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Salmonelose 
A Salmonelose é causada por bactérias do gênero 
Salmonella. São de importância para a saúde 
pública, pois as aves infectadas são o principal 
reservatório de salmonelas, que podem ser 
transmitidas para humanos via alimentação (ovos e 
carne). 
 
Etiologia 
● Bacilo gram-negativo 
● Não esporuladas; 
● Anaeróbio facultativo; 
● A maioria das cepas é móvel devido à 
presença do flagelo → (exceto S. 
Pullorum e S. Gallinarum → são imóveis). 
● É destruída a 60°C por 15-20 minutos. 
 
Espécies principais: 
● Salmonella enterica (mais estudada e 
difundida pelos quadros de diarréia) ; 
● S. bongori → menos comum em aves. 
 
S. enterica é subdividida em sub espécies: 
S. enterica (enterica, salamae, arizonae, 
indica, diarizonae e houtenae). 
● Dentro das subespécies, existem os 
sorovares/sorotipos: 
○ S. enterica enterica 
Pullorum → causa a Pulorose; 
○ S. e. e. Gallinarum → tifo 
aviário 
○ Paratifo aviário → causado por 
qualquer outra salmonella que 
não seja as duas citadas acima 
→ S. enteritidis, S. typhimurium 
 
Epidemiologia 
A salmonelose é uma zoonose de importância 
econômica e sanitária, com transmissão horizontal 
e vertical. 
Hospedeiros naturais: 
● Pulorose → são as galinhas outras aves 
como perus, pardais, canários, faisões, 
codornas e papagaios → também podem 
ser acometidas 
● Paratifo aviário → acomete galinhas e 
perus 
● Tifo aviário → acomete galinhas e 
outras espécies de aves. 
 
Transmissão: 
● A transmissão pode ser vertical → via 
transovariana (mais importante → 
na pulorose) → disseminar a bactéria 
através dos ovos durante meses. 
○ Pode ocorrer na cloaca devido a 
dilatação dos poros da casca do 
ovo que quando em contato com 
fezes contendo o agente facilita 
sua penetração no momento que 
antecede a postura. 
● Transmissão horizontal: 
○ Direta (ave sadia em contato 
com ave infectada - aerógena) 
○ Indireta (água, alimento, ração) 
○ Vetores mecânicos (moscas, 
roedores, veículos, pessoas 
transitando). 
● Tifo aviário → transmissão similar → 
sendo vertical a menos comum. 
● Paratifo aviário → transmissão similar 
às outras. 
Idade: 
Pulorose: 
● Acomete animais jovens (entre 2 e 3 
primeiras semanas de vida) 
Tifo aviário: 
● Acomete aves adultas (principalmente 
matrizes); 
Paratifo aviário: 
● Mais comum em aves jovens, mas pode 
ocorrer em aves adultas. 
 
Morbidade e mortalidade: 
Pulorose: 
● Morbidade e mortalidade alta em 
pintinhos → pode ultrapassar 80% a 
mortalidade nas 2 a 3 primeiras semanas 
de vida 
Tifo aviário: 
● Morbidade: moderada a alta em aves 
adultas 
● Mortalidade: moderada a alta até 60% 
em surtos agudos → varia de 10 a 80% 
Paratifo aviário: 
● Morbidade: variável (baixa a moderada) 
● Mortalidade: geralmente baixa. 
● A morbidade e a mortalidade dependerão 
da intensidade da infecção, do sorotipo e 
da cepa do sorotipo. 
 
Patogenia 
1. Entrada do agente: 
A infecção ocorre principalmente por via oral-fecal, 
pela ingestão de água ou ração contaminadas, 
fezes infectadas ou por contaminação vertical 
(ovoscopia, via ovário/oviduto da ave infectada). 
 
2. Colonização intestinal: 
As Salmonella invadem células M das placas de 
Peyer e enterócitos no intestino delgado, 
atravessam a barreira epitelial e sobrevivem dentro 
de fagócitos. 
 
3. Multiplicação e disseminação: 
A bactéria se replica em tecidos linfoides 
intestinais. Pode: 
● Permanecer no intestino (enterite leve ou 
assintomática – S. enteritidis, S. 
typhimurium), ou 
● Disseminar-se via corrente sanguínea 
para fígado, baço, medula óssea e pulmões 
(S. gallinarum, S. pullorum). 
 
4. Resposta imune e lesões: 
Provoca inflamação intestinal com necrose focal, 
septicemia e necroses múltiplas nos órgãos 
afetados. Infecções crônicas podem gerar 
granulomas ou focos caseosos. 
 
