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1 
 
Análises Farmacêuticas 
MÓDULO 3 
Felipe Carvalho, Julia Santos e Rodrigo Sales 
Aula 7: CLAE 
Introdução 
A cromatografia é uma técnica 
usada para a separação dos componentes 
de uma amostra, os quais se distribuem 
em duas fases, uma estacionária (FE) e 
outra móvel (FM). 
A fase estacionária é composta por 
um sólido ou um líquido sobre um sólido. 
Permanece imóvel. 
Já a fase móvel é constituída por 
um líquido. Move-se através da FE. 
A configuração do CLAE pode ser 
planar ou coluna. 
Normalmente, a CLAE é empregada com dois propósitos: 
• Analíticos: separar, identificar ou medir os componentes de uma mistura; geralmente, é feita com uma 
coluna fina, longa e que fornece uma boa separação com uma boa resolução sob alta pressão. 
• Preparativos: purificar uma quantidade significativa de componentes de uma mistura; usa colunas 
maiores (diâmetro mais elevado) e mais “gordas” que podem ser manipuladas com menos cuidado. 
Durante a passagem da FM 
sobre a FE, os componentes da 
mistura são distribuídos entre as 
duas fases de tal forma que cada 
componente é seletivamente re-
tido pela FE, resultando em mi-
grações diferenciais desses com-
ponentes e obtendo a separação 
cromatográfica dos analitos pre-
sentes. Com isso, é possível fazer 
a identificação (utiliza um pa-
drão) e quantificação da amostra (informações relativas à área do pico cromatográfico). 
 
 
 
2 
 
A cromatografia de coluna 
simples ainda encontra conside-
rável uso com propósitos prepa-
rativos, principalmente na sín-
tese de compostos orgânicos, 
onde é possível separá-los de 
acordo com a afinidade com a 
FM e destiná-los a outros méto-
dos analíticos, como espectro-
metria de massas, RMN e etc. 
A alta eficiência surgiu 
com o uso de colunas metálicas, 
onde a FM é deslocada por pres-
sões elevadas, obtidas com auxí-
lio de uma bomba de alta pres-
são. 
Não é uma técnica de análise absoluta, pois necessita de calibração, ou seja, da utilização de pa-
drões de substâncias químicas de referência que possam ser comparadas com as amostras com intuito de 
identificar e também quantificar essas amostras. 
 
Classificação da Cromatografia 
A cromatografia tem uma ampla classificação, considerando a técnica, FM, FE e o tipo de croma-
tografia. Na cromatografia em coluna, é classificado em líquido-líquido, líquido-sólido, líquido-fase 
3 
 
ligada. Desse modo, a cromatografia é dividida em categorias com base no tipo de FM e FE ou no 
mecanismo de interação/separação do soluto entre a FE e a FM. 
 
Subdivisões da CLAE 
Tipo de FE e mecanismo de separação: 
• CLS: líquido-sólido; FE → sólida; 
mecanismo de adsorção; 
• CLL: líquido-líquido; FE → líquido 
que recobre um sólido; mecanismo 
de partição; 
• CLFL: líquida em fase ligada; FE 
→ líquido ligado quimicamente a um 
suporte sólido; mecanismo de parti-
ção; 
• CE: por exclusão; FE → gel que re-
cobre um sólido com porosidade 
controlada; 
• CTI: troca-iônica; FE → sólida contém grupos ionizáveis - troca aniônica ou catiônica; 
• CA: cromatografia por afinidade; FE → sólida com moléculas ligantes para interação seletiva; 
• CLQ: cromatografia quiral; FE → sólida possui compostos carbonos assimétricos (C*) para interagir 
seletivamente com compostos quirais. 
Tipo de FE e de FM: 
• Na fase normal: composta por sílica 
gel e possui características extrema-
mente polares e os solventes com ca-
racterísticas opostas (apolares) 
• Na fase reversa: composta por sílica 
ligada quimicamente a grupos de 
baixa polaridade (ex: C18, C8, C4 e 
C2), ou seja, a FE é apolar e a FM é 
polar. Água, metanol e acetonitrila fre-
quentemente usados nesse tipo de cro-
matografia 
 
 
 
4 
 
Mecanismos de separação em CLAE 
1) Cromatografia por adsorção 
• Forma clássica de cromatografia inicialmente introduzida 
• Utiliza uma FE sólida e uma FM líquida. 
• O soluto é adsorvido na superfície da partícula sólida da FE devido a interações químicas ou físicas 
através de processos de sorção-dessorção. 
 
 
 
 
 
 
 
• FE: a sílica-gel e alumina (Al2O3) são as únicas usadas. 
→ O grau de retenção depende da polarização de cada molécula ou grupo funcional; 
→ A medida que a polaridade do analito aumenta, maior é o tempo de retenção. 
• FM é não polar (hexano, heptano) com adição de solvente moderadamente polar (EtOAc, álcool) 
 
 
 
2) Cromatografia por partição (absorção) 
• Mais aplicada em CLAE! 
• FE: suporte sólido de sílica rígida ou composições baseadas em sílica contendo na sua superfície uma 
fase líquida na forma de um filme fino com partículas de 1,5 à 10 μm. 
 Essa cromatografia também é defi-
nida como FE quimicamente ligada e 
uma das principais funções é fornecer 
diferentes polaridades a FE e também 
recheios estáveis e insolúveis na FM. 
 
 
 
Quando há forte adsorção ou retenção do soluto na coluna, deve-se aumentar a polaridade da FM para 
aumentar sua solubilidade na mesma e conseguir deslocar os solutos da FE. 
5 
 
• Regra geral: 
→ Iguala-se a polaridade do soluto com a da FE 
→ Usa-se uma FM com polaridade diferente da FE 
 - Soluto e FM com polaridades muito semelhantes → gera rápida eluição → detecção ocorre no 
volume morto da coluna 
 - Soluto e FE com polaridades muito semelhantes → gera alta retenção. 
 O soluto e a FE devem apresentar polaridades semelhantes, enquanto a FM e a FE devem apresentar 
polaridades diferenciadas. 
 
 
 
 
 
 
 
O processo de interação entre “soluto x FE/FM” é devido ao equilíbrio de partição (solubilidade 
do soluto) entre as duas fases líquidas. Portanto, a volta de cada componente para a FM depende de sua 
solubilidade/polaridade (  o retorno do soluto que está interagindo com a FE para a FM é dependente 
da polaridade do mesmo, ou seja, da solubilidade dele na FM). 
A: mais polar 
C: menos polar 
 É importante ob-
servar que se a FM 
não for escolhida de 
forma correta (pola-
ridade adequada), 
pode ocorrer a não 
separação dos picos 
em função do não 
equilíbrio de parti-
ção entre a FE e a 
FM. 
 
 
 
 
6 
 
Nessa figura, é possível fazer 
uma análise comparativa de 
seis compostos utilizando três 
diferentes colunas (metil, octl 
– C8 e a octadecil – C18). 
Existe uma diferença nas FE 
em relação ao comprimento da 
cadeia carbônica, onde é ob-
servado que a coluna C18 
apresenta uma menor polari-
dade fazendo com que os com-
postos fiquem mais retidos em 
relação à coluna metil. Dessa forma, há uma melhor resolução dos compostos utilizando uma coluna 
mais apolar. 
Cromatografia por absorção x adsorção 
Na adsorção temos então uma interação superficial enquanto que na partição há uma interação 
relacionada ao equilíbrio/solubilidade entre a FM e a FM. 
4) Cromatografia de Exclusão molecular 
• Cromatografia de filtração ou permeação em gel → poros diferentes e controlados. 
• Os analitos são separados pelo tamanho molecular → NÃO há interações atrativas entre o soluto e a 
FE. 
 
 
 
 
 
 
• A FM líquida passa pelo gel poroso da FE que retém as 
moléculas pequenas de acordo com o diâmetro dos poros. 
• Assim, as moléculas pequenas levam mais tempo para pas-
sar pela coluna → permeiam o gel. 
 
7 
 
Nesse cromatograma é possível 
observar que as moléculas com 
alto peso molecular são as primei-
ras a saírem em função de não 
possuírem nenhuma interação 
com a coluna (menor tempo de re-
tenção) e as moléculas com baixo 
peso molecular ficarão mais reti-
das durante esse tipo de cromato-
grafia. 
 
 
5) Cromatografia de Afinidade 
• Interação específica e reversível entre um tipo de molécula do SOLUTO com uma molécula LI-
GANTE com especificidade biológica que se encontra ligada a FE. 
• Separação mais seletiva de cromatografia 
→ A seletividade sempre ocorre quando material indesejado não interage com a coluna e elui, portanto, 
primeiro. 
→ Aplicação na purificação de macromoléculasPerfil de dissolução in vitro 
Não existe ainda 
qualquer teste in vitro ca-
paz de determinar, com 
segurança absoluta, o 
comportamento de um 
medicamento no orga-
nismo. Mas o perfil de 
dissolução pode ser con-
siderado um método um 
método in nitro extrema-
mente eficiente ainda que 
não sejam estudos de bi-
odisponibilidade per se 
(não substituiu o estudo 
de biodisponibilidade), sendo métodos preditivos da biodisponibilidade se forem estabelecidas correla-
ções diretas prévias com resultados obtidos in vivo. Hoje em dia, é o método preditivo mais sensível e 
confiável de disponibilidade do fármaco. 
Existe a necessidade em se desenvolver ensaios de dissolução in vitro que possam prever de forma 
totalmente eficaz o comportamento in vivo de formas farmacêuticas. 
As vantagens do ensaio são: 
• Redução custo e trabalho para o desenvolvimento de um FF; 
• Redução do número e tamanho de estudos clínicos; 
• Ferramenta útil no controle de qualidade de biofarmacêutico, tornando mais confiável. 
Perfil de dissolução com CIVIV 
O perfil de dissolução é um 
método in vitro preditivo da bio-
disponibilidade e, se forem estabe-
lecidas correlações diretas com re-
sultados in vivo (ensaios de bio-
disponibilidade), estabelece-se 
uma CIVIV. Esta é a relação entre 
a medida in vitro para um produto 
farmacêutico e uma resposta ge-
rada pelo mesmo em um sistema 
in vivo. Também chamada de rela-
ção racional entre as propriedades 
57 
 
biológicas (parâmetros farmacocinéticos) produzidas por uma forma farmacêutica e suas propriedades 
ou características físico-químicas (resultados obtidos na dissolução). 
Caso seja possível estabelecer uma “forte relação” entre a resposta interna e uma medida externa 
laboratorial, talvez seja possível evitar os riscos inerentes a um ensaio clínico em seres humanos. O que 
se deseja é uma correlação de r=1,00 ou uma relação linear entre os dois parâmetros. 
Os resultados in vivo devem sofrer uma transformação para um modelo matemático, Modelo de 
Wagner Nelson. 
 
