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Artigos sobre o uso do café no aprendizado e memória

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ARTIGOS
Estudo sugere que café pode melhorar memória
Um estudo americano sugere que o café, além de servir como estimulante, ajuda a melhorar a memória.
O estudo, publicado na revista especializada Nature Neuroscience, testou a memória de 160 pessoas durante 24 horas.
Os pesquisadores observaram que pessoas que tomaram comprimidos de cafeína tiveram um desempenho melhor em testes de memória do que as que ingeriram placebos.
O estudo, da Universidade Johns Hopkins, envolveu pessoas que não bebiam ou consumiam produtos com cafeína regularmente.
Os pesquisadores recolheram amostras de saliva dos voluntários para verificar os níveis de cafeína e os submeteram a um teste em que tiveram que olhar para uma série de imagens.
Cinco minutos depois, parte deles recebeu um comprimido de 200 miligramas de cafeína, o equivalente à cafeína presente em uma xícara grande de café segundo os pesquisadores, ou então um placebo.
Os cientistas então recolheram outra amostra de saliva 24 horas depois.
No dia seguinte, os dois grupos foram avaliados para ver a capacidade de reconhecer as imagens vistas no dia anterior. Os voluntários foram expostos a uma mistura de algumas das imagens vistas no primeiro dia com algumas imagens novas e também algumas imagens sutilmente diferentes.
Ser capaz de diferenciar entre os itens semelhantes, mas não idênticos, é chamado de padrão de separação e indica um nível mais profundo de retenção na memória.
Entre os voluntários que consumiram cafeína, o número de pessoas capazes de identificar corretamente imagens "semelhantes" era maior que o que repondia - de forma errada - que eram as mesmas imagens.
"Se tivéssemos usado uma tarefa padrão de reconhecimento pela memória, sem estes itens semelhantes e enganadores, não teríamos descoberto o efeito da cafeína", disse Michael Yassa, que liderou o estudo.
"Mas, estes itens exigem que o cérebro faça uma discriminação mais difícil, o que chamamos de padrão de separação, que parece ser o processo que é melhorado pela cafeína em nosso caso", acrescentou.
O período de apenas 24 horas pode parecer curto, mas não é este o caso para os estudos sobre a memória. A maior parte do esquecimento ocorre nas primeiras horas depois que a pessoa aprende algo.
Poucos efeitos
A equipe agora quer analisar o que acontece no hipocampo, o "centro de memória" do cérebro, para compreender o efeito da cafeína.
Apesar dos resultados promissores, Michael Yassa afirmou que as pessoas não devem beber muito café ou tomar comprimidos de cafeína.
"Tudo com moderação. Nosso estudo sugere que 200 miligramas de café beneficiam aqueles não ingerem cafeína regularmente", disse Yassa.
O cientista afirmou que pode haver um outro tipo de resposta o que "sugere que doses mais altas (de cafeína) podem não ser tão benéficas".
"Tenha em mente que, se você é um consumidor regular de cafeína, esta quantidade pode mudar", acrescentou.
"E, claro, é preciso lembrar dos riscos para a saúde. Cafeína pode ter efeitos colaterais como nervosismo e ansiedade em algumas pessoas. Os benefícios precisam ser medidos em comparação com os riscos."
Para Anders Sandberg, do Instituto Futuro da Humanidade da Universidade de Oxford, o estudo demonstrou que tomar cafeína logo depois de ver as imagens "melhora o reconhecimento delas 24 horas depois, dando apoio à ideia de que ajuda o cérebro a consolidar o aprendizado".
"Mas, não houve melhora direta na memória de reconhecimento graças à cafeína. Ao invés disso, o efeito foi uma pequena melhora na habilidade de distinguir entre as novas imagens que pareciam com as antigas das que eram realmente as antigas."
Para Sandberg, a cafeína pode ajudar uma pessoa a prestar mais atenção, mas a melhor forma de consolidar o aprendizado é dormir, o que pode ser um problema com o consumo de café.
