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1
A Célula como Unidade de Vida 
 
Microscopia e Estudo da Célula 
 
 
Até ao início do séc. XVII o conhecimento dos seres vivos limitava-se, 
fundamentalmente, a organismos macroscópicos. 
A descoberta da célula só foi possível quando o avanço técnico permitiu 
o aperfeiçoamento das lentes e a construção do microscópio óptico 
composto (MOC). 
Numerosos investigadores interessaram-se, pelo estudo de diversos 
materiais vivos; os pequenos avanços de uns constituíam, para outros, pontos 
de partida para estudos mais alargados. Simultaneamente, as técnicas de 
observação foram sendo melhoradas o que, por sua vez, tornou possíveis 
observações mais minuciosas e rigorosas. 
Foi longo o caminho que conduziu a uma das mais importantes 
generalizações da Biologia — a Teoria Celular. 
 
TEORIA CELULAR 
Princípio Unificador da Biologia 
 
• A célula é a unidade básica de estrutura e função de todos os seres 
vivos. 
• Todos os seres vivos, dos mais simples aos mais complexos, são 
constituídos por células, nas quais ocorre um conjunto de reacções químicas 
necessárias à manutenção da vida. 
• Todas as células provêm de células preexistentes, pois qualquer célula se 
forma por divisão de uma outra. 
• A célula é a unidade de reprodução e desenvolvimento dos seres vivos; 
numerosos seres vivos formam-se por divisões sucessivas a partir de uma 
única célula — ovo. 
• A célula é a unidade hereditária de todos os seres vivos. É na célula que 
está contida a informação genética que é transmitida de geração em geração, 
durante os processos de divisão celular, permitindo a continuidade das 
espécies. 
 2
Microscópio Óptico 
Constituição e Funcionamento 
 
 O microscópio óptico é um instrumento indispensável aos trabalhos 
laboratoriais que envolvam o estudo da célula. Ao fornecer imagens ampliadas 
de grande precisão, torna possível a observação de estruturas invisíveis à 
vista desarmada. 
 Para uma rentabilização das suas potencialidades torna-se 
absolutamente essencial conhecer a sua constituição e funcionamento. 
 
 
Sistema de oculares 
 
Sistema de objectivas 
 
Conjunto de lentes que permitem a ampliação do 
objecto. 
A ampliação dada pelo microscópio é igual ao 
produto da ampliação da objectiva pela ampliação 
da ocular. 
 
Ex.: Ampliação da ocular: 10 x 
Ampliação da objectiva: 15 x 
Ampliação do microscópio: 10 x 15 = 150 x 
 
A objectiva aumenta a imagem do objecto 
A ocular aumenta a imagem que recebe da 
objectiva. 
O espelho é duplo, pois tem uma face plana (para a 
luz natural) e uma face côncava (para a luz 
artificial). Destina-se a reflectir para a platina a luz 
que recebe da fonte luminosa. 
Distribui regularmente, no campo visual do 
microscópio, a luz reflectida pelo espelho. 
Pa
rt
e 
Ó
pt
ic
a 
Sistema de 
iluminação 
 
 
Espelho duplo 
 
 
Condensador 
 
Diafragma Regula a intensidade luminosa no campo visual do 
microscópio. 
Pé Suporta o microscópio, assegurando a sua estabilidade. 
Coluna 
Nos microscópios actuais é frequentemente 
articulada na zona junto à platina, o que permite 
inclinar o microscópio, tornando as observações 
mais cómodos. 
Tubo ou canhão 
Cilindro que suporta os sistemas de lentes, 
localizando-se na extremidade superior a ocular e 
na inferior o revólver com os objectivas. 
Platina ou mesa 
do microscópio 
Placa onde se colocam as preparações a observar. 
Tem no centro uma abertura circular, a janela, por 
onde passam os raios luminosos que vão iluminar a 
preparação (depois de atravessarem o sistema de 
iluminação). 
Macrométrico 
ou 
Cremalheira 
Engrenagem que suporta o tubo e que permite a 
sua deslocação ou a da platina. 
É indispensável para fazer a focagem. 
Parafusos 
Micrométrico 
Imprime ao tubo ou à platina movimentos de 
amplitude muito reduzida, completando a focagem. 
Permite explorar a profundidade de campo do 
microscópio. 
Pa
rt
e 
M
ec
ân
ic
a 
Revólver 
Disco adaptado à zona inferior do tubo, que suporta 
2 a 4 objectivas de diferentes ampliações; por 
rotação, é possível trocar rápida e comodamente de 
objectiva 
 