Quantificação do grau de semelhança 
O grau de semelhança entre os perfis de dissolução obtidos com medicamentos diferentes pode ser 
avaliado a partir de dois modelos: modelo dependente e modelo não-dependente. 
No modelo dependente, é possível determinar a cinética de dissolução dos ativos a partir da forma 
farmacêutica e os mais comumente utilizados são: 
• Zero ordem: o gráfico obtido deverá ter características lineares e seguir o perfil de liberação, onde a 
mesma quantidade de fármaco é liberada/unidade de tempo. Modelo ideal para formas farmacêuticas de 
liberação prolongada; 
• Primeira ordem: o fármaco é liberado de forma proporcional a quantidade remanescente no interior 
da FF de modo que a quantidade de fármaco é liberada/unidade de tempo vai diminuindo; 
• Hixson-Crowell; 
• Higuchi: baseado na liberação do fármaco como o processo de difusão baseado na lei de difusão de 
Fick. Recomendado para sistema transdérmico e comprimido matriciais que apresentam o fármaco hi-
drossolúveis; 
• Quadrático; 
• Weibull; 
• Gompertz; 
• Baker-Lonsdale; 
• Korsmeyer-Peppas etc: recomendado para FF poliméricas, principalmente quando o mecanismo de 
ação do ativo não é bem conhecido ou envolvido em mais de um tipo de liberação do ativo. 
58 
 
No modelo inde-
pendente simples, pode-
se aplicar uma análise de 
variância, como o 
ANOVA associado ao 
teste de Tukey, ou atra-
vés do fator de diferença 
f1 (calcula a % de dife-
rença entre os dois perfis 
avaliados a cada tempo 
de coleta, correspon-
dendo a uma medida de erro relativo entre os perfis) e o fator de semelhança f2 (mede a similaridade em 
% de dissolução), avaliando cada par de valores em relação a similaridade do percentual dissolvido a 
partir da FF. F1 tem que estar entre 0-15; F2 tem que estar entre 50-100%. Apenas o valor de f2 é obriga-
tório para representar a similaridade entre dois perfis de dissolução. 
Os fatores f1 e f2 podem 
perder o poder discriminativo, ou 
seja, a capacidade de verificar se 
duas curvas são semelhantes ou 
não, a partir do momento que, nos 
primeiros 15 min, 85% ou mais 
do fármaco é dissolvido (dissolu-
ção muito rápida), não conse-
guindo estabelecer um modelo 
para avaliar a diferença entre os 
perfis uma vez que são necessá-
rios mais pontos para avaliar essa 
diferença de similaridade. 
 
Estudos de caso 
1) A RDC 31/2010 estabelece 
que, quando o IFA apresentar 
alta solubilidade, e a formula-
ção for de liberação imediata, 
apresentando dissolução muito 
rápida para ambos os medica-
mentos, o fator f2 perde o seu 
poder discriminativo e, por-
tanto, não é necessário calculá-
lo. Nesses casos, deve-se com-
provar a dissolução muito rá-
pida dos produtos por meio do 
gráfico da curva, realizando coletas em, por exemplo, 5, 10, 15, 20 e 30 min. O coeficiente de variação 
no ponto de 15 min que não pode exceder a 10%. 
59 
 
2) Nesse exemplo, foram avaliados dife-
rentes comprimidos de bromazepam 
usando água como meio de dissolução a 
50 e 75 rpm. Pode-se observar que, em 50 
rpm, foi possível observar que o medica-
mento não era equivalente. Mas, na velo-
cidade de 75 rpm (maior hidrodinâmica), 
os medicamentos foram equivalentes. Isso 
foi observado em função do fator de f1 e 
f2 também. Então, deve-se utilizar uma 
velocidade de agitação adequada para que 
não se tenha uma falsa determinação da si-
milaridade. 
 
3) Avaliação de uma sus-
pensão injetável con-
tendo dipropionato de be-
tametadona. Ao avaliar o 
tamanho de partícula, 
elas apresentaram tama-
nhos de partículas dife-
rentes. No produtor E, 
onde foram analisados 
medicamentos do mesmo 
lote, também apresenta-
ram tamanhos de partícu-
las diferentes, não ha-
vendo reprodutibilidade 
no mesmo lote. Isso foi observado também no teste de dissolução, onde foi observado que os perfis não 
são similares tanto para os valores de f1 e f2 quanto visualmente. 
No gráfico b, os produtos da empresa A e C apresentam tamanho de partículas mais aproximados, 
obtendo-se uma equivalência entre os perfis. Demonstrando que o método é discriminativo. 
4) Avaliação de suspensões 
orais de nimesulida, o qual a sua 
solubilidade é pH dependente. 
Quando apresentaram 
partículas com tamanho 
diferente, no teste de 
dissolução, também foi 
observado uma diferença 
grande. Não sendo possível 
estabelecer a equivalência entre 
o medicamento B e o C. 
60 
 
 
5) Bioinequivalência: é 
possível observar que os 
medicamentos avaliados que, 
no teste de dissolução, 
apresentaram equivalência 
farmacêutica. Mas, no teste in 
vivo, foi observado uma 
bioinequivalência. Com isso, 
nem sempre o perfil de 
dissolução in vitro vai 
garantir que in vivo há 
bioequivalência. Quando o 
resultado do estudo de PD 
comparativo for não semelhante, a comprovação da equivalência entre os medicamentos pode, a critério 
da anvisa, ser baseada no resultado do estudo de biodisponibilidade relativa/bioequivalência. 
 
Critérios – Semelhança 
Para que dois PD sejam considerados semelhantes, devem atender aos seguintes critérios: 
1) Medicamento teste e referência devem apresentar tipos de dissolução correspondentes, dissolução 
rápida ou muito rápida, por exemplo. 
2) O valor de f2 deve estar entre 50 e 100. 
3) Os tempos de coleta devem ser os mesmos para as duas formulações; 
4) Nº de pontos de coleta até que se obtenha o platô na curva, com, no mínimo, 5 tempos; 
5) Para fins de cálculos de F2, incluir apenas um ponto da curva após ambos os medicamentos atingirem 
a média de 85% de dissolução; 
6) O Coeficiente de Variação (CV) dos primeiros pontos de coleta (40% todas de pontos coletados) não 
podem exceder 20% de variação. Para os demais pontos, considerar o máximo de 10%. 
7) Formulação de liberação imediata maior que 85% em 15 min para ambos medicamentos, o f2 perde 
o seu poder discriminativo,então avaliar o CV no ponto de 15 min que não pode exceder 10%.6) Cromatografia Quiral 
• FE possui compostos com carbonos assimétricos para interagir seletivamente com compostos quirais. 
8 
 
• Interação seletiva entre analito e moléculas ligadas à FE que é capaz de diferenciar cada enantiômero 
através da formação transitória de um complexo diasteroisômero (são estereoisômeros cujas moléculas 
não são imagens especulares uma da outra). 
RESUMO 
Os métodos cromatográficos podem ser escolhidos baseados na solubilidade e na massa molar dos 
componentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
Fase móvel 
É o componente que interage com a AMOSTRA e a COLUNA, através de sua polaridade e/ou 
características químicas exercendo uma grande influência na separação de compostos. 
Características ideais 
✓ Ser de alto grau de pureza → grau CLAE/UV (99,9%) 
✓ Dissolver a amostra sem decompor os seus componentes 
✓ Não decompor ou dissolver a fase estacionária. 
✓ Ter baixa viscosidade (uma vez que o sistema utilizado é de alta pressão, e alta viscosidade aumenta) 
✓ Ser compatível com o tipo do detector utilizado 
✓ Ter polaridade adequada para permitir uma separação dos componentes da amostra 
✓ Degaseificação: “Degasser”, ultrassom, vácuo, purga de hélio 
✓ Filtração em membrana 0,45μm 
A fase móvel pode ser composta por um tampão aquoso ou por solventes orgânicos. 
 
Solventes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fase estacionária 
Trata-se do suporte não móvel, podendo ser um sólido puro, sólido-líquido ou um gel. É de aço 
inoxidável 316 tratado e com vários comprimentos e diâmetros. Possui recheio de 1,7 à 10 μm 
• As colunas são curtas e com paredes espessas para evitar deformidades com a alta pressão do sistema. 
• Colunas de proteção (guarda): também cha-
madas de pré-coluna 
→ Posicionada a frente da coluna analítica 
→ Função: aumentar a vida útil da coluna analí-
tica, uma vez que retém as impurezas presentes 
nas amostras. 
→ Composição é semelhante a composição da 
coluna analítica. 
 Apresentam os mesmo recheio das colunas 
cromatográficas. 
 
