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Resumo de Direito do Consumidor

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Resumo de Direito do Consumidor (P1)
O direito do consumidor, assim como o direito do trabalho, pertence ao Sistema Reliberalizante, com o objetivo de proteger o vulnerável. Lei nº 8078/90 – Código de Defesa ao consumidor (CDC).
Código de Proteção e Defesa do consumidor
Origem (sociedade americana, nascido do direito do trabalho). Incide o princípio da integração jurídica (art.4º LINDB) evitando que lacunas na lei inviabilizem a aplicação da justiça.
Finalidade (para quê?): A finalidade é de equalização da relação. Temos o princípio da isonomia como base em sua 2ª parte: “entre os desiguais na medida de sua desigualdade”. E para viabilizar essa igualdade temos o princípio da especialidade (leis especiais). Orlando Gomes: “A liberdade entre desiguais escraviza, só a lei liberta” (estabelecer igualdade entre partes naturalmente desiguais).
Campo de incidência: relação jurídica contratual que haja partes desiguais, sendo uma delas vulnerável, hipossuficiente, contratante débil exercendo um direito fundamental.
- Dispositivos constitucionais: CRFB/88 – natureza social e democrática de direito. O direito coletivo sobrepõe-se ao direito individual. Art.5º, XXXII – direitos individuais e coletivos difusos. Art.220, §1º - publicidade (oferecimento) do empresário (direito individual do fornecedor). É uma extensão do art.5º, IV, porém sofre restrição do art.170, V, pois a ordem econômica é privada e está sob a fiscalização do Estado. Teoria dos poderes implícitos = a Constituição Federal ao outorgar atribuições a determinado órgão, lhe confere, implicitamente, os poderes necessários para a sua execução. 
Declaração de direitos fundamentais: art.1º CDC c/c 5º, XXXII CF; Garantias asseguradas: art.4º c/c 105 e 106 CDC; Efetivação para meio de ação: art.5º c/c 61 ao 80; 55 ao 60; 12 ao 20 (c/c 81ss – normas procedimentais).
- Código civil e CDC O código civil é uma legislação ordinária e o direito do consumidor é um direito fundamental, por isso que o CDC não é exaustivo, aplicando-se tudo que for benéfico ao consumidor, inclusive toda a principiologia do direito civil. O CC e o CDC são aplicados harmonicamente, inclusive porque quando se trata de direito das obrigações, há uma constitucionalização para permitir o dialogo entre o CC e microssistemas jurídicos como o direito do consumidor. O CDC tem a finalidade de igualar partes naturalmente desiguais por meio de “tecnologias jurídicas”.
Fontes: CRFB/88, art.5º XXXII ou qualquer legislação mais favorável ao consumidor. Teoria do dialogo das fontes – art.7º CDC (fundamento: natureza do direito consumerista: direito fundamental).
Princípios do Direito do consumidor
Princípios essenciais (conteúdo, o que constitui): A essência está prevista na CRFB/88. - Função social; - Boa-fé objetiva; - Dignidade humana.
Princípios básicos (base do sistema): A base está prevista no CDC, podendo ser aplicadas outras legislações por meio da teoria do dialogo das fontes. - Sociabilidade; - Operabilidade; - Eticidade.
Princípios cardeais do CDC: Para entender sobre a aplicabilidade destes princípios, deve-se analisar a constitucionalização das relações privadas, sendo uma obrigação de alicerce constitucional.
Princípio da vulnerabilidade (art.4º, I CDC) É a insuficiência, ou seja, a hipossuficiencia do destinatário final da relação diante do apelo mercadológico do fornecedor no exercício do seu poder midiático. Direitos do fornecedor: - art.5º, IV c/c 220, §1º CF: forma de exercer (direito individual). - art.170: conteúdo, porém limita esta atividade financeira ao respeito dos direitos do consumidor como entendido no inciso V, vez que é direito social ou coletivo. 
Na hipótese de conflito aparente de normas, hoje se aplica o princípio da sociabilidade e da função social. Antes, imperava a patrimonialidade, o direito individual. 
