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Marketing empreendedor novos rumos para o sucesso nos negócios de micro, pequenas e médias empresas Organizadores: Sérgio Moretti Fernando César Lenzi Fabríc ia Durieux Zucco MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 1 03/02/2012 17:41:43 Conselho editorial Dr. Ivo José Both (presidente) Drª. Elena Godoy Dr. Nelson Luís Dias Dr. Ulf Gregor Baranow Editor-chefe Lindsay Azambuja Editores-assistentes Ariadne Nunes Wenger Editor de arte Raphael Bernadelli Preparação de originais Tiago Krelling Marinaska Capa Stefany Projeto gráfico Stefany Diagramação Stefany Iconografia Danielle Scholtz Informamos que é de inteira re- sponsabilidade da autora a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal. Esta obra é utilizada como material didático nos cursos oferecidos pelo Grupo Uninter. 1ª edição, 2012 Av. Vicente Machado, 317 . 14º andar Centro . Cep 80420-010 . Curitiba . PR . Brasil Fone: (41) 2103-7306 www.editoraibpex.com.br editora@editoraibpex.com.br Marketing empreendedor: novos rumos para o sucesso nos negócios de micros, pequenas e médias empresas / organizadores Sérgio Moretti, Fernando César Lenzi, Fabrícia Durieux Zucco. – Curitiba: Ibpex, 2012. Bibliografia. ISBN 978-85-7838-925-3 1. Administração de empresas 2. Empreendedores 3. Marketing 4. Microempresas - Marketing 5. Pequenas e médias empresas - Marketing 6. Sucesso em negócios I. Lenzi, Fernando César. II. Zucco, Fabrícia Dirieux. 12-01089 CDD-658.0220688 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Índices para catálogo sistemático: 1. Micros, pequenas e médias empresas: Marketing empreendedor : Administração 658.0220688 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 2 03/02/2012 17:41:43 Sumário Prefácio, 5 Introdução, 7 Parte 1: Entender o mercado 1. O papel do marketing empreendedor nas empresas ............. 13 Sérgio Moretti e Fernando César Lenzi 2. O empreendedor de sucesso em marketing .......................... 33 Fernando César Lenzi e Sérgio Moretti 3. Inovação empreendedora das pequenas e médias empresas 57 Maria José Silvia e Emerson Wagner Mainardes Parte 2: Desenvolver ofertas de valor 4. Estratégias empreendedoras para produtos e serviços .......... 91 Edgar Monforte Merlo, Harrison Bachion Ceribeli e Benny Kramer Costa 5. Empreendedorismo e inovação das Pequenas e médias empresar no e-commerce .......................................................119 Jouliana Jordan Nohara, Claudia Rosa Acevedo e Milton de Abreu Campanário 3 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 3 03/02/2012 17:41:43 6. Marketing empreendedor para empresas de serviços .........149 Marcio Daniel Kiesel e Nelson Marcelo Santiago Parte 3: Atender aos clientes 7. O empreendedor na gestão de preços ................................ 183 Miguel Armando de Cabral Brandão de Noronha Feio e Sydney Manzione 8. Distribuição empreendedora para atender ao cliente .......... 211 Luciana Helena Crnkovic, Maria dos Remédios Antunes Magalhães e Claudia Terezinha Kniess 9. Gestão empreendedora no varejo ....................................... 247 Sérgio Silva Braga Júnior, Dirceu da Silva 10. Comunicação empreendedora de marketing ..................... 277 Fabrícia Durieux Zucco, Cristinav Schmitt Miranda e José Eduardo Storópoli Considerações finais Sérgio Moretti, Fernando César Lenzi e Fabrícia Durieux Zucco MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 4 03/02/2012 17:41:44 Prefácio A gestão eficaz de mercado proporciona, a qualquer empresa, um diferen- cial competitivo que auxilia na superação dos obstáculos e das dificuldades que muitos empreendedores enfrentam. Os índices de mortalidade dos negócios, de forma geral, estão relacionados a dois aspectos principais: competências gerenciais e desatenção às peculiaridades e às necessidades do mercado. O domínio desses fatores depende da atitude do empreende- dor diante dos desafios do dia a dia, das habilidades deste em superar os imprevistos e do seu conhecimento sobre as ferramentas e técnicas mais importantes; com isso, o empreendedor terá o pleno domínio das caracte- rísticas do mercado em que atua. O livro Marketing empreendedor procura fundamentar, em uma lingua- gem fácil e de maneira prática, consistente e direta, os principais fatores envolvidos na busca pelo sucesso empresarial, reforçando os aspectos de mercado que devem ser considerados para se obter a excelência empreen- dedora. Todos os capítulos foram desenvolvidos com o propósito de trazer o que de mais avançado existe nos campos acadêmico e gerencial, sendo ilustrados com casos práticos que fornecerão subsídios para a reflexão sobre os conceitos analisados. O resultado positivo no mercado não vem do casuísmo, mas sim do desenvolvimento de estratégias pensadas, deliberadas ou emergentes, que se consolidam em um planejamento com foco na visão de futuro da empresa. Um mercado como o que existe na atualidade, formado e vol- tado ao consumo, tem como principal característica um consumidor ou comprador empresarial muito bem informado e, principalmente, escolado nas boas práticas de marketing. Não é à toa que as empresas de destaque no mercado têm a capacidade de aprender constantemente com suas ações e se posicionam perante seus clientes de maneira diferenciada, o que ocasiona a valorização do negócio e da marca, além de gerar uma 5 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 5 03/02/2012 17:41:44 rentabilidade maior do negócio e um impacto econômico mais favorável para o ambiente empresarial. Nas decisões de negócio, as atitudes racionais e emocionais do empreen- dedor devem caminhar juntas, para que todos os detalhes sejam percebidos e todas as ações sejam planejadas e realizadas de forma constante e perió- dica. Perseverança é uma palavra-chave no jogo de qualquer empreende- dor, que deve saber quando insistir e quando desistir de um projeto, assim como obter e processar informações das mais variadas fontes, pois quanto maior o domínio do conhecimento do negócio e do mercado, melhores serão os seus resultados. Os organizadores desta obra, Sérgio Moretti, Fernando César Lenzi e Fabrícia Durieux Zucco, foram muito felizes em identificar profissionais de formação consolidada nas melhores universidades do país, mas também com experiência de mercado para oferecer todo o conhecimento acadêmico e prático necessário para que você consiga chegar aos melhores resultados desejados. O grupo de autores deste livro conseguiu sintetizar e esquematizar, nos capítulos que seguem, os principais fundamentos de mercado que possui uma empresa de sucesso. Nesse sentido, você poderá utilizar este material como um verdadeiro guia mercadológico para a sua empresa, analisando todos os pontos apresentados e colocando em prática todas as ações pro- postas pelos autores. Assim, desejo que você aproveite muito a oportunidade de tornar esta obra uma referência na sua vida empresarial e na sua carreira profissional. Nelson Marcelo Santiago Presidente do Banco de Fomento de Santa Catarina (Badesc) Mestre em Administração pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb) 6 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 6 03/02/2012 17:41:46 Introdução Este é um livro destinado aos empreendedores de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e aos profissionais de marketing que necessitam de uma visão direta e objetiva para desenvolver seus negócios.A obra foi concebida e estruturada para contemplar os principais tópicos de marketing, organi- zando-os em um esquema geral que tem mostrado resultados positivos em qualquer empreendimento, seja qual for o seu tamanho: Entender o mercado Desenvolver ofertas de valor Atender aos clientes Por essa razão, esta obra é dividida em três partes: Parte 1: Entender o mercado – a primeira fase do processo de marketing, na qual se busca a compreensão do contexto em que sua empresa se encontra e por que é recomendável obter elementos das variáveis externas e internas mais relevantes para o sucesso desta. Parte 2: Desenvolver ofertas de valor – a segunda fase refere-se à criação e à produção de ofertas – bens ou serviços – que sejam adequadas aos seus recursos e às necessidades dos seus clientes e, ainda, capazes de gerar lucros. Parte 3: Atender aos clientes – é a derradeira fase do processo de marketing, a qual se concentra em alinhar as ferramentas mais importantes para que as ofertas sejam disponibilizadas aos clientes, tendo como resultado a competição da empresa, em condições de igualdade, com os seus concorrentes. MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 7 03/02/2012 17:41:46 Alguns dos melhores profissionais em atividade, tanto no campo geren- cial quanto no campo acadêmico, foram desafiados a preparar o “estado da arte”, no que se refere ao marketing empreendedor, e a escrever os dez capítulos que compõem este livro. As informações sobre eles podem ser encontradas na seção “Nota sobre os autores”. Cada capítulo está estru- turado para oferecer, além do conteúdo principal, um resumo