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OAB - DIREITO CONSTITUCIONAL I

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OAB XVIII – DIREITO CONSTITUCIONAL
(Aulas Damásio + Resumo)
	AULAS
	TEMAS
	01
	ORDENAMENTO JURÍDICO – TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
	02
	EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
	03
	NACIONALIDADE – DIREITOS POLÍTICOS
	04
	REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
	05
	REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS – FEDERALISMO 
	06
	PODERES DO ESTADO (LEGISLATIVO, EXECUTIVO, JUDICIÁRIO)
	07
	CPI 
	08
	PROCESSO LEGISLATIVO
	09
	ORDEM SOCIAL 
	10
	ORDEM ECONÔMICA
	11
	CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	12
	RECURSOS
	13
	INFORMATIVOS DO STF
	14
	INTERPRETAÇÃO E HERMENÊUTICA
	15
	NOVAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS
Temas da moda: Tribunais de Contas; Crimes de Responsabilidade e Processo de Impeachment; Direito de reunião (manifestação); 
AULA 01
ORDENAMENTO JURÍDICO
CONCEITO: é o conjunto de normas de um estado (todas as normas); 
CONSTITUIÇÃO: É a lei fundamental e o limite de poder do estado; 
NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS: são normas localizadas abaixo da Constituição e que visam detalhar direito; 
NORMAS SUPRALEGAIS: normas localizadas acima das leis, mais abaixo da constituição. (STF Julga o Recurso 466.343). São os tratados dos direitos humanos referendados como se fossem leis ordinárias. CF 1988 + Decreto 6949/2009 – E.C Normas Supralegais Normas Infraconstitucionais 
OBS: Decreto 6949/2009-2 Tratados de direitos Humanos (Convenção internacional para proteção das pessoas com deficiência e o seu protocolo facultativo). Foram referendados (votado) pelo congresso nacional, nos termos do paragrafo 3º do Art. 5º da Constituição Federal de 1988 (3/5 2T2 2 C C.N), 60% dos votos
 PREÂMBULO: não integra o bloco de constitucionalidade (não tem força vinculante). Por isso a invocação da proteção de Deus não é de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais e não significa que o país é um Estado Teocrático. 
 REXT 466.343-1/SP (DEPOSITÁRIO INFIEL) = com este REXT, houve mudança de entendimento do STF (antes entendia que Tratado Internacional de DH era lei ordinária, agora entende que pode ter caráter legal, supralegal ou de EC, a depender do conteúdo material e da submissão ao procedimento legislativo do art. 5º,§3º). Agora, se o tratado internacional não for sobre Direitos Humanos, terá status de lei ordinária. Se for sobre Direitos Humanos, poderá ter status de EC (se for aprovado de acordo com o procedimento do art. 5º,§3º, CRFB/88) ou caráter supralegal, mas infraconstitucional (se não for aprovado de acordo com este procedimento).
O tratado discutido no REXT foi o Decreto 678/92 - Art. 7º, Decreto 678/92 (Pacto San José Costa Rica – Convenção Americana de DH) = ninguém deve ser detido por dívida, exceto a alimentar.
Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos (TIDH) não podem ter caráter supraconstitucional, em virtude do princípio da supremacia da CRFB.
Os TIDH não tem status de lei ordinária, pois isto permitiria o descumprimento unilateral por parte do Brasil de um acordo internacional (o que viola os princípios internacionais fixados pela Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados/1969 – art. 27 “nenhum Estado pactuante pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado”).
Os TIDH podem ou não ter caráter constitucional, em virtude da EC nº 45/04, que incorporou o §3º ao art. 5º da CRFB/88 (“os tratados e convenções internacionais sobre DH que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos do respectivos membros, serão equivalentes às EC). Logo, os tratados já ratificados pelo Brasil anteriormente à EC nº 45/04 e não submetidos ao processo legislativo especial de aprovação no CN não podem ser comparados às normas constitucionais (não são equivalentes à EC). Contudo, como possuem importância, a doutrina/jurisprudência lhes concedeu “status supralegal, porém infraconstitucional”. Porém, os tratados ratificados pelo Brasil após a EC nº 45/04 e aprovados nos termos do art. 5º, §3º equivalem à EC (Decreto 6949/09 – deficientes).
OBS: o legislador constitucional não fica impedido de submeter o Pacto de San José da Costa Rica ao procedimento especial de aprovação previsto no art. 5º, §3º, CRFB, para conferir-lhe status de EC.
Portanto, a previsão constitucional da prisão civil do depositário infiel (art. 5º, LXVII) não foi revogada pela ratificação do Pacto Internacional dos direitos Civis e Políticos OU da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), mas deixou de ter aplicabilidade diante do efeito paralisante destes tratados em relação à matéria.
O Pacto de San José da Costa Rica tem caráter supralegal. A legislação infraconstitucional posterior a ele que seja conflitante terá sua eficácia paralisada (art. 652, CC/02). O texto constitucional que seja conflitante (art. 5º, LXVII) também tem eficácia paralisada (deixa de ser aplicado).
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO
QUANTO AO CONTEÚDO (FORMAL OU MATERIAL):
CRFB é formal (solenemente escrita em um documento formal elaborado pelo Poder Constituinte Originário).
QUANTO À FORMA (ESCRITA OU NÃO ESCRITA):
CRFB é escrita (codificada em um texto único, que contém todas as normas constitucionais).
QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO (HISTÓRICA OU DOGMÁTICA):
CRFB é dogmática, porque é escrita (elaboração do texto pelo Poder Constituinte, que sistematiza os dogmas/ideias fundamentais da sociedade em um texto).
- OBS: histórica é a não escrita.
QUANTO À ORIGEM (POPULAR/DEMOCRÁTICA OU OUTORGADA):
CRFB é popular (elaborada por um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos para o fim de elaborar a CRFB).
- OBS: outorgada é elaborada sem a participação do povo, por um rei/ditador/junta governante, etc.
QUANTO À ESTABILIDADE (RÍGIDA, SEMIRRIGIDA OU FLEXÍVEL):
CRFB é rígida (só pode ser alterada mediante procedimento formais especiais, previstos na CRFB e mais difíceis do que os de alteração das leis comuns).
OBS: semirrígida é a Constituição que tem parte rígida e parte flexível (Constituição do Império de 1891).
COMPOSIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
Divisão em três partes:
Preâmbulo
Parte dogmática (corpo fixo)
Normas do ADCT (ato das disposições constitucionais transitórias)
PREÂMBULO:
É o texto que introduz a CF/88.
O STF entende que o preâmbulo:
- não tem força normativa; 
- não serve como parâmetro para a constitucionalidade das leis;
- não é de observância obrigatória nas constituições estaduais.
CORPO FIXO
São 250 artigos.
NORMAS DO ADCT
Composta por 98 artigos. 
O ADCT veio para mediar a transição entre as CF/88. 
Não há hierarquia entre as normas do corpo fixo e do ADCT, pois todas elas servem como parâmetro de constitucionalidade das leis.
NORMAS CONSTITUCIONAIS:
Podem ser:
- Derivadas: normas inseridas/ alteradas ao longo do tempo, por meio das emendas constitucionais. São inseridas pelo Poder Constituinte Reformador. 
- Originárias: promulgadas em 05.10.88. Foram inseridas pelo Poder Constituinte Originário (Primário/Genuíno) foi eleita pelo povo uma Assembleia Nacional Constituinte para fazer a CRFB.
 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO RELATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE:
Todas as normas elaboradas no país gozam da presunção de que foram elaboradas em conformidade com o ordenamento jurídico 
Logo, as NORMAS CONSTITUCIONAIS DERIVADAS (emendas constitucionais) e as NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS gozam de “presunção relativa de constitucionalidade”. Ou seja, podem ser declaradas inconstitucionais posteriormente.
OBS: este princípio embasa todo o controle de constitucionalidade das normas.
 PRESUNÇÃO ABSOLUTA DE CONSTITUCIONALIDADE:
Todas as NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS gozam de “presunção absoluta de constitucionalidade”. Logo, não podem ser declaradas inconstitucionais posteriormente. 
Não existe controle de constitucionalidade de norma constitucional originária. 
REFORMAS NA CONSTITUIÇÃO:
Pode ocorrer por meio de duas formas:
PODER REFORMADOR (mudanças formaisna CF/88) 
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL (mudanças informais na CF)
PODER REFORMADOR:
O Poder Reformador faz a mudança formal do texto constitucional.
É o poder responsável pela edição de alterações/inclusões de normas constitucionais na CF (emendas constitucionais – atualmente só é possível reformar a CF através de EC).
Fundamento Constitucional: art. 60, CF/88.
OBSERVAÇÂO: antes, além das Emendas Constitucionais (art. 60, CF/88), as “Emendas de Revisão” (art. 3º, ADCT) também podiam fazer a mudança formal do texto constitucional. Só existem 6 Emendas de Revisão, de acordo com o entendimento do STF.
 RIGIDEZ CONSTITUCIONAL:
A CF/88 é rígida, pois somente pode ser modificada por meio de Emendas Constitucionais (art. 60):
LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR:
 TEMPORAIS
 CIRCUNSTANCIAIS
 FORMAIS
 MATERIAIS (EXPRESSAS E IMPLÍCITAS)
TEMPORAIS
Não há previsão de limitação temporal ao Poder Reformador de forma expressa na CF/88.
OBS: na CF/1834 (CF do Império – 1ª CF do Brasil), havia limitações temporais (durante 4 anos, contados da sua promulgação).
CIRCUNSTANCIAL
“ART. 60, § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”.
CF não pode ser emendada durante:
Intervenção Federal (arts. 34 a 36):
- Integridade Nacional
- Invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra unidade
- Grave comprometimento da ordem pública 
- Executar lei federal ou decisão judicial.
- Garantir observância princípios constitucionais direitos do homem, autonomia municipal, forma republicana, sistema representativo e regime democrático, prestação de contas da AP, aplicação do mínimo exigido das receitas nos serviços públicos de saúde.