Café no auxílio dos estudos
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Consumido com moderação, o café é um importante agente no auxílio dos estudos, estimulando a atenção e a memória, ajudando estudantes no desempenho escolar,e  melhorando o aprendizado. O hábito brasileiro de tomar um cafezinho antes de sair de casa ajuda quem precisa de uma forcinha para se concentrar.
Café melhora a satisfação, o humor e o aprendizado
O café é um alimento funcional e nutracêutico. Essa máxima já é aceita pela comunidade médico-científica por estar relacionado à prevenção de doenças físicas, mentais e degenerativas e à manutenção da saúde. Pesquisas comprovam que o café vai muito além da cafeína, contendo também diversos nutrientes: minerais - como cálcio, potássio, zinco, ferro, magnésio -, aminoácidos, proteínas, lipídeos e ainda elementos antioxidantes, entre eles os ácidos clorogênicos.
O médico neurologista Jorge Moll Neto, presidente do Instituto D'Or Pesquisa e Ensino, desenvolve pesquisa desde 2009 sobre os efeitos do café no cérebro. A etapa inicial da pesquisa, intitulada "Correlatos neurais da experiência olfativa e gustativa do café", contou com a participação de 30 voluntários e tem o apoio do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café. O objetivo é entender os efeitos sensoriais causados pelo aroma do café no cérebro, especificamente nos mecanismos de recompensa (prazer) e motivação. Moll constatou que o aroma do café tem um efeito poderoso sobre as regiões do cérebro que regulam a sensação de prazer, atenção e motivação.
Segundo o neurologista, o que motivou a pesquisa foi compreender os mecanismos que levam as pessoas a tomar e apreciar o café, a bebida mais consumida no mundo depois da água, sendo o Brasil o segundo maior consumidor depois dos EUA. "O café é riquíssimo em compostos químicos, muitos com efeitos biológicos ainda desconhecidos. Muitas dos benefícios atribuídos ao café – por exemplo, o efeito de estímulo intelectual e social – ainda não são compreendidos, e é por esse motivo que a Neurociência e a Medicina precisam estudá-lo", afirma.
Pesquisa - De acordo com Moll, os voluntários são submetidos a um "exame" de ressonância magnética. À máquina que realiza o exame, está acoplado um aparelho especialmente desenvolvido para apresentar os aromas: o olfatômetro, o qual através da abertura e fechamento de válvulas permite que diversos aromas de café sejam apresentados ao voluntário.
"Por meio de vários finos tubos que chegam próximos ao nariz dos voluntários, apresentamos diversos aromas de café de forma precisamente controlada. Verificamos que o aroma do café age em vários circuitos cerebrais.
A primeira região que detectamos foi a da percepção olfativa 'genérica', chamada córtex olfativo, onde o cheiro é percebido", explica. Moll salienta que qualquer tipo de cheiro ativa essa região. "O que chama atenção, no caso do café, é a potência com que o aroma da bebida evoca ativação em outras regiões do cérebro, envolvidas na experiência de recompensa ou prazer, assim como em mecanismos da atenção seletiva".
O neurocientista compara o café, por exemplo, com o vinho ou com os perfumes. Segundo ele, o café é mais rico no perfil de aromas do que qualquer uma dessas substâncias. "O café tem mais de 200 componentes que são liberados no ar ("voláteis") e muitos desses podem ser percebidos pelo olfato", completa.
Futuro – A pesquisa pretende ainda descobrir se existem compostos químicos no café com efeitos mais seletivos, ou seja, se certos compostos estão associados a experiências subjetivas mais específicas e a regiões diferentes do cérebro. "O objetivo agora é a construção de um novo olfatômetro, permitindo apresentação de maior número de amostras com maior intensidade e precisão temporal. Certos cafés com diferentes concentrações de substâncias podem ter efeitos diferentes em relação à atividade cerebral", assegura Moll.
