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Gestão ambiental aula de1 a 10

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GESTAO E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Aula 1: Meio ambiente.
Quando falamos em meio ambiente, vêm a nós a ideia de mata, de cachoeira, ar puro e vida selvagem, mas meio ambiente é muito mais do que isso, é tudo o que nos cerca e que precisa de cuidados também.
Hoje, a gestão e a legislação ambiental estão, inclusive, como atividades que envolvem o meio ambiente, pois não deixam de ser ferramentas de prevenção e controle de impactos ambientais que causam também riscos à vida humana.
- Meio Ambiente
Historicamente, foi somente a partir de meados de 1960, que se iniciaram, oficialmente, discussões que integravam ambientes físicos aos sociais. Foi exatamente a partir do momento em que a sociedade tomou consciência dos graves efeitos que as ações humanas imprimiram sobre o planeta.
Conforme o conceito de meio ambiente vai se construindo, o mesmo começa a influenciar as ações formais da sociedade. Vemos isso na inserção do conceito nas leis (Federais, Estaduais e Municipais) apresentadas pela FEEMA (1990) e pelo IBAMA (1994): Decreto Lei nº. 134, de 16/6/1975; Art. 3º., Lei 6.938, de 31/8/1981; Art. 2º., Lei nº. 33, de 12/2/1981; Decreto-Lei nº. 28.687 de 11/2/1982. Destaca-se o art. 225, Capítulo VI da Constituição Brasileira de 1988, que trata do estabelecimento de direitos e deveres do Estado e dos cidadãos no que tange ao meio ambiente.
Alguns autores contemporâneos oferecem abordagens complexas de meio ambiente, incluindo variáveis que contemplam não só seus elementos. 
Vejamos abaixo, várias definições de ambiente em um contexto de evolução histórica recente, segundo a Feema (1990) e o Ibama (1994):
1976: As condições, influência ou forças que envolvem ou influem ou modificam: o complexo de fatores climáticos, edáficos e bióticos que atuam sobre um organismo vivo, ou uma comunidade ecológica, e acaba por determinar sua forma e sua sobrevivência, a agregação das condições sociais e culturais que influenciam a vida de um indivíduo ou uma comunidade (Webster’s, 1976).
1977: O conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos e biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (Poutrel&Wasserman, 1977).
1977: A soma das condições externas e das influências que afetam a vida, o desenvolvimento e, em última análise, a sobrevivência de um organismo (Banco Mundial, 1977).
1978: O conjunto do sistema externo físico e biológico, no qual vivem o homem e os outros organismos (Pnuma).
O conjunto de sistemas naturais e sociais em que vivem o homem e os demais organismos e de onde obtêm sua subsistência (Conferência de Tibillisi, 1978).
1988: Conjunto de componentes naturais e sociais, e suas interações em um determinado espaço de tempo, no qual se dá a dinâmica das interações sociedade-natureza, e suas consequências, no espaço que habita o ser humano, o qual é parte integrante deste todo. Desta forma, o ambiente é gerado e construído ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço da sociedade (Gutman, 1988).
1992: “Qualquer espaço de interação e suas consequências entre a sociedade (elementos sociais, recursos humanos) e a natureza (elementos ou recursos naturais)” (Queiroz e Tréllez, 1992).
- Mas a que adotamos em nossa aula é a definição de Queiroz e Tréllez (1992), por relacionar o meio ambiente aos elementos sociais e recursos humanos, pois meio ambiente é isso mesmo: tudo que nos cerca.
Política ambiental
Ao instituir uma política ambiental, é necessário que o governo estabeleça os objetivos, defina as estratégias de ação, crie as instituições e estruture a legislação que a contém e que  orienta sua aplicabilidade. Esse universo de implementação da política constitui o sentido da gestão ambiental. Com isso, a gestão ambiental é, portanto, a implementação pelo governo de sua política ambiental, pela administração pública, mediante a definição de estratégias, ações, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de garantir a qualidade do meio ambiente, a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável (Philippi Junior e Maglio, 2009).
É preciso salientar que existem outras definições para gestão ambiental, mas o conceito original, segundo a Lei 6.938/81, diz respeito à administração, pelo governo, do uso de recursos ambientais, por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de manter ou recuperar  a qualidade do meio ambiente, assegurar a produtividade dos recursos e desenvolvimento social. 
A EncyclopédiaBritannica (1978 apud Verocai, 1997) realça a visão de gestão relacionando-a ao uso racional de recursos naturais: o controle apropriado do meio ambiente físico, para propiciar seu uso com o mínimo abuso, de modo a manter as comunidades biológicas, para o benefício continuado do homem.
Educação Ambiental
Já Hurtubia (1980 apud Philippi Junior e Maglio, 2009) coloca a perspectiva da gestão ambiental relacionada ao uso produtivo de recursos naturais em atividades primárias. A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental, normalmente em conjunto com o desenvolvimento de uma atividade.
Outro enfoque relaciona a gestão ambiental ao conceito de capacidade  de suporte dos ecossistemas. Tentativa de avaliar valores-limites das perturbações e alterações que, uma vez excedidos, resultam em recuperação bastante demorada do meio ambiente, e a tentativa de manter os ecossistemas dentro de suas zonas de resiliência, de modo a maximizar a recuperação dos recursos do ecossistema natural para o homem, assegurando sua produtividade prolongada e de longo prazo.
Numa visão mais moderna, a gestão ambiental desenvolve-se com base na formulação de uma política ambiental, em que estejam definidos os instrumentos de gestão a serem utilizados (controle ambiental, avaliação de impactos ambientais, planejamento ambiental, objetos de conservação ambiental, planos de gestão etc.). Como elementos dessa política, devem ser também definidos os critérios de uso, de manejo e de controle da qualidade dos recursos ambientais.
Nos últimos anos, o conceito de gestão vem sendo utilizado para incluir, além da gestão pública do meio ambiente, os programas de ação desenvolvidos por empresas e instituições não governamentais para administrar suas atividades dentro dos modernos princípios de proteção ao meio ambiente. Estes podem complementar a ação pública em aspectos não relacionados com a ação normativa e de controle, que é exclusiva da instância governamental. Dessa forma, o conceito de gestão ambiental tem evoluído na direção de uma perspectiva de gestão compartilhada entre os diferentes agentes envolvidos e articulados em seus diferentes papéis, segundo os mesmos autores.
-- Gestão ambiental é, portanto, um processo político administrativo de responsabilidade do poder constituído, destinado a, com participação social, formular, implementar e avaliar políticas ambientais a partir da cultura, realidade e potencialidade de cada região, em conformidade com os princípios de desenvolvimento sustentável.
A preocupação com a qualidade ambiental vem crescendo com a evolução da sociedade, paulatinamente, à medida que os problemas se tornam cruciais e exigem soluções. Soluções essas que vêm sendo tomadas pelo poder público em seus códigos e nas demais legislações, muitas vezes exigindo intervenções diretas nos diferentes níveis de governo. O conhecimento de situações como essas, não só pelos cidadãos locais, mas especificamente por viajantes de outros estados e países, observa-se no século XIX como a oportunidade de troca de experiências, levando a inovações e ao aperfeiçoamento das tecnologias usuais.
Conforme o mesmo autor, essa troca de experiências na busca da preservação ambiental, ganhou maior amplitude no século XX, destacando-se sua última década, quando as conferências internacionais assumem o papel dos viajantes do séculoanterior, tornando-se mais que pontos de troca de experiências, à medida que passam a ser também os locais de assinaturas de convenções e de protocolos internacionais. É por esses documentos que os países signatários desses acordos se comprometem com o propósito firme de cuidar do meio ambiente, com a finalidade de criar condições propícias à qualidade de vida de suas populações.