- Garantir livre exercício dos Poderes nas unidades da Federação.
- Reorganização das finanças de unidade da Federação que (i) não repassar aos municípios as receitas tributária ou (ii) suspender o pagamento de dívida fundada por mais de 2 anos consecutivos.
Estado de Defesa (arts. 136):
- Preservação, em locais determinados, da ordem pública/paz social ameaçada por grave e iminente instabilidade nacional ou por calamidade da natureza.
Estado de Sítio (arts. 137):
- Comoção de grave repercussão nacional
- Falta de êxito da medida que decretou o Estado de Defesa;
- Declaração de Guerra ou resposta à agressão armada estrangeira
Todas estas são situações de crise/instabilidade institucional. Por isto, não podem ser promulgadas E.C.
FORMAIS:
Situações associadas ao processo legislativo de criação da E.C.
 INICIATIVA (quem pode apresentar P.E.C.)?
Rol taxativo do art. 60, I, II e III, CRFB/88:
- 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados; 
- 1/3 dos membros do Senado Federal;
- Presidente da República/
- Mais da metade das Assembleias Legislativas do País
OBSERVAÇÂO 01: É possível que os legitimados se juntem para apresentar a Proposta de Emenda Constitucional. Exemplo: P.E.C. do Presidente e de 1/3 dos Senadores.
OBSERVAÇÃO 02: O povo, diretamente, não pode apresentar P.E.C., já que o rol acima é exaustivo (não comporta ampliação).
 PROCESSAMENTO DA P.E.C.:
Há duas Casas Legislativas no Congresso Nacional (Senado e Câmara). Em qual das casas o trâmite da P.E.C. começa?
Para ser aprovada, a PEC precisa ser aprovada por 2/3 nas duas casas.
A PEC começa, normalmente, na Câmara dos Deputados (Art. 66, “caput”, CRFB/88), sendo que o Senado fica como Casa revisora.
Porém, se PEC tem iniciativa do Senado Federal ou em alguma das Comissões do Senado, inverte-se a ordem, sendo que o Senado Federal fica como Casa iniciadora e a Câmara fica como Casa revisora.
 APROVAÇÃO
Para que a P.E.C. seja aprovada, precisa passar por 2 turnos de aprovação em cada Casa. Em cada um dos turnos, a P.E.C. precisa ser aprovada por 3/5 dos membros (quórum de maioria absoluta qualificada).
OBSERVAÇÃO:
Neste processo não há sanção/veto presidencial. A única atuação do presidente no processo de promulgação da P.E.C. é a apresentação da P.E.C.
 REPROVAÇÃO DA PEC NA SESSÃO LEGISLATIVA:
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
REGRA:
Se a P.E.C. for rejeitada em uma sessão legislativa, só poderá ser reapresentada no ano seguinte (02.02 do próximo ano).
EXCEÇÂO:
Se a P.E.C. for rejeitada em uma legislatura (mandato do parlamentar – 4 anos), poderá se reapresentada novamente, desde que em diferente sessão legislativa daquela que sofreu a rejeição. 
OBSERVAÇÃO:
- Sessão Legislativa: período anual de trabalho legislativo. 
A sessão legislativa ordinária vai de 02.02 a 17.07. Após, o Congresso entra de recesso (neste período pode ser convocada uma sessão extraordinária). Em 01.08 retoma-se a sessão legislativa ordinária, que vai até 22.12.
- Legislatura: período de 4 anos, que equivalem ao mandato dos parlamentares.
MATERIAL:
Há as limitações materiais expressas e as implícitas:
EXPRESSAS (CLAÚSULAS PÉTREAS)
:
- Forma federativa de Estado;
- Voto secreto, universal e periódico;
- Separação dos Poderes;
- Direitos e garantias individuais
OBSERVAÇÃO: 
A E.C. pode tratar destes temas, se for ampliá-los/garanti-los. O que a E.C. não pode fazer é restringi-los. 
A obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea.
IMPLÍCITAS:
- Forma e sistema de governo (Forma de Governo = República; Sistema de Governo = Presidencialismo)
- Titularidade do Poder Constituinte (“Todo poder emana do Povo”)
 
MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS/ MUDANÇAS INFORMAIS NA CONSTITUIÇÃO
Processo de reforma informal (não há reforma do texto dos artigos) da CF, que ocorre em virtude das mudanças sociais/temporais. Este processo permite que a CF sempre esteja conectada com a realidade social nacional.
Exemplo: Decisão do STF que decidiu pela ampliação do conceito de “união estável” previsto no art. 226, da CF/88, para que se estenda às relações homoafetivas.
 TÉCNICAS DE DECISÃO DO STF NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE QUE ENVOLVEM A MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL:
- Declaração de inconstitucionalidade de norma em trânsito para a inconstitucionalidade = o intérprete constitucional não vê ainda na norma uma inconstitucionalidade evidente, porque ela mantém parte de sua significância em contato harmônico com a Constituição Federal, mas o julgador sinaliza, com a expressão em “trânsito para a inconstitucionalidade”, que a norma está a um passo da inconstitucionalidade, bastando, para tanto, apenas alguma alteração fática. Trata-se de um alerta.
- Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto = mantém se a integralidade do texto constitucional, porém limitam-se as hipóteses de aplicação da norma. O Poder Judiciário declara que determinada interpretação da norma é inconstitucional, retirando esta interpretação do ordenamento jurídico (EFEITO NEGATIVO DA ATUAÇAO DO STF). O Poder Executivo e o Poder Judiciário podem dar quaisquer interpretações à norma impugnada, exceto aquela que o STF já declarou ser inconstitucional.
- Interpretação conforme a constituição = há várias interpretações da norma impugnada que são possíveis, porém o STF declara que somente uma interpretação é constitucional (EFEITO POSITIVO DA ATUAÇÂO DO STF), eliminando todas as demais formas de interpretação existentes. O Poder Executivo e o Poder Judiciário estão vinculados à interpretação dada pelo STF, sendo que somente podem utilizar esta interpretação para aplicar a norma, sob pena de cometerem inconstitucionalidade.
PODER CONSTITUINTE
Originário/1º grau/ genuíno/ primário
Criar a primeira ou uma nova CF para um Estado.
Exemplo: Povo elege assembleia nacional constituinte para fazer a constituição. 
Características (poder constituinte pode tudo):
- Inicial
- Soberano
- Absoluto
- Ilimitado
- Independente
- Incondicionados
OBS: atualmente existe um limite ao Poder Constituinte Originário “Vedação do Retrocesso”. Anova CF não pode violar direitos previstos em Tratados de DH que o país faz parte, sob pena de sanções no plano internacional (advertência, embargo político, embargo econômico, intervenção militar). Exemplo: não pode ser restabelecida a prisão civil por divida do depositário infiel (art. 7º, item VII, Convenção Americana dos Direitos Humanos) nem a pena de morte, caso seja retirada da CF (hoje é prevista em caso de guerra declarada).
Derivado de Reforma/ Reformador/ 2º Grau/ Emendabilidade/ Revisão:
Há dois tipos: Emendas Constitucionais de Revisão + Emendas Constitucionais
- Art. 3º ADCT = segundo o STF (ADI 981), só existem 6 ECR. Não é mais possível utilizá-las atualmente.
- Art. 60, CF/88 = único meio de mudança atual da CF/88.
 Iniciativa a PEC:
1/3 Câmara ou Senado
Mais da metade das Assembleias Legislativas, pela maioria relativa dos seus membros.
Assinatura do Presidente da República
 Votação da PEC
3/5 em dois turnos nas duas Casas do Congresso Nacional
OBS: por conta deste sistema de votação, a nossa CF é classificada com rígida
Promulgação da EC:
Mesa da Câmara e Mesa do Senado.
EC não tem sanção nem veto presidencial.
 Demais limites:
Limites circunstanciais (não pode modificar a CF) – Intervenção Federal, Estado de Defesa, Estado de Sítio todas são criadas por decreto presidencial.
Limites temporais para a reapresentação da PEC – sessão legislativa (regra: 02.02 a 22/12)
Limites materiais (cláusulas pétreas) 
FENÔMENOS OU TEORIAS QUE SURGEM COM UMA NOVA CONSTITUIÇÃO 
Regra: a nova CF revoga a anterior.
RECEPÇÃO:
Nova CF recebe as normas infraconstitucionais que foram feitas de acordo com as anteriores, desde que não contrariem materialmente a nova CF (podem contrariar formalmente – procedimento legislativo).
A partir da nova CF, os atos legislativos que não contrariem materialmente a nova CF, editados na vigência do ordenamento anterior, continuam válidos, sendo recebidos na nova ordem constitucional, sem que precisem ser reeditados/recriados, etc.
No nosso ordenamento, a recepção é implícita.
De acordo com Kelsen, as leis anteriores permanecem vigentes, porém com um novo fundamento, que passa a ser a nova CF (“apenas o conteúdo destas normas permanece o mesmo, não o fundamento de sua validade”).
Exemplo: recepção do CTN, CPP, CP.
REVOGAÇÃO
As antigas normas da CF, ainda que compatíveis com a nova CF, não são recebidas na nova ordem constitucional. A nova CF revoga globalmente a antiga CF. Os atos legislativos incompatíveis com o novo documento supremo são revogados pela nova CF, em razão do princípio da supremacia constitucional. Isto não é inconstitucionalidade, pois não existe controle de constitucionalidade de leis ou ato normativo anterior ao paradigma constitucional atual.
Porém, nada impede que a nova CF ressalve a vigência de dispositivo isolados da CF anterior por determinado período de tempo, o que ocorreu com o art. 34, caput, ADCT: “o sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da CF, mantido até então o da CF de 1967, com redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores”.
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
A nova CF recebe a anterior como norma infraconstitucional (as antigas normas constitucionais que não foram repetidas na nova CF e com ela sejam compatíveis são recebidas como legislação infraconstitucional).
Esse fenômeno não existe no nosso ordenamento jurídico (com o surgimento da nova CF, as normas da antiga CF são revogadas).
