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Art 6º, V

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DIREITO DO CONSUMIDOR 
“ART. 6º, INCISO V - A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosa.”
1-INTRODUÇÃO
 O Código do Consumidor que está em vigência, há alguns anos atrás não era tão protetor. Quando o consumidor era tratado na justiça, ele não era a parte mais fraca, não existia a hipossuficiência do consumidor frente ao fornecedor, pois existia o Princípio da Autonomia da vontade, onde as pessoas possuíam a liberdade de contratar e a liberdade contratual.
 Além de vigorar esse princípio, também existiam as práticas costumeiras de mercado, com isso era necessário algo que protegesse os consumidores, pois o consumo estava crescendo muito rápido, já que teve o aumento do crescimento econômico e o Código Civil vigente não produzia efeitos em relação à sociedade consumista.
 Por esse motivo foram criadas Leis Ordinárias Extravagantes antes do Código de Defesa do Consumidor, essas Leis mencionavam buscar certa proteção para o consumidor. Podemos verificar alguns exemplos, como a Lei 1.521 de 26 de dezembro de 1951, que trata dos crimes contra a economia popular, crime de usura, cobrança de juros acima do limite, a Lei 4.137 de 10 de setembro de 1962, tratando da repressão ao abuso do poder econômico, entre outras.
 Porém, essas leis esparsas não foram suficientes para conter os abusos e os desequilíbrios existentes entre os consumidores e fornecedores, foi necessário criar algo mais rígido, pois estava acontecendo o aumento dos contratos, das estratégias de consumo, a tecnologia se renovando, a economia crescendo e junto com isso os consumidores não tinham as informações corretas dos produtos e serviços que eram ofertados, pois vinham com as propagandas enganosas, isso acabou tornando a regulamentação dos direitos consumeristas influenciados.
Mas, quando ocorreu a chegada da Constituição Federal em 1988, a proteção do consumidor foi elevada a um direito fundamental. Onde está previsto no Artigo 5º, inciso XXXII: “O Estado promoverá, na forma da lei a defesa do consumidor”.
 Por sua vez, o artigo 48º do ADCT da nova Constituição Federal determinava que no prazo de 120 dias da sua publicação deveria ser elaborado o Código de Defesa do Consumidor.
 2-CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
 Finalmente surgiu o CDC, com o advento da Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990, trazendo mudanças consideráveis na relação de consumo, constituindo norma pública e de interesse social.
Na parte dos contratos o Código de Defesa do Consumidor trouxe a regra de que havendo uma pequena onerosidade ao consumidor, este poderá pedir uma revisão contratual, estabelecendo também a retirada de cláusulas abusivas, onerosas, ambíguas ou confusas, tornando a interpretação do contrato sempre em beneficio do consumidor, com previsão legal no Art 6º que discorre em seus incisos os Direitos Básicos do Consumidor.
Mas, o que é um contrato e cláusulas contratuais? Um contrato é um vínculo jurídico entre duas ou mais pessoas sujeitos de direitos correspondidos pela vontade, da responsabilidade de certo ato firmado, sendo resguardado pela segurança jurídica, ou seja, um acordo de duas ou mais vontades estabelecido em conformidade com a Lei. 
Já as cláusulas contratuais criam Leis entre as partes, que ficam subordinadas ao Direito Positivo, não podendo estar em desconformidades com a Lei, sob pena de serem nulas. 
A revisão contratual e as cláusulas abusivas citadas acima estão previstas no Art. 6, Inciso V, Código de Defesa do Consumidor:
“Art.6º - são direitos básicos do consumidor:
 (...) 
Inciso V- A modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. (CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR)”.
O presente inciso permite ser duplamente analisado em face dos contratos de consumo à modificação e revisão de suas cláusulas, esta revisão é um direito básico do consumidor, e somente dele. Amparando-o em frente aos contratos.
3-PRIMEIRA PARTE DO INCISO V 
 Primeira parte desse inciso trata da: “A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais...”
 A partir daí podemos analisar o consumidor como a parte hipossuficiente, pois necessita de bens e serviços básicos no cotidiano para sobrevivência e por vezes seu lazer. 
Em detrimento as suas necessidades básicas de bens e serviços, por diversas vezes o consumidor é lesado no ato da formação do contrato, pois também não possui conhecimento necessário para a formação do mesmo, submetendo-se repetidamente a aceitar prestações desproporcionais em face do fornecedor que conhece a sua necessidade e age de maneira vantajosa. 
Em face de tal problemática o consumidor em sua vulnerabilidade é assegurado da proteção contratual, que tem por objetivo amparar frente aos contratos, que nessa primeira parte versa sobre as prestações desproporcional sendo o objeto de uma obrigação que se tem frente a outras pessoas físicas ou jurídicas pagamento desigual, ou seja, em desconformidade de parcelas na aquisição de um bem, produtos ou serviços. 
O Código Civil refere-se a prestações desproporcionais como sendo lesão e esta prevista no artigo 157, também esta prevista de forma indireta no artigo 39, inciso V e art. 51, inciso IV, Código de defesa do Consumidor.
“Ocorre à lesão quando uma pessoa sob premente necessidade ou por inexperiência se obriga a prestações manifestadamente desproporcionais ao valor da prestação imposta. (ART 157 CÓDIGO CIVIL).”
	