• Em CLAE, a FE mais utilizada é composta de partículas microporosas de sílica que são permeáveis a 
FM e mecanicamente estáveis à altas pressões. 
• SÍLICA: variedade de tamanho de partículas, formas e tamanhos de poros e pode ser facilmente mo-
dificada. 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outros suportes: celulose, polímeros de estireno-divinilbenzeno, alumina, titânia e zircônia (tecnologia 
para pH extremos) 
• Colunas de FASE QUIMICAMENTE LIGADA: FE líquida une-se ao suporte através de reação quí-
mica. 
Exemplo de fases NÃO POLARES ligadas ao suporte: 
→ Grupos alquílicos com cadeias de 2, 4, 8, 18 e 22 átomos de carbonos: C8 e C18; 
 - Formadas por metilas, sem ramificações: confere natureza apolar. 
→ Grupos fenilas ou alquil fenila. 
Exemplo de fases POLARES ligadas ao suporte: 
→ Ciano (-CN), amino, ésteres, fenóis e outros. 
→ Grupos sulfônicos, alquil amônio, carboxilas e outros. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Exemplo de colunas cromatográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Qual é a melhor coluna cromatográfica em rela-
ção ao comprimento e tamanho da par-
tícula interna? Colunas que apresentam 
comprimento maior vão apresentar uma 
maior facilidade em relação a resolução 
entre os picos, ou seja, terão uma efici-
ência de separação maior do que colu-
nas menores. Entretanto, internamente, 
o tamanho da partícula também vai in-
fluenciar consideravelmente. Desse 
modo, uma coluna que anteriormente 
apresentava um tamanho de 50 mm e o 
tamanho de 5 micra de partícula interna 
e não foi capaz de separar, somente com 
a redução da partícula interna para 1.7 
micra será possível conseguir a separa-
ção cromatográfica entre os dois picos. 
Qual seria a melhor consideração no 
exemplo? Seria uma partícula menor e 
um comprimento menor, assim teremos 
uma análise mais rápida, com menor 
consumo de fase móvel e consequentemente uma boa e eficiência de separação. 
No segundo exemplo, é possível observar que o comprimento da coluna também influencia no tempo de 
análise. Analisando a coluna de 150 mm frente a uma coluna 300 mm, é possível observar que a análise 
é bem mais rápida levando metade do tempo em relação a de 300 mm. Conforme vai reduzindo o 
13 
 
tamanho da partícula interna também é possível obter uma maior resolução entre os picos e também um 
maior número de pratos teóricos que está relacionado com a eficiência de separação. 
 
 
Cuidados com colunas de sílica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Instrumentação do CLAE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Reservatório de fase móvel 
• Composto por frascos de vidro que contém a FM. 
2) Sistemas de tratamento de solventes 
Análise prévia como preparação da FM. 
• Gases dissolvidos e material particulado → devem ser retirados; 
• Desgaseificadores → “Degasser” → ultrassom ou borbulhamento gases inertes (hélio); 
 2 técnicas: “Degasser” e ultrassom para retirar os gases dissolvidos 
• Filtração → membrana compatível 0,45 μm (ésteres de celulose, nylon, PTFE e PVDF) 
• Preparação diária 
3) Sistema de eluição 
• Isocrático: constituição do solvente permanece constante; 
• Gradiente: composição do solvente é alterada; 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Podemos observar que análise por gradiente pode promover uma melhor separação de compostos de 
misturas complexas em função da alteração da polaridade em função da alteração da composição da fase 
móvel durante o tempo de análise/corrida. No gráfico embaixo, temos um exemplo de um gráfico de-
monstrando essa variação na proporção da fase móvel em função do tempo. 
4) Sistema de Bombeamento 
Esses sistemas são importantes 
uma vez que funcionam sob alta 
pressão. 
Resistência a corrosão: utilizam 
diferentes solventes na FM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
5) Sistema de Injeção da Amostra 
É composto pela alça de amostragem. 
• Permite a escolha do volume (5 a 500 μL) → Loop 
• Boa precisão 
A alça de amostragem é associada ao loop que apresenta diferentes volumes nos quais estão rela-
cionados com o volume de injeção da amostra. A injeção automática vai proporcionar uma boa precisão, 
entretanto alguns sistemas também podem ser com injeção manual em que a precisão da injeção depende 
da mão do analista. 
6) Sistema de Amostragem automática 
O sistema de amostragem é associado ao tipo de sistema de injeção (automático ou manual) e 
sendo o sistema de amostragem automático, ele terá um carrossel que varia do equipamento/marca para 
equipamento/marca com o número diferenciado de vials que serão adicionados contendo a amostra com 
volume de até 1,5 mL. As amostras são previamente filtradas em filtros de 0,45 μm (normalmente filtros 
de PDVF). Outras membranas de filtração também podem ser utilizadas de acordo com as características 
da amostra. 
7) Sistema da FE e controle de temperatura 
• Termostato para coluna: manter a temperatura sob controle durante a análise 
Há também sistema onde contém a FE em que ele pode ou não ter um controle de temperatura 
(termostato) que vai proporcionar o controle da temperatura durante toda análise. 
8) Sistema de Detecção 
• Deve-se obter UM PICO no cromatograma para CADA SUBSTÂNCIA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O sistema de detecção é responsável por gerar o sinal cromatográfico que dará origem ao pico cro-
matográfico, correspondente a cada substância 
Características de um detector ideal: 
• Alta sensibilidade; 
17 
 
• Pequeno volume morto; 
• Baixo ruído → quanto maior o ruído, menos sensível o limite de detecção (LD); 
• Insensibilidade à mudanças na temperatura e vazão da FM; 
• Resposta rápida para todos os solutos da amostra; 
• Ter uma larga faixa de linearidade (concentrações altas e baixas que serão detectadas pelo sistema); 
• Não provocar alargamento do pico; 
• Não destruiro soluto; 
 
 
 
Detectores de fluorescência 
• Método de detecção específico para substâncias que fluorescem 
 
Detectores por índice de refração 
• Acompanham continuamente a diferença no IR da FM pura e o efluente que sai da coluna contendo os 
componentes da amostra. 
• Resposta quase universal e sensibilidade moderada. 
• Desvantagens: necessário rígido controle da temperatura (uma vez que o funcionamento do detector 
por IR acompanha as diferenças no IR da FM pura e o efluente que sai da coluna contendo os compo-
nentes da amostra) e sensível a variações na FM. 
 Considerados detectores universais (análogos aos detectores por ionização em chama utilizados na 
cromatografia gasosa). 
 São confiáveis pois não são afetados pela vazão da FM, entretanto são sensíveis a variações na FM. 
 
Detectores fotométricos 
• Amplamente mais utilizados na cromatografia líquida 
• Baseados na absorbância no UV e no visível. 
• Lei de Lambert-Beer 
- FM não deve absorver no mesmo 𝜆 da amostra 
- Solução sem turbidez. 
• DAD: Diode Array Detector 
18 
 
- múltiplo arranjo de fotodiodos para obter informações de uma ampla faixa de comprimentos de onda 
(UV-Vis). 
- Detecção de impureza co-eluindo; 
- Pureza calculado por software 
Dentro de um sis-
tema fotométrico temos a 
possibilidade de detecção 
dentro do comprimento 
de onda fixo no qual tere-
mos a seleção do compri-
mento de onda previa-
mente a passagem pela 
célula de fluxo. Também 
temos a detecção em com-
primento variável (detec-
ção DAD) na qual a lâm-
pada de tungstênio e a 
lâmpada de deutério emi-
tem a luz que passa pela 
célula de fluxo e o que é 
transmitido é detectado 
pelo detector sendo poste-
riormente gerado o espec-
tro de absorção na região do ultravioleta visível 
A grande vantagem 
da detecção do CLAE-
DAD é a possibilidade de 
obter diferentes espectros 
relacionados a cada amos-
tra que elui separada-
mente. Podemos obter, 
por exemplo, espectros de 
um pico onde ocorre uma 
co-eluição e conhecendo 
o espectro ultravioleta 
dessa substância cromato-
gráfica, comparativa-
mente o padrão e amostra, 
conseguimos também 
identificar através do es-
pectro a possibilidade de 
co-eluição de alguma 
substância. 
 
19 
 
Na imagem, observamos um 
outro exemplo de uma análise croma-
tográfica com CLAE-DAD. O croma-
tograma apresenta cinco picos croma-
tográficos, no qual cada pico apre-
senta um espectro na região ultravio-
leta com diferentes picos de absorção 
máxima. O terceiro e quarto picos 
apresentam similaridade nos espec-
tros o que pode ser indicativo de subs-
tâncias semelhantes ou relacionadas. 
A análise de espectroscopia no ultra-
violeta é muito interessante principal-
mente porque a maioria dos fármacos absorve na região ultravioleta, o que torna uma análise simples e 
bastante completa. 
Detectores por ín-
dice de refração = 
maior sensibilidade 
(10-7) comparativa-
mente aos outros e 
por isso também é 
considerado como 
universal. 
Detectores eletro-
químico, fluores-
cência e condutivi-
dade elétrica = sele-
tivos. 
 
Em relação à tem-
peratura, o detector 
por índice de refra-
ção é o único que 
apresenta uma alta 
variação da res-
posta em função da 
temperatura. 
 Sensível a vazão da 
FM = resposta varia 
de acordo com a va-
zão da FM 
 
 
20 
 
Cromatograma 
• É um gráfico que mostra a resposta do detector em função do tempo de eluição. Diferentes espécies 
SAEM DA COLUNA em tempos de retenção diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise Quantitativa 
• Os cálculos são baseados na área ou altura do pico obtido no cromatograma 
• A concentração do analito é proporcional à área → altura e base do pico 
Exemplo: Supondo que a massa pesada da amostra (152,66 mg) foi diluída a 100 mL e em seguida 
diluída de 1/100. Calcule a pureza (%) da matéria prima. 
 
 
 
 
 
 
 
Na imagem, é possível ver dois cromatogramas e o cromatograma B (amostra) é referente ao pa-
racetamol, sendo essa a primeira configuração qualitativa que podemos observar através desse cromato-
grama em função da obtenção do tempo de retenção. Outra variável que podemos observar é a área do 
pico (calculada por base x altura), sendo possível calcular então a área do pico obtido com o padrão. Se 
temos a concentração do padrão (o que foi pesado para constituir a solução do padrão), teremos então a 
possibilidade de calcular a concentração do padrão. Já a área do pico é obtida com a leitura dessa solução 
preparada e com concentração conhecida do padrão. A área que é obtida para o padrão pode ser compa-
rada com a área obtida para amostra e consequentemente conseguimos calcular qual seria a concentração 
na amostra através da equação em azul. 
 