REPRISTINAÇÃO
A nova CF revigora norma infraconstitucional que a CF anterior havia revogado.
Esse fenômeno não existe no plano constitucional. Porém, existe repristinação no plano infraconstitucional. O STF, em julgamento uma ADI, declara a lei revogadora inconstitucional, revigorando a lei revogada.
REGRA: a nova CF não pode revalidar somente leis ou atos normativos (não pode revalidar uma antiga CF) revogados por CF anteriores, ressuscitando os efeitos. Isto em nome da segurança jurídica.
EXCEÇÂO: caso o legislador expressamente preveja a repristinação, ela pode ocorrer.
 art. 2º, §3º,LINDB: o legislador pode expressamente instituir a repristinação.
Exemplo: a CF/88 revigora os efeitos de uma lei, produzida na vigência da CF de 1946, mas que foi revogada na vigência da CF de 1967. 
OBSERVAÇÃO:
Repristinação x Efeitos Repristinatórios do Controle Abstrato de Normas (lei 9868/99) = Os efeitos repristinatórios são a reentrada em vigor de norma aparentemente revogada, já a repristinação é a reentrada em vigor de norma efetivamente revogada. 
PRORROGAÇÃO
Um instituto continua vigorando até nova regulamentação.
AULA 02
EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Não há hierarquia entre normas constitucionais. Porém, nem todas produzem o mesmo nível de efeitos jurídicos. Há normas que precisam de atuação futura por parte do Poder Público para produzir efeitos.
Toda norma constitucional tem eficácia normativa e são aplicáveis nos limites da sua eficácia.
Logo, nenhuma norma constitucional veicula meros conselhos, já que são imperativas cogentes e mandamentais. Até mesmo as normas programáticas (limitadas por essência) possuem um mínimo de eficácia.
 “mínimo de eficácia”: para Kelsen, o mínimo de eficácia é condição para que a norma seja considerada válida.
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS (TEORIA TRIPARTIDA – JOSÉ AFONSO DA SILVA):
EFICÁCIA PLENA
EFICÁCIA CONTIDA
EFICÁCIA LIMITADA
EFICÁCIA CONTIDA:
- Normas autoaplicáveis (não precisam da atuação futura do Poder Público para produzir efeitos)
- Possui incidência direta imediata, mas não integral, já que pode sofrer restrições por parte do Poder Público (restrições legais ou restrições feitas por atos administrativos). Podem ser restringidas (clausula de redutibilidade) pelo legislador infraconstitucional (Congresso Nacional).
Exemplo: art. 5º, XIII (restrições ao livre exercício profissional definidas em lei); art. 93, IX (todas as audiências judiciais devem ser públicas; porém, se for do interesse público, é possível que sejam feitas sigilosamente); art. 5º, LVIII: “o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”.
EFICÁCIA PLENA
- Normas autoaplicáveis (não precisam da atuação futura do Poder Público para produzir efeitos)
- Incidência direta imediata e integral (não podem sofrer restrições por parte do Poder Público). 
Exemplo: art. 2º, CF/88 (São Poderes da República, independentes entre si, Legislativo, Executivo e Judiciário); art. 5º, III (ninguém será submetido a tratamento degradante ou à tortura); art. 12, I: “são brasileiros os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país”.
EFICÁCIA LIMITADA:
- Normas não autoaplicáveis (precisam da atuação futura do Poder Público).
- Incidência indireta, mediata e não integral.
- Estão subdivididas em dois grupos:
Normas Programáticas = estabelecem programas, normalmente, na área social. Exemplo: art. 196 e 205, CF. São normas típicas de um Estado intervencionista (órgãos governamentais atuam em vários setores sociais para garantir condições mínimas de bem-estar para a população). As normas programáticas não geram eficácia positiva imediata (não obrigam/desobrigam pessoas); porém, mesmo sem regulamentação, possuem efeitos negativos (vedação a que as normas infraconstitucionais/sentenças judiciais afrontem o seu enunciado). 
Exemplo: é inconstitucional que uma lei estabeleça o aumento da desigualdade regional entre os Estados membros (reduzir as desigualdades sociais e regionais é uma meta definida pelo legislador constituinte – art. 3º, III, CRFB/88).
Normas Organizatórias (institutivas) = estabelecem instituições/organizações que serão realizadas a partir de lei futura.
Exemplo: a obrigatoriedade de regulamentação e organização do Conselho da República (Art. 90, §2º, CRFB). 
AULA 03
NACIONALIDADE
Nacionalidadeé um vinculo jurídico–político entre o indivíduo e o Estado soberano.
OBS: Nacionalidade x Cidadania cidadania está relacionada ao gozo dos direitos políticos (eleitor), enquanto que a nacionalidade é um vínculo jurídico entre uma pessoa e um estado.
Existem três tipos de nacionalidade:
- Nato (indivíduo tem vínculo de solo ou de sangue com o Brasil)
- Naturalizado
- Estrangeiro
Tratamento entre brasileiros natos e naturalizados deve ser o mesmo, salvo os casos previstos na CF.
Hipóteses taxativamente previstas na CF em nome do princípio da igualdade. Art. 12, § 2°, da CRFB/88:
Cargos – 12, §3°
Função – 89, VII (composição do Conselho da República)
Extradição – 5°, LI, LII (crime comum praticado antes da naturalização + crime de drogas praticado a qualquer tempo)
Propriedade – 222 (propriedade de empresa jornalística)
CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIROS NATOS
São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
FORMAS DE AQUISIÇÃO DE NACIONALIDADE ORIGINÁRIA/PRIMÁRIA
BRASILEIRO NATO
(art. 12, I, “a”, “b”, “c” Hipóteses taxativas, que não podem ser ampliadas por legislação infraconstitucional).
Nascidos no Brasil com ambos os pais estrangeiros, desde que seus pais não estejam a serviço no Brasil:
REGRA: “ius solis”/ territorialidade - Quem nasce no Brasil, brasileiro nato será. 
EXCEÇÂO: filho de pais (pai e mãe) estrangeiros, sendo que um deles está a serviço oficial no Brasil (cônsul, primeiro ministro, etc). 
Nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do Brasil
REGRA: “ius sanguinis” associado ao critério funcional (serviço oficial). É brasileiro o filho de pai/mãe brasileiros, desde que um deles esteja a serviço oficial do Brasil no exterior.
 Serviço Oficial: funções da AP direta/indireta de todas as esferas (União, Estados, DF e Municípios).
Nascidos no estrangeiro (de pai ou mãe brasileiros), desde que registrados em repartição brasileira ou que venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira
REGRA (NACIONALIDADE POTESTATIVA): “ius sanguinis”/ consaguinidade – filho de brasileiro.
 Adquire a nacionalidade, se registrado na Embaixada ou no Consulado brasileiro.
 Filho volte a morar no Brasil e, depois de completados 18 anos, opte pela nacionalidade brasileira.(competência para analisar é da Justiça Federal em 1ª instância). A opção pela nacionalidade brasileira só pode acontecer após a maioridade (18 anos completos).
Se o filho vier para o Brasil menor de idade, será considerado brasileiro provisório. Somente poderá requerer, a qualquer tempo, a nacionalidade definitiva, após completar 18 anos.
Se o filho vier para o Brasil maior de idade (18 anos), poderá se manifestar perante a Justiça Federal, no sentido de requerer sua nacionalidade.
- CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstâncias ou a natureza do delito, não pode ser extraditado pelo Brasil a pedido de governo estrangeiro (impedimento da entrega de brasileiro – art. 5º, LI). Ainda que o brasileiro tenha dupla nacionalidade (duas nacionalidades originárias – a brasileira e a nacionalidade do país que está pedindo sua extradição), o Brasil não entregará o cidadão brasileiro.
- Na aquisição potestativa da nacionalidade brasileira (filho de brasileiro nascido no estrangeiro que vem morar no Brasil), a opção pela aquisição da nacionalidade brasileira só pode ocorrer após ser atingida a maioridade civil (18 anos), pois se trata da manifestação de direito personalíssimo, que exige a capacidade civil plena.
- Na aquisição potestativa da nacionalidade brasileira, a opção pela nacionalidade, embora seja potestativa (só depende da declaração de vontade da pessoa), deve ser feita em processo de jurisdição voluntária (não basta a simples declaração). Ao final, haverá uma sentença que homologa a opção pela nacionalidade brasileira, sendo que a partir dela é que a pessoa é considerada brasileira. A competência é da Justiça Federal de 1º grau.
FORMAS SECUNDÁRIAS/DERIVADAS DE AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE 
BRASILEIRO NATURALIZADO
O brasileiro naturalizado não tem vinculo de solo (ius solis) ou de sangue (ius sanguinis), apenas vontade de tornar-se brasileiro.
Não há naturalização tácita ou por decurso de prazo. A manifestação é expressa.
O processo de naturalização corre no Ministério da Justiça, mas a intermediação é feita na Delegacia Federal.
NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA - PAÍS DE LÍNGUA PORTUGUESA:
 
Exigência de residência no Brasil por um ano ininterrupto e idoneidade moral. 
É a naturalização ordinária e é um ato discricionário.
Art. 12, II, “a”, CRFB/88.
NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA - QUINZENÁRIA:
Aplica-se aos estrangeiros em geral. É a naturalização extraordinária. É ato vinculado (uma vez preenchidos os requisitos, a autoridade administrativa está obrigada a conceder a nacionalidade).
Exigência: residência no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos + sem condenação penal transitada em julgado neste período + requerimento expresso de naturalização.
PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA
Hipóteses taxativas.
O brasileiro nato pode perder a nacionalidade brasileira.
Existem dois meios para declarar a perda da nacionalidade brasileira:
- Sentença judicial transitada em julgado (alcança apenas brasileiro naturalizado que fere interesse nacional)
A perda ocorre mediante ato (portaria) do ministro da justiça (decreto 3453/2000).
CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO, POR DECISÃO JUDICIAL, EM VIRTUDE DE ATIVIDADE NOCIVA AO INTERESSE NACIONAL:
 Só para brasileiros naturalizados
 É a perda sanção (perda punição)
 Atividade nociva ao interesse nacional é conceito jurídico indeterminado.
