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DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES

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DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES 
OBRIGAÇÃO DE DAR
Definição ( “é aquela em que o devedor compromete-se a entregar uma coisa móvel ou imóvel ao credor, quer para constituir novo direito, quer para restituir a mesma coisa a seu titular.” (Silvio de Salvo Venosa)
OBS.: Inclui-se na definição a obrigação de restituir, como modalidade da obrigação de dar, disciplinada nos arts. 238 ss do C Civil.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA: (arts. 233/242 C Civil) o credor não pode ser compelido a aceitar coisa diversa, ainda que mais valiosa. A dação em pagamento (dar coisa diversa) depende da concordância do credor e extingue a obrigação (art. 313, C. Civil).
PERECIMENTO E DETERIORAÇÃO DA COISA: Prevalece a regra res perit domino, ou seja, a coisa perece para o dono. Portanto, se a coisa desapareceu antes da alienação, quem perde é o alienante.
Perecimento: havendo o perecimento (perda total) da coisa, deve-se verificar se houve ou não culpa do devedor. Não havendo a culpa, resolve-se a obrigação, sem qualquer responsabilidade. Se o perecimento ocorreu por culpa do devedor, (segunda parte do caput art. 234 C Civil), haverá obrigação de pagar o equivalente em dinheiro – mais perdas e danos –, desde que provado o prejuízo.
Deterioração: é a perda parcial da coisa; também nesse caso deve-se observar se houve ou não a culpa do devedor. Não havendo culpa, (art. 235 C Civil), o credor poderá optar por desfazer o negócio, ou ficar com a coisa mediante abatimento do preço avençado. Se houve culpa do devedor (art. 236 C Civil) as opções continuam as mesmas, acrescidas do pedido de perdas e danos, desde que provado o prejuízo.
Melhoramentos, acréscimos e frutos na obrigação de dar coisa certa: até a tradição, efetiva entrega da
coisa, esta pertence ao devedor com os melhoramentos e acréscimos, conforme art. 237 do C Civil.
OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR: é a obrigação que tem por objeto uma devolução de coisa certa, por parte do devedor, coisa essa que, por qualquer título, encontra-se em seu poder, como ocorre, por exemplo, no comodato (empréstimo de coisas infungíveis), na locação e no depósito.
Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa na obrigação de restituir: perda sem culpa do devedor, (art. 238 C Civil): “Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, salvos, porém, a ele os seus direitos até o dia da perda.”
Melhoramentos, acréscimos e frutos na obrigação de restituir: (art. 241 C Civil): “Se no caso do art. 238,
sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesas ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização”;
OBS.: Se a coisa sofre melhoramento ou aumento em decorrência de trabalho ou dispêndio do devedor, o regime será o das benfeitorias (art. 242 C Civil):
o direito de retenção do devedor de boa-fé;
o retentor pode opor embargos de retenção para exercer o direito, regulado pelo art. 744 do CPC;
conforme art. 241 C Civil, quando o melhoramento ou acréscimo decorreu de atividade do devedor, ele terá direito de retenção, se agiu com boa-fé;
conforme o princípio disposto no art. 1.221 do C Civil, o melhoramento ou acréscimo é compensado com eventual dano e só haverá direito de ressarcimento se, no momento do pagamento, ainda existirem;
o credor, ao indenizar as benfeitorias, trata-se de melhoramentos ou acréscimos, tem direito de optar entre seu valor atual e seu custo;
o parágrafo único do art. 242 C Civil, quanto aos frutos recebidos, observar-se-á o disposto acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.;
o devedor de boa-fé tem direito,enquanto a boa-fé durar, aos frutos percebidos (art. 1.214 C Civil);
art. 1.214, parágrafo único, C Civil dispõe também que devem ser deduzidas despesas para impedir o injusto enriquecimento;
o art. 1.216 C Civil estipula que o devedor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos.
Execução da obrigação de dar coisa certa: regulada no art. 621 ss do CPC, a execução específica ou in natura só deve ser banida, substituindo-se por perdas e danos, “quando a execução direta for impossível ou
dela resultar constrangimento físico à pessoa do devedor”.
OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS: é a que tem como objeto certa quantia em dinheiro. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal (art. 315 C Civil).
Características: 
é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas (art. 316 C Civil);
instrumentaliza o juiz de molde a que possa ele conceder a correção do poder aquisitivo da moeda no caso concreto (art. 317 C Civil);
reitera o princípio acerca da nulidade da chamada cláusula-ouro ou da convenção do pagamento em moeda estrangeira (art. 318 C Civil). Salvo se comprovar o credor que os recursos foram adquiridos no exterior.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA: (arts. 243/246 C Civil) 
A obrigação de dar coisa incerta tem por objeto a entrega de uma quantidade de certo gênero e não uma coisa especificada (art. 243 C Civil).
A coisa incerta não deve ser entendida como coisa totalmente indeterminada. Pelo menos deve ser determinada pelo gênero e quantidade (art. 243, do C. Civil). 
OBS.: Há coisa incerta quando alguém se obriga a entregar coisa sem determinar sua qualidade. Faltando, porém, a determinação do gênero ou da quantidade, não existe obrigação. 
CONCENTRAÇÃO: momento precedente à entrega da coisa que é o ato de escolher o que vai ser entregue.
A escolha da qualidade caberá ao devedor, se o contrário não for convencionado (art. 244, C. Civil). Pode-se, no contrato, convencionar que a escolha caberá ao comprador ou a um terceiro. Quando a escolha couber ao devedor, ele não poderá escolher a pior qualidade, entretanto, também não será obrigado a entregar a melhor qualidade. 
O legislador optou pelo princípio da qualidade média nos casos de escolha pelo devedor. Se existirem apenas duas qualidades, e a escolha couber ao devedor, o critério lógico seria poder escolher qualquer delas, entretanto a lei é omissa nesse caso.
Feita a escolha, a coisa não é mais incerta. A obrigação de dar coisa incerta passa a reger-se pelas regras da obrigação de dar coisa certa (art. 245 C Civil). A escolha, depois de manifestada, exteriorizada, chama-se concentração (é uma denominação doutrinária).
Antes da escolha o devedor não poderá alegar caso fortuito ou força maior (art. 246, C. Civil), porque antes da escolha não existe coisa certa. Tem-se apenas o gênero e esse nunca perece (genus nunquam perit).
Processualmente, a entrega de coisa incerta vem regulada pelos arts. 629/631 do CPC.
OBRIGAÇÃO DE FAZER: (arts. 247/249 C Civil)
O conteúdo da obrigação de fazer é uma “atividade” do devedor, no sentido mais amplo. Pertence à classe das obrigações positivas, pode ser contraída, tendo em vista a figura do devedor (art. 247 C Civil).
Características da obrigação de dar e de fazer: (Silvio de Salvo Venosa)
espécies que se constituem nas obrigações positivas;
o dar ou entregar em conseqüência ou não do fazer;
na obrigação de dar imprescindível à tradição;
numa mesma avença a coexistência das duas espécies;
a importância do momento da execução nas duas espécies.
ESPÉCIES:
Infungível (personalíssima ou intuito personae) é aquela que não pode ser substituída por outra de mesmo gênero, quantidade ou qualidade. 
A obrigação sempre será infungível quando a pessoa for contratada em razão de suas condições pessoais, de suas qualidades técnicas ou artísticas. 
“Obrigações de fazer não fungíveis são contraídas exclusivamente pela fama ou habilidades próprias da pessoa do obrigado”. (Silvio de Salvo Venosa)
O credor ainda pode dispor, nesse tipo de contrato,
que somente aquele devedor poderá cumprir a obrigação. Hipóteses:
quando é evidente que a pessoa foi contratada em razão de suas qualidades pessoais (exemplo: contrato de show com um artista conhecido); 
quando houver cláusula expressa, no contrato, dizendo que somente o devedor poderá cumprir a obrigação.
As obrigações infungíveis algumas vezes podem não ser cumpridas, ou por impossibilidade ou por recusa.
Impossibilidade: se a obrigação se tornar impossível, sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação; se o devedor der causa a essa impossibilidade, responderá por perdas e danos.
Recusa: o devedor não cumpre a obrigação porque não quer. Será sempre culposa e, por este motivo, o devedor responderá por perdas e danos. Às vezes o credor não exige indenização, querendo que o devedor cumpra a obrigação.
Fungível (impessoal) (art. 249 C Civil) será fungível sempre que o devedor ou a coisa puder ser substituída, por não haver necessidade de determinadas qualidades para o cumprimento da obrigação.
Emissão de declaração de vontade
Descumprimento das obrigações de fazer: razões em que podem ocorrer descumprimento:
a prestação tornou-se impossível por culpa do devedor ou sem culpa do devedor;
o devedor manifestamente se recusa ao cumprimento delas;
disposições processuais acerca da obrigação de fazer complementam os arts. 247 a 249 do C Civil.
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER: (arts. 250/251 C Civil) O contratante lesado pode exigir o desfazimento do que foi feito, sob pena de se desfazer às suas custas, mais perdas e danos. Em alguns casos de obrigação de não fazer em que a única saída que resta ao lesado é perdas e danos porque, se foi feito, não poderá ser desfeito.
OBS.: Extingue-se a obrigação do devedor se se tornou impossível cumpri-la (exemplo: se uma lei sobrevier ao contrato obrigando a fazer o que o devedor se obrigou a não fazer, torna-se impossível o cumprimento da obrigação de não fazer e, por esse motivo, ela se extingue). 