Doenças físicas – De acordo com estudos norte-americanos, o consumo de café pode diminuir as chances de acidentes cardiovasculares (infartos) e cerebrais ("derrame" ou AVC), de diabetes e hipertensão, além de diminuir incidência da osteoporose e de crises de asma, nesse caso devido ao efeito brancodilatador da cafeína.A bebida melhora ainda a capacidade de atenção, memória e aprendizado.
"É claro que cada indivíduo é único e reage de uma forma. Os horários mais recomendados para se tomar café são no café da manhã, depois do almoço e à tarde. Algumas pessoas não devem consumir café ao fim da tarde ou à noite, pois poderão ter insônia devido à cafeína. Em média, o consumo recomendado, de acordo com estudos epidemiológicos sobre os benefícios do café, é de três a seis xícaras ao dia", esclarece.
Doenças mentais e degenerativas - O café também é conhecido por seus potentes antagonistas opióides, os quinídeos, formados na torra do café a partir dos ácidos clorogênicos. São pouco conhecidos outros efeitos no organismo humano dos quinídeos, que também possuem uma ação inibidora da recaptação da adenosina, atuando como citoprotetor (ou seja, protegendo a célula de efeitos oxidantes).
Por isso, os ácidos clorogênicos e os quinídeos formados na torra adequada do café podem até ser mais importantes que a cafeína na bebida e de grande ajuda na prevenção e controle de distúrbios como a depressão, o alcoolismo e o uso de drogas. Estudos também comprovaram que o consumo de café pode prevenir doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, potencialmente devido ao seu efeito antioxidante.
Consórcio Pesquisa Café - Congrega instituições de pesquisa, ensino e extensão localizadas nas principais regiões produtoras do País. Seu modelo de gestão incentiva a interação das instituições e a otimização de recursos humanos, físicos, financeiros e materiais. Foi criado por dez instituições: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Epamig, Instituto Agronômico - IAC, Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - Incaper, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro - Pesagro-Rio, Universidade Federal de Lavras - Ufla e Universidade Federal de Viçosa - UFV.
Flávia Bessa – MTb 4469/DF e Gabriela Coelho MTb 9396/DF
(61) 3448-1927; flavia.bessa@embrapa.br
Embrapa Café 
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/
Café na merenda escolar melhora o aprendizado
Projeto da Associação Brasileira da Indústria do Café – Abic indica que o consumo moderado e regular de café ajuda na concentração e memória de crianças em idade escolar
O café, puro ou com leite, é tradição nas manhãs do brasileiro. Benéfica à saúde das crianças, a bebida pode ser consumida, tanto em casa quanto na escola.
O projeto “Café na Merenda, Saúde na Escola”, coordenado pela Associação Brasileira de Indústrias de Café – Abic, uma das instituições privadas integrantes do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, buscou se valer de resultados de pesquisas para comprovar os benefícios da inclusão do café no lanche de crianças em Minas Gerais.
A Abic, juntamente com a Embrapa, a Associação Brasileira da Indústria de café Solúvel – Abics, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, Conselho Nacional do Café – CNC e Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, faz parte do Comitê Diretor de Pesquisa, órgão técnico consultivo do CDPC. Também é instituição parceira do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café. No âmbito do Consórcio possui ações e amplo programa de projetos desenvolvidos em conjunto com instituições de ensino e pesquisa para organizar, coordenar e unificar os importantes estudos e trabalhos de pesquisa realizados pela comunidade médico científica com o objetivo de analisar os benefícios do café para a saúde humana.
Em busca de mais informações sobre os resultados do projeto “Café na Merenda, Saúde na Escola”, a Embrapa Café entrevistou a nutricionista da Abic Christianne da Rocha Monteiro, coordenadora da ação e assessora de projetos especiais da entidade. Formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em café, ela trabalhou na ABIC no período de 1997 – 2000 e retornou em 2007 à entidade, onde atua na área de comunicação e marketing.