 3
Microscópio óptico Composto (M.O.C.) 
 
Seguidamente apresenta-se a constituição de um M.O.C.: 
 
 1- Condensador 
2- Revólver 
3- Braço ou coluna 
4- Objectivas 
5- Pinças 
6- Platina 
7- Parafuso macrométrico 
8- Diafragma 
9- Parafuso micrométrico 
10- Ocular 
11- Espelho 
12- Base ou pé 
13- Tubo óptico do canhão 
 
 
ILUMINAÇÃO E FOCAGEM 
 
1- Iluminar o campo do Microscópio óptico - captar uma quantidade de 
luz adequada para a observação do Material. 
 
a) Fonte luminosa incorporada 
- Ligá-la; 
- Regular a abertura do diafragma e a posição do 
Condensador 
 
b) espelho 
- Orientá-lo em busca de melhor captação de luz; usando a 
face plana para a luz natural e a face côncava para a luz 
artificial 
- Regular a abertura do diafragma e a posição do 
condensador. 
 4
2- Focar – regular a distância entre as lentes e o objecto por forma a obter 
uma imagem o mais nítida possível. 
 
CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM EM M.O. 
• A imagem que se obtém no M.O. Composto é: 
o maior que o objecto (ampliada); 
o virtual; 
o invertida e simétrica. 
 
• O microscópio óptico composto garante imagens adequadas quando as 
necessidades de ampliação não ultrapassam as 1500 a 2000 vezes. 
 
PODER DE RESOLUÇÃO E LIMITE DE RESOLUÇÃO 
 
• Poder de resolução – é a capacidade que o microscópio apresenta de 
fornecer imagens nítidas e minuciosas. 
 
• Limite de resolução – mínima distância entre dois pontos a partir da qual 
eles passam a ser confundidos como um único ponto. 
 
O Limite de resolução depende do comprimento de onda da luz utilizada. 
 
DIMENSÕES EM M.O. 
 Uma das primeiras preocupações de quem estuda a célula é estabelecer 
uma relação de grandeza das estruturas celulares com as unidades de medida 
mais usuais, o milímetro e o metro: 
• Metro (m) - 1 
• Milímetro (mm) – 10-3 m 
• Micrómetro (µm) – 10-6 m 
• Nanómetro (nm) – 10-9 m 
• Angstrom (Å) – 10-10 m 
• Picómetro (pm) – 10-12 m 
 5
OUTROS TIPOS DE MICROSCÓPIOS ÓPTICOS 
 
• Microscópio óptico de fluorescência — Muito usado em Citologia. 
Permite a observação de estruturas celulares marcadas com substâncias 
químicas que “fluorescem” ou emitem luz visível ao serem iluminadas pela 
luz ultravioleta. 
 
• Microscópio de contraste de fase — tem a vantagem de permitir o exame 
de células vivas, não coradas. 
 
• Microscópio de fundo escuro — é normalmente utilizado na observação 
de estruturas de dimensões muito pequenas e transparentes. 
 
• Microscópio confocal — é um microscópio bastante recente. O nome 
«confocal» significa «ter o mesmo foco», o que, neste caso, corresponde a 
ter duas lentes alinhadas cujos focos se situam num único ponto do espaço. 
Assim, há formação de um cone de luz que faz um seccionamento óptico; 
isto tem a vantagem de permitir observar organismos vivos, sem ser 
necessário fazer cortes. 
 
