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OAB – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
AULA 01
NOVOS ÓRGÃOS E INSTITUTOS DO ECA:
- Conselhos de Direitos (ditar políticas públicas na área da infância e juventude)
- Conselhos Tutelares
- Fundos de Direitos das Crianças/Adolescentes (valor destinado à área da infância e juventude, gerida pelos Conselhos e Direitos)
- Plano de Convivência familiar
- Guia de acolhimento, plano individual de atendimento, cadastro nacional de adotantes (colocação de família substituta) 
- Família natural e família extensa
- Reavaliação das medidas socioeducativas
CONTEXTO HISTÓRICO:
Infância e Juventude: 
Não utilizar o termo “menor”, pois remete ao antigo Código de Menores e é um termo pejorativo.
Brasil:
1929: Código de – compilação de normas sobre crianças e adolescentes. 
Era da Ditadura Militar – área da infância sofre recrudescimento. O Estado só cuida de crianças em situações especiais irregulares (órfã, abandonada, etc). Não havia legislação preventiva, pois o Estado só atuava quando acionado.
Criação da Funabem: órgão que executava políticas públicas na área da infância e juventude. É a partir da Funabem que era criadas as Febens (atualmente, a Fundação Casa). Naquela época, a Febem abrigava qualquer tipo de criança – infratoras ou não.
Década de 70 – edição do Código de Menores, baseada na doutrina da situação irregular. Toda criança em situação regular tinha que ser tutelada pelo Estado. Não era uma norma preventiva, que preservava a criança e o adolescente, já que a aplicação do Código de Menores só ocorria se houvesse algum problema com a criança.
Redemocratização (CF/88 + ECA + Lei 12.010/09 + Lei 12.594):
Código de Menores x ECA:
Código de Menores – doutrina da situação irregular
ECA – doutrina da proteção integral
ECA:
A base do ECA é a prevenção, estando a criança/adolescente estando ou não em situação irregular. Não há discriminação com relação às crianças/adolescentes.
Constituição Federal:
- Art. 6º: São direitos sociais a proteção à maternidade e à infância. Quando se fala de maternidade, se protege a mãe grávida e o nascituro (criança que ainda não nasceu).
- Art. 24: compete à União, aos Estados e ao DF legislar sobre a proteção à infância e à juventude.
- Art. 203: assistência social será prestada com o objetivo de prestar amparo à família, ao adolescente, à criança.
- Art. 208: dever do Estado de prestar a garantir a educação infantil, o ensino fundamental e a creche.
OBSERVAÇÃO:
Crianças ( até 12 anos incompletos)
Adolescente (de 12 a 18 anos incompletos) 
Jovem (entre 15 e 19 anos).
- Art. 227: é dever d e TODOS (da família, da sociedade e do Estado) assegurar à criança, ao adolescente, ao jovem, com absoluta prioridade o direito à vida, à saúde, à alimentação, à segurança, ao lazer, à educação, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, á liberdade e à convivência familiar e comunitária.
 Prioridade absoluta à proteção da criança e ao adolescente é mandamento constitucional (verbas, educação, tratamento, jurídica – prioridade de tramitação –, etc.)
 A criança e o adolescente são pessoas em condição peculiar de desenvolvimento. Por isto, as medidas socioeducativas são excepcionais e só podem ser aplicadas na força necessária (brevidade).
 Garantia de assistência jurídica integral gratuita voltada à proteção dos direitos da criança e do adolescente
- Art. 228: são penalmente inimputáveis os menores de 18 anos. Estas pessoas estão sujeitas à legislação especial. Muitos entendem que este artigo é uma cláusula pétrea, outros entendem que não.
- Art. 229: dever dos pais de assistir, criar e educar as crianças e adolescentes. Na velhice dos pais, é dever dos filhos cuidar dos pais.
PRINCÍPIO BÁSICO DO ECA
Princípio da proteção integral à criança e ao adolescente
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana (art. 5º) + direito à proteção integral que trata o ECA.
Criança? até os 12 anos incompletos criança não comete ato infracional e não pode ser responsabilizada.
Adolescente? Entre 12 anos e 18 anos incompletos adolescente comete ato infracional e pode ser responsabilizado. 
EXCEÇÃO: em casos expressos no ECA, aplica-se o estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos. 
Exemplo: medida socioeducativa (em alguns casos, ainda que o adolescente já tenha cumprido 18 anos, poderá seguir cumprindo medida socioeducativa até completar 21 anos).
Art. 5º do ECA prevê que nenhuma criança/adolescente poderá ser objeto de negligência/discriminação/exploração/omissão/violência;crueldade/opressão. Quem praticar atentado (ação ou omissão) à criança/adolescente deverá responder na forma da lei.
Art. 6º: criança e adolescente estão em condição peculiar de desenvolvimento. 
AULA 02
DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
ECA: a criança e o adolescente são sujeitos de direitos. A criança ou o adolescente têm direito de se manifestar sua vontade e isso tem que ser levado em consideração no processo.