do assunto abordado, questões para reflexão e as referências utilizadas no desenvolvi- mento do conteúdo. No final do livro, você encontrará um índice remissivo para facilitar a busca pelos assuntos mais importantes. Os organizadores Prof. Dr. Sérgio Moretti, Prof. Dr. Fernando César Lenzi e Profª. Msc. Fabrícia Durieux Zucco 8 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 8 03/02/2012 17:41:46 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 9 03/02/2012 17:41:48 parte 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 10 03/02/2012 17:41:49 Entender o mercado Na primeira fase do processo de marketing, buscamos a compreensão do contexto em que sua empresa ou o seu projeto se encontram. Para isso, é recomendável obter elementos das variáveis externas e internas mais relevantes para o seu sucesso. Nesse contexto, esta parte é dividida da seguinte forma: ■ O Capítulo 1 – O papel do marketing empreen- dedor na empresa, de Sérgio Moretti e Fernando César Lenzi – trata das responsabilidades que o marketing pode ter nas empresas e como ele pode ajudar a atingir os resultados desejados. ■ O Capítulo 2 – O empreendedor de sucesso em marketing, de Fernando César Lenzi e Sérgio Moretti – mostra que o empreendedor de sucesso deve estar constantemente conectado ao mercado, colocando em prática algumas das orientações ou sugestões apontadas neste livro. ■ O Capítulo 3 – Inovação empreendedora das pequenas e médias empresas, de nossos colegas portugueses Maria José Silva e Emerson Wagner Mainardes – defende o argumento de que as pequenas e médias empresas (PMEs) devem conhecer os principais mitos e barreiras a serem enfrentados, bem como as principais razões para inovar, de forma a criar mais valor para os seus clientes e obter vantagens competitivas. MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 11 03/02/2012 17:41:51 capítu lo 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 12 03/02/2012 17:41:51 O papel do marketing empreendedor nas empresas Fernando César Lenzi Sérgio Moretti MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 13 03/02/2012 17:41:51 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 14 03/02/2012 17:41:51 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti Introdução Este capítulo tem como finalidade introduzir, de forma objetiva, o papel que o marketing pode desempenhar nas empresas e como ele pode auxiliá-las a atingir os objetivos de vendas. A ideia que orientou este texto é a de transmitir, da maneira mais direta possível, os principais conceitos relacio- nados ao conhecimento que toda empresa deve ter de seu mercado e de seus compradores. Aos que desejarem aprofundar o conhecimento sobre essa importante atividade para o sucesso dos negócios, no fim do capítulo é listada uma bibliografia essencial sobre os principais tópicos estudados. O marketing é uma das disciplinas ligadas aos negócios mais estudadas ultimamente. Porém, muitas vezes, ele é confundido com a área da propa- ganda, que na verdade é uma das suas ferramentas mais conhecidas. Essa confusão é bastante comum, pois é por meio da comunicação, na qual a propaganda se insere, que o marketing se relaciona com o seu público. No entanto, ele é um conceito muito mais amplo: seu estudo e desenvolvimento têm aglutinado várias disciplinas, que se combinam e se relacionam em uma forma original de gerenciar negócios. O marketing também não é a atividade de vendas, embora ambos estejam estreitamente ligados. A sua principal função é vender, mas nor- malmente o marketing não está relacionado aos aspectos operacionais da venda em si, e sim com as atividades que facilitam a sua realização, como será visto mais adiante. 1.1 Marketing: ponte entre empresas e clientes Para tomar decisões acertadas em seus negócios, as empresas devem analisar um conjunto de situações relacionadas aos ambientes interno e externo. Esse é o foco dos estudos organizacionais, e não será tratado neste livro. Para efeito analítico, os profissionais de marketing costumam dividir o ambiente externo em: 15 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 15 03/02/2012 17:41:52 macroambiente, que é o cenário no qual se desenrolam as atividades rotineiras da sociedade. São as variáveis relacionadas aos ambientes econômico, tecnológico, sociocultural, político-legal e demográfico. O macroambiente tem uma dinâmica de longo prazo, sobre a qual as empresas têm pouca ou nenhuma influência – para elas, essas variáveis são virtualmente incontroláveis; mercado, que é o cenário em que se desenrolam as atividades pertinentes aos negócios das empresas. Esse ambiente é aquele em que elas desempenham o papel de vendedoras ou de compradoras de algum tipo de bem ou serviço. O mercado tem como agentes ou participantes principais os seguintes elementos: os fornecedores de matérias-primas, de insumos ou de serviços para os produtores de outros bens e serviços e, portanto, concorrentes entre si; e os compradores desses mesmos bens e serviços. Assim, o marketing deve lidar com um conjunto de ambientes que produzem situações para as quais não existem regras claramente definidas. Caso haja qualquer alteração em um de seus elementos, sua combinação pode ser alterada e, consequentemente, o resultado final de suas ações. Para dar conta desses desafios, é necessário investir tempo em planejamento. 1.2 Marketing: filosofia de negócios, de estratégia ou de operações? Uma empresa pode ter sua orientação voltada ao marketing e, nesse caso, ter uma filosofia de negócios de marketing, o que significa que suas opera- ções poderão sofrer uma orientação de fora para dentro, ou seja, a empresa levará em consideração a perspectiva do comprador em suas decisões. Todas as empresas, tendo ou não orientação para o marketing, devem pensar estrategicamente em como utilizar suas ferramentas e em como 16 capítulo 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 16 03/02/2012 17:41:52 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti conciliar suas áreas para atingir plenamente seus objetivos. Quando a área de marketing participa ativamentedesse planejamento, costuma-se dar o nome de marketing estratégico a essa atividade, assim denominada por estar relacionada com as grandes decisões da empresa. Como na estraté- gia militar, as decisões de ataque ou de defesa são tomadas em função da posição ocupada pelas empresas diante de seus ambientes de negócios. À mais antiga atividade de marketing, cuja atuação ocorre no mercado em si, dá-se o nome de marketing operacional. Essa atividade ocupa-se em conciliar e executar as ações que foram planejadas anteriormente, com o intuito de alcançar os objetivos da empresa. Com base nessas premissas, uma das definições de marketing pode ser: Marketing é um conjunto de atividades desenvolvido pelas empresas, que possui como objetivos ganhar e manter clientes, de forma a gerar o melhor retorno possível do investimento. Assim, os profissionais de marketing devem coordenar uma série de atividades pertinentes à sua natureza: aquelas ligadas ao mercado em si e as que pertencem a outros setores da empresa, mas que são absolutamente necessárias para que obtenham sucesso. Para que essas atividades tenham a participação de todos os responsá- veis e o conhecimento de todos os interessados, as empresas, e a área de marketing em particular, utilizam o recurso de planejar suas atividades e transformar esse esforço em planos de ação. Estes têm diferentes escopos e alcances, mas englobam todos os setores relacionados com as ações de marketing, permitindo que os envolvidos tenham atuação coerente e se mantenham focados em seus objetivos. A direção-geral das empresas, por exemplo, planeja suas atividades para períodos determinados de tempo, em um plano corporativo ou estratégico ou, ainda, em um plano de negócios, com a finalidade de fornecer direcio- namento e objetivos de longo prazo para todas as unidades e atividades da empresa. 17 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 17 03/02/2012 17:41:52 O plano corporativo engloba os programas de todas as áreas da empresa e não deve ser confundido com o plano de marketing. Este último é um dos planos operacionais da empresa e sua duração é de curto prazo, normalmente um ano. Ele tem a responsabilidade de gerenciar os objetivos de rentabilidade, de participação, de vendas, de distribuição, de comunicação, entre outros mais específicos, para um produto ou para uma linha de produtos da empresa. Uma comparação muito útil é a de que o plano de marketing é um mapa que orienta todos na empresa em direção a seus objetivos. Contudo, um cuidado que precisamos tomar nessa comparação é o seguinte: o mapa não é o território, mas sim uma representação arranjada e racionalizada deste ou do cenário em que as ações ocorrem. Dessa forma, devemos bus- car a representação do território com mapas periódicos cada vez melhores. É bom lembrar também que toda vez que o território ou o cenário não forem condizentes com o mapa, este deve ser alterado. O território é o mais importante, pois somente ele é capaz de demonstrar o acerto ou o erro das decisões. Podemos dizer que um dos segredos do sucesso em marketing é acreditar que não se deve repetir estratégias em demasia, e que o mer- cado – os compradores – deve ser monitorado regularmente. Porém, falar sobre algo é mais fácil do que colocá-lo em prática. Assim, para que o que foi descrito anteriormente ocorra, é necessário muito plane- jamento, tanto nas grandes decisões realizadas pela empresa, envolvendo as direções a serem seguidas, como nas operações dos vários programas que tornarão possível à empresa atingir seus objetivos. Nesse contexto, o marketing bem-sucedido deve procurar: Escolher o melhor grupo de compradores, oferecendo-lhes o melhor produto ou serviço, ao melhor preço, no local onde é mais fácil adquiri-lo, utilizando, para isso, a comunicação mais eficaz. 