21 
 
→ Quantidades iguais de substâncias diferentes geram picos cromatográficos com áreas diferentes, po-
rém podem ter o mesmo ou diferentes tempos de retenção. 
→ A mesma substância preparada em diferentes concentrações (diluições) gera picos cromatográficos 
(no mesmo tempo de retenção) com áreas diferentes. Essas áreas diferentes que estão relacionadas com 
a concentração devem estar dentro da Lei de Lamber-Beer, ou seja, a concentração deve ser proporcional 
a resposta obtida no equipamento, promovendo uma análise de regressão linear e uma equação da reta 
que pode ser utilizada para a quantificação de fármacos em geral presentes na amostra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uso de padrão interno na quantificação 
• Útil em análises em que a reposta analítica não é reprodutível; 
• Uma quantidade fixa e conhecida de PI é adicionada a amostra → a razão sinal do analito / sinal da 
espécie de referência (PI) permanece constante; 
• Depende da habilidade do analista! Precisão! 
O padrão interno (PI) ideal deve apresentar as seguintes características: 
• Deve ser quimicamente similar a substância a ser quantificada (analito) para responder de forma seme-
lhante com o detector selecionado 
• Apresentar área similar ao analito 
• Eluir próximo ao analito 
• Ser estável e quimicamente inerte 
• Não fazer parte da amostra 
• Resultar em picos completamente resolvidos (R> 1,5) 
 
 
22 
 
Parâmetros Cromatográficos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como o tempo de retenção absoluto pode variar entre equipamentos ou pelo uso de solventes e 
reagentes diferentes, utiliza-se o fator de retenção ou fator de capacidade (k’), uma grandeza adimensi-
onal. 
Fator de capacidade (k’) é a razão entre a quantidade da substância com afinidade pela FE e a quantidade 
com afinidade pela FM, e é independente das dimensões da coluna utilizada e do fluxo da fase móvel 
empregada. 
→ Fator de capacidade (k’): para cada pico no cromatograma é definido como: 
 
 
 
Fator de cauda: avalia a assi-
metria do pico, ou seja, o 
quanto o lado A é simétrico 
ao lado B. 
Na imagem A abaixo da pri-
meira, temos a simetria per-
feita (a=b), enquanto B e C 
apresentam assimetrias no si-
nal cromatográfico. Em B = 
simetria > 1 e C = simetria 1,5. 
Leva em consideração 
no cálculo o tempo de 
retenção do pico 1 (t’r1) 
e do pico 2 (t’r2) e tam-
bém da base do pico 1 
(B1) e do pico 2 (B2). 
Na imagem em cinza, é 
possível ver que quanto 
menor a resolução me-
nor é a eficiência da se-
paração. 
Resolução ideal: a cima 
de 2,0 mas 1,5 já é 
aceito. 
 
→ Eficiência da coluna (N) 
• É a medida em termos de Número de Pratos Teóricos gerados do equilíbrio entre o soluto na FE e na 
FM. 
Um prato teórico é uma 
camada imaginária den-
tro de uma coluna que 
ajuda a interpretar o 
processo de separação, 
ou seja, ele avalia o 
equilíbrio entre o solutona FE e na FM. Por-
tanto, diz-se que quanto 
maior o número de pra-
tos teóricos, maior será 
a eficiência de separa-
ção. 
Há duas formas possíveis de calcular os pratos teóricos. A primeira considerando a largura da base do 
meio do pico ou a base do pico. 
 
 
 
24 
 
Um prato teórico é definido como sendo um 
equilíbrio de distribuição do soluto entre as 
duas fases, quanto maior o valor N, mais equi-
líbrios existirão e a separação será maximi-
zada. 
Na imagem, observamos o primeiro cro-
matograma com poucos pratos teóricos o que 
gerou a separação de baixa resolução. Quando 
apresentamos muitos pratos teóricos, nós con-
seguimos observar que ocorreu uma distribui-
ção do soluto entre as duas fases de forma 
equilibrada e nós conseguimos obter um aumento dos pratos teóricos e uma melhor resolução e eficiência 
de separação dos compostos. 
Na imagem observamos diferentes formatos 
de picos cromatográficos. Na letra A temos o 
pico gaussiano ideal, com simetria, eficiência 
de separação e com fator de cauda baixo. Na 
letra B temos o pico com cauda que apresenta 
uma redução da assimetria. Na letra C temos 
um pico com uma cauda severa, ou seja, ele 
não apresenta eficiência de separação, possui 
pratos teóricos baixos e sem simetria. A letra 
D é um pico alargado que também apresenta 
as mesmas propriedades do pico cromatográ-
fico C. Na letra E temos um pico com fronte 
no qual também não apresenta simetria Na letra F, temos um conjunto de picos com ombro que pode 
estar relacionado com a co-eluição ou com proporção e composição de fase móvel inadequada. 
Teste de adequação do sistema 
• Parâmetros e recomendações para o teste de verificação da adequação do sistema (SHABIR,2003). 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Eluição e polaridade dos solutos 
• Eluição e a retenção dos solutos depende da interação dos solutos com a FM e a FE. 
• Analisar a polaridade da substância → definir a sua capacidade de interagir amigavelmente com a água 
(polar) e se solubilizar, ou não (apolar). 
• Quanto maior a tendência em formar moléculas ionizáveis (com cargas eletrônicas) em solução aquosa 
(solubilizadas), mais POLAR é a substância. 
• A água é o solvente universal, a maioria das substâcias tem características POLARES. 
• Solvente → proporcionar a solubilização da amostra tornando-a ionizada. 
 
 
 
 
 
 
Compostos orgânicos 
• Compostos orgânicos podem ter cadeias carbônicas curtas ou longas. 
✓ Quanto maior é essa cadeia carbônica, mais apolar é a substância. 
✓ Quanto mais ramificada é a molécula, mais apolar é a substância. 
✓ Presença de grupos ionizáveis aumenta a polaridade da molécula. 
Isso acontece porque o elevado número de ligações C-C e C-H, elementos com nenhuma ou baixa 
diferença de eletronegatividade, tornam as LIGAÇÕES APOLARES, e consequentemente, a molécula 
apolar. 
✓ Compostos orgânicos apolares serão dissolvidos em solventes apolares. 
Ordem de eluição dos analitos 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Fase Normal: Fase Reversa: 
 
Requisitos para análise quantitativa 
• Boa resolução dos picos; 
• Existência de substância de pureza confiável para serem usadas como padrões – identificação e fator 
de correção da área (Padrão Interno); 
• A amostra a ser analisada deve ser representativa do total; 
• A temperatura e a vazão da FM não devem alterar a reposta do detector; 
• A amostra injetada deve estar dentro da faixa linear do detector; 
• Não deve haver perdas no preparo ou contaminação; 
• Técnica de injeção precisa (manual e automático); 
 
Vantagens e desvantagens da CLAE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Aula 8: Controle de qualidade de medicamentos 
Controle de Qualidade por definição é um conjunto de operações com o objetivo de verificar a confor-
midade das preparações farmacêuticas de acordo com as especificações estabelecidas; 
Histórico: 
▪ Após a 2ª. Guerra mundial: produção em escala industrial, ferramentas que pudessem garantir a 
qualidade desses medicamentos comercializados; 
▪ Novas formas farmacêuticas levam a métodos novos de CQ, como implantes dérmicos, partículas 
nano estruturadas e etc. necessitam de novos ensaios de CQ; 
▪ Criação de um código oficial para a harmonização do CQ → para harmonizar o CQ dos países 
foram criadas as Farmacopeias que são códigos oficiais para CQ dos medicamentos. 
Os ensaios do CQ vão depender das formas farmacêuticas analisadas, são ensaios físico químicos 
que buscam mostrar a eficácia terapêutica in vivo. Os objetivos são: 
• Reprodutibilidade lote a lote, verificando se todos os lotes têm a mesma qualidade; 
• Conteúdo declarado: as informações são seguras, claras e verdadeiras? 
• Mudança de fornecedor: a Forma Farmacêutica tem a mesma eficácia e segurança que as 
utilizadas nos estudos clínicos? 
• Genéricos: assegurar a mesma eficácia e segurança que o produto inovador. 
Pode ser ensaios oficiais e não oficiais. NO caso dos não oficiais temos, dimensão, aspecto, cor, odor, 
viscosidade, reologia, sedimentação. São ensaios importantes, mas não precisam ser uniformizados por 
farmacopeia. 
Quais são os parâmetros de CQ que estão nas monografias? 
• Especificações de limite percentual em relação ao valor rotulado; 
• Identificação dos fármacos; 
• Características dos medicamentos; 
• Teste de dissolução; 
• Ensaios de pureza; 
• Testes de segurança biológica; 
• Determinação do teor ou da potência; 
• Embalagem, armazenamento e rotulagem. 
28 
 
 
Acima temos a imagem da farmacopeia com o Cloridrato de Tiamina, atentar para mínimo e 
máximo da quantidade declarada, doseamento, teste de pureza, identificação, ensaio para avaliar as ca-
racterísticas, teste de dissolução e segurança biológica, embalagem, armazenamento e rotulagem. 
 
 
 
29 
 
Comprimidos de cloridrato de Ranitidina, indica três ensaios para verificar a identificação, sendo 
eles: absorção no UV, tempo de retenção por CLAE e presença do íon cloreto. Identificam cloridrato 
de ranitidina nos comprimidos dentro do teor mínimo de 90 e máximo de 110%. 
 
 
 
 
 
30 
 
Quais ensaios são indicados na identificação de fármacos? 
• Cromatografia, qualquer tipo; 
• Absorção no UV, bandas iguais entre padrão e amostras; 
• Absorção no IV, precisa de purificação; 
• Constantes físico-químicas, no caso de medicamentos com C assimétrico; 
• Reações de identificação de íon, grupos ou funções, temos o caso do íon cloreto no cloridrato 
de ranitidina. 
 