 MPF ajuíza ação de cancelamento de naturalização, perante a JF em 1º grau. A decisão judicial que cancelar a nacionalidade, se transitada em julgado, impede que a pessoa readquira a nacionalidade administrativa (só mediante ação rescisória)
RECONHECIMENTO DE OUTRA NACIONALIDADE:
 Brasileiro nato e naturalizado
 Se a aquisição da nacionalidade estrangeira for voluntária, perderá a nacionalidade brasileira (perda administrativa/ perda mudança). A nacionalidade brasileira pode ser readquirida, caso o brasileiro se arrependa posteriormente.
EXCEÇÔES:
- Nacionalidade originária pela lei estrangeira (dupla nacionalidade): filha de italianos nascida no Brasil é brasileira por ter nascido em solo brasileiro, mas também italiana, pelo critério sanguíneo..
- Brasileiro residente no exterior, onde o país exige para a permanência/trabalho, a aquisição da nacionalidade estrangeira.
EXTRADIÇÃO, DEPORTAÇÃO, ENTREGA, EXPULSÃO DO ESTRANGEIRO
	DEPORTAÇÃO
	EXPULSÃO
	EXTRADIÇÃO
	ENTREGA
	Estado brasileiro retira (manda embora) estrangeiro do país, por ter entrado de maneira irregular ou por ter permanecido de maneira irregular. 
	Estado brasileiro retira (manda embora) estrangeiro do país, por ter se tornado nocivo aos interesses nacionais (atentou contra a segurança nacional, a tranquilidade, a moralidade pública, a economia popular).
	Estado brasileiro entrega a outro país brasileiro naturalizado ou estrangeiro que cometeu crime punível no Brasil e naquele país, para que o indivíduo lá seja processado/cumpra a pena.
	Estado brasileiro entrega brasileiro (nato ou naturalizado) ou estrangeiro, para que seja julgado no Tribunal Penal Internacional (TPI).
	Previsão – arts. 57 a 64, Lei nº 6.815/90 (Estatuto do Estrangeiro)
	Previsão – arts. 65 a 75, Lei nº 6.815/90 (Estatuto do Estrangeiro)
	Previsão – arts. 76 a 94, Lei nº 6.815/90 (Estatuto do Estrangeiro)
	Previsão – arts. 89 a 91, Decreto 4.338/2002 (Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional).Exemplo: passaporte vencido, visto vencido, documentos falsos, etc.
	Exemplo: estrangeiro que pratica crime de tráfico de drogas no Brasil.
	Exemplo: cidadão norte-americano que comete o crime de homicídio lá e foge para o Brasil. 
	Exemplo: indivíduo qualquer pratica crime de genocídio e foge para o Brasil.
	É ato de ofício do Brasil
	É ato de ofício do Brasil.
	Depende de requerimento formulado pelo outro país ao Brasil.
	Depende de requerimento formulado pelo TPI.
	É ato de competência da Polícia Federal.
	É ato de competência do Presidente da República (decreto), mas pode ser delegado ao Ministro da Justiça.
	O pedido de extradição é examinado pelo STF. Se o STF autorizar, caberá ao Presidente da República decidir, de forma discricionária, sobre a entrega ou não do indivíduo ao país que o solicitou.
	É possível a entrega de brasileiro nato ao TPI.
	O deportado é devolvido ao país de sua nacionalidade/procedência ou qualquer outro que aceite recebê-lo.
	O deportado é devolvido ao país de sua nacionalidade/procedência ou qualquer outro que aceite recebê-lo.
	A pessoa é extraditada para o país que requereu sua extradição.
	A pessoa é entregue ao TPI.
	O deportado pode reingressar novamente no Brasil se obtiver todos os documentos necessários e ressarcir o Tesourou pelas despesas com sua deportação, além de pagar a multa devida
	O expulso somente pode reingressar novamente no Brasil se o decreto que o expulsou for revogado por outro decreto.
	Segundo o Ministério da Justiça, nada impede o retorno ao Brasil do estrangeiro extraditado, após o cumprimento da pena no país requerente.
	
OBSERVAÇÃO:
ENTREGA x EXTRADIÇÃO = Extradição ocorre entre dois países soberanos, desde que haja requerimento de extradição pelo outro país. Entrega é a remessa de um indivíduo para um órgão supranacional (Tribunal Penal Internacional)
DIREITOS FUNDAMENTAIS E TITULARIDADE
Princípio da universalidade dos direitos fundamentais (os direitos e garantis fundamentais – art. 5º, “caput”, CRFB/88 – não se aplicam somente aos brasileiros e estrangeiros residentes no país, mas a todos – brasileiros, estrangeiros residentes no Brasil e estrangeiros em trânsito/turistas)
OBS: os estrangeiros residentes ou não residentes no Brasil não possuem todos os direitos fundamentais, haja vista que estrangeiros não tem direitos políticos (art. 14, §2º, CRFB/88).
OBS: PJ podem figurar como titulares de direitos fundamentais, desde que compatíveis com sua condição de PJ. Exemplo: honra, propriedade, ampla defesa, contraditório, duração razoável do processo. .
DIREITOS POLÍTICOS
DEMOCRACIA
É regime político.
Fundamento: soberania popular (art. 1º, § único – todo o poder emana do povo).
A soberania popular é exercida por meio dos Direitos Políticos.
- CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- A exigência legal do voto impresso no processo de votação contendo número de identificação do eleitor vulnera a garantia constitucional democrática de voto secreto. A manutenção da urna aberta põe em risco a segurança do sistema de votação e possibilita fraudes, o que não se harmoniza com as normas constitucionais.
- A garantia do “caput” do art. 14 (voto secreto e direto) somente é destinada ao eleitor comum, nas eleições comuns. No caso de eleições indiretas realizadas pela Assembleia Legislativa (dupla vacância dos cargos de Governador e de Vice-Governador do Estado), não há garantia constitucional de que os parlamentarem elejam o novo Governador e sue Vice (mandato tampão) de forma secreta. As deliberações parlamentares se caracterizam por serem públicas (princípio da publicidade), que é inerente ao regime constitucional democrático. Logo, nas eleições indiretas (deliberações parlamentares), o voto deve ser aberto.
PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17, CRFB.
- Necessário Registro no TSE;
- Não pode receber verba estrangeira (país ou entidade estrangeiros).
- Não pode ter caráter paramilitar (Uniforme ou Fardamento + Armamento + Hierarquia/Disciplina). Exemplo de entidades paramilitares: Estado Islâmico; FARC.
SUFRÁGIO
 Sufrágio x Voto:
Sufrágio é gênero, do qual é espécie o voto. Voto é apenas uma manifestação do sufrágio
Sufrágio é direito público subjetivo, que engloba manifestações ativas e passivas.
 Direitos Políticos:
Podem ser ativos ou passivos.
Como se adquire o título de “cidadão”? Através do alistamento eleitoral (processo por meio do qual a pessoa se torna cidadão).
MANIFESTAÇÕES POLÍTICAS ATIVAS:
Alistamento eleitoral:
É facultativo ou obrigatório, a depender do sujeito. Há algumas pessoas que são inalistáveis.
- FACULTATIVO: maiores de 70 + pessoas maiores de 16 e menores de 18 anos + analfabetos.
- OBRIGATÓRIO: maiores de 18 anos e menores de 70 anos.
- INALISTÁVEIS: estrangeiros + os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório (não é o militar de carreira, mas os rapazes que foram convocados a prestar o serviço militar).
OBS: o português equiparado é aquele que tem residência no Brasil e pede a equiparação no Ministério da Justiça (Tratado de Amizade Brasil – Portugal). Se obtida a equiparação, poderá se alistar.
Iniciativa popular de Projeto de Lei
Apresentar Projeto de Lei ordinária federal e Lei Complementar pelos cidadãos.
Requisitos do Projeto de Lei:
- Projeto subscrito por, pelo menos, 1% do eleitorado nacional;
- Necessários eleitores em, pelo menos, 5 Estados brasileiros
- Em cada um dos Estados, o número de eleitores não seja inferior a 0,3% do eleitorado local.
OBSERVAÇÃO: os eleitores não podem apresentar PEC, só PL ordinária ou PL complementar.
- A apresentação é feita perante a Câmara dos Deputados (normalmente, é a casa iniciadora do Processo Legislativo).
Plebiscitos e Referendos:
Plebiscito = consulta realizada Previamente à manifestação do Poder Público. 
Referendo = consulta realizada após a manifestação do Poder Público. Objetiva Ratificar ou Retirar a eficácia da decisão do Poder Público.
Quem pode convocar Plebiscito ou Referendo? Congresso Nacional, por meio de Decreto Legislativo.
- CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- É incompatível com a CRFB a criação de município via referendo (somente pode ocorrer através de plebiscito – art. 18, CRFB).
Ação Popular:
Só pode ser proposta pelo cidadão (brasileiro nato ou naturalizado em gozo de seus direitos políticos).
MP ou PJ não podem ser autores da ação popular.
Voto
É protegido como cláusula pétrea – voto direto, secreto, universal e periódico.
O Voto é facultativo para maiores de 16 e menores de 18; para maiores de 70 anos; para analfabetos.
OBS: Conscrito (homem na época do serviço militar obrigatório) não vota nem é votado.
OBS:
 Condições de elegibilidade cumulativas:
- Nacionalidade brasileira
- Pleno exercício dos direitos políticos
- Alistamento eleitoral (nem todos que podem votar podem ser eleitos, mas todos que podem ser eleitos necessariamente podem votar)
- Domicilio eleitoral na circunscrição pelo menos um ano antes do pleito eleitoral
- Filiação partidária (não há candidatura avulsa)
- A depender do cargo, o preenchimento da idade mínima:
35 – Presidente da República (Vice Presidente), Senador 
30 – Governador dos Estados e do DF (Vice Governador)
21 – Deputados Estadual, Federal, Distrital, Prefeitos e Juiz de Paz (Vices)
18 – Vereador 
- CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- O reconhecimento da justa causa para a transferência de partido político afasta a perda do mandato eletivo por infidelidade partidária.