18 capítulo 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 18 03/02/2012 17:41:52 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti 1.3 As empresas com orientação de marketing são voltadas para o cliente Como foi visto até agora, as empresas dirigem seus negócios com os olhos voltados ao cliente, isto é, ao comprador. Os clientes têm necessidades que são atendidas pelas empresas, que devem saber como traduzir suas com- petências em melhores produtos e serviços para satisfazer essas demandas, ou seja, saber como criar um valor que seja reconhecido e diferenciado das ofertas dos concorrentes. A Figura 1.1 mostra como é árdua a competição pela atenção e pela preferência dos clientes. É preciso estarmos atentos ao fato de que os clien- tes buscam soluções para suas necessidades e que os concorrentes não são apenas aqueles que oferecem os mesmos tipos de produtos e serviços. De fato, disputa-se uma parcela – literalmente – da carteira dos clientes, do dinheiro disponível que eles têm para gastar. Assim, os concorrentes são, também, aqueles que vendem outros produtos e serviços que estão dentro do campo de interesse dos compradores. Figura 1.1 – Competição pelos clientes Soluções Clientes Empresa Concorrentes diretos Outros produtos/serviços 19 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 19 03/02/2012 17:41:52 Esse fato é agravado porque o acirramento da concorrência e o desen- volvimento por parte dos clientes de uma certa “cultura de comprador” fizeram com que, cada vez mais, as empresas desenvolvessem produtos e serviços com base em pesquisas e em opiniões de seus compradores. É necessário lembrarmos que, na atualidade, parcelas cada vez maiores da população têm acesso à informação e que, quanto mais camadas de menor renda tiverem acesso ao consumo, mais elas serão capazes de julgar o que lhes é mais favorável. Isso, aproximadamente, é o que significa a cultura de comprador. Assim, para reconhecer com maior precisão seus clientes, as empresas devem realizar o exercício de definir qual é o seu negócio. 1.4 Definindo o negócio da empresa Uma empresa não conseguirá ter sucesso em suas atividades se não puder definir claramente qual é o negócio em que atua. Seu correto posiciona- mento inclui um preciso diagnóstico do seu ramo de atividades e dos com- pradores que o compõem. O pensamento mais moderno sobre marketing mostra que, para se ter sucesso nos negócios, uma empresa deve entender claramente alguns pontos fundamentais, como os que seguem: Qual é o ramo de atividade da empresa? Quem são os seus clientes e os seus consumidores? Onde eles se encontram e por que compram o seu produto? Quais são e o que estão fazendo seus concorrentes? Quais são as suas principais competências? Como já falamos anteriormente, existe uma relação importante entre os fatores internos e externos da empresa. Ambos estão ligados pela missão da empresa e, ao mesmo tempo, definem a sua estratégia. A Figura 1.2 mostra como ocorre a relação entre a missão e o negócio da empresa. 20 capítulo 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 20 03/02/2012 17:41:52 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti Figura 1.2 – Relação entre a missão e o negócio da empresa Posicionamento da empresa Missão Negócio Análise externaAnálise interna Valores Competências Ações no mercado Fonte: Adaptado de Hooley, Saunders e Piercy, 2001. Alguns termos dessa figura podem ser assim explicados: missão – É a razão de ser da empresa no mundo; é o seu propósito como instituição; valores – São as convicções fundamentais disseminadas na empresa, entre seus funcionários, e que servem como referência na gestão de seus empreendimentos; competências – São os saberes e as técnicas dominados pela empresa e que formam um conjunto de processos relativos aos seus negócios, possibilitando o desenvolvimentode diferenciais competitivos para os seus clientes. É necessário entender que uma empresa não pode ter uma missão clara se não tiver os fundamentos dos valores que a orientam, assim como as competências que lhe garantem competitividade. Isso ocorre porque ela 21 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 21 03/02/2012 17:41:52 não conseguirá ter uma atividade de sucesso em seu mercado se não tiver um bom posicionamento diante de seus clientes. Estabelecidos esses pontos fundamentais para o pensamento organiza- cional, são apresentados, a seguir, os aspectos gerais do mix de marketing. 1.5 O mix de marketing O mix de marketing é composto pelo marketing, ou melhor, pelos 4Ps do marketing, que são: produto, preço, distribuição e comunicação. Nenhum dos outros três elementos do mix poderia existir se não houvesse o primeiro P, ou seja, um produto ou serviço a ser oferecido. O Capítulo 6 deste livro tratará mais especificamente sobre o marketing de serviços. O produto é a razão de ser dos outros 3Ps, assim como a sua referência principal. Por essa razão, os cuidados em relação a esse elemento devem ser o principal foco da empresa, pois é ele que fornecerá os principais elementos de diferenciação, que tornarão a empresa mais competitiva. Sua importância estratégica também é determinada pelo impacto que sua atuação causa nos processos empresariais, envolvendo muitos outros departamentos, desde sua elaboração até o seu consumo: pesquisa e desenvolvimento (P&D), produção, marketing, compras, logística e distribuição, vendas etc. A Parte 3 deste livro é dedicada ao aprofundamento sobre a questão do mix de marketing, e mostra aos empreendedores algumas formas de conquistar o mercado. 1.6 Segmentação: a chave do sucesso Para vender produtos e serviços, o melhor meio é identificar segmentos no mercado e trabalhar com foco no atendimento dos que melhor se adaptam ao seu negócio e aos seus recursos. Assim, segmentar os seus potenciais compradores significa estabelecer com eles canais de comunicação que possibilitarão a economia de muito tempo e dinheiro. Por exemplo: se for 22 capítulo 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 22 03/02/2012 17:41:53 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti preciso comunicar-se com todo o Brasil, é necessário haver uma grande equipe de vendas e/ou de representantes e, ainda, utilizar a mídia nacional, que tem um custo muito maior. Identificar segmentos de mercado significa dividir os compradores por características que os tornam diferentes e agrupá-los por necessidades semelhantes. Esse processo parece complicado, mas não é. Por exemplo: mulheres e homens – nesse caso, as diferenças têm como base o gênero, mas facilmente podem ser percebidas necessidades semelhantes em cada grupo. Aqui, ocorre o princípio da segmentação. Os livros de marketing propõem vários modelos de segmentação, os quais são muito parecidos entre si. Nesta obra será utilizado o mais popular de todos: o modelo de Kotler (1999). A primeira providência que deve ser tomada, como já se viu, é entender em que mercado se está e o que se oferece para ele. Na sequência (Quadro 1.1), apresentamos um modelo que pode ser utilizado para esse objetivo. Esse modelo tem como base um pro- duto ou serviço vendido no varejo e serve para “enquadrar” os compradores. Quadro 1.1 – Identificando o mercado e organizando o comprador Quem constitui o mercado? Clientes do varejo e consumidores finais. O que o mercado compra? O que, de fato, o cliente leva com ele? Por que o mercado compra? Qual o benefício desejado pelos compradores? Quem participa da compra? A decisão é de uma ou mais pessoas ou áreas? Como o mercado compra? Processos necessários para concretizar a venda. Quando o mercado compra? Ocasiões e sazonalidade. Onde o mercado compra? Em que locais o consumidor adquire a oferta? Fonte: Adaptado de Kotler, 1999. A seguir, comentamos cada um dos casos para facilitar o entendimento: quem constitui o mercado? – No caso proposto, o mercado é formado pelo comprador final e pelo intermediário, que 23 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 23 03/02/2012 17:41:53 é o varejo; há, neste capítulo, o exemplo de uma fábrica de chocolates. Se a venda é realizada diretamente para o consumidor final, então o trabalho é simplificado. o que o mercado compra? – É a forma pela qual o comprador