SQR – Substância química de referência, são substâncias vendidas pela farmacopeia utilizados nos en-
saios de identificação como ‘padrão’, ou seja, identidade e teor assegurados. 
No caso de não existir deve-se utilizar material prima de alta qualidade produzida pela indústria e no-
meada SQT, substância química de trabalho caracterizada, sendo o padrão para outras analises. Padrão 
feito in house para comparação. 
Cerificado deve conter teor e como utilizar essas substâncias, não tem validade, sua expiração só ocorre 
após surgimento de novo lote vigente. Atentando por 30 dias para substituição após o novo padrão esti-
pulado. 
Características que devem ser investigados numa análise de CQ: 
No caso de líquidos- 
• Aspecto; 
• Determinação de volume; 
• pH; 
• Limpidez; 
No caso de sólidos- 
• Determinação de peso; 
• Dureza; 
• Friabilidade; 
• Teste de desintegração; 
• Teste de dissolução; 
 
Para ambos produtos- 
• Uniformidade de doses unitárias 
 
 
 
 
31 
 
Determinação de peso em formas farmacêuticas: variação de peso e peso médio, muito importante por-
que se tem uniformidade de fármaco num pó comprimido, logo a diferença de peso interfere na dose 
administrada e na dose terapêutica. Teste ocorre tanto no processo quanto no produto acabado. 
Critérios de amostragem 
• Embalagens dose múltipla: 
Pós e granulados para reconstituição: n= 10; 
1º. Estágio Embalagem cheia menos o peso da embalagem vazia 
Critério ➔ Peso do conteúdo:PM não inferior ao valor nominal e o peso individual não é menos 
que os limites da tabela 2. 
2º. Estágio – caso reprovado no estágio 1 
Critério ➔ Pesa-se mais 20 unidades: PM das 30 não deve ser inferior ao nominal e somente 1 
em 30 unid. Pode divergir dos limites de variação da tabela 2. 
 
Pós, granulados, géis, cremes e pomadas: n=10 + 20. 
Remover o conteúdo e lavar os respectivos recipientes utilizando solvente adequado e faz a pesagem e 
o peso médio. Secar, esfriar à temperatura ambiente e pesar novamente. A diferença entre as duas pesa-
gens representa o peso do conteúdo. 
Critério ➔ determinar o peso médio do conteúdo das 10 unidades. Os valores individuais não diferem 
de ±10% em relação ao peso médio. 
 
• Medicamentos de dose individual 
Comprimidos, cápsulas e drágeas: n= 20. 
Critérios de aceitação: Comprimidos não revestidos ou revestidos com filme, supositórios, óvulos, Cáp-
sulas duras e moles → (N=20) 
Critério ➔ Até 2 unid. fora dos limites especificados 
Nenhuma deve exceder o dobro dos limites. 
Comprimidos com revestimento açucarado (drágeas) 
Critério ➔ Até 5 unid. fora dos limites especificados, revestimento açucarado gera uniformidade do 
peso 
Nenhuma deve exceder o dobro dos limites. 
Atenção ao procedimento para cápsulas (valor cheia-vazia) 
32 
 
Esses limites citados são dados pela farmacopeia que varia de acordo com a forma farmacêutica e peso 
médio: 
 
 
 
Exemplo de procedimento em dose unitária de pós para recomposição ou liofilizados: 
 
33 
 
Determinação de volume em medicamentos na forma líquida: 
Produtos líquidos com dose múltipla (exceto injetável) Ex. xarope. Não há preocupação com a dose 
máxima 
Técnica: pesagem do conteúdo deve ser frasco cheio- vazio 
V (ml)= massa (g) / densidade 20ºC 
N= 10 unidades 
O volume médio não é inferior ao volume declarado e o volume individual de nenhuma das unidades 
testadas é inferior a 95% do volume declarado 
Produtos líquidos em recipientes para dose única (exceto injetáveis). Atentar para o máximo, pois é 
dose única. 
Técnica: provetas secas e calibradas - capacidade que não exceda 2,5 vezes o volume a ser medido - 
escoar por 5 segundos (geral) 
O volume médio não é inferior ao volume declarado e o volume individual de nenhuma das unidades 
testadas é inferior a 95,0% ou superior a 110,0% do volume declarado. 
 
Produtos Líquidos com dose única e injetáveis 
Técnica: retirar conteúdo com uma seringa (ml) 25 mg e >25% do peso total da unidade de do-
sagem. Deve-se proceder p Ensaio de teor; assumir distribuição homogênea do Princípio Ativo; pesar 
individualmente as unidades, analisar o pool (teor) e em seguida correlacionar com o peso de cada uni-
dade; 
Procedimento: 
▪ N= separar 30 unidades (10 iniciais + 20 se necessário). 
▪ Doseamento das unidades e determinar o valor % sobre o declarado, média e DPR das determi-
nações. 
▪ Verificar valor de aceitação 
 
Xi = pi x A/P, onde 
Xi = quantidades individuais estimadas; 
pi =pesos individuais de cada unidade; 
A = conteúdo do fármaco determinado no doseamento 
(% em relação ao declarado); 
35 
 
P = PM das unidades utilizadas no doseamento. 
 
Uniformidade por conteúdo: Deve-se proceder um ensaio analítico individual e não apenas o peso de 
cada. 
QUANDO? PA L1, Testar + 20unid 
• Para: N=30 VA L2farmacêutica e fique numa forma pastosa. Volume adequado 
de líquido: parte inferior da cesta (mínimo 25 mm abaixo da superfície do líquido e 25 mm do fundo do 
recipiente). 
Sobre o desintegrador: tamanho extremamente rígido e universal para todo o mundo de forma a obter 
resultado uniformes. 
6 tubos de vidro ou acrílico, abertos. 
Comprimento:77,5 mm; D.I.: 20,7-23 mm; espessura: 2 mm 
Tubos equidistantes do centro. 
Diâmetro: 88-92 mm 
Espessura: 5-8,5 mm 
Tela de arame. 
Diâmetro: 0,635 mm 
Cápsulas: usa-se tela de arame na parte superior. 
Disco cilíndrico (omitir se aderir) 
37 
 
Densidade relativa 1,18-1,20 contendo 5 orifícios 
Tempo limite: 30 minutos 
O teste é conduzido pelos padrões abaixo: 
Comprimidos não revestido 
▪ 6 comprimidos – água (com discos), se não desintegrarem por aderência repetir sem disco 
▪ Todos devem desintegrar: em até 30 min. 
Comprimidos com revestimento açucarado (drágeas) ou revestidos com filme 
▪ 6 comprimidos – água (com discos), se não desintegrarem: 
▪ 6 comprimidos – ácido clorídrico 0,1 M 
▪ Todos devem desintegrar: comprimidos revestidos com filme em até 30 min, e para comprimidos 
com revestimento açucarado (drágeas) é de 60 min. 
Comprimidos ou cápsulas com revestimento entérico (gastro-resistentes) 
▪ Igual ao anterior, sem discos. 
▪ Líquido de imersão: HCl 0,1M por 60 min. Não devem estar amolecidos ou rachados; 
 Trocar o líquido de imersão: tampão fosfato pH 6,8 e adicionar os discos por 45 min. 
 
 Todos comprimidos devem desintegrar, podendo restar fragmentos do revestimento. 
Comprimidos sublinguais 
▪ Realizar o teste conforme descrito para Comprimidos não revestidos, omitindo o uso de discos. 
▪ Após 5 min, todos os comprimidos devem estar completamente desintegrados. 
Comprimidos solúveis e comprimidos dispersíveis 
▪ Realizar o teste conforme descrito para comprimidos não revestidos, utilizando água mantida 
entre 15ºC e 25ºC, como líquido de imersão. 
▪ Após 3 minutos, todos os comprimidos devem estar completamente desintegrados. 
Cápsulas gelatinosas (duras) 
▪ Realizar o teste conforme descrito para comprimidos não revestidos sem discos. 
▪ Tempo máx. 45 min. 
Cápsulas moles 
▪ Realizar o teste conforme descrito para comprimidos não revestidos com discos. 
▪ Tempo máx. 30 min. 
Obs. O teste pode ser aplicado a comprimidos mastigáveis - as condições e critérios de avaliação cons-
tarão na monografia individual. O teste não se aplica a pastilhas e comprimidos ou cápsulas de liberação 
38 
 
controlada (prolongada). Visto que nas prolongadas pode acontecer de nem ocorrer a dissolução da ma-
triz do fármaco. 
Desintegração de supositórios e óvulos vaginais: Utiliza-se um equipamento específico com a descrição: 
Cilindro contendo 2 discos perfurados de aço inoxidável com 39 orifícios (4 mm de diâmetro cada). 
Afastamento de 30 cm; Béquer de 4 L. Temperatura: 36-37ºC (ou a especificada na monografia) 
O tempo estabelecido para a desintegração é de 30 min para supositórios, óvulos e comprimidos vaginais 
com base hidrofóbica, e de 60 min para supositórios com base hidrofílica 
Deve-se atentar para dissolução completa, separação completa de seus componentes, amolecimento da 
amostra, ruptura da cápsula gelatinosa de óvulos, ausência de resíduo ou, quando houver, não ofereça 
resistência à pressão com bastão de vidro. 
O procedimento para 
Supositórios e óvulos 
▪ Utilizar três supositórios ou óvulos. Colocar cada um deles sobre o disco inferior do dispositivo, 
introduzir e fixar o disco no interior do cilindro. N= 3; Inversão a cada 10 min 
Para comprimidos vaginais 
▪ Utilizar água entre 36 ºC e 37 ºC que deve cobrir uniformemente as perfurações do disco. Utilizar 
três aparelhos, colocando em cada um deles um comprimido vaginal sobre o disco superior. 
▪ Cobrir o aparelho com uma placa de vidro para assegurar a umidade adequada. 
▪ Examinar o estado de cada amostra depois de decorrido o tempo prescrito na monografia. O teste 
é considerado satisfatório se todas as amostras se apresentarem desintegradas. 
 