Características: (Silvio de Salvo Venosa)
obrigações negativas que implicam numa abstenção;
o compromisso do devedor a não realizar algo que normalmente, na ausência de proibição, poderia fazer;
a obrigação será ilícita se envolver restrição sensível à liberdade individual.
Modo de cumprir e execução forçada da obrigação de não fazer:
praticando o devedor ato sobre o qual se abstivera, fora da hipótese do art. 250, vigorará o disposto no art. 251 do C Civil;
possibilidade de tutela específica das obrigações de não fazer, bem como de sua antecipação e a imposição de multa diária quando viável o desfazimento, conforme art. 461 do CPC;
à execução das obrigações negativas, as disposições aplicáveis são as dos arts. 642 e 643 do CPC.
OBRIGAÇÕES CONJUNTIVAS OU CUMULATIVAS: são as com o objeto composto ligado pela partícula “e”. Ex.: devemos um cavalo “e” um automóvel.
OBRIGAÇÕES DISJUNTIVAS OU ALTERNATIVAS: (arts. 252/256 C Civil) A obrigação alternativa é aquela composta pela multiplicidade de objetos, ligados pela disjuntiva “ou”. Alguém se obriga a entregar ou restituir – uma coisa ou outra –, bastando a entrega de um dos objetos para que o devedor seja considerado adimplente. Quando são mais de dois objetos, há uma obrigação alternativa múltipla. Ex.: devemos um cavalo “ou” um automóvel.
OBS.: Não se deve confundir obrigação alternativa com obrigação de dar coisa incerta. A obrigação alternativa tem sempre dois ou mais objetos. A obrigação de dar coisa incerta tem um único objeto e ele é indeterminado quanto à qualidade.
A obrigação alternativa é a que fica cumprida com a execução de qualquer das prestações que formam seu objeto (art. 252 C Civil).
Características das obrigações alternativas: (Silvio de Salvo Venosa)
seu objeto é plural ou composto;
as prestações são independentes entre si;
concedem um direito de opção que pode estar a cargo do devedor, do credor ou de um terceiro;
feita a escolha, a obrigação concentra-se na prestação escolhida.
O devedor não pode obrigar o credor a aceitar parte de um objeto e parte de outro (exemplo: se há a obrigação de entregar 10 sacas de arroz ou 10 sacas de feijão, o devedor não pode obrigar o credor a aceitar 5 sacas de cada espécie). (§1º do art.252 C Civil)
Quando as prestações forem anuais, elas podem se alternar (exemplo: um testador, para deixar um legado, impõe ao legatário a condição de, uma vez por ano, entregar 10 sacas de arroz ou 10 sacas de feijão à uma instituição de caridade; o devedor poderá alternar, entregando em um ano arroz, no outro feijão). (§2º do art. 252 C Civil)
Na pluralidade de optantes deverá prevalecer a vontade da maioria, qualificada pelo valor das respectivas quotas-partes, (§3º do art. 252 C Civil). Ocorre a hipótese de opção deferida a terceiro, que poderá ser o juiz (§4º do art. 252 C Civil). Ainda as partes podem optar pelo sorteio para o cumprimento da obrigação alternativa.
OBS.: Em alguns casos fica impossível para o devedor cumprir a obrigação. Ex.: perecimento do objeto. Se não ocorreu culpa do devedor, a obrigação se extingue (art. 256 C Civil). Restando ao credor às coisas restantes, caso existam (arts. 253/254 C Civil). Se houver, entretanto, culpa do devedor pelo perecimento da coisa, há duas soluções (art. 255 C Civil):
Se a escolha for do devedor: perecendo um dos objetos, a obrigação se concentra no outro. Se perecerem os dois objetos, o devedor pagará, em dinheiro, o equivalente do último objeto que pereceu, mais perdas e danos. 
Se a escolha for do credor: perecendo um dos objetos, o credor poderá ficar com o remanescente, ou exigir em dinheiro o equivalente do que pereceu, mais perdas e danos. Havendo o perecimento dos dois objetos, o credor pode exigir, em dinheiro, o equivalente de qualquer deles, mais perdas e danos.
“As partes podem convencionar que a escolha (tecnicamente denominada concentração) caiba ao credor ou mesmo a um terceiro. Somente após a concentração o credor pode exigir o pagamento.” (Silvio de Salvo Venosa)
Retratabilidade da concentração: (Silvio de Salvo Venosa)
haverá retratabilidade se o devedor, ignorando ser a obrigação alternativa, efetuar o pagamento sem exercer seu direito;
retratabilidade pela anulação do negócio por erro e o interesse negativo (confiança no contrato).
Acréscimos sofridos pelas coisas na obrigação alternativa:
por aplicação dos princípios gerais, o credor pode pagar os acréscimos ou a extinção da obrigação do devedor;
o devedor pode cumprir a obrigação entregando a de menor valor.
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS: são obrigações de objeto plural ou composto. As obrigações têm uma relação de dependência correspondente ao conceito de principal e acessório, possuem um direito de opção em benefício do devedor.
Efeitos da obrigação facultativa:
a perda da coisa principal, sem culpa do devedor, extingue a obrigação;
a perda ou a impossibilidade de cumprir a obrigação ocorreu depois da constituição em mora; o credor poderá reclamar perdas e danos;
a perda ou impossibilidade ocorrendo por fato imputável ao devedor, o credor pode pedir o preço da coisa que pereceu mais perdas e danos;
nulidade da obrigação principal extingue também a acessória; 
a perda ou deterioração do objeto da prestação acessória, com ou sem culpa do devedor, em nada influencia a obrigação principal.
OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA (arts. 264/285 C. Civil): 
Conforme dispõe o art. 264 do Código Civil: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.”
A solidariedade não é presumida, é preciso que essa resulte da lei ou da vontade das partes (art. 265, C Civil). Se não existir lei ou contrato dispondo que a dívida é solidária, a mesma será divisível (cada credor somente poderá cobrar a sua parte, e cada
devedor responderá somente pela sua cota).
ESPÉCIES: 
Ativa (arts. 267/274 C. Civil) - quando há uma pluralidade de credores: o devedor se exonera pagando a qualquer dos credores antes de a dívida estar sendo cobrada judicialmente. Se a dívida já estiver sendo cobrada em Juízo, o devedor somente poderá pagar ao credor que ingressou com a ação.
Passiva (arts. 275/285 C. Civil) - quando há pluralidade de devedores): o credor pode cobrar a dívida de qualquer dos credores ou de todos eles (art. 275, C Civil). Quando o credor escolhe somente um dos devedores, esse, que paga a dívida, terá direito de regresso contra a cota parte de cada um dos co-devedores solidários, pois entre eles a obrigação é divisível (art. 283, C Civil).
OBS.: - O credor pode cobrar a dívida de qualquer dos credores ou de todos eles (art. 275, C. Civil). Escolhido pelo credor, um devedor para pagar a dívida, e o escolhido quita, terá direito de regresso contra a cota parte de cada um dos co-devedores solidários, pois entre eles a obrigação é divisível (art. 283, C. Civil).
- O devedor principal é aquele a quem a dívida interessa exclusivamente. Se um dos co-devedores pagar a dívida na íntegra, terá o direito de cobrar a mesma do devedor principal (art. 285, C Civil).
- Quando o co-devedor move ação contra o devedor principal, sub-roga-se no crédito.
ATENÇÃO: O credor poderá renunciar à solidariedade em favor de um ou de vários credores solidários, que subsistirá as dos demais, entretanto, para cobrar dos outros deverá descontar a cota-parte daquele a quem remitiu. (art.282 C Civil)
Mista (quando há vários credores e vários devedores).
“A obrigação será solidária quando a totalidade de seu objeto puder ser reclamada por qualquer dos credores ou qualquer dos devedores.” (Sílvio de Salvo Venosa):
Obrigações in solidum (solidárias) (Sílvio de Salvo Venosa):
a prescrição referente aos devedores é independente, como conseqüência da independência dos liames;
interpelação feita a um dos devedores não constitui em mora os outros;
remissão da dívida feita em favor de um dos credores não beneficia os outros.
Características e fundamento da solidariedade (Sílvio de Salvo Venosa):
obrigação solidária tem uma unidade de causa;
a unidade da prestação (qualquer que seja o número de credores ou devedores, o débito é sempre único) e a pluralidade e independência do vínculo, que resultam em:
a obrigação pode ser pura e simples para algum dos devedores e pode estar sujeita à condição, ao prazo ou ao encargo para outros (art. 266 C Civil);
se uma obrigação é nula, porque um dos credores é incapaz, conserva sua validade quanto aos demais;
um dos devedores pode ser exonerado de sua parte da dívida, permanecendo a obrigação para com os demais.
Solidariedade ativa:
a solidariedade ativa contém mais de um credor, todos podendo cobrar a dívida por inteiro (art. 267 C Civil);
qualquer credor, recebendo a dívida toda, exonera o devedor.
