclatura dos herbicidas
	
Os	herbicidas	são	nomeados	de	três	formas:	pelo	nome	químico	usado	para	descre-
ver	a	estrutura	química	do	produto;	pelo	nome	comum	(nome	do	ingrediente	ativo),	geral-
mente	o	nome	pelo	qual	os	herbicidas	são	conhecidos	internacionalmente	e	na	literatura;	e	
pelo	nome	comercial,	em	função	do	marketing	dos	fabricantes	os	herbicidas	recebem	um	
nome	fantasia.	Dessa	forma,	um	mesmo	ingrediente	ativo	pode	receber	nomes	comerciais	
diferentes	de	acordo	com	o	fabricante	ou	da	formulação	(OLIVEIRA	Jr.,	2011).	Por	exem-
plo,	o	nome	químico	do	glifosato	é	N-(fosfonometil)glicina,	nome	comum:	glifosato	e	nomes	
comerciais	existem	diversos,	como	Roundup	(FIGURA	1),	Agrisato,	Glifosato	Agripec,	Gli-
fosato	Fersol,	Glifosato	Nortox	e	Gliz.
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82UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
FIGURA 1 - PRODUTO COMERCIAL DE GLIFOSATO
1.2	Formas	de	Classificação	de	Herbicidas
						
	 Atualmente	são	usadas	diversas	formas	de	classificação	dos	herbicidas.	É	importan-
te	conhecer	e	se	familiarizar	com	os	termos	usados	na	Ciência	das	Plantas	Daninhas	para	
compreender	essa	parte	da	disciplina.	Vários	dos	termos	são	utilizados	nos	sistemas	de	
classificação,	que	serão	descritos	nos	próximos	tópicos	de	acordo	com	Oliveira	Jr.	(2011)	e	
Oliveira	Jr.	et al.	(2021).
 
1.2.1	Classificação	quanto	à	seletividade
●	 Herbicidas seletivos:	quando	aplicados	nas	culturas,	não	matam	essas	espécies,	ou	
seja,	matam	somente	as	plantas	daninhas	da	cultura.	Dessa	forma,	são	seletivos	a	
determinada	cultura.
●	 Herbicidas não seletivos:	possuem	amplo	espectro	de	ação,	ou	seja,	matam	a	maior	
parte	das	plantas,	não	possuem	seletividade.	São	muito	utilizados	na	dessecação,	no	
plantio	direto.
No	entanto,	a	seletividade	depende	da	interação	entre	diferentes	fatores.	Por	exem-
plo,	cultivares	geneticamente	modificadas	com	tolerância	aos	herbicidas	podem	alterar	a	
seletividade	dos	herbicidas.	Temos	o	exemplo	da	soja	geneticamente	modificada	(tolerante	
ao	glifosato).
	
1.2.2	Classificação	quanto	à	translocação
	
●	 Herbicidas de contato:	São	aqueles	que	não	se	translocam	na	planta	ou	se	translo-
83UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
cam	de	forma	muito	limitada.	Dessa	forma,	só	irão	causar	danos	nas	partes	da	planta	
que	entram	em	contato	direto	com	o	herbicida.	Sendo	assim,	é	necessária	boa	cober-
tura	de	aplicação.	O	efeito	do	herbicida	nas	plantas	é	rápido	e	agudo	(em	questão	de	
horas).
●	 Herbicidas sistêmicos:	São	 translocados	 via	 xilema,	 floema,	 ou	por	 ambos.	Pos-
suem	efeito	demorado,	crônico.
	
1.2.3	Classificação	quanto	à	época	de	aplicação
●	 Pré-plantio e incorporado (PPI):	São	herbicidas	aplicados	ao	solo	e	que	posterior-
mente	precisam	de	incorporação	mecânica	ou	por	meio	de	irrigação.	Geralmente	o	
mecanismo	 de	 ação	 desses	 produtos	 requer	 contato	 entre	 o	 herbicida	 e	 plântulas	
antes	ou	durante	a	emergência,	possuem	baixa	solubilidade	em	água,	são	sensíveis	
a	fotodegradação	e	são	altamente	voláteis	(possuem	alta	pressão	de	vapor).
●	 Pré-emergência (PRÉ):	São	herbicidas	aplicados	após	a	semeadura	ou	plantio,	po-
rém,	antes	da	emergência	da	cultura	e	das	plantas	daninhas.	Pode	haver	casos	em	
que	os	herbicidas	são	aplicados	em	pré-emergência	das	plantas	daninhas,	mas	após	
a	emergência	da	cultura.	Dessa	forma,	as	aplicações	são	dirigidas	às	entrelinhas	da	
cultura	(já	com	certa	altura).
●	 Pós-emergência (PÓS):	São	herbicidas	aplicados	após	a	emergência	das	plantas	
daninhas,	mas	a	cultura	nem	sempre	está	emergida.	Por	exemplo,	na	dessecação	
antes	do	plantio,	a	cultura	ainda	não	está	presente.	Entretanto,	na	maioria	das	vezes	
as	aplicações	em	PÓS	são	realizadas	quando	as	plantas	daninhas	e	as	culturas	estão	
emergidas.
	 
1.2.4	Classificação	quanto	ao	mecanismo	de	ação
Os	herbicidas	são	agrupados	de	acordo	com	a	sua	forma	de	atuação	nas	plantas,	
sendo	 uma	 das	 classificações	mais	 utilizadas.	O	 estudo	 dos	mecanismos	 de	 ação	 dos	
herbicidas	 necessita	 de	 conhecimentos	 relacionados	à	 fisiologia	 vegetal,	 química	e	 bio-
química.	Conhecer	os	mecanismos	de	ação	dos	herbicidas	é	de	fundamental	importância	
para	o	entendimento	do	comportamento	dos	herbicidas	nas	plantas	e	no	ambiente,	de	me-
canismos	de	seletividade	e	do	efeito	de	fatores	ambientais	na	eficiência	destes	produtos	a	
campo.	Trataremos	no	próximo	tópico	dos	principais	grupos	de	mecanismos	de	ação	dos	
herbicidas.
	
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UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
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2 MECANISMOS DE 
AÇÃO DOS HERBICIDAS
TÓPICO
Primeiramente	vamos	esclarecer	a	diferença	entre	mecanismo	de	ação	e	modo	de	
ação.
●	 Mecanismo de ação:	Refere-se	ao	primeiro	ponto	do	metabolismo	das	plantas	em	
que	o	herbicida	atua	(sítio	de	ação).	Assim,	o	mecanismo	de	ação	é	normalmente	o	
primeiro	de	uma	série	de	eventos	metabólicos	que	 resultam	na	expressão	final	do	
herbicida	sobre	a	planta.
●	 Modo de ação:	Conjunto	de	todos	os	eventos	metabólicos	que	inclui	desde	os	sin-
tomas	visíveis	da	ação	do	herbicida	sobre	a	planta	até	a	morte	ou	expressão	final	do	
herbicida	sobre	a	planta.
A	classificação	dos	herbicidas	pelo	mecanismo	de	ação	está	em	constante	atua-
lização	devido	ao	surgimento	de	novos	herbicidas	e	 também	da	elucidação	de	sítios	de	
atuação	nas	plantas.	Atualmente	a	classificação	aceita	internacionalmente	é	de	acordo	com	
Herbicide Resistence Action Committee	 (HRAC),	na	qual	os	herbicidas	são	classificados	
de	acordo	as	classes	químicas	e	seus	respectivos	sítios	de	atuação	por	ordem	alfabética	
(OLIVEIRA	Jr.	et al.,	2021).	Trataremos	dos	principais	mecanismos	de	ação,	importantes	
no	Brasil,	de	acordo	com	Oliveira	Jr.	(2011)	e	Oliveira	Jr.	et al.	(2021)	nos	próximosUnidade	da	discipli-
na	de	Manejo	de	plantas	daninhas.	Vamos	mergulhar	em	conceitos	e	conhecimentos	que	
você	irá	levar	para	sua	vida	profissional!	Acredito	que,	assim	como	eu,	você	deve	estar	com	
muitas	expectativas	para	iniciar	essa	caminhada	de	aprendizagem.	Então	procure	um	lugar	
ideal	para	iniciar	seus	estudos,	porque	vamos	realizar	uma	introdução	à	ciência	das	plantas	
daninhas	agora.
 Vamos	aprender	que	a priori	 nenhuma	planta	é	considerada	daninha,	no	entanto	
qualquer	espécie	pode	atingir	o	status	de	daninha	quando	a	sua	presença	interfere	negati-
vamente	na	produtividade	da	cultura	de	nosso	interesse	ou	mesmo	na	qualidade	do	nosso	
produto	final.	Assim,	ter	conhecimento	sobre	as	plantas	daninhas	e	seu	manejo	é	essencial	
para	um	engenheiro	agrônomo.
 Nesse	contexto,	vamos	tratar	em	nosso	primeiro	tópico	sobre	conceitos	essenciais	
relacionados	às	plantas	daninhas,	além	disso	vamos	aprender	sobre	os	termos	utilizados	
para	denominação	das	plantas	daninhas	e	entender	a	importância,	seja	negativa	ou	positi-
va	dessas	plantas.
	 Em	nosso	segundo	tópico	vamos	abordar	mais	sobre	a	ecologia	e	biologia	das	plan-
tas	daninhas	desde	a	sua	origem	e	evolução	até	as	suas	características	de	agressividade.	
Já	no	tópico	três,	vamos	conhecer	como	ocorre	a	infestação	das	plantas	daninhas	a	partir	
da	sua	reprodução	e	disseminação.
	 No		último	tópico	dessa	unidade,	vamos	tratar	de	um	assunto	 importante	que	é	o	
banco	de	sementes	ou	propágulos	de	plantas	daninhas	no	solo,	bem	como	o	balanço	de	
entradas	e	saídas	do	banco	de	sementes.	Também	vamos	tratar	nesse	tópico	sobre	dor-
mência	e	germinação	das	plantas	daninhas,	sendo	a	primeira,	uma	característica	importan-
te	que	confere	às	plantas	daninhas	a	capacidade	de	longevidade	e	manutenção	do	banco	
de	sementes.
Desejo a você, ótimos estudos!
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 1 CONCEITOS E 
IMPORTÂNCIA DE 
PLANTAS DANINHAS
TÓPICO
8UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
1.1 Planta daninha
O	conceito	de	planta	daninha	é	discutido	por	vários	autores,	mas	vamos	simplificar	
e	definir	de	acordo	com	Carvalho	(2013,	p.	02)	que	se	refere	a	planta	daninha	como:	“qual-
quer	planta	que	cresça	espontaneamente	em	um	local	de	atividade	humana	e	cause	pre-
juízos	a	essa	atividade”.	A	planta	daninha	sempre	está	relacionada	com	a	indesejabilidade	
em	relação	a	uma	atividade	humana,	ou	seja,	está	prejudicando	direta	ou	indiretamente	a	
atividade	humana,	que	pode	ser	cultivo	comercial,	jardim,	refinaria	de	petróleo,	entre	outras	
(SILVA	et al.,	2007).	
A	princípio	nenhuma	espécie	é	considerada	daninha,	no	entanto,	qualquer	espécie	
pode	se	tornar	daninha	quando	seu	crescimento	interfere	negativamente	na	produtividade	
da	cultura	e/ou	na	qualidade	do	produto	ou	no	processo	de	colheita.	Há	espécies	de	plan-
tas	que	são	altamente	competitivas,	mas	podem	ser	úteis	em	outras	situações	como	para	
controle	de	erosão,	reciclagem	de	nutrientes	ou	como	fornecedoras	de	néctar	para	abelhas,	
por	exemplo	(SILVA	et al.,	2007).	
As	plantas	daninhas	são	divididas	em	comuns	e	verdadeiras de	acordo	com	Mari-
nis	(1972):	
●	 Comuns: não	conseguem	sobreviver	em	condições	adversas.	Um	exemplo	são	as	
chamadas	 plantas	 voluntárias	 ou	 também	 conhecidas	 popularmente	 como	 plantas	
guaxas	ou	tigueras.	Essas	plantas	ocorrem,	por	exemplo,	em	um	sistema	de	sucessão	
milho/soja,	as	plantas	de	milho	que	emergirem	na	época	da	semeadura	da	soja	prove-
nientes	de	sementes	remanescentes	no	solo	são	consideradas	daninhas.	
●	 Verdadeiras:	apresentam	características	específicas	que	permitem	a	sua	sobrevivência	
em	condições	adversas,	como	por	exemplo	a	dormência,	germinação	desuniforme,	
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UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
alta	rusticidade,	não	podem	ser	melhoradas	geneticamente,	alta	resistência	a	pragas	
e	doenças,	habilidade	de	produzir	muitas	sementes	viáveis,	além	de	apresentarem	
formas	 variadas	 de	multiplicação,	 como	 tubérculos,	 estolões,	 rizomas,	 bulbos,	 etc.	
Ex:	Desmodium tortuosum	produz	até	42.000	sementes	por	planta	que	são	facilmente	
disseminadas	por	animais	ou	máquinas.
1.2 . A ciência das plantas daninhas
De	acordo	com	Carvalho	(2013)	a	denominação	de	“Ciência	das	Plantas	Daninhas”	
foi	intitulada	pela	Sociedade	Brasileira	da	Ciência	das	Plantas	Daninhas	e	alguns	outros	au-
tores.	No	entanto,	o	nome	ainda	não	é	bem	definido,	alguns	pesquisadores	denominam-a	
como	Herbologia,	que	no	caso	não	seria	um	termo	totalmente	correto	por	se	referir	apenas	
à	erva,	porém	mais	adiante	veremos	que	o	hábito	de	crescimento	herbáceo	não	se	aplica	
para	todas	as	plantas	daninhas.	Outra	denominação	também	usada	é	Matologia,	ou	seja,	
estudo	do	mato.	
A	Ciência	das	plantas	daninhas	ou	matologia	é	multidisciplinar,	dessa	forma	integra	
muitas	áreas	do	conhecimento,	desde	ciências	básicas	até	ciências	específicas	de	forma-
ção.	No	decorrer	das	unidades,	nós	veremos	como	o	estudo	das	plantas	daninhas	é	multi-
disciplinar	e	envolve	conhecimentos	de	várias	outras	disciplinas	do	curso.	
Outros	conceitos	importantes	são	os	relacionados	aos	termos	utilizados	para	des-
crever	plantas	daninhas.	Alguns	termos	não	expressam	a	definição	correta.	O	termo	erva	
daninha,	por	exemplo,	não	é	apropriado	porque	sabemos	que	existem	também	uma	parte	
das	plantas	daninhas	que	são	arbustivas	ou	arbóreas.	O	termo	planta	invasora	também	é	
comum,	no	entanto	uma	planta	invasora	só	é	daninha	se	estiver	causando	efeito	negativo	
em	área	de	interesse	humano.	Portanto,	se	a	planta	invasora	estiver	em	outro	ambiente	que	
não	seja	de	interesse	humano	ela	não	é	considerada	planta	daninha	(CARVALHO,	2013).
O	termo	planta	 infestante	pode	ser	considerado	sinônimo	de	planta	daninha,	pois	
quando	presente	 em	ambientes	 com	atividade	humana,	 provavelmente,	 será	 uma	plan-
ta	daninha	verdadeira.	O	termo	planta	espontânea	também	é	utilizado,	porém,	nem	toda	
planta	espontânea	será	uma	planta	daninha.	Certamente	toda	planta	daninha	é	espontâ-
nea,	aquela	que	germina	e	emerge	espontaneamente,	no	entanto,	não	se	tem	certeza	de	
que	ela	irá	prejudicar	uma	atividade	humana	e	obrigatoriamente	a	planta	daninha	faz	isso	
(CARVALHO,	2013).	Utilizaremos	em	nossos	estudos	o	termo	planta	daninha,	que	retrata	
corretamente	as	plantas	que	causam	prejuízos	em	áreas	de	atividade	humana	e	crescem	
espontaneamente	nessas	áreas.
1.3 Importância das plantas daninhas
 
As	 plantas	 daninhas	 causam	 prejuízos	 diretos	 e	 indiretos,	 por	 isso	 possuem	
importância	econômica	e	 social.	Em	média,	 20	a	30%	dos	custos	de	produção	de	uma	
lavoura	 são	 destinados	 para	 o	 controle	 das	 plantas	 daninhas	 (SILVA	 et	 al.,	 2007).	 No	
entanto,	alguns	autores	consideram	efeitos	positivos	das	plantas	daninhas,	por	exemplo	
seu	uso	medicinal	e	alimentício	(CARVALHO,	2013).
9
10UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
1.3.1 Aspectos negativos
1.3.1.1 Prejuízos diretos
De	acordo	com	Silva	et al.	(2007)	além	da	redução	da	produção	as	plantas	daninhas	
podem	causar:
●	 Redução da qualidade do produto comercial:	Exemplos	desse	prejuízo	são	tubér-
culos	de	tiririca	crescendo	dentro	de	tubérculos	de	batata	ou	presença	de	sementes	
de	picão-preto	(Bidens pilosa)	na	fibra	de	algodão.
●	 Não-certificação	de	sementes	de	culturas:	sementes	de	plantas	daninhas	proibidas	
colhidas	junto	com	sementes	de	culturas	de	interesse	podem	impedirtópicos.
	 
