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O Capital - Gabriel Damião

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O Capital – Karl Marx 
Gabriel Damião Costa (Estudante do 2º período de Relações Econômicas Internacionais – UFMG) 
1 INTRODUÇÃO 
Denominado “A Assim Chamada Acumulação Primitiva” o capítulo XXIV da obra de Karl Marx destrincha 
o assunto abordado em 7 subtítulos, que vão desde “O Segredo da Acumulação Original” até a “Tendência 
histórica da acumulação capitalista. O resumo exposto abaixo, trará os pontos principais abordados por 
Marx em sua obra, incluindo citações do autor em questão agregadas a um paralelo com outros autores. 
2 PALAVRAS (EXPRESSÕES) CHAVE 
 Primitiva: Constitui a pré-história (“Essa acumulação primitiva desempenha...”) 
 Idílico: Maravilhoso/Ideal (“Esses processos idílicos são momentos ...”) 
 Enclosure: Cercamento (“...resume assim o efeito global dos enclosures...”) 
 Clearing of Estates: Grande processo de expropriação (“...o que o Clearing of Estates significa em 
sentido próprio...”) 
 Alqueive: Estado de uma terra lavrada que se deixa descansar (“Não apenas terras em 
alqueive...”) 
3 RESUMO (EM TÓPICOS) DO CAPÍTULO XXIV 
 A acumulação primitiva é o processo histórico de separação entre produtor e meio de produção. 
(“A assim chamada acumulação primitiva é, portanto, nada mais que o processo histórico de 
separação entre produtor e meio de produção. Ele aparece como primitivo porque constitui a 
pré-história do capital e do modo de produção que lhe corresponde.”) 
 
 O ponto de partida do desenvolvimento foi a servidão do trabalhador. (“O ponto de partida do 
desenvolvimento que produziu tanto o trabalhador assalariado quanto o capitalista foi a 
servidão do trabalhador. A continuação consistiu numa mudança de forma dessa sujeição, na 
transformação da exploração feudal em capitalista.”) 
 
 O Clearing of Estates foi o último grande processo de expropriação dos lavradores da base 
fundiária. (“O último grande processo de expropriação dos lavradores da base fundiária é 
finalmente a assim chamada Clearing of Estates [clarear propriedades, de fato, limpá-las de 
seres humanos. Todos os métodos ingleses até agora observados culminaram no clarear.”) 
 
 A citação a seguir descreve como o Clearing of Estates se distingue na Escócia. (“Mas o que o 
Clearing of Estates significa em sentido próprio, vamos aprender na terra prometida da 
moderna literatura de romance, na alta Escócia. Lá, o procedimento se distingue por seu caráter 
sistemático, pela grandeza da escala em que é executado com um só golpe ... e finalmente pela 
forma especial da propriedade fundiária usurpada.”) 
 
 Métodos idílicos da acumulação primitiva: Roubo dos bens da Igreja, furto da propriedade 
comunal e outros citados a seguir. (“O roubo dos bens da Igreja, a fraudulenta alienação dos 
domínios do Estado, o furto da propriedade comunal, a transformação usurpadora e executada 
com o terrorismo inescrupuloso da propriedade feudal e clânica em propriedade privada 
moderna, foram outros tantos métodos idílicos da acumulação primitiva. Eles conquistaram o 
campo para a agricultura capitalista, incorporaram a base fundiária ao capital e criaram para 
a indústria urbana a oferta necessária de um proletariado livre como os pássaros.”) 
 
 A partir do século XV verifica-se o surgimento de legislações sanguinárias que punia os 
expropriados de diversas formas, tratando-lhes como indivíduos que escolhessem 
propositalmente esse caminho. A burguesia regulava os salários e aumentava a jornada de 
trabalho, sendo proibido pagar salários acima dos legais. Não cumprir era sinônimo de punição 
para quem pagasse ou recebesse. Marx utiliza expressões que evidenciam a sua análise quanto à 
gênese do capitalismo. (“A burguesia nascente precisa e emprega a força do Estado para regular 
o salário, isto é, para comprimi-lo dentro dos limites convenientes à extração de mais-valia para 
prolongar a jornada de trabalho e manter o próprio trabalhador num grau normal de 
dependência. Esse é um momento essencial da assim chamada acumulação primitiva.”) 
 
 O autor cita uma passagem da Utopia de Thomas Morus que relata o que foram os cercamentos 
na Grã Bretanha, expondo também o processo de expropriação dos camponeses. (“Um voraz 
insaciável avarento, terrível praga de sua terra natal, trama e consegue apossar-se de milhares 
de acres, contornando-os e fecha-os com cercas e valados, expulsa os lavradores que os 
ocupavam, utilizando a fraude e a violência...”) 
 
 Marx questiona a propriedade privada, visualizando-a como sustentadora do modo de produção 
capitalista. Ele defende que a mesma pertence ao trabalhador, mas foi transformada em 
propriedade privada capitalista, na qual o proprietário apenas explora o trabalho alheio. (“...a 
transformação dos meios de produção individualmente dispersos em meios socialmente 
concentrados, da propriedade minúscula de muitos na propriedade gigantesca de poucos; a 
expropriação da grande massa da população, despojada de suas terras, de seus meios de 
subsistência e de seus instrumentos de trabalho, essa terrível e difícil expropriação, constitui a 
pré-história do capital.”) 
 