Efeitos da solidariedade ativa (Sílvio de Salvo Venosa):
cada credor pode reclamar de qualquer dos devedores (ou do devedor) a dívida por inteiro (art. 267 C Civil);
o pagamento, a compensação, a novação e a remissão da dívida feita por um dos credores a qualquer dos devedores extingue a obrigação (art. 269, C Civil);
a constituição em mora feita por um dos cocredores favorece a todos os demais;
a interrupção da prescrição por um dos credores beneficia os demais (§1º, art. 204, C Civil);
a suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários só aproveitará aos outros se o objeto da obrigação for indivisível (art. 201, C Civil);
a renúncia da prescrição em face de um dos credores aproveitará aos demais;
ação para a cobrança de crédito pode ser proposta por qualquer credor, os demais ingressarão na ação na condição de assistente (art. 54 do CPC);
a incapacidade de um dos credores não obsta que a obrigação mantenha seu caráter solidário a respeito dos demais;
enquanto não for cobrada a dívida por algum credor, o devedor pode pagar a qualquer um dos credores (art. 268, C Civil);
a constituição em mora do credor solidário, prejudicará a todos os demais; 
na forma do art. 270, desaparece a solidariedade para os herdeiros, exceto se a obrigação for indivisível;
a conversão da prestação em perdas e danos não faz desaparecer a Solidariedade (art. 271, C Civil);
na relação interna, a natureza do débito e a quota de cada credor no débito é irrelevante para o devedor, devendo o credor que receber prestar contas aos demais, pela parte que lhes caiba (art. 272, C Civil).
Solidariedade passiva: obriga todos os devedores ao pagamento total da dívida, reforçando o vínculo, facilitando o adimplemento.
Principais efeitos da obrigação solidária:
direito individual de persecução; 
a morte de um dos devedores solidários não extingue a Solidariedade;
Principais efeitos da obrigação solidária:
direito individual de persecução;
a morte de um dos devedores solidários não extingue a Solidariedade;
todos os devedores respondem pelos juros de mora ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida (art. 280, C Civil);
tudo que disser respeito à própria obrigação pode ser alegado por qualquer devedor demandado (art. 281, C Civil).
Pagamento parcial: se o credor já recebeu parcialmente a dívida, não poderá exigir dos demais co-devedores a totalidade, mas apenas abater o que já recebeu (art. 277, C Civil).
Extinção da solidariedade:
desistência pelos credores;
falecimento de um dos co-credores, o seu crédito passará ao seu herdeiro sem aquela particularidade, salvo se obrigação indivisível;
morte de um dos co-devedores extingue a solidariedade para com seus herdeiros, mantendo-se quanto aos demais co-obrigados;
renúncia do credor, conforme art. 282 do , C Civil;
OBS.: Havendo rateio entre os co-devedores, para reembolso do devedor que solveu a obrigação, todos contribuirão, mesmo aqueles que tiveram a dívida remitida (art. 284, C Civil).
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1 Apostila Obrigacoes - Teoria Geral.doc
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DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES 
(art. 233/420 C Civil)
TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES
O Direito pode ser dividido em dois grandes ramos: 
Direitos não patrimoniais (que tratam dos direitos da personalidade, direito à vida, à liberdade, à honra etc.) ( Direito Pessoal é o direito do credor contra o devedor, tendo por objeto uma determinada prestação. Forma-se uma relação de crédito e débito entre as pessoas.
Direitos patrimoniais (que tratam dos direitos que envolvem valores econômicos) ( Direito Real é o poder – direto e imediato – do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. Cria um vínculo entre a pessoa e a coisa (direito de propriedade), e esse vínculo dá ao titular uma exclusividade em relação ao bem (erga omnes).
Outras diferenças entre os direitos pessoais e os direitos reais:
Quanto à formação
Direitos reais: têm origem na lei, não podem ser criados em um contrato entre duas pessoas, sendo, por esse motivo, limitados. Seguem o princípio do numerus clausus (número limitado).
Direitos pessoais: não resultam da lei, nascem de contratos entre pessoas. Além dos contratos nominados pela lei, é possível a criação de contratos inominados, pois, para existir um direito pessoal, basta que as partes sejam capazes e o objeto seja lícito. Segue o princípio do numerus apertus (número aberto.)
Quanto ao objeto
Direito das coisas: o objeto é sempre um bem corpóreo.
Direito pessoal: o objeto é a prestação. Sempre que duas pessoas celebram um contrato uma delas torna-se devedora
de uma obrigação em relação à credora.
Quanto aos sujeitos 
Direito pessoal: os sujeitos são o credor e o devedor (sujeito ativo e sujeito passivo).
Direitos reais: costuma-se dizer que o direito real somente possui o sujeito ativo porque esse é ligado à coisa (de um lado o titular e do outro lado a coisa). Nos direitos reais, em princípio, o sujeito passivo é indeterminado porque todas as pessoas do universo devem abster-se de molestar o titular (são direitos oponíveis erga omnes). No instante em que alguém viola o direito do titular, o sujeito passivo se define.
Quanto à prescrição
Ação que protege os direitos pessoais é chamada de ação pessoal e prescreve em 10 (dez) anos, a não ser que exista uma regra especial (exemplo: ações pessoais contra a Fazenda Pública prescrevem em 5 anos).
As ações reais também prescrevem em 10 anos, adotando o Código Civil uma única sistemática para ambas as ações.
Quanto à duração
Direitos pessoais: são transitórios, pois nascem, duram um certo tempo e se extinguem (pelo cumprimento, pela compensação, pela prescrição, pela novação etc.). 
Direitos reais: são perpétuos, significa dizer que não se extinguem pelo não uso, entretanto, extinguem-se pelas causas expressas em lei (por exemplo: desapropriação, usucapião em favor de terceiros, perecimento da coisa, renúncia etc.).
		DIFERENÇAS ENTRE DIREITOS REAIS E OBRIGAÇÕES – DIREITOS PESSOAIS
(Silvio de Salvo Venosa)
		DIREITOS REAIS
		DIREITOS OBRIGAÇÕES - PESSOAIS
		Direito real recai diretamente sobre a coisa
		Direito obrigacional tem em mira relações humanas, e a prestação, seu objeto, só pode ser exigida do devedor
		Direito real é atributivo, relativo ao seu titular
		Direito obrigacional é cooperativo, comporta um sujeito ativo, um sujeito passivo e a prestação, objeto da relação jurídica
		Direito real concede o gozo e a fruição de bens;
		Direito obrigacional concede direito a uma ou mais prestações efetuadas por uma pessoa;
		Direito real tem sentido de permanência;
		Direito obrigacional é de caráter essencialmente transitório;
		Direito real, como corolário de seu caráter absoluto, possui o chamado direito de seqüela;
		Direito obrigacional confere ao credor uma garantia geral do patrimônio do devedor;
		Direitos reais estão elencados num rol taxativo na lei civil;
		Direitos obrigacionais apresentam-se com um número indeterminado por serem infinitas e variadas as relações obrigacionais.
CONCEITO DE OBRIGAÇÃO: é o vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação. Se há um direito pessoal, é porque duas pessoas se obrigaram uma com a outra.
Definição: “é uma relação jurídica transitória de cunho pecuniário, unindo duas (ou mais) pessoas, devendo uma (o devedor) realizar uma prestação a outra (o credor)”. (Sílvio de Salvo Venosa)
Posição da obrigação no campo jurídico (Sílvio de Salvo Venosa):
obrigações negociais como relações de intercâmbio de bens entre as pessoas, e de prestação de serviços;
obrigações oriundas de responsabilidade civil em geral, ou em sentido estrito, na reparação dos danos que uma pessoa cause a outra;
o enriquecimento sem causa pelos benefícios indevidamente auferidos e sua devolução ao respectivo titular, gerando obrigações jurídicas.
Importância do Direito das Obrigações (Sílvio de Salvo Venosa):
projeção da autonomia privada no Direito; 
ordenação da atividade econômica do homem;
interferência do direito das obrigações nas relações de consumo, produção e distribuição de bens e serviços.
FONTES DAS OBRIGAÇÕES: 
Lei (fonte imediata) (exemplo: obrigação de prestar alimentos, obrigação do patrão responder pelo ato do empregado, obrigação do pai responder pelo ato do filho etc);
Vontade humana (fonte mediata) por meio dos contratos (obrigação de dar, fazer ou não fazer), das declarações unilaterais da vontade (promessa de recompensa e título ao portador) e dos atos ilícitos (obrigação de reparar o prejuízo causado a terceiro– ato ilícito civil, previsto na Parte Geral do Código Civil). 
OBS.: para a doutrina, a lei é a fonte imediata (direta) da obrigação (exemplo: a obrigação alimentar), e em outras vezes, a lei é a fonte mediata (indireta) da obrigação.
Fontes Mediatas - Fatos Jurídicos (lato sensu) 
Fato natural: ocorre sem intervenção da vontade humana;
Involuntários: conseqüência jurídica alheia a vontade do agente. ATO ILÍCITO: são as que se constituem através de uma ação ou omissão culposa ou dolosa do agente, causando dano à vítima. São diretas do comportamento humano infringente de um dever legal ou social.
“O direito nasce de um fato: (ex facto ius oritur). O nascedouro das obrigações são todos os atos que fazem brotar obrigações.” (Sílvio de Salvo Venosa):
Evolução da teoria das obrigações (Sílvio de Salvo Venosa):
força obrigatória dos contratos, inserida na codificação napoleônica;
influência da legislação francesa, inspirada no liberalismo;
necessidades modernas de produção inserindo o indivíduo numa disciplina coletiva.
Fontes das obrigações no Direito Romano (Sílvio de Salvo Venosa):
Institutas de Gaio: as obrigações nascem dos contratos e dos delitos;
Res Cotinianae de Gaio, acrescentou uma terceira categoria de fontes: várias outras causas de obrigações, os quase-contratos;
na época bizantina uma quarta fonte: os quase-delitos;
na obra justinianéia: as obrigações derivam ou do contrato ou do quase-contrato, ou do delito ou do quase-delito;
o Código francês, por influência de Pothier, acrescenta mais uma fonte à classificação quadripartida: a lei.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO
A obrigação decompõe-se, fundamentalmente, em três elementos: sujeitos, objeto e vínculo jurídico.
