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_Apostila MICROECONOMIA

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MICROECONOMIA
Profº Ms Alessandro
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1ª e 2ª Aula – SURGIMENTO e 
IMPORTÂNCIA da ECONOMIA
1. SURGIMENTO 
	A palavra economia deriva do grego oikonomía (de óikos = casa e nómos = lei), que quer dizer o gerenciamento de uma casa, ou do Estado (Governo). 
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Podemos ler no livro Política de 
Aristóteles (385 a 322 a.C.): 
A “Um modo de adquirir propriedade, chamado subsistência, é, em conformidade com a natureza, parte da ciência da administração da casa. Por conseguinte, e em primeiro lugar, todos os bens devem estar ali, ou a arte da aquisição deve providenciá-los; Bens são coisas que podem ficar armazenadas e que são úteis, ou necessárias, para prover a subsistência. Isso é verdade tanto para a família como para o Estado.
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E estou certo de que a riqueza, 
nesse sentido verdadeiro, consiste 
de uma propriedade como esta. A quantidade de riqueza que daria independência financeira adequada para uma vida boa não é ilimitada, como pensava Sólon. A riqueza é um conjunto de instrumentos para a administração da família ou do Estado. Portanto, está claro que um certo tipo de riqueza é dever natural daqueles que estão no comando de uma casa ou de uma cidade; por que assim também está claro.” 
 (Aristóteles, pg 156 e 157)
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2. TEORIA ECONÔMICA MODERNA 
(CLÁSSICA)
 	A teoria econômica moderna, colocada como um conjunto científico sistematizado teve sua origem com Adam Smith (1723 a 1790), quando publicou sua obra, A Riqueza das Nações, em 1776. O livro é um tratado muito abrangente sobre questões econômicas que vão desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendações políticas (Vasconcellos, 2005).
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	A Smith acreditava que se deixasse atuar a livre concorrência, uma “mão invisível” levaria a sociedade ao equilíbrio. Isso ocorria porque todos os agentes econômicos (consumidores, empresas, governo e setor externo) em sua busca de otimizar os seus respectivos resultados, acabam promovendo o bem-estar de toda a sociedade. É como se uma mão invisível orientasse todas as decisões econômicas, sem necessidade de atuação do Estado. Para ele, o papel do Estado na economia deveria ser a proteção da sociedade contra eventuais ataques e à criação e à manutenção de obras e instituições necessárias, mas não à intervenção nas leis de mercado. Nascendo o princípio do liberalismo (Vasconcellos, 2005).
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A idéia de Smith era clara: a produtividade decorre da divisão de trabalho, e essa, por sua vez, decorre da tendência da troca, que é estimulada pela ampliação dos mercados. Desta forma é necessário ampliar os mercados e as iniciativas privadas para que a produtividade e a riqueza sejam incrementadas (Vasconcellos, 2005).
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3. PERÍODO NEOCLÁSSICO
 No início da década de 1870 até as primeiras décadas do século XX, nasce o período neoclássico.
 Nesse período, privilegiam-se os aspectos microeconômicos da teoria, pois a crença na economia de mercado e em sua capacidade auto-reguladora fez com que os teóricos econômicos não se preocupassem tanto com a política e o planejamento macroeconômico. 
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As análises eram abrangidas 
pelo raciocínio matemático, 
procurando isolar os fatos econômicos de outros aspectos da realidade social (Vasconcellos, 2005). 
 Um grande destaque desse período foi Alfred Marshall. Seu livro Princípios de Economia, publicado em 1890, serviu como livro básico até a metade do século XX.
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Mashall definiu a substância da 
Economia da seguinte maneira:
 “ ECONOMIA é um estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos ordinários da vida. Mas diz respeito, principalmente, aos motivos que afetam, de um modo mais intenso e constante e a conduta do homem na parte comercial de sua vida. Todo indivíduo que tem algum valor põe nos seus negócios o melhor de sua natureza; (...) Naturalmente a Economia não se pode comparar com as ciências físicas exatas, pois que ela se relaciona com as forças sutis e sempre mutáveis da natureza humana.” 			 (Marshall, pg. 33). 		 
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FIM
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3ª Aula – FATORES de PRODUÇÃO. PROBLEMA ECONÔMICO. LEI da ESCASSEZ 
1. DEFINIÇÃO
A Economia é a ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo dos bens e serviços para satisfazer as necessidades humanas. 