Princípio da boa-fé A boa-fé é o requisito de validade, é a operabilidade. Boa-fé objetiva = conexão intransponível da relação jurídica. Quem deve observá-la é o fornecedor.
A finalidade da boa-fé objetiva é dar estabilidade na relação econômica, segurança jurídica e garantia do comércio.
Princípio da transparência É a ciência clara e inequívoca, a informação precisa do produto, de acessibilidade ao povo. A publicidade tem que ser tão transparente que qualquer do povo possa entendê-la.
Princípio da efetividade da tutela jurisdicional e segurança (art.5º) É a eficácia da relação jurídica. Existência (art.2º c/c 3º, 6º, 7º) – declaração de direito; Validade (art.4º c/c 105, 106) – garantia assegurada; Eficácia (art.5º c/c 55ss, 81ss) – ação, efetivação.
Relação de consumo e seus elementos
Conceitos legais de consumidor e fornecedorDestinatário final (consumidor) = pessoa física ou jurídica que rompe a cadeia produtiva, ou seja, extingue a produção de insumo, sendo ela destinatária final fática e econômica. Fática: aquele que rompe a cadeia de insumo, adquiriu o produto. Econômica: não possui lucro. Se tiver lucro, ainda é fornecedor. 
Teorias:
Teoria subjetiva finalista (art.2º, caput) = o consumidor é aquele que rompe a cadeia (tira o produto ou serviço de circulação) e não tem lucro. Ex¹: Maria é estilista e compra agulhas e linhas, ela não é consumidora, pois obtém lucro. O destinatário final será seus clientes. Ex²: Joana adquiriu agulha para marca, ela é consumidora.
O destinatário final é o contratante (consumidor efetivo) que figura na relação jurídica contratual. Ex: O uso do “pilot” na UCAM pelo professor é insumo e não produto, o destinatário final é o aluno.
Teoria subjetiva finalista aprofundada (art.2º, PU) = equiparou uma classe de pessoas a consumidor. É o chamado consumidor por equiparação como:
Vitima efetiva (art.2º, PU c/c 17) – sofreu de fato o evento danoso. Ex: Maria adquiriu uma TV no “Ponto Frio” e presenteou Cristina. Esta ao ir para o trabalho, deixou na sua casa a empregada Joana. Esta convidou Beatriz, sua prima, para assistir televisão, sendo que 5 minutos depois a TV explodiu, ferindo o rosto e os braços de Beatriz. 
Análise do caso: 1ª relação jurídica = Cristina X “Ponto Frio” – contratual (compra e venda); 2ª relação jurídica = Maria X Cristina – contratual (doação – puramente civil); 3ª relação jurídica = Cristina X Joana – contratual (trabalho – CLT); 4ª relação jurídica = Joana X Beatriz – ato unilateral de vontade = Beatriz se torna vitima efetiva em razão de ter sofrido diretamente com o dano, é consumidora por equiparação. Cristina é a vitima material e Beatriz é a vitima moral. Se não existisse a norma do art.17 CDC, entraria com ação de regresso (art.70, III CPC).
Vítima em potencial (art.2º, PU c/c 29) – está na iminência de sofrer dano, como as vitimas de propaganda enganosa. Ex: Maria leu no Jornal do Brasil uma promoção da revendedora de automóvel limitada, do carro x. Caso o fornecedor desrespeite o que promoveu na oferta, Maria que é vitima em potencial terá direito de exigir alternativamente o art.35, I e II.
Portanto, havendo uma vitima mesmo que esta não tenha participado da relação contratual de consumo, será considerada consumidora nos termos do art.2º, PU c/c 17, 29.
Teoria subjetiva finalista mitigada ou moderada = restringe o conceito de consumidor, não tendo amparo legal. O STJ, porém, fundamenta suas decisões nesta teoria. Os profissionais liberais bem como os empreendedores individuais (autônomos), na aquisição de produto ou serviço que integram a cadeia de insumo de suas atividades profissionais tem a restrição do conceito de consumidor e, conseqüentemente, a extensão da aplicabilidade do CDC como tutela em suas aquisições. O fundamento que o STJ dá é inerente a vulnerabilidade técnica. Ex: João, pedreiro, adquire cimento (pela idéia de destinatário final, João não seria consumidor, mas para reparar a injustiça que seria se João fosse tratado como fornecedor, o STJ estende a aplicabilidade do CDC).
