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Escola Positivista da Criminologia - CONCLUSÕES

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2. Escola Positivista da Criminologia:
2.1. Teve em Cesare Lombroso (1835-1909), Rafaelle Garofalo (1851-1934) e Enrico Ferri (1856-1929) os seus principais expoentes.
2.2. A Escola Positivista da Criminologia partia de uma pergunta até certo ponto ingênua que quase todos nós fazemos: Por que certas pessoas praticam crimes e outras não? 
2.3. Essa era a grande pergunta feita pelos positivistas, ou seja, o eixo central em torno do qual orbita todo saber criminológico da Escola Positivista. 
2.4. Ocorre que por trás dessa pergunta ingênua subjaz latente toda uma carga semântica (uma carga de significados sociológicos, biológicos e jurídicos), porque se eu pergunto por que certas pessoas praticam crimes e outras não, estou partindo do pressuposto de que o crime se submete a uma regra de causalidade. 
2.5. Em última análise significaria que o fundamento da criminologia é buscar a causa do crime. Qual é a causa do crime? 
2.6. O crime seria, para ela, consequência de certas causas e portanto o crime estaria submetido às regras de causalidade física ou mecânica que engendra todo o universo, assim como a terra gira em torno do sol, que permite que um objeto caia ao chão, enfim o crime teria estas mesmas características ontológicas que poderiam se apreendidos por meio dos sentidos humanos. 
2.7. O crime é, então, essa realidade ontológica. Os criminólogos positivistas acreditavam piamente nisto: que o crime seria essa realidade ontológica, submetida a essa realidade mecânica. 
2.8. Isso significa que o crime se materializa na concretude de um dado sólido. 
2.9 Ele pode ser apontado, investigado, como se ele fosse um edifício, um veículo, uma rocha, uma planta, um animal, sensível aos sentidos humanos. 
2.10. Dessa forma, os criminólogos positivistas procuram recortar o crime, perscrutar o crime, dissecar o crime, tanto quanto fazem com a realidade cromossômica: analisam, repartem os elementos formadores do crime até chegar ao seu “DNA”. 
2.11. Na verdade, os criminólogos positivistas acreditam que o crime seriam uma patologia encrustada na anatomia do indivíduo. 
2.12. O criminoso seria portador de deformidades anatômicas. 
2.13. É isso que Lombroso faz. Ele parte do paradigma etiológico e faz com que os criminosos sejam submetidos muitas vezes a intervenções cirúrgicas. 
2.14. Cesare Lombroso chega a um determinado momento em que vai a um presídio para fazer a classificação dos detentos como se houvesse uma relação, um nexo, entre, por exemplo, a circunferência do crânio, o tamanho e a forma do nariz e das orelhas, a largura dos ombros, a grossura dos lábios, e a sua propensão ao crime, ao delito. 
2.15. Cesare Lombroso acredita que haveria uma “criminoso nato”, de acordo com as suas características fisionômicas, que pudesse ser empiricamente analisado, dissecado, tanto quanto faz com os doentes dentro de um hospital. 
2.16. Por isso, partindo desse pressuposto, os criminólogos positivistas veem o crime como algo assemelhado a uma doença, que o crime poderia ser investigado de uma forma clínica, medicinal. 
2.17. Eles localizam o saber criminológico dentro das faculdades de Medicina e não de Direito, que pertenceriam então às ciências naturais do “ser” e não às ciências culturais do “dever-ser”. 
2.18. Partem, portanto, de pressupostos dicotômicos de que existe uma barreira impermeável entre ciências naturais, de um lado, e ciências culturais, de outro. 
2.19. O crime e o criminoso pertencem, então, a essa categoria do saber referente às ciências naturais do “ser”, dentro da natureza, e deveriam ser “dissecados anatomicamente” nas faculdades de Medicina. 
2.20. Enfim, uma matriz de pensamento que engendrava em torno de si o paradigma etiológico (o crime tinha uma causa meramente física ou mecânica), a ideia do criminoso nato (o crime é uma doença, uma realidade cromossômica encrustada na compleição anatômica do indivíduo criminoso).
3. Conclusão: Escola Clássica de um lado, Escola Positivista de outro enfeixam o que poderíamos denominar a “IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL”, a qual parte de três grandes premissas:
3.1. O Estado possui instâncias oficiais legítimas para punir o criminoso;
3.2. A dicotomização maniqueísta da sociedade, a qual é contemplada e dividida em duas espécies de pessoas: as boas e as más, mocinhos e bandidos, cidadãos e marginais;
3.3. Princípio da culpabilidade: que fazia com que o crime fosse algo social, jurídica e politicamente reprovável

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