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Manaus
Coari
Urucu
 
ÍNDICE 
 
 
I.1 - Do Proponente.................................................................................................................................. 01 
I.1.1 - Razão Social.................................................................................................................................. 01 
I.1.2 - Inscrição Estadual...........................................................................................................................01 
I.1.3 - Inscrição na Receita Federal...........................................................................................................01 
I.1.4 - Endereço Completo........................................................................................................................01 
I.1.5 - Histórico do Proponente.................................................................................................................01 
I.2 - Da Instituição Consultora..................................................................................................................02 
I.2.1 - Razão Social...................................................................................................................................02 
I.2.2 - Cadastro de Pessoas Jurídicas – CNPJ...........................................................................................02 
I.2.3 - Endereço Completo........................................................................................................................02 
I.3 - Do Empreendimento..........................................................................................................................02 
I.3.1 - Descrição Técnica do Empreendimento.........................................................................................02 
I.3.2 - Justificativa do Empreendimento...................................................................................................09 
II - Área de Influência...............................................................................................................................37 
III - Síntese dos Diagnósticos..................................................................................................... 41 
 
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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL 
 
I.1 – Do Proponente 
 
I.1.1 - Razão Social 
 Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS 
 
I.1.2 - Inscrição Estadual 
 04.139.949-8 
 
I.1.3 - Inscrição na Receita Federal 
 CNPJ: 33.000.167/1131-43 
 
I.1.4 -- Endereço Completo 
 Endereço: Rua Recife n0 416 – 50 andar, Adrianópolis 
 Manaus – AM, CEP 69057-001 
 Telefone: (0xx) 92- 627 6025 Fax: (0xx) 92- 627 6163. 
 
I.1.5 -- Histórico do Proponente 
 
A Petróleo Brasileiro S.A. PETROBRAS, empresa brasileira de capital aberto, com 50 
anos de atuação em todos os segmentos da indústria do petróleo, é responsável pelo fornecimento 
de derivados e de gás natural em todo o Brasil. Explora e produz petróleo e gás em áreas terrestres 
e na plataforma continental, onde é detentora dos recordes mundiais de alcance em águas 
profundas, atuando principalmente no litoral dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São 
Paulo. Opera refinarias em todas as regiões do país e distribui derivados para os mais distantes 
pontos, em particular na região amazônica, cuja dependência de combustíveis atinge o segmento de 
geração de energia elétrica, crucial para o desenvolvimento econômico e social. 
 
No estado do Amazonas, a PETROBRAS explora e produz petróleo e gás na Bacia do 
Solimões, na província do rio Urucu, a 650 Km de Manaus. Atualmente o petróleo de Urucu é 
transportado para a Refinaria de Manaus através de um oleoduto construído em 1997, com 280 Km 
de extensão, atravessando a floresta e chegando às margens do rio Solimões, onde é embarcado em 
navios petroleiros. Também o Gás Liquefeito de Petróleo – GLP ou gás de cozinha é transportado 
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de Urucu a Manaus percorrendo a mesma rota do petróleo. O gás natural produzido em Urucu, hoje 
em volumes superiores a 7 milhões de metros cúbicos por dia, vem sendo reinjetado na formação, 
aguardando a construção de gasodutos que permitam seu escoamento. Em 1998, na mesma faixa 
do oleoduto de Urucu até o Terminal Solimões, foi construído o primeiro trecho do Gasoduto para 
Manaus, com 18 polegadas de diâmetro, que provisoriamente vem sendo utilizado para o 
escoamento de GLP. 
 
I.2 – Da Instituição Consultora 
 
I.2.1 – Razão Social 
Universidade Federal do Amazonas – UFAM 
 
I.2.2 – Cadastro de Pessoas Jurídicas - CNPJ 
Nº 04.378.626/0001-97 
 
I.2.3 – Endereço Completo 
Av. General Rodrigo Otávio Ramos Jordão, 3000 
Campus Universitário 
Manaus – AM. 69.077-000 
 
I.3 – Do Empreendimento 
 
O empreendimento em análise trata-se de um gasoduto destinado a trazer gás natural desde 
o Terminal Solimões - TESOL, no município de Coari, até a Refinaria de Manaus - REMAN, na 
cidade de Manaus, Estado do Amazonas. As características do gasoduto, das instalações e do 
processo de montagem estão detalhadamente descritos no Memorial Descritivo de Montagem MD-
4450.82-6520-940-PGL-001, constante do Anexo I do EPIA volume I: 
 
I.3.1 – Descrição Técnica do Empreendimento 
 
Características Técnicas do Gasoduto 
Material: Aço Carbono – ASTM API 5L X70; 
Diâmetro Nominal: Ø22” nos 237 km iniciais e Ø20” nos 160 km restantes; 
Extensão: aproximadamente 397 km progressivos; 
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Vazão: 10.500.000 m3/dia (1 atm e 20º C); 
Espessura: 0,375” para o diâmetro de 22” e 0,344” para o diâmetro de 20”; 
Fluído Transportado: Gás Natural; 
Revestimento Anticorrosivo Externo: Polietileno extrudado de tripla camada; 
Revestimento Interno: à base de Epóxi. 
 
Características do Gás natural 
Densidade: 0,66 
Peso Molecular: 19,16 
Composição: predominantemente Metano (Tabela 1). 
 
Tabela 1 - Composição orgânica molar do gás natural da Província de Urucu. 
Componente % molar 
Metano 76,90 
Etano 15,09 
Propano 0,02 
Nitrogênio 7,76 
Dióxido de Carbono 0,23 
 
Além destes componentes orgânicos, o gás natural pode apresentar compostos de enxofre 
(H2S), que não é o caso do gás de Urucu, e outros metais, inclusive o mercúrio, que a partir de 
determinadas concentrações passa a ser tóxico para os seres vivos. 
 
A Tabela 2 abaixo mostra os resultados da análise de metais para o gás de Urucu. 
 
Tabela 2 - Concentração média dos metais no gás natural. 
Ponto de Amostragem Concentração Média (µg/m3) 
 Li Na K Ca Hg 
Entrada da UPGN - - - - 1 
Saída da UPGN < 1 < 10 2 18 1 
 
 A presença de um micrograma de mercúrio por metro cúbico de gás natural é compatível 
com o teor encontrado em diversos outros compartimentos da natureza. Mesmo assim, é 
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recomendado o monitoramento constante da sua presença e de um possível aumento de teor de 
mercúrio no gás utilizado. 
 
Pressões 
 
 Os valores de pressões, em kgf/cm2, são dados pela Tabela 3. 
 
Tabela 3 - Pressões de referência para o empreendimento. 
Pressão de projeto 120 kgf/cm2 
Pressão de entrada 120 kgf/cm2 
Pressão de operação 120 kgf/cm2 
Pressão mínima de chegada 40 kgf/cm2 
 
 As pressões de operação são asseguradas pela presença de duas estações de compressão, 
uma localizada no Terminal Solimões – TESOL, no município de Coari, e outra intermediária 
localizada no km 237, no município de Caapiranga. As estações de compressão serão compostas 
por dois compressores centrífugos, sendo um de reserva, acionados por turbinas a gás e com 
sistemas independentesde supervisão e proteção, cujas potências estão discriminadas na Tabela 4. 
As estações de compressão serão providas de serviços para operação desassistida e independente de 
serviços de terceiros, tais como: energia elétrica, água e telecomunicações. Estas estações serão 
projetadas para operar sem operadores de planta, prevendo-se que, no primeiro ano de operação, 
serão assistidas por técnicos dos fornecedores dos equipamentos. Todos os comandos de controle e 
os dados de operação estarão no Centro de Supervisão e Controle (CSC), que será instalado no Rio 
de Janeiro. 
 
Tabela 4 - Característica da Estação de Compressão. 
Potência (HP) Estação de 
Compressão 
Vazão 
106 m3/dia (1 atm e 20º C) Requerida Instalada 
Terminal Solimões 10,5 12.000 2 x 7.800 
Caapiranga 10,5 7500 2 x 5.782 
 
 
 
 
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Temperaturas 
 
 Segundo o Memorial Descritivo, a temperatura de projeto do gasoduto será de 60º C e a 
temperatura de operação será de 55º C. Considerando uma temperatura máxima do solo de 31,5º C 
(condição de verão), o coeficiente global de troca térmica será de 1,9 kcal/h.m2.ºC na saída das 
estações de compressão, com um calor específico médio de 0,35 kcal/kg.ºC e peso específico 
médio de 1500 kgf/m3. Entretanto, em face da perda de pressão ao longo do duto, é esperada uma 
curva decrescente na temperatura de operação (Figura 1). 
 
Perfil de Temperatura
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
0 100 200 300 400 500 600 700
Extensão (km)
T
e
m
p
e
ra
tu
ra
 (
C
)
 
Figura 1 - Perfil de temperatura do gás natural, os pontos de pico correspondem a estações de 
compressão. 
 
Características Principais do Gasoduto 
Material dos Tubos 
 
(i) Deverão ser usados tubos API 5L-X70; 
 
(ii) Os tubos serão revestidos internamente para a redução da formação de pó preto; 
 
(iii) A rugosidade, como conseqüência do revestimento interno, será de 9 micra; 
 
(iv) As espessuras de parede do gasoduto e demais componentes de tubulação serão 
calculadas pela fórmula de Barlow, de acordo com os critérios estabelecidos pela 
ASME B 31.8; 
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(v) A espessura nominal da parede dos tubos e dos componentes de tubulação será 
selecionada entre as espessuras padronizadas nas respectivas normas de fabricação, 
sendo igual ou superior à espessura requerida. 
 