Dissolução: é um ensaio muito importante que nos permite verificar a possibilidade de liberar o fármaco 
in vivo, ou seja verificar eficácia terapêutica de um produto. Determina a % da quantidade de P.A 
declarado no rótulo do produto, liberado no meio de dissolução, dentro do período de tempo especificado 
na monografia, quando submetido à aparelhagem específica, sob as condições experimentais descritas 
(Q). Absorção e biodisponibilidade dependem da dissolução do fármaco. Só fármaco dissolvido a partir 
do medicamento que será absorvido e com isso terá seu efeito farmacocinético e farmacodinâmico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Aula 9: Dissolução e equivalência farmacêutica 
 
Introdução 
Dissolução é o processo de libera-
ção do IFA (fármaco) de sua forma far-
macêutica, tornando-o disponível para 
absorção. 
Considerando a forma farmacêu-
tica sólida, algumas delas se desintegram 
e outras que não se desintegram (liberam 
o ativo mais lentamente, ocorrendo uma 
dissolução menor). As formas farmacêu-
ticas de liberação imediata se desinte-
gram na forma de granulados ou agrega-
dos, ocorrendo uma dissolução maior. Esses granulados ou agregados podem sofrer desagregação em 
partículas menores, ocorrendo uma dissolução com velocidade ainda maior. Então, de acordo com a área 
superficial das partículas ocorre uma dissolução maior ou menor. Depois do processo de dissolução, o 
fármaco em solução ou dissolvido e pronto para ser absorvido, indo para a corrente circulatória ou outros 
fluídos biológicos ou tecidos (efeito farmacocinético e farmacodinâmico). 
 
Teoria da dissolução 
A dissolução ocorre em 
duas etapas: 
• 1ª etapa) mudança de fase: só-
lido → líquido; 
• 2ª etapa) transporte através da 
camada de difusão ao redor da 
partícula sólida. 
Noyes e Whitney (1897) 
foram os primeiros a descrever 
uma equação para a teoria da 
dissolução, baseado na segunda 
lei de difusão de Fick, relacio-
nando a velocidade de dissolução com a velocidade máxima e a concentração em determinado tempo. 
Posteriormente, Nernst e Brummer (1904) adicionaram o modelo de difusão em camada, que con-
sidera a camada formada ao redor da partícula e adicionaram informações sobre o meio de dissolução 
uma vez que a camada de difusão formada entre a concentração máxima solubilizada se torna uma ca-
mada limítrofe entre a partícula sólida e o seu máximo dissolvido e o meio de dissolução. Conforme 
ocorre a difusão, aumenta-se a concentração de soluto (teoria do filme ou difusão em camada – teoria 
de maior aceitação). Foi incluído no cálculo a área de superfície, a espessura de camada de difusão e o 
40 
 
volume do meio como parâmetros influentes no processo de dissolução, onde o volume é suficiente-
mente grande, com isso, a concentração do soluto no solvente não afeta a velocidade de dissolução. 
 
Fatores que afetam a dissolução 
Relacionados com o fármaco: 
• Grau de solubilidade – lipofilici-
dade; 
• Tamanho da partícula: relaciona a 
área superficial que está em contato 
com o meio de dissolução; 
• Estado amorfo, cristalino ou poli-
morfos: define o grau de solubili-
dade; 
• Grau de hidratação: partículas hi-
dratadas apresentam melhor afinidade pelo meio de dissolução e são mais bem dissolvidas do que partí-
culas anidras; 
• Características ácido-base: potencial de ionização → pKa; 
• Classificação – Sistema de Classificação Biofarmacêutico (SCB): classifica o fármaco em altamente 
solúvel ou de baixa solubilidade, principalmente aqueles de bioisenção. 
Relacionados com a formulação: 
• Forma farmacêutica; 
• Excipientes: o conceito de excipientes serem inertes não existe mais, o excesso ou a falta deles pode 
interferir na desintegração e dissolução de fármacos; 
• Tecnologia de fabricação: por exemplo, granulação, força da compressão. 
 
Teste de dissolução 
O teste de dissoluçãoé defi-
nido, segundo a Farmacopeia, 
como quantidade de substância dis-
solvida no meio de dissolução 
quando um produto é submetido a 
ação de aparelhagem específica sob 
condições experimentais descritas. 
O resultado é em porcentagem da 
quantidade declarada no rótulo em 
função do tempo e o teste se destina 
a demostrar se o produto atende as 
exigências da monografia. 
41 
 
O teste de dissolução é definido, segundo a ANVISA, como teste físico-químico para demonstrar 
in vitro o desempenho de produtos farmacêuticos que necessitam de dissolução para absorção e, conse-
quentemente, efeito terapêutico. 
O dissolutor é responsável por realizar o teste não só nos produtos, como também nos IFAs. 
Dentre as formas farmacêuticas, aqueles que podem ser feito os testes de dissolução são: 
• Comprimidos: mastigáveis - desintegração oral – revestidos (ação prolongada ou retardada) – sublin-
gual – que não desintegram; 
• Cápsulas: duras – moles – com conteúdo líquido; 
• Suspensões e granulados para suspensões; 
• Supositórios; 
• Goma de mascar; 
• Formas farmacêuticas semissólidas (FFSS): pomadas, géis, cremes; 
• Implantes e adesivos transdérmicos. 
Obs.: Qualquer forma farmacêutica que apresente uma partícula sólida, não dissolvida ou que precisa 
ser liberada da forma farmacêutica para ser absorvida (não está em solução) é passível de sofrer teste de 
dissolução. 
 
Sistema de dissolução e sistema de quantificação 
O teste de dissolução con-
siste de sistema de dissolução (dis-
solutor) e o sistema de quantifica-
ção (HPLC ou espectroscopia no 
UV). 
O sistema de dissolução é 
composto por um amostrador ma-
nual ou automático; dissolutor, 
que é composto pelo banho para 
manter o meio de dissolução à 
37ºC; os aparatos. No pré-teste, 
tem-se a configuração do sistema, 
escolha do aparato, preparo do 
meio, o teste de dissolução, a coleta e filtragem da amostra. O pós-teste consiste na análise quantitativa 
da amostra coletada. Após isso, é construído o gráfico de dissolução e o percentual dissolvido em função 
do tempo. 
Os testes de dissolução são associados a farmacopeia. Apenas depois da 5ª edição da farmacopeia 
brasileira (FB) foi revogada as edições anteriores em busca de atualização e revisão de todos os métodos 
e monografias publicadas até então. Trouxe também inovações importantes no contexto de regulação 
sanitária. 
42 
 
1) Aparatos: 
• Farmacopeia brasileira: 3 aparatos → 
cestas (I), pás (II), cilindros alternantes 
(III); 
• USP (americana): 7 aparatos → cestas 
(I), pás (II), cilindros alternantes (III), 
célula de fluxo (IV), pá de disco (V), 
cilindro rotatório (VI), disco alternante 
(VII); 
• Europeia (PhEur) e Britânica (BP): 4 
aparatos → cestas (I), pás (II), célula de 
fluxo (III), célula de extração (IV). 
Os aparatos: 
• I: Cestas → composto pela cesta 
rotatória, uma haste de aço inoxidá-
vel e a cuba, que pode ter diferentes 
tamanho de malhas (padrão: 40 
mesh ou 0,40 mm) descritos na mo-
nografia. Esse aparato é utilizado 
quando se deseja alterar o meio de 
dissolução, pois a haste sobre, troca-
se o meio de dissolução e a haste re-
torna com a cesta contento a forma 
farmacêutica. É empregada para for-
mas farmacêuticas sólidas (cápsu-
las), formas de baixa densidade ou 
que desintegram lentamente grânu-
los, formas de liberação modificada; 
• II: Pás → composto por uma cuba, 
uma haste e a pá (feita de teflon ou 
ácido inoxidável) e o volume do 
meio, normalmente, é 900 mL. Em-
pregado para formas farmacêuticas 
sólidas (comprimidos) e de liberação 
modificada. As cápsulas ou formas 
farmacêuticas de baixa densidade 
pode ser usadas se for utilizado sin-
kers, que fazem com que elas se 
mantenham no fundo da cuba. O uso 
do sinker deve ser avaliado, pois não 
pode dificultar a liberação do ativo. Permite alteração do pH no decorrer do ensaio por adição ou troca 
total (não recomendado, pois tem que retirar a forma farmacêutica) do meio de dissolução; 
43 
 
• III: Cilindros alternantes (biodis): 
apresentam cilindros alternantes que 
se movimentam horizontalmente e 
verticalmente, onde ao alterar o pH, 
muda o sentido da movimentação, e 
ocorre a troca do meio de forma au-
tomatizada. Cada faixa de pH pode 
ser ajustada numa determinada linha, 
podendo avaliar todos os pHs pre-
sentes no intestino. São empregados 
para formas farmacêuticas de libera-
ção modificada e para o perfil de li-
beração/dissolução com alteração de pH. 
 
• IV: Célula de fluxo → necessita 
de aparelho específico, é empre-
gado principalmente para fármacos 
que apresentam baixa solubilidade 
(necessita de um grande fluxo de 
meio que permita a sua solubiliza-
ção, mimetizando o sink). Há a pos-
sibilidade de variar o tamanho da 
célula, a velocidade de fluxo e o sis-
tema fechado ou aberto; 
 
 
• V: Pá sob disco → é uma adapta-
ção do aparato II, usando a mesma 
pá, mas associando um disco. Esse 
disco permite a avaliação de um sis-
tema transdérmico (faz um “sanduí-
che” entre o disco, o sistema trans-
dérmico e uma membrana limitante 
– sintética ou pele). Pode ser feito no 
próprio laboratório, utilizando uma 
tela ou através da aquisição de dis-
cos; 
 
44 
 
• VI: cilindro rotatório → também uti-
liza o dissolutor normal e também é uti-
lizado para sistemas transdérmicos. Uti-
liza a cuba, haste e o cilindro rotatório 
feito de aço inoxidável, onde na face ex-
terna desse cilindro, com uma fita dupla 
face, o sistema transdérmico pode ser 
fixado. Para adesivos transdérmicos 
grande, pode-se adicionar um extensor. 
A principal diferença entre o V e o VI é 
que o VI a temperatura é de 32 ºC, si-
mulando a temperatura da pele; 
• VII: Disco alternante → menos utili-
zado, utiliza o mesmo sistema que o bio-
dis, entretanto utiliza cubas menores e 
hastes diferenciadas onde pode-se aco-
plar diferentes tipos de sistemas trans-
dérmicos. 
 