CÓDIGO DE MENORES: a criança e o adolescente eram objetos de direitos. 
DIREITO À VIDA E À SAÚDE:
“Art. 7º: A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas dArt. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal.   
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimento, segundo critérios médicos específicos, obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema.
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem.
 § 4o  Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal.  
§ 5o  A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser também prestada a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção e existência”.
O ECA tutela da criança e do adolescente desde antes do nascimento (nascituro). Para isso, o Estado precisa promover políticas públicas para atender a gestante (antes, durante e após o parto). Ao se trata a mãe, protege-se a criança.
A assistência será prestada também às mães que querem deixar seus filhos para a adoção.
OBS: Não é crime manifestar interesse em entregar o filho para à adoção, dentro dos procedimentos legais. Crime é abandonar a criança, para que seja encontrada por alguém que a adote (abandono de incapazes).
“Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade”.
Após o nascimento da criança, a mãe tem direito à licença maternidade. É dever do Estado e do empregador possibilitar que a mãe continue, mesmo voltando ao trabalho, a cuidar de seu filho (aleitamento). Exemplos: colocar à disposição das mães fraldário, lugar para amamentação, etc.
A mesma coisa vale para as mães presas. Quem deve cumprir a pena é a mãe, e não o filho. Por isto, não pode o filho sofrer as consequências da privação da liberdade da mãe. Dentro das prisões, a criança tem direito a ser amamentada pela mãe e a ter convivência familiar.
“Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido,bem como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.”
Os hospitais são obrigados a:
Manter prontuário individual das crianças ali nascidas por 18 anos
Identificar o recém-nascido (impressão digital dele e da mãe)
Fazer exames diagnósticos de anormalidades no recém-nascido e informar os pais 
Fornecer declaração de nascimento (declaração de nascido vivo)
Manter alojamento conjunto, para possibilitar ao recém-nascido o contato com a mãe.
Este artigo 10º trata do Direito à Identidade. A criança, ainda que adotada, tem o direito de saber de onde veio (origem biológica).
Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde
§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado.
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
A criança e o adolescente têm direito ao acesso integral e igualitário das ações de saúde. É dever do Poder Público fornecer gratuitamente medicamentos/próteses/recursos para os adolescentes e crianças que necessitarem. 
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. 
Parágrafo único.  As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude 
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias
Maus-tratos: a criança não precisa ir ao Judiciário ou á Polícia para denunciar que está sendo vítima de maus tratos. Por exemplo, se a criança está no hospital e o médico averigua que aquela criança pode ser vítima de maus tratos, é dever do hospital informar o Conselho Tutelar, para que o Conselho, em defesa da criança/adolescente, tome as medidas para a proteção da criança.
As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção deverão ser encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude. Não é crime entregar o filho para a adoção.
DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE:
A criança e o adolescente tem direito á liberdade, ao respeito e à dignidade, pois são sujeitos de direitos (previstos na CF e nas leis).
Direito à liberdade:
O direito à liberdade envolve:
Direito de ir e vir:
Estar nos logradouros públicos e espaços comunitários. Não é um direito absoluto, pois deve ser levado em considerações que há espaços inadequados para crianças. Exemplo: discoteca pode permitir que crianças não entrem no recinto.
Direito de opinião e expressão
Direito de crença e culto religioso
Direito de brincar e praticar esportes
Por isso, nas escolas deve existir aulas de educação física
Direito de participar da vida familiar e comunitária
Direito de participar da vida política, na forma da lei
É o direito ao voto, para aqueles que têm entre 16 e 18 anos. Para estes adolescentes, o voto é um direito e não uma obrigação (voto facultativo).
Direito de buscar refúgio, auxílio e orientação
Direito ao respeito:
Abrange a preservação da imagem, da integridade física, da identidade, da autonomia, das ideias e crenças, dos objetos pessoais.
 Direito ao Respeito x Lei da palmada:
Violar a integridade física de qualquer pessoa é crime, independentemente da idade, já que a lei não estabelece uma idade mínima para ser vítima do crime de lesão corporal. 
A lei da palmada não pune quem bate na criança. É uma lei pedagógica, pois somente estabelece que aquele que viola a integridade física da criança será processado não por um crime previsto na própria lei da palmada, mas pelos crimes previstos no Código Penal.
Direito à dignidade:
A criança não pode receber tratamento violento, desumano, aterrorizante, vexatório ou constrangedor (bullying).
AULA 03
DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
Princípios trazidos pela Lei 12.010/09 (alterou o ECA).
Condição da criança e do adolescente como sujeito de direitos
Proteção integral e prioritária
Responsabilidade primária e solidária do Poder Público: dever do estado cuidar dos interesses das crianças e dos adolescentes.