Teoria objetiva maximalista = o CDC é um código geral de aplicabilidade de normas nas relações comerciais envolvendo pessoas que adquirem produtos e serviços com interesse próprio ou não, mas que sejam desiguais tecnicamente. Critica: esta teoria é rechaçada pela norma do art.7º cujo fundamento é exatamente o contrário, ou seja, teoria do dialogo das fontes. A teoria maximalista acaba negando o direito fundamental constitucional do consumidor, devendo ser aplicada a lei mais benéfica, não estando restrita ao CDC. Há uma consumerização de todas as relações civis/empresariais.
Teoria objetiva minimalista = não é aceita. Nas relações bancárias e financeiras, há uma gestão, administração de interesse próprio do correntista de forma geral com as instituições bancárias e financeiras. Dessa forma, não preenche as características das relações de consumo notadamente no que concerne ao pagamento de preço. Crítica: as relações bancárias como qualquer relação financeira, fiscalizada pelo Banco Central e pelo MP, são cobradas tarifas juntamente com o oferecimento do serviço ou produto. Ademais, todo contrato é por adesão devendo cumprir o que estabelece as normas do art.54 c/c 46 e art.3º, §2º CDC. 
	 CONCEITO DE CONSUMIDOR
 TEORIAS
	 SUBJETIVAS
	 OBJETIVAS
	Finalista 
(art.2º, caput)
	Finalista aprofundada
(art.2º, PU c/c 17, 29)
	Finalista mitigada/moderada (STJ)
	Maximalista – CDC (código geral ≠ art.7º).
	
	
	
	Minimalista – relações bancárias ≠ CDC (art.3º, §2º)
	Consumidor efetivo. (1)
	Consumidor por equiparação. (2)
	Interpretação extensiva do CDC. (3)
	
 
Para saber sobre a vulnerabilidade do consumidor, deve-se estabelecer uma hierarquia. (1) Vulnerabilidade plena – exercício do direito constitucional fundamental (teoria dos poderes implícitos – art.4º c/c 6º). ATENÇÃO: Pessoa jurídica não tem vulnerabilidade plena, mas sim técnica (art.51, I, última parte). (2) Vulnerabilidade plena – consumidor por equiparação. (3) Vulnerabilidade técnica – não são destinatários finais, embora a legislação especial os tutelem. Haverá sempre uma limitação. 
Elementos da relação de consumo:
Subjetivo: - Consumidor = efetivo (art.2º), equiparado (art.2º, PU, 17, 19). - Fornecedor = art.3º c/c 966, CC. Toda pessoa que exerce atividade economicamente remunerada.
Objetivo: - Produto = art.3º, §1º (obrigação de dar);- Serviço = art.3º, §2º (obrigação de fazer).
Obrigação de meio: comodidade (mera satisfação – ex: advogado)/ utilidade (transformação, ensinar a fazer – ex: professor de direito). Obrigação de resultado: excelência (ex: chefe de cozinha, cirurgião plástico de embelezamento).
Características da relação de consumo: A relação de consumo é uma relação civilista especial, então deve se comparar com o núcleo que é o direito civil para extrair suas características.
Habilidade = o fornecedor deve possuir capacidade técnica.
Habitualidade = como um dos elementos subjetivos do fornecedor se destaca o profissionalismo que é a habitualidade desta capacidade técnica.
Oferecimento geral e irrestrito = se fosse restrito, seria um contrato puramente civil.
Remuneração – preço = caso contrário, seria uma doação.
Tomadores vulneráveis = elemento subjetivo do consumidor. O grande problema da matéria é identificar quem são os tomadores, os consumidores.
Direitos básicos do consumidor (art.6º e 7º CDC) São normas constitucionais fundamentais, então possuem eficácia imediata e plena (art.5º, §1º CRFB/88).
