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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA Relatório 1 Teste e curva característica do diodo LAB. DE SINAIS E SISTM. LINEARES Discentes: Karina Gomes Dutra | RA: 136110 Discentes: William Kenzo Kaba RA:134967 Docente: Luiz Carlos Campana Sperandio MARINGÁ 2025 1. Introdução Os diodos semicondutores são componentes eletrônicos fundamentais em diversos circuitos, principalmente em aplicações de retificação, proteção e controle de corrente. Para ser considerado um diodo ideal deve-se conduzir corrente elétrica apenas em uma direção (quando está polarizado diretamente ) o que bloqueia completamente a corrente na direção oposta ( que está em polarização reversa). Na prática, os diodos apresentam uma tensão mínima necessária para começar a conduzir, conhecida como “tensão de limiar” ou “tensão de barreira” Em um diodo de silício, essa tensão de barreira é geralmente em torno de 0,6 a 0,7 volts. Abaixo desse valor, a corrente que atravessa o diodo é praticamente nula. Acima dela, a corrente aumenta de forma exponencial com o aumento da tensão, caracterizando um comportamento não linear. Já em polarização reversa, o diodo apresenta uma corrente muito pequena, chamada de corrente de fuga, até que seja atingida uma tensão crítica conhecida como tensão de ruptura, na qual o diodo pode conduzir intensamente e até mesmo ser danificado No presente experimento de laboratório, foi realizado o teste prático do diodo com o objetivo de traçar sua curva característica tanto em polarização direta quanto em reversa. Utilizando uma fonte de tensão variável, um resistor limitador e instrumentos de medição apropriados, foram coletados valores de corrente para diferentes tensões aplicadas ao diodo. A partir desses dados, foi possível montar o gráfico corrente versus tensão e analisar o comportamento real do componente em comparação com o modelo teórico ideal. 2. Materiais e Equipamentos ● Fonte de tensão ● Multímetro digital ● Resistores de cargas : R[ ] Ω 220Ω 470Ω 1𝐾Ω 2𝐾2Ω 4𝐾7Ω 12𝐾Ω 22𝐾Ω 47𝐾Ω 100𝐾Ω 220𝐾Ω 470𝐾Ω ● Diodo 1N4007 (ou similar) ● Protoboard ● Cabos de conexão 3. Metodologia Para a realização do experimento de obtenção da curva característica do diodo, foi montado o circuito simples de polarização direta,onde utilizamos uma fonte de tensão contínua de 5V, um resistor de carga variável e um diodo de uso geral (como o 1N4007). A corrente através do diodo e a tensão sobre ele foram medidas utilizando multímetros nas posições adequadas, conforme o circuito esquemático apresentado no quadro: ● A fonte de 5V foi conectada em série com um resistor ,o diodo D , um amperímetro 𝑅 para medir a corrente e um voltímetro para medir a tensão no diodo 𝐼 𝐷 𝑉 𝐷 Para verificar o comportamento do diodo sob diferentes correntes, foram utilizadas diversas resistências em série com o diodo, variando de 220 Ω até 470 kΩ como citado em materiais ,para cada valor de resistência, foram registrados os valores de: ● : tensão medida nos terminais do diodo (em volts) 𝑣 𝑑 ● : corrente que circula pelo diodo (em miliamperes), calculada pela Lei de Ohm: 𝐼 𝐷 𝐼 𝐷 = 𝑉 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 − 𝑣 𝑑 𝑅 Esses dados foram organizados em uma tabela para posterior análise e plotagem da curva característica de v 𝑣 𝑑 𝑒 𝐼 Além disso, o experimento envolveu a aplicação da equação do diodo : Além da obtenção prática dos dados de corrente e tensão no diodo, o experimento também teve como objetivo determinar dois parâmetros importantes do diodo: a corrente de saturação reversa ( ) e o fator de idealidade ( ). Esses parâmetros caracterizam o comportamento real 𝐼 𝑠 𝑁 do diodo e são úteis para comparar o desempenho do componente com o modelo teórico. 4. Discussão e Resultados Equação característica do diodo Sob polarização direta, a corrente do diodo obedece à equação de Shockley: onde ● é a corrente no diodo, 𝐼 𝐷 ● é a tensão aplicada ao diodo, 𝑉 𝐷 ● é a corrente de saturação reversa, 𝐼 𝑆 ● é o fator de idealidade (tipicamente entre 1 e 2), 𝑛 ● é a tensão térmica (≈25 mV a 25 𝑉𝑇 = 𝑘𝑇 𝑞 𝐶) A curva mostrou crescimento ínfimo de corrente até aproximadamente 0,4 V 𝐼 𝐷 𝑋 𝑉 𝐷 de , seguido por rápido aumento exponencial conforme o diodo entrou em condução 𝑉 𝐷 forte. Para R=220Ω, obtivemos =17,8mA e =0,706V, valor típico de queda de tensão 𝐼 𝐷 𝑉 𝐷 direta em diodos de silício. Já para 470kΩ, medimos =10,1μA e =0,310V, 𝑅 = 𝐼 𝐷 𝑉 𝐷 revelando a limitação de corrente imposta pelo resistor e a tensão menor resultante. O gráfico linear de X evidenciou a curva característica não linear e destacou a região de 𝐼 𝐷 𝑉 𝐷 condução exponencial. Sobre o diodo VT≈25 mV a 25 °C e (ideality factor) varia entre 1 e 2 em 𝑛 dispositivos reais. A região em que cresce lentamente até 0,4 V corresponde à pequena 𝐼 𝐷 contribuição do termo exponencial ainda próximo de zero. Após esse limiar, o termo exponencial domina e a corrente aumenta dezenas de vezes a cada 50 mV adicionais, o que caracteriza o comportamento de junção PN em polarização direta. O resistor em série limitou a corrente máxima, convertendo parte da queda de 5 V em dissipação no resistor e definindo o ponto de operação de cada medida. Para estimar 𝑛, usamos dois pontos da curva e aplicamos: encontrando n≈2,97, valor acima do intervalo típico devido a tolerâncias de componentes e imprecisões de medição. Com 𝑛 determinado, a corrente de saturação foi 𝐼 𝑆 extraída de resultando em ≈0,79μA, compatível com diodos de silício comerciais. Em suma, 𝐼 𝑆 os resultados confirmam o modelo teórico do diodo, mostram a influência direta da resistência em série na polarização e fornecem uma estimativa quantitativa dos parâmetros , fundamentais para projetos de circuitos com semicondutores. 𝑛 𝑒 𝐼 𝑆 Gráfico Curva Característica I-V do Diodo: tabela de dados experimentais: 5. Conclusão O experimento confirmou o comportamento exponencial da curva característica do diodo sob polarização direta. Foi possível verificar que: ● A tensão no diodo aumenta com a corrente de maneira não linear, conforme o modelo teórico. ● A resistência em série controla a corrente que passa pelo diodo, permitindo traçar sua curva 𝐼 𝐷 ×𝑉 𝐷 . ● A análise dos dados permitiu uma aproximação do fator de idealidade e da 𝑛 corrente de saturação , mostrando coerência com os parâmetros esperados de 𝐼 𝑆 diodos reais. Esse tipo de caracterização é fundamental para entender o funcionamento dos dispositivos semicondutores e aplicar corretamente modelos teóricos em situações reais