Revestimento Externo 
 
(i) A corrosão pelo solo na superfície externa do gasoduto será evitada através da adoção 
de um revestimento anticorrosivo, com aplicação feita em planta fixa, utilizando-se o 
Polietileno Extrudado em Tripla Camada (PE Three-Layer – PE3L); 
 
(ii) As juntas soldadas serão revestidas segundo o procedimento de revestimento com 
epóxi termicamente curado (FBE) ou com mantas termocontráteis. 
 
Proteção Catódica 
(i) O gasoduto também será dotado de um sistema de proteção catódica para todos os 
trechos, com o objetivo de complementar a proteção contra a corrosão; 
 
(ii) O sistema de proteção catódica deverá ser constituído, basicamente, pelos seguintes 
componentes: conjuntos de retificadores/leito de anodos, conjuntos termo-
geradores/leito de anodos, juntas de isolamento elétrico do tipo monobloco e pontos de 
testes. 
 
Após o abaixamento e cobertura da tubulação na vala, deverá ser inspecionada a 
integridade do revestimento anticorrosivo do duto, pelo método de Pearson ou outro similar. 
 
Válvulas da Linha Tronco e Lançador e Recebedor de Pig 
 
(i) Lançadores e Recebedores de Pig: deverão ser instalados no gasoduto com a finalidade 
de efetuar a inspeção e a limpeza. Estes dispositivos deverão permitir o lançamento de 
pigs instrumentados que permitirão a monitoração do estado físico do duto; 
 
(ii) Válvulas de Bloqueio Automático Intermediárias: deverão ser instaladas ao longo do 
gasoduto para bloquear o gás, em caso de vazamento ou rompimento. As válvulas 
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deverão ser dotadas de componente que permita fechamento automático em baixa 
pressão ou alta velocidade de queda de pressão no gasoduto. 
 
(iii) Válvulas com Atuação Remota: algumas válvulas de bloqueio deverão possuir 
dispositivos para atuação remota, de modo a possibilitar a abertura ou o fechamento 
das mesmas a partir da estação central do gasoduto. A interligação das válvulas com 
atuação remota com o Sistema de Supervisão e Controle (SCADA) será efetuada 
através de cabo de fibra óptica, usando o sistema VSAT como backup. 
 
Aspectos Construtivos 
 
(i) O gasoduto será construído de acordo com as especificações do projeto básico; 
 
(ii) Além do disposto no projeto básico, deverão ser adotados os seguintes requisitos 
durante a construção: 
 
(a) o gasoduto será enterrado em toda a sua extensão, com uma cobertura mínima de 
1,2 m. Para a travessia dos cursos d’água será adotada uma cobertura mínima de 
1,5 m; 
 
(b) somente em casos excepcionais será permitida a execução de cortes no terreno ao 
longo da faixa de domínio e, sempre que possível, o perfil original será restaurado; 
 
(c) em qualquer situação, as áreas afetadas pela construção do gasoduto serão 
recompostas nas condições mais próximas possíveis das originais; 
(d) em áreas ocupadas por culturas temporárias somente será removida a quantidade 
mínima necessária ao desenvolvimento normal dos serviços e a abertura da vala 
será efetuada a uma profundidade que permita a cobertura do duto, garantindo 
uma espessura de solo segregado de até 1,2 m, a contar de sua geratriz superior, 
exceto quando for atingida uma camada rochosa. Nesses locais, a camada rochosa 
será escavada até permitir uma cobertura, dentro desta camada, de 0,6 m ou até 
atingir uma cobertura total de 1,2 m. 
 
 
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Estações de Medição 
 
Estações de medição para a transferência de custódia 
 
 Uma estação de medição para a transferência de custódia será instalada junto à Refinaria de 
Manaus – REMAN para medir a parcela de gás natural que será transferido da transportadora para 
a refinaria, através do gasoduto. A estação deverá ter, inicialmente, capacidade de 5.000.000 
m3/dia. A estação deverá possuir um ramal reserva com a mesma capacidade de cada um dos 
demais ramais da instalação. 
 
Estação de medição operacional 
 
 Serão instaladas duas estações de medição operacional. A primeira, na área de scraper, nas 
proximidades do Lago Miuá; e, a segunda, na Estação de Compressão Intermediária de Caapiranga, 
sempre entre os lançadores e recebedores de pigs. O medidor utilizado deverá ser do tipo ultra-
sônico. 
 
City-Gates 
 
 Para atendimento da demanda de Manaus, um city-gate será instalado junto à Refinaria de 
Manaus – REMAN para medir a parcela do gás natural que será transferido da transportadora para 
a distribuidora de gás natural, a Companhia de Gás do Estado do Amazonas – CIGÁS. Este city-
gate deverá ter uma capacidade de 5.500.000 m3/dia. 
 
 
 Para atendimento das demandas dos demais municípios atravessados pelo Gasoduto, 
incluindo Coari, outros city-gates serão instalados, em parceria com a Companhia Estadual de Gás 
do Amazonas – CIGÁS. 
 
Sistema de Supervisão, Controle e Telecomunicação 
 
Supervisão e Controle 
 
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 O gasoduto deverá ser dotado de um Sistema de Supervisão e Controle (SCADA) para a 
sua operação centralizada. Hierarquicamente, o Sistema deverá ser constituído por: 
 
(i) Uma estação mestre, localizada no Rio de Janeiro; 
 
(ii) Estações remotas localizadas no Terminal Solimões – TESOL, na área de scraper 
próxima ao Lago Miuá,na Estação de Compressão Intermediária de Caapiranga, na 
Estação de Transferência de Custódia da REMAN, no City Gate da CIGÁS e nas áreas 
de válvulas com atuação remota. 
 
Telecomunicação 
 
 O sistema de telecomunicação para atender as necessidades operacionais e de manutenção 
do gasoduto deverá possibilitar a comunicação operacional entre a Estação Mestre e as Estações 
Remotas. A transmissão de dados deverá ser possibilitada através de sistema VSAT, usando o 
sistema INMARSAT como backup. 
 
I.3.2 – Justificativa do Empreendimento 
 
A motivação da PETROBRAS ao propor a construção do Gasoduto Coari-Manaus, tendo 
estudado por mais de dez anos todas as alternativas tecnológicas dos modais de transporte para 
escoamento do gás natural da bacia do Solimões, tem origem em uma série de fatos históricos e 
fatores sociais, ambientais e políticos, que a seguir abordaremos como sendo as razões principais 
da proposição do empreendimento: 
 
a) Desde o final da década de 70, com as então espetaculares descobertas de gás natural na 
bacia do Juruá, a sociedade brasileira vem sendo contemplada com notícias de importantes 
reservas deste combustível nobre nas suas longínquas e não menos nobres terras 
amazônicas. A cada três ou quatro meses nos jornais da época se anunciavam mais 
descobertas, e a PETROBRAS tratava de mobilizar suas equipes para estudar as jazidas ou 
mesmo para solucionar problemas de toda ordem, muito comuns àquelas operações 
pioneiras. As equipes sísmicas, que chegavam a ficar por três meses ininterruptos na 
floresta, faziam travessias latitudinais entre os afluentes do Rio Amazonas, como por 
exemplo entre o Juruá e o Purus. As equipes de perfuração transportavam as sondas aos 
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pedaços, por helicópteros, em até 300 viagens, para atingir o interior da floresta, longe das 
margens dos rios. Cuidavam também de evitar os chamados “blow outs” pois apenas um 
que aconteceu, com descontrole do poço, demorou 30 ou mais dias para ser contido, dadas 
as altas pressões que o gás natural da Amazônia repousa em seus reservatórios de mais de 
2000 metros de profundidade. 
 
b) Na década de 80, mais precisamente em julho de 1986, foram descobertos indícios de 
petróleo, associados a uma outra grande reserva de gás natural, desta vez próxima às 
cabeceiras do Rio Urucu, um pequeno rio de águas avermelhadas, com 580 Km de leito em 
meandros que em linha reta percorre pouco mais de 300 Km, próximo ao divisor de águas 
das bacias do Juruá e do Purus. A possibilidade de escoar o petróleo, diferente do que 
acontecia com o gás natural, foi suficiente para que os dirigentes da PETROBRAS 
decidissem pela implementação do sonho de produzir petróleo e abrir caminho para a 
produção do gás amazônico. 
 
c) A província Petrolífera de Urucu, a qual hoje recebe o nome do Geólogo Pedro de Moura, 
por sua atuação pioneira na região nas décadas de 30 e 40, passou a ser o próximo desafio 
da PETROBRAS, que nesta altura implementava também as atividades de exploração 
marítima de petróleo e gás no litoral do estado do Rio de Janeiro. Desde a descoberta em 
Urucu no ano de 1986, a 653 Km em linha reta de Manaus, no Município de Coari, estado 
do Amazonas e a conseqüente implantação de uma província produtora em 1988, a 
PETROBRAS contratou para realização de um abrangente diagnóstico dez eminentes 
cientistas de diversas áreas do conhecimento ambiental, oriundos de instituições de 
referência como: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, Universidade 
Federal do Amazonas - UFAM, Museu Nacional, Sociedade Brasileira Para o Progresso da 
Ciência - SBPC, Instituto de Medicina Tropical do Amazonas, Fundação Oswaldo Cruz, 
Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG, e Conselho de Desenvolvimento do Amazonas - 
CODEAMA. Através das diretrizes recomendadas pelos cientistas, foi estabelecido a 
política e os planos operacionais para o desenvolvimento da produção de petróleo e gás 
natural na Amazônia: 
 
i. Formar pessoal e estimular pesquisas e diálogos entre seus técnicos e 
ambientalistas; 
ii. Realizar estudos ambientais básicos nas áreas a serem impactadas. pela atividade; 
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iii. Recompor a flora nas áreas desmatadas; 
iv. Minimizar a construção de acessos e estradas; 
v. Prevenir a poluição ambiental; 
vi. Não assumir funções de órgãos públicos. Acioná-los e colaborar no atendimento às 
recomendações; 
vii. Utilizar a mão-de-obra das cidades circunvizinhas; 
viii. Não estimular a criação de núcleos urbanos; 
ix. Controlar as áreas devolutas. 
 