Em sua evolução, a sociedade volta-se globalmente para preservar o meio ambiente em prol das gerações futuras. Com decisões socioeconômicas tomadas em prol da manutenção dos recursos ambientais, as repercussões se fazem sentir especialmente nas atividades urbanas, pois é nas cidades que hoje se concentra  a maioria da população mundial, cerca de 80%.
Nesse panorama, destaca-se a importância da formação de profissionais que saibam compreender as diferentes dificuldades de suas sociedades, podendo então contribuir com soluções adequadas, não predatórias e voltadas para a conservação, a preservação e o controle dos recursos da natureza.
Aula2: Política nacional do meio ambiente.
A política ambiental é o conjunto de metas e instrumentos que visa reduzir os impactos negativos da ação antrópica – aquelas resultantes da ação humana – sobre o meio ambiente. Como toda política, possui justificativa para sua existência, fundamentação teórica, metas e instrumentos, e prevê penalidades para aqueles que não cumprem as normas estabelecidas. Interfere nas atividades dos agentes econômicos e, portanto, a maneira pela qual é estabelecida, influencia as demais políticas públicas, inclusive as políticas industrial e do comércio exterior. Por outro lado, as políticas econômicas favorecem um tipo de composição da produção e do consumo que têm impactos importantes sobre o meio ambiente.
O MEIO AMBIENTE
O poder público no Brasil começa a se preocupar com o meio ambiente na década  de 1930.
 - As poucas iniciativas que existiam até então, além de pouco significativas em termos práticos, se alcançavam algum efeito sobre o meio ambiente era pela via indireta, quase sempre subalterna a outros interesses.
Por exemplo, as ordenações portuguesas que proibiam o corte do pau-brasil não podem ser vistas como leis ambientais, pois seu objetivo era assegurar o monopólio das madeiras de tinturaria estabelecido pela Coroa Portuguesa em 1502.
 A criação dos jardins botânicos a partir do século XVI decorre de uma preocupação dos biólogos viajantes com a pura proteção das espécies aclimatadas.
O objetivo inicial de D. João VI foi utilizar o Jardim Botânico para o cultivo de especiarias das Índias Orientais e da Ásia, para suprir o mercado português, segundo Acot.
- Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes em direção à industrialização, inicia-se o esboço de uma política ambiental.
Tomando como critério a eficácia da ação pública e não apenas a geração de leis, pode-se apontar a década de 1930 como início de uma política ambiental efetiva.
- criação do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do Brasil e a organização do patrimônio histórico e artístico nacional.
* 1934, foram promulgados os seguintes documentos relativos à gestão de recursos naturais: Código de Caça, Código Florestal, Código de Minas e Código de Águas.
As políticas públicas dessa fase procuram alcançar efeitos obre os recursos naturais por meio de gestões setoriais (água, florestas, mineração, etc), para as quais foram sendo criados órgãos específicos, como o Departamento Nacional de Recursos Minerais, Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica e outros.
1960: Os problemas relativos à poluição só seriam sentidos em meados da década de 1960, quando o processo de industrialização já havia se consolidado.
1930: No início dessa fase, na década de 1930, o rio Tietê, por exemplo, era usado para lazer de muitos paulistanos, que se tornaria inviável algumas décadas depois
1970: Até meados da década de 1970, a poluição industrial ainda era vista como sinal de progresso e, por isso, muito bem-vinda para muitos políticos e cidadãos.
*Política de comando e controle:
-A imposição pela autoridade ambiental, de padrões de emissão incidentes sobre a produção final (ou sobre o nível de utilização de um insumo básico) do agente poluidor.
-A imposição pela autoridade ambiental, de padrões de emissão incidentes sobre a produção final (ou sobre o nível de utilização de um insumo básico) do agente poluidor.
Dado o elevado crescimento das economias ocidentais no pós-guerra, com a sua também crescente poluição associada, é necessária uma intervenção maciça por parte do Estado. Este não pode mais se apoiar simplesmente na disputa em tribunais, caso a caso (esfera do Direito Civil), sendo necessário dispor de instrumentos vinculados ao Direito Administrativo, mais adequados a essa atuação maciça. Entretanto, essa política “pura” de comando e controle apresenta uma série de deficiências, como a morosidade de sua implementação, segundo os mesmos autores.
*Tentando solucionar os problemas, de certo modo acumulados e agravados ao longo do tempo, os países desenvolvidos encontram-se hoje numa terceira etapa da política ambiental, poderíamos chamar de política “mista” de comando e controle. 
Nessa modalidade de política ambiental, os padrões de emissão deixam de ser meio e fim da intervenção estatal e passam a ser instrumentos, dentre outros, de uma política que usa diversas alternativas e possibilidades para a consecução de metas acordadas socialmente. 
Temos assim, a adoção progressiva dos padrões de qualidade dos corpos receptores como metas de política e a adoção de instrumentos econômicos – em complementação aos padrões de emissão – no sentido de induzir os agentes a combaterem a poluição e a moderarem a utilização dos recursos naturais.
*Voltando ao Brasil, após a Conferência de Estocolmo de 1972, quando as preocupações ambientais se tornam mais intensas, embora nessa ocasião o governo militar brasileiro não reconheceu a gravidade dos problemas ambientais e defendeu sua ideia de desenvolvimento econômico, na verdade um mal desenvolvimento, em razão da ausência de preocupações com o meio ambiente e a distribuição de renda.  Porém, os estragos ambientais mais do que evidentes e a colocação dos problemas ambientais em dimensões planetárias exigiram do poder público uma nova postura. Em 1973, o Executivo federal cria a Secretaria Especial do Meio Ambiente e diversos estados criaram sua agências ambientais especializadas, como a Cetesb no Estado de São Paulo e a Feema no Estado do Rio de Janeiro.
- A legislação federal sobre matéria ambiental nessa fase, procurava atender problemas específicos, dentro de uma abordagem segmentada do meio ambiente:
*Foi com o advento da Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que conhecemos uma definição legal e passamos a ter uma visão global de proteção ao meio ambiente. Ela foi editada com o fito de estabelecer a política nacional do meio ambiente, seus fins, mecanismos de formulação, aplicação, conceitos, princípios, objetivos e penalidades devendo ser entendida como um conjunto de instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento sustentado da sociedade e da economia brasileira.
Princípios da PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente)
Equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público.
Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar.
Planejamento e fiscalização do uso dos recursos naturais.
Proteção dos ecossistemas.
Controle e zoneamento das atividades potencialmente ou efetivamente poluidoras.
Incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias voltadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais.
Acompanhamento do estado da qualidade ambiental.
Recuperação de áreas degradadas.
proteção de áreas ameaçadas de degradação
Educação ambiental em todos os níveis de ensino.
A Lei da PNMA foi em quase todos os seus aspectos, recepcionada pela Constituição Federal de 1988, pois, valorizaa dignidade humana, a qualidade ambiental propícia à vida e ao desenvolvimento socioeconômico e tem uma abrangência grandiosa.
Objetivos da PNMA
Lei n. 6.938/81
Importante também saber que, a Lei 6.938/81 instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), responsável pela proteção e melhoria do ambiente e constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Espelhando-se no Sisnama, os estados criaram os seus Sistemas Estaduais do Meio Ambiente para integrar as ações ambientais de diferentes entidades públicas nesse âmbito. Outra inovação foi o conceito de responsabilidade objetiva do poluidor. O poluidor fica obrigado, independente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por suas atividades.
Embora aprovada em 1981, a implementação da Lei 6.938/81 só deslanchou efetivamente ao final desta década de 1980, principalmente a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.
Cocluindo:
A política ambiental é necessária para induzir ou forçar os agentes econômicos a adotarem posturas e procedimentos menos agressivos ao meio ambiente, ou seja, reduzir a quantidade de poluentes lançados no ambiente e minimizar a depleção dos recursos naturais.
