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Reitor Luciano Schuch Vice-Reitora Martha Bohrer Adaime Pró-Reitor de Extensão Flavi Ferreira Lisbôa Filho Pró-Reitora de Extensão Substituta Coordenadoria de Articulação e Fomento à Extensão Jaciele Carine Vidor Sell Subdivisão de Apoio a Projetos de Extensão Alice Moro Neocatto Taís Drehmer Stein Bianca Spode Beltrame Giséli Duarte Bastos Subdivisão de Divulgação e Editoração Giana Tondolo Bonilla Revisão Textual Catharina Viegas Projeto Gráfico Beatriz Aguiar Larissa Ferreira Diagramação Graciane Lorenzi EXPEDIENTE CONSELHO EDITORIAL Profa. Adriana dos Santos Marmori Lima Universidade do Estado da Bahia - UNEB Profa. Olgamir Amancia Ferreira Universidade de Brasília - UnB Profa. Lucilene Maria de Sousa Universidade Federal de Goiás - UFG Prof. José Pereira da Silva Universidade Estadual da Paraíba - UEPB Profa. Maria Santana Ferreira dos Santos Milhomem Universidade Federal do Tocantins - UFT Prof. Olney Vieira da Motta Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF Prof. Leonardo José Steil Universidade Federal do ABC - UFABC Profa. Simone Cristina Castanho Sabaini de Melo Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP Profa. Tatiana Ribeiro Velloso Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB Prof. Odair França de Carvalho Universidade de Pernambuco - UPE APRESENTAÇÃO Em um mundo repleto de sons, o processo de audição é crucial para nossa comunicação, aprendizado e interação com o am- biente ao nosso redor. No entanto, para muitos, esse processo não é tão simples quanto parece. Dentro desse contexto, surge a necessidade de compreendermos mais profundamente o Processamento Auditivo Central (PAC) e os desafios associados a ele, como o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). Neste material você irá encontrar informações sobre a audição e sobre o processamento auditivo central. Tem-se o intuito de informar o leitor sobre como ouvimos e interpre- tamos os sons, e sobre as alterações que podem existir nesse sistema, e o que fazer quando houver alteração. Dessa forma, oferece uma visão acessível do PAC e do TPAC, buscando educar e capacitar os leitores a entender melhor esses te- mas complexos, explorando as nuances do processo auditivo central e as manifestações do TPAC, visando promover uma maior conscientização sobre os temas. Este é um convite para explorar os mistérios do som e encontrar maneiras de tornar o mundo auditivo mais acessível e acolhedor para todos. SUMÁRIO 1. AUDIÇÃO: COMO OUVIMOS? ............................................................7 2. O QUE É PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL?.............10 3. COMO OCORRE O DESENVOLVIMENTO DO PAC? .............12 4. QUAIS SÃO AS HABILIDADES AUDITIVAS NECESSÁRIAS PARA UM ADEQUADO DESEMPENHO AUDITIVO? ....................................................................17 5. O QUE É TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL (TPAC)? ...........................................................19 6. COMO OCORRE A AVALIAÇÃO DO PAC? .............................21 7. TENHO ALTERAÇÃO NA AVALIAÇÃO DO PAC: COMO POSSO TRATAR? ......................................................................23 8. NUNCA FIZ AVALIAÇÃO, MAS TENHO QUEIXAS: COMO EU POSSO SABER SE TENHO ALTERAÇÃO NO PAC? ........................................................................................................25 8.1 TRIAGEM EM CRIANÇAS ....................................................................25 8.2 TRIAGEM EM ADULTOS .....................................................................27 8.3 COMO POSSO ESTIMULAR AS HABILIDADES AUDITIVAS, COGNITIVAS E DE LINGUAGEM EM CASA?........................................28 9. QUEM PROCURAR? .............................................................................31 REFERÊNCIAS ............................................................................................32 SOBRE OS AUTORES ..............................................................................36 