adquire a oferta. Assim, se ele deseja comprar uma furadeira, a forma final é a ferramenta em si; se ele deseja descansar em uma viagem, paga por um quarto em um hotel. por que o mercado compra? – Refere-se aos benefícios esperados pelo comprador para os bens ou serviços adquiridos. No exemplo da furadeira, o cliente compra a capacidade de fazer furos e consertar objetos para si mesmo, bem como para realizar serviços para outros. No caso do hotel, o consumidor não deseja o quarto, mas sim o descanso, e é isso de fato o que ele está comprando. quem participa da compra? – Todos os envolvidos em uma transação, de forma direta ou indireta. No caso da venda de uma peça para uma fábrica, por exemplo, com certeza será necessário falar com o responsável por ela e com o encarregado da compra. É importante, então, estar preparado para convencer o primeiro de que a peça é boa, e o segundo de que o preço vale a pena. Agora, tratando-se da venda de um pacote de viagem para uma família, muitas pessoas participam dessa decisão, e aí existe a necessidade de se estar preparado para resolver necessidades distintas de marido e mulher ou de pais e filhos. como o mercado compra? – Refere-se aos processos que devem ser acionados para concretizar uma venda. Por exemplo: se os compradores só realizam as transações por meio de crédito, ou de financiamento bancário, ou mesmo se o cliente só paga no prazo de 60 a 90 dias. quando o mercado compra? – São as ocasiões ou as sazonalidades a que a oferta está sujeita. Por exemplo: produtos de Páscoa, de Carnaval, de Natal, de Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças, Dia dos Namorados, além de produtos escolares, 24 capítulo 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 24 03/02/2012 17:41:53 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti para férias etc. Nenhum deles é vendido o ano todo – pelo menos não da mesma forma –, pois as vendas estarão concentradas em períodos ou em ocasiões específicas. onde o mercado compra? – Para o caso de bens tangíveis, são os pontos de venda dos produtos (pontos de compra, do ponto de vista do consumidor). No caso dos serviços, são os locais onde se entrega a oferta, como agências de viagens, salões de beleza, hotéis, escritórios de contabilidade, entre outros. Atualmente, a internet desempenha um papel importante no caso dos serviços, pois funciona como um canal de vendas e de entrega, simultaneamente, como é o caso da venda de softwares, de música, de DVDs e de publicações em geral. Sabendo como o mercado é composto, podemos pensar nas formas de segmentá-lo, ou seja, de dividi-lo e, posteriormente, agrupá-lo para facilitar o contato com os compradores. O Quadro 1.2 irá ajudá-lo a pensar em formas de como proceder nessa atividade. Dependendo do tamanho do negócio, podem ser utilizadas várias dimensões para o caso. Quadro 1.2 – Dimensões possíveis de segmentação Geográfico Região, cidade, bairro, rua ou local Demográfico Estado civil, renda, formação, religião, etnia, torcida de clube Psicográfico Estilo de vida ou personalidade Comportamental Ocasiões, benefícios, usos e atitudes Assim, por exemplo, é possível atender, somente na cidade de São Paulo, mulheres solteiras com formação universitária, com idade entre 23 e 30 anos, que tenham umestilo de vida agitado e que gostem de novidades. Com base nesse esquema, é possível buscar algumas características básicas dos tipos de compradores que podem surgir para um negócio. 25 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 25 03/02/2012 17:41:53 1.7 Clientes e compradores Antes de começarmos a desenvolver esse tema, é muito importante que fiquem estabelecidas algumas definições úteis, que seguem o jargão do mercado, ou seja, a forma como são mais utilizadas no mundo dos negócios. As empresas produtoras de bens contam com dois tipos básicos de compra- dores de seus produtos: compradores organizacionais e consumidores finais. A característica primordial dos compradores organizacionais é que eles compram produtos para transformá-los ou revendê-los para outros com- pradores. Eles constituem os chamados mercados organizacionais, indus- triais ou B2B (business to business). Lidar com esses clientes implica usar as ferramentas de marketing de forma a atender algumas características que os diferenciam dos consumidores finais: eles são poucos e compram em grandes quantidades, estão localizados em regiões específicas, possuem compradores profissionais e tendem a ser bem menos impulsivos em suas compras. Por outro lado, os consumidores finais compram o produto para suprir determinada necessidade. O que os diferencia dos compradores organizacio- nais é que compram por motivos pessoais, e não comerciais. Normalmente, eles utilizam o varejo – bares, restaurantes, lojas, supermercados, padarias etc. – como locais de compra. Por essa razão, o conhecimento sobre os clientes varejistas é fundamental para se ter uma boa presença diante deles. 1.8 Objetivos do marketing Até este momento, analisamos as questões que levam ao estabelecimento da posição ou da situação em que a empresa se encontra em seu negócio. No entanto, sem responder ao questionamento a seguir, não podemos estabelecer um objetivo: se não se sabe onde está, como saber aonde se quer chegar? Dá-se o nome de objetivo ao ponto em que se quer chegar. Assim, as questões ligadas a esse conceito incluem: aonde?, quanto? e o quê? 26 capítulo 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 26 03/02/2012 17:41:53 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti A maneira de se alcançar esses objetivos denomina-se estratégia. A questão fundamental ligada aos objetivos é o como? Os demais capítulos deste livro aprofundarão tanto as questões estra- tégicas quanto as táticas para se atingir os objetivos. É muito importante que não sejam colocados “todos os ovos em uma mesma cesta”, ou seja, é preciso ter sempre disponíveis informações que permitam uma tomada de decisões mais equilibrada. Isso significa que, quando estivermos pensando em participação de mercado ou em volume de vendas, também devemos ter em mente a lucratividade, comparando sempre o esforço despendido para se atingir um determinado volume, assim como o seu custo. É importante não esquecer que esforços de marketing custam dinheiro, seja em comunicação, seja com um novo vendedor, seja em despesas de vendas para realizar uma projeção de volume e/ou de participação. Assim, é necessário refletir bastante antes de se decidir “vender a qualquer custo”. Por isso, os objetivos sempre devem ser estabelecidos sem perder de vista que não é a venda em si o que interessa, mas o excedente entre receitas e despesas. Alguns objetivos são aqueles ligados às áreas e aos canais de vendas, ao total de vendas de um produto ou ao portfólio de produtos, tais como: volume de vendas, participação no mercado, média de vendas por cliente, número de visitas versus vendas realizadas, margem de contribuição e lucro final. Síntese Neste capítulo, procuramos, em uma linguagem direta e objetiva, fornecer uma visão geral sobre o papel do marketing nos negócios empreendedores. Assim, julgamos mais adequado, em vez de um resumo tradicional, apre- sentar dez princípios de marketing, com base em Hiam (1999), que sempre devem ser levados em consideração na condução dos negócios. Eles servem como uma revisão sobre o que foi visto neste capítulo: 27 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 27 03/02/2012 17:41:53 1. os clientes não estão ouvindo você – Você está mais interessado em vender do que os clientes em comprar; portanto, esforce-se para ser visto comunicando-se e, para se tornar relevante para eles, gerando valor. 2. os outros também estão gritando para seus clientes – Lembre-se de que seus clientes também compram outros tipos de produtos e serviços, não somente os seus. Certifique-se de que conhece bem os hábitos de compra des seus clientes. 3. o restante da organização pensa que você é “doido” – Talvez você seja o único da organização que defenda a perspectiva do cliente e queira gastar a “suada” receita em ações que ninguém sabe se darão resultados. A única saída para essa questão é desenvolver bons argumentos e se certificar disso, para obter resultados defensáveis. 4. você não pode executar nada sem as outras áreas da organização – Relacionamento afinado com as outras áreas da empresa e compartilhamento dos sucessos são ideias-chave para esse princípio. 5. se não obtiver sucesso, você está “frito” – Não há saída se não conseguir bons resultados. 6. é dando que se recebe – Embora no Brasil essa expressão esteja associada a “maracutaias”, a negócios escusos, aqui se trata de sempre buscar uma forma de parecer relevante para os clientes, por meio de promoções e de descontos, quando necessários. 7. ser bom é pouco; busque ser o melhor – Sobreviver no mercado é para profissionais. Trata-se de um campo muito competitivo e que, por qualquer descuido, seu concorrente, ou mesmo o cliente, “prega-lhe uma peça”. 