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Resumo Aprender Economia Cap. 2

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Introdução
Cap 2 O autor descreve a história da moeda, do crédito e da inflação, de forma menos técnica e mais acessível aos leigos. Segundo ele, a economia capitalista não é planejada e é a responsável pela inflação. Conter monetariamente a inflação não é a solução. O ideal seria que, com ela, se pudesse crescer. Com uma inflação oscilante e imprevisível, isso não ocorre.
MOEDA E CRÉDITO
Numa economia de mercado, dinheiro é, basicamente, o que se usa para fazer compras. Para que tenha dinheiro, precisa ganhá-lo e isso acontece sob a forma de troca. Para ganhar um salário, troca-se a força de trabalho por ele, por exemplo. Assim, a economia de mercado é uma economia de trocas. A primeira idéia em comum entre as pessoas é, então, a de que moeda é um meio de troca. 
Com o tempo, a necessidade de se criar uma moeda cresceu à medida que, nem sempre havia interesse de ambas as partes, para se efetuar determinadas trocas. Havia necessidade de uma mercadoria de interesse geral, independentemente de sua utilidade, não para ser consumida, mas ser trocada novamente. Surgiu, assim, a primeira forma histórica de moeda: a moeda-mercadoria, uma moeda que é, na realidade, uma mercadoria com funções de dinheiro. Na prática, determinada moeda-mercadoria era mais adequada do que outra. Então, ela deveria ser feita de um metal precioso, de preferência de ouro ou de prata.
A existência da moeda abriu caminho para o surgimento do crédito: o instrumento de crédito é um papel em que o devedor declara sua dívida e assina embaixo, o que seria uma letra de câmbio ou uma nota promissória. Com a circulação e expansão do crédito, ocorreram desenvolvimentos importantes.
A moeda feita com metal precioso era fácil de transportar, mas corria o risco de ser roubada. Então, as transações passaram a ser feitas com letras de câmbio. Desta maneira, o papel passa a circular no lugar do ouro. Criou-se uma segunda moeda, que é uma representação da primeira: a moeda-símbolo.Outro fator importante é que as moedas de metal poderiam ser falsificadas e, para que isso fosse evitado, o Estado passou a protegê-las, através de sua cunhagem. Algum tempo depois, a cunhagem das moedas tornou-se obrigatória pelo Estado.
O Estado tem como uma de suas funções mais importantes numa economia de mercado, impor o cumprimento das obrigações assumidas em contratos privados. Com isso, ele pode especificar em que moeda as dívidas deverão ser pagas, exigindo de certas moedas curso forçado. Assim, o Estado constitui a única entidade que pode criar moeda, monopolizando sua emissão.
Os primeiros intermediários de crédito foram os ourives. Estes possuíam cofres e segurança em suas casas, para guardarem a matéria-prima de seu trabalho. Então, as pessoas passaram a guardar seu ouro com eles, pagando-lhes uma taxa. Como garantia, os depositantes recebiam um instrumento de crédito, emitido pelo ourives, especificando a quantia ali depositada. Na medida em que todos agiam assim, o ouvires passou a ficar com todo o ouro da cidade e, então, o que circulava realmente entre as cidades eram as notas dos ourives.
Ao perceberem que o ouro nunca saía dos cofres, os mais espertos passaram a emitir mais notas do que o ouro guardado e começaram a emprestar dinheiro a juros. Não tendo mais tempo para exercer sua verdadeira profissão, o ourives tornou-se banqueiro.
A essência do negócio bancário é reemprestar dinheiro, ou seja, guardar dinheiro das pessoas, das empresas, do Estado, e reemprestá-lo, ficando com a moeda-mercadoria e colocando em seu lugar as suas notas, que se chamam papel-moeda. O banco está sempre insolvente, pelo fato de receber dinheiro à vista e emprestá-lo a prazo. Ele toma dinheiro emprestado à vista, e paga juros ao depositante, mas empresta a prazo e cobra um juro muito maior do devedor. Da diferença entre os dois, ele paga suas despesas e obtém o lucro.