- O STF confirmou a constitucionalidade da Resolução nº 22.610/2007 do TSE que disciplina o processo de perda de mandato eletivo por infidelidade partidária. De acordo com o art. 14, §3º, V, um político só pode concorrer a um cargo eletivo se estiver filiado a um partido político. Se o titular do mandato eletivo, sem justa causa, decide sair do partido político pelo qual foi eleito, ele poderá ou não perder o mandato que ocupa. Ele perderá, se o mandato for de um cargo eletivo proporcional (o mandato parlamentar conquistado no sistema eleitoralproporcional pertence ao partido, e não ao político. Se sair do partido político, o parlamentar será réu em processo na Justiça Eleitoral, para apurar se houve ou não justa causa na sua saída. Se não houver, perderá o mandato – Resolução 22.610/TSE). Se o mandato for de um cargo eletivo majoritário, não perderá o mandato (o cargo eletivo majoritário é do candidato, e não do partido – resultado da interpretação do princípio da soberania popular). OBS: no Brasil, há dois sistemas eleitorais – majoritário e proporcional. No majoritário (Prefeito, Governador, Presidente, Senador), o mandato eletivo fica com o candidato/partido político que obteve a maioria dos votos. No proporcional (Vereador, Deputado Estadual e Federal), após a votação divide-se o total de votos válidos (não contam os nulos e brancos) pelo número de cargos em disputa, para obter o “quociente eleitoral”. Após, divide-se o número dos votos de cada partido pelo “quociente eleitoral” e obtém-se o número de eleitos de cada partido. Exemplo: na eleição para vereador, houve 100 mil votos válidos e 20 vagas para vereador, logo o quociente eleitoral será de 5 mil (100.000/20 = 5.000). Se o partido X e seus candidatos tiveram 20 mil votos, este partido terá direito a 4 vagas (20.000/5.000 = 4).
MANIFESTAÇÕES POLÍTICAS PASSIVAS:
Inelegibilidades (restrição aos direitos políticos passivos)
Perda e Suspensão dos Direitos Políticos (restrição aos direitos ativos e passivos)
INELEGIBILIDADES
 ABSOLUTAS: 
Impedem o indivíduo de concorrer a qualquer cargo eletivo. São hipóteses taxativas.
Quem são?
Analfabetos:
São alistáveis, mas não elegíveis.
Inalistáveis:
- Conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório;
- Estrangeiros (exceto = português equiparado)
 RELATIVAS: 
Impedem o indivíduo de concorrer a apenas alguns cargos.
Podem ser ampliadas por Lei Complementar (Lei 64/90 – Lei das Inelegibilidades).
Quem são?
Presidente da República, os Governadores, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso do mandato poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
Aplica-se apenas aos titulares de cargos no Executivo (OBS: não há um número máximo de reeleições no âmbito do legislativo).
OBSERVAÇÂO: o Prefeito reeleito não pode concorrer ao cargo da Prefeitura do mesmo município nem de qualquer outro município brasileiro vedação do terceiro mandato de Prefeito.
O Presidente, os Governadores e os Prefeitos, para concorrerem a outros cargos, devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
É a desincompatibilização. Só se destina aos titulares de cargo no Executivo. Não se aplica à reeleição, só a eleição para outro cargo (diferente do cargo que ocupava).
São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, os parentes/cônjuge/consanguíneos e afins até 2º grau, do Presidente, do Governador e do Prefeito (ou de quem os haja substituído) dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
É a inelegibilidade reflexa, pois torna inelegíveis os parentes do titular do cargo executivo.
Quer evitar o paternalismo familiar
Família = pais, filhos, avós, netos, irmãos, sogros, nora, genro.
OBS: Tios, sobrinhos e primos não são alcançados pela inelegibilidade reflexa.
SÙMULA VINCULANTE 18 = a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal no curso do mandato não afasta a inelegibilidade reflexa.
OBS: a renúncia do titular do cargo afasta a inelegibilidade reflexa. Se oferecida no primeiro mandato, afasta por completo a inelegibilidade (a família pode concorrer a qualquer cargo, inclusive o cargo que o renunciante antes ocupava). Se a renúncia for oferecida no segundo mandato (mandato da reeleição), afasta a inelegibilidade para os cargos em geral, salvo para o cargo antes ocupado pelo renunciante.
A justiça eleitoral proíbe três mandatos consecutivos com a mesma pessoa/família no poder.
OBSERVAÇÃO –
“DESIMCOMPATIBILIZAÇÃO”:
Art. 14, §6º, CRFB.
É livrar-se de um impedimento para a candidatura, por meio da renúncia.
Aplica-se ao Presidente da República, aos Governadores e aos Prefeitos (querendo concorrer a cargo diferente do que ocupa, deve renunciar 6 meses antes do pleito).
OBS: eleição ocorre em 1º outubro, logo a renuncia deve ocorrer até 1º abril.
OBS: se for para reeleição, não precisa renunciar.
- CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- Se o Presidente da Câmara Municipal (Vereador) substitui o prefeito nos seis meses anteriores ao pleito, ele será inelegível para o cargo de vereador (necessidade de desincompatibilização).
“INELEGIBILIDADE REFLEXA / INDIRETA”
Art. 14, §7º
Impedimento para uma candidatura por uma relação de “parentesco” (parentes até 2º grau por consanguinidade ou afinidade do Presidente da República, Governadores e Prefeitos, se não tinham cargo político eletivo na esfera de influencia dos titulares, não podem concorrer).
 - CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade reflexa (entendimento sumulado na Súmula Vinculante nº 18, STF). O fundamento deste entendimento é evitar a perpetuidade de grupos familiares no poder.
- A S.V. nº 18 não se aplica em caso de extinção do vínculo conjugal em virtude da morte de um dos cônjuges. 
PERDA E SUSPENSÃO
É vedada a cassação (arbitrariedade) de direitos políticos (passivos e ativos)
PERDA = cancelamento do título de eleitor
SUSPENSÂO = paralisação temporária do título do eleitor.
PERDA:
Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
Recusa de cumprir obrigação a todos imposta (religiosos que não podem cumprir o serviço militar obrigatório). mas há doutrina em sentido diverso (suspensão).
SUSPENSÃO:
Incapacidade civil absoluta (caso se trate, pode vir a recuperar a sua capacidade, por isso só há suspensão);
Condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos;
Recusa de cumprir obrigação a todos impostas e a alternativa que lhe foi imposta;
Condenação transitada em julgado de improbidade administrativa.
CUIDADO: art. 15 + 55,56 CRFB = se um deputado federal tiver suspenso seus direitos políticos, cabe à Mesa da Câmara dos Deputados declarar a perda do mandato.
- CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- No julgamento de crimes penais comuns praticados pelos parlamentares federais, compete ao STF aplicar a pena, em caso de condenação. O parlamentar condenado criminalmente, por decisão transitada em julgado, tem seus direitos políticos suspensos pelo tempo que durarem os efeitos da condenação (art. 15, II + art. 92, I e II, CP). O Poder Legislativo não pode deliberar sobre a decisão criminal nem sobre os efeitos da condenação, pois a CF não submete a decisão do STF à ratificação pelo Congresso Nacional. Logo, transitada em julgado a condenação, o Congresso Nacional deverá decretar a extinção do mandato do parlamentar condenado.
- Não cabe Habeas Corpus para atacar a decisão que decreta a perda de direitos políticos, visto que esta decisão não implica ameaça ao direito de ir e vir.
- Havendo decisão transitada em julgado que condenou o prefeito pela prática de crime e sendo um dos efeitos da condenação a perda dos direitos políticos, basta que o Judiciário comunique à Câmara dos Vereadores sobre a decisão. Recebida a comunicação, o Presidente da Câmara de Vereadores deve declarar a extinção do mandato do prefeito. Não cabe ao Presidente da Câmara dos Vereadores outra conduta senão a declaração da extinção do mandato.
AULA 04
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
DIREITOS HUMANOS X DO HOMEM X FUNDAMENTAIS
- Direitos do Homem = direitos inerentes ao Homem, que não necessitam estar normatizados. 
- Direitos Fundamentais = direitos previstos na CRFB;
- Direitos Humanos = previstos em tratados e documentos internacionais.
Todos são conjuntos de regras e princípios que visam proteger o ser humano, a fim de assegurar o “Mínimo Existencial” e a “Limitação ao Poder Público”.
Princípio da dignidade dapessoa humana (art. 1º, III, CRFB/88).
 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:
UNIVERSALIDADE:
Abrange todos os sujeitos
INDIVISIBILIDADE:
É um bloco único indivisível (não são estanques).
INTERDEPENDÊNCIA:
Estão vinculados
INTERRELACIONADOS:
Não há hierarquia entre direitos fundamentais/humanos
IMPRESCRITIBILIDADE:
Não prescrevem (a falta de exercício do direito não acarreta a sua perda).
INDIVIDUALIDADE
Exercidos por somente um individuo. Mas podem ser protegidos em conjunto.
COMPLEMENTARIEDADE
Os direitos se complementam.
INVIOLABILIDADE
Não podem ser mitigados.
INDISPONIBILIDADE
Não é possível renunciar.
INALIENABILIDADE
Não é possível aliená-los.
VEDAÇÃO AO RETROCESSO
INERÊNCIA
EFETIVIDADE
Todos os Estados devem garantir a proteção dos direitos fundamentais.
LIMITABILIDADE
INESGOTABILIDADE
CONCORRÊNCIA
RELATIVIDADE
TRANSNACIONALIDADE
PREVALÊNCIA DA NORMA MAIS BENÉFICA
DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS/FUNDAMENTAIS
- 1ª DIMENSÃO:
Liberdades Públicas – Prestação negativa do Estado.
Exemplo: direito de reunião, direito à liberdade.
- 2ª DIMENSÃO:
Direitos Sociais - Prestação positiva do Estado.