Confira entrevista:
Embrapa Café: Qual foi a principal motivação do projeto Café na Merenda?
Christianne Monteiro: Os principais objetivos do projeto são divulgar os benefícios à atividade intelectual, ao aprendizado escolar e prevenção de doenças; desenvolver hábitos de alimentação saudável, estimulando consumo diário do café com leite entre estudantes; avaliar a satisfação e a melhora no aprendizado escolar das crianças participantes do projeto.
EC: Consumir café com leite regularmente melhorou quais aspectos do processo de aprendizagem das crianças? Quais principais resultados obtidos?
CM: Uma pesquisa feita pela Abic em 2009 para avaliar o grau de satisfação e a melhora do rendimento escolar dos alunos do Ensino Fundamental mostra que a criançada está aprovando o programa. Foram 1.256 questionários respondidos por alunos das escolas que têrm projetos implantados pelas empresas Icatril, em Uberlândia (MG), Canecão, em Campinas (SP), e pela Mitsui, em Araçariguama (SP) e em Cuiabá (MT). Os questionários foram enviados para as escolas e os alunos contaram com o auxílio dos professores para responder. O resultado, analisado e divulgado em maio pela ABIC, mostra que 80% das crianças bebem café com leite, independente do local. Por faixa etária, as crianças entre 9 e 10 anos são as que mais consomem café com leite (34%). Perguntados em qual local mais consomem café, 15% disseram ser em casa; 37%, na escola, e 48%, nos dois locais. Do total, 50% disseram tomar café com leite uma vez por dia e 27%, duas vezes. Depois que tomam café com leite, 49% afirmam ficar ótimas; 37%, muito bem, e 10%, bem. A pesquisa também perguntou que nota os alunos dariam para o aroma do café: 45% responderam Excelente; 26%, Muito Bom; 23%, Bom; 5%, Regular e 1%, Ruim. Depois que passaram a tomar café com leite regularmente, 67% disseram ter melhorado a atenção nos estudos e 63% disseram que conseguiram melhores notas.
A pesquisa também demonstrou uma melhora significativa no aprendizado escolar. Uma prova disso foi o resultado apresentado pela escola Municipal Jorge Amado de Araçariguama – SP, que foi a escola “adotada” em 2008 pela empresa Mitsui Alimentos. Na época, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB da escola era de 3.5. A meta projetada pelo Ministério da Educação - MEC e pela Secretaria Municipal de Educação para o ano de 2009 era de 3.7. No entanto, graças às melhorias no quadro de ensino e ao projeto Café na Merenda, a escola superou as expectativas e atingiu a nota de 5.4, enquanto as demais escolas da região alcançaram a média de 4.7.
EC: Quais as principais parcerias e o que tem motivado esses acordos realizados no âmbito do projeto Café na Merenda?
CM: O Programa é composto por uma série de ações institucionais, promovidas e conduzidas pela ABIC. As indústrias de torrefação, responsáveis pela implantação do projeto na escola, desenvolvem as ações e absorvem os custos do projeto. As escolas participantes não têm custos e participam com o apoio dos diretores, professores e funcionários, além de disponibilizar um espaço adequado para o serviço de café. Em alguns municípios o projeto tem apoio das Prefeituras e secretarias de educação. 
EC: Que substâncias presentes no café seriam responsáveis pelo estímulo cognitivo cerebral e capacidade intelectual, além de melhor atenção, capacidade de memória e concentração?
CM: Há um volume considerável de literatura a respeito dos efeitos da cafeína sobre o desempenho. Ela estimula o sistema nervoso central, antagoniza os efeitos da adenosina, substância química do cérebro (neurotransmissor) causadora do sono e de alteração na microcirculação, melhorando o fluxosanguíneo. Em pequenas doses, ela diminui a fadiga, a sonolência e a apatia, comuns entre crianças e jovens que acordam muito cedo para ir à escola. Uma dose de café com leite pela manhã é suficiente para deixar o aluno mais disposto a receber e assimilar os ensinamentos passados pelo professor na sala de aula.