 
Preparações 
Preparações temporárias ou extemporâneas – são realizadas quando o 
objecto se destina a ser observado no momento e depois é desaproveitado. 
 
Meios de Montagem utilizados: 
- Água doce; 
- Água destilada; 
- Água salgada; 
- Soro fisiológico artificial ou soluto de Ringer ou plasma 
sanguíneo. 
 
Estes meios de montagem não alteram as condições do material a observar – 
Líquidos indiferentes. 
 
Preparações Definitivas – Realizam-se quando o objecto se destina a ser 
guardado para posteriormente poder voltar a ser observado. 
 6
 
TÉCNICAS PARA OBSERVAÇÃO DE CÉLULAS AO 
MICROSCÓPIO ÓPTICO 
 
A microscopia inclui vários tipos de instrumentose técnicas. 
De acordo com a constituição e funcionamento do microscópio óptico, o 
material biológico, para ser observado, tem de ser sujeito a uma série de 
manipulações físicas e químicas. 
No microscópio óptico a luz é transmitida através do objecto, de modo 
que o material tem de ser atravessado pela luz, a fim de se produzir a imagem. 
Este aspecto impõe que, na observação de tecidos animais ou vegetais em que 
as células estão justapostas, seja necessário fazer finos cortes de modo a que 
se apresentem translúcidos. 
Com esse objectivo, utilizam-se normalmente as seguintes técnicas: 
1- Técnica do esfregaço; 
2- Técnica do esmagamento; 
3- Técnica de cortes finos. 
 
 
 
TÉCNICA DO ESFREGAÇO 
 
 
 
 7
Técnica utilizada com frequência em bacteriologia. Esta técnica permite a 
separação de células em meio líquido. Consiste em espalhar um fragmento de 
tecido ou uma colónia sobre uma lâmina de vidro, o que provoca a dissociação 
de alguns elementos celulares e a sua aderência ao vidro. 
 Desta maneira forma-se uma camada fina de células, facilitando a 
observação. 
 Método usado para: 
- Observação de sangue e outros líquidos orgânicos. 
(Coloca-se uma gota do líquido sobre uma lâmina e com 
outra lâmina ou lamela, espalha-se bem (esfregaço). 
- Após estar seco, o material, pode ser fixado e corado. 
 
TÉCNICA DO ESMAGAMENTO 
 
 
 
Técnica utilizada nos casos em que existe uma aderência fraca entre as 
células do tecido a observar. Para visualizar as células, basta colocar um 
pequeno fragmento do tecido entre a lâmina e a lamela e fazer uma pequena 
pressão com o polegar. Provoca-se, desta forma, um esmagamento do tecido, 
o que faz com que as células se espalhem, formando uma fina camada, que é 
facilmente atravessada pela luz. 
 8
TÉCNICA DOS CORTES FINOS 
 
 
 Esta técnica é mais complexa e frequentemente utilizada em Histologia. 
 Quando o material a ser estudado apresenta uma consistência mole, é 
necessário proceder à sua inclusão prévia, embebendo-o, por exemplo, em 
parafina líquida que, após solidificar, garante uma consistência adequada ao 
corte. Este corte poderá ser feito com um micrótomo que permite obter fatias 
muito finas, com cerca de 3 a 6 µm de espessura. 
 O material é banhado por um solvente e mergulhado em parafina 
derretida pelo calor. A parafina penetra nas células e endurece; forma-se um 
bloco de parafina que envolve o tecido a observar. Com a ajuda do micrótomo, 
este bloco é seccionado em fatias finas (espessura 5 µm ). O corte é então 
colocado sobre uma lâmina de vidro e a parafina é dissolvida por um solvente 
(xilol), ficando o fino corte de células sobre a lâmina. O material é, em seguida, 
 9
corado e desidratado, procedendo-se à sua montagem, para a qual se utiliza o 
bálsamo do Canadá (meio de montagem), que, ao solidificar, faz aderir a 
lamela à lâmina. 
 Outra forma de dar consistência necessária ao material biológico para 
possibilitar o corte é empregando a congelação; ou seja, congelando o material 
antes de o cortar. 
 No caso dos tecidos vegetais, que já apresentam uma certa rigidez, é 
possível fazer cortes sem inclusão, ou então com uma simples inclusão entre 
dois pedaços de medula de sabugueiro. 
 