d) Seguindo as diretrizes dos cientistas, a PETROBRAS fez convênios de pesquisas com as 
principais instituições da Amazônia, contratou pessoal especializado, priorizou a 
contratação de mão de obra das cidades vizinhas, evitou a formação dos “beiradões”, 
transportando todos os trabalhadores por via aérea, implantou projetos de reflorestamento 
que hoje congregam mais de 50 cientistas especializados e geram tecnologias pioneiras no 
Brasil, controlou a poluição da água, do ar e do solo, monitorando e tratando todos os 
poluentes. Por seu desempenho ambiental, a PETROBRAS em Urucu foi a primeira 
empresa de petróleo do mundo a receber simultaneamente os certificados ISO 14.001 e BS 
8800. 
 
e) Com o aumento da produção de petróleo e gás, a empresa partiu para um arrojado projeto 
de escoamento da produção até as margens do rio Solimões, construindo um oleoduto e um 
gasoduto de 280 Km de extensão, potencializando suas reservas e prospectando volumes de 
gás natural compatível com o atendimento dos mercados da região norte, ainda hoje 
abastecidos em sua geração de energia por óleo diesel e óleo combustível, mais caros e 
mais poluentes que o gás de Urucu. 
 
f) As vantagens do uso do gás natural em relação a outros combustíveis fósseis são 
conhecidas em todo o mundo, cabendo a PETROBRAS como empresa brasileira, o papel 
de disseminar o seu uso no país. Como diretriz do novo governo, foi implantado um Plano 
de Massificação do uso do Gás Natural no Brasil. Este Plano reúne um conjunto de 
iniciativas que visam acelerar o desenvolvimento do mercado brasileiro de gás natural, 
englobando projetos de desenvolvimento tecnológico, mobilização empresarial, ações 
governamentais e articulação com investidores. 
 
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g) No novo Plano de Governo, a região Norte foi considerada como área prioritária, uma vez 
que a geração térmica nos chamados Sistemas Isolados vem trazendo grandes prejuízos 
econômicos e ambientais para toda a sociedade brasileira. Para tanto, em estreita 
articulação com a Eletrobrás e com a Eletronorte, foram estabelecidas diretrizes de médio e 
longo prazo para abastecimento energético das cidades amazônicas, aproveitando o 
potencial hidrelétrico e complementando a geração de energia através do gás natural. 
 
h) A partir da construção do Gasoduto Coari-Manaus, a atual dependência externa de 
combustíveis líquidos no Brasil pode ter uma redução de cerca de 10 mil barris por dia, 
sendo também uma questão de soberania. A substituição do óleo diesel pelo gás natural nas 
termelétricas de Manaus e dos demais municípios atravessados pelo Gasoduto, trás 
vantagens econômicas e ambientais imediatas não só para o estado do Amazonas, mas para 
toda a sociedade brasileira. A Conta de Consumo de Combustíveis – CCC, criada pelo 
governo para subsidiar os sistemas isolados de geração de energia elétrica, contabiliza 
somente em Manaus prejuízos da ordem de um milhão de dólares por dia, destinados a 
pagar a diferença entre o preço do óleo diesel e do gás natural. Esse dinheiro é debitado nas 
contas de energiade todos os consumidores das demais regiões do Brasil. 
 
i) Em vários países do mundo o gás natural substituiu efetivamente a outros energéticos e é 
usado em larga escala na produção de energia e de outros insumos para os processos 
industriais. Os Estados Unidos se destacam nesse campo, tendo em vista a extensa malha 
de dutos existente naquele país para escoamento de gás natural, tendo já implantado cerca 
de 500.000 km de dutos para o transporte deste insumo. Outro exemplo que pode ser 
considerado é o de Portugal, na Europa, que consome 2 milhões de m3/dia de Gás Natural 
originário da Argélia, no Norte da África, o qual é transportado através de um gasoduto que 
liga os dois países. Inúmeros outros exemplos ocorrem em vários países do mundo como o 
Canadá, a Rússia, a Alemanha, o Japão, dentre outros. 
 
j) Com relação à segurança operacional, por ser muito mais leve que o ar, o Gás Natural se 
dissipa rapidamente, num processo rápido de dispersão na atmosfera. Além disso, sua 
ignição se dá a temperaturas muito mais altas que os outros combustíveis. Essas 
propriedades do Gás Natural recomendam a sua utilização como combustível tanto sob o 
aspecto de segurança quanto sob o aspecto ambiental, além de favorecer o transporte 
através de dutos. Devido à sua composição predominantemente de hidrocarbonetos leves e 
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ainda por ser um gás, não precisa ser atomizado para queimar, resultando numa combustão 
limpa com reduzida emissão de poluentes e melhor rendimento térmico, o que se constitui 
em fator ambiental e econômico significativos, pois, além de poluir muito menos que os 
demais combustíveis fósseis, também aumenta o período de vida útil e reduz os gastos com 
a manutenção dos equipamentos envolvidos no processo de conversão térmica. É o 
combustível fóssil mais limpo que existe. 
 
k) O potencial de reservas de gás natural da bacia do Solimões, estimado em 130 bilhões de 
metros cúbicos, é suficiente para pelo menos 30 anos de atendimento de toda a região, isto 
sem contar com o esforço exploratório adicional que advém da abertura do mercado, 
tornando possível vislumbrar muitas outras descobertas de gás natural. Este cenário 
permite antever também novas perspectivas industriais para a Zona Franca de Manaus. 
Indústrias de base tais como a petroquímica, a fabricação de alimentos, a transformação de 
minerais e a recente tendência mundial de transformação gás-líquido são exemplos que 
ilustram este potencial. 
 
l) O uso veicular, hoje já uma realidade em muitas cidades brasileiras e o uso doméstico, 
ambos com expressiva redução de custos para a sociedade são importantes instrumentos de 
decisão para o processo de aproveitamento do gás de Urucu. A geração de frio a partir de 
condicionadores de ar movidos a gás natural é também promissora para melhorar a 
qualidade de vida das populações do Amazonas. 
 
m) Como fonte de dados sócio-econômicos e ambientais para a elaboração do EPIA/RIMA, a 
PETROBRAS participa do Projeto PIATAM, em parceria com a UFAM, o INPA, a 
UTAM, a FUCAPI, o CIESA e a COPPE-UFRJ. O projeto foi implantado há dois anos e 
meio, com o objetivo de caracterizar potenciais impactos ambientais na fauna e na flora 
que ocorrem nas áreas de produção e nas prováveis rotas de transporte de gás natural, atuou 
e ainda atua no sentido de inventariar as atividades econômicas e padrões culturais dos 
ribeirinhos amazônicos que habitam a região de implantação do Gasoduto. Como fato 
inédito, com o apoio do Centro de Pesquisas da PETROBRAS, o Projeto PIATAM vem 
desenvolvendo ferramentas de geoprocessamento para análise das variáveis sócio-
ambientais em relação a sazonalidade do ciclo hidrológico amazônico. 
 
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n) A implantação do Gasoduto Coari-Manaus abre perspectivas para o estabelecimento de 
uma rede de fibra ótica paralela, interligando com alta tecnologia de informação os 
municípios atravessados pela faixa do empreendimento. Este salto tecnológico vem sendo 
discutido com as autoridades e técnicos do setor e faz parte também do conjunto de 
iniciativas que a PETROBRAS vem desenvolvendo em apoio ao Programa Fome Zero. 
“Telecentros” para educação à distância, atendimento médico, acesso a Internet e telefonia 
de alto desempenho são exemplos de oportunidades geradas pela implantação da fibra ótica 
na diretriz dos gasodutos. 
 
o) O ecossistema do interflúvio entre os rios Negro e Solimões, que é a área de passagem do 
gasoduto, segundo o traçado proposto, é uma área pouco estudada, uma vez que as coletas 
na Amazônia sempre são muito dependentes do acesso. A obra do gasoduto, através de 
uma faixa de cerca de 400 km, permitirá o estudo de plantas e animais nas áreas deste 
interflúvio, o que constituirá contribuição substancial para o avanço do conhecimento 
científico sobre o ecossistema amazônico. 
 
p) Finalmente, por conta da dificuldade crescente que a PETROBRAS encontra para 
separação de fases entre o petróleo e o gás natural associados na província de Urucu, a 
reinjeção continuada do gás nos reservatórios, sem sua efetiva utilização nos mercados 
consumidores, vai restringir cada vez mais a produção de petróleo dos campos daquela 
Província. Esta queda na produção de petróleo, que é normalmente esperada ao longo dos 
anos e que ocorreria em proporções menores caso o gás natural fosse direcionado ao 
mercado consumidor, tem implicações que afetam diretamente a arrecadação do Estado do 
Amazonas e de alguns municípios. Sem a saída do gás para as cidades, é certo que haverá 
uma redução antecipada na arrecadação de Royalties, participações especiais e ICMS do 
petróleo tanto para o Estado como para os municípios. No caso específico de Coari, onde 
estes recursos conduzem a cidade a uma posição privilegiada e com grande expectativa de 
franco desenvolvimento, a redução antecipada de arrecadação já nos próximos anos pode 
comprometer o projeto social e econômico de toda a população e de seus administradores. 
Manaus
Coari
Urucu
 
 15 
Alternativas Tecnológicas 
 
 O abastecimento de energia elétrica para o Estado pode acontecer através de pelo menos 
duas diferentes tecnologias disponíveis. Essas tecnologias não são mutuamente exclusivas dado 
que, dependendo do tamanho do mercado a ser atingido, deve ser considerada a alternativa que 
melhor se enquadra. Há ainda uma terceira opção para atendimento de demandas em pequena/micro 
escala. 
 