2.1. Inibidores da ACCASE – Grupo A
Características	do	grupo:
●	 Inclui	dois	grupos	químicos,	os	ariloxifenoxipropionatos	(APPs)	e	as	ciclohexanodio-
nas	(CHDs)	com	grandes	semelhanças	no	espectro	de	controle,	eficiência,	seletivi-
dade	e	modo	de	ação.
84
85UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
●	 São	classificados	como	sistêmicos.
●	 Controlam	gramíneas	anuais	e	perenes.
●	 As	dicotiledêoneas	(tanto	plantas	daninhas	quanto	culturas)	são	normalmente	tole-
rantes.
●	 A	absorção	dos	herbicidas	ocorre	via	foliar,	porém,	resíduos	presentes	no	solo	po-
dem	resultar	em	carryover (resíduos	fitotóxicos	que	permanecem	no	solo	e	podem	
afetar	culturas	sensíveis	cultivadas	após	a	cultura	em	que	foi	usado	o	herbicida)	para	
gramíneas	cultivadas	em	sucessão.
●	 Quando	aplicados	em	pós-emergência	em	misturas	em	tanque	com	auxinas	sinté-
ticas	ou	com	inibidores	da	PROTOX	podem	apresentar	antagonismo	(ou	seja,	um	
prejudica	a	ação	do	outro).
●	 Muitas	vezes	é	necessário	utilizar	adjuvantes	para	melhorar	a	absorção	foliar.
O	modo	de	ação	está	relacionado	à	acetil-coenzima	A	carboxilase	(ACCase),	que	é	
onde	esses	herbicidas	atuam.	Como	consequência,	ocorre	a	inibição	da	síntese	de	ácidos	
graxos	a	qual	bloqueia	a	produção	de	fosfolipídios	usados	na	construção	de	novas	mem-
branas	necessárias	para	o	crescimento	celular.
Em	gramíneas	os	primeiros	sintomas	podem	ser	vistos	nos	meristemas	(próximos	
aos	entrenós),	com	descoloração,	necrose	e	morte	das	gemas	de	crescimento.	As	folhas	
mais	desenvolvidas	podem	apresentar	coloração	arroxeada	ou	avermelhada,	semelhante	
aos	sintomas	de	deficiência	de	fósforo
São	exemplos	de	herbicidas	desse	grupo:	APPs:	Fenoxaprop-p-ethyl	(Podium	EW,	
Rapsode,	Starice)	e	Haloxyfop-p-methyl	(Gallant	R,	Verdict	R,	Venture).	CHDs:	Clethodim 
(Poquer,	Select	240	EC,	Select	One	Pack)	e	Profoxydim (Aura	200).
	
2.2 Inibidores da ALS – GRUPO B
Características	do	grupo:
●	 Herbicidas	que	inibem	a	acetolactato	sintase	(ALS),	enzima	importante	na	de	bios-
síntese	de	aminoácidos	valina,	leucina	e	isoleucina.
●	 Os	grupos	químicos	que	fazem	parte	são:	Imidazolinonas,	pirimidinil(tio)benzoatos,	
ulfonilaminocarbonitriazolinonas,	sulfonilureias	e	triazolopirimidinas.
●	 Podem	ser	utilizados	em	doses	muito	baixas	com	alta	eficiência.
●	 Possuem	baixa	toxicidade	para	mamíferos	e	boa	seletividade	para	diversas	culturas	
agrícolas	importantes.
●	 Muitas	 plantas	 daninhas	 são	 resistentes	 devido	 a	 seletividade	 causada	 pelo	 uso	
generalizado.
●	 As	imidazolinonas	e	as	sulfonilureias	são	eficientes	em	doses	muito	baixas	(ao	solo.
●	 A	atividade	de	microrganismos	do	solo	é	a	principal	responsável	pela	decomposição	
desse	tipo	de	herbicida.
●	 Como	ocorre	a	degradação	dos	carotenoides,	e	sem	a	presença	dos	carotenoides,	
as	clorofilas	não	são	capazes	de	se	manterem	funcionais	e	estáveis.	Portanto,	sem	
clorofila	as	plantas	apresentarão	“albinismo”.
●	 O	arroz	e	a	soja	são	tolerantes	ao	Clomazone.
	
São	exemplos	desse	grupo	de	herbicidas:	 Isoxaflutole	(Fordor	750	WG,	Provence	
750	WG),	Mesotrione	(Callisto,	Lumica,	Meristo)	e	Clomazone	(Gamit,	Gamit	Star,	Gamit	
360	CS).	
	
2.7 Inibidores da EPSP sintase – GRUPO G
	
Características	do	grupo:
●	 Grupo	do	herbicida	glyphosate,	produto	mais	utilizado	e	estudado	no	mundo.
●	 Amplo	espectro	de	ação,	não	é	seletiva.
●	 Atua	apenas	em	pós-emergência,	não	atua	em	pré-emergência	devido	à	forte	sorção	
ao	solo	(fica	indisponível	para	absorção	pelas	plantas).
●	 Possui	baixa	volatilidade,	entretanto,	problemas	de	deriva	são	frequentes.
●	 Existem	culturas	tolerantes	ao	glyphosate (maior	causa	de	deriva	em	culturas	sus-
cetíveis).
●	 O	modo	de	ação	do	glyphosate envolve	o	bloqueio	da	enzima	EPSPs	(5-enolpiru-
vilchiquimato-3-fosfato	sintase),	responsável	por	catalisar	a	ligação	dos	compostos	
chiquimato	3-fosfato	(S3P)	e	fosfoenolpiruvato	(PEP),	produzindo	o	enolpiruvilchiqui-
mato-3-fosfato	e	fosfato	inorgânico.
●	 A	absorção	do	glyphosate ocorre	pelas	folhas	e	outras	partes	aéreas	das	plantas.	
Após	a	absorção,	ocorre	a	translocação	e	acumulação	nos	meristemas.
●	 As	plantas	morrem	em	dias	ou	semanas	com	 início	 lento	dos	sintomas	clorose	e	
necrose.
●	 A	seletividade	pode	ser	adquirida	por	aplicações	dirigidas	nas	entrelinhas	de	várias	
culturas	perenes,	(não	pode	atingir	as	folhas).
●	 A	partir	da	obtenção	de	plantas	transgênicas	(soja,	milho	e	algodão	no	Brasil,	e	ca-
nola,	mamão,	alfafa	e	beterraba	açucareira	em	outros	países)	o	glyphosate passou	
a	ser	usado	para	o	controle	seletivo	de	plantas	daninhas	nessas	culturas.
São	exemplos	de	nomes	comerciais	do	Glyphosate (grupo	químico	das	glicinas):	
Roundup	Transorb,	Roundup	WG,	Zapp	QI	620.
	
89UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
	
2.8 Inibidores da glutamina sintetase (GS) - Grupo H
	
Características	do	grupo:
●	 O	amônio	glufosinate	é	o	único	herbicida	deste	mecanismo	de	ação;
●	 Possui	amplo	espectro	de	ação,	não	seletivo;
●	 Atualmente	pode	ser	utilizado	para	controle	de	plantas	daninhas	em	algumas	cultu-
ras	com	o	surgimento	da	tecnologia	Liberty	Link®	(inserção	de	gene	de	resistência	
ao	amonio	glufosinate	em	algodão,	canola,	beterraba	açucareira,	soja	e	milho);
●	 O	mecanismo	de	ação	está	relacionado	pela	inibição	da	enzima	glutamina	sintetase	
(GS),	a	qual	é	responsável	em	converter	o	glutamato	e	a	amônia	em	glutamina.
São	exemplos	de	herbicidas	comerciais	do	Amônio	glufosinate	(grupo	químico	ácido	
fosfínico):	Finale,	Liberty,	Fascinate	BR.
	
2.9 Inibidores do crescimento inicial - Grupos K1, K2 e K3
	
No	Brasil,	 são	comercializados	os	subgrupos	K1	e	K3.	No	subgrupo	K1	estão	os	
herbicidas	inibidores	da	formação	de	microtúbulos	(ex:	benzamidas,	dinitroanilinas,	fosfo-
roamidatos	e	piridinase)	e	no	subgrupo	K3	estão	os	inibidores	da	divisão	celular	(cloroace-
tamidas).
							 As	características	desse	grupo	são:
●	 Atuam	causando	a	paralisação	do	crescimento	da	raiz	e	da	parte	aérea	de	plântulas	
e	também	pode	ocorrer	a	morte	do	meristema	apical;
●	 No	solo	desaparece	 rapidamente	por	apresentar	alta	pressão	de	vapor,	 fotólise	e	
decomposição	microbiana;
●	 São	eficientes	para	controle	de	sementes	em	germinação	de	gramíneas	anuais	e	de	
algumas	folhas	dicotiledôneas;
●	 São	aplicados	normalmente	em	pré-emergência,	no	entanto	a	incorporação	do	pro-
duto	ao	solo	aumenta	a	sua	eficiência	diminuindo	as	perdas.
O	modo	de	ação	dos	herbicidas	do	subgrupo	K1	é	a	inibição	da	formação	de	micro-
túbulos,	inibindo	a	mitose.	Já	o	modo	de	ação	do	subgrupo	K3	é	pouco	elucidado,	sabe-se	
que	ocorre	a	inibição	de	algumas	proteínas	nos	meristemas	apicais	da	parte	aérea	e	das	
raízes.	Com	a	inibição	ocorre	a	paralisação	da	divisão	celular	e	aumento	de	tamanho	das	
células,	causando	inibição	do	crescimento	de	ambas	as	partes	(raiz	e	parte	aérea).
							 São	exemplos	de	herbicidas	desse	grupo:	Trifluralin	(Premerlin	600	EC,	Trifluralina	
Nortox	Gold)	e	S-metolachlor	(Dual	Gold,	Gardomil).
	
90UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
2.10 Inibidores da síntese de (celulose) parede celular – Grupo L
	
Características	do	grupo:
●	 Grupos	químicos	das	nitrilas	(dichlobenil,	chlortiamid),	benzamidas	(isoxaben),	tria-
zolocarboxamidas	(flupoxam)	e	alkylazine	(indaziflam).
●	 Apenas	 o	 indaziflam	é	 registrado	 para	 aplicação	 em	pré-emergência	 das	 plantas	
daninhas	no	Brasil.
●	 Utilizado	em	baixas	dosagens	com	alta	persistência	no	solo.
●	 Recomendado	para	café,	citros,	e	cana-de-açúcar	no	Brasil.
●	 Herbicidas	formulados	com	mistura	de	indaziflam	com	metribuzin	e	isoxaflutole	es-
tão	disponíveis	no	mercado.
●	 Possui	amplo	espectro	de	controle,	controla	plantas	daninhas	dicotiledôneas	e	mo-
nocotiledôneas.
●	 O	mecanismo	de	ação	envolve	a	inibição	da	síntese	de	celulose.	Ocorre	a	inibição	da	
incorporação	da	glicose	na	parede	celular,	assim	ocorre	a		má	formação	do	tecido.
●	 Os	sintomas	em	plantas	suscetíveis	são:	paralisação	do	crescimento,	engrossamen-
to	de	raiz	e	redução	de	celulose	na	planta.
●	 A	seletividade	desses	herbicidas	pode	ser	obtida	pela	seletividade	de	posição	(locali-
zação	do	herbicida	no	solo).	Assim,	culturas	como	citros	e	café	(perenes)	não	entram	
em	contato	com	o	produto	aplicado	no	solo	devido	ao	sistema	radicular	profundo.
 
2.11 Auxinas sintéticas – Grupo O
	
São	estruturalmente	semelhantes	às	auxinas	naturais	das	plantas,	por	isso	também	
são	conhecidos	como	mimetizadores	de	auxina,	reguladores	de	crescimento	ou	herbicidas	
hormonais.	O	2,4-D	faz	parte	desse	grupo,	sendo	o	primeiro	composto	orgânico	sintetizado	
para	utilização	como	herbicida	seletivo.
Os	herbicidas	mimetizadores	de	auxina	apresentam	as	seguintes	características:
●	 São	herbicidas	que	afetam	o	crescimento	das	plantas	de	maneira	similar	às	auxinas	
naturais	das	plantas,	entretanto,	são	mais	persistentes	e	mais	ativos;
●	 São	herbicidas	sistêmicos,	podendo	controlar	diversas	plantas	perenes;
●	 Doses	muito	baixas	já	podem	causar	efeitos	nas	plantas,	o	que	pode	levar	a	proble-
mas	com	deriva	para	culturas	sensíveis,	bem	como	a	reutilização	de	pulverizadores	
sem	lavagem	adequada;
●	 Culturas	como	tomate,	uva,	algodão,	soja	e	as	cucurbitáceas	são	sensíveis	a	con-
centrações	muito	baixas	destes	herbicidas;
●	 São	seletivos	para	as	gramíneas	e	controlam	dicotiledôneas	anuais	ou	perenes.
	
O	mecanismo	de	ação,	ou	seja,	a	ação	inicial	desses	herbicidas	está	relacionada	ao	
metabolismo	de	ácidos	nucleicos	e	a	plasticidade	da	parede	celular.	Esses	produtos	cau-
91UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
sam	a	acidificação	da	parede	celular	pelo	estímulo	da	atividade	da	bomba	de	prótons	da	
ATPase,	ligada	à	membrana	celular.	A	redução	no	pH	apoplástico	induz	à	elongação	celular	
pelo	aumento	da	atividade	de	certas	enzimas	responsáveis	pelo	afrouxamento	celular.
A	epinastia	das	folhas	e	pecíolos	é	o	primeiro	sintoma	da	ação	do	herbicida	nas	plan-
tas	de	folhas	largas.	Depois	outras	funções	metabólicas	são	afetadas	causando	deforma-
ções	nas	nervações	e	no	limbo	foliar.		Também	é	comum	o	crescimento	e	engrossamento	
de	raízes	e	tumores	ao	longo	do	caule	da	planta	(principalmente	nós).	A	morte	das	plantas	
ocorre	entre	3	e	5	semanas	após	a	aplicação.
Exemplos	desse	grupo	são:	Dicamba	(Atectra,	Dicamax),	Picloram	(Browser,	Leo-
pard,	Padron),	Triclopyr	(Garlon	NA,	Sector,	Dorado),	2,4-D	(DMA	806	BR,	U	46	BR,	2,4-D	
Nortox)	e	Quinclorac	(Facet)
	
