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Iniciada domingo, 6 de julho de 2025 às 16:13 Estado Terminadas Terminada segunda-feira, 7 de julho de 2025 às 23:43 Tempo gasto 1 dia 7 horas Parte superior do formulário Pergunta 1 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta A partir da observação do vídeo que aparece em https://www.youtube.com/watch?v=kI8q6L5nx5w Elabore um quadro resumo, considerando também os apontamentos do material da disciplina, onde sejam contemplados: • Noções de família que são destacadas em ambos materiais. • Particularidades distintivas. • Possíveis situações de risco associadas às mesmas. • Possíveis fatores que podem favorecer o surgimento de riscos nestas famílias. Texto da resposta Pergunta 1 Noções de Família A família é definida como a unidade social e econômica básica, essencial para o estabelecimento de relações afetivas e de solidariedade entre gerações e gêneros. O vídeo e os materiais da disciplina enfatizam que o conceito de família é amplo, englobando diversas estruturas que vão além do modelo tradicional. Isso inclui casais não casados com filhos, casais de fato, casamentos homoafetivos com filhos, mães solteiras por opção, relações ocasionais e famílias por adoção. A fluidez e a diversidade dessas configurações são aspectos centrais, desafiando definições rígidas e destacando a importância da função e dos laços, e não apenas da forma. Particularidades Distintivas Cada estrutura familiar possui suas particularidades, moldadas por fatores culturais, socioeconômicos e históricos. O vídeo destaca que a dinâmica familiar e a capacidade de adaptação são elementos-chave. Por exemplo: · Composição Familiar: A estrutura específica (monoparental, recasada, homoafetiva, etc.) pode influenciar as redes de apoio e os desafios enfrentados. · Dinâmicas Internas: A forma como a família funciona, se organiza, se comunica e resolve conflitos, bem como a presença de habilidades parentais e de cuidado, são distintivas. · Histórico Preexistente: Experiências passadas dos membros, como traumas ou padrões de relacionamento, podem moldar as interações atuais. Possíveis Situações de Risco Associadas As famílias podem enfrentar diversas situações que as colocam em risco social, conforme detalhado no vídeo: · Exclusão Social: Sentimentos de exclusão ou marginalização decorrentes da estrutura familiar, especialmente quando as políticas de proteção não são adequadas às suas especificidades. · Conflitos e Disfuncionalidade: Problemas na dinâmica familiar que levam a conflitos constantes, falta de habilidades para o cuidado dos membros (crianças, idosos, etc.) e desorganização interna. · Dificuldade de Adaptação: Inaptidão para lidar com mudanças significativas, como o envelhecimento dos membros, a saída dos filhos de casa ou eventos traumáticos, o que pode gerar problemas não resolvidos e bloqueio. · Isolamento Social: Falta ou perda de uma rede de apoio social robusta, resultando em isolamento e vulnerabilidade. · Problemas Legais: Envolvimento de algum membro da família com o sistema de justiça. Possíveis Fatores que Podem Favorecer o Surgimento de Riscos nestas Famílias O vídeo aponta diversos fatores que atuam como catalisadores para o surgimento e agravamento de situações de risco: · Fatores Relacionados à Composição Familiar: A falha das políticas públicas em proteger e incluir famílias com estruturas menos tradicionais pode levar a sentimentos de exclusão e vulnerabilidade. · Disfunções na Dinâmica Familiar: Problemas na organização e funcionamento interno, como a ausência de comunicação efetiva, conflitos não resolvidos e a falta de habilidades parentais ou de cuidado, podem deteriorar o ambiente familiar. · Dificuldade de Aceitação de Perdas/Mudanças: A incapacidade de adaptar-se a novas realidades ou eventos traumáticos (como lutos, doenças ou a busca de autonomia pelos filhos) pode paralisar a família e consolidar crises. · Fatores Socioeconômicos: Condições econômicas precárias, desemprego e dificuldades financeiras geram estresse e afetam o bem-estar de todos os membros, especialmente crianças e idosos. · Problemas de Moradia: Condições de habitação inadequadas, falta de adaptações para pessoas com necessidades especiais e, cada vez mais, problemas de despejo, contribuem significativamente para o risco social. · Histórico de Trauma ou Abuso: Experiências passadas de violência, agressão ou abuso em membros da família podem ser perpetuadas em novas relações, criando um ciclo de risco. · Problemas de Saúde: Doenças físicas ou mentais de um ou mais membros afetam não apenas o indivíduo, mas também a dinâmica e o suporte dos cuidadores, gerando sobrecarga. · Fragilidade da Rede Social: A ausência ou fragilidade de um círculo social de apoio (amigos, vizinhos, comunidade) leva ao isolamento e diminui a capacidade da família de enfrentar desafios. · Envolvimento com a Justiça: Quando membros da família têm histórico de problemas com o sistema de justiça, isso pode impactar a estabilidade familiar e a percepção social. A compreensão desses elementos é crucial para o desenvolvimento de políticas públicas e intervenções sociais que promovam a resiliência e o bem-estar das famílias, especialmente as mais vulneráveis. Feedback O aluno deve considerar as diversas noções de família que aparecem no capítulo 1 do material da disciplina e as noções trabalhadas no vídeo, resumindo em um quadro todas as opções apresentadas em ambos materiais, com suas particularidades distintivas, os riscos associados a cada uma e os possíveis fatores que podem estar influenciando no surgimento destes riscos. Pergunta 2 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta Justifique a seguinte afirmação: A compreensão da noção de família na atualidade está mediada por múltiplos fatores que necessariamente devem ser considerados para sua melhor análise e intervenção. Texto da resposta Pergunta 2 1. Fatores Culturais e Sociais: As normas e valores de cada sociedade moldam o que é aceitável ou reconhecido como família. Mudanças sociais, como a maior participação feminina no mercado de trabalho, a busca por individualidade e a diminuição da religiosidade institucionalizada, impactam diretamente as expectativas sobre o casamento, a parentalidade e os papéis de gênero dentro do lar. Ignorar esses aspectos culturais levaria a análises enviesadas e intervenções ineficazes. 2. Fatores Econômicos e Laborais: A situação financeira de uma família é um mediador crucial. Dificuldades econômicas, desemprego, subemprego ou a necessidade de múltiplos trabalhos geram estresse, sobrecarga e podem comprometer a capacidade da família de prover cuidado, educação e bem-estar. A instabilidade econômica pode fragilizar os laços e as dinâmicas internas, tornando a família mais suscetível a riscos sociais. 