A comunidade científica já considera o café um alimento nutracêutico (nutricional e farmacêutico). O produto não é formado apenas por cafeína como é mais divulgado, mas de muitos outros componentes tão ou mais importantes – sais minerais (3 a 5%), açúcares (35 a 55%), lipídios (10 a 20%), aminoácidos (2%) e niacina ou Vitamina PP (0,5%) – e farmacêuticas – 1 a 2,5% de cafeína e 7 a 9% de ácidos clorogênicos. Do ponto de vista alimentício, todos esses componentes fazem do café uma bebida saudável e rica em propriedades nutricionais.
A bebida café é um produto de complexa composição química, principalmente após sua torrefação, onde compostos originais do grão são degradados e novos compostos são formados garantindo a presença de substâncias nutritivas, bioativas e características de sabor e aroma.
EC: Qual a idade média das crianças e quais as características dos cafés que foram usados durante o projeto?
CM: O projeto Café na Merenda Saúde na Escola foi aplicado para alunos do ensino fundamental com idade entre 5 a 15 anos e os cafés utilizados são de categoria superior, com torra médio, visando garantir um padrão de produto de melhor qualidade e preservar as propriedades benéficas da bebida.
EC: Como crianças e pais recepcionaram a iniciativa da pesquisa?
CM: Tanto as crianças quanto os pais aceitaram muito bem o projeto e a pesquisa. É importante ressaltar que todas as atividades propostas pelo projeto são apresentadas antes para os professores, pais e alunos. Vale ressaltar que os alunos não são obrigados a participar.
Durante o período do projeto na escola, outras atividades foram propostas para estimular e fortalecer o envolvimento de todos no projeto. Foi realizado concurso de redação, palestras educacionais, pesquisas escolares com o tema café, feiras e exposições realizados pelos alunos, aumentando a curiosidade por essa extraordinária bebida e disseminando a importância sócio econômica e cultural do café.
EC: Quais têm sido os desdobramentos do projeto, inclusive em termos de parcerias, e as perspectivas futuras?
CM: O programa teve inicio em 2007, mas com evolução lenta, pois exige que a indústria de torrefação assuma todos os custos do projeto que tem duração mínima de 2 anos.
Até o momento mais de 5.000 crianças foram beneficiadas com o projeto, que atingiu seis unidades federativas nas seguintes cidades: Uberlândia-MG; Juiz de Fora-MG; Cuiabá-MT; Campinas-SP;  Araçariguama-SP; Bom Jesus-RS; Guaíba-RS e Eusébio-CE.
A perspectiva é que ocorra uma revisão do projeto, visando apoio financeiro de outros participes principalmente o governo estadual e municipal.
EC: O Estado de Minas Gerais já teve esse mesmo projeto aprovado pela sua Casa Legislativa e sancionada pelo governador do estado, uma iniciativa que inspirou Edson Pimenta. Como se chegou a essa realidade?
CM: O PhD em medicina pela Universidade de Londres, Prof. Dr. Darcy Roberto Lima, foi um dos maiores disseminadores dos benefícios da bebida natural e saudável que é o café. Desmistificando o preconceito e comprovando seus benefícios à saúde, e somado a isso, a melhora na concentração, na memória e consequentemente no aprendizado escolar.
A educação alimentar começa na infância, por isso acredita-se que a introdução do café com leite na merenda escolar seja ferramenta eficiente para resgatar os costumes saudáveis de consumo do café e fortalecer o mercado da bebida. Esses estudos científicos foram um dos motivos que fizeram o Estado de Minas Gerais, assim como a Bahia, a incluir o café na merenda escolar, agregando ainda o estímulo à cafeicultura brasileira, que é uma das maiores e importante cadeias produtivas para a economia do País.