2.12 Mecanismo de ação desconhecido – Grupo Z
Herbicidas	que	ainda	não	tiveram	a	elucidação	completa	do	mecanismo	de	ação	são	
classificados	no	grupo	Z.	São	exemplos:	ácido	arilaminopropiônico,	pirazóliuns,	organoar-
senicais,dentre	outros.
No	Brasil,	o	herbicida	registrado	desse	grupo	é	o	MSMA	(Ancosar	720,	MSMA	720	
Dow	AgroSciences,	Volcane)	para	algodão,	café,	cana,	citros	e	áreas	não	cultivadas,	com	
largo	espectro	de	ação	sobre	gramíneas	e	espécies	de	folhas	largas	anuais.
Esse	herbicida	pertence	ao	grupo	químico	dos	organoarsenicais	ou	arsenicais	or-
gânicos	e	usado	pós-emergência	(absorção	é	via	foliar).	Na	cultura	do	algodão	é	aplicado	
em	jato	dirigido.	A	destruição	de	membranas	celulares	é	o	sintoma	inicial	e	a	dessecação	
ocorre	rapidamente.
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UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
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3 FORMULAÇÕES E MISTURAS 
DE HERBICIDAS EM TANQUE
TÓPICO
 3.1 Principais tipos de formulações dos herbicidas
A	formulação	de	um	herbicida	é	a	forma	física	que	o	ingrediente	ativo	desse	produto	
se	apresenta.	De	acordo	com	Foloni	e	Carbonari	(2009)	a	aplicação	eficiente	dos	herbici-
das	depende	de	 fatores	como:	 tecnologia	utilizada,	pulverizador,	condições	meteorológi-
cas,	operador,	ingrediente	ativo	(i.a.)	e	formulações	dos	produtos	(FOLONI	e	CARBONARI,	
2009).
A	formulação	de	um	agrotóxico,	incluindo	o	herbicida,	é	composta	por	vários	elemen-
tos	(formulação	química).	Dentre	os	compostos,	o	ingrediente	ativo	(líquido	ou	sólido)	é	a	
parte	biologicamente	ativa,	que	se	une	aos	ingredientes	inertes,	que	podem	ser	solventes,	
surfactantes,	antiespumantes,	emulsificantes,	estabilizadores,	antimicrobianos,	anticonge-
lantes,	corantes	e	reguladores	de	pH	(OLIVEIRA	et al. 2021).
Uma	formulação	adequada	de	um	herbicida	deve	cumprir	os	seguintes	critérios:	fa-
vorecer	a	dispersão	do	formulado	no	veículo,	adequar	a	formulação	para	o	uso,	proporcio-
nar	maior	eficiência	do	ingrediente	ativo,	reduzir	a	toxicidade,	a	fotodegradação	e	a	volatili-
zação,	e	quando	possível	facilitar	o	manuseio.
A	água	(solvente	universal),	na	maioria	das	vezes	é	o	solvente	utilizado	para	a	solu-
bilização	de	herbicidas.	Dessa	forma,	a	água	pode	influenciar	na	calda	final	em	função	da	
qualidade	e	da	quantidade.	A	qualidade	da	água	está	relacionada	com	as	características.	
Por	isso,	deve-se	ter	cuidado	de	escolher	a	fonte	de	água	(rios,	açudes,	poços	artesianos)	
e	estação	do	ano	(inverno,	outono,	primavera	e	verão),	as	características	físicas	e	químicas	
(pH,	 concentração	de	 cátions,	 dureza,	 turbidez	e	 temperatura)	 podem	ser	 alteradas	em	
função	da	fonte	e	da	temperatura	(OLIVEIRA	et al.,	2021).
As	principais	formulações	utilizadas	comercialmente	para	as	classes	dos	herbicidas	
apresentados	anteriormente	são	descritas	a	seguir	de	acordo	com	Oliveria	et al. (2021):
92
93UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
●	 Concentrados solúveis (SL):			Formulações	líquidas	límpidas	a	opacas	para	aplica-
ção	do	ingrediente	ativo	em	forma	de	solução	que	será	diluído	em	água.	O	i.a.	deve	
apresentar	alta	solubilidade	em	água	para	ser	formulado	em	SL.	As	vantagens	do	
SL	são:	alta	solubilidade	em	água	(não	é	necessária	alta	agitação	no	tanque),	menor	
entupimento	de	filtros	e	de	pontas	de	pulverização.	As	desvantagens	são:	menor	
atividade	biológica	e	menor	qualidade	de	características	de	aplicação.
●	 Concentrados emulsionáveis (EC):	Formulações	líquidas	e	homogêneas	aplicadas	
na	forma	de	emulsão,	após	diluição	em	água.	Nesse	caso,	o	i.a.	diluído	em	solvente	
à	base	de	óleo	é	em	seguida	diluído	em	água,	passando	a	ter	uma	aparência	leitosa.	
Geralmente	é	necessária	a	adição	de	emulsificantes	para	melhorar	a	solubilidade	
dos	i.a.	(que	são	solúveis	em	óleo)	na	água	e	assim,	impedir	a	separação	de	fases.	
A	formulação	adquire	característica	de	alta	solubilidade	em	água	e	não	necessita	de	
cuidados	especiais	no	preparo	da	calda.	No	entanto,	pode	apresentar	formação	de	
cristais	em	baixas	temperaturas.
●	 Suspensões concentradas (SC):	São	suspensões	estáveis	de	 i.a.	em	água	que	
serão	aplicadas	após	diluição	em	água.	São	partículas	suspensas	no	 líquido,	que	
necessitam	de	constante	agitação	para	que	a	mistura	fique	homogênea.	As	SC	ten-
dem	a	 precipitar,	 formando	 a	 separação	 de	 fases,	 dessa	 forma,	 deve-se	 sempre	
agitar	bem	a	embalagem	antes	da	utilização	do	produto.		
●	 Emulsão de óleo em água (EW):	Solução	de	i.a.	em	um	líquido	orgânico	disper-
so	com	glóbulos	finos	diluídos	em	uma	fase	aquosa,	sendo	líquida	heterogênea.	É	
considerada	mais	segura	ao	ambiente,	por	não	utilizar	solventes	orgânicos	voláteis.
●	 Pós molháveis (WP):	Formulações	mais	antigas,	sendo	sólidas	na	forma	de	pó	que	
deve	ser	diluído	em	água	para	aplicação	(suspensão).	A	formulação	geralmente	é	
composta	pelo	ingrediente	ativo	(sólido),	dispersante	(aniônico)	e	o	agente	umectan-
te.	A	partir	dessa	formulação,	é	possível	compactar	altas	concentrações	de	i.a.	No	
entanto,	a	desvantagem	é	que	necessita	de	constante	agitação	no	tanque	de	pulveri-
zação	para	não	ocorrer	separação	de	fases.	Além	disso,	a	pesagem	do	produto	pode	
ser	perigosa	sem	a	utilização	de	EPI	e	pode	haver	entupimento	de	filtros	e	pontas	
pelos	sólidos	suspensos.
●	 Grânulos dispersíveis em água molháveis (WG):	Formulações	sólidas	constituída	
de	grânulos,	que	são	diluídos	em	água	(desintegração)	para	a	aplicação.	É	seme-
lhante	ao	pó	molhável,	mudando	apenas	a	granulometria.	Possui	a	vantagem	de	não	
gerar	poeira	e	bem	como	o	WP	também	possui	alto	teor	de	i.a.,	porém,	é	um	mais	
complexo	e	mais	caro.
	
3.2 Misturas de herbicidas em tanque
	
A	mistura	de	produtos	no	tanque	de	pulverização	é	uma	prática	comum	nas	proprie-
dades	rurais	para	a	aplicação	de	herbicidas,	inseticidas,	fungicidas	e	fertilizantes	via	foliar.	
Para	o	controle	das	plantas	daninhas	a	mistura	de	produtos	é	muito	utilizada	devido	à	dimi-
nuição	de	custos	e	eficiência,	principalmente	para	o	controle	de	plantas	resistentes.
94UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
A	mistura	 de	 produtos	 fitossanitários	 atualmente	 é	 regulamentada	 pela	 instrução	
normativa	número	40	(IN	40,	11	de	outubro	de	2018),	a	qual	atribui	responsabilidade	ao	
engenheiro	agrônomo	a	recomendação	da	mistura	de	produtos.	Dessa	forma,	a	incompati-
bilidade	de	produtos	deve	estar	especificada	na	receita	agronômica.
A	interações	entre	os	produtos	pode	gerar	os	seguintes	efeitos	de	acordo	com	Quei-
roz,	Martins	e	Cunha	(2008):
●	 Aditivo:	ocorre	se	o	efeito	da	mistura	for	semelhante	ao	efeito	dos	produtos	
aplicados	individualmente.
●	 Sinérgico:	ocorre	interação	positiva,	ou	seja,	um	produto	melhora	a	eficácia	
do	outro.
●	 Antagônico: ocorre	interação	negativa,	ou	seja,	um	produto	prejudica	a	efi-
cácia	do	outro.
	
A	incompatibilidade	entre	produtos	pode	ser	física	(relacionadas	às	formulações	e	os	
solventes)	e	química	(relacionadas	às	moléculas	dos	produtos).	Dessa	forma,	uma	mistura	
inadequada	pode	comprometer	a	homogeneidade	da	calda	final.	Além	disso,	pode	causar	
obstrução	dos	sistemas	de	filtragem	interferindo	na	vazão	e	na	formação	do	jato	de	pulveri-
zação,	consequentemente	reduzindo	a	eficácia	dos	produtos	no	alvo	de	controle	(PETTER 
et al.,	2013).
Outro	indicador	da	incompatibilidade	das	misturas	pode	ser	visualizado	no	fundo	do	
tanque	de	pulverização	com	o	acúmulo	de	resíduos	ao	final	da	aplicação.	Por	isso	a	limpe-
za	dos	componentes	ao	final	da	aplicação	é	essencial	para	retirada	de	acúmulo	dos	resí-
duos	(OLIVERIA	et al.,	2021).
	
3.2.1 Recomendações para mistura em tanque
	
As	misturas	de	produtos	podem	ser	classificadas	de	acordocom	Campli	(2015):
●	 Misturas formuladas:	quando	a	mistura	de	 ingredientes	ativos	 já	vem	pronta	no	
produto	comercial;
●	 Misturas em tanque:	quando	são	adicionados	no	tanque	pulverizador,	dois	ou	mais	
produtos.
	
A	mistura	em	tanque	deve	ter	uma	sequência	específica	para	adição	de	cada	pro-
duto.	Essa	ordem	de	adição	dos	produtos	pode	modificar	a	compatibilidade	final.		Dessa	
forma,	deve	ser	realizada	a	leitura	dos	rótulos	dos	produtos	e	seguir	as	recomendações.	
Quando	não	temos	informação,	é	recomendado	fazer	uma	prova	de	compatibilidade	entre	
produtos	antes	da	mistura	(OLIVERIA et al.,	2021).
A	sequência	de	adição	dos	produtos	na	mistura	deve	seguir	de	acordo	com	as	for-
mulações,	viscosidade	e	solubilidade	de	cada	produto.	Dessa	 forma,	é	possível	evitar	a	
ocorrência	de	floculação,	formação	de	grumos,	separação	de	fases,	decantação	e	insolu-
bilidade.	
95UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
Outros	fatores	como	a	concentração	do	ingrediente	ativo	e	a	agitação	da	calda	tam-
bém	são	imprescindíveis	para	não	ocorrerem	incompatibilidades	físicas	e	químicas	(FER-
REIRA,	2019).
Além	da	ordem	de	aplicação,	a	mistura	deve	ser	agitada	e	permanecer	sob	agitação	
constante	desde	o	preparo	até	durante	a	aplicação.	Dessa	forma,	é	ideal	que	se	tenha	um	
sistema	de	agitação	no	 tanque	dos	pulverizadores.	Caso	a	agitação	não	seja	 realizada,	
os	produtos	podem	não	solubilizar	ou	não	se	dispersar	adequadamente	na	cauda,	sendo	
depositados	no	 fundo	do	 tanque.	Entretanto,	a	agitação	muito	 intensa	 também	pode	ser	
prejudicial,	causando	formação	de	espuma	e	possível	desestabilização	entre	surfactantes	
e	ingredientes	ativos,	formando	aglomerados	(caso	haja	emulsões	na	mistura)	(GAZZIERO	
et al.,2021).		
De	modo	geral,	de	acordo	com	Gazziero	et al.	(2021)	a	ordem	seguida	de	adição	de	
produtos	no	tanque	é	a	seguinte:
1. Água	até	2/3	do	volume	a	ser	aplicado;
2. Iniciar	o	processo	de	agitação	e	manter	até	o	final;
3. Condicionadores	 de	 água	 (agentes	 sequestrantes,	 acidificantes	 e	 tamponantes),	
agentes	redutores	de	deriva,	agentes	antiespumante	e	de	compatibilidade	(caso	te-
nha	necessidade);
4. Pós	molháveis	(WP);
5. Produtos	granulados,	granulados	dispersíveis	em	água	(WG)	(verificar	a	indicação	
de	pré-mistura	na	bula);
6. Suspensões	concentradas	(SC);
7. Concentrados	solúveis	(SL);
8. Concentrados	emulsionáveis	(EC);
9. Demais	adjuvantes	(caso	haja	indicação);
10. Fertilizantes	foliares	(caso	haja	indicação);
11. Restante	da	água	necessária.
	
A	temperatura	também	deve	ser	considerada	quando	se	deseja	fazer	a	mistura	em	
tanque,	pois	ela	influencia	na	velocidade	de	dissolução	e	dispersão	dos	produtos.	Tempe-
raturas	mais	altas	geralmente	 favorecem	a	 rápida	 solubilidade	em	água.	 	Temperaturas	
baixas	(épocas	mais	frias	do	ano)	muitas	vezes	favorecem	a	incompatibilidade	e	dificuldade	
de	dissolução	(GAZZIERO	et al.,	2021).		
	
	
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UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
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4 RESISTÊNCIA DE 
PLANTAS DANINHAS 
AOS HERBICIDAS
TÓPICO
Uma	 série	 de	 fatores	 que	 envolve	 a	 consolidação	 das	 áreas	 de	 plantio	 direto,	
aumento	de	áreas	produtivas,	diminuição	da	disponibilidade	de	mão-de-obra	no	campo	e	o	
aumento	da	disponibilidade	e	eficiência	de	produtos	químicos	contribuíram	para	a	ascensão	
no	consumo	de	herbicidas	nos	últimos	anos.	Assim,	os	herbicidas	ainda	são	considerados	
as	 principais	 ferramentas	 de	 controle	 das	 plantas	 daninhas,	mesmo	 dentro	 do	 controle	
integrado	(INOUE	e	OLIVEIRA	Jr.,	2011).
Com	a	intensa	utilização	dos	herbicidas,	a	resistência	de	plantas	daninhas	a	estes	
produtos	vem	crescendo	cada	vez	mais.	Um	dos	principais	fatores	que	leva	à	seleção	de	
populações	resistentes	é	o	uso	recorrente	dos	mesmos	herbicidas	ou	mecanismos	de	ação	
na	mesma	área,	consequentemente	causando	falhas	no	controle.
Dessa	forma,	é	ideal	conceituar	alguns	termos	utilizados	para	entender	melhor	esse	
assunto.	Os	conceitos	abordados	estão	de	acordo	com	Inoue	e	Oliveira	Jr.	(2011).
●	 Suscetibilidade:	característica	inata	que	uma	população	ou	planta	apresenta	sendo	
controlada	pelo	herbicida,	ou	seja,	apresenta	seu	crescimento	ou	desenvolvimento	
reduzido	pelo	herbicida.
●	 Tolerância:	capacidade	inata	de	uma	população	ou	planta	de	sobreviver	e	se	repro-
duzir	após	receber	a	aplicação	do	herbicida,	mesmo	podendo	sofrer	algum	nível	de	
injúria.	Essa	capacidade	existe	nessas	plantas	antes	mesmo	da	primeira	aplicação	
do	herbicida.
●	 Resistência:	habilidade	herdada	que	permite	a	uma	população	ou	planta	sobreviver	
e	se	reproduzir	após	a	exposição	a	uma	dose	(dose	registrada,	constante	na	bula)	do	
herbicida	que	seria	letal	para	a	população	natural.	Ou	seja,	é	a	capacidade	adquirida	
de	sobreviver	a	determinados	tratamentos	com	herbicidas.
96
97UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
●	 Biótipos:	 são	 indivíduos	semelhantes	dentro	da	população,	ou	seja,	 apresentam	
carga	genética	semelhante.
●	 Resistência cruzada:	resistência	de	um	biótipo	de	plantas	daninhas	referente	a	dois	
ou	mais	herbicidas	que	possuem	um	único	mecanismo	de	ação.
●	 Resistência múltipla:	resistência	de	um	biótipo	de	planta	daninha	referente	a	dois	
ou	mais	mecanismos	de	ação	distintos.
	
A	cada	ano,	os	casos	de	resistência	vêm	aumentando	no	Brasil	e	no	mundo.	Atual-
mente	em	todo	o	mundo	existem	513	casos	únicos	de	resistência,	com	267	espécies	(154	
dicotiledôneas	e	113	monocotiledôneas)	(FIGURA	2).	As	plantas	daninhas	desenvolveram	
resistência	a	21	dos	31	sítios	de	ação	de	herbicidas	conhecidos	e	a	165	herbicidas	diferen-
tes.	Além	disso,	foram	relatadas	plantas	daninhas	resistentes	a	herbicidas	em	96	culturas	
em	72	países.	No	Brasil,	são	registrados	53	casos,	sendo	crescentes	os	casos	de	resistên-
cia	múltipla	(resistência	a	dois	ou	mais	mecanismos	de	ação)	(HEAP,	2022).
	
FIGURA 2 - NÚMERO DE CASOS ÚNICOS DE RESISTÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS A 
HERBICIDAS NO DECORRER DOS ANOS MUNDIALMENTE
	
Legenda: Eixo	y:	Número	de	casos	únicos.	Eixo	x:	Anos.	
Fonte:	HEAP	(2022).
	De	acordo	com	HEAP	(2022)	nos	últimos	anos	houve	um	aumento	nos	casos	de	espécies	
de	plantas	daninhas	resistentes,	principalmente,	aos	Inibidores	da	ALS	(Grupo	B),	seguido	
por	 Inibidores	do	 fotossistema	 II	 (Grupo	C1)	 (FIGURA	3).	Como	 já	 vimos	anteriormente	
nesta	unidade,	os	casos	de	resistência	de	plantas	daninhas	aos	inibidores	da	ALS	aumenta	
principalmente	devido	ao	uso	generalizado	dos	herbicidas	desse	grupo.
98UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
	FIGURA 3 - NÚMERO DE ESPÉCIES DE PLANTAS DANINHAS NO MUNDO RESISTENTES A 
HERBICIDAS POR MECANISMO DE AÇÃO COM O PASSAR DOS ANOS
 Legenda:	Vermelho:	Inibidores	da	ALS	(Grupo	B);	Azul-escuro:	Inibidores	do	fotossistema	II	(Grupo	C1);	
Verde:	Inibidores	da	ACCase	(Grupo	A);	Preto:	Mimetizadores	da	auxina	(Grupo	O);	Azul-piscina:	Atuantes	
no	fotossistema	I	(Grupo	D);	Azul:	Inibidores	da	EPSPS	(Grupo	G);	Amarelo:	Inibidores	da	formação	de	mi-
crotúbulos	(Grupos	K1	e	K2).	Eixo y:	Número	de	espécies. Eixo x:	Anos.	
Fonte: HEAP	(2022).
No	Brasil,	temos	exemplos	de	casos	de	resistência,	destacando-se	as	apresentadas	
na	Tabela	1:
	
99UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
TABELA 1 - NOME CIENTÍFICO E NOME COMUM DE ESPÉCIES DE PLANTAS DANINHAS 
RESISTENTES E OS RESPECTIVOS HERBICIDAS AOS QUAIS ELAS POSSUEM RESISTÊNCIA. 
Nome	científicoN o m e	
comum
Herbicida
Oryza sativa A r r o z -
vermelho
imazapic	e	imazethapyr
Lolium multiflorum Azevém glyphosate,	clethodim	e	iodosulfuron-methyl
Conyza bonariensis, 
C. canadensis e C. 
sumatrensis
Buva glyphosate
Digitaria insularis C a p i m -
amargoso
glyphosate
Echinochloa crus-
-galli
C a p i m -
arroz
bispyribac-sodium,	 imazethapyr,	penoxsulam	
e	quinclorac
Euphorbia hetero-
phylla
Leiteiro acifluorfen-sodium,	 cloransulam-methyl,	
chlorimuron-ethyl,	 diclosulam,	 flumetsulam,	
flumiclorac-pentyl,	 fomesafen,	 imazamox,	
imazaquin,	 imazethapyr,	 lactofen,	 metsulfu-
ron-methyl	e	nicosulfuron	e	glyphosate
Sagittaria montevi-
densis
Sagitária bentazon,	 bispyribacsodium,	 ethoxysulfuron,	
imazethapyr,	 metsulfuron-methyl,	 penoxsu-
lam	e	pyrazosulfuron-ethyl
 Fonte:	HEAP	(2022).
	