7 1 AUDIÇÃO: COMO OUVIMOS? A onda sonora inicialmente passa pela orelha externa, com- posta pelo pavilhão auricular e pelo meato acústico externo, até atingir a membrana timpânica. Essa membrana está ligada à cadeia tímpano-ossicular, composta pelos três ossículos – martelo, bigorna e estribo. Esses, conduzem a vibração para a orelha interna (Figura 1) (Boéchat, 2015). A orelha interna é formada pelo labirinto ósseo, preenchi- do por perilinfa, e pelo labirinto membranoso, preenchido por endolinfa. A cóclea encontra-se na orelha interna e é o órgão responsável pela função auditiva (Boéchat, 2015). Quando a vibração alcança esses fluídos, o Órgão de Corti e as células ciliadas atuam como transdutores de sinais mecânicos em sinais elétricos. Esses sinais são então transmitidos em forma Fonte: elaborada por Mozaik Education. Figura 1 – Sistema Auditivo 8 de impulsos nervosos para porções centrais da via auditiva (Boéchat, 2015). De modo geral, a onda sonora que é captada pela orelha externa, que conduz o som até o meato acústico externo e transmitida para a membrana timpânica, respon- sável pelo movimento do sistema tímpano-ossicular. O siste- ma tímpano-ossicular transmite a energia mecânica para as células da cóclea, as quais são responsáveis por transformar essa energia em impulso bioelétrico, sendo este estímulo en- viado, por meio do nervo auditivo, até as regiões centrais do córtex auditivo, local em que a mensagem será interpretada. Observe a Figura 2, na qual a orelha está dividida em orelha externa, média e interna. O som, por sua vez, é conduzido por toda via auditiva. Tendo em vista a complexidade da via auditiva, destaca-se a importância das diversas estruturas responsáveis pelo pro- cessamento do sinal acústico, que, para isso, necessitam de habilidades específicas relacionadas à detecção, à localização, à discriminação, ao reconhecimento, à compreensão de fala em ambientes acusticamente desfavoráveis ou com o men- sagem distorcida, à discriminação dos padões de frequência Fonte: Clínica Clarice Abreu, 2021. Figura 2 – Orelha externa, média e interna 9 e duração e às pequenas variações no tempo para discrimi- nar estímulos auditivos (Pereira; Frota, 2015). Essas habilida- des são de suma importância para o desempenho auditivo e, quando defasadas, ocasionam diversas queixas relacionadas à percepção de fala, afetando aspectos cognitivos, emocionais, sociais e a qualidade de vida (Alanazi, 2023). 10 2 O QUE É PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL? O Processamento Auditivo Central (PAC) refere-se à inter- pretação dos estímulos sonoros a nível central, os quais são inicialmente captados pelo sistema auditivo periférico (Asha, 2005). Essa envolve respostas subjetivas e representa a habi- lidade do indivíduo ou do seu Sistema Nervoso Central (SNC) em utilizar as informações auditivas recebidas para compre- ensão (Alanazi, 2023; Aristidou; Hohman, 2023). Sendo assim, é o que o nosso cérebro faz com o que ouvimos, indo além da capacidade de detectar o estímulo sonoro. Para um desempenho adequado, o Sistema Nervoso Au- ditivo Central (SNAC) depende de um conjunto de capacida- des auditivas que permitem a compreensão adequada, como a integridade das estruturas do sistema auditivo periférico e central (Aristidou; Hohman, 2023). As capacidades referem- -se aos mecanismos fisiológicos e processos gnósicos. Tais mecanismos serão explicados a seguir. Fisiologicamente, o indivíduo precisa de uma discriminação da direção da fonte sonora, do intervalo entre estímulos, dos sons em sequência, do reconhecimento de sons fisicamen- te distorcidos recebidos em uma orelha por vez e recebidos em ambas, bem como a identificação de sons verbais e não verbais com ambas as orelhas (Gallun, 2021; Frota; Pereira; Colella-Santos, 2022). 