3. Dinâmicas Internas e Padrões de Relacionamento: A forma como os membros da família interagem, comunicam-se, resolvem conflitos e distribuem responsabilidades é fundamental. Uma família pode ter uma estrutura tradicional, mas ser disfuncional em suas dinâmicas, com padrões de comunicação inadequados, negligência ou conflitos crônicos. A presença de habilidades parentais e de cuidado, ou a ausência delas, é um fator determinante para a saúde do ambiente familiar. 4. Histórico e Experiências Prévias: As vivências passadas dos indivíduos que compõem a família, incluindo traumas, lutos não resolvidos, padrões de agressão ou abuso, e até mesmo as experiências de vida de seus antepassados, podem reverberar no presente. Esses históricos moldam as expectativas, os comportamentos e a resiliência familiar, exigindo uma análise profunda para evitar a reprodução de ciclos negativos. 5. Redes de Apoio Social: A família não existe no vácuo. Sua interação com a comunidade, amigos, vizinhos e instituições (escola, serviços de saúde, ONGs) é vital. A ausência de uma rede de apoio robusta pode levar ao isolamento social, tornando a família mais vulnerável em momentos de crise e diminuindo sua capacidade de encontrar soluções e recursos externos. 6. PolíticasPúblicas e Legislação: As leis e políticas de proteção social desempenham um papel mediador essencial. A forma como o Estado reconhece e apoia os diferentes tipos de família (por exemplo, políticas de licença parental, benefícios sociais, acesso à moradia, proteção contra a violência) influencia diretamente a capacidade das famílias de superar desafios e garantir o bem-estar de seus membros. A falta de adequação dessas políticas às novas configurações familiares pode, inclusive, acentuar a exclusão. Em síntese, a noção de família hoje transcende o mero parentesco biológico, abrangendo o afeto, a solidariedade, o cuidado e o suporte mútuo como pilares centrais. Ignorar os múltiplos fatores (culturais, econômicos, dinâmicos, históricos, sociais e políticos) que moldam e mediam essa noção seria simplificar excessivamente uma realidade complexa, comprometendo a eficácia de qualquer análise ou intervenção destinada a promover a saúde e o bem-estar das famílias na sociedade contemporânea. Feedback O aluno deve ter em conta as análises acerca da complexidade ao abordar o termo família na atualidade, que aparece discutido no capítulo 1. Deve fazer referência às interseccionalidades que devem ser consideradas para sua análise em função das condições que se relacionam em seus contextos de existência: estado, religião, condições, econômicas, culturais, sociais, políticas, ideológicas, geográficas, temporais, etc. Pergunta 3 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta Elabore um caso, a partir de sua experiência profissional e tomando como base a leitura do material da disciplina, onde se represente uma família em situação de risco psicossocial. Defina os critérios que considerou para sua apresentação. Texto da resposta Pergunta 3 Caso Familiar: A Família Silva em Itapoá – Um Cenário de Risco Psicossocial Em minha experiência profissional atuando com famílias nas escolas em Itapoá, Santa Catarina, tive contato com diversas realidades que ilustram a complexidade dos riscos psicossociais. O caso da Família Silva é um exemplo marcante que reflete os conceitos abordados nos materiais da disciplina. Contexto: A Família Silva é composta por Maria (45 anos), mãe solo e chefe de família, e seus dois filhos: João (16 anos) e Ana (12 anos). Eles residem em um bairro periférico de Itapoá, em uma casa alugada de madeira, com condições precárias de saneamento. Maria trabalha como diarista, com renda irregular, e João, apesar da idade, frequentemente falta à escola para fazer "bicos" na informalidade, tentando ajudar em casa. Ana é a mais nova e demonstra um comportamento mais introspectivo e silencioso. O pai das crianças faleceu há três anos em um acidente de trabalho não regularizado, deixando Maria sem pensão e com dívidas. Desde então, a dinâmica familiar se alterou drasticamente. Maria, antes ativa e comunicativa, tornou-se mais isolada e visivelmente sobrecarregada, apresentando sinais de fadiga e desmotivação. João, por sua vez, sempre foi um jovem com bom desempenho escolar, mas a ausência paterna e a necessidade de assumir responsabilidades precocemente fizeram com que ele perdesse o interesse nos estudos e passasse a se envolver com grupos de jovens mais velhos da comunidade. Ana, a caçula, expressa sua angústia através do silêncio e de um desempenho escolar em queda, além de se recusar a participar de atividades sociais. Os laços familiares, que antes eram de grande união, mostram-se fragilizados. Há pouca comunicação sobre os sentimentos e as dificuldades, e Maria, por vezes, assume uma postura rígida e impaciente devido ao estresse. A rede de apoio é quase inexistente; a família de Maria reside em outro estado, e a família do falecido marido se afastou após o óbito. O medo da fome e da instabilidade é uma constante para todos. Critérios Considerados para a Apresentação do Caso Para a elaboração do caso da Família Silva, tomei como base os seguintes critérios, alinhados com as noções de família, particularidades, situações e fatores de risco abordados no vídeo "El ascendente en la persona mayor" e no material da disciplina: 1. Noção de Família Não Tradicional em Vulnerabilidade: · Justificativa: O caso representa uma família monoparental, chefiada por uma mãe solo, evidenciando a diversidade das configurações familiares na atualidade e como essa estrutura pode ser mais vulnerável a choques externos (como a perda do provedor principal), dado um menor suporte intrínseco. Os materiais enfatizam que a noção de família é fluida e abrange diversas formas, e que algumas dessas formas podem enfrentar desafios específicos. 2. Perda Significativa como Desencadeador de Crise (Luto e Impacto): · Justificativa: O falecimento do pai é o evento precipitante central que desestabiliza a família. Essa perda traumática e não processada adequadamente, especialmente sem apoio financeiro ou emocional, leva a um luto complicado e a uma crise familiar. O vídeo ressalta a "dificuldade de aceitação de perdas" como um fator de risco psicossocial. 3. Fatores Socioeconômicos e de Moradia como Mediadores de Risco: · Justificativa: A renda irregular, a informalidade do trabalho, as dívidas e as condições precárias de moradia (casa alugada de madeira, saneamento básico deficiente) são fatores clássicos de risco social. Eles criam um ambiente de constante estresse e insegurança, impedindo a família de focar em outras necessidades e gerando um ciclo de vulnerabilidade. O vídeo destaca "fatores econômicos e laborais" e "habitação" como contribuintes diretos para o risco. 