Segundo os mesmos autores, no caso das indústrias, os recursos naturais são transformados em matérias-primas e energia, gerando impactos ambientais iniciais (desmatamento, emissões de gases poluentes, erosão de solos, entre outros). As matérias-primas e energia são insumos da produção, tendo como resultado o produto final e os rejeitos industriais - fumaça, resíduos sólidos e efluentes líquidos.
Aula 3: Responsabilidade Ambiental
O direito ambiental representa uma delas: apesar de mais de trinta anos de desenvolvimento, é considerado uma nova disciplina jurídica, podendo-se situar sua origem na década de 70.
O direito ambiental tem por objetivo estabelecer limites àquelas atividades humanas que podem representar um risco, um perigo a causar danos ao meio ambiente.
o Direito Ambiental foi conformando-se a partir de instâncias políticas no âmbito internacional e transformando-se em um campo de conhecimento produtivo visando acompanhar a elaboração de soluções necessárias para evitar o agravamento da crise ambiental e paliar os impactos negativos.
Uma das formas encontradas para que isso ocorresse, foi o surgimento da questão das responsabilidades: civil, administrativa e criminal.
Direito ambiental:
Dentre os países que consagram o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado em suas legislações, uma coisa é certa: o simples fato de o terem feito traz em si latente o reconhecimento da importância em tratar a questão ambiental.
-Uma constituição analítica, como é a Constituição da República Federativa do Brasil de 1998, claramente absorve a orientação dos princípios gerais do Direito Ambiental. ao, por exemplo, prever o Estudo de Impacto Ambiental – um dos instrumentos de implementação do Princípio da Prevenção – para toda atividade potencialmente degradadora do meio ambiente.
- A Declaração de Estocolmo afirma que o homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e às condições de vida satisfatória, em um ambiente cuja qualidade lhe permita viver com dignidade e bem-estar; que ele tem o dever solene de proteger e melhorar o ambiente para o presente e as futuras gerações; e que; sob esse ponto de vista, as políticas que encorajam ou permitem que perpetuem o apartheid, a segregação racial, a discriminação, as formas, coloniais ou outras, de opressão ou de dominação estrangeiras são condenadas e devem ser eliminadas.
*Cada um tem seu papel a exercer no processo de desenvolvimento sustentável. As pessoas (naturais ou jurídicas; públicas ou privadas) têm uma função a cumprir na gestão do meio ambiente.
-Isoladamente, mantendo ao menos uma conduta ambiental não destrutiva.
-Em conjunto, sendo pró-ativos na administração e recuperação dos bens ambientais. (A essa forma conjunta de participação dos atores ambientais costuma-se dar o nome de função jurídica ambiental. Ressalva-se que são titulares dessa função, nos termos do art. 225, caput da Lei Maior, o Poder Público e a coletividade).
Para podermos falar sobre responsabilidade civil, administrativa e criminal perante danos ao meio ambiente, temos que primeiro entender o que é o dano ambiental.
Dano ambiental
“Sem obstar a aplicação das penalidades deste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência da culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade”.
Dano ambiental é a lesão aos recursos ambientais, com consequente degradação – alteração adversa ou in pejus – equilíbrio ecológico.
“Atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora” (Lei n. 6.938/81).
** Podemos então concluir, que dano ambiental é toda e qualquer degradação que afete o equilíbrio ecológico do meio ambiente, tanto físico quanto estético. Denota-se pelo próprio conceito acima, que é muito difícil a reparação do dano ambiental.
- a reparação dos danos ambientais é, provavelmente, o momento, mas crítico da delicada relação entre o meio ambiente natural, desenvolvimento socioeconômico e a aplicação das normas do Direito Ambiental.
-Há duas formas de reparação do dano ambiental:
1- A primeira pela reconstituição do bem lesado;
2- A segunda pela indenização em dinheiro.
- Ainda segundo a mesma revista, a reconstituição do bem lesado seria a forma mais adequada ao ressarcimento do evento prejudicial ao meio ambiente, pois o objetivo primordial em sede de direito ambiental é preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as gerações presente e futuras. Contudo, na prática, isto muitas vezes torna-se impossível e em alguns casos.
- Poderão responder pelo dano ambiental os autores diretos ou indiretos da lesão ambiental, a administração pública e os entes público, basta que exista:
Atividade danosa ao meio ambiente;
Existência do nexo causal entre estes e a atividade danosa;
Nos termos da lei, o responsável principal é o “poluidor”. De acordo com dispositivo legal, poluidor é: “a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental”.
- A responsabilidade primeira - mas não exclusiva – reside com o empreendedor. É ele o titular do dever principal de zelar pelo meio ambiente e é ele que aproveita, direta e economicamente, a atividade lesiva.
- Havendo mais de um empreendedor, pode a reparação ser exigida de todos e de qualquer um dos responsáveis, segundo as regras da solidariedade. Uma das maiores dificuldades que se pode ter em ações relativas ao meio ambiente é exatamente determinar de quem partiu efetivamente a emissão que provocou o dano ambiental, máxima quando isso ocorre em grandes complexos industriais onde o número de empresas em atividade é elevado. Não seria razoável que, por não se poder estabelecer com precisão a qual deles cabe a responsabilização isolada, se permitisse que o meio ambiente restasse indene.
A simples autorização do órgão ambiental para funcionar uma atividade não gera por si só a responsabilidade da Administração Pública. É preciso que haja nexo causal entre a autorização emitida e o dano efetivamente causado ao meio ambiente.  
Da Responsabilidade Penal, Civil e Administrativa:
Dever jurídico: O dever de conhecer essa delimitação é de suma importância para todos, sob pena de sujeitarmo-nos à punição. A noção de dever jurídico é fundamental para o entendimento do que seja um ilícito.
Os atos ilícitos constituem-se nos atos praticados em desacordo com as normas legais. São assim considerados, por serem contrários ao direito por serem irregulares e proibidos. Podemos considerar ato ilícito, como sendo a violação do direito ou dano causado a outrem, por dolo ou culpa, podendo ser decorrentede uma ação ou omissão do sujeito.
INFRACOES
-administrativas: É o cometido de uma transgressão contra a administração pública, cuja sanção pode ser aplicada isolada ou cumulativamente. Na verdade, é a transgressão cometida em desacordo com as normas legais ou regulamentos da administração pública, a qual se impõe a penalidade administrativa. A Lei 9.605/98 preencheu uma importante lacuna no que se refere aos ilícitos administrativos ambientais e quanto à previsão de sanções a serem impostas pela Administração Pública.
- Civil: É a infração cometida em desacordo com as leis, normas, ou regras jurídicas, ou contra o interesse privado de outrem, onde se impõe obrigatoriamente a responsabilidade civil de reparação ao dano.
- Penal: A Lei 9.605/98 sistematizou os tipos penais antes de dispersos em vários diplomas legais e deu um tratamento mais rigoroso aos responsáveis pelas condutas criminosas que agridem o meio ambiente. 
A infração penal é a violação da lei penal que resulta no crime ou na contravenção e dá margem à aplicação da pena restritiva de liberdade.
ATIVIDADE PROPOSTA:
Sabemos que somos responsáveis pelos danos causados ao meio ambiente e que o ordenamento jurídico brasileiro comanda que a pessoa jurídica de direito público pode ser responsabilizada por suas ações (danos causados ao meio ambiente). 
Quais são as responsabilidades legais que uma empresa (pessoa jurídica) responde quando causa um dano ambiental?
Resposta: A pessoa jurídica responde civil, administrativa e penalmente pelos danos causados ao meio ambiente, assim como a pessoa física.
Aula 4: Crimes Ambientais.
Quando leis ambientais são aprovadas, os cidadãos devem insistir para que sejam implementadas, trabalhar juntos para evitar que sejam enfraquecidas e para melhorá-las
- Os indivíduos fazem tanto a diferença que você pode influenciar e modificar políticas governamentais nas democracias constitucionais. A participação política ativa é guiada pelo critério de Aldo Leopold:
“Toda ética se apoia na premissa de que o indivíduo é membro de uma comunidade de partes independentes”.