Exemplo: direito à saúde, direito à educação
- 3ª DIMENSÃO:
Direitos difusos e coletivos (Solidariedade)
Exemplo: direito do consumidor, direito ao meio ambiente.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS
Art. 5º, XXI – LEGITIMIDADE DAS ASSOCIAÇÕES:
As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente – EXCEÇÃO: MS
A expressa autorização pode ser por diversas formas: nas assembleias, por escrito de forma individual, pela mera adesão do associado à associação.
 Súmula 629, STF: a impetração de MS coletivo por entidade de classe independe de autorização dos associados.
Art. 5º, XXXV – INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO:
A lei não excluirá da apreciação do PJ lesão ou ameaça a direito.
Quando existir pretensão (lesão a esfera jurídica de direitos de uma pessoa), pode-se levar esta pretensão ao Judiciário, para que o Judiciário proteja a esfera jurídica. 
Logo, todo magistrado tem a capacidade de dizer se uma norma é ou não constitucional (controle difuso de constitucionalidade). 
 Esgotamento das instâncias administrativas não é ofensa ao Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição (só se configura como interesse de agir):
- Ato da AP que viola SV: é necessário antes esgotar a instância administrativa, para propor reclamação constitucional.
- Justiça desportiva
- HD (necessária a negativa administrativa, para que surja o interesse de agir e impetrar o HD)
- Arbitragem (ato voluntário do indivíduo de renunciar à jurisdição estatal).
Art. 5º, XXXVI – DIREITO ADQUIRIDO, ATO JURÍDICO PERFEITO E COISA JULGADA
A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
- coisa julgada: decisão judicial que não se submete mais a recurso neste processo (coisa julgada formal) ou em outra demanda autônoma (coisa julgada material).
Art. 5º, XXXVII + LIII – JUIZ NATURAL /JUIZ CONSTITUCIONAL:
Não haverá juízo ou tribunal de exceção. Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competência.
Existência prévia de um juízo a determinado fato. Serve para garantir a imparcialidade do magistrado. 
 art. 5º, §4º, CRFB/88: Adesão do Brasil ao TPI.
Art. 5º, XXXIX – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL
Não há crime sem lei anterior que o defina.
Posição garantista da CRFB/88.
Decreto não pode tipificar delito/crime. 
Art. 5º, LIV – DEVIDO PROCESSO LEGAL:
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
- Estrita observância da legalidade. 
Art. 5º, LV – CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA:
Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa.
- Ampla defesa: assegurar todos os recursos possíveis para que a parte se defenda.
- Contraditório: assegurar o conhecimento do processo e possibilitar à parte de manifestar-se sobre o mesmo.
DICA: se houver cerceamento de defesa, colocar ambos (contraditório e ampla defesa).
Art. 5º, LVI – VEDAÇÃO DAS PROVAS ILÍCITAS:
São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos.
Art. 5º, LVII – PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA NÃO CULPABILIDADE:
A pessoa é inocente até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
 Prisões cautelares: são exceções.
Art. 5º, LX - PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS:
A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Regra é a publicidade, para garantir a imparcialidade do juiz.
EXCEÇÕES (art. 155, CPC):
- Direito de família; 
- Sigilo fiscal/bancário;
Art. 5º, LXVII – PRISÃO POR DIVIDA:
Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntario e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
 Não vale mais para “Depositário Infiel”:
- TIDH aprovado com status de norma supralegal, mas infraconstitucional = Pacto de San José da Costa Rica.
- Declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto, para reduzir as hipóteses de aplicação do art. 5º, LXVII.
Art. 5º, LXXIV – ASSISTENCIA JURÍDICA INTEGRAL E GRATUITA:
Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos
- Defensoria Pública
Art. 5º LXXVIII – ERRO JUDICIÁRIO
O estado indenizará o condenado por erro judiciário e quem ficar preso além do tempo fixado na sentença.
A indenização pode ocorrer após a morte daquele que sofreu o erro.
Não existem excludentes – responsabilidade integral da AP.
Art. 5º, LXVIII – RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO:
Emenda constitucional 45/04
A todos é garantida a razoável duração do processo.
DICA: se o cliente tem mais de 60 anos, deve-se pedir a tramitação prioritária (Estatuto do Idoso – art. 71 + CPC – art. 1211).
DIREITO À PRIVACIDADE x INTIMIDADE x DADOS PESSOAIS (SEGREDOS):
 TEORIA DOS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS:
Círculo maior = privacidade (conceito mais abrangente), que abrange a intimidade e o segredo (dados pessoais).
Círculo do meio = intimidade (direito de ser deixado só – de não ser perturbado)
Círculo menor = segredos (dados pessoais) senhas do banco, redes sociais, número de telefone, sigilo fiscal, etc.
 DIREITO HUMANO DE 1ª DIMENSÃO:
Liberdades públicas – Prestação negativa do Estado
- direito à privacidade/intimidade/dados pessoais.
 Art. 5º, XII, CRFB/88:
“É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”. 
- “Sigilo dos dados e comunicações telefônicas”:
DADOS = Registros formais do titular da linha telefônica (quem é o titular, quanto foi a conta, quantos minutos o titular falou em cada ligação).
COMUNICAÇÕES = conteúdo da ligação telefônica.
- “Salvo no último caso, por ordem judicial”:
INTERPRETAÇÂO SISTEMÀTICA todos os sigilos são passiveis de quebra, desde que haja investigação criminal/instrução penal. Nenhum direito é absoluto. Logo, as quatro privacidades (sigilo das correspondências, das comunicações telegráficas, dos dados telefônicos e das comunicações telefônicas) podem ser quebradas.
OBS: interceptação de conversa x gravação de conversa A interceptação é a gravação de duas pessoas e é proibida. A gravação é aquela feita na conversa entre quem grava e um terceiro, é permitida. 
- Quais os tipos de privacidade a CRFB protege?
O rol do art. 5º não é taxativo. Deve-se aplicar o princípio da interpretação evolutiva (interpretar a norma de acordo com a evolução da sociedade).
Além dos sigilos telefônicos, telegráfico e de correspondência, há proteção ao sigilo telemático (internet/computador).
 JURISPRUDÊNCIA DO STF
Conflito entre Direito à Informação x Direito à Privacidade= resolve-se casuisticamente. Trata-se da aplicação do PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA, segundo o qual quando houver conflito entre princípios constitucionais não prevalece a regra do “tudo ou nada” (não existe antinomia das normas constitucionais – uma é válida e a outra é inválida), mas a harmonização dos princípios, isto é, os princípios coexistem, mas no caso concreto um pode sobressair em detrimento do outro. 
- ARTISTAS X PAPARAZZI: se o artista estiver em um recinto privado, está tutelado pelo direito à privacidade, não podendo um paparazzi captar sua imagem e publicá-la. Porém, se o artista estiver se expondo voluntariamente (locais públicos), o paparazzi poderá captar fotos suas.
- DIREITO AO ESQUECIMENTO: direito à informação (direito que a sociedade tem de saber como era a sociedade histórica) x direito ao esquecimento. A história da sociedade é patrimônio imaterial do povo e o registro de crimes é forma de informação e é um direito da sociedade.
- LIBERDADE DE IMPRENSA (ADPF 130): A CRFB/88 instituiu nova ordem constitucional e proibiu a censura prévia, prevista na Lei de Imprensa. O STF entendeu que a Lei de Imprensa não foi recepcionada pela CRFB/88. A única forma de reparar danos é a posteriori (indenização).
- BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS (ADI 4.815): é possível a publicação de biografias não autorizadas, porque no conflito entre o direito à privacidade e o direito à informação, sobressai o direito à informação (narrar para as próximas gerações fatos que não seriam narrados se não fossem publicados em biografias não autorizadas). As biografias não autorizadas são permitidas pelo STF, pois compatíveis com o direito de liberdade de expressão.
DIREITO DE REUNIÃO
 Reunião:
É qualquer agrupamento formado com o objetivo comum de trocar ideais ou para a manifestação de pensamento político, filosófico, religioso, científico ou artístico.
 Art. 5º, XVI, CRFB/88:
“Todos podem reunir-se, pacificamente sem armas, em local público, sem prévia autorização do Poder Público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada, sendo exigido apenas o prévio aviso”. 
 Convenção Americana de DH (Decreto nº 678/92):
Art. 15: “É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício desse direito só pode estar sujeito às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, ao interesse nacional, da segurança ou ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas”.
 Reunião é passageira, e não permanente com base contratual (associação).
Não são reuniões os agrupamentos ocasionais ou em razão de ordem legal.
Deve haver prévia combinação.
O direito de reunião (direito meio) se presta à outra finalidade: possibilitar o exercício liberdade/manifestação do pensamento (direito fim)
Passeata x Manifestação = passeata é aquilo que ocorre em vários lugares (as pessoas vão caminhando – do ponto “x” ao “y”), enquanto que a manifestação ocorre em um único lugar.
As autoridades públicas podem revistar os indivíduos para verificar se não há armas.
 Exceção: Estado de Sítio e Estado de Defesa:
Pode ser restringido o direito de reunião.
JURISPRUDÊNCIA DO STF:
- Decreto Estadual que restringe o direito de reunião = A liberdade de reunião e associação para fins lícitos é uma das mais importantes conquistas da civilização, pois é um dos fundamentos das democracias políticas. Logo, a restrição ao direito de reunião colocada em um Decreto estadual é inadequada e desproporcional, quando analisada dentro da lógica da constituição.
- Marcha da Maconha = criminalizar os participantes da Marcha da Maconha (crime de apologia) é afronta ao direito de liberdade de expressão do pensamento e ao direito de reunião. O STF conferiu interpretação conforme à constituição ao dispositivo da lei que tipifica como crime o induzimento de terceiro ao uso de substância tóxica, para excluir da interpretação da norma “qualquer significado que enseje a proibição de manifestação e debates públicos sobre a descriminalização da maconha”. 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Meios jurídicos constitucionais para proteger direitos constitucionais.
São remédios constitucionais:
- Direito de Petição
Art. 5º, XXXIV, “a”, CRFB
Levar a conhecimento do Estado uma ilegalidade ou abuso de poder.