Proteção da vida, saúde e segurança (art.6º, I) Quem zela por isso deve ser o fornecedor. Neste aspecto, o hospital poderá ser fornecedor.
Art.14, §4º = responsabilidade subjetiva (incide seu regimento junto com o código civil). Profissional liberal – auto grau artístico ou científico, o lucro é conseqüência. Por isso que o art.14, §4º exclui os profissionais liberais do rol do CDC. O médico e os profissionais de saúde, entretanto, não estão amparados pelo artigo, pois há a qualidade especial dos tomadores vulneráveis, pedindo-se que se aplique o art.6º CDC c/c 5º, §1º CRFB/88 que é superior a norma do art.14, §4º do CDC.
Informação adequada (art.6º, III) Exercício do poder midiático do fornecedor sofrendo limitação em razão do princípio da transparência.
Facilitação da defesa de seus direitos (art.6º, VIII, 1ª parte) Existência de órgãos especiais – PROCON, Delegacia de consumo, Juizados especiais, curadoria especializada, posto avançado da OAB, defensoria.
Inversão do ônus da prova (art.6º, VIII, 2ª parte) No processo civil, o ônus de provar é de quem alega (art.333 CPC). O pedido da parte deve ser fundamentado e com provas (princípio da substanciação jurídica – art.282, III CPC) e o juiz deve julgar conforme o pedido (art.460 CPC). No direito do consumidor, tais princípios serão excepcionados se provar tais condições: - verossimilhança: alegação provada (materialidade do dano); - hipossuficiência (especificidade da vulnerabilidade): autoria da ação (legitimidade: consumidor vítima). Se provar um dos dois, haverá a inversão do ônus da prova da culpa.
Se o fornecedor não conseguir provar culpa exclusiva da vitima ou fato de terceiro, ele responde, porque o CDC excepciona o princípio da inocência da Constituição.
Questões relacionadas: 1- O promotor pediu a inversão do ônus da prova da culpa em uma ação civil pública com fundamento na hipossuficiência. O que deverá fazer o juiz? O juiz deve indeferir o pedido, pois o MP não é hipossuficiente, só podendo pedir pela verossimilhança. 
2- José não arcou com o ônus da prova pericial por quanto exerceu seu direito de requerer a inversão do ônus da prova da culpa fundamentado na hipossuficiência, que foi indeferida. José agravou pelo indeferimento da inversão do ônus da prova da culpa. O juiz agiu corretamente? Sim, porque não houve perícia para comprovar o fato lesivo. O juiz indeferiu por falta de prova. 
Controle de publicidade Quem controla? Órgãos especiais como o PROCON, etc. (art.5º CDC).
A publicidade é um instrumento do exercício do poder midiático do fornecedor. O controle de publicidade é a exeqüibilidade da política nacional de consumo por meio de órgãos estatais e não estatais. Esse controle existe para efetivar o direito do consumidor (princípio da efetividade).
Desconsideração da personalidade jurídica (art.28) O destinatário da tutela é o consumidor e o destinatário da sanção é o fornecedor. Se houvesse um conflito de normas, aplicaria aquela que fosse mais benéfica ao consumidor.
Responsabilidade criminal = subjetiva (a desconsideração da personalidade jurídica deve acontecer sempre, pois a responsabilidade é subjetiva, sem exceção). Desconsidera a empresa para responsabilizar os sócios, gerentes, diretores. Responsabilidade civil/administrativa = objetiva (provando a verossimilhança e/ou hipossuficiência, haverá inversão do ônus da prova da culpa). A empresa responde até o limite da integralização de seu capital, por quanto haverá a desconsideração da personalidade nos termos do art.28 se o passivo da pessoa jurídica for maior que o ativo.
O contrato no CDC Aplica-se todas as regras de contrato do CDC (princípio da especialidade). Na omissão, aplica-se a teoria geral dos contratos do CC.