EC: De que forma o consumo de café nas escolas pode refletir no consumo do produto?
CM: Ao longo dos seus 40 anos de atividade, a ABIC, representando a indústria de café no Brasil, vêm inovando com ações visando à melhoria do padrão de qualidade do café, a educação para o consumo e seu aumento. O projeto Café na Merenda é mais uma ação que busca melhorar a qualidade do café e formar novos consumidores para a bebida. Precisamos estar junto aos jovens e oferecer produtos novos e com qualidade.
EC: No consumo de café por crianças, de acordo com os especialistas, duas variáveis devem ser levadas em consideração: a quantidade ingerida e a idade da criança. A partir de que idade a criança pode tomar café, de que forma e qual é a quantidade sugerida? Há recomendação quanto ao horário do dia?
CM: A ingestão diária de café por crianças deve respeitar o limite de moderação estabelecido por médicos especialistas de acordo com a faixa etária. A dose sugerida para crianças entre 6 e 10 anos de idade é de três a quatro xícaras por dia com um volume de 50ml por xícara, podendo ser ingerido puro ou com leite. Quanto ao horário a recomendação é que seja no período da manhã e início da tarde, evitando o período da noite.
EC: Muitos pais têm dúvida se devem dar café a seus filhos. No entanto, o consumo de refrigerantes, sucos artificiais, comidas rápidas - como sanduíches, pizzas, produtos enlatados, biscoitos, salgados – e ainda doces em geral se tornou consumo corriqueiro em nossa sociedade, inclusive em lanches de crianças. Existem já campanhas sendo pensadas para conscientizar a população em geral de que o café é um alimento que faz bem à saúde, se consumido em doses recomendadas?
CM: A substituição do antigo e saudável hábito de consumir café com leite em casa, na merenda escolar e no lanche da tarde por refrigerantes e comidas rápidas (hambúrgueres, pizzas, etc) além de biscoitos, balas, goma de mascar e derivados artificiais do amido explica a epidemia de obesidade infantil nos países industrializados.
Na atualidade mais de um terço das crianças e jovens nas sociedades modernas apresentam obesidade, favorecendo o aparecimento de diabetes, levando a uma baixa autoestima e, consequentemente, à depressão. Ademais, predispõe a problemas cardiovasculares futuros.
Sempre foi uma preocupação da ABIC a questão da educação do consumidor e a qualidade. Quanto mais informado sobre os vários tipos de café, sobre ponto de torra, moagem, forma de preparo e benefícios para a saúde e sobre a qualidade do produto adquirido, mais credibilidade no produto tem o consumidor. Assim, a ABIC sensibiliza seus associados e indústrias de torrefação de café no Brasil a trabalharem divulgando em suas regiões todos os trabalhos que realizamos.
EC: Em crianças, a depressão às vezes se manifesta por meio de sintomas asmáticos, extrema irritabilidade, mau humor, falta de atenção, agressividade, problemas da pele, obesidade, diarréias ou náuseas. É verdade que crianças que tomam café apresentam melhora em quadros depressivos?
CM: De acordo com pesquisas realizadas pelo Dr. Darcy Lima, os resultados mostram que o consumo diário, moderado e regular de café na dose de até 4 xícaras diárias - com ou sem leite - é capaz de produzir benefícios no estado emocional dos jovens, prevenindo e ou diminuindo a obesidade infanto-juvenil, a depressão e o consumo de álcool.
EC: Estudos apontam que o café consumido desde a infância ajuda na prevenção de diabetes na vida adulta, além de Parkinson, Alzheimer e diversos tipos de câncer (fígado, pele, mama, coloretal). O que poderia acrescentar de informações mais recentes sobre essas pesquisas? Que outras doenças podem ser prevenidas com o consumo de café, inclusive desde a infância?