CONCEITUAÇÃO:
Sabe-se que as democracias foram designadas para lidar principalmente com problemas isolados de curto prazo.
Política: É o processo pelo qual indivíduos e grupos influenciam ou controlam as políticas e ações dos governos nos níveis local, estadual, nacional e internacional. A política está preocupada com quem tem poder sobre a distribuição de recursos e quem recebe o quê, quando e como. Muitas pessoas pensam em política no âmbito nacional, mas o que afeta diretamente a maioria das pessoas é o que acontece nas comunidades locais.
Democracia: É o governo das pessoas por meio de delegados ou políticos e representantes eleitos. Em uma democracia constitucional, a constituição fornece a base de autoridade governamental, limita o poder do governo ordenando eleições livres e garantias de liberdade de expressão.
- as instituições políticas nas democracias constitucionais são designadas para permitir mudança gradual a fim de assegurar a estabilidade econômica e política.
- Nos Estados Unidos, por exemplo, mudanças rápidas e desestabilizantes são controladas por um sistema de verificações e equilíbrio que distribui o poder entre os três poderes do governo – Legislativo, Executivo e Judiciário – e entre os governos, federal, estadual e municipal.
Os representantes eleitos e nomeados pelo governo devem lidar com a pressão de muitos grupos competitivos de interesse especial, aprovando leis, desenvolvendo orçamentos e formulando regulamentações.
Cada grupo defende a aprovação de leis, a concessão de subsídios ou a redução de impostos, ou o estabelecimento de regulamentações favoráveis à sua causa e enfraquecem ou repelem leis e regulamentações desfavoráveis à sua posição.
LIDERANCA AMBIENTAL:
-Podemos liderar, por exemplo, usando nosso estilo de vida para mostrar aos outros que a mudança é possível e benéfica.
-Podemos trabalhar dentro dos sistemas econômicos e políticos existentes para conseguir a melhora ambiental. Nós podemos influenciar as decisões políticas fazendo campanhas, votando e nos comunicando com os representantes eleitos. 
-Podemos também enviar mensagens para empresas que fabricam produtos ou que tenham políticas prejudiciais ao meio ambiente, pressionando-as com nosso poder de consumo e mostrando-lhes as escolhas que fizemos. Além disso, podemos fazer parte do sistema ao escolher carreiras na área ambiental.
-Podemos nos candidatar a cargos públicos em instituições locais. Olhe-se no espelho. Talvez você seja a pessoa que pode fazer a diferença em um cargo público.
-Podemos propor e trabalhar por melhores soluções para os problemas ambientais. Liderança é mais do que ser contra algo. Ela também envolve buscar melhores maneiras de atingir os objetivos e persuadir as pessoas a trabalhar juntas para atingi-los. Se nos preocuparmos o suficiente, cada um de nós pode fazer a diferença.
CRIMES AMBIENTAIS:
“Agressões ao meio ambiente e seus componentes (flora, fauna, recursos naturais, patrimônio cultural) que ultrapassam os limites estabelecidos por lei. Ou ainda, a conduta que ignora normas ambientais legalmente estabelecidas mesmo que não sejam causados danos ao meio ambiente”.
-Por exemplo, no primeiro caso, podemos citar uma empresa que gera emissões atmosféricas. De acordo com a legislação federal e estadual específica há certa quantidade de material particulado e outros componentes que podem ser emitidos para a atmosfera. Assim, se estas emissões (poluição) estiverem dentro do limite estabelecido então não é considerado crime ambiental.
-No segundo caso, podemos considerar uma empresa ou atividade que não gera poluição, ou ainda, que gera poluição, porém, dentro dos limites estabelecidos por lei, mas que não possui licença ambiental. Neste caso, embora não cause danos ao meio ambiente, ela está desobedecendo uma exigência da legislação ambiental e, por isso, está cometendo um crime ambiental passível de punição por multa e/ou detenção de um a seis meses.
-Da mesma forma, pode ser considerado crime ambiental a omissão ou sonegação de dados técnico-científicos durante um processo de licenciamento ou autorização ambiental. Ou ainda, a concessão por funcionário público de autorização, permissão ou licença em desacordo com as leis ambientais.
Os crimes ambientais são classificados em cinco tipos diferentes:
Crimes contra a fauna: Agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em rota migratória, como caçar, pescar, matar, perseguir, apanhar, utilizar, vender, expor, exportar, adquirir, impedir a procriação, maltratar, realizar experiências dolorosas ou cruéis com animais quando existe outro meio, mesmo que para fins didáticos ou científicos, transportar, manter em cativeiro ou depósito, espécimes, ovos ou larvas sem autorização ambiental ou em desacordo com esta. Ou ainda a modificação, danificação ou destruição de seu ninho, abrigo ou criadouro natural. Da mesma forma, a introdução de espécime animal estrangeira no Brasil sem a devida autorização também é considerado crime ambiental, assim como o perecimento de espécimes devido à poluição.  
Crimes contra a flora: Destruir ou danificar floresta de preservação permanente mesmo que em formação, ou utilizá-la em desacordo com as normas de proteção assim como as vegetações fixadoras de dunas ou protetoras de mangues; causar danos diretos ou indiretos às unidades de conservação; provocar incêndio em mata ou floresta ou fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocá-lo em qualquer área; extração, corte, aquisição, venda, exposição para fins comerciais de madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal sem a devida autorização ou em desacordo com esta. Extrair de florestas de domínio público ou de preservação permanente pedra, areia, cal ou qualquer espécie de mineral; impedir ou dificultar a regeneração natural de qualquer forma de vegetação; destruir, danificar, lesar ou maltratar plantas de ornamentação de logradourospúblicos ou em propriedade privada alheia; comercializar ou utilizar motosserras sem a devida autorização. Neste caso, se a degradação da flora provocar mudanças climáticas ou alteração de corpos hídricos e erosão a pena é aumentada de um sexto a um terço.
Poluição e outros crimes ambientais: A poluição acima dos limites estabelecidos por lei é considerada crime ambiental. Mas, também o é, a poluição que provoque ou possa provocar danos a saúde humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora. Também é crime a poluição que torne locais impróprios para uso ou ocupação humana, a poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público e a não adoção de medidas preventivas em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. São considerados outros crimes ambientais a pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem autorização ou em desacordo com a obtida e a não recuperação da área explorada; a produção, processamento, embalagem, importação, exportação, comercialização, fornecimento, transporte, armazenamento, guarda, abandono ou uso de substâncias tóxicas, perigosas ou nocivas a saúde humana ou em desacordo com as leis; construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar empreendimentos de potencial poluidor sem licença ambiental ou em desacordo com esta; também se encaixa nesta categoria de crime ambiental a disseminação de doenças, pragas ou espécies que posam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora e aos ecossistemas.
Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural: Destruir, inutilizar, deteriorar, alterar o aspecto ou estrutura (sem autorização), pichar ou grafitar bem, edificação ou local especialmente protegido por lei, ou ainda, danificar, registros, documentos, museus, bibliotecas e qualquer outra estrutura, edificação ou local protegidos quer por seu valor paisagístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico e etc.. Também é considerado crime a construção em solo não edificável (por exemplo, áreas de preservação), ou no seu entorno, sem autorização ou em desacordo com a autorização concedida.
Crimes contra a administração ambiental: Os crimes contra a administração incluem afirmação falsa ou enganosa, sonegação ou omissão de informações e dados técnico-científicos em processos de licenciamento ou autorização ambiental; a concessão de licenças ou autorizações em desacordo com as normas ambientais; deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental; dificultar ou obstar a ação fiscalizadora do Poder Público.
A LEI DE CRIMES AMBIENTAIS:
Em 12 de fevereiro de 1998 foi a aprovada a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98).