4. Disfuncionalidade nas Dinâmicas Familiares e nos Papéis (Sobrecarga e Inversão de Papéis): · Justificativa: A sobrecarga da mãe (Maria) e a inversão de papéis do filho adolescente (João) ao abandonar a escola para trabalhar informalmente são indicativos de uma dinâmica familiar disfuncional sob pressão. A "falta de comunicação sobre sentimentos" e a "impaciência" da mãe também demonstram um comprometimento da dinâmica, que, segundo o vídeo, é um fator de risco. 5. Fragilidade ou Ausência de Redes de Apoio Social: · Justificativa: A distância da família de origem de Maria e o afastamento da família do marido falecido ilustram a ausência de uma rede de apoio social robusta. Essa falta de suporte externo agrava a situação de risco, pois a família não tem a quem recorrer em momentos de necessidade, reforçando o isolamento. A importância da "rede social e relacionamentos" é enfatizada no material como um fator protetivo. 6. Impacto na Saúde Mental e Desenvolvimento dos Membros: · Justificativa: A sobrecarga, isolamento e sinais de fadiga de Maria; a perda de interesse nos estudos e o envolvimento com grupos de risco de João; e a introversão, queda no desempenho escolar e recusa em participar de atividades sociais de Ana são claros indicadores do impacto psicossocial da situação de risco na saúde mental e no desenvolvimento de cada membro da família. A saúde mental é um critério direto para identificar riscos psicossociais. 7. Presença de Modelos de Famílias em Risco (Família Multiproblemática e em Crise): · Justificativa: A Família Silva pode ser classificada como uma família multiproblemática (acumulando questões econômicas, educacionais, emocionais e de saúde) e uma família em crise (devido ao luto e às mudanças abruptas que a paralisam), conceitos apresentados no vídeo. Isso demonstra a complexidade e a interconexão dos riscos. Ao considerar esses critérios, o caso da Família Silva não apenas ilustra uma situação de risco psicossocial, mas também permite uma análise aprofundada das interações entre os diversos fatores que contribuem para a vulnerabilidade familiar, fundamentando a necessidade de intervenções multifacetadas e personalizadas. Feedback O aluno deve considerar as particularidades descritas no material da disciplina no capítulo 1, onde são distinguidas as famílias de risco psicossocial. A partir desta leitura e tendo em conta sua experiência profissional, deve elaborar um caso onde sejam expressadas estas particularidades, definindo os critériosque a distinguem como tal. Pergunta 4 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta A partir do caso elaborado para a terceira pergunta: a) Elabore um roteiro de entrevista para se aprofundar no conhecimento da família. b) Diga que tipo de entrevista seria. Texto da resposta Pergunta 4 Roteiro de Entrevista para Aprofundamento na Família Silva Para compreender melhor a Família Silva e planejar intervenções eficazes, seria essencial realizar uma entrevista cuidadosa e empática. O roteiro abaixo visa coletar informações detalhadas sobre a dinâmica familiar, os desafios enfrentados e os recursos existentes. Objetivo Geral: Aprofundar a compreensão sobre a dinâmica familiar, as necessidades e os recursos da Família Silva para planejar intervenções psicossociais adequadas e personalizadas. Participantes Sugeridos: Preferencialmente, todos os membros da família (Maria, João e Ana) participariam da entrevista, ou em momentos distintos, dependendo da dinâmica e da vontade de cada um. Idealmente, começar com a mãe, Maria, e depois, se apropriado e com consentimento, conversar com os filhos separadamente ou em conjunto, conforme a idade e o conforto deles. Roteiro de Entrevista: I. Acolhimento e Estabelecimento de Vínculo: · Abertura (para Maria): "Bom dia/tarde, Maria. Agradeço por nos receber. Sei que não é fácil falar sobre as dificuldades, mas estamos aqui para entender melhor a sua situação e a de seus filhos, e ver como podemos ajudar. Tudo o que conversarmos aqui será confidencial. Fique à vontade para perguntar o que quiser." · Para os filhos (se presentes): "Olá, João e Ana. É um prazer conhecê-los. Sei que para vocês também pode ser um pouco diferente estar aqui. Queremos apenas conversar para entender melhor como as coisas estão, sem julgamentos." · Explicar o objetivo da conversa: "Nosso objetivo é conhecer melhor a rotina de vocês, o que tem sido mais difícil e o que vocês gostariam que mudasse, para que possamos pensar juntos em caminhos para melhorar a situação da família." II. Dados Sociodemográficos e Estrutura Familiar: · "Para iniciarmos, poderia me confirmar alguns dados básicos? Como é a composição atual da família?" · "Quem mora na casa de vocês hoje?" · "Como tem sido a dinâmica diária da casa?" III. História Familiar e Eventos Marcantes: · "Você mencionou que o pai das crianças faleceu há alguns anos. Como foi esse período para você e para as crianças? Como vocês lidaram com essa perda?" (Abordar o luto e o impacto inicial). · "Desde então, o que mudou na vida de vocês?" · "Como era a vida da família antes do falecimento dele?" IV. Condições Socioeconômicas e de Moradia: · "Poderia me falar um pouco sobre o seu trabalho, Maria? Como tem sido a renda e a estabilidade financeira para a família?" (Aprofundar nos fatores econômicos). · "E a casa onde vocês moram? Fale um pouco sobre as condições, o aluguel, etc." (Detalhar o aspecto da habitação). · "Quais são as principais preocupações financeiras que vocês enfrentam no dia a dia?" V. Dinâmica Familiar e Relacionamentos: · "Como é a comunicação entre vocês em casa? Vocês conseguem conversar abertamente sobre o que sentem ou o que os preocupa?" (Avaliar a dinâmica e comunicação). · "Como vocês se apoiam uns aos outros nas dificuldades?" · "Maria, como você se sente em relação às responsabilidades que tem como mãe e chefe de família? Há momentos em que você se sente muito cansada ou sobrecarregada?" (Focar na sobrecarga da mãe). · "João, sei que você tem ajudado em casa. Como você se sente com isso? Como era sua rotina antes e como é agora?" (Entender a inversão de papéis). · "Ana, como tem sido para você? Há algo que você gostaria de mudar em casa ou na escola?" (Observar a introversão e os sinais de angústia). VI. Saúde e Bem-Estar: · "Como tem sido a saúde de cada um de vocês? Há alguma preocupação específica?" · "Maria, você tem conseguido cuidar de si mesma? Tem tido tempo para descansar ou fazer algo que goste?" · "Como está a saúde emocional de vocês? Sentem-se