CM: A ciência tem se encarregado de trazer novos conhecimentos sobre os seus benefícios do café para a saúde humana. Recente pesquisa da National Institute of Health, que entrevistou mais de 400 mil pessoas, constatou que quem tomava mais café tinha maior tempo de vida. A longevidade indicada no estudonão é provocada por nenhum composto específico do café, mas sim pelo hábito de tomar café regularmente e moderadamente, que acarreta na prevenção de doenças que podem levar ao óbito.
Vários estudos relatam que o consumo regular e moderado de café previne doenças cardiovasculares, diabetes Tipo II e também, pelo elevado teor de antioxidantes que o café possui, combate os radicais livres que causam o envelhecimento do nosso organismo. Assim, segundo a pesquisa, a população que toma café tem menos propensão a doenças que podem causar morte, o que aumenta a longevidade.
Segundo o cardiologista Luiz Antonio Machado Cesar, diretor da Unidade Clínica de Coronariopatia Crônica do Instituto do Coração, de São Paulo, ligado à USP, beber café é melhor do que não beber. O médico também acredita que o café não faz mal e, se consumido a partir de duas xícaras por dia, já protege contra o diabetes.
Costuma-se pensar nas propriedades do café com base na cafeína. Mas os novos estudos sugerem que seus méritos estão no conjunto da obra. A bebida tem literalmente milhares de substâncias, de antioxidantes a vitaminas, e apenas umas poucas foram estudadas isoladamente.
A Universidade Holandesa, bastante renomada, (Julius Centre for Health Sciences and Primary Care, University Medical Centre Utrecht), também publicou um estudo sobre os benefícios do café. Foram acompanhadas e analisadas, sob o ponto de vista alimentar, mais de 40 mil pessoas durante 10 anos. O estudo não foi apenas para avaliar a questão do café, mas sim a relação da nutrição com diversas outras doenças, como o câncer e o diabetes. Eles concluíram que pessoas que bebiam três ou mais xícaras de café ou chá por dia tinham cerca de 40% menos chance de desenvolver diabetes tipo 2 ao longo da vida.
Não é a toa que o café é a bebida mais consumida depois da água e que, segundo o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística – IBGE, 79% dos brasileiros consomem café. São consumidos 78,5 litros/ano por pessoa. A média de consumo diário é de 4 a 5 xícaras.
EC: Para o adulto, os benefícios do consumo de café seriam os mesmos que para crianças? Em que caso o consumo de café por crianças e adultos é contra-indicado ou deve ser feito com restrição?
CM: O hábito saudável da ingestão diária da bebida vai, ao longo do tempo, favorecer que crianças e adultos tenham menor risco de desenvolver algumas doenças. O café  não é um remédio mas pelo grande potencial antioxidativo, possui fator protetor e benéfico à saúde.
O café é uma bebida estimulante, e pessoas que apresentam problemas de insônia devem consumir até o inicio da tarde e evitar seu consumo no período da noite. Outra dica seria a opção do consumo do café descafeinado.
O segredo é não exagerar na quantidade. Cada pessoa deve buscar qual dose diária de café que a satisfaz. Lembre-se que o café é uma bebida diurna, que ajuda nas atividades do dia, mas seu consumo deve ser reduzido no período da noite, para não afastar o sono.
O café não é a causa de problemas gastrointestinais, mas quem tem propensão a irritações gastrointestinais deve tomar o café logo após as refeições, pois com o estômago vazio, a ação dos ácidos é maior. Quem tem gastrite deve suspender o consumo de bebidas com cafeína nas crises agudas.
EC: O Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, está retomando os estudos na área de Café e Saúde com apoio de instituições de pesquisa e da Abic. Como começou esse processo e quais as expectativas?