 Quando não é necessário obter cortes extremamente finos, podemos 
efectuá-los com: 
- Uma lâmina bem afiada (ex.plo: lâmina de barbear) 
- Um bisturi 
 
Coloração e Fixação 
 
Todas as técnicas citológicas implicam frequentemente a coloração de 
material biológico; a maioria das estruturas celulares só são observáveis ao 
microscópio óptico composto se a célula for previamente tratada por corantes. 
Cada corante reage apenas com certos elementos celulares, que ficam 
contrastados em relação aos outros, o que facilita a observação. 
Para observarmos células vivas deve-se ter o cuidado de usar corantes 
que não alterem nem destruam o material biológico. Tais corantes — os 
corantes vitais — como é o caso do azul de metileno, do vermelho neutro e 
da eosina, são utilizados normalmente nas preparações extemporâneas ou 
preparações temporárias — preparações feitas para exames de ocasião. 
Quando se pretende fazer um grande número de observações ou 
exames demorados são geralmente utilizadas preparações definitivas. 
Neste caso, além da coloração, há necessidade de preservar, da 
maneira mais perfeita possível, a estrutura original das células. Tal efeito 
consegue-se com a utilização de fixadores — substâncias químicas como o 
formol, o éter, o ácido acético e o álcool — que matam rapidamente a célula, 
mantendo as suas estruturas com a menor alteração possível, sendo assim 
conservado o material biológico para futuras observações. 
 10
Os agentes susceptíveis de exercerem acção fixadora também podem 
ser de natureza física; como o frio e o calor. Consoante a estrutura celular que 
se pretende observar, deve-se ter o cuidado de escolher o fixador mais 
adequado, pois estes actuam de diferente forma. 
 
Corantes Específicos 
CORANTES ESTRUTURAS 
• Orceína acética • Cromossoma 
• Água iodada • Núcleo, grãos de amido 
• Eosina • Citoplasma 
• Soluto de lugol • Parede celulósica, grãos de amido 
• Vermelho neutro • Vacúolos 
• Azul de metileno • Núcleo 
 
 
Montagem 
 
• Consiste na colocação do material num meio, entre a lâmina e a lamela, 
que o isola do exterior, protegendo-o da acção de fungos e bactérias. 
• Usam-se por exemplo a gelatina glicerada e o bálsamo do canadá. 
• A montagem poderá ser completada com a colocação de um verniz ou lacre 
que recobre as extremidades da lamela utilizada, reforçando o isolamento 
do exterior. 
 
Microscópio Electrónico de Transmissão (MET) 
Considerações gerais 
 
 O nosso conhecimento sobre a complexa organização celular é 
relativamente recente. Até à década de 40 apenas se conhecia da estrutura 
celular o que era possível observar em função do poder de resolução do 
microscópio óptico. 
Olhando ao longe uma floresta, ela surge como uma mancha verde; 
mas ao perto constatamos ser constituída por árvores e arbustos de espécies e 
 11
tamanhos diferentes. Do mesmo modo, também só depois do aperfeiçoamento 
das técnicas microscópicas e do aparecimento do microscópio electrónico a 
célula pôde ser «olhada de perto» e observadas, detalhadamente, as suas 
ultra-estruturas, até aí «escondidas» na massa semifluida do citoplasma. 
Com um poder de resolução e de ampliação muito superior ao do 
microscópio óptico, o microscópio electrónico permitiu penetrar no mundo 
microscópico da célula. 
Embora se apresente com uma construção física bastante mais 
complexa e robusta, o microscópio electrónico de transmissão (M.E.T.) tem, na 
globalidade, uma estrutura muito semelhante à do microscópio óptico. 
A diferença fundamental entre estes dois instrumentos de observação 
reside no facto de o microscópio electrónico não utilizar a luz para dar a 
imagem do objecto, mas sim um feixe de electrões acelerados, o que faz com 
que as lentes usadas não sejam de vidro ou cristal, como no microscópio 
óptico, mas «lentes» electromagnéticas. 
O comprimento de onda do feixe de electrões pode ser muito reduzido; 
obtendo-se assim um elevado poder de resolução. 
No microscópio electrónico de transmissão o feixe de electrões 
atravessa o material a observar, de modo que a imagem resulta da maior ou 
menor absorção dos electrões por parte das diferentes estruturas celulares. 
A imagem é visualizada através de um ecrã fluorescente ou é registada 
numa película fotográfica. 
 