11 Os processos gnósicos referem-se ao processo de com- preensão e interpretação das informações que recebemos através dos sentidos, como visão, audição, tato, entre outros(Frota; Pereira; Colella-Santos, 2022). É o modo como o cére- bro processa e entende essas informações para formar nossa percepção e conhecimento do mundo ao nosso redor. Um exemplo prático seria: o sujeito está caminhando em uma rua movimentada e é chamado por outra pessoa. Assim, precisa localizar de onde está vindo a fonte sonora, para o direcionamento da cabeça. Posteriormente, necessita com- preender o que a pessoa está falando para conseguir manter a conversação. Para isso, durante a fala, torna-se necessário prestar atenção, realizando a discriminação entre os fone- mas relacionados à frequência (por exemplo, para diferença de “faca” e “vaca”), à duração (se o som é curto ou longo, por exemplo, na diferença entre sessenta e setenta), aos intervalos entre estímulos (para saber o momento que um fonema/som termina e inicia outro) e ao preterimento do ruído de fundo e compreensão da mensagem pelo contexto da frase (Figura 3). Portanto, para uma adequada compreensão, torna-se ne- cessária a integridade das habilidades auditivas, somadas a um adequado processo atencional, de memória e linguagem (Alanazi, 2023; Aristidou; Hohman, 2023). Fonte: domínio público. Figura 3 – Atenção auditiva 12 3 COMO OCORRE O DESENVOLVIMENTO DO PAC? As habilidades auditivas começam a se desenvolver nos pri- meiros meses de vida. Todo o processo de maturação do sis- tema auditivo e de processamento auditivo ocorre por conta da neuroplasticidade do sistema. O nosso cérebro desenvolve novas conexões a partir das experiências que vamos tendo ao longo da vida, sendo capazes de responder a estímulos cada vez mais complexos (Boéchat, 2015; Frota; Pereira; Co- lella-Santos, 2022; Teixeira, 2022; Isaac; Frizzo; Oliveira, 2021). Aos seis meses, os bebês alcançam a primeira habilidade auditiva, que é a capacidade de localizar sons. Essa habilida- de continua a se desenvolver à medida que a criança cresce, aperfeiçoando-se (Teixeira, 2022). Na Figura 4, torna-se possível observar esse desenvolvimento auditivo conforme o decorrer dos dois primeiros anos de vida. 13 Durante a infância, o Processamento Auditivo Central (PAC) desempenha um papel fundamental no desenvolvimen- to da linguagem e no progresso acadêmico, assim como nos processos de atenção e comunicação. É comum, por exemplo, que crianças com problemas na fala apresentem dificuldades no PAC, resultando no Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) (Aristidou; Hohman, 2023). Isso acontece por- que, quando a compreensão do som não ocorre de maneira adequada, sua expressão verbal também pode ser afetada, impactando significativamente nos aspectos relatados. Na Figura 5, torna-se possível observar o desenvolvimento auditivo, fator esse que também está estritamente relacionado com o desenvolvimento da linguagem. Ou seja, quando há alteração no desempenho do processamento sonoro nesse grande período de neuroplasticidade e desenvolvimento, po- dem ocorrer alterações na aquisição da linguagem (Boéchat, 2015; Teixeira; Griz; Advíncula et al., 2015). Fonte: (NORTHEN; DOWNS, 1991). Figura 4 – Desenvolvimento das habilidades auditivas nos primeiros anos de vida 14 Já na Figura 6, observamos o desenvolvimento da lingua- gem, que é em conjunto ao desenvolvimento auditivo, pois é a partir das experiências sonoras que será produzida a comu- nicação oral. Fonte: elaborado pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia – CRFa 6ª Região. Figura 5 – Desenvolvimento auditivo da criança Figura 6 – Desenvolvimento de linguagem da criança Fonte: elaborado pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia – CRFa 6ª Região. 