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	2. FATORES DE PRODUÇÃO:
 
	i) Terra
	ii) Trabalho
	iii) Capital
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As necessidades humanas são infinitas ou ilimitadas.
- Os fatores de produção são finitos ou limitados.
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	Como não é possível produzir tudo o que os indivíduos desejam é necessário realizar escolhas.
	Os fatores de produção são escassos, desta forma é necessário que as pessoas façam escolhas entre um bem e outro.
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	Não confundir escassez com pobreza: até mesmo os ricos querem mais!
	E lembrem-se: o fato de existir muito pouco de um bem não o torna escasso, ele tem que ser desejável.
	Por este fato, a economia muitas vezes é definida como a ciência que estuda a escassez ou a ciência que estuda o uso dos recursos escassos na produção de bens.
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		LEMBREM-SE
A escassez ocorre sempre que as pessoas querem mais bens do que existe. Quando um bem é escasso, as pessoas precisam escolher entre seus usos. A escassez é a fonte de todas as escolhas.
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 4ª Aula – INTRODUÇÃO à 
		MICROECONOMIA
1. Agentes econômicos: 	i) Família ou Consumidores 	ii) Empresas ou Unidades de Produção 	iii) Setor público ou Governo 	iv) Setor externo ou Resto do mundo
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2. Objetivo da Empresa
A análise clássica supõe o princípio da racionalidade, segundo o qual o empresário sempre busca a maximização do lucro total, otimizando a utilização dos recursos de produção. Existem correntes alternativas que enfatizam que não seria a maximização do lucro, mas estratégia de aumento da participação nas vendas do mercado, ou maximização da margem sobre os custos de produção, independente da demanda de mercado, (Vasconcellos et all.,2005).
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3. Aplicações da Análise Microeconômica
A análise microeconômica se preocupa em explicar como se determina o preço dos bens e serviços, como também dos fatores de produção. 
Analisa as questões aparentemente triviais, como por exemplo: por que, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem deve cair.
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A teoria microeconômica não é um manual de técnicas para a tomada de decisões do dia-a-dia, mesmo assim ela representa uma ferramenta útil para estabelecer políticas e estratégias, 
dentro do horizonte de planejamento, (Vasconcellos, 2005).
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Para a empresa, a análise microeconômica 
pode auxiliar nas seguintes decisões:
	a) Política de preço da empresa;
	b) Previsões de demanda e faturamento;
	
	c) Previsões de custo de produção;
	d) Decisões ótimas de produção (escolha da 	 melhor combinação de fatores de produção);
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e) Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (compra de equipamentos ampliação da empresa, etc);
f) Política de propaganda e publicidade (como as preferências dos consumidores podem afetar a procura do produto);
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g) Localização da empresa (situar-se 	 próximo de centros consumidores ou de fornecedores de insumos);
h) Diferenciação de mercados 	 	 (possibilidades de preços diferenciados, em diferentes mercados do mesmo 	 produto).
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A contribuição da microeconomia está ligada à utilização de outras disciplinas, como a Matemática, Administração, Contabilidade e mesmo da Engenharia, de forma a contribuir de uma maneira mais prática e eficaz a suas formulações e conceitos teóricos.
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4. Sistemas Econômicos
Numa visão mais ampla, no Brasil, a economia tem uma estrutura e funcionamento
diferente da economia de outros países, como os EUA, Cuba ou Etiópia. 
A forma de comprar e vender determinados bens e serviços, o pagamento dos impostos, o tipo de máquinas e equipamentos, dentre outras coisas. 
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As diferenças, ou talvez semelhanças, são explicadas pelo conceito de sistema econômico.
 Sistema econômico→ é o conjunto de relações técnicas e institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade. Essas relações condicionam o sentido geral das decisões fundamentais que se tomam em toda a sociedade e os ramos predominantes de sua atividade, (Troster, 2000).
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O sistema econômico se divide em 3 categorias: 
1ª) Sistema de economia de mercado (capitalismo)→ os agentes econômicos (consumidores, empresas, governo e resto do mundo) agem de acordo com o seu próprio interesse e de forma livre. O sistema de preços estimula os produtores a fabricar os bens que o público deseja.
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2ª) Sistema de economia centralmente planificada (socialismo)→ os meios de produção são propriedade estatal e as decisões-chave são feitas na agência de planejamento, o poder central.