4.2 Mecanismos que conferem resistência
De	 acordo	 com	 Inoue	 e	 Oliveira	 Jr.	 (2011)	 são	 três	 os	 mecanismos	 gerais	 que	
explicam	o	desenvolvimento	da	 resistência	das	plantas	daninhas	a	herbicidas,	podendo	
influenciar	no	modo	de	ação	destes	produtos.
	
●	 Alteração do local de ação: Alteração	 ocasionada	 por	 mutação	 natural	 ou	 por	
mutação	 induzida	 fazendo	com	que	a	molécula	do	herbicida	não	consiga	exercer	
a	ação	fitotóxica	no	local	específico	a	sua	respectiva	ação	dentro	da	planta,	como	
apresentado	 na	 FIGURA	 4,	 a	molécula	 do	 herbicida	 se	 encaixa	 no	 substrato	 da	
100UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
planta	suscetível,	entretanto	na	planta	resistente	a	molécula	não	se	encaixa	devido	
à	alteração	do	local	de	ação	na	planta.	Herbicidas	que	apresentam	este	mecanismo	
de	resistência	são	os	inibidores	da	ALS	e	os	inibidores	da	ACCase.
	
FIGURA 4 - REPRESENTAÇÃO DOS LOCAIS DE AÇÃO DO HERBICIDA ATRAZINE DENTRO DE 
UMA PLANTA SUSCETÍVEL E UMA RESISTENTE 
Fonte:	Inoue	e	Oliveira	Jr.	(2011,	p.	196).
●	 Aumento na capacidade de metabolização do herbicida:	Ocorre	quando	o	biótipo	
resistente	consegue	metabolizar	a	molécula	do	herbicida	mais	rapidamente	do	que	
os	biótipos	suscetíveis.	Esse	processo	torna	a	molécula	inativa	antes	que	cause	da-
nos	à	planta.	Grupos	de	herbicidas	que	apresentam	esse	mecanismo	de	resistência	
em	plantas	são	inibidores	dos	fotossistemas	I	e	II,	inibidores	da	EPSPs,	inibidores	da	
ACCase,	inibidores	da	ALS,	mimetizadores	da	auxina	e	inibidores	da	divisão	celular.
	
●	 Compartimentalização:	Nesse	mecanismo,	as	plantas	resistentes	removem	os	her-
bicidas	das	partes	metabolicamente	ativas	da	célula	e	armazenam	em	locais	inativos	
(vacúolos	das	células	ou	tecidos)	localizados	distantes	dos	sítios	de	ação	do	herbi-
cida.	Herbicidas	que	apresentam	esse	mecanismo	de	resistência	em	plantas	são	os	
bipiridílios	(pertencem	ao	grupo	dos	atuantes	no	fotossistema	I	e	mimetizadores	da	
auxina.
	
	
4.3 Fatores que favorecem o surgimento da resistência
	
Vargas	et al.	(2016)	afirma	que	os	fatores	que	favorecem	o	surgimento	da	resistência	
das	plantas	daninhas	são:
●	 Pressão de seleção: é	 a	 pressão	 exercida	 pela	 aplicação	 repetitiva	 de	 um	
determinado	 herbicida	 ou	 de	 herbicidas	 diferentes	 com	 o	mesmo	mecanismo	 de	
ação	que	seleciona	os	biótipos	resistentes.	Esses	biótipos	ocorrem	naturalmente	em	
baixa	frequência,	e	a	pressão	de	seleção	faz	com	que	a	frequência	dos	indivíduos	
101UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
resistentes	 aumente	 na	 população.	 Dessa	 forma,	 uma	 planta	 daninha	 resistente	
surge	a	partir	da	seleção	de	um	biótipo	já	existente	e	resistente,	que,	pela	pressão	
de	seleção,	encontra	condições	de	multiplicação.
●	 Características das plantas daninhas: As	plantas	daninhas	possuem	alta	variabili-
dade	genética,	ciclo	curto	e	alta	produção	de	sementes.	Essas	características	favo-
recem	a	rápida	multiplicação	e	consequentemente	surgimento	de	novos	indivíduos	
resistentes.
●	 Características dos herbicidas:	Os	herbicidas	são	altamente	eficientes	para	al-
gumas	espécies,	alguns	possuem	persistência	prolongada	e	os	herbicidas	de	ação	
folhar	não	possuem	residual.	A	utilização	de	um	único	mecanismo	de	ação	repetiti-
vamente	na	mesma	área	favorece	a	seleção	dos	indivíduos	resistentes.
●	 Características das práticas culturais:	O	uso	da	monocultura	e	a	utilização	do	
controle	químico	como	principal	método	de	controle	também	favorecem	o	surgimen-
to	de	populações	resistentes.
 
4.4 Manejo e prevenção da resistência de plantas daninhas a herbicidas
	
Utilizar	práticas	que	diminuam	a	pressão	de	seleção,	uma	delas	a	alternância	de	me-
canismos,	é	muito	importante	para	proteger	e	prolongar	o	período	de	uso	dos	herbicidas.	
Vargas	et al. (2016)	recomendam	o	uso	das	seguintes	práticas	para	evitar	o	agravamento	
da	seleção	de	espécies	tolerantes	e	resistentes:
●	 Arrancar	e	destruir	as	plantas	suspeitas	de	resistência	na	área;
●	 Não	usar	consecutivamente	herbicidas	com	o	mesmo	mecanismo	de	ação	na	mes-
ma	área;
●	 Realizar	rotação	de	herbicidas	com	diferentes	mecanismos	de	ação;
●	 Fazer	aplicações	sequenciais	de	herbicidas	com	diferentes	mecanismos	de	ação;
●	 Realizar	a	rotação	de	culturas;
●	 Sempre	monitorar	a	população	de	plantas	daninhas	e	o	início	do	aparecimento	da	
resistência	(FIGURA	5);
●	 Impedir	que	plantas	 resistentes	ou	suspeitas	produzam	sementes,	controlando-as	
antes	dessa	fase;
●	 Utilizar	práticas	para	esgotar	o	banco	de	sementes.
●	 Utilizar	o	Manejo	Integrado	de	Plantas	Daninhas	(MIPD).
	
102UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
FIGURA 5 - OBSERVAÇÃO DE PLANTAS DE BUVA (CONYSA BONARIENSIS) RESISTENTES 
APÓS A APLICAÇÃO DO HERBICIDA PRÓXIMAS DE PLANTAS SUSCETÍVEIS (FORAM AFETA-
DAS PELO HERBICIDA)
Fonte: Vargas	(s/d).
103UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
O processo evolucionário espontâneo que ocorrem em populações é responsável pela resistência de plantas 
daninhas a herbicidas, que por sua vez, atuam como agentes selecionadores de indivíduos resistentes.
Fonte: Christoffoleti et al. (1994).
O Paraquat é um herbicida de contato não-seletivo atuante no fotossistema I (grupo dos bipiridíliuns). 
Recentemente sua comercialização e uso foram proibidos no Brasil, por ser considerado um produto 
altamente tóxico. Pesquisas mostraram que este produto apresenta índice de mortalidade superior a 70% 
em humanos. 
Na cultura da soja e em outras culturas anuais, o paraquat era muito utilizado para dessecação. Com a 
proibição dessa molécula, ingredientes ativos alternativos com eficácia semelhante foram testados na 
cultura da soja. Os produtos indicados e as dosagens recomendadas possuem diquat como ingrediente 
ativo: Diquat+ Hydrocarbon (2+0,5 L/ha), Diquat+ Hydrocarbon (1+0,5 L/ha), Diquat +Flumioxazina+ 
Hydrocarbon (1+0,05+0,5 L/ha) e Diquat+Flumioxazina+ Hydrocarbon (1 + 0,1 + 0,5 L/ha).
Fonte: ROSA, L. F. Avaliação de herbicidas para dessecação da soja como alternativa em substituição ao 
paraquat. Monografia. UFT – Universidade Federal do Tocantins. 2021.
 
UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos	ao	final	desta	unidade	de	aprendizado	e	 também	do	conteúdo!	Agora	
chegou	a	hora	de	você	revisar	o	conteúdo	através	de	pesquisas	direcionadas	aos	temas	
mais	complexos.	
Estudando	essa	unidade	pudemos	classificar	os	herbicidas	em	diferentes	métodos	
de	classificação,	agora	sabemos	o	que	são	herbicidas	seletivos	e	não	seletivos,	sistêmicos	
e	não	sistêmicos.	Também	definimos	herbicidas	pós-emergentes,	pré-emergentes	e	pré-
-plantio.	
Os	herbicidas	estão	em	constante	estudo	pelos	pesquisadores	e	os	mecanismos	
de	ação	sempre	estão	sendo	elucidados	e	atualizados.	Dessa	forma,	frequentemente	são	
descobertas	novas	moléculas	e	novas	rotas	de	atuação	dos	herbicidas	nas	plantas.	Por	
isso	é	importante	estudar	os	mecanismos	existentes	e	ficar	atento	às	novas	atualizações	a	
cada	ano.	
As	misturas	dos	herbicidas	com	outros	produtos	ou	com	outros	herbicidas	é	uma	
prática	 comum	nas	 pulverizações.	Existe	 um	 regulamento	 para	 as	misturas	 em	 tanque.	
Para	 realizar	as	misturas	é	necessárioseguir	uma	sequência	específica	para	adição	de	
cada	produto.	Além	disso,	a	mistura	deve	estar	em	constante	agitação	e	a	 temperatura	
baixa	pode	prejudicar	a	diluição.	Dessa	forma,	deve	ser	realizada	a	leitura	dos	rótulos	dos	
produtos	e	seguir	as	recomendações.	Quando	não	há	informações	completas,	é	ideal	rea-
lizar	testes	de	compatibilidade	entre	produtos	antes	da	mistura.
Estudando	a	resistência	das	plantas	tratada	no	último	tópico,	percebemos	que	é	um	
problema	grave	na	agricultura.	Os	casos	de	resistência	cruzada	e	múltipla	de	plantas	da-
ninhas	aos	herbicidas	no	mundo	e	no	Brasil	estão	em	constante	crescimento	devido	à	alta	
pressão	de	seleção.	Uma	das	formas	ideais	de	prevenir	o	surgimento	de	espécies	resisten-
tes	é	a	utilização	do	Manejo	Integrado	de	Plantas	Daninhas	(MIPD).
Espero	que	você	tenha	gostado	de	aprender	sobre	os	herbicidas	e	também	espero	
que	não	pare	por	aqui!	
 