15 Tendo em vista que os primeiros anos são de extrema im- portância para o desenvolvimento global, a identificação e o monitoramento do desempenho auditivo-linguístico da crian- ça deve ser observado, tanto pelos responsáveis quanto pela escola, já que, por meio dele, torna-se possível a realização de uma intervenção precoce no período de maior neuroplas- ticidade (Hestvik; Morlet; Nagao, et al., 2023). Por volta dos 12 ou 13 anos, as habilidades auditivas se consolidam e devem permanecer intactas até o início do processo de envelhecimento (Teixeira, 2022). Dessa forma, o processamento auditivo central acompanha todas as etapas da vida, desde a infância até a velhice, sendo crucial em cada uma delas. O TPAC também pode surgir na idade adulta, muitas ve- zes resultando em anos de desconforto antes do diagnós- tico. Assim como na criança e no adolescente, Transtornos do Processamento Auditivo Central (TPAC) no adulto podem apresentar inúmeros fatores desencadeadores e coexistir com dificuldades de aprendizagem, assim como alterações linguís- ticas, comportamentais e cognitivas, levando à deficiência de comunicação, com restrições na vida pessoal, acadêmica, social e emocional (Heine; Slone, 2019). Nos idosos, a prevalência do TPAC eleva-se significati- vamente com o envelhecimento, devido à degeneração que pode ocorrer na via auditiva central. Além disso, é observado que o declínio das funções cognitivas relacionadas à idade, tais como memória de trabalho, atenção seletiva e velocidade de processamento da informação, tem um importante efei- to na compreensão de fala (Rocha-Muniz; Zalcman; Alonso; et al., 2023). Essas dificuldades causam uma série de efeitos negativos na qualidade de vida, pois não provocam apenas 16 uma dificuldade em ouvir, mas também em compreender o que está sendo dito. Além disso, pode levar ao afastamento do ambiente familiar e social e gerar ou agravar quadros de isolamento ou depressão. Além desses impactos, a privação sensorial, dentre elas a auditiva, pode estar relacionada a processos demenciais pela relação do processamento auditivo central com funções associativas cerebrais (Moore, 2018; Kim, G.; Kim, HyangHee; Kim, Hee Jin et al. 2022). Partindo disso, torna-se necessário, independente da fai- xa etária, mensurar o desempenho auditivo dos sujeitos a fim diagnosticar, iniciar o processo de reabilitação e minimizar os possíveis prejuízos. Tanto o adolescente, o adulto e o idoso vão ter as queixas típicas: “ouço, mas não entendo”, “perco a atenção em ambien- tes com muitas pessoas conversando”, “minha memória está ruim”. Porém, nas crianças essas queixas não são autorrelata- das com facilidade, manifestando-se no seu comportamento e desempenho. Assim, o TPAC precisa ser investigado me- diante sinais clínicos na audiometria ou quando houver algo relacionado ao transtorno de linguagem, prejuízos acadêmicos, sociais, memória e atenção. 17 De acordo com a literatura consultada, pode-se sintetizar as habilidades auditivas na Tabela 1: Habilidade auditiva Explicação Detecção do som Localização Atenção Atenção seletiva Fechamento auditivo Síntese ou integração binaural Separação binaural Reconhecimento auditivo Discriminação Identificar a presença do som Determinar a localização da fonte sonora Habilidade de focar em um estímulo durante um período Monitorar um estímulo auditivo significativo, mesmo que a atenção primária esteja voltada à outra modalidade sensorial ou que exista a presença de um ruído de fundo Reconhecer o sinal acústico quando partes dele são omitidas Reconhecer estímulos apresentados simultaneamente ou alternadamente em ambas as orelhas Capacidade de um ouvinte em processar a mensagem auditiva que entra por uma orelha, enquanto ignora uma mensagem distinta, apresentada simultaneamente à outra Identificar corretamente um estímulo sensorial por meio de conhecimento previamente adquirido Detectar diferenças entre os padrões de estímulo sonoro (frequência, intensidade, duração – sons da fala) Tabela 1 – Habilidades auditivas e sua função Fonte: (CFFa, 2020). 4 QUAIS SÃO AS HABILIDADES AUDITIVAS NECESSÁRIAS PARA UM ADEQUADO DESEMPENHO AUDITIVO? 