 
Microscópio Electrónico de Transmissão (MET) 
Constituição e funcionamento 
 
O Microscópio electrónico de transmissão tem basicamente duas partes:1 – Parte electrónica 
2 – Parte do vácuo 
 12
1 – PARTE ELECTRÓNICA 
 
• O tipos de radiação são feixes de electrões. 
• Existe um filamento de tungsténio em forma de V que está ligado a alta 
voltagem (40 KV a 120 KV). Esse filamento é levado à incandescência 
através do aquecimento, o que conduz à emissão de electrões. 
• No MET não existem lentes de vidro ou cristal, mas sim lentes electrónicas 
(electrostáticas e electromagnéticas). 
 
Lentes electrónicas: 
 
• Lente electrostática – é esta lente que proporciona a formação do 
feixe de electrões – canhão de electrões. 
• Lentes electromagnéticas – São cilindros ocos, metálicos, 
percorridos por uma corrente eléctrica que cria um campo magnético 
permitindo a deflexão do feixe electrónico. 
 
A focagem do feixe é conseguida através da variação da corrente que passa 
nas lentes. 
 
2 – PARTE DO VÁCUO 
 
• Bombas rotativas e bombas de difusão; 
• Pontos na coluna onde o ar é “aspirado”; 
• Aparelhos de medida; 
• Reservatórios; 
• Válvulas; 
• Existência, na zona da preparação, de um sistema de 
isolamento que permite mudar a preparação sem que seja 
preciso pôr ar no vácuo de toda a coluna. 
 
 13
A IMPORTÂNCIA DO VÁCUO 
 
 É importante que exista vácuo pela simples razão de que se existisse ar 
na coluna do microscópio, a colisão dos electrões com as partículas do ar iria 
fazer com que os electrões se deslocassem, somente, escassos milímetros, 
quando, na realidade, têm de percorrer cerca de 2 metros. 
 
ECRAN 
 
 Os nossos olhos não são capazes de observar, directamente, imagens 
produzidas por electrões. Devido a isso recorre-se a um écran que está 
“pintado” com uma substância fluorescente, ou ao uso de uma câmara 
fotográfica. 
 
CÂMARA FOTOGRÁFICA 
 
 
 A utilização da câmara fotográfica está relacionada com o facto do feixe 
de electrões destruir o material biológico. 
Assim sendo, a imagem é recebida num écran fluorescente que permite 
uma observação directa, ou então, numa chapa fotográfica que em seguida é 
revelada. 
 
 
VANTAGENS E INCONVENIENTES DO USO DO MICROSCÓPIO 
ELECTRÓNICO EM CITOLOGIA 
 
Como os electrões só se propagam a distâncias consideráveis no vazio, 
toda a parte essencial do microscópio electrónico está encerrada numa coluna 
hermética, mantida sob vácuo; logo, as células não podem ser observadas 
vivas nem com as suas cores naturais. Além disso, o objecto tem de ser 
extremamente fino, de modo a permitir que um número suficiente de electrões 
o atravesse e forme uma imagem. 
 14
 
Outro aspecto que devemos ter presente é que a grande ampliação 
dada pelo microscópio electrónico, e o seu correspondente poder de 
resolução, por vezes possibilita apenas a observação de uma parte de um 
organito celular, pois a área do objecto que é visualizado varia 
inversamente à ampliação utilizada. 
A utilização do microscópio electrónico requer pessoal especializado; o 
seu preço é elevado, comparativamente ao do microscópio óptico, a par das 
dificuldades inerentes à preparação de material biológico para observação, 
faz com que este precioso auxiliar de investigação seja apenas privilégio de 
alguns laboratórios. 
 
