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Karl Max / Alienação/ Mais- valia e Mais- valia absoluta

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A Alienação para Karl Marx
Alienação, para Marx, carrega um sentido negativo, diferentemente do que é para Hegel. Trata-se de uma condição onde o trabalho ao invés de ser instrumento para a realização plena do homem e de sua condição de humano torna-se, pelo contrário, um instrumento de escravização, acabando por desumanizá-lo, tendo sua vida e seu próprio valor medidos pelo seu poder de acumular e possuir.
Karl Marx reconhece na era moderna e em suas novas formas de produção grande responsabilidade pela alienação do homem. Quando o trabalho fica cada vez mais especializado e dividido, o trabalhador fica de tal forma afastado daquilo que produz, que é incapaz de reconhecer-se no produto final de seu esforço.
Dessa forma, o que era antes um homem, acaba por tornar-se apenas umamaquina repetidora dos mesmos esforços, e cada vez mais em busca de possuir capital, num sistema onde é muito comum que esse trabalhador não tenha sequer acesso ao produto de seu próprio trabalho. Assim, o que inicia com uma divisão do trabalho, acaba por configurar-se também como uma divisão social. Esse tipo de organização e essa configuração do mundo do trabalho foram essenciais para o desenvolvimento da sociedade capitalista nos moldes como conhecemos hoje.
Marx e a Mais-valia
Outro conceito importantíssimo para se compreender a organização dos modos de produção capitalista e suas formas de apropriação do trabalho é aquilo que Marx denominou como Mais-valia. Esse termo, muito famoso, é utilizado para referir-se à diferença existente entre o valor da mercadoria produzida, a soma do valor de seus meios de produção e o valor do trabalho, que apresenta-se como a base de lucro no sistema capitalista.
Este, no entanto não é um conceito tão simples quanto possa parecer à primeira vista, isso porque o próprio Marx, aos poucos, foi percebendo que muitos destes valores não eram grandezas concretas e absolutas, mas sim passiveis de muita variabilidade indo de uma sociedade para a outra.
Por exemplo, foi possível constatar que os valores do trabalho não eram reduzidos ao valor de sobrevivência, mas que em cada sociedade ele agregava valores de costumes e culturais, dessa forma, na França, por exemplo, esse valor levava em conta que era algo impraticável esperar que os operários contentassem-se em viver sem seu vinho.
Sabe-se no entanto que, invariavelmente, os valores atribuídos ao trabalho e mesmo a todo processo de produção eram absurdamente inferiores ao valor cobrado pelo produto final, gerando dessa forma lucros exorbitantes para o capitalista, o dono dos meios de produção. E assim é até hoje, fazendo com que não seja difícil perceber, mais uma vez, a alienação do trabalho. Os honorários obtidos por um trabalhador de linha de montagem de automóveis pode sim suprir suas necessidades de sobrevivência, no entanto, dificilmente dará a esse operário acesso pleno ao produto final de seu trabalho.
A Mais-valia-absoluta
Alem de todos esses fatores, Marx conseguiu perceber outras formas adotadas pelo capitalistas para ampliarem suas margens de lucro. Uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, não raro são os casos em que eles valem-se de estratégia como ampliação da jornada de trabalho, mantendo, no entanto o valor pago numa constante invariável, embora a produção seja aumentada. A isso Marx chamou mais-valia-absoluta.
Existem também os casos em que ampliava-se a produtividade física do trabalho através da mecanização dos modos de produção, ampliando assim os números e os lucros. Através desses moldes foi possível notar-se que o lucro, no sistema capitalista, não eram resíduos, e sim montantes passiveis de serem aumentados através dessas estratégias dos próprios capitalistas, que visavam o aumento da produtividade e consequentemente dos lucros, sem aumentar os gastos com a força de trabalho.

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