18 Desse modo, sabe-se que um processamento auditivo adequado depende de outros sistemas associados, sejam eles cognitivos e de linguagem.Esses sistemas incluem, por exem- plo: a combinação, relacionada ao ato de formar palavras a partir de fonemas articulados separadamente, a associação para o estabelecimento das relações não linguísticas e a sua fonte sonora, a compreensão ou cognição para relações entre o estímulo linguístico e o seu significado para sua adequada interpretação. Além disso, a memória atua como responsável pelo armazenamento e retenção do estímulo auditivo, permi- tindo, assim, arquivar as informações para poder recuperá-las quando necessário (Moore, 2018). 19 5 O QUE É TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL (TPAC)? O transtorno do processamento auditivo central é a inabili- dade ou impedimento da habilidade de atender, discriminar, reconhecer ou compreender as informações apresentadas auditivamente, mesmo em indivíduos sem perda auditiva, lin- guística ou cognitiva (Asha, 2005). De modo geral, o TPAC (Transtorno do Processamento Auditivo Central) afeta uma ou mais habilidades auditivas e pode se manifestar de várias maneiras. Entre os sinais estão a agitação ou distração excessiva, hiperatividade, apatia e baixo rendimento escolar. Podem também haver dificuldades na fala e na escrita, como troca de sons e letras, incluindo a inversão de letras (b, d, p, q) e fonemas semelhantes (/p/ e /b/, /t/ e /d/, /f/ e /v/ e /m/ e /n/), além de erros gramaticais. Outras queixas incluem esquecer o que foi ouvido ou lido, confusão ao relatar fatos ou histórias, e dificuldades na alfabetização. Pessoas com TPAC podem ter problemas em compreender diferentes entonações na comunicação, como piadas e frases de duplo sentido, assim como ordens e regras. A dificuldade também pode se estender à compreensão de línguas estran- geiras e de pessoas com a voz rouca ou fanha. Pode ser de- safiador entender o que foi dito quando duas pessoas falam ao mesmo tempo, além de escutar e conversar em ambientes ruidosos, como uma padaria com o liquidificador ligado ou 20 uma rua em obras. Outras dificuldades incluem se expressar claramente, diferenciar sons semelhantes, como “tia” e “dia”, e compreender o que acontece em um filme quando se perde alguma palavra ou frase. A percepção de aspectos sonoros de diferentes sotaques pode ser prejudicada, assim como a capacidade de manter o foco na fala de uma pessoa quando há muitos estímulos ao redor. Identificar a origem de um som, como uma buzina ao atravessar uma rua com pouca visibilidade, ou localizar a voz de alguém em um lugar público, como um parque ou pada- ria, pode ser difícil. Além disso, pode ser complicado prestar atenção em um amigo que tenta fazer comentários durante um filme ou espetáculo enquanto se deseja continuar acom- panhando a atração. 21 6 COMO OCORRE A AVALIAÇÃO DO PAC? O padrão-ouro para a avaliação do processamento auditivo central inicia com uma avaliação audiológica básica comple- ta, com questionários de autopercepção e, principalmente, a realização dos testes comportamentais, os quais são basea- dos em desafiar o indivíduo através de tarefas que exijam o desempenho satisfatório do sujeito naquela habilidade, de acordo com a sua faixa etária. Para o diagnóstico de TPAC, é necessária a realização de diferentes testes comportamentais (um em cada categoria/ habilidade), associadas a testes eletrofisiológicos, rastreio cog- nitivo, questionário de autoavaliação e avaliação de linguagem em crianças. A avaliação comportamental é realizada por um fonoaudiólogo em cabine acústica, utilizando fones de ouvido, o que normalmente leva em torno de uma hora (CFFa, 2020). Para complementar a avaliação comportamental, devem ser realizados testes eletrofisiológicos que demonstram o fun- cionamento neuro elétrico da via auditiva, ou seja, como ocorre o caminho do som neuralmente em tempo e quantidade de resposta, sendo considerado uma “fotografia” desse funcio- namento central (CFFa, 2020; Frizzo; Advíncula, 2018). Além disso, tendo em vista a influência da linguagem e da cognição nas respostas, dependo da faixa etária essas avaliações são realizadas. Na Figura 7, observa-se a realização da avaliação com- portamental das habilidades auditivas. 