Sujeitos da relação obrigacional (Sílvio de Salvo Venosa):
Sujeito ativo (credor): aquele que tem, na relação obrigacional, interesse que a prestação seja cumprida;
Sujeito passivo (devedor): é a pessoa sobre a qual recai o dever de efetuar a prestação.
Objeto da relação obrigacional (Sílvio de Salvo Venosa):
prestação, o ponto material sobre o qual incide a obrigação;
atividade positiva ou negativa do devedor, fundamentalmente, dar, fazer ou não fazer algo que pode ocorrer por um ato, ou conjunto de atos, praticados pelo sujeito passivo.
ELEMENTO SUBJETIVO: é concernente aos sujeitos da obrigação. 
Credor (sujeito ativo); e,
Devedor (sujeito passivo). 
OBS.: Os sujeitos podem ser pessoas naturais ou jurídicas, devendo ser determinados ou, ao menos, determináveis. Não se considera, como capaz de gerar uma obrigação, um contrato em que os sujeitos sejam indeterminados.
ATENÇÃO: Pode haver contrato em que, em princípio, um dos sujeitos seja indeterminado, mas no qual existam elementos que permitam determinar o sujeito (exemplo: alguém coloca um anúncio prometendo recompensa para quem encontrar um cachorro; de imediato não se sabe quem é o credor da obrigação, mas a declaração traz elementos que podem determinar o sujeito ativo: quem encontrar o cachorro).
ELEMENTO OBJETIVO: é o objeto. O objeto da obrigação é sempre uma conduta humana que se chama prestação (dar, fazer ou não fazer). A prestação também tem o seu objeto, que se descobre com a pergunta: o quê? (alguém se obriga a fazer – fazer O QUÊ?)
Objeto imediato da obrigação é a prestação;
Objeto mediato da obrigação é aquele que se descobre com a pergunta o quê?.
Objeto da relação obrigacional (Sílvio de Salvo Venosa):
Prestação ( o ponto material sobre o qual incide a obrigação;
Atividade positiva ou negativa do devedor ( fundamentalmente, dar, fazer ou não fazer algo que pode ocorrer por um ato, ou conjunto de atos, praticados pelo sujeito passivo.
Patrimonialidade
da prestação (Sílvio de Salvo Venosa):
a obrigação deve conter uma prestação de conteúdo direta ou indiretamente patrimonial;
na coercibilidade da prestação residirá o caráter patrimonial do instituto, ainda que de forma indireta.
VÍNCULO JURÍDICO: é aquele que nasce das diversas fontes e que liga o credor ao devedor e vice-versa.
Vínculo jurídico da relação Obrigacional (Sílvio de Salvo Venosa):
divisam-se os dois elementos da obrigação: o débito (debitum, Schuld, em alemão) e a responsabilidade (obligatio, Haftung);
a garantia da obrigação, vista como o aspecto extrínseco do elemento vínculo.
OBRIGAÇÃO E RESPONSABILIDADE
Obrigação, quando cumprida, extingue-se. Não cumprida, gera a responsabilidade por perdas e danos (art. 389, C. Civil). A responsabilidade somente nasce quando não for cumprida a obrigação. Há, entretanto, dois casos de obrigação não cumprida e que não geram responsabilidade: 
Dívidas prescritas; e,
Dívidas de jogo (não podem ser cobradas).
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
Quanto ao objeto ( é sempre uma conduta humana – dar, fazer ou não fazer alguma coisa – e se chama prestação. Duas delas são positivas (dar e fazer) e uma é negativa (não fazer).
Quanto aos elementos constitutivos ( observa-se o número de sujeitos e o número de objetos. As obrigações, quanto aos elementos constitutivos, podem ser simples e compostas (complexas). 
Obrigação simples é aquela que tem um único sujeito ativo, um único sujeito passivo e um só objeto. 
Obrigação composta é aquela que tem mais de um sujeito ativo, ou mais de sujeito passivo e mais de um objeto. 
Obrigação composta pela multiplicidade de objetos: quando possui mais de um objeto, podem ser:
Cumulativas (também chamadas de conjuntivas): os vários objetos estão ligado pela conjunção e (exemplo: o devedor obriga-se a entregar ao credor um automóvel e um animal).; e,
Alternativas (também chamadas de disjuntivas): os vários objetos estão ligados pela disjuntiva ou (exemplo: o devedor obriga-se a entregar ao credor um automóvel ou um animal).
OBS.: Obrigação facultativa é alternativa apenas para o devedor, que tem a faculdade de entregar o objeto principal ou substituí-lo por outro. Se o objeto principal perecer sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação e o devedor não estará obrigado a entregar o segundo objeto, porque esse consistia apenas numa faculdade prevista pelo contrato. Para o credor, que só pode exigir o objeto principal, a obrigação continua sendo simples.
Obrigação composta pela multiplicidade de sujeitos (arts. 257/263, C Civil): quando possuir mais de um sujeito. Podem ser;
Divisíveis quando o objeto da prestação pode ser dividido entre os vários credores ou os vários devedores;
Indivisíveis quando o objeto da prestação não pode ser dividido entre os vários credores ou os vários devedores. 
OBS.: Quando o objeto é indivisível e um só dos devedores é encontrado– embora cada um deva cumprir sua quota-parte –, esse terá de cumprir integralmente a obrigação, tendo direito de regresso em face dos demais devedores. 
ATENÇÃO: o credor poderá cobrar a obrigação integral de um só dos devedores
Solidárias não se toma por base a divisibilidade ou não do objeto, devendo-se observar se existe alguma cláusula contratual ou um dispositivo de lei que disponha ser a obrigação solidária.
OBS.: Quando a obrigação é solidária, cada devedor responde sozinho pela dívida integral. O artigo 932 do C. Civil dispõe que os pais respondem pelo atos dos filhos menores; que o patrão responde pelos atos dos seus empregados; etc. A obrigação dessas pessoas é solidária (art. 942, C. Civil).
ATENÇÃO: o credor poderá cobrar a obrigação integral de um só dos devedores
OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL X OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA
		OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL
		OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA
		Embora um dos devedores possa ser obrigado a cumprir sozinho a obrigação integral, isso só ocorrerá porque o objeto é indivisível, pois na verdade cada devedor só deve sua quota-parte.
		Nesse caso, o devedor poderá ser obrigado a cumprir sozinho a obrigação integral, porque cada devedor responde pela dívida inteira.
		O credor pode exigir o cumprimento integral de qualquer dos
devedores, porque a natureza da prestação não permite o cumprimento fracionado.
		O credor pode exigir de qualquer devedor solidário o pagamento integral da prestação.
		Converte-se em perdas e danos se o objeto perecer por culpa dos devedores, passando a ser, portanto, divisível.
		Se a obrigação se converter em perdas e danos, continuará sendo solidária porque a solidariedade não depende da indivisibilidade ou não do objeto.
		Indivisibilidade resulta da natureza da prestação.
		A causa da solidariedade reside no próprio título, no vínculo jurídico.
		A obrigação indivisível se convertendo em perdas e danos, desaparece a primitiva indivisibilidade (art. 263, C Civil)).
		se a obrigação solidária se converter em perdas e danos, os atributos da solidariedade permanecem (art. 271, C Civil).
Outras modalidades de obrigações tratadas pela doutrina. 
Obrigações de meio: a obrigação é de meio quando o devedor não se responsabiliza pelo resultado e se obriga apenas a empregar todos os meios ao seu alcance para consegui-lo. Se não alcançar o resultado, mas for diligente nos meios, o devedor não será considerado inadimplente (exemplo: obrigações dos advogados, obrigações dos médicos).
Obrigação de resultado: a obrigação é de resultado quando o devedor se responsabiliza por esse. Se o resultado não for obtido, o devedor será considerado inadimplente (exemplo: médicos que fazem cirurgia plástica , trabalho de natureza estética; a não ser que seja para correção de doença).
Obrigações civis: aquelas cujo cumprimento pode ser exigido porque encontra amparo no direito positivo (a todo direito corresponde uma ação que o assegura). O ordenamento jurídico dá apoio ao credor.
Obrigações naturais: são as dívidas prescritas, dívidas de jogo e os juros não convencionados. Não podem ser cobradas em Juízo.
OBS.: as obrigações naturais: obrigações incompletas, imperfeitas, judicialmente inexigíveis, cujo cumprimento espontâneo será tido por válido e não poderá ser repetido (soluti retentio). (Sílvio de Salvo Venosa)
Obrigações de execução instantânea: as contraídas para serem cumpridas instantaneamente (exemplo: compra e venda à vista).
Obrigações de execução diferida: aquelas que devem ser cumpridas em momento futuro. É diferida porque transferida para data futura.
Obrigações de prestações sucessivas: são cumpridas em vários atos, como ocorre com as prestações periódicas.
Obrigações puras e simples: são aquelas sob as quais não pesa nenhum ônus (exemplo: doação).
Obrigações condicionais: aquelas cuja eficácia está subordinada a um evento futuro e incerto, geralmente aparecem com a partícula “se”.
Obrigações a termo: aquelas cuja eficácia está subordinada a um evento futuro e certo.
Obrigações com encargo: aquelas sob as quais pesa um determinado encargo. Verifica-se nas doações e nos testamentos, que são chamados atos de liberalidade.
