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Evelyn e Luiza 03032016

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Análise microeconômica dos incentivos à 
ação individual no combate ao Aedes Aegypti
Evelyn Nagaoka e Luiza Mergulhão
Orientadora Michelle Hallack
Introdução
Desde os anos 90 o mosquito Aedes Aegypti é considerado um transmissor de doenças endêmicas e era responsável, inicialmente, pela transmissão da febre amarela e da dengue. O governo brasileiro lançou diversas campanhas e mobilizações, além de enviar agentas às casas da população para orientar e combater os focos de proliferação do mosquito. O vetor surgiu em Uganda, na África, e foi trazido por navios até a América, ainda na época da colonização. Atualmente, é considerado pela Agência Europeia para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) uma das espécies de mosquito mais difundidas no mundo (Barifouse, 2015).
Com o passar dos anos, não só a sociedade e o governo falharam no combate à sua proliferação, como o mosquito se mostrou capaz de transmitir outras doenças: o “mosquito da dengue”, como é conhecido no Brasil, ou “mosquito da febre amarela”, nome que recebe no restante do mundo, se desenvolveu e ganhou a capacidade de transmitir mais do que as duas doenças que lhe atribuem o nome: o Aedes Aegypti foi confirmado também como transmissor do zika vírus, do chikungunya e da síndrome de Guillain-Barré. (Barifouse, 2015)
Das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, a dengue era até então o maior motivo de preocupação no país e é abordada constantemente no Brasil, principalmente no verão. O Ministério da Saúde divulgou que só em 2015 foram registrados 1.649.008 casos prováveis de dengue no país (Ministério da Saúde, 2016). Segundo publicação do jornal O Globo (2016), Os casos ocorridos nas três primeiras semanas de 2016 foram 48,2% superiores aos casos registrados no mesmo período de 2015.
No caso da febre chikungunya, que apresenta sintomas parecidos com os da dengue, em 2015 foram registrados 20.661 casos autóctones suspeitos, segundo o Ministério da Saúde (2016).
O zika vírus, por sua vez é atualmente responsável por 5.280 casos de microcefalia� no Brasil (Exame, 2016) - além de outros milhares de casos espalhados pelo mundo - e outras patologias ligadas a ele, ao ponto em que está sendo considerado uma pandemia�.(BBC,2016). O zika vírus é ainda apontado pela OMS como provável causador da síndrome de Guillain-Barré, que segundo a BBC (2016) “é uma doença do sistema nervoso de caráter autoimune, ou seja, ocorre quando as defesas do organismo são mais intensas do que o necessário e passam a atacar partes do corpo. Pode afetar pessoas de qualquer idade, especialmente adultos mais velhos, e o risco de morte associado à doença é inferior a 10%”.
Figura 1 - Países e territórios com incidência de Zika Vírus, 2007-2016. Fonte: OMS, 2016-A
Existem diversos motivos que tornam o aedes aegypti um mosquito tão eficaz na transmissão de doenças. Um deles é o fato de que o mosquito se adapta facilmente aos ambientes e convive com a espécie humana, cujo sangue é sua principal fonte de alimentação. Segundo a OMS, a reprodução do mosquito e seu comportamento tornam difícil controla-lo. (OMS, 2016-B) 
Conforme expõe Barifouse (2015), o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos, atesta que o Aedes Aegypti é "muito resistente", o que faz com que "sua população volte ao seu estado original rapidamente após intervenções naturais ou humanas". Além disso, o uso de inseticidas não é eficiente, pois só afeta o mosquito se entrar em contato com um espiráculo localizado abaixo da asa do vetor. O resultado é a ineficiência do inseticida, gastos financeiros e um mosquito mais resistente.
Inicialmente, acreditava-se que o mosquito fêmea colocava seus ovos apenas em água limpa, mas descobriu-se que os ovos se desenvolvem também em água com presença de matéria orgânica e podem até ser colocados em locais secos, onde se preservam por até um ano e se desenvolvem no caso de contato com a água durante esse tempo. Além disso, a fêmea distribui entre cem e duzentos ovos em lugares distintos e é um inseto de hábitos flexíveis (OMS, 2016-B).
O mosquito chegou a ser erradicado duas vezes no país, em 1958 e 1973, retornando ao Brasil em 1960 por meio de países vizinhos e em 1976 pelo mesmo motivo. 
Por essas razões, o combate ao aedes aegypti tem sido cada vez mais enfatizado, desencadeando ações governamentais e individuais, pesquisas avançadas e colaborações internacionais nas pesquisas ligadas ao combate do zika vírus. Como exemplo deste último, pesquisadores do Instituto Pasteur Dakar (do Senegal) que participaram do combate à epidemia do ebola na África vieram ao Brasil para ajudar os pesquisadores da Universidade de São Paulo a entender e estudar o zika vírus (Escobar, 2016). 
A alta taxa de proliferação do mosquito despertou o alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde), que tem se dedicado a ações globais nos países afetados, principalmente no cenário atual com a alta taxa de casos de microcefalia causados pelo zika vírus, visto que foi considerado pela instituição uma emergência de saúde pública de preocupação internacional. A OMS já elaborou um plano contra o vírus da zika que custará US$56 milhões, que inclui pesquisas para entender, diagnosticar e tratar a doença, campanhas de conscientização e controle de vetores. (OMS, 2016-C).
Ainda que a OMS e os governos invistam no combate ao mosquito, as instituições ressaltam que ainda é imprescindível que a população contribua através de ações individuais, realizando as prevenções e tratamentos em prol da exterminação do Aedes para que não prejudiquem a si mesmos e tampouco prejudiquem o restante da população. 