CM: Em outubro de 2012, a Embrapa Café, com o apoio da ABIC, realizou workshop “Café e Saúde”, na sede do Sindicafé-SP. O evento deu início a um amplo programa que vai organizar, coordenar e unificar os importantes estudos e trabalhos de pesquisa realizados pela comunidade médico científica, no sentido de analisar os benefícios do café para a saúde humana. Com esse workshop, a Embrapa Café, com o apoio da ABIC e dos pesquisadores e médicos convidados, de fato retoma um programa realizado há alguns anos e que resultou, por meio da produção de informativos como as Cartas Médicas, na sensibilização dos profissionais da saúde de áreas diversas sobre a importância e os benefícios do consumo diário e moderado de café por pessoas de todas as idades.
Mais sobre o Café na Merenda – O projeto visa proporcionar a todas as crianças do Brasil e do mundo uma alimentação saudável e natural, além de ajudar a melhorar o aprendizado e prevenir doenças na infância e na vida adulta. Foi criado pela Abic em 2007 para desenvolver hábitos de alimentação saudável, resgatar o hábito do consumo de café com leite ao divulgar os benefícios do café à atividade intelectual, ao aprendizado escolar e prevenção de doenças, contribuindo para a formação de futuros consumidores da bebida. O Projeto Café na Merenda motivou a realização de pesquisas científicas para investigar a aprendizagem formal e as competências cognitivas e linguísticas correlacionadas ao uso do café em crianças com deficiência visual, surdez, deficiência intelectual e crianças abrigadas, vítimas de privação e violência em parceria com a ABRAPA.
Avanços da cafeicultura no Brasil – Segundo o Informe Estatístico do Café - Dcaf/Mapa - a área de produção e a produtividade do café, em 1997, quando da criação do Consórcio Pesquisa Café, era de 2,4 milhões de hectares de área cultivada, com produção de 18,9 milhões de sacas de 60kg e produtividade de 8,0 sacas/hectare. Passados 16 anos, em 2013, de acordo com o segundo levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab (maio/2013), com praticamente a mesma área cultivada – 2,3 milhões de hectares - o País deverá produzir 48, 5 milhões de sacas, com uma produtividade de 23,8 sacas/ha.
Consórcio Pesquisa Café – Criado em 1997, congrega instituições de pesquisa, ensino e extensão localizadas nas principais regiões produtoras do País. Seu modelo de gestão incentiva a interação das instituições e a otimização de recursos humanos, físicos, financeiros e materiais. Foi criado por dez instituições: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Epamig, Instituto Agronômico - IAC, Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - Incaper, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro - Pesagro-Rio, Universidade Federal de Lavras - Ufla e Universidade Federal de Viçosa - UFV.
Para mais informações sobre Café e Saúde na Abic acesse:
http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=40
Para ler mais notícias sobre café e saúde divulgadas pela Embrapa Café, clique:
http://www.sapc.embrapa.br/index.php/ultimas-noticias/cafe-melhora-a-satisfacao-o-humor-e-o-aprendizado
http://www.sapc.embrapa.br/index.php/ultimas-noticias/cafe-e-coracao-pesquisa-aonta-que-bebida-nao-afeta-pessoas-com-doencas-coronarias
http://www.sapc.embrapa.br/index.php/ultimas-noticias/cafe-um-aliado-da-saude
http://www.sapc.embrapa.br/index.php/ultimas-noticias/cafe-estimulo-para-os-atletas
Gerência de Transferência de Tecnologia
Texto: Flávia Bessa – MTb 4469/DF
Fone: (61) 3448-1927
Site: www.embrapa.br/cafe www.consorciopesquisacafe.com.br
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/01/140113_cafeina_comprimido_memoria_fn
 http://blog.clubecafe.net.br/cafe-no-auxilio-dos-estudos/
 https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/1490547/cafe-melhora-a-satisfacao-o-humor-e-o-aprendizado
 http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/imprensa/noticias/356-cafe-na-merenda-escolar-melhora-o-aprendizado-

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