8. pratique um marketing criativo – Copiar pode parecer uma boa ideia em uma ou outra ocasião, mas você não sobreviverá se não tiver ideias próprias para agradar seus clientes. 28 capítulo 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 28 03/02/2012 17:41:53 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti 9. procure usar todas as ferramentas de análise possíveis – Todo profissional de marketing é um pouco artista, mas deve saber dosar essa sua faceta com o seu lado executivo, principalmente quando for necessário planejar ações e resultados. 10. marketing é tudo! – Você não precisa falar isso para todos, mas pode ter certeza de que a empresa precisa dos clientes para continuar existindo, e quem deve cuidar disso é você. Questões para reflexão e discussão 1. Discuta os conceitos de marketing apresentados com base em sua experiência. 2. Qual a sua opinião sobre o atendimento das necessidades dos clientes? Existe algum limite para isso? 3. Qual a diferença entre o cliente pessoa jurídica (com Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ) e o consumidor (com Cadastro de Pessoa Física – CPF)? 4. Quais são as ferramentas mais importantes do marketing? 5. Você concorda que, nos negócios, o marketing é tudo? Justifique sua resposta. Referências ACEVEDO, C. R. (Org.). Fundamentos de marketing. Itu: Ottoni, 2009. AIDAR, M. M. Empreendedorismo. São Paulo: Thomson Learning, 2007. (Coleção Debates em Administração). 29 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 29 03/02/2012 17:41:53 CAMPOMAR, M. C.; IKEDA, A. A. O planejamento de marketing e a confecção de planos: dos conceitos a um novo modelo. São Paulo: Saraiva, 2006. CHINEM, R. Marketing e divulgação da pequena empresa: como o pequeno e o micro empresário podem chegar à mídia. 5. ed. São Paulo: Senac, 2002. DAY, G. A empresa orientada para o mercado: compreender, atrair e manter clientes valiosos. Porto Alegre: Bookman, 2001. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformandoideias em negócios. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. FARAH, O. E.; CAVALCANTI, M.; MARCONDES, L. P. (Org.). Empreendedorismo estratégico: criação e gestão de pequenas empresas. São Paulo: Cengage Learning, 2008. GIULIANI, A. C. (Org.). Marketing contemporâneo: novas práticas de gestão. São Paulo: Saraiva, 2006. HIAM, A. Marketing: o jeito divertido de aprender. Rio de Janeiro: Campus, 1999. (Série Para Dummies). HIAM, A.; SCHEWE, C. D. The Portable MBA in Marketing. New York: John Wiley & Sons, 1999. HOOLEY, G. J.; SAUNDERS, J. A.; PIERCY, N. F. Estratégia de marketing e posicionamento competitivo. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2001. KOTLER, P. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Futura, 1999. LENZI, F. C.; KIESEL, M. D. (Org.). O empreendedor de visão. São Paulo: Atlas, 2009. LODISH, L.; MORGAN, H. L.; KALLIANPUR, A. Empreendedorismo e marketing: lições do curso de MBA da Wharton School. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. MAXIMIANO, A. C. A. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 30 capítulo 1 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 30 03/02/2012 17:41:53 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti McDONALD, M. Planos de marketing: como criar e implementar planos eficazes. Rio de Janeiro: Campus, 2004. MENDES, J. Manual do empreendedor: como construir um empreendimento de sucesso. São Paulo: Atlas, 2009. MORETTI, S. L. A.; CAMPANÁRIO, M. A. Mercados organizacionais. In: ACEVEDO, C. R. (Org.). Fundamentos de marketing. São Paulo: Ottoni, 2009. Cap. 5. RICHERS, R. Marketing: uma visão brasileira. 8. ed. São Paulo: Elsevier, 2000. _____. Surfando as ondas do mercado. 5. ed. São Paulo: RR&CA, 1996. URDAN, F. T.; URDAN, A. T. Gestão do composto de marketing. São Paulo: Atlas, 2006. 31 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 31 03/02/2012 17:41:54 capítu lo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 32 03/02/2012 17:41:54 O empreendedor de sucesso em marketing Fernando César Lenzi Sérgio Moretti MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 33 03/02/2012 17:41:54 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 34 03/02/2012 17:41:54 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti Introdução O empreendedor que deseja ter sucesso em seu negócio deve ficar constan- temente conectado ao mercado, colocando em prática todas as orientações ou sugestões apontadas nos estudos deste livro. Por isso, a intenção deste capítulo é identificar os pontos fundamentais do seu desempenho como empreendedor, a fim de que você possa ter contato com os princípios mercadológicos para uma gestão eficaz da sua empresa ou da sua carreira. Podemos notar que uma empresa ou uma carreira sempre têm uma estreita ligação com o mercado, que exige um constante estado de alerta para a realidade atual e futura. Por essa razão, é preciso ter atenção redo- brada aos princípios mercadológicos, para não ser dominado por proble- mas pelos quais muitas empresas passam e que as levam a um índice de mortalidade preocupante – por volta de 60% até o terceiro ano –, mas que podem ser contornados com ações simples, porém certeiras, do empreen- dedor que está à frente do negócio. 2.1 Problemas mais comuns enfrentados pelas empresas* Os problemas mais comuns de uma empresa que passa por dificuldades estão associados a fatores controláveis, ou seja, situações que dependem essencialmente da atuação do empreendedor ao buscar uma solução. Portanto, é fundamental conhecermos esses fatores para evitá-los e para sabermos como trabalhar melhor essas ações, que podem evitar uma série de transtornos para um empreendimento. A seguir, apresentamos uma relação dessas situações, a fim de que sejam aproveitadas para se refletir sobre como uma empresa lida com essas * As Seções 2.1 e 2.2 foram adaptadas de Lenzi (2010a). 35 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 35 03/02/2012 17:41:54 questões na atualidade, ou, se a empresa ainda não existe, sobre como se pretende lidar com ela. Aproveite o espaço “Comentário do leitor”, antes dos “Comentários dos autores”, para registrar a sua opinião. 2.1.1 Falta de capital de giro Pergunta: O que leva uma empresa a apresentar falta de capital de giro? Comentário do leitor: ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Comentário dos autores: Essa é uma situação muito comum e que, por vezes, é associada apenas ao mau gerenciamento do fluxo de caixa. De fato, esse é um dos principais fatores, mas não o único. A ineficiência do gerenciamento mercadológico também é um fator muito comum, ou seja, caso se mantenha o foco apenas nos aspectos financeiros da empresa, serão evitados investimentos de mercado que podem ajudar o seu cliente a conhecer melhor os produtos da empresa e a aumentar o seu volume de vendas. Além disso, é essencial ter uma política de preços que contemple a cobertura de custos, mas que esteja associada a um equilíbrio de vendas necessário para que se obtenha um fluxo financeiro mínimo para a empresa prosperar. Por isso, é importante ficar atento, pois vender tudo a prazo pode ser uma política de vendas favorável para atrair clientes, mas pode ser prejudicial para a lucratividade da empresa. 2.1.2 Falta de clientes Pergunta: Por que é comum ver empresas reclamando da falta de clientes? 36 capítulo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 36 03/02/2012 17:41:54 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti Comentário do leitor: ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Comentário dos autores: Esse fator é muito frequente nas empresas que encerram suas atividades. Tal fato se deve à falta de atenção dispensada aos desejos do cliente. Por isso, não se deve perder de vista, nem por um segundo, a atenção aos detalhes sobre os consumidores: seus hábitos, seus desejos e suas opiniões. Mesmo em épocas de “vacas gordas”, não se pode deixar de dar atenção ao que estes pensam da sua empresa, de seus produtos ou serviços. As empresas que alcançam sucesso sabem que um mínimo de atenção aos clientes traz resultados de longo prazo, sobre- tudo em termos de fidelidade. Eles acabam pagando mais para continuar sendo clientes de empresas que oferecem atenção às suas sugestões e aos seus desejos. 2.1.3 Estoque encalhado Pergunta: Como uma empresa chega ao ponto de ter um grande volume de estoque encalhado? Comentário do leitor: ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Comentário dos autores: Manter altos níveis de estoque pode trazer van- tagens em termos de valor de compra de determinado produto ou de determinada matéria-prima. Entretanto, mantê-lo parado significa falta de movimentação do dinheiro, uma vez que os recursos investidos em 37 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 37 03/02/2012 17:41:54 estoques encalhadospoderiam ser utilizados em outros investimentos mais adequados. Porém, é importante saber que a falta de produtos também é prejudicial. Em todo caso, a causa desses problemas é a falta de planeja- mento. Portanto, a atenção deve ser redobrada, no sentido de dimensionar as ações de mercado para atrair clientes e de se empenhar em manter um nível de estoque adequado à oferta do produto no mercado. 