Dirigismo contratual Princípio cardeal do direito contratual: autonomia da vontade atrelada a boa-fé. Natureza jurídica do direito do consumidor = direito fundamental (art.5º, XXXII CRFB/88). Natureza jurídica da relação de consumo = contratual (art.46ss CDC). A regra da relação consumerista é ser instrumentalizada por meio de contrato de adesão (vulnerabilidade) conforme art.54.
Princípio da vinculação do predisponente = conforme a norma do art.30, o fornecedor pratica ato unilateral de vontade quando oferta ao público seu produto ou serviço, vinculando-o a tudo que ele fizer veicular no exercício do seu poder midiático. Por quanto sua responsabilidade é maximizada vez que tudo que for publicado ao seu prejuízo é válido, tudo que for publicado a prejuízo do consumidor, é nulo. Dessa forma, há um dirigismo do Estado nas relações contratuais de consumo, pois seo contrato não for paritário, quando o consumidor adere às declarações unilaterais do fornecedor, o consumidor fica protegido por meio da política nacional de consumo cuja efetivação dá-se através de órgãos instituídos para tal. Fundamento constitucional do dirigismo estatal = art.170 IV e V; 220.
Limitação O contrato consumerista é, em regra, um contrato de adesão, sendo o consumidor limitado no seu exercício de direito contratual, e em conseqüência disso o fornecedor limitado em seu direito constitucional. O limite da liberdade está na licitude dos atos praticados pelo fornecedor, vez que naturalmente o consumidor exerce seu poder da vontade de forma mitigada, por adesão a vontade do fornecedor. Por quanto o Estado fiscaliza e intervém na defesa do vulnerável.
Oferta e publicidade Natureza jurídica = proposta de contrato (não tem exceção como a do art.429 CC, pois no CDC há vinculação do predisponente). Se a regra é a adesão, o contrário deverá ser provado pelo fornecedor que o contrato foi paritário, houve discussão cláusula a cláusula. Recusa do cumprimento da oferta – art.35.
Modificação e revisão de cláusulas contratuais Regra: pacta sunt servanda (obrigatoriedade no cumprimento do contrato). Exceção: cláusula “rebus sic stantibus” = a obrigação deve ser cumprida conforme o momento de sua pactuação, dessa forma sobrevindo mudança fática e imprevisível terá a parte contratante prejudicada direito a modificação ou revisão do contrato com fundamento na teoria da imprevisão (art.478 a 480 CC). Portanto, a parte deve provar fato superveniente e imprevisível (contrato civil – partes iguais).
Relação de consumo (modelo reliberalizante). O consumidor tem direito básico constitucional e não legal (art.6º, V). Um destes direitos é a modificação contratual todo momento que sobrevier fato superveniente que cause lesão enorme e quebra da base do negócio jurídico. Art.156, 157 c/c 330 CC (por extensão) = teoria dos atos jurídicos próprios da situação fática (e não do contrato). O consumidor tem direito de repactuação em virtude da mudança da realidade. Não precisa provar fato imprevisível.
Práticas abusivas Natureza jurídica: práticas comerciais do fornecedor. Ainda não há contrato, é uma proposta. As práticas abusivas são efeitos lesivos ao consumidor, vez que o fornecedor não exerceu o seu poder midiático conforme art.170, V, IV e 220, §1º CF c/c 29 a 39 do CDC, desrespeitando os limites impostos pela Constituição e garantidos ao consumidor pelo CDC. Dessa forma, o fornecedor se submete as penas administrativas, criminais e civis nos termos do art.39 c/c 36, 37, 56, 63ss e 81ss CDC.
Quem é o destinatário da tutela das práticas abusivas? O consumidor vitimado nas práticas comerciais, exclusivamente, é o consumidor por equiparação conforme art.29 c/c 39, 35, fundamentado na teoria subjetiva finalista aprofundada (art.2º, PU). É o sistema especial, devendo estar expresso, pois não seria comum no direito civil, visto que não há contrato ainda. Art.25 – vitima efetiva. Responsabilidade civil (não há necessidade de contrato).
Cláusulas abusivas Natureza jurídica: relação contratual (art.46 c/c 2º, 30). Destinatário da tutela: consumidor efetivo (fundamento: teoria subjetiva finalista).