Exemplo: reclamar da coleta de lixo; de concussão por servidores públicos. 
Não tem formalismo e não precisa de advogado.
- Habeas Corpus
É o remédio constitucional mais antigo (desde 1891). Objetiva defender liberdade de locomoção
- Habeas Data
Surge em 1988. Objetiva retificar, complementar ou permitir o acesso dos dados do próprio impetrante,
- Mandado de Injunção
Surge em 1988. Objetiva evitar a inefetividade das normas constitucionais (direitos fundamentais dependentes de regulamentação).
- Ação Popular
Surge em 1934. É remédio que objetiva defender direitos difusos, associados ao patrimônio histórico, cultural, meio ambiente, moralidade administrativa.
- Mandado de Segurança
É remédio residual (só serve quando não cabem outros remédios constitucionais)
 MS individual surge em 1934
 MS coletivo surge em 1988
MANDADO DE INJUNÇÃO
Surge em 1988.
Quando a falta de norma regulamentadora torna inviável o exercício dos direitos/liberdades constitucionais ou das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania ou à cidadania,
Exemplo: direito de greve dos servidores públicos.
 Não há lei própria, logo se aplica a Lei de Mandado de Segurança.
PRESSUPOSTOS:
 - Impossibilidade de exercício do direito fundamental constitucional em razão da falta de norma regulamentadora
POLO PASSIVO
Em face do órgão do Poder ou da Autoridade omissa (quem deveria legislar e não legislou).
MI COLETIVO OU INDIVIDUAL
O MI pode ser individual ou coletivo (de acordo com a Lei do MS).
MI INDIVIDUAL:
Impetrado por PF ou PJ, nacional ou estrangeira, cujo direito esteja à mingua de uma norma que o regulamente.
MI COLETIVO
Impetrado por:
- Partido Político com representação no Congresso Nacional (basta que haja representação em uma das Casas do Congresso – ou Senado ou Câmara).
- Sindicatos 
- Entidades de Classe
- Associações (em atividade há um ano)
CAUTELAR
O STF não permite a tutela de urgência em MI (Não aplica a Lei do MS neste caso).
É o único remédio que não cabe tutela de urgência
JURISPRUDÊNCIA DO STF:
Até 2007, o STF adotava uma posição “Não Concretista” não se aplicava lei por analogia, para suprir omissão normativa + não se permitia a fixação de prazo para o legislador suprir a omissão. 
Após 2007, o STF mudou de entendimento. Adotou a posição “Concretista” não se limita a declarar a mora do Poder omissa. Aplica, por analogia, leis já existentes para suprir a omissão.
 Posições Concretistas (aplicação por analogia de leis já existentes):
GERAL/ ERGA OMNES (aplicada no julgamento do MI de Lei de Greve dos Servidores Públicos) = a decisão se estendeu a todos os servidores públicos, não se limitando aos servidores do sindicato que impetrou o MI.
INDIVIDUAL DIRETA/ INTER PARTES (aplicada no julgamento da Aposentadoria Especial dos Servidores Públicos) = o STF determina, caso a caso, a aplicação por analogia da Lei da Previdência Social.
CONSTITUIÇÃO COMENTADA
- Matérias que o STF declarou a mora do Poder Legislativo em regulamentar um direito: aposentadoria especial (art. 40, §4º, CRFB); direito de greve do servidor público estatutário (art. 37, VII, CRFB); Lei Complementar federal para a criação de municípios (art. 18, §4º); Criação de cargos no TCU de acordo com o modelo federal.
- Impossível a formação de litisconsórcio passivo entre a autoridade competente para elaborar a norma regulamentadora e particulares; 
- No MI não é possível questionar a efetividade da lei regulamentadora;
- Cabe MI quando a autoridade administrativa se recusa a examinar o requerimento de aposentadoria especial de servidor público com fundamento na ausência da norma regulamentadora.
 - Para ocabimento do MI é necessário evidenciar a norma constitucional que enuncie o direito invocado (a simples não regulamentação de um direito não constitucionalmente previsto não dá ensejo à impetração do MI)
- O MI não é ação condenatória, mas constitutiva. Por isso não pode condenar o CN a cumprir a obrigação de fazer (legislar), razão pela qual não cabe cominação de pena pecuniária pela continuidade da omissão legislativa.
- Uma vez regulamentado o direito apontado no MI, haverá a perda de seu objeto.
HABEAS DATA
Surge em 1988.
É gratuito para todas as pessoas (Só HD e HC).
FINALIDADES:
Assegurar o conhecimento de informações relativas ao impetrante, constantes de registros ou bancos de dados públicos.
Retificar ou complementar os dados pessoais, quando o impetrante não prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
CONHECER ou RETIFICAR ou COMPLEMENTAR os dados pessoais do impetrante.
PROCEDIMENTO
O HD tem rito célere (não cabe produção de provas). Por isto, tem preferencia de trâmite, exceto sobre MS e sobre HC.
Não cabe tutela de urgência (nem cautelar nem tutela antecipada) de acordo com a lei do HD. Porém, a jurisprudência decidiu que numa urgência efetiva no caso concreto, é possível utilizar, por analogia, o art. 272,CPC (tutela antecipada). Portanto, é possível requerer medida liminar.
REQUISITOS
Não cabe HD se não houver recusa de informações por parte da Autoridade Administrativa (condição de admissibilidade – interesse de agir) Súmula nº 02, STJ.
A prova da recusa pode ser feita:
Recusa escrita do acesso às informações ou decurso do prazo de mais de 10 dias sem decisão
Recursa escrita da retificação da informação ou decurso do prazo de mais de 15 dias sem decisão
Recusa escrita de complementação da informação ou decurso do prazo de mais de 15 dias sem decisão
NÃO CABIMENTO
Não cabe HD para:
- acessar dados públicos que não tem caráter pessoal (cabe MS)
- acessar certidões denegadas (cabe MS)
DADOS PESSOAIS
- Nome
- Estado civil
- Saúde
- Profissão
- Trabalho
- Pessoa 
OBSERVAÇÃO: Não são dados públicos os dados sobre a Administração Pública.
LEGITIMIDADE ATIVA
É remédio personalíssimo (só a pessoa que quer retificar/conhecer/complementar os dados pessoais pode impetrar o HD).
PF ou PJ nacional ou estrangeira.
EXCEÇÃO:
- HERDEIRO pode impetrar HD para acessar/retificar/complementar informações a respeito do “de cujus”.
C (cônjuge)
A (ascendente)
D (descendente)
I (irmão)
 
LEGITIMIDADE PASSIVA
Em face da autoridade de banco de dados públicos ou de banco privado de dados (mas com caráter público).
- Dado de banco público = Receita Federal
- Dado de banco privado com caráter público = SPC e SERASA.
CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- O HD pode ser usado para o conhecimento de informações do impetrante constantes de registros/banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público OU para retificação de dados OU para complementar os dados. Se o impetrante quiser o fornecimento da identidade de terceiros que lhe causaram agressões/denúncias/etc, deverá impetrar MS;
- HD não é cabível para vista de processo administrativo;
- HD tem tríplice aspecto: (a) Acesso aos registros; (b) Retificação dos registros; (c) Complementação dos registros;
- Competência para julgar HD contra Serviço Nacional de Informações (chefe é o Ministrado de Estado) é do STJ;
- HD não se presta a solicitar informações de 3ºs;
- Se o impetrante do HD tiver atuado como empregado do banco de registros de caráter público (empregado do Banco do Brasil S/A), caso queria ter acesso à sua ficha pessoal, não pode impetrar HD, pois neste caso há relação empregado x empregador.
AÇÃO POPULAR
Surge em 1934. Foi excluída em 1937 e voltou em 1946.
Se proposta de boa-fé, a AP é GRATUITA. Se proposta de má-fé, a AP é onerosa.
FINALIDADE:
Combater atos/contratos administrativos que ameacem (preventiva) ou lesionem (repressiva) a moralidade administrativa, patrimônio histórico/cultural/meio ambiente.
TIPOS DE AÇÃO POPULAR
Repressiva (atos que já lesionaram) prazo: 5 anos, contados do conhecimento da lesão
Preventiva sem prazo.
LEGITIMIDADE ATIVA
Cidadão (brasileiro nato ou naturalizado em gozo de seus direitos políticos). 
Não podem ajuizar AP (quem não tem título de eleitor válido):
- os inalistados (quem deveria se alistar, mas não o fez), 
- os inalistáveis (conscritos e estrangeiros em geral)
- MP
- PJ Súmula 365 (PJ não pode ajuizar AP).
PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
O MP não é legitimado para ajuizar AP, mas participa ativamente do procedimento.
O MP atua como “custus legis” (dará parecer/manifestação em todas as AP)
Se o autor desistir da ação ou deixar de realizar os atos processuais necessários, o MP pode prosseguir com a ação.
Se o autor não promover a execução da sentença penal condenatória, caberá ao MP promovê-la.
O MP pode recorrer da sentença.
CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- A decisão proferida em AP não tem força vinculante (os fundamentos adotados pelo STF não se estendem automaticamente a processos em que se discuta matéria similar). 
- A competência para julgar AP contra ato de qualquer autoridade (até mesmo do Presidente da República) é do juízo competente de 1º grau
- Se for ajuizada Ação Rescisória contra acórdão proferido em AP julgada procedente, descabe condenação dos autores da AP ao pagamento dos honorários advocatícios (para isso, deve ficar configurada a má-fé)
HABEAS CORPUS
Esteve presente em todas as CF (desde 1891).
 É gratuito 
 DOUTRINA BRASILEIRA DO HC (RUY BARBOSA – Final Século XIX) = remédio utilizado para defender inúmeros direitos. Não prevaleceu esta doutrina, pois se limitou a defender a liberdade de locomoção.
FINALIDADE
Defender o direito de ir e vir, que esteja sofrendo ameaça ou lesão.
Cabe liminar, mesmo não havendo previsão expressa.