4 PRINCIPAIS QUESTÕES – O CAPITAL (CAPÍTULO XXIV) 
1. O que Marx chama de “acumulação primitiva”? Capitalismo começaria a existir sem ela? 
A acumulação primitiva é nada amis que o processo histórico de separação entre produtor e meio 
de produção. Diz-se primitiva pois constitui a pré-história do capital e do modo de produção 
capitalista. É provável que sem a acumulação primitiva (agregada a conceitos como propriedade 
privada) não existiria capitalismo. A separação entre produtor e meio de produção gerou uma 
volumosa força de trabalho livre e disponível para ser comprada ao mesmo tempo em que a 
colonização e os monopólios mercantis refletiram em oportunidade de enriquecimento para uma 
parcela da burguesia. 
 
2. Em quais tipos de terra os cercamentos ocorreram? Quais as principais causas? E 
consequências? 
Os cercamentos ocorreram não apenas em terra alqueive, mas também (frequentemente) em 
terras que já estavam sendo cultivadas. Esse processo surgiu como uma adequação do meio rural 
ao capitalismo comercial emergente, de forma a reorganizar a produção. A curto prazo, é possível 
dizer que os cercamentos aumentaram o monopólio dos grandes arrendamentos, elevaram os 
preços dos meios de subsistência e produziram despovoamento. Desse último acontecimento, 
origina-se um processo de fuga em massa dos trabalhadores rumo à cidade que, mais tarde, se 
desdobraria em um dos impulsos da Revolução Industrial e no surgimento do proletariado urbano. 
 
3. Como procede o Estado em relação ao fechamento do campo? Existe coerência dele do início 
ao fim do processo? 
Segundo Marx, “a burguesia nascente precisava e empregava a força do estado para regular o 
salário... e manter o próprio trabalhador num grau normal de dependência”. Verifica-se que para 
ativar o processo de transformação do modo feudal de produção para o modo capitalista, o Estado 
sempre esteve presente abreviando as etapas de transição. 
 
4. Como as políticas públicas incidentes sobre o trabalho objetivavam afetar os salários e 
quantidades de trabalhadores? Elas eram eficientes? 
Como já dito na questão anterior, as legislações criadas pelo Estado (chamadas por Karl Marx de 
legislações sanguinárias) se concentravam em torno do rebaixamento de salários agregando 
punições para os patrões que pagassem valores acima dos legais. Segundo o autor, esse processo 
visava comprimir salários “dentro dos limites convenientes à extração de mais-valia para 
prolongar a jornada de trabalho. 
 
5. A inflação foi importante para a gênese dos arrendatários capitalistas? De que forma ela 
contribuiu para o fenômeno? 
“No que concerne à gênese do arrendatário, podemos, por assim dizer, tocá-la com a mão, por 
que ela é um processo lento, que se arrasta por muitos séculos... Na Inglaterra, a primeira forma 
de arrendatárioé o bailiff. Durante a segunda metade do século XIV, ele é substituído por um 
arrendatário a quem o landlord fornece sementes, gado e instrumentos agrícolas... Essa forma 
aparece rapidamente na Inglaterra, para dar lugar ao arrendatário propriamente dito, o qual 
valoriza seu próprio capital pelo emprego de trabalhadores assalariados e paga uma parte do 
mais-produto em dinheiro ao landlord como renda da terra”. No século XVI, com a contínua queda 
do valor dos metais nobres, os salários foram reduzidos, sendo uma fração do mesmo 
acrescentada ao lucro do arrendatário. "Assim, ele se enriquecia, ao mesmo tempo, à custa de 
seus trabalhadores assalariados e de seu landlord.” 
 
 
 
6. Como surgiu o mercado interno? Ele foi importante para a consolidação do capitalismo? 
Para Marx, "a expropriação e a expulsão de parte do povo do campo liberam, com os 
trabalhadores, não apenas seus meios de subsistência e seu material de trabalho para o capital 
industrial, mas criam também o mercado interno." Ou seja, como o processo de expropriação do 
camponês refletiu na ruína da “indústria rural”, a indústria moderna obteve a reserva de mão de 
obra necessária para a sua existência. Por não produzirem mais como antes, só resta aos 
camponeses expulsos de suas terras utilizar o salário para comprar o que um dia já produziram. 
 
7. Para Marx: Menos Estado=Mais mercado? 
Não. Nas palavras de Marx, “o sistema de crédito público, apoderou-se de toda a Europa durante 
o período manufatureiro. O crédito público tornou-se o credo do capital. A dívida pública tornou-
se uma das mais enérgicas alavancas da acumulação primitiva. O sistema protecionista foi um 
meio artificial de fabricar fabricantes, de expropriar trabalhadores independentes, de capitalizar 
os meios nacionais de produção e de subsistência de encurtar violentamente a transição do antigo 
modo de produção para o moderno”.

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