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1. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: -CPC trata de hipóteses de terceiros que podem ingressar no processo em andamento sem figurar como partes. -A intervenção fará com que aquele que antes não figurava no processo passe a figurar. -Só se justifica a intervenção do terceiro que possa ter sua esfera jurídica atingida pela decisão judicial do processo em andamento. 2. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS VOLUNTÁRIA E PROVOCADA: -Os casos de intervenção de terceiro voluntária, cabe ao próprio terceiro através de manifestação e os exemplos são: Assistência e Oposição -Os casos de intervenção de terceiro provocada a iniciativa vem de uma das partes (autor ou réu), que pede ao juiz que convoque o terceiro. Os exemplos são: Chamamento ao Processo e a Nomeação à Autoria. 3. QUANDO O TERCEIRO TRANSFORMA-SE EM PARTE: -Desde o momento em que admitido no processo, é o que ocorre na Denunciação da Lide, no Chamamento ao Processo, na Oposição e na Nomeação à Autoria. -Há situações em que o terceiro atuará como um auxiliar de uma das partes, ocorre na Assistência. *Distinção entre Assistência simples e litisconsorcial, só na simples o assistente não se transformará em parte. 4. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS E A AMPLIAÇÃO DOS LIMITES OBJETIVOS DA LIDE: -Há hipóteses em que a intervenção de terceiros aumentam os limites objetivos da lide, implicam a formulação de pretensões que deverão ser analisadas pelo juiz. Ex. Denunciação a lide, Chamamento ao Processo e Oposição. -as hipóteses que não acarretam ampliação objetiva do processo são Assistência e Nomeação à Autoria. 5. A INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NÃO CRIA UM NOVO PROCESSO: -Só há intervenção de terceiros se o terceiro ingressa em processo em andamento. 7. DAS DIVERSAS FORMAS DE INTERVENÇÃO: 7.1 ASSISTÊNCIA: Art. 50 CPC 7.1.1 INTRODUÇÃO: -A Assistência é sempre voluntária, a iniciativa de ingresso sempre tem de partir do próprio terceiro. O assistente não formula novos pedidos, por isso a assistência não amplia os limites objetivos da lide. 7.1.2 ASSISTÊNCIA SIMPLES: -Terceiro que tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, possa requerer o seu ingresso, para auxiliar a parte a qual deseja que vença. -É fundamental que se identifique quando o terceiro tem interesse e quando ele pode ser considerado jurídico. 7.1.2.1 INTERESSE JURÍDICO: -Terá interesse jurídico aquele que tiver uma relação jurídica com uma das partes diferente daquela sobre a qual versa o processo, mas que poderá ser afetada pelo resultado. -O interesse jurídico depende de três circunstâncias: a) que o terceiro tenha uma relação jurídica com uma das partes; b) que essa relação seja diferente da que está sendo discutida no processo, pois se for a mesma ele deveria figurar como litisconsorte e não como assistente. c) que essa relação jurídica possa ser afetada reflexamente pelo resultado do processo. -Exemplo de terceiro que pode ingressar como assistente simples: Sublocatário pode ingressar como assistente simples do locatário nas ações de despejo. Tem interesse jurídico em que a sentença seja favorável ao locatário, porque, se desfavorável, o despejo será decretado; rompida a locação a sublocação também o será. O sublocatário não é titular da relação jurídica discutida no processo, mas mantem com uma das partes relação jurídica interligada com aquela. 7.1.3 ASSISTENCIA LITISCONSORCIAL -Art. 54 CPC. Pode haver assistência litisconsorcial sempre que houver legitimidade extraordinária: quem pode ingressar como assistente é o substituído processual. -A Assistência litisconsorcial permite que o substituído, que seria atingido pela coisa julgada, possa ingressar no processo. -O Assistente litisconsorcial, em havendo legitimidade extraordinária concorrente, nada mais é que um litisconsorte facultativo unitário ulterior. Inclusive tem poderes e é tratado como verdadeiro litisconsorte unitário. 