Obrigações híbridas: as que constituem um misto de direito real e de direito pessoal (exemplo: obrigação propter rem, que recai sobre uma pessoa em razão de sua condição de titular de um determinado direito real).
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relatorio audiencia ASP.doc
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CEULP – ULBRA
Curso de Direito
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RELATÓRIO DE AUDIÊNCIAS
Nome do Aluno:__________________________________Turma:_________________
N.º do processo:__________________Vara:_______________Jurisdição:______________ 
Parte autora:_______________________________________________________________
Parte adversa:______________________________________________________________
Ação_____________________________________________________________________
Data da Audiência:____/____/_______Tipo______________________________________
​​​​​​​​​​​​​​​_________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
VISTO DO(A) MM. JUIZ(A):________________________________________________
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Av. Teotônio Segurado, Quadra 1.501, Palmas-TO
3 Apostila Obrigacoes transmissao das obrigacoes.doc
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DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES (arts. 286/303, C Civil)
A transmissibilidade das obrigações ocorre com: “Cessão do crédito pela substituição, por ato entre vivos, da figura do credor. A cessão de posição contratual pela transferência a um terceiro do contrato como um todo. O valor do contrato no comércio jurídico.” (Silvio de Salvo Venosa)
O conhecimento das formas civis de transmissão de obrigações extrapola o campo do Direito Civil, aplicável também no campo do contrato administrativo, naquilo que não impedirem as normas de direito público. O aspecto do crédito em si, como objeto do direito. (Silvio de Salvo Venosa)
CESSÃO DE CRÉDITO (arts. 286/298, C Civil)
Conceito: é um negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor de uma obrigação (cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), independentemente do consentimento do devedor (cedido), sua posição na relação obrigacional, com todos os acessórios e as garantias, salvo disposição em contrário, sem que se opere a extinção do vínculo obrigacional.
“O negócio jurídico pelo qual o credor transfere a um terceiro seu direito, seu crédito integral, tal como contraído.” (Silvio de Salvo Venosa)
Trata-se de um contrato em que o cedente transmite seu direito de crédito, no todo ou em parte, ao cessionário, que o adquire, assumindo sua titularidade.
O cedido (devedor) não intervém no negócio jurídico, pois sua anuência é dispensável. Basta que se lhe comunique a cessão, para que se saiba quem é o legítimo detentor do crédito para que se efetue o pagamento no momento oportuno. O cedente ou o cessionário notifica o cedido.
CARACTERÍSTICAS: (Silvio de Salvo Venosa)
os acessórios acompanham o crédito na cessão, salvo se as partes convencionem em contrário (art. 287 C Civil);
a cessão pode ocorrer a título gratuito ou oneroso; não há distinção na lei e os respectivos efeitos não se alteram;
prescinde-se, na cessão de crédito, do consentimento do devedor:
NATUREZA JURÍDICA:
contrato consensual, e, conforme a necessidade, obrigará o escrito particular ou a forma pública;
a peculiaridade de ser contrato em que os créditos estão incorporados ao documento, sua condição de transferência;
forma genérica de alienação que pode ocorrer de forma gratuita ou onerosa.
MODALIDADES/ESPÉCIES:
Gratuita ou onerosa: o cedente pode exigir ou não uma contraprestação do cessionário.
Total ou parcial: se total, o cedente transferirá todo o crédito; se parcial, o cedente poderá permanecer na relação obrigacional, caso retiver parte do crédito.
Convencional, legal ou judicial: a convencional é a que decorre da livre e espontânea declaração de vontade entre cedente e cessionário. A legal resulta da lei, independentemente de qualquer declaração de vontade, determinando, a mesma, a substituição do credor. Ex.: sub-rogações legais (artigo 346 do Código Civil). O sub-rogado adquire os direitos do credor primitivo. A judicial advém da sentença judicial. Exemplo: sentença condenatória que supre declaração de cessão por parte de quem era obrigado a fazê-la. “Cessão de crédito judicial, operada por força de decisão do juiz.” (Silvio de Salvo Venosa) 
“Pro soluto” e “pro solvendo”: 
Cessão pro soluto é aquela em que há quitação plena do débito do cedente para com o cessionário, operando-se a transferência do crédito, que inclui a exoneração do cedente. O cedente transfere o seu crédito com a intenção de extinguir imediatamente uma obrigação preexistente, liberando-se dela, independentemente do resgate da obrigação cedida. O cessionário corre o risco de insolvência do devedor (cedido), desde que o crédito exista e pertença ao cedente, considerando-se extinta a dívida antiga desde o instante da cessão. “Quando com a transferência o cedente deixa de ter qualquer responsabilidade pelo crédito, afora sua existência real” (Silvio de Salvo Venosa) 
Cessão pro solvendo é a transferência de um direito de crédito, feita com o intuito de extinguir uma obrigação, o que não acontecerá de imediato, mas apenas na medida em que o crédito cedido for definitivamente cobrado. “Quando o cedente continua responsável pelo pagamento do crédito, caso o cedido não o faça”. (Silvio de Salvo Venosa) 
REQUISITOS DA CESSÃO DE CRÉDITO: Capacidade e legitimação (art. 104, C. Civil)
possibilidade jurídica para a transmissão do crédito;
é nula a cessão de um crédito que contrarie as exceções legais; 
não havendo estipulação em contrário, a cessão abrange os acessórios;
a cessão requer plena capacidade do cedente e poderes específicos no caso de representação;
questões de legitimação na cessão a serem observadas.
Capacidade das partes: a cessão exige tanto a capacidade genérica como a capacidade especial do cedente e do cessionário. O cedente precisa ter poder de disposição. 
OBS.: - Se o cedente for incapaz, necessita de prévia autorização judicial (art. 1.691, C. Civil). 
- A cessão por procuração exige instrumentos especiais. 
- Tratando-se de cessão de direito real é necessária a anuência expressa do outro cônjuge. 
- O cessionário também deverá ter o poder de tomar o lugar do cedente, pois estará adquirindo direito creditício. Exemplo: o tutor não poderá, de nenhuma forma, constituir-se cessionário de crédito do pupilo (art. 1.749, C. Civil).
Objeto da cessão: qualquer crédito pode ser cedido (art. 286, C. Civil). 
Exceções: São insuscetíveis de cessão:
direitos personalíssimos. Ex.: créditos alimentícios, salários;
direitos que a lei determina com insuscetíveis de cessão. Ex.: herança de pessoa viva (art. 426, C. Civil), direitos convencionados com o devedor, etc.
Forma da cessão: o sistema legal não exige forma específica para a cessão de crédito. A cessão é um negócio não solene, podendo ser aperfeiçoado com a simples declaração de vontade do cedente e do cessionário. Para surtir efeitos em relação a terceiros, de acordo com o artigo 288 do Código Civil, a mesma deve ser celebrada por instrumento público ou particular. Se efetuada por instrumento particular, deverá ser subscrita por duas testemunhas e transcrita no registro competente (arts. 127 e seguintes da Lei de Registros Públicos nº 6.015/1973).
EFEITOS JURÍDICOS
O crédito é transferido com todos os direitos
e obrigações, virtudes e defeitos.
Entre as partes contratantes (cedente e cessionário): o cedente assume uma obrigação de garantia, responsabilizando-se perante o cessionário pela existência do débito ao tempo da cessão.
O cedente responde:
caso o crédito não exista no momento da cessão, o negócio será nulo por falta de objeto; 
quando o cedente não for o titular do crédito;
quando houver vício no crédito; 
quando o crédito for incessível.
São obrigações do cedente:
prestar as informações solicitadas pelo cessionário;
entregar os documentos para que o cessionário possa realizar o crédito.
O principal efeito da cessão é transmitir para o cessionário a titularidade da relação jurídica. Com o óbito do cedente, o cessionário poderá prosseguir na causa, juntando aos autos seu respectivo título e provando sua identidade (art. 404, C. Civil). O cessionário terá direito de promover a execução ou nela prosseguir (inciso II, art. 567, CPC). “O cessionário recebe o crédito, tal como se encontra, substituindo o cedente na relação obrigacional.” (Silvio de Salvo Venosa) 
OBSERVAÇÕES: 
- Na cessão gratuita de crédito, o cedente só responde pela solvência do devedor se assim o fizer expressamente (art. 296 C Civil).
- O risco da solvência do cedido corre por conta do cessionário, sua responsabilidade está limitada àquilo que efetivamente foi por ele recebido, os juros e despesas da cessão (art. 297 C Civil).;
– Crédito penhorado não pode mais ser cedido, mas se o devedor não tiver tomado conhecimento da penhora, pagará validamente ao cessionário (art. 298 C Civil).
Em relação ao devedor:
Antes da notificação: o devedor poderá pagar válida e legitimamente ao credor originário como se não tivesse havido cessão. Aliás, até a notificação, o cessionário só pode acionar o cedente (art. 292, C. Civil);
Após a notificação: a cessão passa a vincular o devedor ao cessionário, de tal forma que deverá pagar o débito a ele. Se, por ventura, mais de uma cessão for notificada, pagará ao cessionário que lhe apresentar o título da cessão da obrigação cedida (art. 292, C. Civil).
OBS.: Caso nenhum cessionário apresente o título da dívida, o devedor deverá consignar em juízo para obter a exoneração. O devedor poderá opor as exceções tanto ao cessionário quanto ao cedente. Se a obrigação for passível de anulação por vício, o devedor poderá argüir tal exceção contra o cedente e contra o cessionário.