 
 
 
Na USP, existem outros 
aparatos que avaliam a dissolução 
do IFA a partir de formas farma-
cêuticas semissólidas ou transdér-
micas, como a célula de imersão 
especial, célula de difusão de 
Franz (recomendada pelo FDA) e 
aparato de disco rotativo (dissolu-
ção intrínseca). 
O aparato disco rotativo 
avalia as propriedades do IFA que 
influenciam na taxa de dissolução, como polimorfismo, tamanho da partícula, grau de hidratação e área 
superficial. Através do equipamento, encontra-se a taxa de dissolução intrínseca, que é a massa dissol-
vida por unidade de tempo, considerando a área superficial exposta fixa, é expressão em mg/mim/cm2. 
45 
 
 
Nesse método, é produzido uma pastilha com o ativo puro (o IFA fica compactado na matriz) e a 
velocidade que ocorre a dissolução do ativo em função da sua área superficial, polimorfismo e etc. 
 
Estudo de caso: avaliando as características diferenciadas de diferentes lotes Efavirenz em relação a 
taxa de dissolução intrínseca. Os lotes apresentaram áreas superficial diferentes e foi observado o per-
centual de dissolução do ativo diferente de acordo com as suas características. O lote que apresentou a 
maior área superficial (menor tamanho de partícula) foi o lote que apresentou maior porcentagem de 
dissolução. 
 
46 
 
Desenvolvimento de um método de dissolução 
Há duas formas de desenvolvimento. A pri-
meira é verificar na FB se existe uma monografia 
descrita para o produto. Na ausência deste, é possí-
vel usar a monografia presente em outras farmaco-
peias de acordo com a legislação da ANVISA. Ve-
rificar se o método apresenta adequabilidade, se não 
for adequado, é necessário desenvolver o método de 
dissolução discriminativo desde o início. 
Se o método for farmacopeico, é necessário fazer a análise e verificar se o método é discriminativo. 
Se sim, pode-se utilizar o método descrito na farmacopeia. Se não, deve-se desenvolver um método de 
dissolução discriminativo.Farmacopeico ou não é necessário demonstrar a adequabilidade do método 
para o produto em estudo, comprovando seu poder discriminativo. 
O novo método de dissolução deve contemplar: 
• Escolha do aparato; 
• Uso de sinkers; 
• Velocidade de rotação; 
• Meio de dissolução (+ 
volume, temperatura, 
biorrelevante); 
• Uso de tensoativo e con-
dição sink; 
• Amostragem – tem ou 
não reposição do meio, 
posição e tempos; 
• Filtração – tipo de membrana e porosidade do filtro; 
• Sistema de quantificação – UV ou HPLC; 
• Estabelecer o valor de Q (percentual dissolvido em um determinado tempo) e tempo. 
47 
 
Escolha do aparato e velocidade de dissolução 
A geometria dos aparatos é 
diferente, com isso a hidrodinâ-
mica gerada é diferente, que 
causa um processo de dissolução 
diferente. 
O aparato I (cesta) pode 
promover uma inadequação da 
mistura em baixas rotações; for-
mulações que possuem excipien-
tes que, na presença de água, 
ocorre o entumecimento e a for-
mação de uma camada gelati-
nosa, que pode causar o entupimento da malha; efeito de peneiramento em formulações com partículas 
de diferentes tamanhos. 
O aparato II (pá) pode gerar o efeito cone de material desintegrado/particulado no fundo da cuba, 
principalmente em baixa rotação, limitando a dissolução da forma farmacêutica nesta região, com o 
aumento da velocidade de rotação o efeito é interrompido, no entanto, uma velocidade muito alta pode 
criar um método não discriminativo; avaliar o uso de sinkers e qual tipo. 
 
Escolha do meio de dissolução 
O meio deve ser biorre-
levante, ou seja, ter caracte-
rísticas próximas aos fluídos 
biológicos. Por exemplo, flu-
idos simulados, que apresen-
tam pH fisiológico, força iô-
nica e pressão osmótica pare-
cidas com as dos fluidos bio-
lógicos. Nesse sentido, a 
água é menos recomendada 
por não apresentar compo-
nentes biorrelevantes. 
O uso de tensoativo 
pode ser necessário, como o 
lauril sulfato de sódio e o polisorbato 80 (0,02-5%), principalmente quando o fármaco tem baixa solu-
bilidade em meio aquoso. A concentração do tensoativo tem que ser justificada, devendo ser considerada 
a menor concentração uma vez que a concentração alta de tensoativo pode gerar um método não discri-
minativo. 
A temperatura depende da forma farmacêutica que está sendo avaliada. 
48 
 
O volume deve ser adequado para estabelecer a condição sink (3x o volume necessário para a 
saturação do fármaco), que impede que a concentração no meio de dissolução se aproxime da concen-
tração de saturação, evitando assim que se tenha uma velocidade de dissolução lenta. 
 
Amostragem, filtração e quantificação 
Na amostragem, deve-se ter 
cuidado com as manuais para reti-
rar o volume correto. Na automá-
tica, o equipamento retira volu-
mes com precisão. Em ambas, 
pode ocorrer ou não a reposição 
do meio. O volume retirado da 
cuba pode ser ajustado. 
Na filtração, há diferentes 
porosidades dos filtros (0,1 – ideal 
para suspensões; 0,22; 0,45- mais 
usual µm x tamanho da partícula) 
e polímeros, os mais utilizados 
são o PVDF e o PVDP. Deve ser avaliado se não há nenhum tipo de adsorção da amostra nesses polí-
meros. 
Na quantificação, é necessário avaliar a especificidade e seletividade; o LQ e o LD; linearidade 
(20-120%). 
 
Avaliação do teste de dissolução 
Segundo a FB, para 
avaliar a dissolução deve-se 
avaliar o valor de Q, que é a 
quantidade de substância 
ativa dissolvida expressa 
como % do valor rotulado 
da dose unitária. 
Exemplo: Teste de dissolu-
ção do Ibuprofeno → meio: 
tampão fosfato pH 7,2; apa-
rato II; 150 rpm; 30 min, ou 
seja, após 30 min será feito 
a coleta e calcular o percen-
tual dissolvido de fármaco em relação ao rotulado no comprimido. A tolerância é de não menos que 60% 
em 30 min. 
Segundo a FB, no primeiro estágio (6 cubas), o valor de Q deve ser maior ou igual a Q+5% (no 
exemplo, 65%); se não aprovado, vai para o segundo estágio (6 + 6 cubas), onde a média de 12 unidades 
49 
 
(E1+E2) é maior ou igual a Q (60%) e nenhuma unidade é menor que Q-15%; no terceiro estágio, (12+12 
cubas), a média de 24 unidades (E1+E2+E3) é maior ou igual a Q e, no máximo, 2 unidades são menores 
que Q-15% e nenhuma é menor que Q-25%. 
 
Formas farmacêuticas de liberação retardada 
Há dois estágios: 
ácido e tampão pH 6,8. 
Inicia-se com o ácido, 
utilizando 750 ou 900 
mL de HCl 0,1M, onde o 
percentual dissolvido 
desse ser inferior a 10% 
do teor declarado no ró-
tulo do medicamento; 
nenhuma unidade deve 
ser superior a 10%; caso 
tenha, analisa-se mais 6 
unidades, a média não 
deve ser superior e ne-
nhuma unidade deve ser superior a 25% do declarado; se não passar, vai para o terceiro estágio. 
Adiciona-se o tampão por 45 minutos e o percentual dissolvido deve ser maior ou igual a 75% + 
5% no primeiro estágio; no segundo estágio: média das 12 unidades é igual ou maior que Q e nenhuma 
unidade apresenta resultado inferior a Q-15; no terceiro estágio: a média de 24 unidades é igual ou maior 
do que Q, não mais que duas unidades devem apresentar resultados inferiores a Q-15% e nenhuma uni-
dade deve apresentar inferior a Q – 25%. 
Gráfico, onde inicialmente foi 
avaliado a etapa ácida com potencial 
dissolvido reduzido em relação ao de-
clarado. Depois das 2h, inicia-se a dis-
solução do fármaco no tampão pH 6.8 
até completa liberação. 
 
 
 
 
 
50 
 
Formas farmacêuticas de liberação prolongada 
Na FB, Q1 e Q2 
são definidos com quan-
tidade mínima e má-
xima de fármaco dissol-
vido em cada intervalo 
de tempo especificado 
na monografia, expres-
sos como porcentagem 
da quantidade decla-
rada. 
No L1, cada resul-
tado individual se insere 
no intervalo estabele-
cido (Q1 e Q2) para 
cada determinado tempo e nenhum resultado individual é inferior ao Q do último tempo. Se não passar 
no L1, pode ir para o L2 e para o L3. 
No gráfico, é ob-
servado o potencial dis-
solvido da forma far-
macêutica de liberação 
imediata, onde 100% é 
liberado em 10 min. E, 
em azul, há o fármaco 
de liberação prolon-
gada, que na 1ª hora 
deve liberar 24-44%; na 
4ª hora deve liberar 56-
76% e na 8ª hora deve 
liberar mais que 80%. Os critérios de aceitação são estabelecidos durante o desenvolvimento da formu-
lação. Os critérios de liberação imediata são tabelados enquanto que o de liberação prolongada são de 
acordo com a monografia. 
 