 Para o Estado do Amazonas, as principais alternativas para promover o seu abastecimento 
em larga escala são a hidroelétrica e hidrocarbonetos. Para a primeira opção, é possível pensar na 
construção de novas plantas e de linhas de transmissão interligando diferentes sistemas. Para a 
segunda, a utilização de hidrocarbonetos a partir da Província de Urucu, Juruá e, alternativamente, 
gás natural da Bolívia e Peru são as opções disponíveis. 
 
 O estudo considerou separadamente cada uma dessas opções. Para o caso da energia 
hidroelétrica foram consideradas as diversas alternativas que poderiam de uma forma ou de outra 
contribui para o abastecimento energético do Estado. Assim, foram analisadas a situações das 
seguintes hidroelétricas: 
 
1- Complexo Hidroelétrico de Tucuruí - CHT; 
2- Complexo Hidroelétrico de Belo Monte - CHBM; 
3- Usina Hidroelétrica de Samuel - UHS; 
4- Usina Hidroelétrica de Balbina -UHB; 
5- Usinas Hidroelétricas de Santo Antônio e Jirau – UHSA e UHJ, e; 
6- Usina Hidroelétrica de Guri, na Venezuela 
 
 Das opções acima, a energia proveniente de Tucuruí e Guri na Venezuela foram as opções 
que se mostraram mais próxima do atendimento da necessidade do Estado. Para o primeiro caso ofato mais relevante é a possibilidade da construção de uma linha de transmissão de 1.600 Km 
ligando Manaus a Tucuruí. A proposta da Eletronorte é fazer com que Manaus e algumas outras 
cidades do Estado fiquem conectadas ao sistema nacional e que este, num segundo momento, 
conecte-se ao sistema proveniente de Guri. Já existem alguns estudos sobre este assunto, mas eles 
ainda carecem de aprofundamento. 
 
Manaus
Coari
Urucu
 
 16 
 Como resultado da existência de vários problemas, especialmente de ordem ambiental, 
associados à implementação da construção de grandes barragens, em particular, e linhas de 
transmissão, a segunda alternativa passa a ser os hidrocarbonetos: óleo e o gás natural. 
 
 A manutenção da utilização do óleo combustível como fonte de energia não é mais desejada 
por vários fatores, destacando-se entre eles os de ordem econômica e ambiental. 
 
A utilização de gás natural passou a se tornar uma realidade na Amazônia a partir do início 
da operação da Província de Urucu, no município de Coari – AM. Segundo estimativas da 
PETROBRAS, a província de Urucu possui uma reserva de petróleo de cerca de 22 milhões de m³ e 
85 bilhões m³ de gás natural. 
 
A empresa estima também que estas reservas são o suficiente para abastecer com gás 
natural as principais cidades da Região Amazônica por um período de aproximadamente 30 anos. 
Ainda segundo a empresa, há estimativas ainda em elaboração que já apontam para reservas de 130 
bilhões de m³ de gás natural nas bacias do Solimões e Amazonas, com potencial para volumes ainda 
maiores. 
 
Qual a melhor alternativa? 
 
Energia Hidroelétrica 
 
 Qualquer sociedade, mesmo que ela seja cem por cento orgânica, gera poluição para 
satisfazer suas necessidades de sobrevivência. O caso da escolha da fonte energética para o 
abastecimento da cidade de Manaus e outras cidades do Estado do Amazonas não é diferente. As 
opções disponíveis para o suprimento energético do Estado são as fontes não renováveis: 
combustíveis fósseis (óleo e diesel) e gás natural enquanto a renovável é a energia hidráulica. 
 
 Em termos de desmatamento, um gasoduto de 400 Km afeta uma área de no máximo 8 Km² 
enquanto as hidroelétricas da Amazônia afetam uma área 50 vezes maior, com quase 400 Km² de 
destruição florestal que é o caso da Amazônia. 
 
Entre as vantagens de uso da energia hidráulica, podemos destacar o fato de ela ser 
renovável (pelo menos enquanto os ciclos hidrológicos não forem alterados por problemas de 
Manaus
Coari
Urucu
 
 17 
ordem global), não ser uma fonte continua de emissão de gases que contribuem para o aquecimento 
global (exceto aqueles produzidos nos reservatórios devido à decomposição de matéria orgânica, 
quando for o caso) e ser potencialmente abundante num país de dimensões continentais como o 
Brasil. Cerca de 96% da energia consumida no Brasil é de origem hidráulica. 
As desvantagens das hidroelétricas são bastante conhecidas. Entre elas existem os 
problemas de ordem ambiental e social. Do ponto de vista ambiental os principais problemas são as 
inundações de grandes áreas que acabam gerando alterações irreversíveis no meio ambiente. 
Particularmente, os principais efeitos adversos dizem respeito à qualidade da água, sobre a pesca e 
área terrestre inundada, perda de habitats e emissão de gases que contribuem para o efeito estufa 
(este é um problema acentuado em regiões tropicais). O desmatamento associado à faixa de 
servidão das linhas de transmissão também é um dos impactos negativos. 
 Da ótica social os problemas não são menores. Entre eles destacam-se os impactos sobre a 
saúde, problemas de deslocamento de pessoas, efeitos adversos sobre populações indígenas e pouca 
ou nenhuma inserção do empreendimento na dinâmica econômica local. Ou seja, os benefícios 
ocorrem em outra parte do país enquanto os custos são arcados especialmente pelas populações na 
área de influência direta do empreendimento. 
A Alternativa Hidrocarbonetos 
 
 A geração de energia para o Estado e, particularmente para Manaus, pode ocorrer também 
através da queima de hidrocarbonetos. As duas principais fontes são o petróleo e o gás natural. Os 
derivados de petróleo são utilizados atualmente como principal fonte de energia em Manaus em 
praticamente todas as cidades do interior do Amazonas. 
 
 Os derivados do petróleo utilizados na geração de energia têm uma série de desvantagens 
em relação a outras fontes. A primeira destas desvantagens é de ordem ambiental. A queima do 
combustível em grupos geradores produz gases que podem afetar a saúde das pessoas e do planeta. 
A saúde das pessoas pode ser afetada através de gases lançados na atmosfera ou particulados 
depositados sobre corpos d’água e alimentos. Estes elementos, em doses mais ou menos severas, 
podem causar vários problemas à saúde humana. Em relação à saúde do planeta o principal 
problema é a emissão de gases que contribuem para o aquecimento global e aumento da taxa de 
depleção dos estoques do recurso. 
 
Manaus
Coari
Urucu
 
 18 
Economicamente, a utilização de derivados do petróleo para a geração de energia é cara e 
sujeita às flutuações no mercado internacional. No caso do Amazonas a situação é ainda mais séria 
por que o combustível utilizado para a geração de energia na região é pesadamente subsidiado. Tal 
subsídio distorce o mercado e gera um custo social tremendamente elevado. O principal subsídio 
existente hoje é a Conta de Consumo de Combustíveis, a CCC. 
 
A CCC, em vigor desde 1993, arrecada recursos junto às concessionárias de energia elétrica 
do sistema interligado, para financiar o óleo diesel da geração termelétrica das áreas isoladas, não 
atendidas pelo serviço de eletrificação; concentrada na Região Norte do País. A CCC obedece a um 
cronograma de eliminação gradativa a partir de 2013. Ou seja, desse ano em diante haverá uma 
redução de 25% do subsídio por ano até sua eliminação total em 2016. Embora a arrecadação de 
ICMS pareça ser significativa, o que leva à falsa impressão de que o Estado e, por conseqüência a 
sociedade, estaria se beneficiando muito com a sua arrecadação, o quadro é preocupante. Veja a 
Tabela 5 abaixo. 
 
Tabela 5 – Valor nominal em Reais das vendas da BR, ICMS arrecadado e CCC para o ano 2002. 
 Venda pela BR ICMS CCC 
Eletronorte 480.920.247,62 71.358.971,22 373.661.595,44 
Manaus Energia 784.036.137,64 133.286.257,07 571.669.683,93 
Total 1.264.956.385,26 204.645.228,29 945.331.279,37 
Fonte: Eletrobrás 2003 (www.eletrobras.gov.br) 
 
Observa-se que as vendas da PETROBRAS para as empresas Eletronorte e Manaus 
Energia, as quais são as responsáveis pelo sistema isolado no Estado do Amazonas e cidade de 
Manaus, respectivamente. Note-se que a CCC representou quase setenta e cinco por cento do custo 
do combustível pago pelas produtoras de energia. O ICMS por sua vez equivaleu a quase dezesseis 
por cento do valor total das vendas. Uma visão simplista deste cenário levaria a pensar que a CCC 
deve continuar para manter o baixo custo da produção de energia no Amazonas. Sem entrar em 
detalhes sobre as distorções causadas no sistema devido ao subsídio, deve-se considerar que este 
subsídio é politicamente difícil de ser defendido. A razão é simples: todos os brasileiros que fazem 
parte do sistema interligado nacional pagaram 75% dos custos da energia consumida no Amazonas 
no ano 2002. 
 