104
UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo:	GONÇALVES,	E.	A.	et al.	Avaliação	do	controle	químico	da	tiririca	(Cyperus rotun-
dus)	com	diferentes	mecanismos	de	ação.	Revista Unimar Ciências,	2021.	Disponível	em:	
http://201.62.80.75/index.php/ciencias/article/view/1682/946	Acesso	em:	14	set.	2022.
A	 tiririca	 (Cyperus rotundus)	é	 considerada	a	planta	daninha	mais	disseminada	e	
agressiva	 na	 agricultura,	 principalmente	 devido	 a	 sua	 forma	 eficiente	 de	 reprodução,	
provocando	 reduções	 quantitativas	 e	 qualitativas	 na	 produção	 mundial	 das	 principais	
culturas.		
Para	 o	 controle	 químico	 da	 tiririca	 podem	 ser	 utilizados	 o	 2,4-D,	 glifosato	 e	
halossulfurom-metílicosão.	Os	dois	primeiros	são	herbicidas	sistêmicos	que	proporcionam	
o	controle	de	plantas	daninhas	já	desenvolvidas	(utilizadas	em	conjunto	ou	isoladamente).	O	
terceiro	faz	parte	do	grupo	dos	inibidores	da	enzima	acetolactato	sintase	(ALS).Para	serem	
eficazes	os	herbicidas	utilizados	precisam	ser	absorvidos	e	translocados	em	quantidades	
suficientes	para	os	tubérculos.	
Esse	artigo	indicado	avalia	o	controle	químico	da	tiririca	com	os	ingredientes	ativos	
glifosato,	2,4-D	e	halossulfurom-metílico,	bem	como	a	persistência	desse	efeito	sobre	a	
rebrota	dos	tubérculos.	
Os	 resultados	 descritos	 pelos	 autores	mostraram	 que	 o	 herbicida	 halossulfurom-
metílico	para	o	controle	da	 tiririca	 foi	eficiente	e	superior	aos	demais	 tratamentos.	Além	
disso,	embora	tenha	sido	eficiente	nos	primeiros	12	dias	após	a	aplicação,	o	glifosato	não	
inibiu	totalmente	o	desenvolvimento	e	brotação	da	tiririca	a	longo	prazo.
105
http://201.62.80.75/index.php/ciencias/article/view/1682/946
UNIDADE 4 HERBICIDAS: CARACTERÍSTICAS GERAIS
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Guia de herbicidas
Autor: Benedito Noedi Rodrigues e Fernando Sousa de Almeida 
(in memoriam)
Editora: Do Autor
Sinopse: O livro traz 102 fichas técnicas de herbicidas, sendo 73 
ingredientes ativos isolados e 29 misturas prontas, num total 
de 311 marcas comerciais. É uma edição atualizada, incluindo 
novas informações. Os herbicidas são mencionados pelo seu 
nome comum e apresentados por ordem alfabética, tanto 
em relação a ingredientes ativos isolados quanto a misturas 
prontas. Os nomes científicos e vulgares das plantas daninhas 
citadas neste livro são os mesmos citados nas bulas dos respec-
tivos produtos.
FILME/VÍDEO 
Título: Fisiologia de Herbicidas
Ano: 2020
Sinopse: O vídeo traz aspectos relativos à fisiologia de mecanis-
mos de ação de herbicidas e sua aplicabilidade na agricultura.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=WhWbb-
cpWW5Q 
106
https://www.youtube.com/watch?v=WhWbbcpWW5Q
https://www.youtube.com/watch?v=WhWbbcpWW5Q
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em:	19	set.	2022.
111
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CONCLUSÃO GERAL
Prezado (a) aluno (a),
Neste	material,	busquei	trazer	para	você	os	principais	conceitos	a	respeito	das	plantas	
daninhas	e	seu	manejo.	Para	 tanto	abordamos	as	definições	 teóricas	e,	neste	aspecto,	
acreditamos	que	tenha	ficado	claro	para	você	o	quanto	é	necessário	para	um	engenheiro	
agrônomo	os	conhecimentos	sobre	plantas	daninhas,	pois	qualquer	cultura	que	você	 irá	
trabalhar	poderá	ter	a	interferências	das	plantas	daninhas.	
Tendo	em	vista	as	características	de	agressividade	e	estudando	o	grau	de	interferência	
das	espécies	daninhas	vimos	que	este	depende	de	múltiplos	fatores,	como	a	comunidade	
infestante,	o	tipo	de	cultura	agrícola	e	a	época	em	que	ocorre	a	convivência	entre	as	plantas,	
sendo	alterados	dependendo	das	condições	de	solo,	clima	e	manejo.	Dessa	forma,	o	manejo	
ideal	das	plantas	daninhas	nas	culturas	agrícolas	depende	do	conhecimento	aprofundado	
do	profissional	quanto	à	cultura	e	as	plantas	infestantes.
	Ao	trabalhar	com	os	métodos	de	controle,	pudemos	aprender	mais	sobre	o	método	
cultural,	controle	mecânico,	 físico,	bem	como	o	controle	biológico	e	químico	das	plantas	
daninhas.	Sabendo	que	o	uso	dos	métodos	em	conjunto	 favorecem	o	manejo	 integrado	
de	plantas	daninhas	(MIPD),	com	maior	chance	de	controle	e	menor	risco	de	seleção	de	
espécies	reisitentes.	
Quando	 estudamos	 os	 herbicidas	 observamos	 que	 são	 os	 principais	 produtos	
utilizados	pelos	agricultores	para	controle	das	plantas	daninhas.	Dessa	 forma,	estão	em	
constante	estudo	e	os	mecanismos	de	ação	sempre	estão	sendo	elucidados	e	atualizados.	
Vimos	a	importância	dos	cuidados	ao	misturar	herbicidas	no	tanque	ou	misturar	com	outros	
produtos	e	que	existe	um	regulamento	pra	esse	fim.	Por	fim,	estudando	a	resistência	das	
plantas	daninhas	sendo	um	problema	grave	na	agricultura	em	constante	crescimento	devido	
à	alta	pressão	de	seleção.	
Diante	 de	 todo	 o	 conteúdo	 exposto,	 cabe	 a	 você	 como	 futuro	 profissional,	 a	
responsabilidade	 de	 atuar	 de	 forma	 idônea	 e	 responsável	 para	 recomendar	 o	 manejo	
eficiente	das	plantas	daninhas.	
Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!
112
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 Paranavaí - PR - Brasil 
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como	por	exemplo,	 leiteiro	(Euphorbia heterophylla),	arroz	vermelho	(Oryza sativa),	
feijão-miúdo	(Vigna unguiculata),	capim-massambará	(Sorghum halepense).
●	 Intoxicação de animais: plantas	como	cavalinha	(Equisetum piramidale),	chibata	(Ar-
rabidae bilabiata),	cafezinho	(Palicourea marcgravii)	quando	ingeridas	podem	causar	
a	morte	de	animais.
●	 Parasitismo em algumas plantas: Plantas	como	a	erva	de	passarinho	(Phoradendron 
rubrum)	 podem	parasitar	 plantas	 de	 citros	 e	 erva-de-bruxa	 (Striga spp.)	 parasitam	
plantas	de	milho.	Essa	última	é	uma	praga	quarentenária	ausente	no	Brasil,	ou	seja,	
ainda	não	está	ocorrendo	no	país	com	alto	risco	de	introdução,	sendo	a	pior	invasora	
do	milho	(FIGURA	1).
FIGURA 1 - ERVA-DE-BRUXA (STRIGA HERMONTHICA) PARASITANDO PLANTAS DE MILHO
11UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
●	 Redução do valor da terra:	Algumas	plantas	como	tiririca	(Cyperus rotundus)	e	los-
na-brava	(Artemisia verlotorum)	em	áreas	de	olerícolas	ou	jardins	podem	ter	custo	alto	
de	controle	e	este	pode	acabar	sendo	inviável.
1.3.1.2 Prejuízos indiretos
Silva	et al.	(2007)	menciona	os	prejuízos	indiretos:	
●	 Disseminação de pragas e doenças:	As	plantas	daninhas	podem	hospedar	agentes	
causais	nocivos	de	espécies	cultivadas.	Por	exemplo,	plantas	de	guanxuma	(Sida	
spp.)	são	hospedeiras	de	pulgões	(Aphis	spp.)	e	da	mosca-branca	(Bemisia tabaci)	
que	podem	transmitir	o	vírus	do	mosaico-dourado	do	feijoeiro,	soja,	algodão	e	outras.	
O	capim-massambará	(Sorghum halepense)	é	hospedeiro	do	vírus	do	mosaico	da	
cana-de-açúcar.	Uma	vasta	gama	de	espécies	de	plantas	daninhas	(~50	espécies)	
são	hospedeiras	de	nematóides	que	causam	cisto	na	soja	(gênero	Meloidogyne	e	
Heterodera).
●	 Restrição de práticas culturais:	Algumas	espécies	como	corda-de-viola	(Ipomoea	
spp.)	podem	impedir	ou	prejudicar	a	realização	da	colheita,	aumentando	as	perdas	e	
diminuindo	a	eficiência	das	máquinas.	Plantas	espinhosas	como	Capim-carrapicho	
(Cenchrus echinatus),	 arranha-gato	 (Acacia plumosa)	 e	 carrapicho-de-carneiro	
(Acanthospermum hispidum)	podem	impedir	a	colheita	manual	de	algumas	culturas.
●	 Criação de ambiente conveniente:	 pode	 haver	 ambiente	 favorável	 para	 desen-
volvimento	 de	 agentes	 vetores	 ou	 animais	 peçonhentos	 (escorpiões,	 aranhas	 ou	
cobras).
●	 Problemas em ambientes aquáticos:	As	 plantas	 daninhas	 podem	 prejudicar	 a	
pesca,	dificultar	a	irrigação	e	manejo	da	água,	bem	como	prejudicar	o	funcionamento	
de	hidrelétricas.	Plantas	de	aguapé	(Eichornia crassipes)	e	taboa	(Typha angustifolia)	
(Figura	 2)	 podem	ocasionar	maior	 perda	 de	 água	 de	 reservatórios,	 diminuindo	 a	
eficiência	do	uso	da	água	e	também	dificultar	a	navegação.	
 FIGURA 2 - A) INFESTAÇÃO DE PLANTAS DE AGUAPÉ (EICHORNIA CRASSIPES) E B) TABOA 
(TYPHA ANGUSTIFOLIA) EM LAGO
12UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
3.1.2 Aspectos positivos
Carvalho	(2013)	cita	os	aspectos	que	podem	ser	considerados	positivos	das	plantas	
daninhas:	
●	 Cobertura vegetal: a	presença	das	plantas	daninhas	pode	trazer	benefícios	para	o	
solo,	melhorando	a	estruturação,	mantendo	a	umidade	e	diminuindo	o	potencial	de	
escorrimento	superficial.	
●	 Hospedeiras de Inimigos naturais:		às	plantas	daninhas	podem	hospedar	inimigos	
naturais	de	patógenos	das	culturas	comerciais,	favorecendo	a	ocorrência	do	controle	
biológico.	
●	 Ornamentação:	Algumas	plantas	daninhas	podem	ser	usadas	como	plantas	orna-
mentais,	como	por	exemplo	a	corda-de-viola	(Ipomoea	spp.	e	Merremia	spp.)	que	
são	usadas	como	trepadeiras.
●	 Farmacologia:	 Plantas	 com	 flor-das-almas	 (Senecio brasiliensis),	 melão-de-são-
-caetano	 (Momordica charantia),	 mamona	 (Ricinus communis),	 fedegoso	 (Senna 
obtusifolia)	entre	muitas	outras	possuem	efeitos	medicinais.	
●	 Alimentação: Espécies	 como	 azevém	 (Lolium multiflorum),	 caruru	 (Amaranthus	
spp.),	trevo	(Trifolium	spp.),	entre	outras,	são	utilizadas	na	alimentação	humana	e/
ou	animal.	
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UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
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2 ECOLOGIA DAS 
PLANTAS DANINHAS
TÓPICO
2.1 Origem e evolução
As	plantas	daninhas	tiveram	origem	ecologicamente	nos	primórdios	da	Terra,	antes	
dos	 seres	 humanos.	Elas	 existem	desde	 quando	 nossas	 plantas	 cultivadas	 ainda	 eram	
silvestres.	Com	o	passar	do	tempo,	ocorreu	a	domesticação	e	consequentemente	o	melho-
ramento	das	espécies	cultivadas,	isso	fez	com	que	a	agressividade	que	era	essencial	para	
sobrevivência	em	condições	adversas,	fosse	retirada	gradativamente	dessas	plantas.	Por	
sua	vez,	as	plantas	silvestres	foram	evoluindo	pela	pressão	de	seleção,	se	tornando	cada	
vez	mais	eficientes	quanto	à	sobrevivência	(BRIGHENTI	e	OLIVEIRA,	2011).	
As	 plantas	 daninhas	 são	 espécies	 pioneiras,	 ou	 seja,	 plantas	 especializadas	 em	
colonizar	áreas	em	que	a	vegetação	foi	eliminada	(CARVALHO,	2013).	Acredita-se	que		a	
origem	 inicial	das	plantas	daninhas	 foram	distúrbios	naturais,	como	o	degelo	global	 (de-
glaciação)	após	o	congelamento	global	que	ocorreu	por	volta	de	11	a	14	mil	anos	(MUZIK,	
1970	citado	por	BRIGHENTI	e	OLIVEIRA,	2011).	
Com	o	início	da	agricultura	as	plantas	daninhas	se	estabeleceram	graças	a	seleção	
realizada	pelo	homem	de	plantas	cultivadas	(benéficas)	e	daninhas	(maléficas).	Na	verda-
de,	o	homem	é	quem	cria	o	ambiente	favorável	para	a	ocorrência	das	plantas	daninhas,	
sendo	provavelmente	o	responsável	pela	sua	evolução	(BRIGHENTI	e	OLIVEIRA,	2011).
Carvalho	(2013)	cita	exemplos	de	plantas	que	foram	selecionadas	ou	não	totalmente	
domesticadas	pelo	homem	e	depois	foram	abandonadas	por	algum	motivo	de	não	sucesso,	
se	tornando	plantas	daninhas,	como	o	é	caso	do	capim-massambará	(Sorghum halepense)	
(Figura	3A).	Outras	plantas	daninhas	muito	problemáticas	surgiram	do	cruzamento	entre	
espécies	selvagens	e	raças	de	plantas	cultivadas,	como	no	caso	da	evolução	do	arroz-ver-
melho	(Oryza sativa)	na	cultura	do	arroz	(Figura	3B).
13
14UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 3 - A) CAPIM-MASSAMBARÁ (SORGHUM HALEPENSE) B) ARROZ-VERMELHO 
(ORYZA SATIVA)
 
De	 acordo	 com	Carvalho	 (2013)	 atualmente,	 o	 principal	 problema	 de	manejo	 de	
plantas	daninhas	está	relacionado	à	evolução	proveniente	da	pressão	de	seleção	causada	
pelos	herbicidas.	O	uso	inadequado	desses	produtos	favorece	a	seleção	de	biótipos	resis-
tentes	de	plantas.	Esse	tema	será	tratado	mais	adiante	em	nossos	estudos.
 
2.2 Agressividade
Carvalho	(2013)	menciona	agressividade	como	a	capacidade	da	planta	de	perpetuar	
e	se	estabelecer	num	local.	A	agressividade	é	justamente	o	fator	que	torna	as	plantas	da-
ninhas	especialistas	em	colonizar	agroecossistemas.	Esse	fator	reflete	aspectos	relaciona-
dos	à	reprodução,	dispersão	e	à	capacidade	de	interferência,	que	veremos	mais	adiante	em	
nossos	estudos.	As	plantas	daninhas	possuem	vantagens	em	relação	às	cultivadas,	pois	
podem	se	estabelecer	e	proliferar	rapidamente	na	área	e	por	consequência	tornar-se	uma	
espécie	dominante.
Silva	et al.	(2007)	descrevem	as	características	principais	de	agressividade	das	plan-
tas	daninhas:	
●	 Alta capacidade de produção de dissemínulos (sementes, bulbos, rizomas, es-
tolões, tubérculos, etc.): Como	são	plantas	pioneiras,	de	maneira	geral	as	plantas	
daninhas	produzem	grande	número	de	dissemínulosou	propágulos	e	isso	contribui	
para	a	manutenção	do	banco	de	sementes	no	solo.	Esses	dissemínulos	favorecem	a	
variabilidade	genética	populacional	que	possibilita	a	ocorrência	de	plantas	resistentes	
às	pressões	de	seleção.	Ex.	Amaranthus retroflexus produz	mais	de	100	mil	semen-
tes	por	planta;	a	serralha	(Sonchus oleraceus):	400	mil	sementes	por	planta;	a	buva	
(Conyza	spp.):	cerca	de	175	mil	sementes	por	planta	(Figura	4);	a	 tiririca	(Cyperus 
rotundus):	além	de	produzir	centenas	de	sementes	viáveis,	multiplica	1	tubérculo	em	
126		em	60	dias	e	cada	tubérculo	possui	em	torno	de	10	gemas.
15UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 4 - A) PLANTA DE BUVA (CONYZA CANADENSIS) PRODUZINDO SEMENTES B) 
ASPECTO DAS SEMENTES EM BUVA
●	 Viabilidade de sementes em condições desfavoráveis:	Sementes	de	campainha	
(Convolvulus arvensis)	permanecem	viáveis	mesmo	depois	de	passar	pelo	trato	di-
gestivo	de	bovinos	ou	suínos	e	54	meses	submersas	em	água.	
●	 Germinação em grandes profundidades:	característica	resultante	da	evolução	cau-
sada	pela	pressão	de	seleção.	Permite	condições	de	umidade	para	germinação	mes-
mo	a	superfície	do	solo	estando	seca.	Algumas	plantas	daninhas	podem	germinar	e	
emergir	em	até	20	cm	de	profundidade	como	o	amendoim-bravo	(Euphorbia hetero-
phylla),	17	cm	como	a	aveia-branca	(Avena fatua)	e	12	cm	como	Ipomoea	sp.	
●	 Desuniformidade no processo de germinação:	É	uma	estratégia	importante,	pois	
se	 todas	as	 sementes	germinarem	ao	mesmo	 tempo,	 o	 controle	 seria	mais	 fácil	 e	
rápido	devido	a	diminuição	do	banco	de	propágulos.	Essa	desuniformidade	ocorre	
devido	aos	processos	complexos	de	dormência	e	também	à	disposição	de	sementes	
em	diferentes	níveis	de	profundidade	do	solo.
●	 Mecanismos alternativos de reprodução:	a	reprodução	pode	ocorrer	por	meio	de	
estruturas	 vegetativas	 (assexuada)	e	 simultaneamente	 sexuada	e	assexuada.	 	Ex.	
o	capim-massambará	(Sorghum halepense)	produz	sementes	e	rizomas;	as	tiriricas		
(Cyperus	spp.)	produzem	sementes	e	tubérculos;	a	grama	seda	(Cynodon dactylon)	
produz	sementes	e	estolões.
●	 Facilidade de dispersão de propágulos:	As	sementes	são	facilmente	disseminadas	
para	grandes	distâncias,	são	pequenas	e	leves	e	muitas	vezes	possuem	estruturas	
de	dispersão.	São	transportadas	pelo	vento,	pela	água,	por	animais,	pelo	homem,	por	
máquinas,	etc.
●	 Rápido desenvolvimento e crescimento inicial:	Geralmente	as	plantas	daninhas	
crescem	mais	rápido	que	outras,	passando	do	estado	vegetativo	para	o	reprodutivo	
16UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
rapidamente.	Na	cultura	da	soja,	por	exemplo,	a	Brachiaria plantaginea	pode	dominar	
facilmente	a	área	se	não	controlada	no	momento	correto.	
●	 Grande longevidade das sementes:	A	longevidade	está	relacionada	com	o	processo	
de	dormência	das	sementes.	Sementes	de	ançarinha-branca	(Chenopodium album)	
possuem	longevidade	estimada	de	1.700	anos	é	de	lótus-da-Índia	(Nelumbo nucifera),	
de	1.040	anos.	Já	sementes	de		erva-de-bicho	(Polygonum	spp.)	tem	longevidade	de	
400	anos	no	solo	e	bolsa-do-campo	(Thlaspi arvense)	podem	estar	viáveis	no	solo	por	
30	anos.	
●	 Capacidade de maturação de frutos e sementes após o desligamento da planta-
-mãe: As	plantas	daninhas	como	picão-preto	(Bidens pilosa)	e	maria-mole	(Senecio 
vulgaris)	podem	desenvolver	sementes	viáveis	a	partir	de	estruturas	florais	em	desen-
volvimento,	ou	seja,	mesmo	sem	terem	atingido	a	maturação	prévia	na	planta-mãe.	
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UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
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3 INFESTAÇÃO DE 
PLANTAS DANINHAS
TÓPICO
A	infestação	envolve	o	processo	de	reprodução,	disseminação,	armazenamento	de	
sementes	no	solo,	germinação	e	estabelecimento	das	plantas	daninhas	na	área.	Todo	pro-
cesso	é	ajustado	por	complexos	mecanismos	de	dormência.	Através	desse	processo,	às	
plantas	daninhas	garantem	sua	sobrevivência	no	solo	(Tópico	4),	perpetuação	e	possível	
reinfestação	ou	recolonização	(CARVALHO,	2013).
3.1 Reprodução
A	reprodução	pode	ocorrer	via	sexuada	(seminífera)	ou	assexuada	(vegetativa).	A	
reprodução	sexuada	necessita	da	polinização	e	fecundação	do	óvulo	e	na	reprodução	as-
sexuada	isso	não	ocorre.	Algumas	plantas	daninhas	ainda	podem	apresentar,	na	mesma	
planta,	os	dois	tipos	de	reprodução	(CARVALHO	2013).
3.1.1 Reprodução sexuada
A	reprodução	sexuada	ocorre	pela	polinização,	seguida	de	fecundação	(ou	fertiliza-
ção).	A		polinização	é	feita	pelos	grãos	de	pólen	no	estigma	(receptor	feminino).		A	fecun-
dação	ocorre	quando	através	da	fusão	do	gameta	feminino	com	o	gameta	masculino	que	
origina	a	semente.	A	semente,	então,	é	a	unidade	sexuada	de	reprodução.	A	maioria	das	
plantas	daninhas	se	autopolinizam	(são	autógamas)	e	hermafroditas	(possui	flores	mascu-
linas	e	femininas	na	mesma	planta	e	também	pode	apresentar	flores	na	mesma	planta	com	
aparelhos	reprodutores	masculinos	e	femininos)	(LORENZI,	2002).	
Outra	parte	das	plantas	daninhas	são	alógamas,	ou	seja,	necessitam	de	agentes	po-
linizadores	para	reprodução	sexuada.	De	acordo	com	Carvalho	(2013),	os	principais	tipos	
de	polinização	das	plantas	daninhas	são:	
17
18UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
●	 Anemofilia:	polinização	pelo	vento;
●	 Entomofilia:	polinização	por	insetos;
●	 Ornitofilia:	polinização	por	aves;
●	 Hidrofilia:	polinização		pela	água;	
●	 Quiropterofilia:	polinização	por	morcegos;
●	 Antropofilia:	polinização	pelo	homem.
Plantas	daninhas	comuns	em	nossa	região	são	exemplos	de	espécies	que	se	repro-
duzem	apenas	por	sementes	(sexuada):	caruru	(Amaranthus	spp.)	(Figura	5),	buva	(Cony-
za	spp.),	azevém	(Lolium multiflorum)	e	picão-preto	(Bidens	spp.).
FIGURA 5 - PLANTA DE CARURU (AMARANTHUS HYBRIDUS) PRODUZINDO SEMENTES
3.1.2 Reprodução assexuada
 