Perfil de dissolução 
O teste de dissolução é definido atra-
vés do valor de Q em um determinado 
tempo, sendo realizado apenas uma coleta 
no tempo determinado na monografia. O 
perfil de dissolução analisa o comporta-
mento do fármaco em diferentes tempos e 
coletas. A partir do perfil de dissolução, é 
possível realizar diversos estudos de disso-
lução, sendo muito utilizado na análise 
51 
 
variáveis criticas na produção do fármaco, caracterizar os excipientes, realizar o CQ rotineiro e estabe-
lecer a relação in vitro/in vivo nos processos produtivos, tamanhos de lotes, locais de fabricação e outras 
alterações pós-registro. Estudos de dissolução podem ser considerados uma ferramenta indispensável 
para as etapas de desenvolvimento galênico do produto; detectar mudanças durante os estudos de esta-
bilidade; avaliar a consistência e reprodutibilidade dentro de um mesmo lote e entre lotes; indicar seme-
lhança entre o medicamento genérico/similar e o de referência → equivalência farmacêutica; prever a 
biodisponibilidade do produto; isentar as demais dosagens de estudo de bioequivalência → bioisenção. 
 
Lei dos genéricos 
A Anvisa foi criada em 1999 
(lei nº 9782/99) e a lei do genérico (lei 
nº 9787/99) foi criada no mesmo ano. 
Essas leis proporcionaram acesso da 
população a medicamentos seguros, 
eficazes e de qualidade; o fortaleci-
mento da indústria farmacêutica naci-
onal; o aprimoramento da regulação. 
Desde 2003, os medicamentossimilares passaram pelos mesmos tes-
tes que os genéricos para provar segu-
rança, eficácia e qualidade e serem intercambiáveis com o medicamento de referência (RDC 
nº133/2003). Até 2014, todos os medicamentos similares já comprovaram biodisponibilidade relativa. 
O medicamento é intercambiável quando apresentar equivalência farmacêutica, bioequivalência e, algu-
mas vezes, bioisenção. 
Tanto os genéricos quanto os similares atendem às mesmas exigências regulatórias que os genéri-
cos. 
 
Esse gráfico relata que, desde 2000 até julho de 2017, 4886 medicamentos genéricos foram regis-
trados. Destes, 1016 registros foram cancelados e os demais apresentaram registros válidos. 
52 
 
 
A RDC 310/2004 foi a primeira RDC lançada nos estudos de equivalência farmacêutica e perfil 
de dissolução comparativa, tendo sido revogada pela RDC 31/2010. Dentro dessas legislações, há outras 
legislações importantes, como: RDC 166/2017 (Validação de métodos analíticos), RDC 60/2014 (Re-
novação de registro de medicamentos novos, genéricos e similares e cita a comparação do perfil de 
dissolução), RDC 1170/2006 (Guia para provas de biodisponibilidade relativa/bioequivalência de medi-
camentos, complemento para genéricos e similares), RDC 37/2011 (Guia para isenção e substituição de 
estudos de biodisponibilidade relativa de bioequivalência) e RCD 10/2016 (Lista de fármacos candidatos 
a bioisenção baseada no sistema de classificação biofarmacêutica - SCB). 
 
Sistema de classificação biofarmacêutica (SCB) 
Duas características são determinadas: 
• Solubilidade (RDC 
31/2010): propriedade em 
que um soluto se dissolve 
em um solvente. A alta so-
lubilidade é definida como 
maior dose do fármaco/dia 
que dissolve em 250 mL no 
meio de dissolução em pH 
1,0-6,8 à 37ºC. Determi-
nada por “método shake-
flask” 
• Permeabilidade intesti-
nal: facilidade em que um 
composto passa do trato gastrointestinal para a circulação. Alta permeabilidade é definida como absor-
ção maior que 90% da dose administrada em monocamada de caco-2. 
53 
 
 
A Instrução normativa (IN) nº10/2016 traz a lista de fármacos candidatos a bioisenção baseada no 
SCB. A classificação dos fármacos está relacionado com a alta/baixa permeabilidade e alta/baixa 
solubilidade. De acordo com essas características são classificados em: 
• Classe 1: Alta solubilidade e permeabilidade → medicamentos genéricos, similares ou novos, orais de 
liberação imediata que são canditatos a bioisenção. Os fármacos da lista possuem fração de dose 
absorvida maior ou igual a 85% da dose administrada (demonstrada com base em dados provenientes de 
estudos em seres humanos), ampla faixa terapêutica e ausência de evidências documentadas de 
bioinequivalência ou problemas de biodisponibilidade não detectáveis nos estudos de perfis de 
dissolução previstos pelo SCB. 
• Classe 2: Baixa solubilidade e alta permeabilidade; 
• Classe 3: Alta solubilidade e baixa permeabilidade; 
• Classe 4: baixa solubilidade e baixa permeabilidade. 
 
RDC 60/2014 
Dispõe sobre os critérios para a 
concessão renovação do registro de 
medicamentos com princípios ativos 
sintéticos e semissintéticos, classifica-
dos como novo, genéricos e similares 
e outras providências. É indicado que 
a petição esteja acompanhada do cer-
tificado de equivalência farmacêutica, 
certificado de perfil de dissolução e o 
relatório de desenvolvimento do 
54 
 
método de dissolução, conforme legislação. Esses documentos só podem ser produzidos por Centros de 
Equivalência Farmacêutica (EQFAR). 
Os centros de EQFAR são ha-
bilitados pela Rede Brasileira de La-
boratórios Analíticos em Saúde 
(REBLAS), composta de laboratórios 
oficiais e privados autorizados pela 
ANVISA, mediante a habilitação 
pela Gerência Geral de Laboratórios 
de Saúde Pública (GGLAS/Anvisa) 
e/ou credenciamento pelo Inmetro. 
Esses laboratórios prestam serviços 
laboratoriais relativos a análises pré-
vias de controle fiscal e de orientação 
de produtos sujeitos ao regime da vigilância sanitária. Então, os certificados de Equivalência Farmacêu-
tica exigidos pela anvisa são emitidos por esses laboratórios. 
 
RDC 31/2010 
Estabelece os Estudos de Equivalência Farmacêutica e Perfil de Dissolução Comparativo. Equi-
valentes farmacêuticos são medicamentos que possuem mesma forma farmacêutica, mesma via de ad-
ministração e mesma quantidade de substância ativa, isto é, mesmo sal ou éster da molécula terapêutica, 
podendo ou não conter excipientes idênticos, desde que bem estabelecidos para a função destinada. 
Com exceção das formas farmacêuticas de liberação modificada, alguns medicamentos que reque-
rem reservatório ou excesso podem conter ou não a mesma quantidade de substância ativa desde que 
liberem quantidades idênticas da mesma substância ativa em um mesmo intervalo posológico. 
Eles devem cumprir com os mesmos requisitos da monografia individual da FB, preferencial-
mente, ou com os de outros compêndios oficiais, normas ou regulamentos específicos aprovados/refe-
renciados pela Anvisa ou, na ausência desses, com outros padrões de qualidade e desempenho. 
 
Estudos de equivalência farmacêutica 
Conjunto de ensaios físico-químicos e, quando aplicáveis, microbiológicos e biológicos (exigido 
para medicamentos estéreis, onde é necessário fazer ensaios de hemotoxina e pirogênico), que compro-
vam que dois medicamentos são equivalentes farmacêuticos. 
Os ensaios informativos são ensaios analíticos preconizados na monografia individual (FB ou far-
macopeias/compêndios oficiais – RDC 37/2009) ou nos métodos gerais de compêndios oficiais ou, 
ainda, em normas e regulamentos aprovados/referenciados pela Anvisa para os quais não exista especi-
ficações definidas, cujos resultados não devem ser utilizados para fins de comparação entre medicamen-
tos teste e de referência/comparador no Estudo de equivalência Farmacêutica. Para tais ensaios, o medi-
camento teste deve cumprir com suas próprias especificações. Exemplo: determinação da viscosidade, 
peso médio, dureza e etc, estando relacionados com a forma farmacêutica. Os comprimidos, por 
55 
 
exemplo, não necessitam tem o mesmo peso médio e dureza entre o medicamento referência e o gené-
rico/similar desde que atentam s especificações do medicamento. 
Na ausência de monografia, o fabricante do medicamento teste deve desenvolver as metodologias 
e estas devem ser validados por laboratórios com certificação REBLAS. 
Resumindo, o estudo de 
equivalência farmacêutica deve 
ser realizado por um centro de 
equivalência farmacêutica de-
vidamente habilitado pela An-
visa, previamente à realização 
do estudo de biodisponibili-
dade relativa/bioequievalência, 
quando aplicável à forma far-
macêutica. Além disso, deve 
comparar, simultaneamente, o 
medicamento teste e o referên-
cia com lotes dentro do prazo de validade. 
Os medicamentos já registrados na Anvisa devem estar acondicionados em suas embalagens co-
merciais. No caso da realização de estudos com lotes-piloto, devem estar embalados em sua embalagem 
primária e devidamente identificados conforme legislação, incluindo acessório, se aplicável. 
O estudo de biodisponibilidade relativa/bioequivalência deve utilizar obrigatoriamente os mesmos 
lotes empregados no estudo de equivalência. 
 
Ensaios 
Dentre os testes utilizados no estudo de equivalência, tem-se os métodos gerais e o estudo do perfil 
de dissolução. 
Os métodos gerais: 
• Identificação; 
• Determinação de peso ou vo-
lume; 
• Uniformidade de dose; 
• Dureza; 
• Friabilidade; 
• Teste de desintegração – cápsu-
las, comprimidos ou supositórios; 
• Doseamento (teor de ativo): recomendado que a variação entre o referência e o teste não seja superior 
de 5%; 
• Teste de dissolução com múltiplos pontos. 
56 
 
Obs: em negritos estão os testes que devem ser realizados simultaneamente com o medicamento teste e 
o referência.

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