Manaus
Coari
Urucu
 
 19 
Supondo que a redução do subsídio afeta linearmente o custo do combustível para os 
produtores de energia, a partir de 2013 haverá um amento nesse custo de 25%. Se este aumento for 
repassado integralmente para os consumidores de energia emManaus, por exemplo, a atividade 
econômica irá desacelerar. Desaceleração na atividade econômica implica em redução na demanda 
de energia com conseqüente redução na receita de ICMS decorrente da venda de combustível e da 
atividade econômica em geral. Como resultado total a arrecadação do Estado irá cair afetando a 
capacidade de realização por parte do Governo Estadual e municípios na melhoria do bem-estar 
social. 
 
 O gás natural é um combustível fóssil que se encontra na natureza, normalmente em 
reservatórios profundos no subsolo. Inodoro, incolor e de queima mais limpa que os demais 
combustíveis, o gás natural é resultado da combinação de hidrocarbonetos gasosos, nas condições 
normais atmosféricas de pressão e temperatura, contendo, principalmente, metano e etano. Como se 
encontra na natureza em estado gasoso, o gás natural não precisa ser atomizado para queimar, o que 
lhe confere uma combustão limpa e mais eficiente, reduzindo a emissão de CO2 ,NOX , material 
particulado e metais pesados. O gás natural também possui menor emissão específica de carbono 
contribuindo para redução do aquecimento global. O aumento de consumo de gás natural substitui 
parcialmente o consumo de alguns derivados de petróleo e abre oportunidades de obtenção pelo 
Brasil de créditos de carbono nos termos no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo 
de Kioto. 
 
 Para o caso específico em análise um potencial benefício associado à utilização do gás 
natural na cidade de Manaus e Estado do Amazonas é a possibilidade do desenvolvimento de uma 
indústria petroquímica que poderá alavancar vários outros setores da economia estadual. 
 
 Em comparação com o óleo combustível, é seguro afirmar que no caso da utilização do gás 
natural para a geração de energia na cidade de Manaus os riscos associados à queda na atividade 
econômica decorrente de um aumento no preço da energia são reduzidos. A lógica é a seguinte: o 
gás extraído em Urucu e transportado até Manaus será entregue ao distribuidor a um valor bem mais 
baixo em relação ao óleo. Essa diferença deverá compensar a eliminação da CCC e possibilitará que 
as economias da cidade e do Estado permanecem ativas. O Ministério das Minas e Energia estima 
que o custo anual com a CCC é de R$ 1,2 bilhões e que a exploração do gás de Urucu gerará uma 
receita adicional para o Estado em royalties da ordem de R$ 18 milhões por ano. 
 
Manaus
Coari
Urucu
 
 20 
A Comparação 
 
 A Tabela 6 que apresenta as principais vantagens e desvantagens das diversas alternativas 
energéticas para suprimento da cidade de Manaus e algumas cidades do interior do Estado do 
Amazonas. Alguns dos aspectos já foram discutidos acima, mas outros ainda carecem de mais 
considerações. Vale ressaltar inicialmente que, de acordo com a Secretária de Petróleo, Gás Natural 
e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Maria Foster, o gasoduto Coari-
Manaus atende aos planos e programas de Governo Federal para a região1. 
 
 
 
 
1 Palestra proferida em audiência pública da Câmara dos Deputados sobre potencialidades e alternativas 
energéticas para a Amazônia. Manaus, 12.09.2003. 
Manaus
Coari
Urucu
 
 21 
 
Tabela 6 - Principais vantagens e desvantagens das diversas alternativas energéticas para suprimento de energia para o Estado do Amazonas 
Alternativa Vantagens Desvantagens 
Energia Hidráulica 
· Fonte renovável. 
· Recurso natural abundante na Amazônia 
· Depois de construído pode fornecer energia para diversos 
pontos através de linhas de transmissão 
· No processo de geração de energia não há produção de gases 
do efeito estufa 
· Possibilidade de interligação com o sistema nacional / 
internacional 
· Elevados impactos ambientais 
· Elevados impactos sociais 
· Empreendimentos com baixa ou nenhuma inserção regional 
· Reservatório pode contribuir para as emissões de gases do efeito 
estufa 
· Vulnerabilidade à instabilidades políticas em países vizinhos 
Óleo combustível / 
Petróleo 
· Alto consumo gera receita direta significativa para o Estado 
 
· Preços sujeitos à flutuações do mercado internacional 
· É subsidiado através da CCC 
· Produz gases que contribuem para o aquecimento global 
· Produz gases nocivos à saúde humana 
· Risco de derramamentos e acidentes ambientais 
Gás Natural 
· Não é tóxico e se dissipa facilmente na atmosfera 
· Combustão limpa e mais eficiente 
· Mais seguro 
· Pode ser utilizado como combustível veicular e estimular a 
economia do Estado direta e indiretamente 
· Possibilidade real de co-geração 
· Garantia adicional ao gasbol 
· Reduz a importação de diesel do Brasil 
· Reduz o custo da geração termelétrica 
· Otimização de um recurso disponível, com efeitos sobre o 
custo de oportunidade 
· Impacto ambiental na construção do gasoduto 
· Levar à redução direta no nível de ICMS arrecadado pelo Estado 
A não construção 
· Não acontecerá nenhuma alteração dos meios físico, biótico 
e socioeconômico decorrente da implantação e operação do 
empreendimento 
 
· Devido ao efeito substituição, fontes alternativas mais agressivas 
em relação ao meio ambiente podem vir a ser utilizadas 
· Possibilidade de aumento do fluxo migratório rural-urbano 
· O Estado e a cidade de Manaus continuarão vulneráveis e 
dependentes em relação ao seu suprimento de energia 
· A economia do Estado perderá uma potencial fonte de 
dinamização 
· Elevado custo de oportunidade 
· Perda de um fortalecimento geopolítico estratégico para o Brasil 
Manaus
Coari
Urucu
 
 22 
No que diz respeito à energia de fonte hidráulica, cabe ressaltar que as alternativas 
indicadas acima propõem ou a construção / ampliação de usinas hidrelétricas ou distribuição da 
energia já produzida atualmente através de linhas de transmissão. Além dos impactos 
ambientais e sociais já bem conhecidos, nesta forma de geração de energia há pelo menos três 
situações que devem ser ponderadas: (1) vulnerabilidade a grandes períodos de estiagem; (2) 
instabilidades políticas internacionais e (3) baixo nível de inserção regional do empreendimento. 
 
O planeta tem passado por alterações climáticas significativas decorrentes da ação 
humana. Um dos efeitos diretos é a possibilidade mais freqüente de grandes períodos de 
estiagem. Como há uma proposta de se utilizar no Estado do Amazonas a energia gerada em 
Tucuruí através de uma longa linha de transmissão, reflete-se sobre como ficaria o suprimento 
de energia para o Estado se uma grande estiagem ocorresse! Se o racionamento ocorrido em 
2001 em grande parte do Brasil voltasse a acontecer e Tucuruí fosse utilizada para cobrir o 
déficit energético daquela região, mesmo com a capacidade ampliada, a hidroelétrica teria 
condições de abastecer normalmente diversas áreas do país? 
 
Em vários documentos técnicos e de divulgação científica há a clara indicação de que o 
planejamento da empresa considera a conexão da linha de transmissão proveniente de Tucuruí 
com a de Guri na Venezuela. Aqui reside um outro problema potencial. A instabilidade política 
na Venezuela tem se deteriorado nos últimos anos. O Estados do Amazonas e Roraima 
poderiam ficar relativamente vulneráveis às ações terroristas ou represálias populares que 
objetivassem o corte do suprimento de energia para o Brasil. Esta não é uma possibilidade 
remota! 
 
O último ponto adverso em relação ao abastecimento do Amazonas em relação ao 
abastecimento energético do Estado através de fontes hidráulicas é aquele relativo à inserção 
regional. Para fins de esclarecimento, inserção regional é uma terminologia utilizada na 
Economia do Desenvolvimento que significa fazer com que os impactospositivos de um 
empreendimento tenham seus efeitos apreendidos pela região, beneficiando a população local e 
quebrando a natureza de enclave que é intrínseca aos empreendimentos hidrelétricos. 
 
 A próxima alternativa para a geração de energia é na verdade a situação atual. Hoje o 
Amazonas faz parte de um sistema isolado. Isso quer dizer que a energia utilizada no Estado é 
também nele produzida através de fontes termo ou hidroelétricas sem conexão com a rede 
nacional. No amazonas, a principal fonte são as usinas termoelétricas. Estas utilizam óleo 
combustível para funcionamento dos grupos geradores. Além de o parque térmico do Estado ser 
Manaus
Coari
Urucu
 
 23 
bastante velho esta fonte também possui alto potencial impactante sobre o meio ambiente. Um 
outro aspecto importante já bastante discutido acima é a questão da CCC. 
 
 A outra alternativa energética considerada para abastecer o Estado do Amazonas é o gás 
natural. Entre os seus principais impactos adversos está o impacto ambiental causado pela 
construção do gasoduto que levará o gás até Manaus. Vários aspectos relativos aos impactos 
ambientais da construção do gasoduto serão apresentados ao longo deste trabalho. 
 
 A previsão atual de suprimento de energia por um período de 30 anos é um fator a ser 
considerado com maior propriedade. Apesar desta previsão, um fator atenuador é que a história 
da exploração de hidrocarbonetos no Brasil tem mostrado que, em geral, as estimativas iniciais 
dessas reservas são relativamente conservadoras, ou seja, sempre projetam para baixo. Na 
medida que há o desenvolvimento tecnológico, novas possibilidades surgem e reavaliações 
podem modificar completamente a estimativa inicial. 
 