Interesse superior da criança e do adolescente: ao se analisar um caso concreto, deve-se pensar naquilo que mais favoreça à criança
Privacidade: reserva da vida privada/intimidade/imagem
Intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida
Intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida somente pelas autoridades cuja ação seja indispensável à promoção do direito da criança
Proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ocorrer no momento em que a criança teve seus direitos violados
Responsabilidade parental: ainda que haja intervenção estatal, os pais continuam sendo responsáveis pelas ações de seus filhos. Os pais só não serão responsáveis se houve decisão judicial (devido processo legal – ampla defesa e contraditório) que lhes retire o poder familiar.
Prevalência da família: família natural (núcleo familiar – pai, mãe, irmãos); família extensa (outros familiares – avós, tios, primos); família substituta (família adotiva).
Obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente tem o direito de serem informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção estatal e da forma como esta intervenção acontece.
Oitiva obrigatória e participação: a criança tem direito de ser ouvida, de participar dos atos e da definição da medida de promoção de direitos. A autoridade judiciária deve considerar a manifestação da criança (não é opção do juiz, é dever do juiz).
MEDIDAS DE ACOLHIMENTO 
QUALIFICAÇÃO:
Para atuar na área da promoção dos direitos da criança e do adolescente, necessária a continua qualificação. É dever do Poder Público promover a qualificação daqueles que atuar na área
INTEGRAÇÃO:
Os órgãos do Poder Público (judiciário, defensoria, ministério público, conselho tutelar) devem atuar em conjunto, para agilizar o atendimento e rapidamente integrá-la à família de origem (ou à família substituta).
MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA NATURAL
A regra é a criança ficar com a sua família natural ou extensa. A criança só ficará com a família substituta em último caso e desde que haja decisão judicial fundamentada.
Só há duas situações nas quais o Conselho Tutelar pode retirar a criança do seio familiar sem ordem judicial fundamentada:
Violência Sexual à criança
Lesão Grave à criança
TIPOS DE ACOLHIMENTO
Acolhimento institucional antigos abrigos
Acolhimento familiar famílias que acolhem crianças enquanto a situação da criança estiver sendo decidida judicialmente. Esta família só recebe a criança naquele momento, não irá adotá-la posteriormente.
Toda criança que estiver inserida em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 meses.
O juiz toda vez que reavaliar a criança, ele irá fundamentar porquê irá mantê-la naquela situação ou irá tirá-la daquele ambiente.
PERMANÊNCIANO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO:
A criança só pode ficar no máximo até 2 anos na entidade de acolhimento, salvo comprovada necessidade e desde que haja decisão judicial fundamentada.
EXCEPCIONALIDADE DA MEDIDA DE ACOLHIMENTO
É medida temporária e excepcional. Por isto, a simples ausência de recursos econômicos não pode ser motivo para colocar a criança no serviço de acolhimento.
REGISTROS DOS PROGRAMAS DE ACOLHIMENTO
São entidades governamentais ou não, que devem proceder à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
Caso a entidade não cumpra os termos do programa de acolhimento, poderá ser destituída + apuração de responsabilidade nas 3 esferas (cível, administrativa, penal)
PORTANTO:
Entidade de acolhimento registro Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente comunicação Autoridade Judiciária + Conselho Tutelar.
CONTROLE ADMINISTRATIVO
Se estas entidades de acolhimento cometerem reiteradas infrações, isto será comunicado ao Ministério Público ou à Autoridade Judiciária, para que sejam tomadas as medidas cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade
PORTANTO;
Reiteradas infrações comunicação ao MP ou ao Judiciário aplicação das sanções (inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade)
URGÊNCIA DO ATENDIMENTO:
Estas entidades devem atuar em caráter de urgência e excepcional (plantão). Como há situações excepcionais nas quais a criança pode ser retirada do seio familiar no momento em que verificada a violação aos direitos da criança (violência sexual + violência à criança), é necessário que a entidade de acolhimento receba crianças 24 horas..
Após a entrada da criança na entidade de acolhimento, deve ser comunicado à Autoridade Judiciária, em no máximo 24 horas, que a criança foi retirada do seio familiar e colocada na entidade.
PROCEDIMENTO:
Após a entrada da criança na entidade de acolhimento, o Juiz ouvirá o MP.
Após, se o juiz achar necessário, pode pedir apoio do Conselho Tutelar, para tomará as medidas necessárias para reintegrar a criança no seio familiar. Se não for possível coloca-la de volta na família, a criança será encaminhada a programas de acolhimento familiar, institucional ou à família substituta. 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO E COMPETÊNCIA DO JUIZ:
Acolhimento institucional (competência prioritária)
Inclusão em programa de acolhimento familiar (competência prioritária)
Colocação em família substituta (competência exclusiva – apenas o juiz pode colocar uma criança em família substitua, o Conselho Tutelar não pode fazer isto).
PROCESSO JUDICIAL DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL 
A pedido do MP ou de interessada, pode-se dar inicio ao processo judicial de acolhimento institucional. 
Este processo deve observar os princípios processuais constitucionais – ampla defesa + contraditório dos responsáveis legais da criança.
Toda criança acolhida tem direito a um guia de acolhimento, expedido pela autoridade judiciária, no qual constam as principais informações sobre a criança. 