tristes, ansiosos, ou há algo que os preocupa muito?" VII. Educação e Desenvolvimento dos Filhos: · "João, como estão os estudos? Você tem conseguido ir para a escola regularmente? O que te interessa lá?" (Aprofundar na questão escolar e envolvimento com outros grupos). · "Ana, como você se sente na escola? Tem amigos? Gosta de alguma disciplina específica?" (Observar o desempenho escolar de Ana). · "Há alguma dificuldade específica na escola que vocês gostariam de abordar?" VIII. Redes de Apoio e Recursos: · "Vocês têm parentes, amigos ou vizinhos próximos em quem confiam e que podem ajudar em alguma situação?" (Investigar a rede de apoio). · "Maria, você tem contato com sua família de origem? E com a família do seu marido?" (Confirmar a ausência de rede de apoio ampliada). · "Vocês conhecem ou já utilizaram algum serviço social ou de saúde aqui em Itapoá?" IX. Percepção de Soluções e Expectativas: · "Se vocês pudessem mudar uma coisa na vida da família hoje, o que seria?" · "O que vocês acham que seria mais útil para a família neste momento?" · "Como vocês veem o futuro de vocês?" X. Fechamento: · "Agradeço muito por compartilharem suas histórias e sentimentos conosco. Essas informações são muito importantes para que possamos pensar nas melhores formas de apoio." · "Gostariam de acrescentar algo mais ou fazer alguma pergunta?" · "Vamos analisar o que conversamos e entraremos em contato para apresentar algumas sugestões de apoio." Tipo de Entrevista A entrevista elaborada seria uma entrevista semiestruturada. Justificativa: · Roteiro Predeterminado: Há um conjunto de perguntas e tópicos pré-definidos que garantem que todos os pontos importantes para a análise da situação de risco psicossocial sejam abordados (dinâmica familiar, questões socioeconômicas, saúde mental, redes de apoio, etc.). Isso oferece uma estrutura e direcionamento para a conversa. · Flexibilidade e Aprofundamento: Apesar do roteiro, a entrevista semiestruturada permite flexibilidade. O entrevistador pode desviar das perguntas em momentos oportunos para explorar informações relevantes que surgirem espontaneamente na fala dos entrevistados, aprofundar-se em temas específicos que demandem mais detalhes ou adaptar a linguagem e o ritmo conforme a resposta e o conforto de cada membro da família. Isso é crucial ao lidar com temas sensíveis e em um contexto de risco psicossocial, onde a confiança e a empatia são fundamentais para que a família se sinta à vontade para compartilhar suas vulnerabilidades. · Foco na Relação e Dinâmica: Não é uma entrevista rígida (estruturada) que apenas coleta dados quantitativos, nem totalmente aberta, que poderia dispersar a conversa. A semiestrutura permite construir um vínculo com a família, observar a dinâmica interacional durante a entrevista e compreender as percepções subjetivas de cada membro sobre a situação, o que é essencial para uma análise qualitativa aprofundada de um caso de risco psicossocial. Essa abordagem combinada de estrutura e flexibilidade é fundamental para desvendar as camadas de complexidade de uma família em risco psicossocial e, assim, construir um plano de intervenção verdadeiramente eficaz e humanizado. Feedback a) O aluno deve considerar os espaços vazios no caso. Deveria explorar as potencialidades da família, da comunidade, as instituições, assim como as relações existentes. b) Pode ser uma entrevista aberta ou semiestruturada, onde, ao invés de perguntas, sejam propostos temas para conversa. Também pode ser uma entrevista familiar. Para isso, deve seguir o que relata o material sobre este tipo de entrevista. Pergunta 5 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta A partir do caso elaborado para a terceira pregunta e imaginando possíveis respostas para a entrevista elaborada na quarta pregunta, esboce um programa de intervenção a partir da proposta que aparece no material da disciplina. Texto da resposta Pergunta 5 Programa de Intervenção para a Família Silva: Um Esboço Integrado Considerando o caso da Família Silvae imaginando as possíveis respostas que surgiriam da entrevista semiestruturada (conforme o roteiro anterior), é possível esboçar um programa de intervenção baseado nas propostas dos materiais da disciplina, que preconizam uma abordagem multifacetada e integrada para famílias em risco psicossocial. O programa visaria atuar nas diversas frentes de vulnerabilidade identificadas, promovendo a resiliência e o bem-estar familiar. I. Fundamentação e Princípios Norteadores do Programa O programa de intervenção para a Família Silva seria fundamentado nos seguintes princípios, em linha com o material da disciplina: · Abordagem Sistêmica: Compreender a família como um sistema, onde a mudança em um membro ou subsistema afeta os demais. As intervenções visariam o fortalecimento das relações e dinâmicas internas. · Empoderamento: Estimular a autonomia e a capacidade da família para identificar e mobilizar seus próprios recursos, em vez de depender passivamente da ajuda externa. · Integralidade: Atuar nas diversas dimensões do risco psicossocial (econômica, social, emocional, educacional, saúde), reconhecendo a interconexão dos problemas. · Participação Ativa da Família: Envolver Maria, João e Ana no planejamento e execução das ações, respeitando suas perspectivas e necessidades. · Interdisciplinaridade: Articular o trabalho de diferentes profissionais (assistente social, psicólogo, pedagogo, profissional de saúde) para oferecer um suporte completo. · Foco na Resiliência: Identificar e fortalecer os fatores protetivos e as capacidades da família para enfrentar e superar adversidades. II. Eixos de Intervenção e Ações Propostas Com base nas prováveis respostas da entrevista, que revelariam a sobrecarga de Maria, o afastamento escolar e o risco de João, a introversão de Ana e as fragilidades socioeconômicas e de apoio, o programa de intervenção seria estruturado em eixos principais: Eixo 1: Suporte Socioeconômico e Melhora das Condições de Vida · Objetivo: Reduzir o estresse financeiro e melhorar a qualidade de vida material da família. · Ações: · Encaminhamento para Programas de Transferência de Renda: Auxiliar Maria a acessar e manter benefícios sociais como o Bolsa Família (ou programas similares vigentes), garantindo uma base de renda mínima. · Orientação e Encaminhamento para Cursos de Qualificação Profissional: Identificar, junto a Maria, opções de cursos de capacitação em Itapoá ou região que possam ampliar suas oportunidades de trabalho formal ou informal com maior estabilidade (ex: cursos de culinária, costura, cuidador de idosos). · Apoio na Regularização da Situação Habitacional: Investigar possibilidades de acesso a programas habitacionais