3ª) Sistema de economia mista→ o setor público colabora com a iniciativa privada nas respostas às perguntas sobre o que, como e para quem produzir, do conjunto da sociedade.
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5. Fluxo Circular da Renda
Para compreender o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma economia de mercado sem a participação do agente econômico governo e do agente econômico setor externo. 
Nesse nosso exemplo, os participantes do sistema econômico são as famílias e as empresas. 
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As famílias são proprietárias dos fatores de produção (basicamente trabalho) e os fornecem (vendem) às empresas no mercado dos fatores de produção. 
- As empresas, pela combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem (vendem) às famílias no mercado de bens e serviços. 
- Esse fluxo entre as famílias e as empresas é denominado de fluxo real.
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	No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença da moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços (Vasconcellos, 2005). 
	Para ficar mais fácil a compreensão montaremos um esquema em sala.
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FIM
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5ª e 6ª Aula – Curva de Possibilidade 				de Produção (CPP)
CONCEITO
Ilustra o problema da Escassez.
Conceito abstrato.
Aproximação da realidade:
Uma empresa: 10 máquinas
 40 trabalhadores
 2 produtos (parafuso Alfa e Beta)
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Assim, os pressupostos são:
a) Os recursos produtivos são fixos ou constantes;
b) O conhecimento tecnológico é constante;
c) Somente dois produtos são passíveis de fabricação.
	O diretor da empresa encomenda uma planilha de produção, utilizando da forma mais eficiente todos os fatores de produção. 
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Assim, o levantamento da possibilidade de produção fica:
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GRAFICO 1 (construir em sala): ilustra as possibilidades de produção da empresa:
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Algumas constatações podem ser tiradas da análise do gráfico da CPP da empresa:
i) a produção do parafuso Beta é mais difícil de ser feita do que a do parafuso Alfa; de fato, a produção máxima possível de Beta é de 5 unidades enquanto que a de Alfa é 20 unidades;
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ii) os pontos da curva de possibilidade de produção (CPP) expressam a quantidade máxima possível da produção de um dos bens, dada a produção do outro ;
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iii) O fato mais importante a ser constatado é de que aumentos na produção de um parafuso, se a empresa estiver trabalhando em pontos situados na CPP, só poderão ser efetuados à custa de decréscimos na produção do outro .
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O que foi analisado até agora para a empresa de parafusos pode ser aplicada para a sociedade.
Dessa forma, a CPP ilustra o problema da escassez: os fatores de produção são limitados e não podem atender a produção de todos os bens e serviços para satisfazer as necessidades humanas.
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A sociedade para obter mais do bem Alfa, precisaria sacrificar a produção do bem Beta e vice-versa.
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2. EFICIÊNCIA
A CPP é traçada supondo-se: 
i) que a economia tem uma quantidade fixa de recursos (incluindo mão-de-obra (TRABALHO), insumo (TERRA) e tecnologia (CAPITAL));
ii) que a economia está usando os seus recursos de forma eficiente.
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TESTE DE EFICIÊNCIA
Para produzir mais um bem, a economia precisa produzir menos de outro? 
Se a resposta for positiva, a economia está produzindo com eficiência e está sobre a CPP.
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Algumas constatações podem ser tiradas da análise do gráfico da CPP da empresa:
i) Um ponto dentro da curva significa uma produção abaixo ou aquém das possibilidades da empresa. Se ela resolver produzir, digamos 6 unidades de Alfa e 3 unidades de Beta, alguns dos recursos produtivos ficarão ociosos ou não serão utilizados da forma mais eficiente, já que a empresa poderia perfeitamente aumentar a produção de Alfa para 11 unidades sem ter que diminuir a produção de Beta.
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ii) Um ponto fora da curva significa uma produção acima ou além das possibilidades da empresa; por exemplo, não é possível que ela produza 11 unidades de Alfa e 4 de Beta, já que o máximo possível de Beta, quando se fabrica 11 de Alfa, é de 3 unidades. Este ponto de produção só poderia ser atingido se houvesse um aumento na quantidade dos fatores de produção ou uma inovação tecnológica, fatos que aumentariam as possibilidades de produção da empresa; lembremo-nos, entretanto, que ambas as variáveis foram supostas constantes para traçarmos a CPP;
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iii) Um ponto na curva (em cima da linha) é um ponto eficiente porque produz utilizando plenamente todos os fatores de produção que a empresa tem. Esse ponto é considerado oponto máximo de produção da empresa.