2.1.4 Produção menor ou maior que a venda Pergunta: Qual a principal causa de uma empresa ter um volume de pro- dução menor ou maior que o de venda? Comentário do leitor: ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Comentário dos autores: Assim como no item anterior, produzir menos ou mais do que se vende é um problema de planejamento. Porém, nesse caso em especial, toda produção deve ser programada dentro de uma ação efetiva de mercado que identifique o volume de venda possível, dentro de uma necessidade do seu mercado-alvo. Por isso, é essencial que se rea- lize um exercício de projeção de cenários de vendas para alavancar uma produção equivalente, a fim de que não falte o produto no mercado nem sobrem estoques. 2.1.5 Produto ou serviço com preço baixo Pergunta: Por que algumas empresas estão sempre preocupadas em vender seus produtos apenas pelo preço mais baixo enquanto outras conseguem vender produtos semelhantes por preços mais elevados? 38 capítulo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 38 03/02/2012 17:41:54 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti Comentário do leitor: ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Comentário dos autores: Esse é um caso típico de empreendedor que não consegue agregar valor aos seus produtos. Ter custos baixos é muito bom para o desempenho da empresa, mas um produto de baixo custo pode ter um preço mais elevado se apresentar um diferencial aos olhos do cliente. Portanto, se o consumidor identificar um diferencial do produto A em relação ao produto B, poderá pagar um valor mais elevado por produtos semelhantes. Por isso, cabe ao empreendedor ficar atento à percepção do mercado em relação a seus produtos e serviços. Enfim, dentro do ambiente de problemas pelos quais as empresas pas- sam, os cinco pontos mencionados neste capítulo demonstram, de forma consistente, o cuidado que se deve ter como empreendedor para evitar problemas que dependem apenas de sua atuação. Para tanto, na sequência veremos que é possível perceber a importância de estar sempre conectado ao ambiente mercadológico. 2.2 A importância da busca de soluções Empreendedores de sucesso estão sempre conscientes quanto aos aspectos de mercado, dos mais básicos aos mais complexos. É natural ter certa dificuldade de trabalhar no ambiente mercadológico, sem que já se tenha vivenciado experiências positivas ou negativas nesse meio. Contudo, não podemos ficar esperando as coisas acontecerem; afinal, empreendedores de sucesso estão sempre à frente do seu tempo. As soluções para um desempenho empreendedor nas ações mercado- lógicas não são atos impossíveis ou utópicos, mas exigem esforço e dedi- cação. Para tanto, sugerimos as seguintes ações para iniciar ou incrementar a atuação mercadológica: 39 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 39 03/02/2012 17:41:54 estar sempre conectado com o que há de mais atual – Não se pode ficar trancado dentro da empresa – é preciso ler, participar de cursos e de reuniões, visitar feiras e eventos da sua área. A partir do momento em que se está convivendo com a realidade, estimula-se o potencial criativo, o que reverterá em ações de inovação para a empresa. observar em outros setores o que pode ser aproveitado no seu segmento de negócios – As melhores soluções nem sempre serão encontradas apenas em seu meio; a inovação de ações mercadológicas passa pela observação e pelo entendimento do que outros setores estão desenvolvendo e do que se pode adaptar dessas experiências à sua realidade. unir-se a outras empresas para buscar soluções conjuntas – Recomenda-se a participação em movimentos associativos; além disso, a união com outras empresas favorece a busca de soluções conjuntas para problemas semelhantes e estimula as ações de inovação pelo envolvimento com o que existe de mais moderno no meio. Para tanto, deve-se procurar associações empresariais, câmaras de dirigentes lojistas, sindicatos patronais etc. ficar sempre atento à concorrência – É importante sempre ter no seu ângulo de visão o que os seus concorrentes estão fazendo, ou seja, ficar atento ao desempenho e ao reflexo das ações deles quanto aos clientes. Assim, sabe-se o que deve ser melhorado em relação ao que acontece no seu ambiente, antecipando-se a possíveis problemas de perda de clientes. ouvir os seus clientes e ser “apaixonado” por eles – Deve-se estar sempre atento ao que o seu cliente pensa sobre a sua empresa e os seus produtos e serviços. Sendo assim, é essencial sistematizar essa ação, conversando com os clientes ou aplicando pesquisas constantes, que permitam saber se é preciso melhorar ou o que pode ser feito para antecipar seus desejos. 40 capítulo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 40 03/02/2012 17:41:54 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti Com essas ações simples, podemos dar início ao desenvolvimento de uma ação empreendedora eficaz para se ter sucesso com uma empresa. Porém, é recomendável desenvolver-se cada vez mais como empreendedor para se chegar a um estágio pleno de desenvolvimento e para ter sempre uma constância de resultados positivos. Para tanto, apresentamos, a seguir, uma série de questões que podem ajudá-lo a ter um desenvolvimento empreendedor ainda melhor. 2.3 As soluções empreendedoras* As soluções aqui apresentadas estão voltadas ao entendimento do tema empreendedorismo, sob o ponto de vista técnico e científico, e aplicadas à prática do dia a dia do empreendedor. Dessa forma, este deve se localizar e se posicionar nesse contexto teórico-prático para aprender e aplicar na sua vida as recomendações dos diversos estudos já realizados. A origem da identificação dos indivíduos empreendedores é atribuída a Schumpeter (1982), que apontava a figura do empresário como fator do desenvolvimento econômico em relação ao crédito e à nova combinação dos meios de produção. Ele apontava também que o empreendimento é o resultado de novas combinações de recursos, e que os empresários são os responsáveis por realizá-las. Schumpeter (1982, p. 57-63) descreve, ainda, como parte integrante da personalidade do empresário, o sonho e a vontade de achar um reino particular; a vontade de conquistar; o impulso para lutar, para provar sua superioridade para com os outros, para ter sucesso não pelos frutos, mas pelo próprio sucesso, pela alegria de criar, de mandar fazer as coisas, ou simplesmente exercendo sua energia e sua criatividade. É um tipo de profissional que procura a dificuldade, a mudança, que se delicia com aventuras e para quem o ganho pecuniário é mesmo a expressão muito exata do sucesso. * Seção adaptada de Lenzi, Kiesel e Zucco (2010). 41 MARKETING EMPREENDEDOR- MIOLO.indd 41 03/02/2012 17:41:54 A ação empreendedora é associada também à criatividade, à energia, à realização pessoal, à superioridade e ao poder, no sentido de capacidade de fazer. Por essa razão, é correto afirmar que o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, pois, além de ser capaz de identificar oportunidades de mercado, possui uma aguçada sensibilidade financeira e de negócios capaz de transformar uma ideia em um fato econômico em seu benefício. Ele busca tanto atender os desejos dos seus futuros consumidores como satisfazer as suas necessidades de realização profissional. (Leite, 1998, p. 117) Uma definição clássica de empreendedor encontra-se no estudo de Filion, citado por Lima (2011, p. 4), quando diz que um empreendedor é uma pessoa imaginativa caracterizada pela capacidade de estabelecer e de atingir objetivos. Ela mantém um alto grau de vivacidade de espírito para detectar oportunidades. Enquanto se mantém aprendendo sobre possíveis oportunidades e tomando decisões de risco moderado dirigidas à inovação, continua desempenhando um papel empreendedor. Filion, (citado por Lima, 2011, p. 4), afirma também que existe diferença entre o empreendedor e o proprietário-dirigente de uma empresa: Um empreendedor está principalmente interessado na inovação; já o proprietário-dirigente é alguém que possui e que administra [...] [uma empresa]. Um empreendedor pode ser um proprietário-diri- gente e este pode também ser um empreendedor. Uma pessoa pode ser ainda um ou outro, dependendo de suas características comportamentais relativas à sua maneira de lidar com pessoas e às atividades da empresa. Uma consideração importante sobre o que caracteriza um empreende- dor foi feita por Drucker (1986, p. 27), quando este diz que “nos Estados Unidos, por exemplo, o empreendedor é frequentemente definido como aquele que começa o seu próprio, novo e pequeno negócio”. Na sequência, porém, o mesmo autor relata um exemplo e chega à seguinte constatação: 42 capítulo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 42 03/02/2012 17:41:55 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti O casal que abre mais uma confeitaria, ou mais um restaurante de comida mexicana no subúrbio