7.1.4 PODERES DO ASSISTENTE SIMPLES NO PROCESSO -A atuação do assistente é subordinada a do assistido. Pode praticar todos atos processuais que não contrariem a vontade do assistido. Arts. 52 e 53 CPC. -Não é necessária autorização expressa da parte para que o assistente pratique os atos que desejar. Mas a parte principal tem o poder de vedar ao assistente a prática de atos que não queira que este realize. 7.1.5 PODERES DO ASSITENTE LITISCONSORCIAL -Tem os mesmos poderes que o litisconsorte unitário, com a ressalva de que, tendo ingressado com o processo já em curso, passará a atuar no estado em que o processo se encontra. -Sua participação não é subordinada ao assistido, que não tem poderes de veto, como no caso da assistência simples. Não se aplica o Art. 53 CPC na assistência litisconsorcial. 7.1.7 O ASSISTENTE LITISCONSORCIAL E A COISA JULGADA MATERIAL -Aquele que pode ingressar como assistente litisconsorcial sofrerá os efeitos da coisa julgada material, intervindo ou não., por ter a qualidade de substituído processual. 7.1.8 O ASSISTENTE SIMPLES E A JUSTIÇA DA DECISÃO -Aquele que interveio como assistente simples sofrerá uma consequência que não atinge as partes: não poderá mais discutir os fundamentos da sentença proferida no processo em que participou. Enquanto, para as partes, fica imutável o que foi decidido no dispositivo, para o assistente simples, não pode ser discutida a fundamentação. 7.2 DA OPOSIÇÃO 7.2.1 INTRODUÇÃO -Intervenção de terceiros voluntária. -Caracteriza-se por constituir uma nova ação que o terceiro ajuíza em face das partes originárias do processo. Pressupõe que o terceiro formule pretensão que tenha o mesmo objeto já disputado entre as partes. Art. 56. CPC 7.2.2 CABIMENTO -O terceiro pretende obter o mesmo bem ou vantagem que já era objeto da disputa inicial. -A possibilidade de o terceiro valer-se da oposição estende-se até a sentença. Art. 56 CPC -Haverá sempre um litisconsórcio necessário no polo passivo da oposição, composto pelos autores e réus da ação originária, porque o opoente precisa demonstrar que a sua pretensão merece melhor acolhida que a do autor e do réu da ação originária. -Duas ações deverão ser julgadas pelo juiz, a originária entre A e B, e a oposição entre C, de um lado, e A e B, do outro. 7.2.3 RELAÇÃO DE PREJUDICIALIDADE ENTRE A OPOSIÇÃO E A AÇÃO ORIGINÁRIA -A oposição guarda relação de prejudicialidade com a ação originária pois seu resultado influenciará o da ação principal. O opoente exerce uma pretensão sobre o mesmo bem ou vantagem que era o objeto de disputa entre as partes originárias. Por isso, quando o juiz acolhe a oposição, atribuindo a coisa ao terceiro, declarará que o autor da ação originária não tinha direito a ela. Ou seja, a procedência da oposição implica na improcedência da ação inicial. 7.2.5 OS DOIS TIPOS DE OPOSIÇÃO -Será interventiva a oposição quando apresentada antes da audiência de instrução, no processo principal (Art. 59 CPC), e autônoma, após o início da audiência, isto é, quando o processo principal já estiver em fase mais avançada. -Nos dois tipos de oposição haverá distribuição por dependência, devem ser processadas no mesmo juízo onde corre a ação principal. 7.2.7 OPOSIÇÃO INTERVENTIVA -Haverá um processo só, no qual o juiz proferirá uma só sentença, na qual examinará a oposição e a ação. Primeiro a oposição, depois a ação, sendo a primeira procedente, a segunda automaticamente é julgada procedente. 7.2.8 OPOSIÇÃO AUTÔNOMA -O Art. 60 CPC. Autoriza o juiz a sobrestar o andamento do processo da ação principal por até 90 dias para que o processo principal e a oposição tenham a possibilidade de atingirem o mesmo estágio e sejam julgados em uma só sentença. -Quando este prazo de 90 dias não é suficiente o juiz julga a ação principal sem influência da pretensão da oposição, somente mais tarde julgará a pretensão do opoente. 