 Apesar de estar listada na Tabela 7 como uma desvantagem da utilização do gás natural, 
a eventual redução do ICMS pode ser mais do que compensada pelo aquecimento do restante da 
economia estadual. Esta compensação poderá ser tanto maior quanto melhor for estruturado o 
planejamento econômico do Estado e maior a inserção regional do empreendimento. 
 
 O custo de oportunidade associado à reinjeção do gás de Urucu é socialmente 
considerável. Custo de oportunidade é o custo da não utilização de um determinado recurso na 
melhor opção disponível. Atualmente, o gás que é produzido em Urucu é reinjetado por que não 
existe uma forma adequada de entregá-lo aos mercados consumidores. Uma vez que esse gás 
vem a superfície e se gasta um grande volume de energia para forçá-lo de volta às profundezas 
da terra e ele possui um valor de mercado e utilidade para a sociedade, o seu custo de 
oportunidade pode ser muito alto. Nessa situação, os recursos sociais e econômicos utilizados 
neste processo podem estar em m nível abaixo do ótimo. Se estes mesmos recursos fossem 
utilizados em outros setores da economia talvez mais benefícios pudessem ser obtidos para a 
sociedade. 
 
 A opção de não construção do gasoduto Coari-Manaus também possui aspectos 
positivos e negativos. A principal vantagem identificada é que não ocorrerá nenhum tipo de 
impacto ambiental causado pela construção e operação do duto. Por outro lado, a lista de 
aspectos negativos mostra alguns pontos relevantes. 
 
Manaus
Coari
Urucu
 
 24 
 Uma preocupação de ordem ambiental é que na ausência de uma fonte energética mais 
consistente e controlada pode haver uma predisposição das pessoas a utilizar as fontes 
relativamente mais baratas. Este seria um comportamento extremamente racional. Associado a 
este fato está a possibilidade de aumento do fluxo migratório rural-urbano. Isso poderia ocorrer 
em razão da estagnação econômica nos locais de origem dos migrantes e, principalmente, pela 
falta de perspectiva de melhorias nas condições de vida. 
 
 A não construção do gasoduto também deixaria o Estado dependente, como já o é, de 
apenas uma fonte de energia no curto prazo e, no longo prazo, de um sistema nacional que tem 
priorizado outras regiões do país. 
 
 Do ponto de vista da dinamização da economia estadual, a não existência do gás nos 
principais mercados do Estado poderá eliminar a possibilidade de se dispor de um dos principais 
insumos para o crescimento econômico: energia barata, abundante e segura. O gás natural pode 
beneficiar os setores industrial, comercial e residencial. Além disso, há também a possibilidade 
do desenvolvimento de uma indústria petroquímica no Amazonas. 
 
A Matriz Energética do Estado do Amazonas 
 
 O item anterior apresentou algumas vantagens e desvantagens das principais 
alternativas para o abastecimento energético do Estado do Amazonas. Neste segmento, 
apresenta-se um breve comentário sobre uma possível matriz energética para o Estado 
considerando as possibilidades acima indicadas. A Tabela 7 esquematiza como diferentes 
formas de energia poderiam abastecer diferentes aglomerados populacionais do Estado. 
 
Tabela 7 – Esquema de uma possível matriz energética para o Estado do Amazonas 
Aglomerado 
populacional 
Gás 
natural 
Derivados 
petróleo 
Hidroenergia Biomassa 
Manaus X X 
Sedes 
municipais 
X X X 
Vilas e 
pequenas 
comunidades 
 X X 
 
Manaus
Coari
Urucu
 
 25 
 Para o principal mercado do Estado, a cidade de Manaus, devido à sua escala, ou seja, 
tamanho do mercado consumidor; seria necessário o abastecimento através de gás natural e 
energia hidráulica. Pelas razões já expostas, acredita-se que uma combinação das duas 
alternativas proporcionaria mais consistência no suprimento energético. 
 
 As sedes municipais poderiam ser abastecidas por gás natural ou óleo combustível ou 
hidroenergia. A melhor opção para um dado município dependeria de estudos detalhados que 
apontassem a melhor alternativa, além da sua localização em relação às linhas de transmissão 
e/ou eventual gasoduto. 
 
 Para as pequenas comunidades, estudos também poderiam ser implementados para a 
analisar a melhor opção. Contudo, é possível dizer que, dado o problema da viabilidade 
econômica, as melhores alternativas poderiam ser a geração de energia a partir de biomassa, 
biodiesel ou gaseificadores. A hidroenergia poderia ser uma opção dependendo de aspectos 
técnicos e da proximidade da comunidade de linhas de transmissão. 
 
 Informações oficiais solicitadas pela Coordenação deste estudo e fornecidas pelo 
Governo do Estado do Amazonas através da Secretaria de Planejamento-SEPLAN e 
apresentadas na íntegra no Anexo II formalizam a posição do Estado em relação ao gasoduto 
Coari-Manaus e o gás natural de Itapiranga-Silves. 
 
Em relação ao gasoduto Coari-Manaus o documento informa o seguinte: 
 
1. O Estado do Amazonas, detentor de 51% do capital social votante da CIGÁS tem 
planos, a curto prazo, de construir o gasoduto Coari – Manaus e, no primeiro 
momento, priorizar a geração gás-térmica de energia elétrica, atender o pólo 
industrial e a frota de veículos automotores em Manaus por ter demanda 
identificada em fase de quantificação. Atenderá, de imediato, Coari, ponto de 
partida do gasoduto. No Estudo de Impacto Ambiental, os municípios ao longo do 
seu traçado – Codajás, Anori, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba – deverão ser 
contemplados com ramais secundários de atendimento à CEAM (Figura 2). Sua 
implantação, todavia, ficará condicionada à viabilidade técnico-econômica da 
mudança da matriz energética. Informações da concessionária CEAM dão conta de 
que os municípios de Iranduba, com a crescente demanda de energia elétrica das 
indústrias cerâmicas ali instaladas, e Manacapuru, com a implantação de indústrias 
voltadas ao beneficiamento de juta e pescado, além de diversas instalações de 
atendimentoao ecoturismo, deverão ser priorizadas a médio prazo. 
Manaus
Coari
Urucu
 
 26 
2. O aproveitamento do gás de Silves levará em conta dois aspectos: (a) viabilização 
de sua exploração e comercialização pela PETROBRAS e (2) se demandar mais 
tempo para o fornecimento de gás pela PETROBRAS [gás de Silves], e neste caso, 
o gasoduto Coari-Manaus já estiver operando, o aproveitamento do gás de Silves 
deverá atender aos municípios de sua área de influência pelo modal indicado nos 
estudos técnicos-econômicos-ambientais. 
 
De acordo com a SEPLAN o Estado encomendou ao Centro de Tecnologia do Gás – 
CTGás, no Rio Grande do Norte, um estudo cujo escopo é: 
 
1. Estudar o despacho de gás natural de um ponto único de suprimento, Silves, 
para um ou mais pontos de descarga em Manaus, devendo ser estudados os modais rodoviário 
e fluvial para o GNC (gás natural comprimido). 
 
2. Realizar, como objetivo principal, um apanhado preliminar sobre logística e 
viabilidade técnica e econômica do transporte de gás natural de um único ponto de 
suprimento, estação de compressão em Silves, para um ou mais pontos de atendimento em 
Manaus, escolhendo a tecnologia de transporte – rodoviário ou fluvial – que permita, com 
segurança, suprir as demandas resultantes dos estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus
Coari
Urucu
 
 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Proposta de Derivações do Gasoduto Coari-Manaus. Fornecido pela SEPLAN, 29.08.2003. 
 
CAREIRO
MANAQUIRI
MANACAPURU
IRANDUBA
DA VÁRZEA
R I O P R E T O
M A N A U S
NOVO AIRÃO
CAAPIRANGA
ANAMÃ
BERURI
ANORI
CODAJÁS
Badajós
COARI
B O R B A
CAREIRO
D A E V A
RAMAIS À ESTUDAR
GASODUTO PR INC IPAL
L E G E N D A
S /ESCALA
 
 28 
Opções de Traçado e Modal 
 
O desenvolvimento de uma análise de viabilidade das opções tecnológicas de transporte e 
distribuição de gás natural proveniente das reservas de Urucu permitirá responder algumas das questões de 
importância estratégica para a criação e ampliação de um mercado de gás natural para a região, ampliando 
as perspectivas de um desenvolvimento auto-sustentável apoiada em um potencial energético local. 
 