 
Comparação entre o MOC e o MET 
 
CARACTERÍSTICAS M.ELECTRÓNICO 
TRANSMISSÂO 
M. ÓPTICO COMPOSTO 
Tipo de radiação Feixe de electrões Luz (fotões) 
Lentes Electromagnéticas e 
electrostáticas Vidro ou cristal 
Condensador Várias lentes 
electromagnéticas Uma ou algumas lentes 
Ampliação 500 000 vezes 
 
2000 vezes 
 
Poder de resolução 
máximo 0,5 – 0,1 nm 150 - 200 nm 
Focagem 
Variação da corrente 
eléctrica que passa através 
das lentes electromagné- 
ticas 
As lentes têm um foco fixo 
e o focagem efectua-se 
fazendo variar o distância 
em relação ao objecto 
Local de formação da 
imagem 
A imagem é projectada 
num ecrã ou registada em 
película fotográfica 
Retina do observador 
Imagem Preto e branco Geralmente colorida 
Material a observar 
Não vivo, desidratado, 
muito fino. 
É colocado numa grelha de 
cobre no vácuo. 
Vivo e não vivo, sendo 
normalmente colocado 
numa lâmina de vidro. 
 
 
 
 15
MICROSCÓPIO ELECTRÓNICO DE VARRIMENTO (MEV) 
 
Há cerca de 30 anos começou também a ser utilizado um outro tipo de 
microscópio electrónico — o microscópico electrónico de varrimento 
(M.E.V.). Com uma construção e operação totalmente diferentes do 
microscópio electrónico de transmissão (M.E.T.). O M.E.V. permite obter 
imagens da superfície externa de partículas muito pequenas e a três 
dimensões. 
 
TÉCNICAS PARA OBSERVAÇÃO DE CÉLULAS AO 
MICROSCÓPIO ELECTRÓNICO 
 
Como foi referido, dadas as características de funcionamento do M. E. 
não é possível a observação de células vivas. 
O material a examinar é sujeito a um tratamento físico e químico. 
Este tratamento tem o objectivo de tornar o material suficientemente fino 
e seco a fim de permitir a passagem de electrões e haver formação de imagem. 
Tal como acontece no microscópio óptico, o material é primeiramente fixado e 
depois desidratado, sofrendo, de seguida, uma inclusão em resinas para 
adquirir a rigidez necessária ao seu seccionamento, com o auxílio de um 
ultramicrótomo. Uma das técnicas utilizadas é a técnica dos cortes 
seriados, que permite reconstituir tridimensionalmente as estruturas celulares, 
pois a célula não é plana e o que observamos em cada preparação não é mais 
do que uma imagem parcial de um plano de corte que foi realizado na célula. 
 
Resumo: Técnicas citológicas usadas em M. Electrónica: 
- fixação (com Tetróxido de Ósmio); 
- desidratação; 
- inclusão em resinas artificiais; 
- corte (ultramicrótomos); 
- contraste (utilizam-se substâncias contrastantes como o 
ósmio, o urânio ou o chumbo, que se ligam de forma 
diferente às várias estruturas celulares, fazendo variar o 
grau de penetração dos electrões nesses locais). 
 16
TÉCNICAS ESPECIAIS PARA OBSERVAÇÃO DE ESTRUTURAS 
CELULARES 
 
Nos últimos anos têm sido desenvolvidas técnicas especiais no sentido 
de permitir o isolamento das diferentes estruturas celulares e, 
consequentemente, uma observação mais minuciosa desses constituintes da 
célula: 
 
• Uso de marcadores radioactivos — com este método é possível detectar 
em que local da célula estão a ser sintetizadas determinadas substâncias e 
acompanhar o seu percurso. 
É uma técnica sofisticada em que se utilizam substâncias radioactivas que 
têm a propriedade de impressionar chapas fotográficas — auto-radiografia. 
 