Os artigos 39, inciso V e art. 51, inciso IV, Código de Defesa do Consumidor tratam da vedação do fornecedor em exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva e estabeleça obrigações consideradas iníquas.
O Código de Direito do Consumidor autoriza as modificações de determinadas cláusulas quando existir casos em que presumem ter vantagem excessiva, algumas atuações estão previstas no art. 51, parágrafo 1º, inciso I a III. 
“São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
(...)
Parágrafo 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que: 
I – Ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence.
II- Restringe direito ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual.
III- Se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. (ART. 51º CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR).”
Mesmo estando prevista no mesmo artigo que fala da revisão contratual por onerosidade excessiva superveniente, a lesão não pode ser confundida com esta última. A lesão é colocada em cláusulas concomitantes, isto é, já esta incluída no contrato onde prevê a possibilidade de prestações desproporcionais, não aparece superveniente no momento da criação.
Quando a lesão acontece no momento da criação do vínculo contratual, a onerosidade excessiva ocorre devido a atos supervenientes, após a criação do contrato, não existindo a inclusão de prestações desproporcionais na criação. 
 Segundo legislador, ocorre à lesão a pessoa que celebra o negócio jurídico (contrato) sob premente “necessidade” e “inexperiência” assumindo prestações desproporcionais, essa lesão segundo a Professora Maria Helena Diniz é um defeito do negócio jurídico, diz que:
“O instituto da lesão visa proteger o contratante que se encontra em posição de inferioridade ante o prejuízo por ele sofrido na conclusão de contratos cumulativo devido à considerável desproporção existente no momento da efetivação do contrato, entre as prestações das suas partes. (DINIZ, 2010).”
	
O Código Civil traz três requisitos para caracterizar a lesão no negócio jurídico: 
I – Prementenecessidade:
Segundo Caio Mario da Silva Pereira:
“A necessidade de que a lei fala não é a miséria, a insuficiência habitual de meios para promover à subsistência própria ou dos seus. Não é a alternativa entre a fome e o negócio. Deve ser a necessidade contratual. (...) A necessidade se configura na impossibilidade de efetuar o negócio. (PEREIRA, 1959).”
Pode-se concluir que a premente necessidade não decorre de uma situação econômica favorável ou não, e sim a “premente necessidade” de se contratar.
II- Inexperiência:
Segundo Antônio Jeová Santos:
“É a falta de pericia, ausência de prática, falta de conhecimento no momento de contratar a celebração do ato desconhecendo o contratante o seu conteúdo que esta pactuando. (SANTOS, 2003)."
Já Sergio Iglesias Nunes de Sousa traz uma relação de fatores relacionados à inexperiência nos contratos eletrônicos:
“A habitualidade de realização de negócios contratuais eletrônicos realizados pela parte e ou semelhante identidade de natureza obrigacional aquela em que se argumenta a lesão.
Idade da parte contratante e o sexo em relação a outro.
Circunstâncias em que celebrou o contrato sob o aspecto de saúde física e mental, embora não implique estado de incapacidade civil.
Aspectos sócios de cultura geral e intelectual, formação profissional e inter-relação entre sua formação e o contrato eletrônico celebrado. (SOUZA, 2009).”
Conclui-se que a inexperiência contratual esta ligada a falta de conhecimento e ingenuidade da parte contratante, levando em consideração os fatores destacados acima o que acaba caracterizando contratante inexperiente no que tange a celebração do contrato.
III – Desproporção das prestações:
Humberto Teodoro Júnior comenta que: 
“Não se pode exigir uma absoluta igualdade na equação contratual, porque no comércio jurídico é natural procurar-se o lucro que só é atingível se um dos contratantes exigir uma certa vantagem sobre o outro. O intolerável é a exorbitância do lucro, por meio de imposição que representem a exploração desonesta de uma parte sobre a outra. (TEODORO, 2003).”
Podemos concluir que a desproporção das prestações de um modo objetivo ocasiona lesão ao contratante, tendo em vista a intenção da parte em obter vantagem sobre o outro.
Visto que na primeira parte do artigo 6º, inciso V, obtivemos a compreensão dos motivos que levam a modificação das cláusulas contratuais, já na segunda parte do artigo trata da revisão contratual.
4-SEGUNDA PARTE DO INCISO V
A segunda parte irá tratar da revisão contratual, segue conforme esta no Art. 6º, inciso V, Código de Defesa do Consumidor: “... ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas.”
Existindo assim a mera onerosidade excessiva, a qual já autoriza a revisão contratual. Sendo fundada a teoria da base objetiva, ou seja, é obrigatório fazer uma análise se foi alcançado à base do negócio, se ocorreu algo incomum, se a economia foi afetada, existindo uma obrigação fora do normal para que haja o cumprimento, passando a ter uma onerosidade excessiva a uma das partes.
Se esta situação não for provocada por uma das partes e, se o resultado futuro não fizer parte do negócio contratado ou se não foi estabelecida que a parte que alegasse a revisão deveria aguentar as consequências.
A onerosidade excessiva tem que se dá por algum evento anormal (fora do comum), acontecendo evento futuro, que acaba alterando as maneiras que foram contratadas. Com isso o consumidor deve pleitear a revisão do contrato, não se entregando a ele conforme foi imposto.
Porém não se deve pleitear a revisão contratual para a desonestidade que algumas pessoas acabam agindo com má-fé. Deve-se pleitear de uma forma objetiva, analisando se outras pessoas teriam a capacidade de cumprir com as obrigações. 
 Não podemos esquecer, que o consumidor quando for pleitear a revisão, não pode ser o causador dessa onerosidade excessiva, também temos que avaliar aquele consumidor que estando em mora faz o pedido revisional, não pode ser beneficiado com a revisão contratual, caso seja beneficiado, esse ato acaba causando uma grande insegurança nos contratos de consumo, pois é um ato de má-fé, privilegiando aquele que motivou o desequilíbrio. 
Agora se a mora se deu por conta da onerosidade excessiva, uma parte da doutrina entende que deve pleitear a revisão contratual, pois não existiu nenhuma alternativa e nem o tempo hábil para propor a ação revisional, o que acabou atrasando o pagamento das parcelas. 
Ao contrário se a onerosidade ocorrer antes da data limite para a quitação das parcelas, ocorrendo isso, o consumidor pode efetuar um depósito judicial, evitando a mora e, portanto, entrar com o pedido de revisão.
Concluímos assim que a revisão contratual possui efeitos ex tunc entre as partes, retroagindo ao momento da criação do ato que tornou excessivamente oneroso. Pois o direito do consumidor nasceu para evitar abusos, seja por parte do fornecedor/ prestadoras, que aproveitam da posição de hipossuficiência do consumidor. 
 