22 Na Figura 8, torna-se possível observar a realização de exames eletrofisiológicos da audição. Figura 7 – Realização da avaliação comportamental das habilidades auditivas Figura 8 – Realização de exames eletrofisiológicos da audição Fonte: Clínica Pró-otorrino Maringá, 2023. Fonte: Clínica Pró-otorrino Maringá, 2023. 23 7 TENHO ALTERAÇÃO NA AVALIAÇÃO DO PAC: COMO POSSO TRATAR? Quando há o diagnóstico do TPAC, puro ou associado a ou- tras demandas, é necessário realizar o Treinamento Auditivo (TA) ou o Treinamento Auditivo Cognitivo (TAC). Esse é um formato de terapia fonoaudiológica focada em estimular as habilidades auditivas e/ou cognitivas. Sabe-se da inter-rela- ção da audição com a cognição e linguagem (Hestvik; Morlet; Nagao, et al., 2023). Desse modo, o treinamento auditivo pode estar associado a estratégias que envolvam tais aspectos em todos os públicos. Geralmente são necessárias, no mínimo, oito sessões de treino, sendo realizadas quantas necessárias para cada caso. São estimuladas todas as habilidades auditivas, e após, se ne- cessário, pode ser focado em habilidades em que o paciente apresenta maiores dificuldades. Existem protocolos de treina- mento auditivo cognitivo com 6 sessões, estimulando aspec- tos associados, tanto para a população adulta quanto para idosa (Moreira; Brasil; Malavolta; et al., 2021; Moreira; Soares; Schumacher, 2023; Soares; Malavolta; Sanfins; et al. 2023). O TA tem diferentes estímulos, como, por exemplo, o Trei- namento Auditivo Musical (TAM). Tal treinamento pode acon- tecer na sala de terapia, dentro da cabine acústica ou, ainda, utilizando o computador em campo livre (Samelli; Mecca, 2010; Engel; Bueno; Sleifer, 2019). 24 Além da terapia fonoaudiológica, é necessário realizar ta- refas complementares em casa, pois a terapia é geralmente realizada uma ou duas vezes na semana. Ou seja, requer-se uma estimulação cotidiana, sendo preciso criar um ambiente estimulador propício para o desenvolvimento. Ainda, o sujeito deve estar comprometido com a terapia, realizando as reco- mendações feitas pelo fonoaudiólogo. Ao final da terapia, precisa-se realizar a reavaliação com os mesmos testes realizados na avaliação, com o objetivo de mensurar os benefícios advindos da estimulação, associando a percepção do paciente. 25 8 NUNCA FIZ AVALIAÇÃO, MAS TENHO QUEIXAS: COMO EU POSSO SABER SE TENHO ALTERAÇÃO NO PAC? Quaisquer queixas e sintomas relacionados à compreensão de fala, principalmente nos ambientes acusticamente desfavo- ráveis (com ruído) podem ser preditivos de possíveis déficits relacionados ao processamento auditivo central. Para isso, pode-se fazer uso de questionários, que são medidas impor- tantes para ajudar na identificação das dificuldades dos sujei- tos, favorecendo o direcionamento da busca pelo profissional correto para diagnóstico diferencial de acordo com cada faixa etária (Souza; Carvalho; Plotegher; et al., 2019). Os questionários abaixo servem como uma triagem para mensuração dos possíveis déficits no processamento auditi- vo central, necessitando a complementação da avaliação por um fonoaudiólogo. 8.1 TRIAGEM EM CRIANÇAS Para observação do possível TPAC em crianças, sugere-se que os responsáveis ou professores respondam à Scale of Au- ditory Behaviors (SAB) – Escala de Funcionamento Auditivo (Nunes; Pereira; Carvalho, 2013). Trata-se de um instrumento para ser utilizado como triagem em crianças em idade escolar (08 a 11 anos) e contém questões relacionadas ao comporta- mento geral e auditivo, à compreensão de fala, à atenção e ao desempenho acadêmico. Com ele, torna-se possível detectar 26 os sinais do TPAC e/ou a necessidade de uma investigação mais abrangente a partir de sua aplicação. Para o seu preenchimento, o responsável ou professor deve lera questão e responder de acordo com a recorrência das queixas observadas. Cada questão apresenta uma pontuação específica, que deve ser somada, no final do preenchimento, a fim de se obter um escore total para interpretação. A Figura 9 diz respeito ao protocolo para preenchimento, por pais ou responsáveis. Após o