Serão nulas de pleno direito qualquer cláusula abusiva nos termos do art.51 CDC. 
- Pode haver modificação de direito em uma relação contratual consumerista? Sim, para manter as bases contratuais (art.6º, V – direito de repactuação do consumidor). - Pode haver supressão de direito em uma relação contratual consumerista? Não em relação ao direito do consumidor, só do fornecedor (teoria dos atos jurídicos próprios – mudança fática). - Pode haver supressão de obrigação e de responsabilidade em uma relação contratual consumerista? Pode haver supressão de obrigação (art.6º, V), mas não de responsabilidade.
Contratos adesivos Aqueles em que não há as tratativas negociais, as cláusulas são redigidas unilateralmente pelo fornecedor, vinculando-o nos termos do art.30 (princípio da vinculação do predisponente). A regra do CDC é a característica contratual por adesão, por quanto a paridade é exceção cabendo o ônus da prova de tal paridade ao fornecedor. 
Interpretação contratual A mais favorável ao consumidor (fundamento: teoria do dialogo das fontes – art.47 c/c 7º CDC).
Contratos eletrônicos O CDC regula as contratações a distancia de forma tímida, pois na época de sua promulgação, não havia comercio eletrônico. Por quanto, atualmente vigora o decreto regulamentar onde a Presidente da República estende a norma do art.49 ao abranger todos os aspectos das informações claras a respeito de produtos e serviços, sobre a qualificação do fornecedor inclusive com endereço físico, atendimento facilitado ao consumidor e respeito imprescindível ao direito de arrependimento do consumidor em qualquer relação de consumo a distancia. Dessa forma, o decreto regulamentar possui requisitos ampliativos das normas do art.36, 37, 39, 51, 52 e 53 do CDC, toda vez que a contratação for em comércio eletrônico ou de qualquer outra forma a distancia.
Contratos submetidos às regras do CDC
Contratos imobiliários 
Compra e venda: art.481ss c/c 108 ou 463, PU CC + CDC (se for insumo do vendedor e consumo de quem adquire – art.46ss, 52, 53). Aplica-se o art.108 CC quando o pagamento for a vista (execução instantânea). Aplica-se o art.463, PU para o contrato preliminar (execução continuada).
A normado art.52 informa ao fornecedor o custo efetivo total. Análise do art.53: - Imóvel na planta = devolução de todas as parcelas corrigidas. - Imóvel com transmissão de posse (já construído) = deverá haver uma análise mercadológica do valor do aluguel do referido imóvel, soma pelo período de tempo em que o promitente comprador ficou na posse. Nesta hipótese, o fornecedor subtrairá das parcelas a devolver. Na hipótese do valor dos alugueis ser maior do que a soma das parcelas pagas pelo consumidor, o STJ entende que não será pago o valor suplementar pelo consumidor, porque entende que houve a supressão do direito do fornecedor que não exerceu o seu poder de cobrar no 1º atraso do consumidor (pela sua omissão, perdeu-se o direito e o consumidor adquiriu direito – supressio e surressio). 
Locação Intermediação de uma administradora de bens. Regências: - Imóvel: lei nº8245/91 + CDC (quando houver insumo da administradora). - Móvel: art.565ss CC + CDC (quando houver insumo da administradora). 
Ex: Transportadora X aluga o carro Y da “Localiza” (regência civil, pois o carro é insumo das duas empresas). Se não for insumo das duas, será consumo. 
Pessoa jurídica pode ser consumidora quando o objeto da locação não faz parte do seu objeto social. Ex: UCAM aluga carro Y da “Localiza” (regência CDC). 
Ex: Administradora de bens limitada negocia transmissão de posse para uso do hotel X (contrato de leasing, arrendamento – direito empresarial – negocia insumo, regência civil/empresarial). Ex: Maria negociou com Imobiliária X para encontrar um imóvel para ela (contrato de corretagem – CDC/ locação – lei nº8245/91).
O que é importante saber é quem contrata e como contrata.

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