Após, é feito um plano individual de atendimento, que objetiva à reintegração familiar. Neste plano, devem ser ouvidos a criança e os responsáveis legais da criança, exceto se houver ordem judicial determinando que não serão ouvidos.
AULA 04
FAMÍLIA SUBSTITUTA 
A colocação da criança em família substituta é medida excepcional, que só pode ocorrer quando não é mais possível mantê-la na família natural ou extensa.
Procedimento de colocação de criança em família substituta: 
INICIO: 
1º Constatação de impossibilidade de reintegração da criança com a família de origem, após encaminhamento a programas de apoio/promoção social
2º Realização de relatório fundamentado ao MP, no qual conste: descrição pormenorizada das providências tomadas + recomendação de destituição do poder familiar/da tutela/da guarda.
3º Inicio do processo de colocação da criança em família substituta.
Há 3 possibilidades de colocação de criança em família substituta:
Guarda
Tutela
Adoção
 Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional e terá sua opinião devidamente considerada.
Se for adolescente (maior de 12 anos) necessário o seu consentimento em ser colocado em família substituta, colhido em audiência.
 Sempre que houver possibilidade, os vínculos fraternais devem ser mantidos (irmãos devem ser mantidos juntos em família adotiva, em entidade de acolhimento, etc). Somente excepcionalmente, os grupos de irmãos serão separados.
 A colocação da criança e família substituta será precedida de preparação gradativa e acompanhamento posterior (equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude)
 Caso seja criança indígena ou proveniente de comunidade quilombola, será obrigatório:
- Respeito à identidade sociocultural, aos costumes e tradições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais constitucionais
- A colocação em família substituta deve priorizar famílias de mesma etnia ou comunidade
- Oitiva de representantes de órgãos federais responsáveis pela política indigenista (FUNAI) e de antropólogos.
 A família substituta não receberá criança se não oferecer um ambiente familiar adequado
 A família substituta não pode transferir esta criança ou devolvê-la. Somente pode haver a recolocação da criança com autorização judicial
 A colocação em família substituta estrangeira é medida excepcional, somente admissível na modalidade adoção.
 O tutor ou o guardião devem prestar compromisso de bem desempenhar o encargo, por meio de termo assinado nos autos do processo.
GUARDA:
O guardião da criança tem o dever de prestar assistência material, moral e educacional. Para que possa exercer a guarda, o guardião pode se opor a qualquer pessoa, inclusive aos pais da criança.
A guarda (assim como a tutela) não destitui o poder familiar. O poder familiar só é rompido com a adoção.
A guarda é posse de fato. A pessoa já esta com a criança, mas quer regularizar a situação juridicamente, para facilitar a vida no cotidiano (matricula na escola, etc).
A guarda pode ser deferida liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no caso de adoção por estrangeiros
Quem tem guarda, só tem guarda. Quem tem tutela, tem tutela e guarda. Quem tem a adoção, tem a guarda e a tutela.
A guarda é a “posse mais simples” da criança. A guarda pode ser deferida para situações excepcionais. Exemplo: avó ficar com a guarda do neto durante 6 meses, enquanto a mãe faz um pós-graduação no exterior.
A guarda tem caráter precário, pois pode a qualquer momento ser revogada.. Antes da revogação da guarda, o juiz tem que ouvir obrigatoriamente o MP.
TUTELA:
A tutela será deferida para adolescentes até 18 anos incompletos. A partir de 18 anos, não há mais guarda nem tutela.
Na tutela, o poder familiar quase inexiste, pois pressupõe a decretação da perda ou da suspensão do poder familiar.
O tutor pode ser nomeado por testamento ou por qualquer documento autêntico, desde que 30 dias após a abertura da sucessão.
AULA 05
ADOÇÃO 
A adoção de criança e de adolescente obedece à disposição do ECA. A adoção de maior de 18 anos obedece às regras do CC/02.
É medida excepcional e irrevogável 
É vedada a adoção por procuração.
A adoção deve contar com, no máximo, dezoito anos até à data do pedido de adoção, salvo se já estiver em guarda ou tutela dos adotantes.
A adoção rompe os vínculos do adotado com a sua família anterior, ressalvados os impedimentos matrimoniais.
O filho adotado tem os mesmos direitos (inclusive sucessórios) que os filhos biológicos da família.
Quem pode adotar?
- Maiores de 18 anos, independentemente do estado civil
- O adotante deve ter, ao menos, 16 anos a mais que o adotado.
Quem não pode adotar?
- Ascendentes (pais, avós) e irmãos do adotando
Adoção conjunta?
Para a adoção conjunta (casal), é indispensávelque as pessoas sejam casados civilmente ou mantenham união estável. Logo, duas amigas ou dois amigos não podem adotar.
Na adoção conjunta, podem os divorciados/judicialmente separados/ex-companheiros adotar uma criança, desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado antes da separação, que ambos acordem sobre a guarda e o regime de visitas, bem como que exista vincula de afetividade entre o ex-casal.
Adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando, salvo se os pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.
Se a criança contar com mais de 12 anos de idade, é necessário o seu consentimento para a adoção
Estágio de Convivência:
A adoção é precedida de estágio de convivência, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar.
- Não há prazo mínimo de estágio de convivência para casais brasileiros. Porém, se o casal for estrangeiro ou for casal brasileiro não residente no país, o estági0 de convivência será obrigatório e no mínimo e 30 dias.
- Estágio pode ser dispensado, se o adotado já estiver sob a guarda/tutela dos adotantes por tempo suficiente.
- Porém, a simples guarda de fato (não regularizada judicialmente) não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência.
 Início do vinculo entre adotante e adotado:
É a partir do trânsito em julgado da sentença judicial que o adotado passa a ser filho dos adotantes (efeitos ex nunc da sentença constitutiva). EXCEÇÃO: se, durante o processo de adoção, o adotante morre (mas está clara a sua intenção de adotar o adotado), conclui-se o procedimento de adoção mesmo assim (neste caso, os efeitos da sentença retroagem à data do óbito). O filho possui direitos sucessórios normais.
Através de sentença judicial constitutiva, registrada no cartório. Na certidão constará o nome dos adotantes como pais do adotado.
A sentença judicial cancela o registro original do adotado no cartório
Na certidão de registro do adotado não poderá constar nenhum observação acerca da adoção.
O adotado, se quiser ou se os adotantes quiserem – desde que ouvido o adotado –, poderá modificar seu prenome.
 Origem biológica:
REGRA: O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica e ter acesso irrestrito ao processo de adoção, após completar 18 anos.
EXCEÇÂO: Pode o acesso ao processo ser deferido ao menos de 18 anos, desde que assegurada assistência jurídica e psicológica. 
 Poder familiar:
A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais biológicos.
 Cadastro de Acolhidos e Adotantes:
Quem quer adotar, deve fazer parte do Cadastro de Adotantes.
A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças/adolescentes em condições de serem adotados e um registro de pessoas interessadas em adotar.
O cadastro é diferente entre as pessoas que residem no país e que residem fora do país.
Adoção fora do cadastro é possível?
Em regra, não.
Mas, poderá ser deferida a adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado quando:
- adoção unilateral
- adoção formulada por parente com o qual a criança mantenha vínculo de afinidade e afetividade
- adoção oriunda de quem detém a tutela ou a guarda de criança maior de 3 anos, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de lacos de afetividade
 Adoção internacional:
Só pode ocorrer após a consulta ao cadastro nacional de adotantes (não foi encontrado nenhum interessado que resida no Brasil ou seja brasileiro).
A alimentação do cadastro e a convocação dos postulantes devem ser fiscalizadas pelo MP.
Adoção internacional = pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil.
AULA 06
MEDIDAS
Medidas de proteção (rol exemplificativo do art. 101)
Medidas socioeducativas (rol taxativo do art. 112)
Podem ser aplicadas em conjunto ao adolescente.
MEDIDAS PROTETIVAS:
A quem se aplica?
Às crianças/adolescentes e aos pais finalidade = proteger a criança.
Quem aplica?
- Juiz
- Conselho Tutelar (só algumas medidas)
(iii) 	Quando se aplica?
Quando os direitos fundamentais do ECA forem violados ou ameaçados, por:
- ação ou omissão da sociedade ou do Estado
- omissão ou abuso dos pais ou responsável
- atuação do próprio adolescente/criança
(iv) Como se aplicam?
De maneira isolada ou várias medidas de proteção juntas. As medidas protetivas podem ser substituídas no decorrer do tempo.
Objetivo:
Fortalecer o vínculo familiar e comunitário.
Medidas que podem ser aplicadas:
- inclusão em programa oficial de orientação/alcoólatras e toxicômanos (destinado ao pai e ao adolescente/criança)
- colocação em família substituta (aplicável somente pelo juiz)
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
A quem se aplica?
Somente aos adolescentes que praticaram ato infracional.
AULA 07
ATOS INFRACIONAIS 
Não há crime, só ato infracional. O ato infracional é equiparado a crimes ou a contravenções penais.
Só é cometido por adolescentes (de 12 anos até 18 anos incompletos), contados da data do fato (prática do crime) teoria da ação.
Criança comete ato infracional, mas não pode ser responsabilizada pelo cometimento do ato (criança não pode ser processada). Criança só recebe medida protetiva.
O adolescente só será privado de sua liberdade (apreendido) se ele estiver em flagrante delito ou por determinação judicial.
Adolescente tem direito de identificar as pessoas que o apreenderam
Após ser apreendido e encaminhado à Delegacia:
- Delegado pode entender que não é caso de o adolescente ser apreendido. Neste caso, entrega o adolescente aos responsáveis, que devem assinar compromisso de levar o adolescente ao MP no dia seguinte útil
- Delegado apreende o adolescente na Delegacia. O delegado tem 24 horas para encaminhar o adolescente ao MP, para que represente.