A	reprodução	assexuada	é	aquela	que	ocorre	quando	não	há	a	fusão	de	gametas,	
ou	seja,	não	há	polinização	e	fecundação.	Nesse	caso,	as	plantas	originárias	são	conside-
radas	clones	da	planta-mãe,	apresentando	características	idênticas	geneticamente.
De	acordo	com	Carvalho	(2013)	os	principais	tipos	de	reprodução	assexuada	das	
plantas	daninhas	são:	
●	 Apomixia:	Há	a	formação	de	sementes	sem	a	fecundação	dos	óvulos;	
●	 Multiplicação vegetativa:	enraizamento	de	bulbos,	tubérculos,	rizomas	ou	estolões	
(propágulos);	
●	 Brotação:	brotação	de	gemas	presentes	em	folhas,	caules	ou	raízes;
●	 Fragmentação:	brotação	de	gemas	em	folhas,	caules	ou	raízes	de	estruturas	frag-
mentadas.	Fragmentação	é	diferente	de	brotação	porque	na	brotação	a	estrutura	se	
encontra	junto	da	planta-mãe	e	na	fragmentação	é	separada	da	planta-mãe.	
19UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
 As	principais	estruturas	de	reprodução	das	plantas	daninhas	e	exemplos	das	mes-
mas,	são	mencionados	a	seguir	de	acordo	com	Carvalho	(2013):
●	 Bulbo:	estrutura	de	 reserva	e	de	 reprodução	vegetativa	subterrânea.	Em	plantas	
cultivadas	são	comuns	em	cebola.	Ex.	de	plantas	daninhas:	trevos	(Oxalis	spp.).	
●	 Tubérculo: caule	subterrâneo	com	função	de	reserva	e	reprodução	vegetativa,	ge-
ralmente	arredondado	e	curto.	Em	plantas	cultivadas	é	típico	de	batata-inglesa.	Ex.	
de	plantas	daninhas:	tiririca	(Cyperus spp.)	e	falsa-tiririca	(Hypoxis decumbens).
●	 Rizoma:	caule	do	tipo	subterrâneo	com	aspecto	de	raiz	que	possui	 função	de	re-
produção	vegetativae	de	reserva.	Ex.	de	plantas	daninhas:		grama-seda	(Cynodon 
dactylon),	capim-amargoso	(Digitaria insularis)	e	tiririca	(Cyperus	spp.).	
●	 Estolão:	Também	chamado	de	estolho,	é	um	 tipo	de	caule	 longo	com	 função	de	
reprodução	vegetativa.	Cresce	paralelamente	ao	solo,	geralmente	em	profundida-
des	superficiais.	Apresenta	poucas	folhas	e	aspecto	de	perfilho.	Difere-se	do	rizoma	
porque	não	faz	parte	do	caule	principal	da	planta.	Ex.	de	plantas	daninhas:	grama-
-boiadeira	(Luziola peruviana)	e	grama-seda	(Cynodon dactylon).
3.1.3. Reprodução sexuada e assexuada em plantas daninhas 
As	plantas	daninhas	podem	apresentar	tanto	reprodução	vegetativa	quanto	seminífe-
ra.	As	plantas	que	apresentam	essa	característica	geralmente	são	perenes	e	possuem	alto	
potencial	 infestante,	consequentemente,	são	de	difícil	controle.	São	exemplos	as	plantas	
daninhas:	sagitária	(Sagittaria	spp.),	 trapoeraba	(Commelina	spp.),	 tiririca	(Cyperus	spp.)	
(Figura	6),	capim-dos-pampas	(Cortaderia selloana),	capim-amargoso	(Digitaria insularis)	e	
grama-seda	(Cynodon dactylon)	(CARVALHO,	2013).
FIGURA 6 - A) PLANTA DE TIRIRICA (CYPERUS ROTUNDUS) PRODUZINDO SEMENTES E B) 
SUAS ESTRUTURAS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADAS (RIZOMA E TUBÉRCULO).
3.2 Disseminação
 
A	disseminação	é	processo	de	espalhamento	de	propágulos	(bulbos,	tubérculos,	rizomas	e	es-
tolões)	e	sementes	de	plantas	daninhas.	A	disseminação	pode	ser	considerada	um	sinônimo	de	
dispersão,	porém,	a	última	se	refere	apenas	a	distribuição		de	sementes	(CARVALHO,	2013).	
20UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
De	acordo	com	Brighenti	e	Oliveira	(2011)	a	dispersão	de	plantas	daninhas	é	rea-
lizada	por	autocoria:	meios	próprios	ou	 inerentes	à	planta-mãe.	Os	 frutos	se	abrem	ou	
caem	no	solo	liberando	as	sementes.	Ex:	Capim-arroz	(Echinochloa crus-pavonis)	e	arro-
z-vermelho	(Oryza sativa)	e	Euphorbia Heterophylla	que	pode	lançar	suas	sementes	em	
até	5	metros	de	distância	(propulsão	mecânica);	alocoria: agentes	de	dispersão	externos.	
Podem	ser	diversos:
●	 Hidrocoria:	Dispersão	pela	água.	Comum	em	várias	espécies,	especialmente	aque-
las	que	possuem	estruturas	reprodutivas	secas	e	leves;
●	 Anemocoria:	Dispersão	pelo	vento.	 Importante	para	espécies	que	possuem	adap-
tações	como	pilosidade	 (presença	de	pelos),	como	por	exemplo	a	couvinha	 (Poro-
phyllum ruderale)	que	possui	sementes	com	papilhos	pilosos	carregados	facilmente	
pelo	vento.	Outros	exemplos	de	sementes	com	pilosidade	são	dente-de-leão	(Tara-
xacum officinale)	e	buva	(Conyza	spp.).	Sementes	muito	leves	também	se	beneficiam	
do	vento	para	dispersão	como	as	sementes	de	caruru	(Amaranthus spp.)	e	beldroega	
(Portulaca oleracea).
●	 Zoocoria: transporte	dos	propágulos	por	animais.	Dividida	em	Epizoocoria:	quan-
do	o	propágulo	é	carregado	externamente	ao	corpo	do	animal,	ex:	capim-carrapicho	
(Cenchrus echinatus)	e	picão-preto	(Bidens	pilosa).	Endozoocoria:	quando	o	propá-
gulo	é	ingerido	e	carregado	internamente	ao	corpo	do	animal,	sendo	excretado	pelas	
fezes,	 ex:	 grama-batatais	 (Paspalum notatum)	 ingerida	 por	 bovinos	 e	 plantas	 com	
frutos	carnosos	e	coloridos	como	melão-de	são-caetano	(Momordica charantia)
●	 Antropocoria: 	Disseminação	pelo	homem.	Pode	ser	voluntária	ou	involuntária.	Mui-
tas	plantas	foram	introduzidas	de	forma	voluntária	pelas	pessoas	para	fins	ornamen-
tais	ou	econômicos.	Exemplo	importante	é	o	capim-brachiaria	que	foi	introduzido	da	
África	no	Brasil	para	servir	como	forrageira.	Outro	exemplo	de	antropocoria	foi	a	dis-
seminação	do	capim-arroz	(Echinochloa	spp.)	por	estruturas	reprodutivas	misturadas	
às	sementes	de	arroz	cultivado.	
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4 BANCO DE SEMENTES 
E MECANISMOS DE 
DORMÊNCIA EM PLANTAS 
DANINHAS
TÓPICO
4.1 Banco de sementes no solo
 
De	acordo	com	Braccini	(2011)	o	banco	de	sementes	do	solo	é	definido	como		todas	
as	sementes	viáveis	que	estão	enterradas	ou	na	superfície	do	solo.	Relembrando	os	con-
ceitos	vistos	anteriormente,	vamos	considerar	neste	tópico	“banco	de	sementes”,	porém,	
sabemos	que	podem	haver	outras	estruturas	de	 reprodução	 (bulbos,	 rizomas,	 estolhos,	
etc.)	presentes	no	solo,	então	também	podemos	chamar	de		“banco	de	propágulos”	para	
englobar	todas	as	estruturas.	
O	solo	funciona	como	um	reservatório	de	sementes	e	propágulos,	em	que	pode	ha-
ver	entradas	e	retiradas	dos	mesmos,	como	mostrado	na	Figura	7.
	
21
22UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 7 - MODELO DA DINÂMICA DO BANCO DE SEMENTES DE PLANTAS DANINHAS NO 
SOLO
Fonte: Barroso	e	Murata	(2021,	p.	48).
O	balanço	entre	a	entrada	de	novas	sementes	e	as	perdas	(germinação,	deterioração,	
predação,		parasitismo	e	dispersão)	(Figura	7)	é	o	que	regula	o	tamanho	e	composição	de	
espécies	do	banco	de	sementes.	As	entradas	principais	ocorrem	pela	produção	de	novas	
sementes	por	plantas	que	ficaram	na	área	após	controle	e	dispersão	de	sementes	via	vento,	
maquinários,	animais,	 	água	e	o	homem,	como	 já	vimos	no	 tópico	anterior.	As	 retiradas	
variam	de	 acordo	 com	a	 espécie	 de	 planta,	 a	 dormência,	 as	 condições	 ambientais	 e	 a	
presença	de	microrganismos	e	predadores	(MONQUERO	e	SILVA,	2005).	
O	banco	de	sementes	é	considerado	como	principal	fonte	de	sementes	de	plantas	
daninhas	para	infestações	futuras,	podendo	conter	milhares	de	sementes/m2	(BRACCINI,	
2011).	 A	 compreensão	 dessa	 dinâmica	 dos	 bancos	 de	 sementes	 pode	 melhorar	
consideravelmente	 as	 estratégias	 de	 manejo	 das	 plantas	 daninhas.	 A	 redução	 desse	
reservatório	pode	melhorar	os	problemas	causados	por	essas	plantas	nas	áreas	agrícolas	
e	dessa	forma	gerar	economia	para	os	agricultores,	especialmente	reduzindo	a	utilização	
de	herbicidas	(MONQUERO	e	SILVA,	2005).	
4.1.1	Classificação	dos	bancos	de	sementes	
 
Os	bancos	de	sementes	são	classificados	em	transitórios	e	persistentes	de	acordo	
com	Braccini	(2011):	
●	 Banco de sementes transitório:	é	composto	por	sementes	que	permanecem	viáveis	
por	até	um	ano	no	solo.	 	São	raras	as	plantas	daninhas	que	 fazem	parte	deste	 tipo	
de	banco	como	exemplo	podemos	citar:	aveia-brava	(Avena fatua)	e	Cauda-de-raposa	
(Alopecurus myosuroides).	
23UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
●	 Banco de sementes persistente: é	composto	por	sementes	que	só	germinam	após	
o	período	de	um	ano.	Muitas	dessas	sementes	não	germinam	logo	após	sua	formação	
por	possuírem	mecanismos	de	dormência.	São	consideradas	as	principais	fontes	de	
infestações	futuras	em	áreas	agrícolas	e	podem	estar	enterradas	mais	profundamente	
no	solo.	Algumas	espécies	produzem	sementes	que	podem	permanecer	viáveis	por	
muitos	anos	e	essa	longevidade	pode	dificultar	o	manejo	da	área	de	cultivo.
 
4.1.2 Densidade e composição do banco de sementes do solo
A	composição	e	a	densidade	variam	de	acordo	com	o	histórico	da	área	de	cultivo	e	
pelas	práticas	culturais	adotadas.	O	tamanho	do	banco	de	sementes	pode	chegar	a	mais	
de	um	milhão	de	sementes	por	metro	quadrado	de	área	e	sua	composição	engloba	ampla	
variedades	de	espécies	(BRACCINI,	2011).	
Segundo	Braccini	(2011),	geralmente	os	bancos	de	sementes	apresentam	70	a	90%	
do	total	de	sementes	composto	por	poucas	espécies	dominantes,	porém,	consideradas	as	
mais	prejudiciais	aos	sistemas	agrícolas,	por	possuírem	alta	capacidadede	adaptação	aos	
ambientes	e		resistência	às	medidas	de	controle.	Os	outros	10	a	20%	é	composto	geral-
mente	por	espécies	adaptadas	à	área	geográfica	e	não	adaptadas	às	práticas	culturais	da	
área	de	cultivo.
Os	maiores	bancos	de	sementes	são	os	de	ambientes	cultivados,	de	acordo	com	
Fenner	 (1995)	 citado	 por	 Braccini	 (2005)	 o	 tamanho	 dos	 bancos	 de	 sementes	 varia	
dependendo	 do	 ambiente,	 em	 áreas	 cultivadas	 de	 20.000	 a	 40.000	 sementes/m2,	 em	
pradarias/pântanos	de	5.000	a	20.000	sementes/m2,	em	florestas	temperadas	de	1.000	a	
10.000	sementes/m2,	em	florestas	tropicais	de	100	a	1.000	sementes/m2,	e	em	florestas	de	
regiões	montanhosas	de	10	a	100	sementes/m2.
4.1.3 Metodologia para estudo do banco de sementes
A	 estimativa	 qualitativa	 e	 quantitativa	 de	 sementes	 presentes	 no	 solo	 pode	 ser	
verificada	pela	germinação	direta	das	amostras	do	solo	ou	extração	física	das	sementes	
seguida	 de	 ensaios	 de	 viabilidade.	 Essa	 estimativa	 é	 importante	 ferramenta	 para	 os		
agricultores	para	um	possível	planejamento	do	controle	para	impedir	aplicação	inadequada	
de	herbicidas	em	condições	de	pré-emergência	(MONQUERO	e	SILVA,	2005).
Normalmente	 um	 dos	 métodos	 mais	 utilizados	 para	 quantificação	 de	 sementes	
nesse	caso	é	a	coleta	de	amostras	de	solos	e	em	seguida	de	deposição	em	bandejas	em	
condições	favoráveis	de	germinação,	seguido	de	enumeração	da	emergência	de	plantas.	
Outro	método	que	pode	ser	utilizado	é	o	método	de	separação	mecânica	das	sementes	
do	solo	pela	utilização	de	peneiras,	flutuação	em	água,	fluxo	de	ar	ou	separação	manual	
(BRACCINI,	2011;	MONQUERO	e	SILVA,	2005).
24UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
4.2 Dormência e germinação de sementes
 
A	dormência	e	germinação	estão	ligados	à	dinâmica	do	banco	de	sementes	ou	pro-
págulos	das	plantas	daninhas.	A	dormência	é	um	processo	relacionado	à	manutenção	das	
sementes	no	solo	e	a	germinação	é	relacionada	à	retirada	das	sementes	do	banco,		que	
permite	a	geração	de	uma	nova	planta	e	consequentemente	mais	estruturas	de	reprodução	
(CARVALHO,	2013).
4.2.1 Dormência
 