ou auxílios-moradia, ou negociar com o proprietário para condições mais estáveis. Avaliar a possibilidade de melhorias básicas na moradia com apoio de programas sociais ou da comunidade. · Orientação sobre Direitos Trabalhistas: Verificar a possibilidade de acesso a direitos relacionados ao falecimento do pai das crianças (se houver alguma indenização ou seguro de vida não acionado). Eixo 2: Fortalecimento dos Vínculos e Dinâmicas Familiares · Objetivo: Melhorar a comunicação, a coesão familiar e a distribuição de responsabilidades, promovendo um ambiente de suporte mútuo. · Ações: · Terapia Familiar Breve ou Aconselhamento Familiar: Realizar sessões com Maria e os filhos, mediadas por um psicólogo, para: · Facilitar a expressão de sentimentos em relação ao luto e às dificuldades. · Trabalhar a comunicação entre os membros, ensinando habilidades de escuta ativa e expressão assertiva. · Reorganizar papéis e responsabilidades de forma mais equitativa e adequada à idade de João e Ana, aliviando a sobrecarga de Maria. · Reforçar a importância do apoio mútuo e da solidariedade. · Atividades Lúdicas e de Convivência: Sugerir e apoiar a família na realização de atividades simples em conjunto (ex: jogos de tabuleiro, cozinhar juntos, passeios de bicicleta em Itapoá), para fortalecer os laços afetivos e criar memórias positivas. Eixo 3: Apoio à Saúde Mental e Bem-Estar Individual · Objetivo: Promover a saúde mental de Maria e dos filhos, lidando com o luto, a ansiedade, o estresse e as dificuldades emocionais. · Ações: · Acompanhamento Psicológico Individual: · Para Maria: Sessões focadas na sobrecarga, luto não resolvido, estresse e possíveis sintomas depressivos/ansiosos. Trabalhar estratégias de autocuidado e resiliência. · Para João: Espaço para processar o luto, a perda de interesse nos estudos e a pressão de assumir responsabilidades precoces. Abordar questões relacionadas à identidade adolescente e tomada de decisões. · Para Ana: Abordar a introversão, a queda no desempenho escolar e as dificuldades de expressão emocional, oferecendo um espaço seguro para ela se manifestar. · Grupos de Apoio: Encaminhar Maria para grupos de apoio a mães solo ou a pessoas em luto na comunidade, se existirem, para promover a troca de experiências e reduzir o isolamento. · Atividades de Promoção da Saúde: Incentivar a prática de atividades físicas leves (ex: caminhadas na orla de Itapoá, se acessível), alimentação saudável e rotinas de sono adequadas. Eixo 4: Suporte Educacional e Desenvolvimento de Potencialidades · Objetivo: Reengajar João e Ana na escola e promover seu desenvolvimento pleno. · Ações: · Apoio Escolar para João: · Mediação com a Escola: Dialogar com a escola para entender as dificuldades de João, buscar flexibilizações e estratégias de recuperação (ex: aulas de reforço, tutoria). · Incentivo e Monitoramento: Acompanhar de perto a frequência escolar de João e seu desempenho, oferecendo reforço positivo para sua permanência nos estudos. · Exploração de Interesses: Ajuda-lo a identificar interesses vocacionais que possam se alinhar com a continuidade dos estudos ou cursos técnicos. · Apoio Escolar e Social para Ana: · Avaliação Pedagógica: Investigar as causas da queda no desempenho escolar de Ana. · Incentivo à Participação: Estimular Ana a participar de atividades extracurriculares na escola ou na comunidade (ex: clubes, esportes, oficinas de arte), para promover sua socialização e autoexpressão. · Conscientização sobre a Importância da Educação: Reforçar para Maria e João que o estudo é um caminho para a superação da pobreza e a garantia de um futuro melhor. Eixo 5: Expansão da Rede de Apoio e Articulação Comunitária · Objetivo: Construir e fortalecer a rede de suporte externo da família. · Ações: · Mapeamento de Recursos Comunitários: Apresentar à família os serviços disponíveis em Itapoá (CRAS, Unidade Básica de Saúde, associações comunitárias, projetos sociais). · Incentivo à Participação Comunitária: Estimular a família a se engajar em atividades da comunidade, como associações de moradores, igrejas ou projetos de voluntariado, para criar novos laços sociais. · Mediação com Familiares Afastados: Se Maria e os filhos desejarem, um profissional pode mediar uma reaproximação com familiares (da parte de Maria ou do pai falecido), se isso for percebido como um recurso potencial. III. Monitoramento e Avaliação do Programa · Reuniões Periódicas: Encontros regulares com a família e a equipe multidisciplinar para revisar o progresso, ajustar as ações e identificar novas necessidades. · Indicadores de Sucesso: Acompanhar a frequência escolar de João e Ana, a estabilidade da renda de Maria, a melhora na comunicação familiar, a redução dos sintomas de estresse/ansiedade e o aumento da participação social da família. · Flexibilidade: O programa deve ser flexível e adaptável às mudanças na situação da família, garantindo que as intervenções permaneçam relevantes e eficazes ao longo do tempo. Este esboço de programa de intervenção reflete a complexidade do caso da Família Silva e a necessidade de uma abordagem integrada e personalizada para auxiliar famílias em situação de risco psicossocial, buscando não apenas mitigar os problemas existentes, mas também fortalecer seus recursos e promover sua autonomia. Feedback O aluno deve considerar a proposta feita no capítulo 3, seção3.4, para o projeto de intervenções. Pergunta 6 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta Avalie a seguinte afirmação Para a visão preventiva no assessoramento psicopedagógico é necessária a participação do assessor de forma direta e ativa na elaboração, andamento, seguimento e avaliação dos documentos que regem a organização e o funcionamento do centro educacional, junto com a otimização das vias de comunicação e coordenação entre todos os agentes educativos. Texto da resposta Pergunta 6 A Essencialidade da Participação Ativa do Assessor Psicopedagógico na Prevenção A afirmação: "Para a visão preventiva no assessoramento psicopedagógico é necessária a participação do assessor de forma direta e ativa na elaboração, andamento, seguimento e avaliação dos documentos que regem a organização e o funcionamento do centro educacional, junto com a otimização das vias de comunicação e coordenação entre todos os agentes educativos" é totalmente pertinente e fundamental para uma prática psicopedagógica verdadeiramente preventiva e eficaz. Visão Preventiva como Eixo Central: A abordagem psicopedagógica preventiva busca antecipar e minimizar a ocorrência de dificuldades de aprendizagem e de desenvolvimento, agindo nas causas e nos fatores de risco antes que se manifestem plenamente ou se agravem. Essa visão contrasta com uma