Se o MP representar, pode adolescente ser internado provisoriamente, através de decisão judicial.
Oitiva informal = MP vai ouvir o adolescente antes de decidir pela representação ou não.
Se o MP decidir pela representação do adolescente, pode requerer ao juiz que ele aguarde internado durante todo o trâmite do processo socioeducativo. Desta decisão cabe HC e agravo.
- Internação provisória:
Após a apreensão do jovem, deve-se comunicar imediatamente o local à autoridade judiciária, à família ou à pessoa que o jovem indicar.
A internação antes da sentença só pode ser determinada por no prazo máximo de 45 dias, sem possibilidade de prorrogação do prazo.
Para receber a representação e internar provisoriamente o adolescente:
- indícios de autoria e materialidade
- necessidade imperiosa da internação
 Garantias processuais:
Devido processo legal
Pleno e formal conhecimento da atribuição do ato infracional, mediante citação ou meio equivalente
Igualdade entre acusação e defesa isonomia
Assistência jurídica gratuita e integral aos necessidades
Oitiva pessoa do jovem pelo juiz ou pela autoridade competente
AULA 08
ATOS INFRACIONAIS
APURAÇÃO DO ATO INFRACIONAL ATRIBUIDO A ADOLESCENTE
Adolescente apreendido:
Em flagrante: deverá ser encaminhado à autoridade policial (Delegado de Polícia)
Por ordem judicial: deverá ser encaminhado à autoridade judicial (juiz).
 Adolescente apreendido por ordem judicial: o processo segue o curso normal
 Adolescente apreendido em flagrante: há vários requisitos, vamos estudar a seguir:
Coautoria com maior: 
Se o ato infracional foi praticado em coautoria com maior, prevalece a atribuição da repartição especializada para adolescente. O adulto vai à delegacia especializada junto com o adolescente, todas as providencias iniciais são realizadas. O adolescente fica nesta delegacia e o adulto é encaminhado à delegacia comum.
Violência ou grave ameaça:
Se o ato infracional é cometido com violência ou grave ameaça, o Delegado deve:
- Lavrar auto de apreensão, ouvir as testemunhas e o adolescente
- Apreender o produto e os instrumentos da infração
- Requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoriada infração
Sem violência ou grave ameaça:
Não é necessário lavrar auto de apreensão, pode ser substituído por termo circunstanciado (boletim de ocorrência circunstanciado).
O delegado pode liberar o adolescente aos pais/responsáveis. Porém, os pais/responsáveis se comprometem a levar o adolescente no dia seguinte útil ao Ministério Público. O delegado também encaminha o boletim de ocorrência ao Ministério Público, caso os pais não levem o adolescente ao MP.
Procedimento:
Adolescente é apreendido encaminhamento ao Delegado liberação ou não da Delegacia oitiva informal do adolescente pelo Ministério Público o que pode acontecer:
Promotor concede remissão
Promotor arquiva o procedimento
Promotor representa o adolescente (equivalente à denúncia no Direito Penal) – início do processo.
Oitiva informal:
No mesmo dia em que o adolescente for apresentado ao MP, o Promotor deverá ouvir informalmente o adolescente e, se possível, seus pais/responsáveis, vítima e testemunhas.
A oitiva informal não está submetida ao contraditório nem à ampla defesa, por isto não pode ser usada como prova.
Após a oitiva informal, pode o MP:
- Arquivar os autos
- Conceder Remissão
- Representar o adolescente à autoridade judiciária, para a aplicação da medida sócio-educativa.
Representação:
Requisitos:
Breve resumo dos fatos
Classificação do ato infracional
Se necessário, rol de testemunhas
 
Internação provisória:
Quando representa o adolescente, o Promotor pode pedir a internação provisória (prisão preventiva), caso entenda que o ato praticado tem grande repercussão social ou que o adolescente já praticou outros atos infracionais antes (reincidência).
A internação provisória pode durar até 45 dias. Este prazo não pode ser prorrogado.
Não pode ser cumprida em estabelecimento prisional.
Se não houver um estabelecimento próprio para o adolescente, ele deve ser removido para a localidade mais próxima. Se impossível a pronta transferência, deve aguardar em repartição policial (separado dos adultos) por no prazo máximo de 5 dias, sob pena de responsabilidade
Processo socioeducativo:
Se o juiz receber a representação, deve marcar desde logo a data da audiência de apresentação e deve se manifestar sobre o pedido de internação provisória.
A partir do recebimento da representação, inicia-se o processo socioeducativo.
São marcadas duas audiências:
- Audiência de apresentação (juiz ouve o adolescente e, se for o caso, os pais/responsáveis. Neste momento, o adolescente pode dar sua versão sobre os fatos ou pode ficar em silencia. O juiz pode manter ou revogar a internação provisória).
- Audiência em continuação (juiz ouvirá as testemunhas, realizará as diligências necessárias e será juntado o relatório da equipe interprofissional).