Quando	as	sementes	estão	em	condições	do	ambiente	ideais	para	a	germinação	e	
mesmo	assim	não	germinam,	elas	são	consideradas	dormentes.	A	dormência	é	diferente	da	
quiescência,	que	se	refere	a	não	germinação	da	semente	por	falta	de	condições	favoráveis	
do	ambiente.	A	dormência	é	um	fenômeno	que	pode	levar	poucos	dias	ou	até	vários	anos	
para	ser	superada	(BRACCINI,	2011).
 De	acordo	com	Braccini	(2011)	a	maioria	das	plantas	daninhas	apresenta	algum	tipo	
de	dormência,	a	qual		contribui	para	a	longevidade	e	manutenção	do	banco	de	sementes	
dessas	plantas,	dificultando	seu	controle.	
	 A	dormência	das	sementes	pode	ser	classificada	como	primária	ou	secundária.	A	
dormência	primária	ocorre	quando	a	semente	ainda	está	ligada	fisiologicamente	à	planta-
-mãe.	A	dormência	secundária	está	relacionada	a	fatores	ambientais,	como	luz	e	tempera-
tura,	quando	a	semente	não	está	mais	ligada	à	planta-mãe	(BRACCINI,	2011).
Os	principais	mecanismos	ou	causas	de	dormência	de	sementes	de	plantas	daninhas	
são	descritos	a	seguir	de	acordo	com	Carvalho	(2013)	e	Braccini	(2011),	(lembrando	que	
são	mecanismos	que	causam	a	dormência	primária):
●	 Embrião imaturo:	 maturidade	morfológica	 ou	 fisiológica	 incompleta	 do	 embrião.	
Nesse	caso	é	necessário	um	tempo	de	maturação	após	a	dispersão.	Ex:	carrapicho-
de-carneiro	(Acanthospermum hispidum);
●	 Impermeabilidade do tegumento à água: pela	dureza	do	tegumento,	as	sementes	
não	absorvem	água	quando	colocadas	em	condições	favoráveis.	São	as	chamadas	
“sementes	 duras”.	 Ex:	 fedegoso	 (Senna obtusifolia)	 e	 trevo-vermelho	 (Trifolium 
incarnatum);
●	 Impermeabilidade do tegumento ao oxigênio: restrições	do	tegumento	à	absorção	
de	O2	 e/ou	 liberação	 do	 gás	 carbônico,	 geralmente	 pela	 presença	 de	mucilagem	
ou	 consumo	 do	 oxigênio	 pelo	 embrião.	 Ex:	muito	 comum	 em	 gramíneas	 (família	
poaceae)	como	aveia-silvestre	(Avena fatua)		e	as	braquiárias;	
●	 Restrições mecânicas:	o	 tegumento	ou	outras	estruturas	envoltórias	do	embrião	
são	resistentes	ou	duras.		Ex:	Caruru	(Amaranthus	spp.)	e	grama-batatais	(Paspalum 
notatum);
●	 Embrião dormente:	o	embrião	é	dormente	devido	a	condições	fisiológicas	no	em-
25UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
brião.	Ex:	erva-de-bicho	(Polygonum	spp.);
●	 Dormência provida por inibidores internos:	 presença	de	 compostos	 inibidores	
como	ácido	abscísico	 (ABA),	cumarina	e	compostos	 fenólicos	podem	 inibir	a	ger-
minação	das	sementes.	A	luz	e	a	temperatura	são	outros	fatores	que	interferem	no	
processo	de	dormência	 causada	por	 inibidores	 internos.	Ex:	Caruru	 (Amaranthus	
retroflexus);
●	 Combinação de causas:	Sementes	de	Panicum	spp.	Paspalum	spp.	e	Braquiária	
são	exemplos	de	espécies	que	possuem	mais	de	um	mecanismo	de	dormência	(em-
briões	imaturos,	impermeabilidade	a	gases	e	inibidores	internos).
Agora	que	já	conhecemos	as	causas	da	dormência	vamos	entender	como	é	feita	a	
superação	ou	quebra	de	dormência	para	a	germinação	das	sementes	das	plantas	daninhas.	
Existem	vários	métodos	de	superação	de	dormência	que	podem	ser	utilizados	dependendo	
do	mecanismo	que	ocorre	na	semente,	podendo	ser	naturais	ou	induzidos	pelo	homem.	Os	
principais	mecanismos	de	superação	de	dormência	em	plantas	daninhas	são	descritos	a	
seguir	de	acordo	com	Carvalho	(2013)	e	Braccini	(2011):
●	 Escarificação	mecânica:	expor	as	sementes	contra	superfícies	abrasivas	(pedra,	
lixa,	carbonato	de	silício)	para	eliminar	ou	desgastar	parte	do	tegumento.	
●	 Escarificação	ácida:		colocar	as	sementes	em	substâncias	ácidas	(ácido	sulfúrico,	
ácido	cítrico)	por	determinado	tempo.	
●	 Secagem:	colocar	as	sementes	em	condições	de	umidade	muito	baixa;
●	 Estratificação:	colocar	as	sementes	em	ambiente	arejado,	com	temperatura	e	umi-
dade	baixas	por	um	período	variável	de	tempo	dependendo	da	espécie.	Baixas	tem-
peraturas	são	usadas	para	quebrar	a	dormência	causada	por	embrião	dormente.
●	 Temperaturas alternadas:	colocar	as	sementes	em	condições	de	temperaturas	al-
ternadas	altas	e	baixas.	Indicada	para	tornar	as	sementes	mais	permeáveis	ao	oxi-
gênio.	
●	 Exposição à luz ou escuro: colocar	as	sementes	em	condições	de	escuro,	luz	ou	
a	combinação	dos	dois.	
4.2.2 Germinação
 
Quando	é	superada	a	dormência,	 se	houver	 	 condições	ambientais	adequadas	a	
semente	está	apta	a	germinar.	A	germinação	se	inicia	após	a	embebição	e	ocorre	por	um	
conjunto	de	processos	fisiológicos	e	metabólicos,	completando	com	o	rompimento	do	tegu-
mento	pelo	caulículo	(futuros	caules	e	folhas)	e/ou	a	radícula	(futuras	raízes)	(CARVALHO,	
2013).	
Existem	dois	fatores	importantes	que	podem	controlar	a	germinação	das	sementes,	
a	luz	e	o	balanço	hormonal.	As	espécies	que	são	influenciadas	pela	luz	são	chamadas	fo-
toblásticas.	As	fotoblásticas positivas	germinam	na	presença	de	luz	e	as	fotoblásticas 
negativas	germinam	no	escuro	(ausência	de	luz)	(CARVALHO,	2013).	
26UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
O	balanço	e	interação	hormonal	pode	controlar	ou	inibir	a	germinação,	como	já	vi-
mos	nos	mecanismos	de	inibição.	O	ácido	giberélico	(GA3),	as	citocininas	e	o	etileno	são	
substâncias	que	estimulam	a	germinação	das	sementes	(BRACCINI,	2011;	CARVALHO,	
2013).
27UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
“A demanda cada vez maior de alimentos, fibras e energia, para uma população crescente de consumidores, 
requer aumento de área cultivada ou de produtividade. Em ambos os casos, um dos entraves é o manejo 
inadequado das plantas daninhas”.
Fonte: Silva et al. (2007, p. 07).
As plantas daninhas do gênero Striga (Orobanchaceae) são parasitas obrigatórios de raízes de cereais, 
como o milho. Elas prejudicam o crescimento normal do hospedeiro por três processos: competição por 
nutrientes, prejuízo na fotossíntese e efeitos fitotóxicos após a ligação ao hospedeiro.
As espécies de Striga sãoeconomicamente importantes em mais de 50 países. Os métodos de controle 
que podem ser utilizados para essa espécie são: medidas preventivas, controle cultural, genético, mecâ-
nico, biológico e químico. Deve ser feita a integração dos diferentes métodos para o adequado controle 
da espécie. No Brasil e em diversos outros países essa planta está listada entre as pragas quarentenárias 
ausentes. Dessa forma, em áreas com suspeita de infestação é necessário conhecer o histórico e verificar se 
há presença de nódulos referentes à infecção.
Fonte: Silva e Gazziero (2018).
UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Que	ótimo,	terminamos	a	nossa	primeira	unidade	de	estudo	sobre	as	plantas	dani-
nhas!	Espero	que	esteja	empolgado	(a)	para	saber	ainda	mais	sobre	essas	plantas	que	são	
um	grande	problema	na	agricultura,	mas	são	incrivelmente	resistentes	e	persistentes.
Nessa	unidade,	nós	vimos	conceitos	que	são	básicos	e	 iniciais	para	uma	melhor	
compreensão	do	que	está	por	vir	em	nossos	estudos.	Nós	 identificamos	que	o	conceito	
de	planta	daninha	é	relativamente	simples	e	está	relacionado	com	a	capacidade	dessas	
plantas	em	interferir	ou	prejudicar	alguma	atividade	do	ser	humano.	Dessa	forma,	também	
pudemos	notar	que	o	termo	mais	utilizado	atualmente	para	se	referir	a	essas	plantas	é	o	
termo	“plantas	daninhas”.
As	características	de	agressividade	e	a	capacidade	de	disseminação	das	plantas	
daninhas	nos	mostram	o	porquê	dessas	plantas	apresentam	grande	dificuldade	de	controle	
ou	manejo	na	prática.	Como	engenheiros	agrônomos	nós	temos	que	ter	a	noção	de	colocar	
esses	conhecimentos	sempre	aplicados	à	prática.	Então	vamos	sempre	tentar	correlacio-
nar	esses	conceitos	e	conhecimentos	básicos	com	a	agricultura	e	com	as	dificuldades	do	
produtor	rural,	para	que	tenhamos	soluções	para	resolução	desses	problemas.	
O	 banco	 de	 sementes	 e	 propágulos	 das	 plantas	 daninhas	 é	 considerado	 como	
principal	fonte	que	acarreta	em	infestações	futuras	e	por	isso	é	de	grande	importância	para	
nossos	estudos.	A	dormência	e	a	germinação,	que	ocorre	com	a	quebra	da	dormência,	
são	fatores	que	merecem	atenção	e	estão	totalmente	relacionados	ao	manejo	das	plantas	
daninhas.	Nós	 também	 tratamos	de	 fatores,	 como	os	hormônios	vegetais	ou	a	 luz,	que	
interferem	 diretamente	 na	 germinação	 das	 plantas.	 Portanto,	 esses	 conceitos	 iniciais	
tratados	nessa	unidade	vão	fazer	a	diferença	quando	nós	evoluirmos	em	nossos	estudos.
Vamos com tudo! Até a próxima unidade!
 
28
UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
LEITURA COMPLEMENTAR
O	reconhecimento	da	importância	da	qualidade	física	e	química	do	solo,	em	termos	
agronômicos,	bem	como	o	conhecimento	da	composição	e	da	dinâmica	dos	bancos	de	se-
mentes	pode	contribuir	para	o	aperfeiçoamento	do	manejo	em	diferentes	sistemas	de	culti-
vo.	Dessa	forma,	Melo	et al. (2021)	realizaram	estudo	com	objetivo	de	quantificar	o	número	
de	germinantes	viáveis	no	banco	de	sementes	de	plantas	daninhas	em	área	submetida	a	
cinco	diferentes	sistemas	de	manejo	do	solo.		
A	pesquisa	foi	realizada	no	ano	agrícola	de	2018.	Os	tratamentos	consistiram	do	uso	
associado	entre	cinco	diferentes	sistemas	de	manejo	do	solo:	vegetação	nativa,	cultivo	mí-
nimo,	sistema	plantio	direto,	sistema	convencional	e	convencional	com	rotação	de	culturas.	
Quatro	profundidades	de	solo	foram	avaliadas:	0-5;	5-10;	10-15	e	15-20	cm.	Foi	utilizada	a	
metodologia	de	emergência	das	sementes	em	solo,	as	plântulas	resultantes	da	germinação	
foram	contadas	e	identificadas	após	três	meses.	
Melo	et al.	(2021)	mostraram	com	esse	estudo	que	o	manejo	do	solo	com	sistema	de	
plantio	direto	e	cultivo	mínimo	proporcionam	menor	número	médio	de	germinantes	por	me-
tro	quadrado	em	relação	ao	sistema	convencional.	A	presença	de	resíduos	vegetais	sobre	
a	superfície	do	solo	no	sistema	de	plantio	direto	age	diretamente	na	germinação	e	emer-
gência	de	plantas	daninhas	no	banco	de	sementes	do	solo.	As	sementes	estabelecidas	nas	
profundidades	até	10	cm	do	solo	são	mais	susceptíveis	à	germinação.
Fonte:	MELO,	A.	K.	P.	et al.	Quantificação	do	banco	de	sementes	de	plantas	daninhas	sob	diferentes	siste-
mas	de	manejo	do	solo.		Nativa,	Sinop,	v.	9,	n.	4,	p.	367-372,	2021.	Disponível	em:	https://doi.org/10.31413/
nativa.v9i4.11290.	Acesso	em:	05	jul.	2022.
29
https://doi.org/10.31413/nativa.v9i4.11290
https://doi.org/10.31413/nativa.v9i4.11290
UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS E BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Biologia e manejo de plantas daninhas
Autor: Rubem Silverio de Oliveira Jr; Jamil Constantin; Miriam 
Iroko Inoue.
Editora: Omnipax.
Sinopse: são abordados aspectos relacionados aos conceitos 
básicos sobre plantas daninhas. São discutidos os principais 
métodos de manejo e também estratégias alternativas relacio-
nadas ao controle biológico e à alelopatia. São tratados concei-
tos básicos sobre o controle químico das plantas daninhas e são 
discutidas as principais formas de classificação dos herbicidas. 
São discutidos temas relacionados ao desenvolvimento e diag-
nóstico da resistência de plantas daninhas aos herbicidas e ao 
destino destas moléculas no solo e no ambiente.
FILME/VÍDEO 
Título: Banco de sementes de plantas daninhas 
Ano: 2020
Sinopse: O vídeo trata sobre o banco de propágulos do solo; 
dormência primária e secundária; causas da dormência de 
sementes; entradas e saídas do banco de propágulos.
Link do vídeo: https://maissoja.com.br/banco-de-sementes-de-
-plantas-daninhas-no-solo/ 
WEB 
A página traz uma visão atual sobre a redução de Bancos de 
Sementes de Plantas Daninhas. O autor nos mostra noções de 
como as condições de solo e clima, cultivares utilizadas e uso 
de herbicidas podem influenciar a eficiência da redução dos 
bancos de sementes e seus períodos de sobrevivência.
Link do site:
https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2021/10/11/re-
ducao-de-bancos-de-sementes-de-plantas-daninhas/ 
30
https://maissoja.com.br/banco-de-sementes-de-plantas-daninhas-no-solo/
https://maissoja.com.br/banco-de-sementes-de-plantas-daninhas-no-solo/
https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2021/10/11/reducao-de-bancos-de-sementes-de-plantas-daninhas/
https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2021/10/11/reducao-de-bancos-de-sementes-de-plantas-daninhas/
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Plano de Estudos
• • Classificação das plantas daninhas;
• • Competição entre plantas daninhas e culturas agrícolas;
• • Alelopatia;
• • Interferência e período crítico de convivência.
Objetivos da Aprendizagem
• • Compreender a classificação das plantas daninhas;
• • Estabelecer a importância da competição entre plantas daninhas e plantas 
cultivadas; 
• • Definir e contextualizar a alelopatia no contexto das plantas daninhas;
• • Entender e conceituar a Interferência e os períodos de convivência.
2UNIDADEUNIDADE
CLASSIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO E 
INTERFERÊNCIA INTERFERÊNCIA 
DE PLANTAS DE PLANTAS 
DANINHASDANINHAS
Professor Dr. Jonas Marcelo Jaski
UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
INTRODUÇÃO
Olá	Aluno	(a)!	Que	bom	iniciarmais	uma	unidade	da	disciplina	de	manejo	de	plan-
tas	daninhas	com	você!	Espero	que	esteja	animado	(a)	para	aprender	muito	mais	sobre	a	
matologia!
Nessa	 unidade,	 intensificaremos	 nossos	 conhecimentos	 adquiridos	 na	 unidade	
anterior,	 pois	 vamos	 aprender	 um	 pouco	 mais	 sobre	 a	 biologia	 e	 comportamento	 das	
plantas	 daninhas	e	 sua	 relação	de	 interferência	 com	as	plantas	 cultivadas.	Além	disso,	
vamos	introduzir	conceitos	já	relacionados	a	nossa	próxima	unidade,	em	que	vamos	nos	
aprofundar	ainda	mais	no	controle	e	manejo	das	plantas	infestantes.
No	primeiro	tópico,	vamos	abordar	a	classificação	das	plantas	daninhas,	tratando	da	
classificação	botânica,	da	classificação	quanto	ao	hábito	de	crescimento,	quanto	ao	ciclo	
vegetativo	e	quanto	ao	habitat	das	plantas	daninhas.	Nessa	parte	eu	trouxe	vários	exem-
plos	de	espécies,	acompanhado	de	imagens	das	mesmas	para	facilitar	a	sua	memorização	
de	algumas	plantas	daninhas	mais	comuns.
Em	nosso	segundo	tópico,	estudaremos	a	competição	entre	plantas	daninhas	e	cul-
turas	agrícolas,	 abordando	principalmente	a	 competição	por	 luz,	 água,	 gás	 carbônico	e	
nutrientes	minerais.		
No	tópico	três	definiremos	e	contextualizaremos	a	alelopatia,	que	é	um	fenômeno	
comum	em	ecossistemas	naturais	e	agrícolas,	caracterizada	pela	produção	de	compostos	
químicos	pelas	plantas	direta	ou	indiretamente	no	ambiente.	Nesse	tópico	vamos	conhecer	
os	principais	compostos	aleloquímicos,	o	uso	da	alelopatia	para	manejo	de	plantas	dani-
nhas,	a	Alelopatia	como	base	para	desenvolvimento	de	novos	herbicidas	e	os	mecanismos	
de	ação	dos	compostos	aleloquímicos.
No	último	tópico	da	unidade	vamos	tratar	da	interferência	e	período	crítico	de	convi-
vência,	conceituando	Período	total	de	prevenção	da	interferência	(PTPI),	Período	anterior	
à	interferência	(PAI)	e	Período	crítico	de	prevenção	da	interferência	(PCPI).
Desejo a você, ótimos estudos!
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UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
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 1 CLASSIFICAÇÃO DAS 
PLANTAS DANINHAS
TÓPICO
As	plantas	daninhas	são	classificadas	de	acordo	com	características	semelhantes	
e	reunidas	em	grupos	para	facilitar	seu	estudo.	A	divisão	e	agrupamento	das	plantas	dani-
nhas	é	realizada	com	base	em	parâmetros	como:	ciclo	vegetativo,	hábito	de	crescimento,	
habitat	e	taxonomia.	Essas	classificações	podem	facilitar	a	escolha	de	métodos	de	controle	
efetivos,	pois	alguns	herbicidas	por	exemplo,	apresentam	seletividade	de	acordo	com	as	
diferentes	características	morfológicas	e	fisiológicas	das	plantas	(FONTES	et al.,	2003).
	