5-CONCLUSÃO
Ante ao exposto, podemos concluir, através do inciso V, art 6º, como Direito Básico do Consumidor, sendo, de fundamental importância na tutela dos contratos de consumo que vem assegurando a revisão e a modificação contratual.
De um lado está o consumidor como parte hipossuficiente, em conjunto com suas necessidades básicas do cotidiano, submetido por diversas vezes ao ato de formação de contrato. 
Já do outro lado está o fornecedor de bens e serviços, sob o domínio contratual. Diante de tal conflito, o Código Civil, em seu artigo 157º, versa como lesão ao consumidor sob premente necessidade ou inexperiência que se obriga a prestações formalmente desproporcionais. 
Portanto, lesão é um defeito do negócio jurídico, que tem por finalidade proteger o consumidor ante ao prejuízo, no que tange a modificação contratual das prestações desproporcionais e revisão após a celebração do contrato sendo ele excessivamente oneroso. 
Considerando que o comércio tem objetivo de lucro o que não é impróprio, pois, é normal a busca por considerável rendimento o que não pode ocorrer é a vantagem do fornecedor frente ao consumidor, diante de suas necessidades básicas contratuais. 
Por fim, concluímos que não temos como negar que o Código de Defesa do Consumidor abraçou a teoria da imprevisão visto que no artigo estudado estão presentes os requisitos necessários para tal, que é a existência de um contrato, a ocorrência de acontecimentos extraordinários, que acontecem após a formação do vínculo contratual e as prestações a serem pagas devem ser excessivamente onerosas a uma das partes, causando assim um enriquecimento ilícito. 
Acolhendo assim na Lei 8.078/90 a forma plena e absoluta a teoria da imprevisão na tentativa de atingir uma maior equidade entre as partes que firmaram o contrato a fim de evitar o desequilíbrio e acabar atingindo o tão almejado bem comum.
REFERÊNCIAS:
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v 1, p. 489.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Lesão nos Contratos. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1959, p. 165.
SANTO, ANTÔNIO JEOVÁ. Função Social, lesão e onerosidade excessiva nos contratos. São Paulo: Método. 2002, p. 186/187.
SOUZA, Sérgio Iglesias Nunes de. Op. cit. p 240.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Comentários ao Novo Código Civil. Rio de janeiro: Forense, 2003, v. III, t. l, p. 221. 
http://jus.com.br/artigos/22708/a-lesao-como-defeito-do-negocio-juridico
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=2664
http://jus.com.br/artigos/7587/a-revisao-do-contrato-no-codigo-de-defesa-do-consumidor-e-a-suposta-adocao-da-teoria-da-imprevisao

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