Essa lei disciplinou o capítulo de Meio Ambiente da Constituição Federal quanto ao estabelecimento de punições civis, administrativas e criminais para as condutas lesivas ao meio ambiente.
Por meio dela, são uniformizadas as penalidades antes dispersas em várias leis e as infrações são claramente definidas. Como destaques dessa nova legislação estão a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica, e também da pessoa física autora e co-autora da infração, e as medidas de controle da atuação de funcionários de órgãos de controle ambiental.
Atividade proposta:
Assista ao vídeo produzido pelos alunos da Universidade Estácio de Sá de Belo Horizonte sobre o acidente nuclear do Césio 137 em Goiânia e responda:
Qual tipo de crime ambiental foi cometido nesta situação no enquadramento da Lei de Crimes Ambientais promulgada em 1998? Como o mesmo aconteceu? Quem foi culpado pelo acidente?
RESPOSTA: Crime da poluição e de outros crimes ambientais. Ocorreu através de abandono de equipamentos compostos por material radioativo, sem indicativos e segurança adequada. Os culpados pelo acidente foram os donos e o físico responsável pela clínica médica (instituto) de fisioterapia, Orlando Teixeira, Carlos Bezerrio, Crisei  de Dourado, Framario Angular.
Aula 5: Licenciamento Ambiental
Conforme Braga et al. (2005), no Brasil e em muitos outros países, durante um longo período de tempo, a poluição era vista como um indicativo de progresso.
Nesse momento surge a necessidade de regulação das atividades das empresas, desde seu projeto até a sua operação: o licenciamento ambiental!
PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR
A cobrança de tributos ambientais objetiva internalizar os custos ambientais produzidos pelos particulares. Nas economias de mercado, as decisões sobre o que, como, quanto e onde produzir são feitas considerando: Os preços dos bens que serão produzidos e seus custos internos de produção e distribuição.
Para o empresário, os custos incorridos pela empresa devem ser os mínimos possíveis para que ele possa maximizar os lucros. Além desses custos de produção e distribuição, as atividades produtivas também geram outros custos, que se não forem pagos pela empresa, recaem sobre a sociedade, daí porque são denominados custos externos ou sociais.
- Um desses custos refere-se à perda da qualidade do meio ambiente, seja decorrente do uso de recursos naturais, seja da poluição resultante de processos da produção, distribuição e utilização dos bens produzidos pela empresa.
- A poluição de um rio causada por um processo produtivo representa custos reais desse processo, porém, é a sociedade que paga por eles, constituindo-se dessa forma, em custos externos à empresa poluidora. Os custos totais da produção dos bens e serviços são, portanto, constituídos pelos custos internos e externos: os primeiros são aqueles que a empresa paga para poder produzir e comercializar, o segundo são pagos por todas as pessoas desta e das futuras gerações.
PPP: O Princípio do Poluidor-Pagador é o conceito mais utilizado na formulação de instrumentos econômicos de políticas ambientais. É estabelecido como instrumento de política ambiental aplicado como diretriz pelos países-membros da OECD, é entendido com a seguinte definição:
Princípio a ser aplicado para a imputação de custos das medidas de prevenção e de controle da poluição, que favorecem o emprego racional de recursos limitados do meio ambiente, evitando-se as distorções do comércio internacional.
Nesse caso, a aplicação do princípio atribui ao poluidor a responsabilidade pelas despesas relativas aos serviços públicos executados pelo Estado para que as condições do meio ambiente permaneçam aceitáveis. Assim, o custo das medidas deverá repercutir sobre os custos dos bens e serviços que estão na origem da poluição, gerados na produção ou no consumo.
- Segundo os mesmos autores, no PPP, o poluidor deve arcar com o ônus financeiro proporcional às alterações que provoca no ambiente. 
Já no Princípio Usuário-Pagador, o usuário deve pagar o custo social total decorrente de seu consumo, incluindo a diminuição da oferta e os custos de tratamentos eventualmente necessários, ou mesmo incluindo os custos indiretos como as taxas que recaem sobre o uso de produtos (combustíveis fósseis).
MODALIDADES DE INSTRUMENTOS ECONÔMICOS ADOTADAS NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS:
Cobranças Variáveis; Mercados de licenças negociáveis; Subsídios (financiamento); Sistemas de depósito-restituição (caução); Incentivos de enforcement (sanção). 
O LICENCIAMENTO AMBIENTAL NO CONTROLE DAS ATIVIDADES POLUIDORAS
-Licenciamento de atividades poluidoras:
É constituído de um conjunto de leis e decretos, normas técnicas e administrativas que consubstanciam as obrigações e responsabilidades dos empresários, de Poder Público ou de outros agentes promotores de projetos, com vistas à autorização para implantação de qualquer empreendimento, seja potencial, seja efetivamente capaz de alterar as condições do meio ambiente.
É o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades que utilizam os recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
A LICENÇA AMBIENTAL: é ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades que utilizam os recursos ambientais, consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
- O licenciamento é uma exigência contida no art. 10 da Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto n. 99.274/90, que dispõe: 
 “A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades que utilizam os recursos naturais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como capazes, sob qualquer forma de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do SISNAMA, e do IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis”.
**A competência para o licenciamento ambiental é dos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do IBAMA em caráter supletivo.
O artigo 4º. Comanda que é de competência privativa do IBAMA, o licenciamento ambiental de empreendimentos, no caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional e regional. Exemplos dessas atividades de competência do IBAMA são as relacionadas a atividades nucleares e radiativas. 
Licença Prévia (LP): estabelece as condições para a viabilidade do empreendimento do ponto de vista da proteção ambiental. Em projetos de maior complexidade e com possíveis impactos ambientais relevantes, os órgãos de controle poderão exigir a realização de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/RIMA), como condição para obter a licença prévia.
Licença de Instalação (LI): A ser emitida de acordo com as especificações do projeto executivo; deve conter o plano de controle ambiental do empreendimento. Requer também a apresentação de informações detalhadas do projeto por meio de plantas, layouts, unidades que o compõem, métodos construtivos, processos e tecnologias, sistemas de tratamento e disposição de efluentes, corpos receptores etc. A concessão da licença de instalação autoriza o início da implantação do empreendimento.
Licença de Operação (LO): a ser expedida em fase anterior à operação; após o atendimento dos requisitos necessários, autoriza o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle ambiental, de acordo com o previsto na Licença Prévia e na Licença de Instalação. Autoriza a operação do empreendimento.
- Todas as licenças ambientais são válidas por tempo determinado. A Resolução Conama 237/1997 estabelece para cada tipo de licença um prazo de validade mínimo e um máximo.
O prazo de prorrogação não pode ultrapassar o prazo máximo estabelecido para a modalidade de licença. No caso da licença de operação, o órgão ambiental, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou do empreendimento, poderá aumentar ou diminuir o prazo de validade da licença, respeitando os prazos mínimos e máximos dessa modalidade. A prorrogação da licença de operação deve ser requerida com antecedência mínima de 120 dias do término do seu prazo de validade, ficando esta automaticamente prorrogada até manifestação definitiva do órgão ambiental.
ATIVIDADE PROPOSTA:
Quais os três tipos de licenças ambientais estabelecidas pela Lei 6.938/81? Quais requisitos devem conter?
- Licença Prévia (LP), deve conter os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação da atividade. Sua concessão depende das informações sobre o estágio de concepção do projeto, sua caracterização e justificativa, a análise dos possíveis impactos sobre o ambiente, e as medidas que serão adotadas para o controle e mitigação desses impactos ou dos riscos ambientais. 
- Licença de Instalação (LI), deve conter o plano de controle ambiental do empreendimento. Requer também a apresentação de informações detalhadas do projeto por meio de plantas, layouts, unidades que o compõem, métodos construtivos, processos e tecnologias, sistemas de tratamento e disposição de efluentes, corpos receptores etc. 