americano, certamente estará assu- mindo riscos. Mas, será que eles são empreendedores? Tudo que fazem já foi feito muitas vezes antes. Eles apostam na popularidade crescente de comer fora, na vizinhança. Por outro lado, eles não criam uma nova satisfação para o consumidor, e nem uma nova demanda para este. Visto sob esta perspectiva, é claro que eles não são empreendedores, mesmo que o seu negócio seja novo. (Drucker, 1986, p. 28) Analisando essas considerações, fica evidente que não basta apenas ter um negócio próprio para ser caracterizado como empreendedor. Existe um conjunto de competências inerentes aos empreendedores que devem ser desenvolvidas e praticadas. Além disso, considerando a amplitude do enfoque, a ação parece permear todos os fatores condicionantes que levam uma empresa ao sucesso. McClelland (1972) realiza uma abordagem voltada aos empreendedores com base na realização. Pessoas com alta necessidade de realização são aquelas que procuram constantemente mudanças em suas vidas, estabe- lecem metas realistas e realizáveis, e se colocam em situações competiti- vas. Seus estudos comprovaram que a carência de realização é a primeira característica identificada entre os empreendedores malsucedidos. Por isso, a necessidade de realização é o que impulsiona as pessoas a iniciarem e a construírem um empreendimento. McClelland (1972) defende também que uma sociedade que tenha um nível elevado de realização produzirá um maior número de empresários ativos, que, por sua vez, produzirão um desenvolvimento econômico mais rápido. Com base nos estudos do autor citado, foram desenvolvidas, em alguns países, pesquisas para identificar as principais características comportamen- tais presentes nos empreendedores de maior sucesso. As características mais comuns identificadas neles foram as seguintes: busca de oportunida- des; iniciativa; persistência; comprometimento; exigência de qualidade e de eficiência; disposição para correr riscos calculados; estabelecimento de metas; busca de informações; planejamento e monitoramento sistemático; persuasão; rede de contatos; independência e autoconfiança. 43 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 43 03/02/2012 17:41:55 A teoria de McClelland (1972) é fundamentada na motivação psicoló- gica, impulsionada por três necessidades básicas: 1. necessidade de realização – O indivíduo deve colocar à prova seus limites, além de realizar um bom trabalho, que mensure as suas realizações pessoais. Sendo assim, como foi dito anteriormente, pessoas com alta necessidade de realização são aquelas que procuram constantemente mudanças em suas vidas, estabelecem metas realistas e realizáveis e se colocam em situações competitivas. 2. necessidade de afiliação – Ocorre quando existe alguma evidência sobre a preocupação em estabelecer, em manter ou em restabelecer relações emocionais positivas com outras pessoas. 3. necessidade de poder – É caracterizada, principalmente, pela forte preocupação em exercer autoridade sobre os outros e em executar ações grandiosas. Considerando o significativo conjunto de definições na literatura sobre empreendedorismo, segundo os dados a seguir, podem ser organizadas as principais características e competências de empreendedores; com isso, é possível entender porque grande parte dos estudos aponta a relação do empreendedor com diversas ações necessárias para um resultado empre- sarial efetivamente positivo e duradouro. Os tipos mais comuns de ações, no dia a dia de uma empresa, podem ser: ação de preparação – Estágio inicial de planejamento da execução de tudo o que será estabelecido como prioritário. Preparar as pessoas e os recursos envolvidos evitará que surpresas desagradáveis e previsíveis possam prejudicar os resultados que tanto se espera alcançar. ação de organização – A preparação permite que o ambiente seja organizado de forma que os procedimentos ocorram sem tumulto e com recursos eficazmente direcionados aos resultados esperados. 44 capítulo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 44 03/02/2012 17:41:55 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti ação de avaliação – Na execução de qualquer procedimento, é fundamental que haja uma avaliação constante dos resultados, para verificar se o caminho escolhido é o mais correto para o momento. ação de correção – Caso algum problema ocorra dentro de uma ação de avaliação constante, é necessário realizar uma ação corretiva de imediato, antes que os resultados negativos se sobreponham aos positivos e tudo seja perdido. ação constante – Significa que o processo descrito anteriormente é sempre retomado, ou seja, as ações devem ser constantemente retroalimentadas. As competências empreendedoras, juntamente com as ações do dia a dia, levam às sete regras essenciais para que se tenha uma ação e uma atitude empreendedora, com foco nos resultados efetivamente sonhados e desejados. 2.4 Perfil empreendedor * Tomando como base o Quadro 2.1, é possível chegar a um perfil empreen- dedor. Para isso, deve-se analisar as afirmativas seguintes e atribuir uma nota correspondente a cada uma delas. É preciso responder as afirmações como de fato se pensa, e não com base em um modelo idealizado. Ao final do exercício, você poderá tabular os resultados e identificar como está o seu perfil empreendedor na atuali- dade e de que forma ele pode evoluir ainda mais. * Seção adaptada de Lenzi (2010c).45 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 45 03/02/2012 17:41:55 Quadro 2.1 – Perfil do empreendedor 1 2 3 4 5 Quando necessito de informações, dedico-me pessoalmente a obtê-las, buscando em fontes confiáveis. Sou organizado e planejo constantemente minhas ações antes de executá-las. Exercito constantemente minha criatividade, elaborando projeções para meu empreendimento ou para minha carreira. Quando não consigo atingir algo que desejava, reavalio o que aconteceu para buscar alternativas de melhoria. Sou dedicado a tudo o que faço e mantenho o foco naquilo que é prioritário para obter sucesso. Concentro minha energia naquilo que é essencial e não a gasto desnecessariamente em questões secundárias. Tenho bem definidos todos os meus objetivos e todas as minhas metas pessoais e profissionais, e revejo-os constantemente. Mantenho uma rede de relacionamentos adequada àquilo que pretendo atingir em termos de objetivos profissionais. Avalio todos os resultados que alcanço para poder adequar-me constantemente. Tenho metas desafiadoras para minha vida pessoal e para minha empresa, e planejo a forma de alcançá-las. (continua) 46 capítulo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 46 03/02/2012 17:41:55 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti 1 2 3 4 5 Quando enfrento um desafio, procuro pessoas do meu relacionamento para auxiliar, se necessário. Tenho uma apurada visão de futuro sobre como desejo ver minhas ações concretizadas. Consigo influenciar outras pessoas para que sejam parceiras em meus projetos, viabilizando os resultados projetados. Estou sempre disposto a quebrar regras e a superar obstáculos já enraizados no mercado, mantendo a ética empresarial. Total de pontos: _______ (Some todos os pontos assinalados) Fonte: Lenzi, 2010c. 2.4.1. Resultados e processamento Agora, é preciso verificar o resultado do seu perfil empreendedor com base nas questões respondidas. Lembre-se de que isso não se trata de um teste psicológico: ele é apenas uma reflexão de como você tem agido diante de algumas situações do seu dia a dia. Portanto, sempre que possível, deve-se rever todas essas atitudes para se obter um melhor resultado. Para avaliar a sua evolução, refaça o teste em cinco semanas. de 14 a 30 pontos – Você deve evoluir em seu perfil empreendedor. Tudo indica que você ainda procura evitar (Quadro 2.1 – conclusão) 47 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 47 03/02/2012 17:41:55 problemas ou não tem foco no que realiza. Lembre-se de que agir não é simplesmente sair fazendo tudo de qualquer jeito. Para se tornar um bom empreendedor, procure se capacitar e tomar atitudes mais positivas diante de problemas ou de situações adversas que se apresentarem. Comece já a praticar ações empreendedoras. de 31 a 55 pontos – Você parece estar no meio do caminho, mas lembre-se de que este pode ser de evolução ou de regressão. Portanto, olhe sempre para frente e busque ainda mais recursos pessoais para agir, tendo em vista a concepção do que os empreendedores de sucesso fazem. Continue praticando ações empreendedoras. de 56 a 70 pontos – Você parece ter um bom perfil como empreendedor. Parabéns! No entanto, com isso, o seu compromisso aumenta, ou seja, além de ter esse perfil, você deverá atuar como multiplicador da ideia, buscando estimular seus pares a evoluir nesse meio. Sempre ajude outras pessoas, para ser um líder de mudanças. Continue sempre se capacitando para não ficar para trás, e praticando intensamente comportamentos empreendedores. 