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EBC04 - Crise de 1929 e a Recuperação Brasileira na Década de 1930

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18/09 - Crise de 1929 e a Recuperação Brasileira na Década de 1930
1 - A Crise do Café e a Crise de 1929
 
Década de 1920: economia mundial em expansão puxada pelos EUA
Economia norte-americana: elevada produção de gêneros agrícolas, bens de consumo duráveis e casa, expansão do setor de bens de capital
Expansão econômica apoiada, em grande parte, na difusão do crédito bancário e na especulação bursátil
Outubro de 1929: o Crash da Bolsa de 1929
Crise econômica gerada por uma superprodução nos diversos setores econômicos dos EUA
Efeitos da crise na economia mundial: deflação; protecionismo; ruptura total do sistema monetário mundial (padrão-ouro)
EUA: desemprego chegou a 25% dos trabalhadores em abril de 1932
Padrão de acumulação dos países latino-americanos: economias primário exportadoras que dependiam da demanda externa por seus produtos para manter a renda e o emprego em suas economias.
Brasil: café representava 72,5% das exportações entre 1924-1929
Brasil: duas enormes safras cafeeiras em 1927-1928 e 1929=1930 (equivalentes a 4 anos de exportações normais)
Cenário: forte queda nos preços internacoinais do café devido, sobretudo, às enormes safras
1931: o preço do café caiu pela metade comparado a 1929
1929: o Brasil conseguiu exportar só metade de sua produção
 
2 - A Crise de 1929 e o Keynesianismo
 
Crise de 1929: marco na teoria macroeconômica
Keynes (livro de 1936): percebeu que a crise de 1929 não era resolvida pelos postulados neoclássicos
A oferta determina/gera sua demanda, pois ao produzir (PRODUTO) o trabalho recebe um montante (RENDA) que deverá ser gasto totalmente em bens e serviços (DESPESA) (realizando a produção)
Desemprego seria um estado temporário de desajuste dos preços relativos que seria corrigido de forma automática pelo sistema econômico (marginalistas/neoclássicos: Marshall, Walras, etc)
NUNCA haveria crises de superprodução, como a de 1929
Problema econômico a ser abordado por Keynes: o combate ao desemprego
O nível de emprego está atrelado à demanda agregada (demanda de bens e serviços das famílias ©, dos capitalistas (I), dos gastos governamentais, das exportações (X))
DA = C + I + G + (X-M)
Keynesianismo e as Crises economicas: surgem em virtude das variações nas propensões a investir e consumir e ao aumento da preferencia pela liquidez
Ação estatal: vem a cobrir a carência do setor privado como mantenedor da demanda efetiva
Política fiscal: impostos (receitas) despesas do governo (gasto/investimento/transferência), Orçamento Público
Política Fiscal Expansionista: aumento do gasto público e/ou queda dos impostos
Política Cambial: fomentar o crescimento econômico nacional e corrigir distúrbios nas trocas comerciais com o mercado internacional (como déficit no Balanço de Pagamentos)
Taxa cambial: impostos de importação e exportação, licenças prévias, controles quantitativos, controle para remeter divisas, controles de permanência de capital externo.
Política Monetária: diz respeito à atuação do governo sobre a quantidade de moeda, o crédito e o nível das taxas de juros.
 
3 - A Recuperação da Econômica Brasileira
 
Padrão de acumulação da economica brasileira até o final da década de 1920: primário-exportador, pois as exportações de café (x) era variável fundamental na determinação da renda e emprego
1931: governo criou o Conselho Nacional do Café (CNC), que, em 1933, tornou-se o Departamento Nacional do Café
1931-1944: o governo comprou café e queimou mais de 78 milhões de sacas do produto
Resultado: preços do café se estabilizaram no mercado internacional
Política Fiscal Expansionista
Financiamento do programa foi via recursos públicos: 52% vieram de créditos públicos através da Carteira de Emissão e Redesconto do Banco do Brasil, que descontava os títulos do CNC
Parte das compras do café veio do imposto de 15 shillings cobrados sobre cada saca de café exportada a partir de 1931
A receita do imposto era depositada na conta do Banco do Brasil
Déficits no orçamento federal (comparados à 1928) nos anos de 1930 e 1934
Política Monetária Expansionista: elevação do saldo de papel-moeda em circulação
Em 1935, o meio circulante superava os níveis vigentes em 1928-1929
Política Cambial: devido à desvalorização cambial resultante da queda das exportações e fuga de capitais, o governo instituiu o monopólio cabial por parte do Banco do Brasil em 1931
Exportadores: tinham que vender divisas ao banco pela taxa fiscal
Banco do Brasil: vendia as divisas nas prioridades da economia
Objetivos: manter divisas para pagar a crescente dívida externa e diminuir o fluxo de importações, o que de fato foi conseguido
 
4 - Resultado da Ação Estatal na Economia Brasileira
 
Manutenção do nível de renda na economia nacional, mesmo em um complicado cenário de balanço de pagamentos
Demanda que se voltou ao mercado interno, fomentando a indústria nacional
Retomada do crescimento econômico (PIB em elevação) que se apoiaria cada vez mais na indústria, junto a uma queda na agricultura na composição do PIB
Café: queda de sua lucratividade induziu ao deslocamento de capitais a outras culturas (como algodão) e, sobretudo, aos investimentos industriais
Início da mudança do padrão de acumulação brasileiro: de primário-exportador, converter-se-á em industrial-urbano, com peso cada vez maior ao mercado interno (crescimento para dentro)

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