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3. CUSTO DE OPORTUNIDADE
	A quantidade perdida do bem Alfa que a sociedade precisa incorrer para aumentar a produção de Beta é denominada de custo de oportunidade (ou de transformação).
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Observamos o exemplo numérico, que é a quantidade de Alfa que a empresa (ou sociedade) deve abandonar para obter 1 unidade adicional de Beta, ocorrendo de maneira crescente.
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Observe a tabela para facilitar o entendimento:
Tabela 2 
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A razão do custo de oportunidade ser crescente é de que, à medida que se deslocam os fatores de produção que são adequados à produção de Alfa para a fabricação de Beta ou vice-versa, estes fatores serão cada vez menos eficientes.
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Assim, trabalhadores especializados na produção de Alfa ao serem transferidos para a de Beta serão bem menos produtivos (menos eficientes). 
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A produção adicional de Beta que se obtém diminuindo a produção de Alfa é decrescente ou cada vez menor. Esta última proposição corresponde à famosa Lei da Produtividade Marginal Decrescente ou Lei dos Rendimentos Decrescentes.
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		LEMBREM-SE
	Custo de oportunidade é a alternativa mais valorizada que as pessoas sacrificam como conseqüência de suas decisões (escolhas). O conceito de custo de oportunidade implica a realização de uma troca. Obter mais de um bem significa obter menos de outro.
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4. CRESCIMENTO ECONÔMICO
	A CPP também pode ser empregada para mostrar as causas e os efeitos do crescimento econômico. 
	Os bens de investimento, tais como novas fábricas e equipamentos, dão aos trabalhadores mais e melhores instrumentos para trabalhar, para que possam ser mais produtivos futuramente. Portanto, no ano seguinte, a sociedade está frente a uma nova CPP. 
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Fatores que causam o crescimento econômico:
	i) Aumento de investimento: a maior quantidade de bens de investimento torna os trabalhadores mais produtivos. Para investir mais, as pessoas precisam reduzir o consumo atual
e poupar mais, para que essa poupança esteja disponível para investimentos;
	ii) Inovação: que ocorre quando se descobre uma forma de aumentar a produção com a mesma quantidade de insumos. Inovações em tecnologia, em gestão e em marketing podem contribuir para o crescimento econômico;
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Fatores que causam o crescimento econômico:
iii) Maior divisão da mão-de-obra: que nos dois últimos séculos permitiu que os trabalhadores se tornassem mais produtivos em suas áreas de especialização. Uma maior divisão do trabalho também significa que os trabalhadores não produzem para si mesmos, mas para outras pessoas. Portanto, a especialização e o comércio caminham lado a lado;
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Fatores que causam o crescimento econômico:
iv) Aumento de insumos: por exemplo, mais trabalhadores, mais máquinas e mais terra. O aumento da quantidade de insumos gera aumento da produção e crescimento econômico.
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		LEMBREM-SE
	1) Só quando uma economia está sobre a CPP ela está sendo eficiente. Se a única forma de produzir uma quantidade maior de um bem for produzir uma quantidade menor de outro, a economia está produzindo de forma eficiente.
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		LEMBREM-SE
	2) O crescimento permite que uma economia tenha mais de tudo. Os principais meios de ter um crescimento são investir mais, inovar, aumentar a especialização e os insumos.
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		LEMBREM-SE
	3) Os pontos internos da CPP podem ser atingidos pela sociedade, mas são ineficiente, pois com os recursos existentes, a economia poderia obter mais dos dois bens. Os pontos fora da CPP são inatingíveis. 
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5. CLASSIFICAÇÃO dos BENS
Bens de capital→ são utilizados para a elaboração de outros bens, mas não se desgastam totalmente no processo de produção. Como exemplo temos as máquinas, equipamentos e instalações. 
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Bens de consumo→ atendem diretamente as necessidades dos indivíduos, classificando-se conforme a sua durabilidade: bens de consumo duráveis (demoram mais tempo para se desgastarem, como carros, geladeira, etc e os bens de consumo não duráveis (desgastam mais rapidamente, como alimentos, produtos de higiene, vestuários, etc).
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Bens intermediários→ são transformados ou agregados na produção de outros bens e são consumidos totalmente no processo de produção (insumos, matérias-primas e componentes, por exemplo). 	
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FIM
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