abordagem corretiva, que intervém apenas quando o problema já está instalado. Para que a prevenção seja efetiva, ela não pode ser um apêndice, mas sim um pilar que permeia todas as ações do centro educacional. Participação Direta e Ativa na Elaboração de Documentos: Currículo e Projetos Pedagógicos: Ao participar da elaboração de documentos como o Projeto Político Pedagógico (PPP) e o currículo, o assessor psicopedagógico pode inserir desde o início princípios que favoreçam a diversidade, a inclusão, a flexibilidade curricular e metodologias que atendam às diferentes formas de aprender. Isso significa planejar atividades que estimulem diferentes estilos de aprendizagem e estratégias de avaliação formativa, que identifiquem dificuldades precocemente. Regimentos e Normas: A participação na criação de regimentos e normas garante que aspectos como o acolhimento, a resolução de conflitos, a promoção de um ambiente seguro e a flexibilização de procedimentos para alunos com necessidades específicas estejam contemplados. Um regimento que não considera a dimensão psicopedagógica pode, inadvertidamente, criar barreiras ao aprendizado e ao bem-estar dos estudantes. Andamento, Seguimento e Avaliação dos Documentos: Não basta elaborar bons documentos; é preciso garantir que sejam implementados e que seus resultados sejam monitorados. O assessor psicopedagógico deve: Acompanhar o Andamento: Observar como as diretrizes são aplicadas na prática diária, identificando lacunas ou desvios que possam gerar problemas futuros. Fazer o Seguimento: Avaliar continuamente a eficácia das políticas e práticas. Por exemplo, se uma política de inclusão está no papel, o assessor verifica se ela está realmente acontecendo nas salas de aula e nos espaços de convivência. Participar da Avaliação: Propor revisões e adaptações dos documentos com base nos resultados observados, nas novas demandas e nas evidências científicas. Isso assegura que os documentos sejam instrumentos vivos e eficazes para a prevenção. Otimização das Vias de Comunicação e Coordenação entre Agentes Educativos: A prevenção não é uma tarefa isolada. Ela depende de uma rede de colaboração onde todos "falem a mesma língua" e atuem de forma alinhada. Comunicação Clara: O assessor psicopedagógico atua como um facilitador da comunicação entre professores, equipe gestora, famílias e outros profissionais (fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos clínicos, etc.). Isso evita ruídos, garante que as informações relevantes sobre o desenvolvimento dos alunos sejam compartilhadas e que as estratégias de apoio sejam compreendidas por todos. Coordenação de Ações: O assessor ajuda a alinhar as ações pedagógicas com as necessidades psicopedagógicas dos alunos. Por exemplo, um professor pode estar aplicando uma metodologia, e o assessor pode sugerir adaptações ou recursos que otimizem o aprendizado de um aluno específico, ou de um grupo com necessidades semelhantes. Essa coordenação garante a coerência e a eficácia das intervenções preventivas. Formação Continuada: A participação ativa do assessor inclui também a identificação de necessidades de formação para os professores e outros agentes educativos, capacitando-os para lidar com a diversidade e para implementar práticas pedagógicas inclusivas e preventivas. Em resumo, a presença e atuação direta e ativa do assessor psicopedagógico em todas as etapas do ciclo de vida dos documentos e das relações do centro educacional transformam a prevenção de um conceito abstrato em uma prática integrada e constante. Sem essa participação, as ações preventivas correm o risco de serem pontuais, desarticuladas ou, pior, inexistentes, levando a uma atuação meramente reativa e corretiva diante das dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento. É essa imersão que permite ao assessor ter uma visão macro e micro do ambiente educacional, identificando precocemente fatores de risco e promovendo um desenvolvimento pleno e saudável para todos os envolvidos. Feedback O aluno deve considerar que o assessoramento deve favorecer o desenvolvimento integral, o que supõe um trabalho em rede sobre bases cooperativas. Igualmente, é necessária uma intervenção educacional que seja voltada para os mesmos fins, para o qual a instituição deve se preparar. Podem ser abordados os referenciais do construtivismo e do enfoque histórico-cultural, assim como os princípios da intervenção e o restante dos referenciais que são enfatizados no material da disciplina. Pergunta 7 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta Justifique a seguinte afirmação: Trabalhar na prevenção de problemas supõe melhorar a competência das pessoas que possuem alunos a seu cargo, uma vez que ao favorecer as competências dos professores e de pais e mães, um grande número de situações interativas é otimizado. Texto da resposta Pergunta 7 A afirmação de que "Trabalhar na prevenção de problemas supõe melhorar a competência das pessoas que possuem alunos a seu cargo, uma vez que ao favorecer as competências dos professores e de pais e mães, um grande número de situações interativas é otimizado" é altamente justificável e reflete um princípio fundamental da psicopedagogia preventiva. Ela destaca a natureza multifacetada do processo educativo e a interdependência entre os diversos agentes que atuam no desenvolvimento da criança e do adolescente. A Complexidade do Processo de Aprendizagem e Desenvolvimento: Problemas de aprendizagem e de desenvolvimento raramente têm uma única causa. Eles são multifatoriais, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, sociais e contextuais. A escola e a família são os principais ambientes onde esses processos ocorrem. Se os adultos que gerenciam esses ambientes não possuem as competências adequadas, a capacidade de identificar e responder às necessidades das crianças e adolescentes fica comprometida, abrindo espaço para o surgimento e a consolidação de dificuldades. 1. O Papel Essencial dos Professores: Professores são os mediadores primários do conhecimento e do desenvolvimento social na escola. Melhorar suas competências implica em: · Identificação Precoce: Capacitá-los para observar e reconhecer os primeiros sinais de dificuldades de aprendizagem (dislexia, TDAH, dificuldades de socialização, etc.) ou problemas emocionais. Um professor competente consegue diferenciar uma fase passageira de um sinal de alerta que requer atenção. · Práticas Pedagógicas Inclusivas e Diferenciadas: Desenvolver a habilidade de adaptar metodologias, recursos e avaliações para atender à diversidade de estilos de aprendizagem e necessidades dos alunos. Isso previne o sentimento de exclusão e o abandono escolar. · Gestão de Sala de Aula e Conflitos:Fornecer estratégias para criar um ambiente de aprendizagem positivo, gerenciar o comportamento dos alunos de forma construtiva e mediar conflitos, promovendo a saúde psicossossocial do grupo. · Habilidades Socioemocionais: Capacitar o professor a trabalhar com as próprias emoções e as dos alunos, ensinando-os a lidar com frustrações, a colaborar e a desenvolver empatia. 