Em termos econômicos, os casos em que uma ação individual tem efeito sobre outros indivíduos externos às transações são chamados de externalidades. No caso do Aedes Aegypti, podem ocorrer externalidades positivas e negativas: se cada cidadão agir em prol do combate ao mosquito, teremos então uma externalidade positiva, pois o bem-estar social aumenta conforme os casos de doença diminuem; por outro lado, se os indivíduos não contribuírem por questões pessoais de forma que o mosquito se prolifere, haverá uma externalidade negativa.
Analisaremos o incentivo à ação individual no combate ao mosquito através do aparato microeconômico de externalidades mais a frente.
A ação individual no combate ao mosquito
Para Valle, o Aedes Aegypti se adapta facilmente e tem entrada no país por diversas fronteiras. Além disso, ele atesta que a circulação de pessoas por conta da globalização aumentou muito e, portanto, os recursos humanos e financeiros necessários para a erradicação do mosquito seriam enormes (Valle apud Barifouse, 2015).
Além disso, o entomologista Carvalho, da Fiocruz Minas, afirma que 80% dos criadouros de mosquitos estão nas residências, tornando difícil o seu combate. Segundo ele, quando há uma epidemia, a população tem mais tendência a apoiar, porém fora desse período as pessoas se mostram menos sensibilizadas. Para ele, a melhor palavra para a situação não é “erradicação” – é “controle”. (Carvalho apud Barifouse,2015) 
As doenças transmitidas pelo mosquito nem sempre têm tratamento e já foram confirmadas como motivo de morte para alguns infectados. Portanto, a contribuição da população no combate ao mosquito é imprescindível e emergencial.
Isso pode ser feito por meio de diversas ações simples que o governo brasileiro e a OMS divulgam em campanhas há muitos anos, como eliminar a água parada em vasos, garrafas, pneus e outros objetos que possam acumular líquido, colocar telas de proteção nas janelas e instalar mosquiteiros na cama. Além disso, o uso de repelentes também é recomendado. (Lenharo,2015)
Esses cuidados podem evitar que o mosquito se reproduza e permitir que as doenças sejam erradicadas a longo prazo e, para isso, o primeiro passo é a conscientização da população em conjunto com as ações dos governos e da OMS.
Frente à epidemia no país, o governo brasileiro lançou a campanha Zika Zero em fevereiro de 2016, conforme divulgouo Ministério da Educação, para incentivar a ação individual.
Externalidades
Explicação de externalidades
Ação individual como externalidade positiva
Ação individual como externalidade negativa
Conclusão
A conscientização da população tem feito com que a ação individual gere cada vez mais benefício social, uma vez que se todos cumprirem seu papel no combate ao mosquito, a recorrência dos casos de doenças ligadas a ele tendem a ser cada vez menores. 
Referências 
Barifouse R. (2015). Por que o mosquito Aedes aegypti transmite tantas doenças? Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151202_aedes_aegypti_vetor_doencas_rb .Acesso em 15/02/2016
BBC (2016).Quais são os riscos e sintomas da síndrome de Guillain-Barré, outra doença associada ao zika. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160206_guillainbarre_zika_tg. Acesso em 18/02/2016
Escobar (2016). Equipe que combateu ebola na África chega para ajudar com o zika no Brasil. Disponível em: http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/equipe-que-combateu-ebola-na-africa-chega-para-ajudar-com-o-zika-no-brasil/. Acesso em 17/02/2016
Exame (2016) Número de casos suspeitos de microcefalia sobe para 5.280. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/numero-de-casos-suspeitos-de-microcefalia-no-pais-sobe-para-5-280 .Acesso em 18/02/2016
Lenharo (2015). Vírus da zika: entenda transmissão, sintomas e relação com microcefalia. Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/12/zika-virus-entenda-transmissao-os-sintomas-e-relacao-com-microcefalia.html . Acesso em 15/02/2016.
Michaelis (2016) Definição de Pandemia. Dicionário Michaelis. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=pandemia. Acesso em 19/02/2016
Ministério da Educação (2016). MEC convoca mobilização nacional de combate ao Aedes aegypti e às doenças que provoca . Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/222-537011943/34001-mec-convoca-mobilizacao-nacional-de-combate-ao-aedes-aegypti-e-as-doencas-que-provoca. Acesso em 17/02/2016.
Ministério da Saúde (2016). Boletim Epidemiológico - Volume 47 - nº 03 - 2016 - Monitoramento dos casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 52, 2015. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/15/svs2016-be003-dengue-se52.pdf. Acesso em 18/02/2016
O Globo (2016). Casos de dengue no Brasil crescem 48% em 2016. Disponível em: http://oglobo.globo.com/brasil/casos-de-dengue-no-brasil-crescem-48-em-2016-18655897. Acesso em 18/02/2016
OMS (2016-A). Zika Situation Report. Disponível em: http://www.who.int/emergencies/zika-virus/situation-report/who-zika-situation-report-12-02-2016.pdf?ua=1. Acesso em 18/02/2016
OMS (2016-B). Mosquito control: can it stop Zika at source? Disponível em: http://www.who.int/emergencies/zika-virus/articles/mosquito-control/en/. Acesso em 18/02/2016
OMS (2016-C) Zika Outbreak: WHO's Global Emergency Response Plan. Disponível em: http://www.who.int/emergencies/zika-virus/response/en/. Acesso em 18/02/2016
� Patologia que causa má-formação do cérebro de fetos.
� Segundo o dicionário Michaelis, pandemia é definida como “doença que ataca ao mesmo tempo muitos indivíduos na mesma localidade, ou a maior parte dos povos do globo.” (Michaelis, 2016)
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Faculdade de Economia
2016

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