• Criofractura — esta técnica tem contribuído grandemente para o estudo da 
estrutura interna das biomembranas, pois permite a clivagem da bicamada 
lipídica, deixando observar o seu interior. 
 
• Centrifugação diferencial — permite isolar os diferentes organitos 
celulares em função da sua massa. Com este método foi possível estudar 
detalhadamente vários organitos celulares, nomeadamente mitocôndrias, 
cloroplastos, núcleos e ribossomas. 
 
 17
ORGANIZAÇÃO CELULAR 
De acordo com a Teoria Celular, a célula é a unidade básica estrutural e 
funcional de todos os seres vivos, comportando-se como unidade 
independente, mesmo nos organismos multicelulares. 
Apesar desta universalidade de estrutura e função, há diversidade no 
tamanho, forma e grau de complexidade. 
Algumas células possuem uma estrutura muito simples, mas a maioria 
apresenta uma maior complexidade. 
As células mais simples possuem um número muito reduzido de 
organitos e não têm sequer um núcleo organizado, individualizado do 
citoplasma por um invólucro — são as células procarióticas. As células mais 
complexas possuem núcleo organizado e individualizado do citoplasmapor 
um invólucro e numerosos organitos — são as células eucarióticas. 
Os seres constituídos por células procarióticas chamam-se 
procariontes; incluem bactérias e algumas algas primitivas (algas azuis). Os 
seres constituídos por células eucarióticas chamam-se eucariontes e incluem 
os restantes seres vivos. 
 
Aspectos comparativos entre Células Procarióticas e Células 
Eucarióticas 
 
Características Células eucarióticas Células procarióticas 
Tamanho da célula 
Cerca de 40 µm de diâmetro; 
em regra 1000 a 10 000 vezes 
o volume da célula pro-
cariótica. 
Diâmetro médio 0,5 – 5 µm 
Parede Celular 
Presente nas plantas e 
fungos. É rígida e formada por
celulose nas plantas e por 
quitina nos fungos. 
Rígida constituída por polissa-
carídeos com aminoácidos. 
Material genético 
Possuem verdadeiro núcleo 
que contém um ou mais 
nucléolos. 
Não existe invólucro nuclear, 
nem nucléolo. O material 
nuclear está em contacto 
directo com o citoplasma e 
constitui o nucleóide. 
Organelos 
Muitos organelos 
membranares como mito-
côndrias, retículo, complexo 
de Golgi. 
Ausência de organelos com 
membranas. Contêm muitos 
ribossomas que têm menores 
dimensões que os das 
células eucarióticas. 
Estruturas respiratórias Hialoplasma e mitocôndrias. Hialoplasma e membrana plasmática. 
Fotossíntese 
Ocorre em cloroplastos com 
uma estrutura membranar 
complexa. 
Sem cloroplastos. Tem lugar, 
por exemplo, em lamelas 
fotossintéticas. 
Flagelos 
Organelos locomotores 
complexos, rodeados por 
membrana plasmática 
Organelos locomotores 
simples, não incluídos na 
membrana plasmática. 
 
 18
Aspectos comparativos entre Células Eucarióticas Animais e 
Células Eucarióticas Vegetais 
 
Apesar de em todas as células eucarióticas existir uma estrutura básica 
semelhante, há algumas diferenças entre a célula animal e a célula vegetal. 
No quadro seguinte estão evidentes algumas dessas diferenças. 
 
Estrutura Célula animal Célula vegetal 
• Parede Celular Ausente Presente 
• Centríolos Presentes (em regra) Ausentes (nas plantas 
superiores) 
• Plastos Ausentes Presentes 
• Vacúolos Presentes, são pequenos 
e temporários 
Presentes, as dimensões 
aumentam com a idade 
da célula e o número 
diminui.

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