preenchimento de acordo com os autores, valores médios, ao redor de 46 pontos, indicariam comportamento au- ditivo típico e esperado para a faixa etária entre 8 e 11 anos de idade. Os valores inferiores a 35 pontos — um desvio-padrão abaixo do valor médio — indicariam necessidade de avalia- ção do processamento auditivo. Enquanto os valores menores que 30 pontos — um desvio-padrão e meio abaixo do valor médio — seriam sugestivos de TPAC, havendo necessidade de acompanhamento a longo prazo. Figura 9 – Scale of Auditory Behaviors (SAB) – Escala de Funcionamento Auditivo Fonte: (NUNES, C., PEREIRA, L., DE CARVALHO, G., 2013). 27 8.2 TRIAGEM EM ADULTOS Para adultos, pode ser usada a Escala de Autopercepção de Habilidades do Processamento Auditivo Central (EAPAC). Tra- ta-se de um questionário relacionado ao histórico de saúde, aos hábitos de vida, às queixas auditivas e à aprendizagem (Abreu; Jesus; Alves; et al., 2022). Pode ser respondida por sujeitos com idade entre 17 e 55 anos. Para o seu preenchi- mento, o indivíduo deve ler a questão e selecionar as opções de resposta (sim ou não) conforme suas queixas auto perce- bidas. A opção sim equivale a um ponto, e o não, a zero. No final do preenchimento, as questões devem ser somadas a fim de se obter um escore total. Pontuações maiores ou iguais a 5 pontos são sugestivas de alteração na habilidade de fecha- mento auditivo e maiores ou iguais a 6 pontos é sugestivo de alteração de resolução temporal, ou seja, dificuldades relacio- nadas à compreensão de fala quando o sinal é distorcido e às pequenas variações no tempo para discriminar estímulos auditivos. Segue, na Figura 10, o protocolo de preenchimento da escala. 28 Fonte: (Abreu; de Jesus; Alves et al., 2022). 8.3 COMO POSSO ESTIMULAR AS HABILIDADES AUDITIVAS, COGNITIVAS E DE LINGUAGEM EM CASA? As habilidades estimuladas vão de acordo com a faixa etária e os resultados encontrados na avaliação. Em crianças, em decorrência do período de desenvolvimento, normalmente é realizada uma estimulação combinada, ou seja, que envolvam aspectos auditivos, cognitivos (memória e atenção) e linguísti- Figura 10 – Escala de Autopercepção de Habilidades do Processamento Auditivo Central (EAPAC) 29 Quadro 1 – Exemplo de estratégias que podem ser realiza- das em terapia ou como atividades domiciliares cos, com estratégias lúdicas. Os adultos e idosos normalmen- te incluem atividades auditivas e cognitivas, a fim de realizar uma estimulação efetiva. Utilizar um material que possua rimas e figuras que se relacionem com o texto. O paciente deverá indicar as figuras conforme o responsável lê o texto. Descobrir quais instrumentos estão tocando ou quantas vezes aparece uma palavra pré-determinada em uma música. Sequencializar sons ou palavras como em “eu fui à feira e...”, pedindo ao sujeito que complete. Ler textos de sua preferência em voz alta diariamente. Posteriormente, ler e escutar música ao mesmo tempo. Escrever o que lembrar/entender do texto. Decifrar mensagens em criptogramas (símbolos) e ficar atento aos pictogramas (placas e sinalizações) com som de fundo. Colocar lembretes (trocar relógio de pulso) para prestar bastante atenção às informações que recebe, tentando criar uma imagem mental sobre o que está sendo ouvido. Trabalhar/ler frases com trava-línguas, rimas, versos e poesias em voz alta, com bastante entonação. Soletrar palavras e posteriormente invertê-las (sapo – opas). Manipular palavras, descobrindo novas palavras secretas (sapato – sa = pato; ou jogar “Palavra Secreta”). Realizar atividades que exijam concentração e raciocínio como: jogar stop, montar quebra-cabeças, completar caça-palavras e palavras cruzadas. Quando conseguir, escutar música ao mesmo tempo. Indicar ao sujeito para que preste bastante atenção ao que está ocorrendo à sua volta, tanto em relação a sons ambientais quanto a tarefas visuais. Colocar músicas desconhecidas, ocultar palavras e colocar para tocar ao fundo. No Quadro 1, encontram-se algumas estratégias que po- dem ser realizadas em casa pelos responsáveis ou cuidadores. Todas podem ser adaptadas de acordo com as necessidades. 