- Licença de Operação (LO), após o atendimento dos requisitos necessários, autoriza o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle ambiental, de acordo com o previsto na Licença Prévia e na Licença de Instalação. 
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SIMULADO
1) Quais foram os dilemas da década de 70 para a Política Ambiental?
A década de 70 se inicia com a realização da Conferência de Estocolmo de 1972, onde o Brasil defendia a idéia de que o melhor instrumento para combater a poluição é o desenvolvimento econômico e social. Nessa década, ganhava força a visão de Ecodesenvolvimento que já defendia a conciliação dos aspectos econômicos, sociais e ambientais no desenvolvimento. Essa visão começa a ser internalizada na política ambiental brasileira com a promulgação da lei Nº 6938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente.Diante das pressões externas e da sociedade que acusavam o governo brasileiro de defender o desenvolvimento a qualquer custo, era emergente a necessidade de se criar um projeto ambiental nacional que contribuísse para reduzir os impactos ambientais decorrentes do crescimento causado pela política desenvolvimentista. Como resposta, foi criada em 1973, a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), vinculada ao Ministério do Interior, orientada para conservação do meio ambiente e uso racional dos recursos naturais¿, passando a dividir funções com o IBDF.
2) Quais os fatos que marcaram o contexto histórico da Política Ambiental no Brasil, com sua entrada no novo milênio?
O ano de 2000 se inicia com a aprovação da Lei Nº 9985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC), dividindo as unidades de conservação em Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso sustentável. O SNUC reflete um avanço na política ambiental brasileira considerando que veio fortalecer a perspectiva de uso sustentável dos recursos naturais, das medidas compensatórias e de uma descentralização mais controlada da política ambiental no Brasil. Dois anos após a criação do SNUC, foi lançada a Agenda 21 Brasileira em 2002, com vasta consulta à população brasileira, universidades, organizações não-governamentais, órgãos públicos dos diversos entes federativos. A criação da Agenda 21 Brasileira foi um avanço na medida em que sensibiliza os governos locais e estaduais a encararem suas responsabilidades para um desenvolvimento sustentável, e a tomarem iniciativas para elaboração de suas Agendas 21 locais, por meio de planejamento estratégico e participativo.
AULA 6: ESTUDOS AMB.
Meio ambiente Integrado:
Segundo Granato e Oddone, ao aumentar o preço do meio ambiente, por exemplo, pela via da aplicação de um imposto, a conduta de produtores e consumidores mudará “produzindo-se um uso socialmente ideal dos recursos naturais”.
Tendo em conta que a sustentabilidade está especialmente relacionada ao consumo de bens ambientais capazes de satisfazer às necessidades das atuais gerações sem prejudicar o direito ao consumo e à satisfação de necessidades das gerações vindouras, cabe se perguntar como se traduzem em termos econômicos esta preocupação e, em particular, “os direitos das futuras gerações”. É aqui que reside uma fundamental contraposição entre a economia ambiental e a denominada economia do bem-estar.
Indicadores:
Um indicador é uma informação processada, geralmente de caráter quantitativo, que gera uma noção clara e acessível sobre um fenômeno complexo e sua evolução, de modo a dar uma ideia da situação em que ele se encontra, podendo-se estabelecer, então, qual a diferença existente entre seu estado em relaçãoà ideal situação.
A história do desenvolvimento de indicadores ambientais teve início oficial na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Natural e Desenvolvimento, quando se produziu um consenso geral a respeito da necessidade de avançar para a implementação de um desenvolvimento sustentável.
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA):
Não podemos começar a falar de indicadores, sem antes apresentar a Avaliação de Impactos ambientais (AIA). Embora muito pouco divulgado, esse instrumento da PNMA é “constituído por um conjunto de documentos, Estudos e respectivos Relatórios de Impacto Ambiental, com o objetivo de assegurar o exame sistemático e prévio dos impactos ambientais de uma determinada proposta e de suas alternativas, de cujos resultados, tornados públicos, depende a decisão sobre a proposta. Tem um alcance muito amplo, e por isso necessita da contribuição de diversos peritos, técnicos e científicos, cujo objetivo é fornecer informações valiosas no processo decisório”.
A AIA investiga, avalia e documenta a informação que permite aos cidadãos e órgãos governamentais ter conhecimento dos riscos e dos benefícios da ação proposta e suas alternativas. 
Visa assegurar o exame sistemático dos impactos ambientais de uma determinada ação (projeto, programa, plano, política) e de suas alternativas com resultados apresentados ao público e aos responsáveis antes que a decisão de sua implementação seja tomada.
Estudo de Impacto Ambiental (EIA):
Em qualquer caso, o estudo dos impactos constitui um instrumento de gestão ambiental sem o qual não seria possível promover a melhoria dos sistemas produtivos em matéria ambiental. Qualquer abordagem de gestão ambiental de uma organização, seja ela corretiva, preventiva ou estratégica, requer a identificação e análise de impactos ambientais para estabelecer medidas para agir em conformidade com a legislação ou com a sua política ambiental.
Estudos de impacto ambiental podem ser efetuados a qualquer momento, antes de realizar ações e depois que tais ações foram realizadas, ou seja, para produtos, atividades e empreendimentos existentes e propostos.
A identificação dos aspectos ambientais deve ser feita mediante um processo contínuo que determina os impactos, positivos ou negativos, passados, presentes e potenciais das atividades da organização sobre o meio ambiente.
 Assim, o estudo dos impactos ambientais faz parte do processo de implantação e operação de um SGA (Sistema de Gestão Ambiental) e das auditorias ambientais pertinentes.
Para efeito do EIA, entende-se por impacto ambiental qualquer mudança decorrente de ação humana no ambiente natural e social decorrente de uma atividade ou de um empreendimento proposto. A palavra impacto se refere, portanto, às alterações no meio ambiente físico, biótico e social decorrentes de atividades humanas em andamento ou propostos.
-
O EIA deve ser um processo formal, tanto para quem o faz, o empreendedor, quanto para o poder público que o exige e toma decisões baseadas em seus resultados. 
Seu objetivo é tomar ciência antecipadamente das agressões ao meio ambiente físico, biótico e social decorrentes da implantação de certos tipos de empreendimentos e atividades.
Dessa forma, o EIA deve ser entendido como uma etapa integrante do próprio projeto de obra ou de atividade potencialmente causadora de degradações significativas do meio ambiente.
Relatório de Impacto ao Meio Ambiente RIMA:
AULA 7: AUDITORIA AMBIENTAL
Se examinarmos a formação do direito ambiental, é possível identificar basicamente duas fases:
1) A proteção ambiental é setorial, ou seja, não exclusivamente específica ao meio ambiente, como bem juridicamente protegido.
2) A especificidade do meio ambiente é considerada, fazendo com que as normas de controle ambiental, efetivamente, caminhem para o aperfeiçoamento.
Desde o momento em que os gestores ambientais perceberam que a disponibilidade de tecnologias e o monitoramento dos resultados não bastavam para alcançar resultados nessa área, as auditorias passaram a ser cada vez mais utilizadas. A competição internacional conduziu as exigências ambientais ao status de barreiras não tarifárias, levando à elaboração e implementação das normas ISO 14001 e do correspondente sistema de auditoria e certificação ao redor do mundo.
A ISO 14000 foi uma evolução importante, porque as normas não se concentravam em padrões técnicos específicos e características desejáveis de produtos, mas sim como a empresa se organiza para tratar de gestão ambiental de suas atividades, produtos e serviços. Também foi desenvolvida uma estrutura para certificação dos sistemas de gestão ambiental por meio de auditorias.
-As auditorias ambientais são instrumentos de múltiplos propósitos e um dos mais antigos que se conhece. A auditoria entendida como exame, conferência ou apuração de fatos já era empregada há muito tempo e existem relatos de seu uso na Antiguidade, como atestam diversos textos de auditoria contábil. 