RESPONSABILIDADE: Cabe ao cedido pagar a dívida, ao cedente a responsabilidade pela existência do crédito ao tempo de cessão, se esta se operou a título oneroso (art. 295 C Civil);
POSIÇÃO DO DEVEDOR:
o devedor cedido não é parte no negócio da cessão, devendo apenas tomar conhecimento do ato para efetuar o pagamento;
na ocorrência de várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título cedido (art. 291 C Civil);
pode o devedor opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente (art. 294 C Civil).
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA (CESSÃO DE DÉBITO)
(arts. 299/303, C Civil)
Conceito: é um negócio jurídico pelo qual um terceiro assume dívida de determinado(s) devedor(es), ou seja, o(s) devedor(es) transfere(m) para outra(s) pessoa(s) a sua posição na relação jurídica, deixando de ser(em) devedor(es), exonerando-se do débito, o repassando o débito para novo(s) sujeito(s) passivo(s), com anuência do credor. 
“A assunção de dívida (denominada cessão de débito por alguns) não pode ocorrer sem a concordância do credor.” (Silvio de Salvo Venosa) 
ATENÇÃO: O(s) terceiro(s) que assumir(em) a dívida não pode ser(em) insolvente(s), no ato de assunção do débito. (art. 299 C Civil)
OBS.: Na assunção de dívida exige-se a anuência do credor, o que não ocorre na cessão de crédito, que basta a notificação do devedor. 
CARACTERÍSTICAS:
natureza contratual, negócio bilateral, quer se faça somente entre credor e terceiro, quer se faça com a intervenção expressa do devedor primitivo;
se o negócio exigir forma especial, assim deverá ser feito, caso contrário a forma é livre.
PRAZO DA ANUÊNCIA DO CREDOR: notificado o credor, e não impugnar a transferência do débito, entender-se-á como RECUSA, o legislador afastou a aceitação tácita. (parágrafo único do art. 299, C. Civil)
ESPÉCIES DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: (Carlos Roberto Gonçalves)
Delegação: mediante acordo entre terceiro e o devedor, com a concordância do credor. (O C. Civil Brasileiro trata somente desta espécie visto que exige o consentimento expresso do credor).
Expromissão: mediante contrato entre o terceiro e o credor, sem participação ou anuência do devedor;
EFEITOS DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: 
Substituição do devedor primitivo por um novo sujeito passivo. A relação obrigacional permanece.
O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que tinha o devedor originário (art. 302, C. Civil), ou seja, as exceções oponíveis pelo primitivo devedor transferem-se ao assuntor, salvo as exceções pessoais.
Extinção das garantias especiais dadas pelo devedor primitivo. (art. 300, C. Civil), ou seja, não se restauram as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação (art. 301); 
ANULAÇÃO DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA (art. 301, C. Civil): Se a substituição do devedor vier a ser anulada:
restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
PRAZO DA ANUÊNCIA DO CREDOR NO CASO DE HIPOTECA: (art.303, C. Civil) notificado o credor se em 30 (trinta) dias, não impugnar a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.
CESSÃO DE POSIÇÃO CONTRATUAL (CESSÃO DE CONTRATO)
A cessão de posição contratual entra para o campo dos contratos atípicos e situa-se no direito dispositivo das partes (art. 425 C Civil).
A aplicação da cessão de posição contratual nos contratos de cessão de locação, residencial e não residencial, nos contratos de duração, fornecimento, empreitada e financiamento, entre outros.
Conceito: a cessão de posição contratual é negócio jurídico em que uma das partes (cedente), com o consentimento do outro contratante (cedido), transfere sua posição no contrato a um terceiro (cessionário); o contrato cuja posição é cedida é o contrato-base. (Silvio de Salvo Venosa) 
Ao transferir uma posição contratual, há um complexo de relações que se transfere: débitos, créditos, acessórios, prestações em favor de terceiros, deveres de abstenção etc. Na transferência da posição contratual, portanto, há cessões de crédito (ou podem haver) e assunções de dívida, não como parte fulcral no negócio, mas como elemento integrante do próprio negócio. (Silvio de Salvo Venosa)
“Chama-se cessão de contrato, ou cessão de situações contratuais ou de posição contratual, aquela em que há a transferência da inteira posição ativa e passiva do conjunto de direitos e de obrigações de que é titular uma pessoa, decorrentes de um contrato bilateral celebrado, mas de execução ainda não concluída.” (Caio Mário da Silva Pereira) 
CARACTERÍSTICAS:
A posição de parte em um contrato de execução continuada ou diferida com um valor de mercado.
Ocorre a transferência da posição contratual como um plus em relação ao próprio objeto do contrato, um valor agregado.
O conjunto de relações jurídicas que não se esgotam unicamente em créditos e débitos existentes no contrato.
Para o instituto há necessariamente o concurso de três vontades, salvo exceções expressamente autorizadas no contrato ou na lei.
A cessão da posição contratual torna possível a circulação do contrato em sua inteireza complexa.
O contrato, como objeto do tráfico jurídico, não prescinde do consentimento do cedido.
Trata-se da doutrina
unitária acerca da cessão de contrato, em oposição à teoria atomística, que fragmenta, por sua vez, a análise científica da cessão do contrato, para considerar que o instituto seria um grupo de várias cessões (de crédito e de débito), conjugadas, sem autonomia jurídica. (Pablo Stolze Gagliano/Rodolfo Pamplona Filho apud Caio Mário da Silva Pereira) 
OBS.: Certos contratos não comportam cessão devido à natureza personalíssima de determinado direito ou de certa obrigação, ou de ambos. Ex.: Contrato de uma editora com um famoso escritor para escrever um obra a ser publicada. (Caio Mário da Silva Pereira) 
Natureza jurídica: uma posição jurídica global é transferida: complexo de direitos, de deveres, débitos, créditos etc.
Figuras afins: 
Ocorre muita proximidade da cessão de posição contratual com a sub-rogação legal no contrato. 
A cessão de crédito e sua disciplina jurídica são importantes para a interpretação de uma transferência de posição contratual.
Aplicação do Instituto:
precípua atuação do instituto nas relações a prazo, duradouras;
a possibilidade de cessão nos contratos bilaterais imperfeitos, como o mandato;
até o exaurimento do contrato restará a possibilidade de cessão da posição contratual.
Modos de formação:
a concordância do terceiro-cedido para a formação da cessão de posição contratual;
aquiescência contemporânea ou posterior do cedido;
o contrato-base transferível;
as relações jurídicas oriundas da transferência do complexo contratual variadas conforme haja a exoneração do cedente ou não.
Requisitos: (Pablo Stolze Gagliano/Rodolfo Pamplona Filho)
a celebração de um negócio jurídico entre um dos contratantes (cedente) e o terceiro (cessionário);
a integralidade da cessão (cessão global);
a anuência expressa da outra parte contratante (cedido), como regra.
 
Objeto da Cessão de contrato: envolve necessariamente, a idéia de contrato bilateral, congregando direitos e obrigações recíprocos dos contratantes.
Exemplos: (Pablo Stolze Gagliano/Rodolfo Pamplona Filho)
o locatário, com opção de compra do bem locado, transfere a inteira posição contratual ao seu sucessor que, por sua vez, não somente adquire o direito de prosseguir na qualidade de locatário, como também passa a desfrutar a prerrogativa de adquirir o bem, nos termos da opção;
o promitente comprador de terreno loteado transfere sua posição a terceiro no compromisso de compra e venda do terreno loteado, sem anuência do promitente vendedor;
a pessoa que pode, tendo contratado a empreita de obras, com a anuência do outro contratante, transferi-lo a outrem que obtém, assumindo a obrigação de realizar a obra, o direito de receber o preço.
Efeitos: o conteúdo do próprio contrato da cessão de posição contratual, que ocorre na forma de um trato trilateral, como as conseqüências jurídicas que desencadeia entre os participantes.
“A cessão de contratos pode produzir certas conseqüências jurídicas. Essas podem ser caracterizadas pela: Transferência do crédito e do débito de um dos contraentes a um terceiro, esse terceiro entra na relação assumindo o lugar do antigo na relação obrigacional; Subsistência da obrigação, substância da relação não será afetada; Liberação do cedente do liame contratual, havendo consentimento expresso do credor.” (Maria Helena Diniz)
Efeitos entre cedente e cessionário:
a responsabilidade do cedente, na cessão de posição contratual, pela existência do contrato, por sua validade e pela posição que está cedendo;
indenização por perdas e danos com ressarcimento da quantia acordada para a transferência da posição contratual, na inexistência da posição contratual contratada pelo cessionário.
Efeitos entre cedente e cedido:
no negócio trilateral podem as partes estipular que há uma cessão de posição contratual, mas que o cedido pode agir contra o cedente em caso de inadimplemento do cessionário;
a cessão da posição contratual quando o cedente não se desonera completamente do adimplemento contratual.
Efeitos entre cessionário e cedido:
cessionário e cedido como partes no contrato-base;
o contrato cedido em trânsito só transfere relações jurídicas ainda existentes.
4 Apostila Obrigacoes Adimplemento e extincao.doc
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DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES 
(Apontamentos das obras de Silvio de Salvo Venosa e Pablo Stolze)
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES (arts. 304/388, C Civil)
PAGAMENTO
Conceito ( em sentido amplo Pagamento, ou execução é o mesmo que implemento, adimplemento, prestação, resolução e solução.