 A PETROBRAS, através de seu setor de engenharia, elaborou uma proposta de traçado embasada 
nos seguintes critérios ecológicos, econômicos, legais, sócio-ambientais e tecnológicos, tendo como 
referência a N-2624, como segue: 
 
(i) Evitar, sempre que possível, a necessidade de supressão de matas nativas; 
(ii) Entre mata nativa e reflorestamento, preferir sempre reflorestamento; 
(iii) Entre reflorestamento e silvicultura, preferir sempre silvicultura; 
(iv) No caso de não ser possível evitar supressão de matas nativas ou de reflorestamentos 
procurar atingir sempre as áreas com menor densidade de árvores; 
(v) Minimizar a movimentação de terra na fase de construção; 
(vi) Obter a diretriz ou poligonal secundária com o menor comprimento possível; 
(vii) Reduzir a quantidade de interferências, desde que atendidos os itens anteriores e atingir 
o menor número possível de propriedades; 
(viii) Aproveitar os caminhos internos ou estradas vicinais existentes, locando a faixa em suas 
proximidades; 
(ix) Situar, preferencialmente, a lateral da faixa junto às divisas de propriedades [Prática 
Recomendada]; 
(x) Utilizar áreas de domínio público, exceto os canais, rios ou outros casos que gerem 
muitos riscos de poluição ou instabilidade da faixa de domínio; 
(xi) Evitar locar a faixa em locais de brejos, locais com afloramentos rochosos e terrenos 
com baixa suportação, além de encostas e terrenos susceptíveis a deslizamentos; 
(xii) Nos casos de cruzamentos, locar preferencialmente em locais planos, onde não exista 
afloramento de rochas, longe de habitações e preferencialmente ortogonais com o eixo 
da interferência [Prática Recomendada]; 
(xiii) Nos casos de travessias, os locais escolhidos devem propiciar o cavalote mais curto e 
uma travessia, preferencialmente, ortogonal ao rio; 
(xiv) Os locais de travessia devem ser, preferencialmente, isentos de afloramentos rochosos, 
sinais de erosão nas margens e áreas de exploração mineral; 
(xv) A classe de locação deve ser preferencialmente 1, portanto, a faixa locada não deve se 
aproximar de edificações, especialmente moradias e loteamentos atuais ou em projeto; 
 
 29 
(xvi) Nos estudos para escolha da melhor alternativa de caminhamento e mesmo em 
variantes, considerar sempre o comprimento desenvolvido; 
(xvii) Deve ser evitada a aproximação da faixa com reservas minerais, ambientais, indígenas e 
locais de captação de água; 
(xviii) Considerar, na escolha do caminhamento, os vetores de crescimento urbano e pólos 
industriais dos municípios; 
(xix) Nos casos de paralelismos com linhas de transmissão, deve ser feita uma avaliação 
técnico-econômica de cada caso, a fim de verificar se deve ser mantido ou não o 
paralelismo, bem como o afastamento de segurança a ser adotado. 
 
Considerando as características da região e com o objetivo de minimizar os riscos de instabilidade 
da linha, ao longo de sua vida útil, em função da travessia de rios, foram realizados os seguintes serviços: 
 
(i) Estudo de escolha de rios críticos: O traçado do duto foi percorrido por equipe 
multidisciplinar de consultores que, com informações da área de bacia, históricos dos 
rios, análise do tipo de solo e da configuração do leito, entre outras, determinaram os 
rios que sofreram estudos detalhados, como forma de garantir a estabilidade da linha; 
(ii) Projeto de travessias especiais: Determinou-se o posicionamento necessário do cavalote, 
em vista das condições do leito de rio e adjacências, além de considerar as suas 
características intrínsecas nos últimos 30 anos. 
 
A proposta foi encaminhada à equipe encarregada dos Estudos de Impactos Ambientais através de 
diversos documentos, como o Memorial Descritivo das Instalações MD-4450.82-6521-940-PEN-001, o 
Memorial Descritivo de Montagem MD-4450.82-6520-940-PGL-001 e o Plano de Logística. Além de 
diversos mapas e fotografias aéreas. 
 
Resumidamente, a proposta esclarece que o gasoduto Coari – Manaus, parte do Terminal Solimões, 
localizado na margem direita do Rio Solimões, no município de Coari, e segue até a Refinaria de Manaus - 
REMAN, na Cidade de Manaus. 
 
Entretanto, antes de discutir esta proposta de traçado, elaborada pelo setor de engenharia da 
PETROBRAS, devemos analisar as alternativas modais de transporte do gás natural. 
 
 30 
Alternativas Modais de Transporte de Gás Natural 
 
A profundidade da avaliação das várias alternativas de transporte para um determinado 
empreendimento é determinada pelo ponto a partir do qual é possível discernir quais as alternativas mais 
viáveis considerando-se os aspectos técnico, econômico e ambiental. 
 
Descrição das Alternativas tecnológicas de Transporte 
 
Foram analisadas três opções de tecnologia de transporte, as principais características destas 
alternativas são apresentadas a seguir. 
 
Gás Natural Comprimido (GNC): É uma tecnologia relativamente nova, mais adequada quando destinada à 
utilização para transporte de pequenos volumes em pequenas distâncias tais como: distribuição para clientes 
industriais, fornecimento de combustível para veículos ou outros usos de baixo consumo. Ainda não foi 
utilizada para transporte de grandes volumes em parte alguma no mundo. O sistema consiste na utilização de 
cilindros de alta pressão que podem ser transportados via rodoviária, via ferroviária, via marítima ouvia 
fluvial. Os riscos envolvidos pelo transporte de cilindros com gás a alta pressão com grandes possibilidades 
de conseqüências ambientais se considerada a intensificação significativa do tráfego fluvial. No caso de 
transporte fluvial a descompressão para utilização do energético ocorreria no próprio meio de transporte, ou 
então seriam necessários investimentos em infra-estrutura portuária. 
 
A compressão de Gás Natural em cilindros tem sido utilizada desde o fim do século XIX e ainda 
hoje é considerada a melhor técnica de transporte para pequenos volumes de gás, a serem entregues em 
mercados localizados em distâncias relativamente pequenas, de tal forma a que o frete e a infra-estrutura de 
transporte: ferroviário, hidroviário ou rodoviário, como exemplos, não inviabilize a comercialização 
pretendida. Podemos citar ainda o transporte de hidrogênio na forma comprimida. A Rússia, Suécia, Taiwan 
e Nova Zelândia são países que utilizam a compressão de Gás Natural para atendimento de seus mercados. 
 
Assim sendo, o transporte de gás natural comprimido (GNC) ainda é uma grande opção para o 
desenvolvimento de um mercado novo, formado por muitos clientes potenciais com perfis de consumidores 
de pequenos volumes, impedidos de serem atendidos, por razões econômicas, pela construção de um novo 
gasoduto ou pela ampliação das redes de distribuição. 
 
Neste contexto, incluem-se regiões não muito distantes do gasoduto principal onde se registram 
como oportunidades os mercados de gás natural veicular (GNV) e de pequenas indústrias que hoje 
consomem GLP, Diesel ou Óleo Combustível, como exemplos. 
 
 31 
O transporte de gás comprimido é uma opção tecnológica já utilizada em vários países. Entretanto, 
sua utilização visa atender nichos de mercado que não estão conectados à rede de gasodutos. O projeto de 
gás natural comprimido, no Estado do Amazonas, seria uma experiência inédita de transporte de GNC em 
grande escala. Por conseqüência, o projeto apresenta um risco tecnológico e econômico elevado, o que 
dificulta a obtenção de financiamento para sua implementação. Outra desvantagem importante do transporte 
por barcaças, hidroviário, é o risco técnico mais elevado de interrupção de fornecimento (risco de acidentes). 
Este risco é de difícil aceitação pelos grandes consumidores, em especial, as usinas térmicas a gás. A 
tecnologia tradicional consiste em comprimir o gás natural à alta pressões, e transportá-lo no interior de 
cilindros capazes de suportar tais pressões.. Entretanto, a tecnologia de compressão traz consigo algumas 
dificuldades a superar, quais sejam: 
 
· Espessura da parede x Volume de GN: Quanto maior a pressão, menor o volume ocupado do gás. 
Esta lógica simples poderia levar-nos a pensar o porque de não se comprimir gases a pressões 
maiores. A razão é simples, com pressões maiores a espessura da parede do cilindro também deve 
ser maior, e a partir de um certo nível de pressão o volume menor do gás obtido passa a não ser 
vantajoso em função do aumento da espessura da par ta ede do cilindro. 
 
· Ponto de Entrega x Frete: Para que ocorra o transporte de gás comprimido, é necessária uma 
estação de compressão no ponto de carregamento dos cilindros. Um caminhão (ou barcaça) 
transporta os cilindros até o ponto de descarregamento, e deve retornar com os cilindros vazios. Isto 
faz com que os caminhões e/ou barcaças sejam dedicados a este fim, não podendo ser utilizados 
para outros serviços e conseqüentemente causando um aumento do frete já que não há 
aproveitamento no retorno. Esta peculiaridade no transporte de gás natural comprimido - GNC, faz 
com que sua economicidade dependa muito da distância entre os pontos de carregamento e 
descarregamento. 
 
· Volume de Gás x Volume de Gás Residual: Ao se transferir gás comprimido de cilindros para um 
outro reservatório (que pode ser outro cilindro) temos um diferencial de pressão entre os cilindros 
cheios e o reservatório vazio. Esta diferença de pressão é que desloca o gás comprimido de um 
ponto a outro. Conforme o processo se efetua, a diferença de pressão entre o reservatório fornecedor 
e o receptor vai diminuindo e conseqüentemente a transferência de gás fica mais lenta e após um 
longo período as pressões se igualam não havendo mais transferência de gás. No entanto, isto ocorre 
quando existe ainda uma quantidade significativa de gás dentro dos cilindros, que não é aproveitada. 
Este gás não transferido (não aproveitado) é chamado de volume de gás residual, ou seja, este gás 
volta a seu ponto de origem junto com os cilindros que deveriam voltar vazios. 
 
 
 32 
· Cilindros de Reposição: Outra limitação do processo se deve a descarga do gás contido nos 
cilindros. Para que se tenha o maior aproveitamento do gás, os cilindros devem permanecer no local 
de consumo. Isto implica em ter uma quantidade de cilindros pelo menos duas vezes maior 
(normalmente três) do que a necessidade de cilindros do consumidor, pois enquanto um está sendo 
consumido existe um outro sendo carregado e outro sendo transportado. Tudo isto exige um capital 
imobilizado alto. 
 
No caso da Amazônia, dadas as características únicas e condições locais, as balsas ou barcaças 
seriam especialmente projetadas e construídas para este projeto. O gás embarcado em terminal construído 
em Coari ou Manaus seria transportado nas balsas, que formariam comboios que seriam movimentados por 
empurradores movidos a gás natural nas vias navegáveis até as localidades consumidoras. Nestas 
localidades, docas de descarregamentos funcionariam como city-gates, entregando o gás armazenado nas 
balsas ao consumidor final sob a pressão acordada e vazão variável. O número de balsas atracadas em cada 
comboio atendendo uma determinada localidade é dimensionado de forma ao atendimento ininterrupto 
daquele cliente até a chegada de um novo comboio. 
 