PREVISÃO LEGAL
CF/ CPP
TIPOS DE HC
- Preventivo: evitar a consumação da lesão à liberdade de locomoção. Neste caso, é concedido “salvo-conduto”.
- Repressivo/Suspensivo/Liberatório: liberar o paciente quando já consumada a coação ilegal ou abusiva/ violência à liberdade. O pedido é de concessão de “alvará de soltura”.
LEGITIMIDADE ATIVA
Tem legitimidade ampla = qualquer pessoa natural ou jurídica, nacional ou estrangeira. Inclusive as pessoas naturais que não têm capacidade civil (menor de idade, loucos, etc).
O HC é o único dos remédios constitucionais que dispensa a figura do advogado.
PACIENTE
Quem esta sofrendo a ameaça/lesão.
O próprio paciente pode impetrar o HC.
LEGITIMIDADE PASSIVA
Quem abusar do poder (só autoridades públicas) ou quem cometer ilegalidade (pessoa pública ou privada).
Particulares = diretor de casas de repouso, clínica médica, donos de hotel, etc.
MILITARES
Não cabe HC para discutir mérito da prisão disciplinar administrativa.
Só cabe para discutir questões formais (autoridade incompetente, prisão ilegal, excesso de prazo, etc).
SÚMULAS
- Súmula 693: Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa ou relativo a processo em curso por infração penal sujeita apenas à multa pecuniária.
- Súmula 694: não cabe HC contra imposição de pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública
- Súmula 695: não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade.
CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
Não cabe HC:
- já extinta a pena privativa de liberdade (S. 695)
- contra imposição de pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública (S. 694);
- contra decisão condenatória a pena de multa (S. 693)
- para discutir confisco criminal de bens (sequestro de bens móveis ou imóveis; bloqueio de valores);
- para discutir continuidade de processo administrativo;
- para discutir revisão, em tese, de súmulas ou jurisprudência;
- para discutir correção da dosimetria da pena imposta pelo juiz; 
- para trancar ação de improbidade administrativa;
- para atacar decisão que afasta magistrado da função em virtude de ação penal em curso
- para atacareventuais ilegalidades do relatório final de CPI, se a CPI já tiver sido extinta (inexistência do polo passivo)
MANDADO DE SEGURANÇA
- MS Individual – surge em 1934
- MS Coletivo – surge em 1988
FINALIDADE
Defender direitos que não podem ser defendidos por outros remédios constitucionais. Garantir o exercício de direito público subjetivo líquido e certo sem proteção específica abrangência residual do MS.
MS INDIVIDUAL
Legitimados:
- Pessoa natural
- Pessoa Jurídica, nacional ou estrangeira, domiciliada ou não no Brasil;
- Universalidades de bens (espólio, massa falida, etc);
- Órgãos públicos despersonalizados com funções próprias (Mesas da Câmara e do Senado; Presidências dos Tribunais).
MS COLETIVO
Legitimados
- Partido Político com representação no Congresso
- Sindicato
- Entidades de classe
- Associações em funcionamento há pelo menos 1 ano, sem necessidade de autorização expressa de cada um dos associados (substituição processual)
OBSERVAÇÂO: sindicatos, entidades e associações devem demonstrar a pertinência temática (defesa dos interesses de seus associados/membros)
REPRESSIVO X PREVENTIVO
- Repressivo: prazo decadencial de 120 dias, contados da ciência do ato a ser impugnado.
- Preventivo: sem prazo
LEGITIMIDADE PASSIVA:
O ato coator pode ser de autoridade pública ou de autoridade particular no exercício de atividade delegada (concessão, permissão e autorização). 
PROCEDIMENTO
MS é ação de rito sumário.
As provas necessitam ser pré-constituídas (documentos já anexados à inicial), pois não há instrução probatória.
Ao despachar a inicial, o juiz:
- ordenará a notificação da autoridade coatora sobre o conteúdo da petição inicial, para que preste as informações sobre o ato impugnado;
- dará ciência ao órgão que representa juridicamente a autoridade coatora, enviando-lhe copia da inicial, para que ingresse no feito, caso queira. 
(litisconsórcio passivo entre a autoridade coatora e a pessoa jurídica à qual a autoridade coatora pertença).
O juiz poderá conceder a liminar, para determinar a suspensão do ato impugnado, desde que houver perigo da demora (a não suspensão do ato pode resultar na ineficácia da segurança) e fundamento relevante. Caso o juiz entenda necessário, poderá exigir do impetrante fiança, caução ou depósito (assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica). A liminar não será concedida quando objetivar a compensação de créditos tributários, a entrega de bens proveniente do exterior, a equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento/vantagens/pagamento de qualquer natureza.
HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO DE MS:
- Não cabe contra lei em tese
- Não cabe MS contra ato judicial passível de recurso com efeito suspensivo, independentemente de caução;
- Não cabe MS contra decisão judicial com trânsito em julgado
- Controvérsia sobre matéria de direito não impede a veiculação de MS (não descaracteriza a liquidez e a certeza do direito);
- A impetração de MS coletivo por entidade de classe independe da autorização de seus membros
- A entidade de classe tem legitimação para o MS ainda que a pretensão interesse apenas a uma parte da categoria
- É constitucional que a lei fixe prazo de decadência para a impetração de MS
CONSTITUIÇÃO COMENTADA
- Somente tem legitimidade para impetrar o MS o titular do direito lesado (ameaçado de lesão);
- Não cabe MS para desconstituir ato/decisão jurisdicional.
- Não cabe MS contra decisão judicial com trânsito em julgado.
- Não se aplica lei superveniente à impetração do MS (o ato impugnado deve ter obrigatoriamente como parâmetro a legislação vigente ao tempo de sua expedição).
- O prazo decadencial para o ajuizamento do MS, mesmo que tenha ocorrido perante juízo absolutamente incompetente, deve ser aferido pela data em que foi originariamente protocolizado.
- Os efeitos patrimoniais resultantes da concessão do MS somente abrangem os valores devidos a partir da impetração do MS (excluídas parcelas anteriores ao ajuizamento, que podem ser requeridas na via judicial/administrativa própria).
- Prazo de 120 dias (art. 23, Lei 12.016/09) é decadencial. A extinção do direito de impetrar MS só impede a utilização do MS e não significa a perda do direito material.
- Não há direito líquido e certo à prorrogação de contrato celebrado com o Poder Público (só há mera expectativa e direito, pois a decisão sobre a prorrogação é de juízo discricionário da AP).
- Extinta a CPI, extingue-se sem julgamento de mérito o MS.
- O impetrante pode desistir do MS, independentemente de aquiescência da autoridade coatora ou dos litisconsortes passivos necessários, mesmo que já prestadas as informações ou oferecido o parecer do MP. O impetrante só não poderá desistir do MS se já tiver sido proferida sentença de mérito que lhe seja desfavorável (neste caso, só pode desistir com o assentimento da parte contrária).
- O prazo decadencial de 120 começa a contar da ciência do ato atacado do TCU, e não da primeira supressão do pagamento da parcela pelo TCU.
- Não cabe MS das decisões interlocutórias proferidas no rito da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95) – a lei objetiva celeridade, por isso estabeleceu a irrecorribilidade de suas decisões interlocutórias.
- Da resolução do CNJ que proíbe o nepotismo (Resolução 20/CNJ) não cabe MS, pois tem eficácia erga omnes (equiparação à lei em tese – vedação).
- Somente o parlamentar tem legitimidade ativa para impetrar MS com o objetivo de coibir atos praticados no processo de PL ou PEC inconstitucional
- O estrangeiro residente no exterior pode impetrar MS
- Se o decreto é um ato administrativo de efeitos concretos, contra ele cabe MS. Porém, se o decreto tem efeitos genéricos (não tem aplicação imediata e necessita de regulamentação) equipara-se à lei em tese e contra ele não cabe MS.
- Não ocorre decadência se a prestação for sucessiva/ prejuízo for sucessivo.
- No MS COLETIVO, os substituídos não podem ser admitidos como terceiros interessados;
- No MS COLETIVO, o favorecido pela sentença pode executá-la individualmente;
- No MS COLETIVO não é necessária a relação nominal dos associados da impetrante nem a indicação dos seus respectivos endereços;
- No MS COLETIVO, a entidade de classe tem legitimação para o MS ainda que somente parte da categoria tenha interesse;
- No MS COLETIVO, a entidade de classe tem legitimidade ativa para impetrar MS em favor dos associados mesmo que não tenha autorização destes.
- Se a OAB estiver no polo ativo do MS COLETIVO, a competência é da Justiça Federal.
AULA 05 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA
Competência administrativa (gerencial material):
Exclusiva 
Art. 21, CRFB
Só da União
Comum 
Art. 23, CRFB
De todos os entes federativos.
Exemplo: proteção do meio ambiente; proteção das pessoas portadoras de deficiência (PPD).
Competência Legislativa 
Exclusiva:
Art. 21
Só da União (é indelegável)
Exemplo: legislar sobre anistia de crimes políticos
Privativa:
Art. 22, CRFB
São da União, mas cabe delegação aos Estados sobre questões específicas.
Exemplo: direito civil, eleitoral, direito processual, direito penal.
Concorrente
Art. 24
Exemplo: direito tributário, 
Regras de aplicação:
- A União faz normas gerais
- Os Estados podem suplementar a legislação;
- Não havendo lei federal, o Estado legisla livremente;
- A superveniência de lei federal, suspende a estadual no que for contrário.
Local:
Art. 30, I
Funcionamento dos estabelecimentos comerciais 
CUIDADO: município pode legislar sobre competência legislativa concorrente (art. 24), desde que seja no interesse local e suplementando a estadual/federal.
Exemplo: o município pode legislar sobre o tema pesca, se a atividade econômica predominante do município for a pesqueira.
Cumulativa:
Art. 32, §1º
Competência do DF (estadual + municipal)
OBs: art. 147 + 155, CRFB
Residual:
Art. 25, §1º
Competência dos Estados.
CONSTITUIÇÃO COMENTADA:
- Competência da União para legislar sobre

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