“Pagamento significa cumprimento ou adimplemento voluntário da prestação.” (Pablo Stolze)
Pode ser definido como a prestação daquilo a que o sujeito se obrigou. Muitos consideram a execução um efeito da obrigação, porém execução é o pagamento, o adimplemento da obrigação.
O pagamento põe termo à relação jurídica. É uma forma de extinção das obrigações e dos contratos, pelo seu cumprimento.
Com o pagamento, alcança-se o objeto, e a relação jurídica entre devedor e credor se extingue, liberando a ambos.
Modo direto de pagamento:
Novação;
Compensação
Modo indireto de pagamento:
Confusão;
Remissão
Modo forçado de pagamento: Transação
PAGAMENTO PURO E SIMPLES 
Extinção Normal das Obrigações/Execução voluntária da obrigação
Conceito ( Como já vimos, pagamento é o mesmo que execução e adimplemento. O pagamento puro e simples é aquele em que não há modificação relevante fundada em lei, não há alteração da substância do vínculo. É a solutio. Isso porque aquele que deve tem que pagar.
“Extinção Normal das Obrigações: o pagamento como meio normal ou ordinário de extinção das obrigações. O sentido estritamente técnico do termo pagamento nos arts. 304 ss (arts. 930 ss) do Código, a solutio, forma de cumprimento da obrigação.” (Sílvio de Salvo Venosa)
Natureza jurídica do pagamento: “É um fato jurídico. A doutrina não se entende, pois alguns falam que dentro da noção de fato é um ato jurídico em sentido estrito e outros dizem ser ato negocial.” (Pablo Stolze)
OBS.: para o doutrinador Pablo Stolze o pagamento tem uma natureza negocial. Asseverando que uma das vantagens em se reconhecer a natureza negocial do pagamento é a possibilidade de se aplicar a ele os defeitos do ato negocial, a exemplo, do ato por erro.
Para Sílvio de Salvo Venosa:
a natureza ordinária do pagamento, podendo constituir-se na transferência de um numerário, na entrega de uma coisa, na elaboração de uma obra, na apresentação de uma atividade e até mesmo numa abstenção.
a realização real da prestação vista em cada caso concreto;
ato unilateral do solvens nas obrigações negativas;
o pagamento será sempre um fato jurídico, que é gênero do ato e do negócio jurídico.
O doutrinador Silvio Rodrigues entende que pagamento é espécie do gênero adimplemento. O vocábulo adimplemento abrange todos os modos, diretos ou indiretos, de extinção da obrigação, pela satisfação do credor. Inclui, por conseguinte, a novação, a compensação etc. Já o termo pagamento fica reservado para significar o desempenho voluntário da prestação, por parte do devedor.
Teoria do adimplemento substancial (Pablo Stolze)
Segundo esta teoria, que tem sido aplicada inclusive para alienação fiduciária (RESP 469577/SC) também de possível aplicação ao contrato de seguro, em respeito aos princípios da boa-fé objetiva e da equivalência material (que traduz o necessário equilíbrio entre as prestações) não se reputa justo resolver um contrato quando o devedor posto, não haja cumprido a prestação de forma perfeita, substancialmente a realizou.
No pagamento voluntário deve se observar as Condições / Requisitos
do Pagamento:
Condições Subjetivas ( Quem deve pagar e a quem deve pagar.
Condições Objetivas ( O objeto do pagamento, a prova do pagamento, o lugar do pagamento e o tempo do pagamento.
QUEM DEVE PAGAR (solvens) (arts. 304/307 C Civil)
Sujeito ativo: é aquele que deve pagar (solvens), é aquele que deve efetuar o pagamento. O devedor que tem o principal interesse e a própria obrigação de pagar, cabendo ao credor a obrigação de quitar.
OBS.: Caso a obrigação seja personalíssima, somente o obrigado pode efetuar o pagamento; não sendo, qualquer um pode pagar, até os herdeiros.
Para Sílvio de Salvo Venosa, quem deve pagar:
o direito de pagar do devedor na forma avençada;
o ato material de pagar feito pelo núncio ou representante;
o dever do credor de aceitar o pagamento feito por terceiros, salvo se obrigação personalíssima (art. 304);
pagamento feito pelo terceiro, interessado ou não interessado (arts. 304 e 305);
o direito do terceiro interessado de sub-rogar-se em todos os direitos do crédito (art. 346);
o reembolso singelo do terceiro não interessado;
oposição do devedor ao pagamento por justo motivo, disposta no art. 306;
o montante do pagamento que tenha sido útil para o devedor deve ser reembolsado, sob pena de injusto enriquecimento;
no pagamento que importe em transmissão de domínio devem estar presentes todos os requisitos do negócio jurídico (art. 307).
Quem deve pagar = o devedor, o representante dele, o terceiro (interessado ou não).
OBSERVAÇÕES: (arts. 304 e 305 C Civil)
Pagamento por qualquer pessoa: a dívida pode ser paga por qualquer pessoa, tenha ou não ela legítimo interesse.
Irrelevância da vontade do credor: o pagamento pode ser feito mesmo contra a vontade do credor– basta que o terceiro se utilize dos meios próprios para tal (Ex.: Consignação em Pagamento).
Terceiro interessado: é imperiosa a distinção entre o terceiro interessado e o não interessado. O terceiro interessado sub-roga-se nos direitos do credor.
Terceiro não interessado: se o terceiro não é interessado, não se sub-roga. Se o credor era hipotecário, o terceiro tem o direito de reembolsar-se, porém sem os privilégios da hipoteca. O terceiro não interessado pode pagar a dívida em seu próprio nome ou em nome do devedor. O terceiro que paga a dívida em nome do devedor pratica essa liberalidade (exemplo: amigo, amante, parente). É a regra do artigo 305 do Código Civil. Não há direito ao reembolso.
Pagamento em nome do devedor: mesmo o terceiro não interessado se sub-roga nos direitos do credor ao pagá-lo, não em seu próprio nome, mas em nome e por conta do devedor (arts. 304, parágrafo único, e 305). O terceiro que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito ao reembolso, mas não se sub-roga nos direitos do credor (art. 305 C Civil). Aqui não há só liberalidade. O pagamento não pode nem deve gerar o enriquecimento sem causa.
Na realidade, pouco importa para o credor quem faça o pagamento, desde que o faça corretamente. Para o credor, o importante é receber o que lhe é devido, isto é, o seu crédito. O devedor também só tem vantagens, pois vê a dívida retratada, já que sua obrigação em nada se agrava, só atenua. Do ponto de vista social, o cumprimento da obrigação também só traz vantagem, já que a ação judicial é um elemento de intranqüilidade social.
Se o terceiro não interessado paga a dívida em seu próprio nome, com fundamento no artigo 304, tem direito ao reembolso, porém sem qualquer sub-rogação nos direitos do credor. Não há animus donandi. Quis apenas ajudar o devedor.
O credor não pode recusar o pagamento efetuado pelo terceiro não interessado, desde que seja feito em nome do devedor. Esse terceiro não interessado é aquele que não tem vínculo com o contrato.
O cumprimento da obrigação, por qualquer um, é elemento de paz social, de forma que é sempre estimulado pelo Direito.
O artigo 305 do Código Civil diz que o solvens não se beneficia com a sub-rogação porque, quando paga ao credor, desaparece a relação jurídica originária e surge outra, sem relação direta com a anterior.
No pagamento com sub-rogação, a relação jurídica originária não se extingue, subsistindo o vínculo obrigacional entre o devedor e a pessoa que sub-roga, já que o sub-rogado assume o lugar do credor, satisfeito na obrigação.
OBS.: O devedor poderá se opor ao pagamento feito por terceiro, nos termos do art. 306, do C Civil: “O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.”
Argumentos que o devedor pode utilizar para se opor ao pagamento, entre outros:
notifica o terceiro dizendo que a dívida já foi paga;
alegar a prescrição.
O devedor pode, em tese, se opor ao pagamento de terceiro em função dos direitos da personalidade, alegando tutela dos seus direitos da personalidade. Exemplo: comerciante, concorrente do devedor, descobre que ele está devendo no mercado, com o objetivo de enxovalhar a imagem dele o concorrente quer pagar. Então, a tutela dos direitos da personalidade é uma possibilidade de oposição ao pagamento. O devedor vai ter que provar que tem meios para pagar (ilidir) a dívida.
A QUEM SE DEVE PAGAR (accipiens) (arts. 308/312 C Civil)
Sujeito Passivo: é aquele a quem se deve pagar (accipiens), ou que deve receber. Para Beviláqua, o credor é também o sucessor causa mortis ou inter vivos, a título particular ou singular.
“A regra geral que o pagamento deve ser feito ao credor e as situações em que esteja inibido de receber (art. 308); a autorização singela para receber, fornecida e concedida pelo credor, equivale à situação do representante mencionado na lei (art. 311).” (Sílvio de Salvo Venosa)
O princípio está no artigo 308, quando esse dispõe que o pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer se ratificado pelo credor ou se reverter em proveito dele.
“É uma forma de conservar a segurança das relações jurídicas.” (Nelson Nery).
Caso não haja, portanto, pagamento corretamente feito ao credor ou seu representante, compete ao devedor provar que houve ratificação ou que houve reversão em proveito do credor.
Aplica-se o velho brocardo de que “quem paga mal, paga duas vezes.”
Nem sempre, portanto, a regra geral de que o pagamento deve ser efetuado ao credor é válida. O pagamento, às vezes, efetuado ao credor não é válido (Ex: pagamento ao menor que não pode quitar).