1.1	Classificação	botânica
A	classificação	botânica	é	a	primeira	etapa	a	ser	realizada	para	a	elaboração	de	um	
programa	de	manejo	de	plantas	daninhas,	porque	a	partir	dela	é	possível	a	identificação	
correta	das	espécies.	As	plantas	são	agrupadas	em	classes,	ordens,	famílias,	gêneros	e	
espécies	 de	 acordo	 com	 suas	 características	morfológicas.	A	 campo	 o	mais	 importante	
é	 reconhecer	 os	 principais	 gêneros	 e	 espécies,	 principalmente	 nos	 estádios	 iniciais	 de	
crescimento,	 no	 qual	 as	 plantas	 daninhas	 podem	 ser	 manejadas	 com	maior	 facilidade	
(BARROSO	e	MURATA,	2021).
As	 classes	 eudicotiledônea	 (dicotiledônea)	 e	 monocotiledônea	 abrangem	 quase	
todas	 as	 plantas	 daninhas	 (cerca	 de	 30.000	 espécies),	 englobando	 aquelas	 de	 maior	
importância	 na	 agricultura	 (ex.	 eudicotiledôneas:	 famílias	Amaranthaceae	 e	Asteraceae 
e	monocotiledôneas:	 famílias	Poaceae e	Cyperaceae)	 (SILVA	et al.,	2007;	BARROSO	e	
MURATA,	2021)	(FIGURA	1).
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34UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 1 - DIFERENÇA ENTRE PLANTAS MONOCOTILEDÔNEAS (PARTE SUPERIOR DA 
IMAGEM) E DICOTILEDÔNEAS (PARTE INFERIOR DA IMAGEM). MONCOTILEDÔNEAS: 
SEMENTES COM UM COTILÉDONE, RAIZ FASCICULADA, FEIXES LÍBERO-LENHOSOS DO 
CAULE ESPALHADOS, FOLHAS COM NERVURAS UNINÉRVIAS OU PARALELINÉRVIAS, FLORES 
TRÍMERAS (PÉTALAS EM MÚLTIPLOS DE 3). DICOTILEDÔNEAS: SEMENTES COM DOIS 
COTILÉDONES, RAIZ PIVOTANTE, FEIXES LÍBERO-LENHOSOS DO CAULE EM CÍRCULOS, 
FOLHAS COM NERVURAS RETICULADAS OU PENINÉRVIAS, FLORES DÍMERAS, TETRÂMERAS 
OU PENTÂMERAS
 
De	acordo	com	Carvalho	(2013)	o	desenvolvimento	dos	primeiros	herbicidas	orgâ-
nicos	gerou	a	classificação	que	separava	as	plantas	daninhas	em	dois	grandes	grupos:	as	
“folhas	largas”	(dicotiledôneas),	controladas	por	herbicidas	latifolicidas	e	as	“folhas	estrei-
tas”	(monocotiledôneas),	controladas	por	herbicidas	graminicidas.	No	entanto,	essa	classi-
ficação	possui	limitações:	poucos	herbicidas	podem	ser	específicos	ou	seletivos	dentro	dos	
níveis	de	classificação	botânica;	e	existem	plantas	como	a	trapoeraba	(Commelina	spp.)	e	
sagitária	(Sagittaria	spp.)	que	podem	ser	incluídas	erroneamente	no	grupo	das	“folhas	lar-
gas”,	porque	possuem	limbo	foliar	largo,	mas	também	nervação	paralelinérvea.
	
1.2	Classificação	quanto	ao	hábito	de	crescimento
							
	 A	classificação	quanto	ao	hábito	de	crescimento	das	plantas	daninhas	é	descrita	a	
seguir	de	acordo	com	Silva	et al.	(2007)	e	Carvalho	(2013):
●	 Herbáceas: plantas	com	caules	ou	colmos	não	lignificados	e	de	pequeno	porte.	Re-
presentam	a	maioria	das	plantas	daninhas	de	importância	na	agricultura.	Ex:	caruru	
(Amaranthus	spp.),	mentrasto	(Ageratum conyzoides)	(FIGURA	2),	espérgula	(Sper-
gula arvensis);
35UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
	
FIGURA 2 - ASPECTO HERBÁCEO DE AGERATUM CONYZOIDES
●	 Arbustivas e Subarbustivas:	 plantas	 de	 médio	 porte,	 apresentando	 caule	 com	
ramificação	 desde	 a	 base	 e	 lignificado.	 São	 principalmente	 importantes	 no	 plantio	
direto,	pastagem	e	reflorestamento.	Ex:	subarbustivas:	fedegoso	(Senna obtusifolia)	
e	 cheirosa	 (Hyptis suaveolens),	 arbustiva:	 Fruta-de-lobo	 (Solanum lycocarpum)	
(FIGURA	3);
	
FIGURA 3 - A) ASPECTO SUBARBUSTIVO DE HYPTIS SUAVEOLENS E B) ARBUSTIVO DE 
SOLANUM LYCOCARPUM
	
●	 Arbóreas:	plantas	com	caule	lignificado	com	ramificações	acima	da	base	do	caule	e	
de	grande	porte.	São	importantes	em	áreas	de	reflorestamento	e	pastagem.	Ex:	em-
baúba	(Cecropia peltata)	(FIGURA	4);
	
36UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 4 - ASPECTO ARBÓREO DE CECROPIA PELTATA
●	 Trepadeiras: plantas	que	utilizam	como	suporte	outras	plantas	para	seu	crescimento.	
Ex:	corda-de-viola	 (Ipomoea	 spp.)	e	balãozinho	 (Cardiospermum halicacabum)	 (FI-
GURA	5);
FIGURA 5 - ASPECTO DE TREPADEIRA DE A) CARDIOSPERMUM HALICACABUM E B) IPO-
MOEA BUSH
	
●	 Parasitas:	plantas	que	crescem	sobre	outras,	absorvendo	fotoassimilados	da	planta	
hospedeira.	Podem	ser	parasitas	da	parte	aérea	[ex:	cipó-chumbo	(Cuscuta racemo-
sa)	(FIGURA	6	A)	e	erva-de-passarinho	(Struthanthus spp.)]	e	parasitas	do	sistema	
radicular	 [ex:	erva-de-bruxa	(Striga	spp.)	 (FIGURA	6	B)	e	a	orobanche	(Orobanche 
spp.)];
	
37UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 6 - A) PLANTA CUSCUTA RACEMOSA PARASITANDO A PARTE AÉREA DE UMA 
ÁRVORE E B) PLANTA STRIGA HERMONTHICA PARASITANDO RAIZ DE MILHO
	
●	 Epífitas:	plantas	que	crescem	sobre	outras,	porém	não	se	utilizam	dos	fotoassimilados	
da	planta	sobre	a	qual	se	desenvolve.	Ex:	bromélias.
●	 Hemiepífitas:	plantas	que	se	desenvolvem	como	as	epífitas	inicialmente	e	depois	seu	
sistema	radicular	chega	ao	solo.	Ex:	mata-pau	(Caussopa schotii).1.3	Classificação	quanto	ao	ciclo	vegetativo
						
	 De	acordo	com	Silva	et al. (2007)	e	Carvalho	(2013)	às	plantas	daninhas	podem	ser	
classificadas	como	anuais,	bienais	e	perenes.
●	 Anuais:	plantas	que	completam	seu	ciclo	de	vida	no	período	de	um	ano	(geralmente	
ciclo	 entre	 40	 e	 160	 dias).	As	 anuais	 de	 inverno	 germinam	no	 outono	 ou	 inverno,	
produzindo	os	frutos	na	primavera	e	morrem	no	verão	nabiça	[(ex:	nabiça	(Raphanus 
raphanistrum)	 e	 língua-de	 vaca	 (Rumex	 spp.)	 (FIGURA	 7	A)].	As	 anuais	 de	 verão	
germinam	na	primavera,	crescem	no	verão	e	completam	seu	ciclo	no	outono	[(ex:	caruru	
(Amaranthus	spp.)	(FIGURA	7	B)	e	papuã	(Urochloa plantaginea)].	As	plantas	anuais	
consistem	na	maioria	das	plantas	daninhas	de	importância	agrícola	e	normalmente	o	
principal	mecanismo	reprodutivo	é	por	sementes.
	
FIGURA 7 - ASPECTO GERAL DA PLANTA RUMEX SP. E B) AMARANTHUS SP
	
38UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
●	 Bianuais:	 plantas	 que	 completam	 seu	 ciclo	 de	 vida	 normalmente	 em	 dois	 anos,	
germinando	 e	 crescendo	 no	 primeiro	 e	 se	 reproduzindo	 e	 morrendo	 no	 segundo.	
Podem	ser	bianuais	em	determinada	região	e	em	outras	regiões	anuais	como	Leonurus 
sibiricus.	O	controle	dessas	plantas	deve	ser	realizado	no	primeiro	ano.	No	Brasil,	são	
poucas	as	espécies	daninhas	bianuais,	ocorrendo	com	maior	 frequência	no	sul	do	
país.	Exemplos:	rubim	(Leonurus sibiricus)	e	erva-tostão	(Boerhavia diffusa)	(FIGURA	
8).
 	
FIGURA 8 - A) LEONURUS SIBIRICUS E B) BOERHAVIA DIFFUSA
●	 Perenes:	plantas	que	vivem	mais	de	dois	anos	e	renovam	o	crescimento	a	partir	do	
mesmo	sistema	radicular.	São	melhor	controladas	por	herbicidas	sistêmicos,	porque	
o	sistema	mecânico	pode	estimular	ainda	mais	o	crescimento	das	partes	vegetativas.	
As	plantas	perenes	podem	ser	subdivididas:
○	 Perenes	herbáceas	simples:	realizam	reprodução	por	sementes	ou	vegetativa	
(se	cortadas	ou	injuriadas)	Ex:	dente-de-leão	(Taraxacum officinale)	(FIGURA	9	
A);
○	 Perenes	herbáceas	complexas:	realizam	reprodução	por	sementes	e	por	es-
truturas	vegetativas.	Ex:	grama-seda	(Cynodon dactylon)	(FIGURA	9	B)	e	tiririca	
(Cyperus rotundus)	(FIGURA	11);
○	 Perenes	lenhosas: possuem	crescimento	secundário	de	caules,	incrementados	
anualmente.	Ex:	Mata-pasto	(Senna obtusifolia)	(FIGURA	10	A);
○	 Perenes	rizomatosas:	se	reproduzem	por	rizomas	(caules	subterrâneos)	que	
se	propaga	distante	da	planta-mãe.	Ex:	Sorghum halepense (FIGURA	10	B);
○	 Perenes	estoloníferas:	se	reproduzem	por	estolão	com	nós	e	raízes	que	origi-
nam	novas	plantas.	Ex: Brachiaria purpuracens;
○	 Perenes	tuberosas:	se	reproduzem	por	tubérculos.	Ex:	tiririca	(Cyperus rotun-
dus)	(FIGURA	11).
39UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 9 - A) TARAXACUM OFFICINALE E B) CYNODON DACTYLON
	
FIGURA 10 - A) SENNA OBTUSIFOLIA PRODUZINDO FLORES E FRUTOS E B) SORGHUM 
HALEPENSE
	
	
FIGURA 11 - A) CYPERUS ROTUNDUS PRODUZINDO FLORES E B) SEUS TUBÉRCULOS
	
1.4	Classificação	quanto	ao	habitat
	
							 A	 classificação	 quanto	 ao	 habitat,	 é	 descrita	 a	 seguir	 de	 acordo	 com	Silva	et al. 
(2007)	e	Carvalho	(2013):
●	 Terrestres:	plantas	que	se	desenvolvem	sobre	o	solo.	As	plantas	terrestres	podem	ser	
indicadoras	de	solos	férteis	(Ex:	Amaranthus	spp.	e	Portulaca oleracea)	ou	de	solos	de	
baixa	fertilidade	(Ex:	Aristida pallens	e	Sida	spp.)	por	preferirem	esses	tipos	de	solos.
40UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
FIGURA 12 - A) C (PORTULACA OLERACEA) E B) CAPIM-BARBA-DE-BODE (ARISTIDA 
PALLENS)
Fonte:	12	B:	Nazal	e	Acuña	(2013,	p.	119).
	
●	 Plantas daninhas de baixada:	 plantas	que	preferem	solos	orgânicos	úmidos.	Ex:	
Cuphea carthagenensis	e	Alternanthera philoxeroides	(FIGURA	13).
FIGURA 13: A) TRIPA-DE-SAPO (ALTERNANTHERA PHILOXEROIDES) E B) SETE-SANGRIAS 
(CUPHEA CARTHAGENENSIS)
●	 Aquáticas: são	subdivididas	como	descrito	abaixo	e	na	Figura	14:
○	 Marginais	(ou	de	talude):	plantas	terrestres	que	se	desenvolvem	às	margens	
de	corpos	d’água.	Ex:	capim-fino	(Urochloa purpurascens);
○	 Emergentes:	plantas	que	as	raízes	ancoradas	ao	fundo	do	corpo	d’água	e	as	
folhas	na	superfície.	Ex:	taboa	(Typha angustifolia);
○	 Flutuantes	fixas: plantas	 com	 raízes	ancoradas	ao	 fundo	do	corpo	d’água	e	
com	folhas	na	superfície.	Ex:	vitória-régia	(Victoria amazonica),
○	 Flutuantes	livres:	plantas	com	raízes	não	ancoradas	ao	fundo	do	corpo	d’água	
e	com	folhas	na	superfície.	Ex:	aguapé	(Eichornia crassipes);
○	 Submersas	livres:	apresentam	raízes	não	ancoradas	ao	fundo	do	corpo	d’água	
e	folhas	abaixo	da	superfície.	Ex:	algas	verdes;
41UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
○	 Submersas	fixas:	apresentam as	raízes	ancoradas	ao	fundo	do	corpo	d’água	e	
as	folhas	abaixo	da	superfície.	Ex:	elódea	(Egeria densa).
FIGURA 14 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS FORMAS BIOLÓGICAS DE VIDA DAS 
PLANTAS AQUÁTICAS. A: ANFÍBIA OU MARGINAL, B: EMERGENTE, C: FLUTUANTE FIXA, D: 
FLUTUANTE LIVRE, E: SUBMERSA FIXA, F:SUBMERSA LIVRE
Fonte:	Leroy	(2015,	p.	18)	adaptado	de:	Irgang	et al. (1984).
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UNIDADE 2 CLASSIFICAÇÃO E INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS
A	competição	é	uma	interação	que	ocorre	entre	seres	vivos	que	é	prejudicial	para	
ambos	 os	 indivíduos	 envolvidos	 (CARVALHO,	 2013).	 Uma	 planta	 utiliza	 água,	 luz,	 gás	
carbônico,	oxigênio	e	nutrientes	minerais	para	completar	seu	ciclo	de	vida.	Esses	recursos	
podem	se	 tornar	escassos	durante	o	processo	de	crescimento,	 isso	é	agravado	quando	
há	presença	de	outras	plantas	que	também	necessitam	dos	mesmos	recursos,	no	mesmo	
espaço.	Essa	relação	gera	uma	competição	planta-planta	que	podem	ser	da	mesma	espécie	
ou	de	espécies	diferentes	(SILVA et al. 2007).
Portanto,	 a	 competição	de	planta-planta	 só	ocorre	quando	ao	menos	um	 recurso	
estiver	limitado	no	meio.	O	simples	fato	de	os	indivíduos	estarem	convivendo	no	mesmo	
local	não	garante	que	a	competição	vai	se	estabelecer,	pois	se	o	meio	em	que	as	plantas	
estão	oferece	o	recurso	em	quantidade	suficiente	para	atender	a	demanda	de	ambas	as	
espécies	então	não	ocorre	a	competição	(CARVALHO,	2013).
Apesar	 de	 ambas	 as	 plantas	 na	 competição	 serem	 prejudicadas,	 nos	 ambientes	
agrícolas	as	plantas	daninhas	geralmente	possuem	vantagem	competitiva	sobre	as	plantas	
cultivadas	(SILVA	et al.,	2007).	Essa	vantagem	está	relacionada	com	os	temas	que	discutimos	
na	unidade	I,	devido	aos	fatores	de	agressividade	das	plantas	daninhas	e	a	característica	de	
seleção	das	plantas	cultivadas	no	melhoramento	genético,	que	geralmente	não	considera	a	
capacidade	competitiva	das	mesmas,	mas	sim	o	aumento	de	produção.
							 Quando	 a	 planta	 daninha	 se	 estabelece	 junto	 ou	 antes	 da	 planta	 cultivada	 a	
competição	entre	elas	se	torna	um	fator	crítico	para	o	desenvolvimento	da	cultura	agrícola.	
No	entanto,	se	a	cultura	se	estabelece	antes	da	planta	daninha	na	área,	dependendo	de	
seu	vigor	e	velocidade	de	crescimento	 inicial,	pode	 inibir	ou	 reduzir	significativamente	o	
estabelecimento	de	plantas	daninhas	na	área.	Porém,	as	plantas	daninhas	podem	ainda	
se	sobressair	se	o	estande	da	cultura	for	desuniforme	ou	a	população	de	plantas	for	muito	
baixa	(SILVA	et al.,	2007).
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2COMPETIÇÃO ENTRE 
PLANTAS DANINHAS E 
CULTURAS AGRÍCOLAS
TÓPICO
42
43UNIDADE 2

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