Dessa forma, o mercado vocacionado para o recebimento do gás natural comprimido transportado 
por balsas é formado por cidades e empreendimentos extrativos e industriais das margens dos rios 
navegáveis da Amazônia. O calado das balsas transportadoras, o volume potencial do gás e a distância 
fluvial até Coari são fatores importantes na determinação deste mercado. 
 
Dificuldades existentes para adoção desta alternativa 
 
- O transporte fluvial, característico da região, teria tempo de viagem muito longo. 
- Mesmo se fosse possível a navegação, a distância fluvial seria grande quando comparado ao 
gasoduto. 
- Não existe avaliação do risco ao transporte do GNC nos volume necessários ao atendimento do 
mercado de Manaus. 
- Dado a natureza da operação (volume x distância) o custo do gás natural a ser entregue em Manaus 
seria muito elevado. 
 
Gás Natural Liquefeito (GNL): Existe uma tecnologia utilizada há cerca de 20 anos, é uma tecnologia 
madura e de farta utilização no mundo. Consiste na liquefação do gás por redução da temperatura a cerca de 
–160º C, envolvendo os processos de criogenia. Em síntese, o armazenamento do gás liquefeito é realizado 
em tanques especiais para suportar as baixas temperaturas e o transporte também ocorre em navios com 
 
 33 
tanques de armazenamento de materiais especiais e de grande porte, com mínimo de 85000 TPB2. Para que 
se torne viável economicamente é necessário liquefazer, transportar e regaseificar grandes volumes de gás. 
Não há notícia, até o momento, de transportes deste porte em rios, principalmente quando estes sofrem um 
regime de cheias e vazantes acentuados. Adicione-se a necessidade de construção de um tanque de 
armazenamento de grande porte para o produto e a instalação de uma unidade de regaseificação. 
 
É o método de transporte mais indicado paragrandes distâncias e grandes volumes principalmente 
onde a hipótese de gasoduto não seja viável, tais como travessia de oceanos, mares etc. (ex.: África para os 
Estados Unidos). 
 
Podemos ressaltar que unidades flutuantes de liquefação de gás natural apresentam uma menor 
especificidade de ativos. Ou seja, a mesma planta pode ser utilizada para monetizar reservas de mais de um 
campo, localizado em locais diferentes. Da mesma forma, uma planta de regaseificação flutuante viabiliza a 
comercialização do gás natural liquefeito - GNL em diferentes mercados regionais. Permite inclusive 
aproveitar oportunidades de negócios com a arbitragem entre estes mercados, que normalmente não estão 
interconectados. 
 
Uma Planta de gás natural liquefeito - GNL pioneira seria uma alternativa interessante para 
promover o desenvolvimento na Região Norte do país, como também prover uma alternativa para monetizar 
as reservas de gás na região. Adicionalmente, promove o acesso a tecnologia de ponta e possibilita o 
aumento dos resultados financeiros da PETROBRAS através de exportações. Entretanto, os investimentos 
maciços, o longo prazo exigido para desenvolvimento do projeto e as soluções técnicas complexas 
requeridas na região são motivos de sérias preocupações que necessitam ser resolvidos antes de uma decisão 
favorável à sua implantação. 
 
Em outros exemplos de sucesso de projetos de gás natural liquefeito – GNL, ao nível mundial, 
existem certas condições que determinam a viabilidade do projeto tais como: 
 
- Contratos de longo prazo com entidades de credibilidade internacional; 
- Solução técnica comprovada. Os bancos dão preferência a soluções que tenham se mostrado 
confiáveis. Neste sentido, uma solução técnica nova sempre carrega o risco implícito de não gerar 
conforto necessário para os financiadores, conseqüentemente exigindo suporte adicional; 
- Competitividade: O gás natural liquefeito - GNL é um negócio de larga escala com baixas margens 
envolvidas. Portanto os principais focos estratégicos dos investidores serão: baixo custo (é uma 
 
2 Tonelada por Porte Bruto: é a "medida" usada para identificar o porte do navio. 
 
 34 
função da geografia – distância até os mercados consumidores, soluções de transporte), tecnologia, 
escala e impacto fiscal; 
- Disponibilidade do gás: o sucesso de qualquer estrutura comercial contratual e técnica, a ser 
desenvolvida, será dependente da disponibilidade de reservas de gás suficientemente grandes e de 
qualidade para alimentar o projeto, a fim de criar a segurança necessária aos investidores; 
- Sensibilidade ambiental. Os financiadores estão cada vez mais preocupados com os impactos 
ambientais do negócio, neste sentido o impacto de uma planta pioneira terá que ser extremamente 
bem trabalhado para trazer um balanço positivo para o projeto, apesar do impacto inevitável sobre 
a região afetada. 
 
A opção de transporte por navios, após liquefação do gás à -160°C, somente é viável quando: 
 
- Não há possibilidade de construção de um gasoduto (ex: travessia de oceanos); 
- Os volumes envolvidos justifiquem tal operação. 
 
Dificuldades existentes para adoção desta alternativa 
 
- Diversos impactos ambientais e sociais; 
- Riscos decorrentes de mudanças de modal de transporte e da intensificação do tráfego fluvial; 
- Necessidade de contratos de longo prazo; 
- Riscos tecnológicos que constituem entraves no financiamento; 
- Negócios de larga escala (garantia de 20% a 30% adicional nas reservas) e margens baixas de 
redito; 
- Necessita de disponibilidade alta de produto de boa qualidade para garantir o conforto dos 
investidores; 
- Alta sensibilidade a fatores ambientais impactando o investimento; 
- Necessidade de ter acordados contratos de Compra e Venda de GNL, antes do fechamento do 
financiamento, para dar conforto aos investidores; 
- Os contratos de Compra e Venda requerem longas negociações técnicas; 
- Há uma tendência quanto à preferência por parte dos compradores em contratos com flexibilidade 
de fornecimento. 
 
Gasoduto: Considerado mundialmente o melhor meio de transporte para médias distâncias e médios/grandes 
volumes. É a melhor alternativa técnica e econômica para a Amazônia, além de ser ambientalmente menos 
impactante para a região em relação às demais alternativas. Sempre que possível o transporte de gás natural 
é feito no mundo através de dutos, mesmo em áreas sensíveis e remotas como a Sibéria, Alaska e Pantanal 
 
 35 
Mato-grossense (Bolívia – Brasil). Os riscos associados a este tipo de transporte são mínimos e se resumem 
ao período de instalação, não sendo significativos os impactos durante a operação. 
 
A partir do estudo de áreas e pontos notáveis, observam-se significativos impactos no meio físico, 
antrópico e bióticos. Como forma de redução de tais impactos, tem-se: 
 
(i) Redução de Cortes e Aterros 
(ii) Redução de Faixa Desmatada: 
 
Um empreendimento tipicamente linear como um gasoduto, onde a intervenção se dá somente 
durante as obras e por um curto período em cada ponto, possui áreas de influência totalmente diferentes de 
uma atividade mineraria ou usinas hidrelétricas, fruto de ações permanentes, mesmo considerando-se os 
mesmos critérios para definição destas áreas. 
 
Assim, as alterações das características ambientais, como a supressão da vegetação e a alteração da 
qualidade das águas, bem como as alterações sociais, a exemplo da maior dinamização da economia nas 
sedes municipais ou das mudanças no cotidiano das comunidades, são exatamente os principais elementos 
que norteiam a definição das áreas de influência. Portanto, as características ambientais e sociais são 
privilegiadas nesta definição. 
 
Razões para escolha do transporte de gás natural via gasoduto 
 
- Suprimento ininterrupto; 
- Rápida dispersão em caso de vazamento; 
- Não necessita de armazenamento, uma vez que é consumido na proporção em que retirado do 
gasoduto; 
- Mais segurança; 
- Menor risco de cartelização no transporte do gás. Cartéis são normalmente instáveis e de difícil 
controle por parte do poder público. Embora o modal gasoduto se constitua num monopólio, a 
empresa (PETROBRAS), é pública e relativamente mais sujeita ao controle governamental. 
 
Análise Comparativa 
Quando se trata da entrega de grandes volumes de gás natural (GN) em mercados desenvolvidos, 
localizados em distâncias relativamente próximas dos campos produtores, o transporte via gasodutos tem 
sido a técnica economicamente mais atrativa e de menor risco tecnológico. Devido a estas características, a 
indústria do gás natural se desenvolveu de forma expressiva após a evolução da tecnologia de transporte via 
dutos. Considerando que a proposta de transporte inicial de um volume de 5,5 MMm³/d de gás natural, a 
 
 36 
uma distância 397 Km (município de Coari – ao município de Manaus), podemos efetuar uma análise 
comparativa entre as tarifas de transporte dos modais apresentados. Em relação à alternativa do transporte 
via duto, o transporte via gás natural liquefeito apresenta um valor 25,51% maior, acrescentando ainda um 
ano para conclusão do empreendimento; o transporte via gás natural comprimido – GNC seria 42,04% 
maior. 
 
 37 
II – Área de Influência 
 
A definição dos limites geográficos da área de influência de um determinado projeto é um dos 
requisitos legais para avaliação dos impactos ambientais. Sendo legalmente requerida pela Resolução 
CONAMA 01/86, no item III, de seu artigo 5. 
 ...... 
Artigo 5° - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e 
objetivos expressos na Lei de Política Nacional

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