No início, as auditorias ambientais buscavam basicamente assegurar a adequação das empresas às leis ambientais dentro de uma postura defensiva, ou seja, procuravam identificar os possíveis problemas relacionados com multas, indenizações e outras penalidades ou restrições contidas nas diversas leis federais, estaduais.
-- Com o tempo, outras considerações foram sendo acrescentadas e, com isso, a expressão auditoria ambiental tornou-se bastante elástica, podendo significar uma diversidade de atividades de caráter analítico voltadas para identificar, averiguar e apurar fatos e problemas ambientais de qualquer magnitude e com diferentes objetivos
A Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável da ICC estabelece no seu 16º. princípio que a empresa deve medir o desempenho ambiental, realizar auditorias ambientais regularmente, obedecer as normas legais e divulgar informações apropriadas ao conselho de diretores, aos empregados, aos acionistas, às autoridades e ao público em geral.
APLICAÇÃO - As auditorias ambientais podem ser aplicadas em: Organizações, processos, locais, sistema e produtos.
ATIVIDADE PROPOSTA:
Ao estudar a história da indústria no século XX, é possível perceber uma evolução no trato da questão ambiental nas empresas. Em qual momento da história as auditorias ambientais foram vistas como um instrumento necessário para as empresas e por quê?
No fim da década de 1980, impulsionadas pelos problemas causados pelos acidentes, pelos crescentes custos do controle da poluição e pelo aumento das pressões sociais com os movimentos ambientalistas.
AULA 8: SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – PARTE I
Surge a necessidade da criação de sistemas de gestão, que quando integrados ao conhecimento ajudam significativamente na minimização do impacto, ou mesmo na prevenção dele.
Com a 1ª. Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano nos países da Europa e da América do Norte, muitas empresas se viram obrigadas a desembolsar recursos financeiros significativos por causa dos problemas resultantes de uma atuação desvinculada do meio ambiente, além de terem a sua imagem perante o mercado seriamente comprometida. Isso também acabava dificultando o relacionamento com fornecedores, consumidores e órgãos de controle ambiental, exigindo o desenvolvimento de um novo modelo de atuação.
A Inglaterra, berço dos Sistemas de Qualidade, foi a precursora dos Sistemas de Gestão Ambiental normalizados, dando assim origem aos nossos Sistemas de Gestão Ambiental brasileiros, finaliza o autor.
Conceitos de Sistemas de Gestão Ambiental – SGA:
A nova postura originada na última década do século XX em relação ao Meio Ambiente, ficou conhecida como Gestão Ambiental, entendida como: Parte do sistema de gestão global da organização que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental, consistindo, em última análise, na forma pela qual a organizaçãogerencia suas atividades, revisando a otimização do desempenho ambiental.
Outras definições:
 “A forma como uma organização administra as relações entre suas atividades e o meio ambiente que as abriga, observadas as expectativas das partes interessadas”. 
“conjunto de medidas e procedimentos bem definidos que, se adequadamente aplicados, permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente”.
- Qualquer que seja a empresa, indústria ou prestadora de serviços, no instante em que inicia sua instalação e/ou sua operação, inicia também sua própria deterioração e, em consequência, a do seu entorno. Esta degradação é conhecida como passivo ambiental associado e representa tudo aquilo que deve ser contabilizado como débito ou negativo do empreendimento, ou seja, conjunto de obrigações ambientais não satisfeitas pela empresa e que deve ser subtraído do seu patrimônio positivo ou ativo.
Os passivos de origem interna são aqueles gerados pelos processos de implementação e/ou operação do empreendimento, e portanto, de responsabilidade direta do empreendedor, já os de origem externa, podem ser imputados a terceiros quando comprovado o meio causal. Quando isto não for possível, a responsabilidade recai sobre o empreendedor, pois entende-se que este deve zelar pelo seu patrimônio e pelo patrimônio público para que seja evitada a degradação do meio.
Dimensões da SGa:
-Espacial que concerne à área na qual se espera que as ações de gestão tenham eficácia.
-Temática que delimita as questões ambientais às quais as ações se destinam.
-Institucional relativa aos agentes que tomaram as iniciativas de gestão (Barbieri, 2010).
-A essas dimensões pode-se acrescentar a filosófica que trata da visão de mundo e da relação entre o ser humano e a natureza.
Como qualidade de vida é um dos direitos fundamentais do homem, por conseguinte é dever do Estado promovê-la por meio de ações políticas de fiscalização séria, tendo como contrapartida seu cumprimento por parte de todos aqueles que formam o Estado: órgãos
ATIVIDADE:
No Brasil e em muitos outros países, durante um longo período de tempo, a poluição era vista como um indicativo de progresso. Essa percepção foi mantida até que os problemas relacionados à degradação do meio ambiente, contaminação do ar, da água e do solo – com efeitos diretos sobre os seres humanos – se intensificaram. Explique por que essa visão teve de ser alterada.
resp: Por que, conforme o tempo foi passando, muitas empresas se viram obrigadas a desembolsar recursos financeiros significativos por causa dos problemas resultantes de uma atuação desvinculada do meio ambiente, além de terem a sua imagem perante o mercado seriamente comprometida. Isso também acabava dificultando o relacionamento com fornecedores, consumidores e órgãos de controle ambiental, exigindo o desenvolvimento de um novo modelo de atuação, exigido pela sociedade que teve sua preocupação ambiental muito aumentada nos últimos anos.
AULA 9: SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – PARTE II
Os instrumentos econômicos procuram influenciar o comportamento das pessoas e das organizações em relação ao meio ambiente, utilizando medidas que representem benefícios ou custos adicionais para elas. Esses instrumentos podem ser de dois tipos: fiscais e de mercado. Os primeiros, que se realizam mediante transferências de recursos entre os agentes privados e o setor público, podem ser tributos ou subsídios. Por subsídio entende-se qualquer tipo de renúncia ou transferência de receita do entes estaduais em benefício dos agentes privados, para que estes reduzam seus níveis de degradação ambiental.
Segundo o mesmo autor, os tributos ambientais transferem recursos dos agentes privados para o setor público em decorrência de algum problema ambiental. Eles são denominados impostos e encargos ambientais (environmental taxes and charges) pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que congrega os países mais ricos de economia de mercado e uma das entidades que mais defendem esse tipo de instrumento. No âmbito da União Europeia, esses tributos são denominados ecotaxas.
O desenvolvimento e aplicação do Sistema de Gestão Ambiental permite também:
A redução de custos diários, com a instalação de práticas de reciclagem, de reaproveitamento de resíduos e uso de combustíveis menos poluentes (gás natural, biomassa, energia solar e eólica).
A boa reputação da empresa junto aos órgãos ambientais, à comunidade e às organizações não-governamentais, gera maiores possibilidades de obtenção de financiamentos a taxas reduzidas e de redução de custos de seguro.
A gestão das empresas na era da economia digital e da gestão ambiental e responsabilidade social devem encarar como absolutamente normal uma organização com suas fronteiras ampliadas.
A ampliação das fronteiras da organização passa a ocorrer em função das:
-Questões ambientais e sociais;
-Parcerias e alianças estratégicas entre organizações;
-Tecnologia da informação.
Os elementos-chave, ou os princípios definidores de um Sistema de Gestão Ambiental baseados na NBR Série ISO 14001:
1. Política Ambiental 2. Planejamento 3. Implementação e operação 4. Verificação e ação corretiva
5. Análise crítica
Na implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, contudo, o primeiro passo deve ser a formalização por parte da direção da empresa, perante a sua corporação, do desejo da instituição em adotar um SGA, deixando claro suas intenções, e enfatizando os benefícios a serem obtidos com a sua adoção.
