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Considere a placa de largura “b”, porém curva, totalmente submersa no líquido (ver fig. 01): 4.9. Superfícies Curvas A determinação da resultante R, como também o seu centro pressão (P) é um tanto mais complexa do que o caso anterior (placa retangular). Na Fig. 02, é mostrada de forma esquemática a distribuição de pressões ao longo comprimento da placa. Observe que a direção da força infinitesimal “dF” muda ao longo do comprimento. Sendo assim para encontrarmos a resultante, temos que: Fig. 01 Fig. 02 dF ( ) ( )d bpdy bpdx= = +∫ ∫ ∫R F i j ( ) ( )X Yd dF dF bpdy bpdx= + = +F i j i j Onde: Logo, as componentes de R são dadas por: ;X YR b pdy R b pdx= =∫ ∫ Para a posição da resultante, temos que considerar novamente o princípio dos momentos, porém agora na forma vetorial, pois o sistema de forças não é mais paralelo, ou seja: 4.9. Superfícies Curvas (cont.) dF R x y Pr r P Na Fig. 03, são marcados os vetores posição da resultante (ponto “P”) e o vetor posição de uma força infinitesimal genérica. Dessa forma, temos: Fig. 03 ( ),x y ; P X Yx y P P= + = +r i j r i j O Momento infinitesimal da força “dF” em relação à origem dos eixos coordenados é dado por: [ ] ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) d d x y bpdy bpdx d bpxdx bpydy b pxdx pydy = × = + × +⎡ ⎤⎣ ⎦ ∴ = − = − M r F i j i j M k k k Pelo princípio dos momentos, sabemos que: [ ] ( ) ( ) ( )P X Y X Y d P P bpdy bpdx b pxdx pydy P pdx P pdy pxdx pydy ⎡ ⎤× = ∴ + × + = −⎣ ⎦ ∴ − = − ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ r R M i j i j k , sendo: ;Y XR Rpdy pdx b b = =∫ ∫ Obtém-se a equação da reta da linha de ação de R: X Y Y XP R P R b pxdx pydy⎡ ⎤− = −⎣ ⎦∫ ∫ O Ponto “P” é dado pela interseção da equação da reta acima com a equação da curva da placa. Felizmente, existe um outro método, bem mais simples para se determinar tanto a resultante R e seu ponto de pressão “P”. Vamos considerar, para tanto, o D.C.L. do bloco de líquido ACB acima da placa, mostrado na Fig. (4): 4.9. Superfícies Curvas (cont.) Se observarmos bem, para se determinar R, basta aplicar as equações de equilíbrio no DCL ao lado. Sendo H a resultante das pressões na lateral CB e V a força resultante das pressões na face AC, ambas facilmente determinadas. Além disso, W é o peso do fluido que está acima da placa, esse aplicado no centro de gravidade do volume de fluido ACB. H V Fig. 04 Ex: Determine a força resultante R exercida pela água sobre a superfície cilíndrica da represa. A represa tem um comprimento b, normal ao plano da figura, de 30 m. Solução por integração: Já sabemos que as componentes da resultante R, podem ser dadas por: Tal solução das integrais é mais fácil utilizando coordenadas polares, conforme ilustra figura abaixo: ;X YR b pdy R b pdx= =∫ ∫ ( )p gh p g rsenρ ρ θ= ∴ = E ainda: cos ;dy r d dx rsen d Olhando para figura, temos que: θ θ θ θ= = Logo: / 2 2 2 0 / 2 2 2 2 0 cos 2 4 X Y b grR b pdy b g r sen d b grR b pdx b g r sen d π π ρρ θ θ θ π ρρ θ θ = = = = = = ∫ ∫ ∫ ∫ Substituindo os valores numéricos, temos: ( ) ( ) ( ) ( )2 2 2 22354,4 3696,41 4382,54X YR R R kN= + = + = 4.9. Superfícies Curvas (cont.) Ex (continuação): Para determinação do ponto de pressão “P”, podemos simplificar sua obtenção simplesmente levando em conta que a força resultante tem sua linha de ação passando pelo centro da circunferência em “O”, conforme ilustrado na figura anterior e fazendo um ângulo β com a superfície da água. Já sabendo os valores (Rx e Ry) das componentes da resultante, temos que: ( )1 1 1 3696,41tan tan tan 57,5 2354,4 oY X R R β− − −⎛ ⎞ ⎛ ⎞= = =⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠⎝ ⎠ Com isso, as coordenadas x1 e y1 da resultante R, são dadas por: ( ) ( ) 1 1 cos 57,5 4 0,537 2,14 57,5 4 0,843 3,37 o o x r m y rsen m = = × = = = × = A solução por integração é relativamente fácil nesse caso em razão da geometria da represa. Vamos agora considerar uma outra solução, mas simples, levando em conta o DCL do bloco d’água acima da superfície curva. Sendo assim, a figura abaixo mostra do DCL: É fácil notar que se trata de um elemento com 3 forças. Sendo assim, temos no equilíbrio o triângulo de forças: xP mg R ( ) ( ) ( ) ( )2 2 2 22354,4 3696,41 4382,54 xR P mg R kN = + = + ∴ = β 4.9. Superfícies Curvas (cont.) Considere agora placa de superfície plana com formato qualquer totalmente submersa (Fig. 05): 4.10. Superfícies Planas de qualquer formato A força infinitesimal “dF” atuando numa profundidade “h”, conforme Fig 05, é dada por: Fig. 05 dF pdA ghdAρ= = cos cos Onde “dA” é faixa infinitesimal de área. A pressão não varia nessa faixa porque a mesma é paralela à superfície. A força total, isto é, a resultante R, é dada por: R dF pdA g hdA g y dA R g ydA ρ ρ θ ρ θ = = = = ∴ = ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ Mas, lembrando que: cosydA yA R gy A ghAρ θ ρ= ⇒ = =∫ Onde: Profundidade do centro geométrico da PLACA; Área da PLACA. h → A→ Para determinação do centro de pressão “P”, o princípio dos momentos é aplicado, ou seja: Fig. 06 ydF y ghdA yhdA RY ydF Y Y R ghA hA ρ ρ= ⇒ = = ∴ = ∫ ∫ ∫∫ , que representa justamente o centróide do volume formado pela distribuição de pressões sobre a placa (ver fig. 06). Ex: Determine a força resultante R exercida sobre a extremidade semicircular do tanque d’água, bem como o centro de pressão. Solução : 4.10. Superfícies Planas de qualquer formato (cont.) Já sabemos que: R ghAρ= Para o semicírculo, temos: 4 3 rh π= , e ainda: 2 2 rA π= Portanto: 2 34 2 3 2 3 r r r gR g π ρρ π= = O centro de pressão “P”, é dado por (y=h, neste caso): 2 2 2 2 0 3 16 r y r y dyyhdA y dA rY R R R π−= = = = ∫∫ ∫
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