30 De modo geral, as atividades devem envolver sons de fundo (ruídos, por exemplo) e sons com mensagens-alvo, enquan- to realiza-se determinada tarefa, a fim de estimular o SNAC (Moreira; Brasil; Malavolta et al., 2021; Moreira; Soares; Soares; Malavolta; Sanfins et al., 2023). Destaca-se que essas devem ser monitoradas pelo profis- sional fonoaudiólogo, mas que sua realização em casa poten- cializa o processo terapêutico, com resultados mais efetivos e minimizando as queixas. 31 9 QUEM PROCURAR? Quando houver queixas em relação ao comportamento au- ditivo, deve-se procurar um fonoaudiólogo e um médico otorrinolaringologista. O diagnóstico do TPAC em crianças pode vir acompanhado de dificuldades na fala e questões de aprendizagem. Portanto, considera-se importante auxílio das psicopedagogas na identificação das queixas relacionadas ao TPAC e encaminhamento para o fonoaudiólogo especializado. Ainda, quando houver outras queixas relacionadas, cabe pro- curar outros profissionais, como o médico neurologista para realização de um diagnóstico diferencial (Rouillon; de Lamaze; Ribot; et al., 2021). 32 REFERÊNCIAS ABREU, N.; DE JESUS, L.; ALVES L., et al. Validação da Escala de Autopercepção de Habilidades do Processamento Auditivo Central (EAPAC) para adultos. Audiology – Communication Research, v. 27. 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/acr/a/MfkqD3fhZgrjDG ZqBvPXsVh/?lang=pt. Acesso em: 3 abr. 2024. ALANAZI, A. Understanding auditory processing disorder: a narrative review. Saudi Journal Of Medicine And Medical Sciences, v. 11, n. 4, pp. 275-282, 2023. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih. gov/37970455/. Acesso em: 3 abr. 2024. ARISTIDOU, I.; HOHMAN, M. Central Auditory Processing Disorder. 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Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana (PPGDCH) – Linha de Pesquisa “Audição e equilíbrio: diagnóstico, habilitação e reabilitação pela UFSM”. Michele Vargas Garcia Professora Associada nível 2 do Curso de fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana- PPGDCH da Universidade Federal de Santa Maria- UFSM. Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade Federal de Santa Maria-UFSM (2004). Atua e pesquisa na área de audiologia clínica (potenciais evocados, zumbido e processamento auditivo como linhas de pesquisa). Possui Especialização em Fonoaudiologia, com ênfase em Audiologia na UFSM. Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo/ Escola Paulista de Medicina-UNIFESP/EPM. Coordenadora do GEAAC - Grupo de Eletrofisiologia da Audição e avaliação comportamental (Iniciação científica, Mestrado e Doutorado). Dayane Domeneghini Didoné Professora Adjunta do Departamento de Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atua principalmente nas seguintes áreas: Audiologia Clínica, Eletrofisiologia, Habilitação e Reabilitação Auditiva. Coordenadora do GERA (Grupo de Estudos em Reabilitação Auditiva). 37 Atribuição de crédito a www.freepik.com: Imagem Capa: FREEPIK. Imagem médica 3D, mostrando a figura masculina com destaque do cérebro. Disponível em:https://br.freepik.com/fotos-gratis/ imagem-medica-3d-mostrando-a-figura-masculina-com-destaque-do-cere- bro_4498740.htm#fromView=search&page=3&position=4&uuid=389307cc- -118c-494c-858b-50ec6f3239f5Acesso em: Out. 2024. Textura: FREEPIK. Fundo de papel de aquarela pintado à mão. Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/fundo-de-papel-de-aquarela- -pintado-a-mao_133678729.htm. Acesso em: Out. 2024. Elementos Geométricos: FREEPIK. Fundo abstrato geométrico de design plano. Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/fundo-abstra- to-geometrico-de-design-plano_18978002.htm. Acesso em: Out. 2024. Elementos Geométricos: FREEPIK. Pacote de banner geométrico gradiente. Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/pacote-de-banner- -geometrico-gradiente_4122327.htm.Acesso em: Out. 2024. 38