O pagamento efetuado para terceiro, às vezes, quita. (Ex.: credor ratifica pagamento ao credor incapaz). Caso seja feito o pagamento a um terceiro, para que tenha eficácia, o credor deverá ratificá-lo ou, não o ratificando, poderá o devedor provar que o pagamento reverteu em proveito do credor.
OBS.: Credor putativo: a mera aparência de credor ou de pessoa autorizada a receber o pagamento (art. 309).
Com o pagamento da obrigação, compete ao credor a quitação.
Quitação: A quitação é a prova de que a obrigação se extinguiu, total ou parcialmente, pelo seu adimplemento.
Representante do credor: O pagamento pode ser feito ao representante do credor.
Legal ( designado por lei (pais, tutores, curadores)
Judicial ( nomeado pelo juiz (depositário judicial)
Convencional ( oriundo de contrato (procuradores)
OBS.: O pagamento em qualquer dos casos é válido, desde que o representante tenha poderes para representar. O portador da quitação é mandatário do credor (art. 311 C Civil). Há presunção juris tantum de mandato. Isso porque haveria uma negligência se o credor permitisse que o terceiro, contra sua vontade, trouxesse consigo a quitação do crédito de que é titular. A presunção não é irrefragável e pode ser elidida por prova em contrário (exemplo: se o mandatário parecer vadio, a presunção será elidida).
Validade do pagamento a terceiro desqualificado:
Credor ratificado:
é um gestor de negócios com eficácia ex tunc, isto é, reatroage até a realização do negócio e produz todos os efeitos do mandato (art. 308 C Civil).
Pagamento aproveita ao credor: mesmo sem a ratificação por parte do credor ou do portador de mandato, caso o pagamento aproveite ao credor, ocorre a extinção da obrigação pela quitação, para evitar o enriquecimento indevido. É de quem paga o ônus de provar o benefício. Exemplo: homem paga ao filho em vez de pagar à mulher, mas o numerário é usado na escola. (art. 308 C Civil).
Pagamento ao credor putativo: o credor putativo é aquele que não é, mas se apresenta, aos olhos de todos, como o verdadeiro credor. Exemplo: Herdeiro aparente. É o caso do herdeiro afastado posteriormente da herança, por indignidade.
Pagamento feito ao inibido de receber:
valerá o pagamento, se o que paga não tinha conhecimento dessa incapacidade;
a situação de ineficácia do pagamento do art. 312 C Civil;
o devedor falido como inibido de receber e quitar.
OBS.: No caso do mútuo de dinheiro, nos termos do art. 592, II, CC, não se estipulando o vencimento, o prazo do pagamento é de 30 dias. O credor não pode exigir o pagamento imediato em mútuo de dinheiro.
OBJETO E PROVA DO PAGAMENTO: (art. 313/316 C Civil)
Objeto de Pagamento: é o vínculo obrigacional que justifica o pagamento (dar, fazer ou não fazer).
Para Sílvio de Salvo Venosa, objeto de pagamento:
pagamento, compreendendo como objeto, aquilo que foi acordado;
a aplicação da teoria da imprevisão pelo juiz, a pedido da parte, no art. 317;
o art. 318 do Código dispondo sobre a proibição das convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira;
a convenção pelas partes do aumento progressivo nas prestações sucessivas, autorizado pela lei no art. 316.
O Brasil adotou o princípio do nominalismo em seu Código Civil, segundo o qual, nas obrigações em dinheiro, o devedor se libera pagando em moeda corrente em lugar do cumprimento da prestação, conforme preceitua o artigo 315 do Código Civil combinado com o artigo 586 do mesmo diploma legal.
Porém, o artigo 316 determinou que as partes podem convencionar aumento progressivo de prestações sucessivas. 
O artigo 317 disciplina a teoria da imprevisão autorizando o juiz a corrigir distorções em relações jurídicas de trato sucessivo.
Princípio do nominalismo ( o devedor tem o direito de se liberar da obrigação, pagando a mesma quantidade de moeda recebida. O legislador parte de uma ficção, na qual a moeda constitui um valor fixo, imutável, e as outras coisas aumentam e diminuem de valor.
O devedor de uma importância em dinheiro se libera pagando o valor nominal da moeda corrente no lugar do cumprimento de uma obrigação. Independentemente da alteração do valor intrínseco da moeda, portanto, o devedor de uma importância em dinheiro se libera da dívida oferecendo a quantidade de moeda inscrita no título da dívida. 
OBS.: O caráter inflacionário torna imperiosa a adoção da correção monetária, para evitar o enriquecimento indevido de uma parte em relação a outra.
A cláusula de escala móvel ( A cláusula de escala móvel é aquela que traz uma variação na prestação do devedor, segundo os índices de custo de vida ou segundo os preços de determinadas mercadorias. Para fugir do efeito inflacionário, o credor estipula o pagamento em moeda, em valor que corresponda ao de determinadas mercadorias – tais como cesta básica –, gêneros que são sensíveis à desvalorização da moeda. Outro fator de indexação utilizado é o salário mínimo, muito embora ele seja descaracterizado como fator de correção monetária pela Lei nº 6.205/1975 que, ao lado de proibir o reajustamento clausular com base no salário mínimo (artigo 1.º), autorizou a aplicação da ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional). A Lei nº 6.423/1977 proibiu a estipulação em qualquer escala móvel que não fosse a ORTN. Com a criação do Plano Cruzado (Decreto - Lei nº 2.284/1986) ficou proibida, sob pena de nulidade, cláusula de reajuste monetário nos contratos inferiores a um ano. Com o Cruzado Novo (Lei nº 7.730/1989) houve o congelamento de preços, de forma que não havia mais correção monetária no sistema e só os contratos com prazo superior a 90 dias poderiam sofrer reajuste. A Medida Provisória nº 57/1989 e a Lei nº 7.777/89 fixaram o BTN, até mesmo o BTN Fiscal.
Há divergência doutrinária quanto à conveniência da utilização da escala móvel. Para o doutrinador Sílvio Rodrigues a cláusula de escala móvel gera inflação, enquanto Caio Mário da Silva Pereira e Arnold Wald defendem o instituto. Não há nada na lei brasileira que invalide a cláusula de escala móvel, de maneira que a mesma é lícita, segundo a opinião do Professor Villaça.
Este princípio é amplamente flexibilizado por mecanismos de correção monetária, a exemplo do IGPM, do INPC, etc. Com isso, tenta-se evitar a depreciação do poder aquisitivo da moeda.
Correção monetária é atualização, não é plus. Juros = plus. O juro aumenta a base, significa acréscimo.
OBS.: A correção monetária foi consagrada no Brasil pela famosa Lei nº 6.899/81 que estabeleceu a sua incidência nos débitos decorrentes de decisão judicial.
Tabela price ( Também chamada de sistema francês de amortização. Criada por Richard Price. 
Por meio desse sistema, incorporam-se juros a um débito de empréstimo ou financiamento, permanecendo, todavia, o mesmo valor da prestação mensal.
O STJ em inúmeros julgados, a exemplo do AgRg no Ag 1.118.850/MG, julgado em março de 2009, reafirmou a posição segundo a qual a ilegalidade ou não da tabela price é questão de matemática financeira a ser resolvida no caso concreto. A existência ou não de capitalização de juros no sistema de amortização conhecido como Tabela Price, constitui questão de fato, a ser solucionada a partir da interpretação das cláusulas contratuais e/ou provas documentais e periciais, quando pertinentes ao caso.
Salário mínimo ( A Constituição Federal (art. 7°, VI) veda a vinculação do salário mínimo para qualquer fim. O art. 1.710 do Código Civil, também proíbe a vinculação do salário mínimo para o cálculo da atualização de pensão alimentícia.
OBS.: Essa norma caiu em dessuetudo (desuso), os juízes continuam vinculando a pensão ao salário mínimo. O próprio Supremo Tribunal Federal – STF, tem admitido a vinculação (RE 170.203 STF).
“O salário mínimo é o critério socialmente mais seguro para o cidadão brasileiro” (Pablo Stolze).
Prova do pagamento: A quitação é prova do pagamento (art. 319 C Civil).
Com o pagamento da obrigação, compete ao credor a quitação.
Para Sílvio de Salvo Venosa, prova de pagamento:
a demonstração material, palpável de um fato, ato ou negócio jurídico, a manifestação externa de um acontecimento, uma evidência deste;
o direito de quem paga de se munir de prova desse pagamento, da quitação (art. 319);
os requisitos da quitação no atual art. 320;
em juízo não se aceitará prova exclusivamente testemunhal para provar o pagamento, se o valor exceder ao teto legal (art. 227, C Civil; e 401 e 402, do CPC);
quando o título representa a obrigação (art. 324);
o prazo decadencial para o credor provar a falta do pagamento no art. 324 do vigente Código;
despesas com o pagamento e a quitação correm por conta do devedor, salvo estipulação em contrário (art. 325).
Quitação: A quitação é a prova de que a obrigação se extinguiu, total ou parcialmente, pelo seu adimplemento. A quitação consiste em um escrito, no qual o credor reconhece o recebimento do que fora estipulado e libera o devedor até o montante que foi pago. A quitação geral libera o devedor do vínculo geral que o prendia ao credor.
O recibo é o documento da quitação, ele concretiza materialmente a quitação.
OBS.: O credor incapaz não pode praticar ato jurídico sem estar representado ou assistido, de forma que não pode, de per si, quitar. 
O artigo 310 do Código Civil

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