7.3 NOMEAÇÃO A AUTORIA -Na nomeação ocorre a substituição do réu originário, demandado equivocadamente, plo verdadeiro legitimado, corrigindo-se o polo passivo da ação. -A nomeação é sempre provocada pelo réu, e tem apeculiariedade de, para ser deferida, depender do consentimento do autor e do nomeado. 7.3.2 CABIMENTO -A primeira hipótese é do detentor que tem consigo a coisa em nome alheio, e que é demandado em nome próprio. Art. 62 CPC -A reparação de danos postulada pelo proprietário ou titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsável plos prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instruções de terceiro. 7.3.3 PROCEDIMENTO -O nomeante deverá indicar o nomeado, e pedir sua substituição no polo passivo, indicando sua qualidade de detentor ou preposto, para que seja sanado o vício de ilegitimidade. -O art. 69 CPC estabelece que responderá por perdas e danos quem deixar de nomear a autoria, ficando claro o caráter obrigatório dessa forma de intervenção. 7.3.3.2 NECESSIDADE DE CONSENTIMENTO DO AUTOR -Só faz sentido que o autor recuse a nomeação se entender que efetivamente o réu originário é parte legítima. O autor é o maior interessado na prolação de uma sentença de mérito. 7.3.3.3 A NECESSIDADE DE CONSENTIMENTO DO NOMEADO -Na realidade o nomeado é obrigado a aceitar a nomeação sob pena de pagar perdas e danos se porventura vier a recusar nomeação indevidamente. 7.4 DENUCIAÇÃO DA LIDE -Única modalidade de intervenção de terceiros que pode ser provocada tanto pelo autor quanto pelo réu (as outras cabe apenas ao réu ao ao próprio terceiro) -Tem natureza jurídica de ação, mas não implica a formação de um processo autônomo. O juiz na sentença terá que decidir não apenas a lide principal, mas também a secundária. -Todas hipóteses de denunciação são associadas a direito de regresso. Ex. Ação de acidente de trânsito em que há denunciação a seguradora, o juiz decidirá sobre a responsabilidade pelo acidente, e a da seguradora em reembolsar o segurado. 7.4.2 HIPOTESES DE CABIMENTO 7.4.2.1 RISCO DE EVICÇÃO ART 70 I CPC -Evicção ocorre quando o adquirente de um bem perde a propriedade da coisa adquirida, atribuída a terceiro. Ex. Aquisição feita a quem não era o dono da coisa. -O adquirente tem direito de regresso contra o alienante, para reaver o dinheiro que pagou pela coisa da qual ficou privado, já que foi reconhecido que o terceiro era o verdadeiro dono. -A denunciação da lide serve para que o adquirente possa exercer direito de regresso contra o alienante, que terá de restituir o dinheiro. -Pode ser requerida também pelo autor. Ex. A adquire imóvel de B, ao tentar ingressar no imóvel descobre que este está ocupado por C, e ajuíza contra C ação reinvindicatória. Para poder exercer o direito de regresso, pode já na petição inicial, fazer a denunciação da lide ao alienante B. 7.4.2.2 A DENUNCIAÇÃO DA LIDEDO POSSUIDOR DIRETO AO INDIRETO OU PROPRIETÁRIO -O Art. 70 II CPC autoriza a denunciação da lide ao proprietário ou possuidor indireto. -Sempre que houver a transferência da coisa a alguém, temporariamente, aquele que a entrega ficará com a posse indireta (proprietário, locador), e aquele que a recebe com a posse direta (locatário). -Ex. O caso de um locatário (possuidor direto) acionado em virtude de prejuízos causados por benfeitorias necessárias realizadas no imóvel em que reside, prejudicando o imóvel do vizinho. Citado, denuncia a lide ao proprietário (possuidor indireto), asseverando que as benfeitorias teriam sido realizadas a mando deste. - A hipótese do Art. 70 II CPC a denunciação da lide só pode ser requerida pelo réu. 7.4.2.3 DIREITO DE REGRESSO DECORRENTE DE LEI OU CONTRATO -Art. 70 III autoriza a denunciação àquele que estiver obrigado, pela lei ou por contrato, a indenizar em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. -O exemplo mais como de contrato que assegura direito de regresso é o seguro. -Exemplos de direito de regresso decorrente de lei: patrão que tem direito de regresso contra empregado causador de dano; Estado tem direito de regresso em face de funcionário público que tenha, por culpa, causado dano a terceiro. 