Depois de algum tempo, o governo passou a intervir nos bancos, porque não era conveniente que a fé do público fosse iludida pelo banqueiro. Era necessário que a quantidade de notas que o banqueiro emitisse tivesse relação com a quantidade de dinheiro (moeda-mercadoria) que ele tinha em Caixa. Então, o governo passou a controlar os bancos através do Banco Central, que obriga os bancos comuns a enviar uma parte de seus depósitos para ele. A parte enviada ao Banco Central chama-se encaixe.
Havia, portanto, dois tipos de moeda circulando: moeda legal, que correspondia teoricamente a ouro (o ouro foi substituído, aos poucos, por notas emitidas pelo governo) e moeda escritural, que é a moeda que fica nos bancos; o depósito bancário, o qual tem volume muito maior do que a moeda legal. A moeda escritural passou a ser movimentada através de um instrumento de crédito chamado cheque.
Ao criar notas, o governo sabe que uma grande parte delas vai para os bancos. A emissão de moeda legal aumenta os depósitos dos bancos. O dinheiro impresso pelo governo entra no sistema bancário, que o multiplica por uma cadeia de reempréstimos, que será mais longa ou mais curta, conforme o encaixe.
Esta é a forma que o governo tem de regular a quantidade de dinheiro, tanto em moeda legal como escritural, que circula no país. O maior interesse em relação à moeda é o seu valor. O poder de compra da moeda vai mudando, em geral, para menos. Segundo alguns economistas, a explicação do valor da moeda é: a proporcionalidade entre o valor das transações, o volume de moeda e a velocidade média de circulação, sem que se saiba se alguma destas variáveis determina as outras.
Porém, os economistas da chamada Escola Monetarista dizem que o nível de preços é resultante da velocidade média de vezes em que a moeda circula. Se essa velocidade for constante e se a quantidade de transações, que depende do nível de produção do país, for dada, o aumento de quantidade de moeda faz com que, necessariamente, o nível de preços vá subir, e esta é a explicação da inflação. A inflação seria a conseqüência de uma expansão exagerada do volume de meios de pagamento. Resumindo, o volume da moeda determina o nível de preços.
No Brasil, o Ministro da Fazenda e o Banco Central decidem quanto de moeda legal vai circular e quantos depósitos bancários poderão ser criados pelos bancos, através da fixação do encaixe. Não é só o governo quem determina o volume de moeda em circulação, mas ele tem mais poder do que qualquer outra entidade isolada, para influir sobre o crescimento da massa de meios de pagamento do país. O controle não é total porque depende de diferentes situações, como uma crise econômica, por exemplo. Em tese, havendo menos dinheiro, é possível utilizá-lo mais intensamente. Mas, a velocidade com que se fazem pagamentos depende de vários fatores, que não se alteram em curto prazo.
Assim, o problema da inflação dependeria da firmeza das autoridades monetárias, ou seja, seria um problema de moral. Mas, isso não é verdade. A economia capitalista não pode ser planejada, porque os empresários são cautelosos em relação a expandir seus negócios. Assim, a economia funciona um pouco de acordo com o momento. Os preços crescem porque a economia capitalista não é planejada. A economia funciona com oferta e demanda se ajustando por um processo de tentativas e erros, quando surgem desequilíbrios chamados de pontos de estrangulamento. Esses pontos de estrangulamento nada mais são do que desequilíbrios intersetoriais que ocorrem, numa economia que se desenvolve e se diversifica. Os preços aumentam por pressões do lado real da economia, e não do lado monetário.
Quando a autoridade monetária tenta controlar a inflação, tirando o oxigênio da economia, os bancos não ampliam o crédito e, consequentemente, o comércio, a indústria e a agricultura entram em dificuldades. A inflação cai, mas entra-se numa recessão. Já houve diversas inflações diferentes, como as da época da guerra e em épocas de luta de classes operárias.
A expansão monetária acompanha o aumento dos preços, mas não é a causa dele. São as contradições da anarquia de mercado, de uma economia não planejadaque, geralmente, levam os preços para cima e, como resultado, impõe o aumento do volume de meios de pagamento.
Quando a oferta de moeda não está em sintonia com os preços, há uma crise.
Conter monetariamente a inflação não é solução, pois logo ela ressurge. O ideal seria que com a inflação se pudesse crescer.

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