2.5 Sete princípios para o sucesso empreendedor * Como forma de consolidar o teste de perfil empreendedor realizado ante- riormente, e para que você tenha uma orientação de como seguir o caminho dos empreendedores de sucesso, apresentamos, a seguir, os sete princípios para se chegar ao sucesso e para conseguir se manter em uma posição diferenciada no mercado: * Seção adaptada de Lenzi (2010b). 48 capítulo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 48 03/02/2012 17:41:55 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti 1. estabelecer uma visão de longo prazo – Visualizar as suas realizações. Se você conseguir determinar o que deseja para o futuro, todas as suas ações estarão fundamentadas na sua real intenção de chegar ao sucesso. Quem tem visão de longo prazo, tem perspectiva do caminho a seguir. Não perca tempo – visualize suas realizações futuras. 2. definir seus objetivos e suas metas mensuráveis com prazos realistas – Determinar o que se deseja alcançar em termos de resultados. Para isso, saiba qual é a sua visão de futuro. Procure escrever seus objetivos, relacionando-os com prazos determinados e com critérios para medir se eles foram alcançados. Esse princípio é fundamental para acompanhar o próprio desempenho. 3. realizar um planejamento do seu negócio ou da sua carreira – Planejar sempre. Os objetivos e as metas traduzem a sua visão de futuro em resultados efetivos. Por isso, o planejamento é indispensável para que suas estratégias sejam organizadas dentro do que você pretende alcançar, devendo ser constantemente atualizado e revisado para uma maior eficácia das ações propostas. 4. manter o foco naquilo que é prioritário – Concentrar ações em prioridades para a empresa e para a sua carreira. Fazer com que as necessidades básicas do empreendimento sejam sempre supridas. Ter foco é crucial para o cumprimento dos objetivos e das metas, dentro de um planejamento adequado, para se chegar à sua visão de futuro. 5. canalizar sua energia para o que é importante – Direcionar esforços e energia para o foco que o levará à sua visão de futuro. É com base neste princípio que serão realizados os primeiros passos no caminho do sucesso, transformando o planejamento em ações efetivas. Não adianta estabelecer objetivos e metas se, no meio do caminho, houver desperdícios de energia ou distorções de foco. 49 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 49 03/02/2012 17:41:55 6. criar uma rede de relacionamentos permanente – Manter sempre uma variedade de contatos e de parceiros essenciais para seu crescimento, pois eles são o alicerce de muitas realizações. A rede de relacionamentos deve ser mantida e desenvolvida por toda a sua vida e a do seu empreendimento, permitindo uma alimentação constante de novos contatos; 7. avaliar constantemente os seus resultados – Analisar todos os aspectos, formando um ciclo em seu negócio. O princípio consiste em observar cada passo e reprogramar, caso necessário, certas atividades de acordo com os resultados desejados e alcançados. Portanto, para se tornar um empreendedor de sucesso, alguns requisitos são essenciais, como se pode observar na Figura 2.1: Fiqura 2.1 – Empreendedor de sucesso Planejamento Foco Energia Visão Objetivos e metas Rede de relacionamentos Resultados Fonte: Adaptado de Lenzi, 2010b. 50 capítulo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 50 03/02/2012 17:41:55 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti 2.6. Estudo de caso: Cachorro-quente prensado O estudo de caso apresentado neste capítulo diz respeito a uma situação bem comum no segmento das empresas de pequeno porte. Terminada a leitura deste, você deve responder às questões propostas no fim do estudo e comparar as suas respostas com as opiniões de amigos, colegas, parceiros de negócios e pessoas de sua confiança. Em uma cidade de médio porte, no interior do estado, havia um ven- dedor de cachorro-quente chamado Pedro, que há anos trabalhava nesse segmento. Ele mantinha a sua carrocinha com uma freguesia constante, o que mal dava para sustentarsua família. Um dia, motivado pela necessi- dade de buscar um aumento nas vendas, teve uma ideia: colocou em sua carrocinha uma placa com os dizeres: “Temos cachorro-quente prensado”. Isso possibilitou o aumento das vendas. Decorridas três semanas, Pedro colocou outra placa: “Temos hambúr- guer”, passando a vender ainda mais. Diante desse crescimento, conseguiu comprar um trailer e instalou um belo letreiro luminoso, o que atraiu ainda mais clientela. Com a melhora da sua condição de vida, conseguiu, inclusive, subsidiar os estudos de seu filho na universidade da capital. Passado algum tempo, o filho retornou à cidade e não trouxe boas notícias. No mercado, todos comentavam sobre uma crise que se aproxi- mava e era preciso estar preparado para uma possível recessão. As pessoas teriam menos dinheiro para gastar; consequentemente, comprariam menos. Dessa forma, as empresas venderiam menos e deveriam cortar seus gastos e adequar sua produção a essa redução. O pai, assustado com esse possível cenário, no dia seguinte apagou o luminoso. Procurando adequar sua produção a esse quadro, começou a comprar apenas metade dos pães que normalmente comprava. Resolveu, então, parar de vender cachorro-quente prensado e hambúrguer, visto que estes tinham preços mais elevados. Assim, tanto a produção quanto as vendas diminuíram. No fim de algumas semanas, chegou à seguinte conclusão: “Meu filho tinha razão, a crise veio mesmo e as pessoas passaram a comprar menos”. 51 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 51 03/02/2012 17:41:56 Em outra área da cidade, outro vendedor de cachorro-quente observou que a sua freguesia começou a aumentar. Por esse motivo resolveu instalar um luminoso com os dizeres: “Temos cachorro-quente prensado e hambúr- guer”. Consequentemente, tanto vendas quanto os seus lucros cresceram. Síntese Considerando as ideias abordadas neste capítulo, é fundamental que se continue exercitando atitudes empreendedoras para que o desempenho em marketing seja apropriado à realidade do mercado. Em outras palavras, para que os resultados sejam efetivos e concretos do ponto de vista merca- dológico, é preciso manter o empenho e a dedicação sempre conectados ao mundo dos negócios. De forma geral, mesmo quando se tem o domínio da área empresarial, a prática dos sete princípios empreendedores fará com que sempre se tenha um lugar diferenciado entre as demais empresas que ainda estão preocupadas apenas em sobreviver. Os sete princípios, asso- ciados às sete regras empreendedoras, podem fazer a diferença na vida pessoal, profissional e empresarial. Por isso, revê-las de forma associada poderá fortalecer as práticas diárias. Questões para reflexão e discussão 1. Em termos de perfil empreendedor, o que faltou para que o vendedor de cachorro-quente pudesse manter seu ritmo de crescimento até a informação da crise de mercado? 2. O que levou a empresa a mudar seu desempenho de uma hora para outra, indo do sucesso à falência? Até que ponto a informação do filho prejudicou o desempenho da empresa? 52 capítulo 2 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 52 03/02/2012 17:41:56 Fernando César Lenzi Sérgio Moretti 3. O que o empreendedor (vendedor de cachorro-quente) deveria ter feito antes de alterar suas estratégias de venda e de oferta de produtos? 4. Quais ações o empreendedor poderia colocar em prática para que a sua empresa revertesse o quadro negativo e voltasse a ter resultados favoráveis? Quadro 2.2 – Princípios e regras empreendedoras Sete princípios para o sucesso Sete regras empreendedoras 1. Estabeleça uma visão de longo prazo; 2. Defina seus objetivos e suas metas, de forma mensurável e com prazos realistas; 3. Realize um planejamento do seu negócio ou da sua carreira; 1. O seu sucesso depende apenas de você; 2. Sonhe diariamente com os detalhes da sua empresa; 3. Transforme uma parte do seu sonho em realidade; 4. Mantenha o foco naquilo que é prioritário; 5. Canalize sua energia para o que é importante; 6. Crie uma rede de relacionamentos permanente; 7. Avalie constantemente seus resultados. 1. Tenha humildade para pedir ajuda quando precisar; 2. Se estiver com um problema, resolva-o em vez de se lamentar; 3. Nunca troque uma ação por uma desculpa; 4. Olhe sempre para frente e de cabeça erguida. Fonte: Adaptado de Lenzi, 2010b.. 53 MARKETING EMPREENDEDOR - MIOLO.indd 53 03/02/2012 17:41:56 Referências COOLEY, L. Entrepreneurship Training and the Strengthening of Entrepreneurial Performance. Final Report. Contract n. DAN- -5314-C-00-3074-00. Washington: Usaid, 1990. DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): prática e princípios. São Paulo: Pioneira, 1986. DUTRA, J. S. Competências: conceitos e instrumentos para a gestão de pessoas na empresa moderna. São Paulo: Atlas, 2004. FILION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários de pequenos negócios. RAUSP – Revista de Administração da USP, São Paulo, v. 34, n. 2, p. 5-28, abr./jun. 1999. FLEURY, A. C. C.; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópio da indústria brasileira. 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