2. A Influência Vital de Pais e Mães (Cuidadores): Os pais e mães são os primeiros educadores e a principal referência para o desenvolvimento infantil. Fortalecer suas competências significa: · Estímulo ao Desenvolvimento Cognitivo e Social: Orientá-los sobre como promover um ambiente domiciliar rico em estímulos (leitura, brincadeiras, conversas), que favoreçam o desenvolvimento da linguagem, do raciocínio e das habilidades sociais. · Comunicação Efetiva: Ensiná-los a se comunicar de forma aberta e assertiva com os filhos, construindo laços de confiança e permitindo que as crianças expressem suas preocupações. · Estabelecimento de Limites e Rotinas: Ajudá-los a criar rotinas consistentes e a estabelecer limites claros e afetuosos, que promovem segurança e disciplina. · Manejo de Conflitos e Comportamentos Desafiadores: Oferecer estratégias parentais positivas para lidar com birras, desafios de comportamento e outras dificuldades comuns na criação dos filhos. · Parceria Escola-Família: Capacitá-los a colaborar ativamente com a escola, compreendendo seu papel no processo educacional e buscando apoio quando necessário. · Bem-Estar Emocional dos Pais: Reconhecer que pais sobrecarregados ou com problemas de saúde mental podem ter dificuldades em exercer a parentalidade plena. Oferecer suporte para que também cuidem de si. 3. Otimização das Situações Interativas: Quando professores e pais/mães são mais competentes, as situações interativas (sejam elas em sala de aula, em casa, durante um dever de casa ou numa conversa sobre o desempenho escolar) são significativamente otimizadas. · Prevenção de Mal-entendidos: Comunicação clara e empática reduz conflitos e interpretações errôneas. · Respostas Adequadas: Adultos mais competentes oferecem respostas mais assertivas e menos punitivas ou negligentes aos desafios apresentados pelas crianças. · Ambiente de Suporte: Aumenta a probabilidade de criar ambientes (escolar e doméstico) que são nutrizes, seguros e estimulantes, onde a criança se sente vista, ouvida e apoiada. · Coerência de Mensagens: A colaboração entre família e escola, mediada por adultos competentes, garante que as mensagens e expectativas sejam coerentes, evitando a confusão e a insegurança na criança. Em conclusão, a prevenção de problemas no desenvolvimento e na aprendizagem não é uma ação pontual, mas um processo contínuo que demanda um investimento robusto nas competências dos educadores e dos cuidadores. Ao capacitá-los, estamos munindo-os de ferramentas para criar ambientes mais favoráveis, identificar precocemente as necessidades dos alunos e intervir de forma eficaz antes que as dificuldades se tornem problemas crônicos. É um investimento no capital humano que reverbera diretamente no bem-estar e no sucesso de um grande número de crianças e adolescentes. Feedback O aluno deve ter em conta os fundamentos da prevenção que são descritos nos referenciais do assessoramento psicopedagógico, principalmente nos enfoques psicológicos que fundamentam o assessoramento. Pergunta 8 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta A partir da observação do vídeo que aparece em https://www.youtube.com/watch?v=ZgHjyU65h3U Elabore um quadro resumo que contenha os pontos fundamentos tratados, considerando também os apontamentos do material da disciplina Texto da resposta Pergunta 8 Pontos Fundamentais da Intervenção Familiar 1. Modelos de Intervenção: O vídeo detalha quatro modelos que guiam a atuação profissional com famílias: · Modelo Fenomenológico (Counseling): Baseia-se na observação da realidade e na utilização de técnicas não diretivas, como a escuta ativa. O foco é permitir que a própria pessoa ou família encontre suas soluções e promova o autoconhecimento, atuando como um facilitador do processo. · Modelo Educativo: Propõe a oferta de aprendizagens e ferramentas para que os indivíduos e a família possam resolver seus próprios problemas. A intervenção pode ocorrer individualmente com cada membro, mesmo que o diagnóstico seja focado na dinâmica do grupo familiar. · Modelo Sistêmico: Considera a família como um sistema interconectado, onde a modificação de um elemento (um membro, uma relação) afeta todos os demais. Os problemas de um indivíduo são compreendidos como manifestações de uma disfunção no sistema familiar como um todo, exigindo uma intervenção que abranja a totalidade das interações. · Modelo de Redes Sociais: Propõe uma intervenção global que leva em conta a rede de relações do indivíduo, desde os círculos mais íntimos (família nuclear, amigos próximos) até os mais amplos (comunidade, instituições). Busca mobilizar e fortalecer essas redes para que funcionem como fontes de apoio e recursos. 2. Responsabilidades Administrativas na Intervenção: A intervenção com famílias em situação de risco é primordialmente responsabilidade das administrações autonômicas e municipais. Essas esferas governamentais são consideradas as mais próximas da cidadania, permitindo uma atuação mais localizada e eficiente. No contexto da Comunidade Valenciana, por exemplo, são destacadas as Unidades Básicas de Atenção Primária (SEAFIS), equipes multidisciplinares que operam em municípios ou zonas específicas para oferecer serviços especializados a famílias e menores em risco, incluindo aqueles sob medidas judiciais de proteção. Paralelamente, existem centros de urgência ou acolhimento para situações que demandam intervenções específicas e imediatas. 3. Fases da Intervenção: Independentemente do modelo adotado, toda intervenção com famílias segue um ciclo sistemático de fases, garantindo um processo organizado e avaliável: · Fase de Valoração: É o momento inicial de diagnóstico, onde se identifica a problemática da família e se determinam suas necessidades. Envolve a coleta de informações e a compreensão aprofundada da situação. · Fase de Planificação: Com base na valoração, esta fase consiste no desenho detalhado da intervenção, definindo objetivos, estratégias, recursos e prazos. · Fase de Aplicação ou Implementação: É a execução das ações planejadas, acompanhada de perto para garantir que as estratégias estejam sendo aplicadas conforme o previsto e para realizar ajustes se necessário. · Fase de Avaliação: Última fase do ciclo, onde se verifica a eficácia da intervenção, analisando se os objetivos foram alcançados e quais foram os impactos gerados na família. Esta fase é crucial para aprender com a experiência e aprimorar futuras intervenções. 