Após, abre-se prazo para os debates orais (20 minutos para o MP, 20 para a defesa, prorrogáveis por mais 10 para cada parte). Após, o juiz profere a sentença, dizendo se o adolescente é responsável ou inocente.
Após a audiência de apresentação, a defesa tem o prazo de 3 dias, para apresentar a defesa prévia. É neste momento que deverá arrolar as testemunhas.
O juiz não aplicará nenhuma medida socioeducativa, quando:
- Prova da inexistência do fato
- Não haver prova da existência do fato
- Não constituir o fato um ato infracional
- Não houver prova de que o adolescente concorreu para o ato infracional
Sentença:
Intimação:
Se a medida for em meio aberto, não é necessário intimar o próprio adolescente. Só o defensor precisa ser intimado
Se a medida for em meio fechado, é necessário intimar o jovem
Recursos:
O sistema recursal é regido pelo Código de Processo Civil.
Os recursos independem de preparo.
Todos os recursos tem prazo de 10 dias, exceto os embargos de declaração.
Os recursos tem preferência de julgamento.
Defesa:
Nenhum jovem poderá ser processado sem defensor. Se ele não tiver um, o juiz lhe nomeará um defensor.
A ausência do defensor não implica o adiamento dos atos processuais, pois o juiz deve nomear um defensor provisório para a prática do ato.
AULA 09
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
Na sentença, o juiz pode absolver ou responsabilizar o jovem pela prática do ato infracional. 
Se for responsável, o jovem cumprirá medida socioeducativa, prevista no artigo 112, ECA.
As medidas socioeducativas são aplicadas apenas ao adolescente responsável pela prática do ato infracional (criança não cumpre medida socioeducativa, só medida protetiva).
ESPÉCIES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
MEIO ABERTO:
- Advertência
- Obrigação de reparar o dano
- Prestação de serviços à comunidade
- Liberdade assistida
MEIO FECHADO
- Semiliberdade
- Internação
As medidas em meio aberto podem ser aplicadas em qualquer ato infracional. Já as medidas em meio fechado só podem ser aplicadas se houver violência ou grave ameaça à pessoa.
PRINCÍPIOS QUE REGEM AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
LEGALIDADE:
Jovem não pode receber tratamento mais gravoso do que aquele que receberia o adulto.
- Convenção de Hiad: nas mesmas situações, um adolescente não pode receber tratamento pior do que receberia um adulto.
EXCEPCIONALIDADE DA INTERVENÇÃ:
Favorecimento de medidas de autocomposição.
PRIORIDADE A PRÁTICAS OU MEDIDAS QUE SEJAM RESTAURATIVAS
PROPORCIONALIDADE
Proporção entre o ato praticado e a medida.
BREVIDADE DA MEDIDA 
INDIVIDUALIZAÇÃO
Não há padronização nas medidas socioeducativas (se é roubo, deve-se aplicar internação, etc isso não existe). Deve-se considerar os fatores pessoais do adolescente (idade, capacidade de discernimento, etc). Por isto, dois adolescentes que cometeram, em coautoria, o mesmo ato infracional podem cumprir medidas diferentes.
MINIMA INTERVENÇÃO
NÃO DISCRIMINAÇÃO DO ADOLESCENTE
FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS FAMILIARES
MEDIDAS EM ESPÉCIE:
ADVERTÊNCIA
É admoestação verbal, que é reduzida a termo e assinada. A advertência pode ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios de autoria.
OBS: para a representação, basta indícios de materialidade e indícios de autoria. Para a aplicação da medida da advertência, é necessária a prova da materialidade.
OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
Se o ato infracional tem reflexos patrimoniais, pode o juiz determinar que o adolescente restitua a coisa e ressarça o dano, ou de alguma forma compense o prejuízo da vítima.
Esta medida pode ser substituída por outra adequada. OBS: não pode ser substituída por pagamento de cesta básica.
Exemplo: se o ato infracional for a pichação do muro da vítima, o adolescente pode ser compelido a pintar o muro na cor original reparar o dano
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE
É a prestação de serviços comunitários (tarefas gratuitas de interesse geral), por período máximo de 6 meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outro estabelecimentos ou programas comunitários/governamentais.
As tarefas devem ser cumprida durante jornada máxima de 8 horas semanais, aos sábados/domingos/feriados/dias úteis, não podendo atrapalhar a frequência à escola ou ao trabalho.
LIBERDADE ASSISTIDA
Prazo mínimo de 6 meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o Defensor.
É a orientação do jovem por um acompanhante (profissional técnico) . 
 MEIO FECHADO
SEMILIBERDADE
Pode ser aplicada a semiliberdade desde o início ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.
O adolescente passa a residir no estabelecimento de cumprimento da medida, mas pode sair para trabalhar/estudar durante a semana. Aos fins de semana, ele pode voltar para a sua casa.
É obrigatória a escolarização e a profissionalização.
Não comporta prazo determinado. O prazo máximo para o cumprimento da medida é de 3 anos.
INTERNAÇÃO
É medida de privação da liberdade.
- Brevidade: o adolescente deve ficar o mínimo possível internado
- Quando é aplicada?