7.4.4 A POSIÇÃO DO DENUNCIADO FRENTE AO ADVERSÁRIO DO DENUNCIANTE -Quando há denunciação, surgem duas relações jurídicas distintas: a do autor e do réu e a do denunciante e denunciado. -Não existe relação jurídica direta entre o denunciado e o adversário do denunciante. -De acordo com a redação dos arts. 74 e 75, I CPC o denunciado assumirá posição de litisconsorte do denunciante, frente a parte contrária. -Se houver denunciação da lide, o denunciado figurará como litisconsorte do denunciante diz a lei. O STJ tem decidido que há verdadeiro litisconsórcio entre denunciante e denunciado. 7.4.5 PROCEDIMENTO DA DENUNCIAÇÃO A LIDE 7.4.5.1 QUANDO REQUERIDA PELO RÉU -Pode ser apresentada pelo réu no prazo de contestação, contendo fundamentos de fato e de direito e em que se baseio o direito de regresso e qual o pedido. -Se deferida pelo juiz, o denunciado será citado e terá prazo para contestar. -Ao final o juiz proferirá sentença conjunta julgando a demanda principal e a denunciação. 7.4.5.2 QUANDO REQUERIDA PELO AUTOR -Será requerida pelo autor na inicial. -Se o juiz deferia a denunciação, mandará primeiro citar o denunciado e depois o réu, pois o denunciado terá direito de aditar a inicial. Art. 74 CPC 7.5 CHAMAMENTO AO PROCESSO 7.5.1 INTRODUÇÃO -Forma de intervenção de terceiros com natureza jurídica de ação condenatória -O réu fiador ou devedor solidário trará para compor o polo passivo, em litisconsórcio com ele, o devedor principal ou os demais devedores solidários. -No chamamento ao processo existe relação direta entre os chamados e o autor da ação. A proposta contra o chamante poderia ter sido proposta igualmente contra os chamados. -Chamamento ao processo é sempre facultativo. 7.5.2 POSIÇÃO DOS CHAMADOS AO PROCESSO -O réu traz ao processo outros réus, contra os quais o autor não demandou originariamente. Haverá litisconsórcio facultativo passivo ulterior e simples. -A posição dos chamados é de litisconsortes do réu originários. Efetivamente os chamados passam a compor o polo passivo da ação na condição de corréus. -Em caso de procedência, todos serão condenados a pagar ao autor. Art. 80 CPC 7.5.3 HIPÓTESES DE CABIMENTO 7.5.3.1 O CHAMAMENTO DO FIADOR DEMANDADO AO DEVEDOR PRINCIPAL -Fiança é um contrato por meio do qual alguém que não é o devedor, assume a responsabilidade pelo pagamento de uma dívida. -Sendo o fiador citado como réu, poderá chamar ao processo o devedor principal, formando litisconsórcio passivo, e em caso de procedência os dois serão condenados. Art 77, I CPC -A falta do devido chamamento do fiador demandado ao devedor principal implica na perda do benefício de ordem. -É interessante que o fiador demandado faça o chamamento do devedor, pois poderá, se satisfizer o débito, sub-rogar-se nos direitos do credor contra o devedor principal para reaver o que pagou. 7.5.3.2 O CHAMAMENTO FEITO POR UM DOS FIADORES AOS DEMAIS -É admissível o chamamento ao processo dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles. Art. 77, II CPC 7.5.3.3 O CHAMAMENTO EM CASO DE SOLIDARIEDADE -É admissível o chamamento ao processo de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum. 7.5.4 PROCEDIMENTO DO CHAMAMENTO AO PROCESSO -Deve ser requerida pelo autor no prazo de contestação, se em termos o juiz determinará a citação do chamado, formando-se litisconsórcio passivo. -O litisconsórcio será facultativo simples.
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