4. Início da Intervenção: As intervenções podem ser iniciadas de duas formas principais: · Por Solicitação Direta: Quando os próprios usuários ou suas famílias procuram ajuda, reconhecendo a necessidade de apoio. · Sem Solicitação Direta: Em casos onde a intervenção é iniciada por uma notificação externa (por exemplo, de escolas, serviços de saúde ou conselhos tutelares). Nesses cenários, é fundamental que o profissional estabeleça um clima de colaboração, foque em fomentar a conscientização sobre o problema e estimule a participação ativa da família na busca por soluções. A compreensão desses modelos e fases de intervenção permite aos profissionais abordar as famílias de forma mais estruturada e sensível, considerando a complexidade de suas dinâmicas e as redes de apoio disponíveis. Feedback O aluno deve ter em conta os conteúdos que aparecem nos capítulos 2 e 3 do material da disciplina e as noções trabalhadas no vídeo, resumindo em um quadro todas as opções que são apresentadas em ambos materiais, com suas particularidades distintivas. Pergunta 9 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta Justifique o motivo de que o assessoramento psicopedagógico a famílias em situação de riscopsicossocial supõe a criação de uma rede profissional que funcione de maneira colaborativa. Texto da resposta Pergunta 9 A seguir, a justificativa para essa necessidade: 1. Natureza Multidimensional do Risco Psicossocial: Como vimos no caso da Família Silva e nos materiais da disciplina, as situações de risco psicossocial envolvem uma teia de problemas interligados: dificuldades econômicas, precariedade habitacional, problemas de saúde física e mental, questões educacionais (abandono escolar, baixo desempenho), disfuncionalidades nas dinâmicas familiares, falta de redes de apoio, e, por vezes, histórico de violência ou trauma. Um psicopedagogo, por mais competente que seja, não é um especialista em todas essas áreas. A intervenção eficaz exige olhares e expertises complementares. 2. Limitação de Atuação de Um Único Profissional/Serviço: · Psicopedagogo: Foca na aprendizagem e no desenvolvimento, nas estratégias de ensino, na mediação de processos cognitivos e socioemocionais. Embora possa identificar problemas de saúde mental ou socioeconômicos, não tem a formação para tratá-los diretamente (ex: terapia medicamentosa, assistência jurídica). · Assistente Social: Atua na garantia de direitos, acesso a benefícios sociais, moradia, emprego e articulação com a rede de proteção social. · Psicólogo: Lida com a saúde mental, traumas, luto, dinâmicas familiares disfuncionais e questões emocionais individuais. · Profissional de Saúde (Médico, Enfermeiro): Aborda questões de saúde física, nutrição, higiene e acesso a tratamentos. · Educadores/Professores: São os que conhecem a realidade escolar do aluno e podem implementar adaptações pedagógicas. Se cada um atuar isoladamente, as intervenções serão fragmentadas, ineficazes e, por vezes, contraditórias, gerando mais confusão e frustração para a família. 3. Integralidade da Intervenção: O material da disciplina e o vídeo sobre modelos de intervenção (especialmente o Modelo de Redes Sociais e o Modelo Sistêmico) reforçam a ideia de que a intervenção deve ser integral. Isso significa que ela deve considerar a pessoa e a família em sua totalidade, atuando em todas as frentes necessárias. Uma rede colaborativa permite que a família receba suporte em todas as suas dimensões de vulnerabilidade, desde a garantia de uma alimentação básica até o apoio psicológico e educacional. 4. Otimização de Recursos e Evitar a Duplicação de Esforços: A colaboração entre profissionais e instituições evita que a família seja "re-entrevistada" repetidamente por diferentes serviços, o que pode ser exaustivo e desmotivador. Uma rede bem articulada permite o compartilhamento de informações relevantes (com o devido consentimento da família), a otimização de recursos (humanos e materiais) e a construção de um plano de intervenção unificado e coerente. 5. Coerência e Continuidade do Cuidado: Quando os profissionais trabalham em rede, as estratégias de intervenção são mais coerentes. Por exemplo, se o psicólogo está trabalhando o luto da mãe, o assistente social pode estar buscando benefícios relacionados à perda, e o psicopedagogo, apoiando a escola a lidar com o impacto do luto nos filhos. Essa sinergia garante a continuidade do cuidado e uma abordagem mais sistêmica, onde todos os envolvidos compreendem o plano geral e seu papel nele. 6. Fortalecimento da Família e da Rede de Apoio: A própria rede profissional serve como um modelo para a família de como construir e utilizar redes de apoio. Ao ver os profissionais colaborando, a família pode se sentir mais segura e encorajada a buscar e fortalecer suas próprias redes sociais (amigos, vizinhos, parentes, grupos comunitários), um aspecto fundamental para a resiliência. Em suma, a criação de uma rede profissional colaborativa no assessoramento psicopedagógico a famílias em risco psicossocial não é apenas uma boa prática; é uma condição sine qua non para que a intervenção seja efetiva, integral e sustentável. Ela reflete o entendimento de que os problemas complexos exigem soluções complexas e articuladas, onde a soma das expertises e recursos de diferentes áreas é muito maior do que a atuação isolada de cada uma delas. Feedback O aluno deve considerar os conteúdos que são discutidos no capítulo 3 da disciplina. Igualmente, pode se basear no modelo educacional construtivista, assim como seu referencial, onde são colocados fundamentos para esta perspectiva, assim como no enfoque sistêmico. Pergunta 10 Respondida Sem avaliação Marcar pergunta Texto da pergunta Elabore um quadro onde sejam comparados os enfoques psicológicos que fundamental o assessoramento psicopedagógico considerando: • Noção de desenvolvimento. • Caráter da intervenção. • Papel do profissional. Texto da resposta Pergunta 10 O assessoramento psicopedagógico é uma área que se apoia em diferentes correntes teóricas da psicologia para compreender e intervir nos processos de aprendizagem e desenvolvimento. Cada enfoque psicológico oferece uma lente particular para a compreensão da noção de desenvolvimento, o caráter da intervenção e o papel do profissional psicopedagogo. Abaixo, apresentamos um quadro comparativo dos enfoques mais relevantes, considerando os pontos fundamentais para o assessoramento psicopedagógico. Feedback O aluno deve ter em conta os conteúdos discutidos no capítulo 2 da disciplina sobre este tema. Parte inferior do formulário