1. ato infracionalcom violência ou grave ameaça à pessoa não cabe internação para jovem primário que cometeu ato infracional análogo ao tráfico de drogas
2. reiteração no cometimento de atos infracionais graves ato infracional grave é aquele que, quando crime, aplicada a pena de reclusão. Reiteração é diferente de reincidência. A reiteração é a prática de 3 atos infracionais (a prática de 2 atos infracionais é reincidência). 
3. descumprimento reiterado e injustificável da medida imposta = é a internação sanção, pois o adolescente não cumpriu adequadamente a medida socioeducativa que lhe foi anteriormente imposta. Esta internação sanção não pode ser superior a 3 meses. A internação sanção, para ser aplicada, deve contar com uma audiência de oitiva do adolescente antes da aplicação.
 Prescrição:
O ato infracional está sujeito à prescrição. Se não for apurado e aplicada a medida dentro do prazo, o Estado perde o interesse de agir.
A liberação compulsória aos 21 anos prazo prescricional
A prescrição é de 4 anos (Estado tem, no máximo, 4 anos para julgar o adolescente)
Princípio da legalidade adolescente não pode receber tratamento mais gravoso do que o adulto. Logo, nos casos em que a prescrição, para o adulto, é menor do que 4 anos, aplica-se este prazo prescricional ao adolescente. Exemplo: tráfico de entorpecente (prescrição de 1 ano)
- Atividades externas?
A internação permite a realização de atividades externas, salvo expressa determinação judicial em sentido contrário. A regra é que a internação não significa que o jovem não pode deixar o estabelecimento.
Não tem prazo determinado, devendo ser reavaliada (decisão fundamentada) a cada 6 meses.
A partir do momento em que o adolescente é internado, é avaliado periodicamente por equipe técnica (relatórios técnicos de acompanhamento). Quando a equipe entende que o jovem, pelo tempo cumprido de medida, já entendeu a caráter pedagógico da medida, elaboram um relatório técnico conclusivo, no qual declaram que o jovem está pronto para deixar o estabelecimento.
O relatório é encaminhado para o MP, que se manifestará favoravelmente ou contrariamente à extinção ou à troca da medida de internação por outra. Após, abre-se prazo para defesa se manifestar. Após, o juiz decide se o adolescente deixará o estabelecimento ou não.
Nenhum internação excederá o prazo de 3 anos ou 21 anos de idade, o que vier primeiro ( a liberação é compulsória aos 21 anos de idade).
Atingindo o limite de 3 anos, o adolescente deverá ser libertado ou colocado em outra medida (liberdade assistida ou semiliberdade).
Em qualquer hipótese, a desinternação é precedida de autorização judicial e de oitiva do MP e da Defesa.
REMISSÃO
A remissão é o perdão ou do MP ou do Juiz.
- A remissão pelo MP acarreta a exclusão do processo (nem se inicia o processo)
- A remissão pelo Juiz acarreta a extinção ou a suspensão do processo.
A remissão pode acontecer antes de iniciado o procedimento judicial ou durante. 
Para aplicar-se a remissão, serão considerados:
- circunstância e consequências do fato
- contexto social do adolescente
- personalidade do adolescente
- maior ou menor participação do adolescente
A remissão não implica o reconhecimento da responsabilidade do adolescente, nem prevalece para efeitos de antecedentes. E mesmo havendo remissão pode ser aplicada alguma medida socioeducativa, exceto medida de internação ou semiliberdade.
AULA 09
SINASE
É um conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a execução de medidas socioeducativas, incluindo-se por adesão os sistemas municipais e estaduais, bem como todos os planos de atendimento ao adolescente em conflito com a lei.
Envolve a parte judicial e a não judicial (planejamento de programas e medidas destinadas ao adolescente).
Quem pode aplicar medidas socioeducativas?
Só o juiz aplica medida socioeducativa. Conselho tutelar não aplica medida socioeducativa, só medida protetiva.
A defesa e o MP devem intervir na execução de medida socioeducativa, sob pena de nulidade.
As medidas protetivas podem ser aplicadas cumulativamente com medidas socioeducativas.
Se o adolescente não cumpre as medidas protetivas, não há uma consequência. Porém, se o adolescente não cumprir as socioeducativas, há a aplicação da internação sanção por no máximo 3 meses.
- PIA (plano individual de atendimento): acompanhamento do jovem enquanto estiver cumprindo a medida socioeducativa. O PIA é feito com a participação do jovem e com a participação de sua família. Somente as medidas de prestação de serviços, semiliberdade, liberdade assistida e internação devem conter um PIA.
O prazo para a elaboração do PIA é de 45 dias, para medidas em meio fechado, e de 15 dias, para medidas em meio aberto.
O PIA deve ser aprovado pelo juiz, com a manifestação da Defesa e do MP.
A medida socioeducativa, assim como o PIA, pode ser reavaliada no curso do cumprimento no máximo, a cada 6 meses, o juiz deve fazer a reavaliação.

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