Isso se traduz em comprometimento de sua alta administração, ou, em alguns casos, dos gerentes e chefias de suas unidades, com a realização de palestras de conscientização e de esclarecimentos da abrangência pretendida, realização de diagnósticos ambientais, definição formal do grupo coordenador, definição de um cronograma de implantação, e, finalmente, no lançamento oficial do programa de implantação do SGA. 
As etapas de implantação do SGA são resumidamente descritas:
-A Série ISO 14001, no seu requisito relativo à política ambiental, afirma que a alta administração deve estabelecer a política ambiental da empresa e assegurar que ela:
Seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços;
Inclua o compromisso com a melhoria contínua e a prevenção da poluição;
Inclua comprometimento com a legislação e normas ambientais aplicáveis e demais requisitos subscritos pela organização;
Forneça a estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas ambientais;
Esteja disponível para o público.
2 - PLANEJAMENTO:
- A Série ISO 14001 recomenda que a organização formule um plano para cumprir sua Política Ambiental. Este plano deve incluir os seguintes tópicos: aspectos ambientais; requisitos legais e outros requisitos; objetivos e metas; e programas de gestão ambiental.
- Aspectos ambientais
O objetivo desse item da norma é fazer com que a empresa identifique todos os impactos ambientais significativos, reais e potenciais, relacionados com suas atividades, produtos e serviços, para que possa controlar os aspectos sob sua responsabilidade. Segundo esta norma, aspecto ambiental significa a causa de danos ambientais e impacto ambiental significa os seus efeitos ambientais, adversos ou benéficos.
-Requisitos legais e outros requisitos
Nesta etapa, são definidos critérios para o cadastramento e a divulgação da legislação ambiental, dos códigos de conduta aplicáveis a situações específicas da empresa, e dos compromissos ambientais assumidos pela corporação.
-Objetivos e metas
os objetivos e metas devem refletir os aspectos e impactos ambientais significativos e relevantes visando o desdobramento em metas e objetivos ambientais a serem alcançados operacionalmente por setores específicos da empresa, com responsabilização definida.
- Programas de Gestão Ambiental
O programa de gestão ambiental deve conter um cronograma de execução, que permita comparação entre o realizado e o previsto,recursos financeiros alocados às atividades e definição de responsabilidades e prazos de cumprimento dos objetivos e metas.
3 - IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO
- Estrutura organizacional e Responsabilidade
-Treinamento, Conscientização e Competência
-Comunicação
-Documentação do Sistema de Gestão Ambiental
-Controle de documentos
-Controle operacional
-Preparação e atendimento a emergências
4 - VERIFICAÇÃO E AÇÃO CORRETIVA
Este item da norma cria condições de se averiguar se a empresa está operando de acordo com o programa de gestão ambiental previamente definido, identificando aspectos não desejáveis e mitigando quaisquer impactos negativos, além de tratar das medias preventivas.
A Verificação e Ação Corretiva são etapas orientadas por quatro características básicas do processo de gestão ambiental: 
- Monitoramento e Medição
- Não-conformidades e Ações Corretivas e Preventivas
- Registros
- Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental
5. ANÁLISE CRÍTICA
Após a etapa da auditoria, e considerando possíveis mudanças nos cenários internos e externos, como novas pressões de mercado e as recentes tendências do ambiente externo da empresa - além do compromisso de melhoria contínua requerido pela SGA -, é o momento da administração identificar a necessidade de possíveis alterações em sua Política Ambiental, nos seus objetivos e metas, ou em outros elementos do sistema.
Aqui o processo de gestão pode ser revisado, bem como o processo de melhoria contínua exercitado.
-Conclusão: Os sistemas de gestão têm mostrado formas eficientes de se implementar ideias, ou melhor dizendo, novos valores culturais às administrações empresariais. Assim fazendo, permite-se que ações efetivas venham a ocorrer, mudanças se operem e o projeto corporativo anunciado se realize.
Cuidado com meio ambiente não é apenas sinônimo de despesa, pois o gerenciamento ambiental também pode significar economia de insumos, maior valor agregado ao produto, novas oportunidades de negócios e boa reputação para as empresas identificadas como ecologicamente corretas. 
ATIVIDADE
Na implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, qual o primeiro passo a ser dado na empresa?
O primeiro passo deve ser a formalização por parte da direção da empresa, perante a sua corporação, do desejo da instituição em adotar um SGA, deixando claro suas intenções, e enfatizando os benefícios a serem obtidos com a sua adoção.
AULA 10: ISO 14001
De onde sai a maior parte da matéria-prima e da energia necessária para os processos industriais?  Para onde são destinados os resíduos resultantes e a energia dissipada pelas atividades humanas e principalmente empresariais?
Para garantir as respostas a estas questões, surgiu a ISO 14001 a qual veremos a seguir.
- Nesta rápida evolução em direção a um mercado global, ter um conjunto de regras comuns é fundamental para facilitar o comércio. Ao mesmo tempo, essas regras devem ser suficientemente flexíveis para se aplicar tanto a uma empresa do Japão ou do Brasil, como a uma empresa dos Estados Unidos ou da Inglaterra.
A ISO 14001 tem se mostrado uma ótima ferramenta para ajudar a empresa a evoluir da simples conformidade com regulamentos para uma posição de melhor produtividade e maior vantagem.
Além disso, a experiência tem mostrado que a ISO 14001 é uma estrutura que inspira e canaliza a criatividade de todos os membros da organização, tornando-os agentes ativos da proteção ambiental, da conservação de recursos e da melhoria da eficiência. Quando todos os membros de uma organização são desafiados a pensar de forma diferente, promove-se a criação de produtos e serviços inovadores.
- A rapidez e a eficácia com que ocorre o retorno de um investimento feito na ISO 14001 constituem uma função de várias condições, incluindo:
Situação e nível de sofisticação do sistema de gestão existente.
Grau do desafio ambiental enfrentado, incluindo situações passadas, presentes e futuras.
Quantidade e qualidade dos recursos aos quais se tem acesso, tanto internos como externos.
Estado de preparação, como, por exemplo, a existência de práticas de gestão ambiental.
Responsabilidades relacionadas com a gestão ambiental e sua relação com pessoas.
Expectativas das partes interessadas com relação ao SGA.
A ISO 14001 é uma norma intencionalmente flexível, que pode ser aplicada em pequenas empresas como em organizações multinacionais, possibilitando o acesso a um mercado global onde os desempenhos empresarial e ambiental andam de mãos dadas.
Agora que já lemos o artigo e entendemos o que é a ISO e suas funções na empresa, podemos falar que aquelas relacionadas aos sistemas de gestão ambiental são:
- ISSO 14001 e 14004, são de uso geral, foram publicadas em 1996 e passaram por um processo de revisão iniciado em 1999 e concluído em 2004.
-ISSO 14061, específica para organizações florestais.
Atualmente, através da existência do sistema de gestão ambiental regulado pelas ISO, principalmente aquelas relacionadas ao meio ambiente, já começamos a notar algumas pequenas diferenças. Vamos torcer para que elas continuem a ser usadas como fator, antes de mais nada, de sobrevivência do homem na Terra. 
ATIVIDADE
Cada vez mais, aumentam as evidências de que empresas que gerenciam não apenas os fatores econômicos comuns, mas também os fatores ambientais e sociais que afetam seus negócios demonstram um desempenho financeiro superior ao de empresas que deixam de gerenciar os três tipos de fatores. Explique o porquê disso.
Resposta:
Por que a ISO 14001 é uma estrutura que inspira e canaliza a criatividade de todos os membros da organização, tornando-os agentes ativos da proteção ambiental, da conservação de recursos e da melhoria da eficiência. Quando todos os membros de uma organização são desafiados a pensar de forma diferente, promove-se a criação de produtos e serviços inovadores. A inovação constitui um propulsor fundamental para o crescimento econômico, o que faz da ISO 14001 uma formidável ferramenta que certamente trará ótimos resultados ao investir.

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