Sinais clínicos 
A pulorose e paratifo aviária, acomete as aves mais 
jovens e possui sinais clínicos semelhantes. 
● Aves mortas ou sem força no incubatório 
ou após o nascimento. 
● Sonolência, fraqueza, perda de apetite, 
retardo crescimento, tristeza, dificuldade 
de respirar (cansaço) e penas arrepiadas. 
Os pintinhos acometidos se amontoam, 
pois sentem muito frio, apresentam asas 
caídas, cabeça pesada, 
● Diarreia esbranquiçada ao redor da 
cloaca. 
Em aves adultas (principalmente no Tifo 
Aviário): 
● Portadores assintomáticos → é mais 
difícil detectar a doença 
● Diarreia esverdeada 
● Produção de ovos reduzidos 
● O paratifo aviário pode ocorrer em 
aves adultas após situações de estresse 
como, por exemplo, a muda forçada 
● Quando o Tifo aviário acomete aves 
jovens → pode ser confundida com a 
pulorose → só é possível diferenciá-las 
após isolamento e identificação do agente. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico pode ser feito com base na 
anamnese, achados clínicos, anatomopatológicos e 
exames laboratoriais; 
● Principal suspeita pintinhos entre segunda 
e terceira semana de vida e com os sinais 
clínicos 
 
Alterações Anatomopatológicas: 
Aves jovens: pequenos pontos brancos no 
coração e no fígado (congestão), nódulos no 
pulmão, coração aumentado (pode mudar o 
formato) com pericardite (espessado e ter 
exsudato amarelado ou fibroso. 
 
Aves adultas: 
● Fígado friável e esverdeado com pontos 
necróticos (pontos esbranquiçados) e 
hemorrágico. 
● Fígado e baço aumentados de tamanho 
● Processo inflamatório no coração e 
acúmulo de líquido no pericárdio 
● Alteração em ovário (folículos ovarianos, 
folículos císticos, hemorrágicos, 
atrofiados e etc) , baço e coração 
 
Material para bacteriológico →deve ser colhido 
baço ,fígado, coração, ovário 
○ Ser cultivada em ágar → verde 
brilhante, ágar de Mac Conkey, 
SS 
○ inoculadas em caldos → 
Rapapport-Vassiliadis, selenito e 
tetrationato. 
A S. Pullorum e S.Gallinarum → são indistinguíveis 
antigenicamente → a diferenciação é feita através 
de testes bioquímicos, como: 
● teste de descarboxilação da ornitina e 
fermentação do dulcitol. 
Sorológico → soroaglutinação rápida em placa 
(pode ser feita no galpão) 
● soroaglutinação lenta em tubos e de 
microaglutinação 
● ELISA → não tem como diferenciar um 
sorotipo do outro 
 
Diagnóstico diferencial: Colibacilose, 
micoplasmose,doença de Marek, encefalomielite 
aviária e aspergilose (pulorose, além das outras. 
Tratamento 
Pode reduzir a mortalidade → mas não elimina o 
portador 
Antibioticoterapia. 
● A literatura cita: sulfas, apramicina, 
oxitetraciclina. 
● As sulfonamidas → pode reduzir a 
ingestão de água e alimento e prejudicar o 
desenvolvimento da ave e a produção de 
ovos 
 
Prevenção e controle 
● Desinfecção (bebedouros, comedouros), 
higienização, controle de moscas, 
roedores e pássaros (vetores) 
● Medidas de biosseguridade; 
● Teste de pulorose → prevenção da 
transmissão vertical 
● Vacinação → vacinas vivas e inativadas 
Tifo aviário → vacina vivas 9R (é proibida 
a vacinação de matrizes de primeira linha 
como bisavós). 
● Isolamento da granja; Controle de 
tráfego: Restrição da entrada de veículos 
e pessoas 
Instrução normativa 78/2003: no caso de 
bisavozeiros e avozeiros devem se apresentar livres 
da S. gallinarum, S. pulorum, S. enteritidis, e S. 
typhimurium. 
● Permitido apenas: Vacinas inativadas 
contra S. enteritidis em 
estabelecimentos e matrizeiros 
● Proibido: Qualquer tipo de vacina em 
bisavoseiros e avozeiros. 
● Quando for diagnosticada infecção por S. 
gallinarum e S. pullorum sacrifício e abate 
do núcleo, e condenação de todos os ovos. 
● Dois suabes de arrasto ou propés por 
aviário (utilizados para verificar 
contaminação ambiental). 
● 300 amostras de fezes por núcleo para 
vigilância ativa. 
Estabelecimentos comerciais que forem positivos 
para S. enteritidis, S. gallinarum, S. typhimuriumou 
S. pulorum 
● Fermentação da cama de todos os 
aviários do núcleo. 
● Remoção e descarte completo da cama 
após fermentação. 
● Adoção de vazio sanitário mínimo de 15 
dias. 
● Investigação da fontee via de infecção.

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