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Legislação de Trânsito O Instituto IOB nasce a partir da experiência de mais de 40 anos da IOB no desenvolvimento de conteúdos, serviços de consultoria e cursos de excelência. Por intermédio do Instituto IOB, é possível acesso a diversos cursos por meio de ambientes de aprendizado estruturados por diferentes tecnologias. As obras que compõem os cursos preparatórios do Instituto foram desenvolvidas com o objetivo de sintetizar os principais pontos destacados nas videoaulas. institutoiob.com.br Legislação de Trânsito / Obra organizada pelo Instituto IOB - São Paulo: Editora IOB, 2015. ISBN 978-85-8079-120-4 Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão dos conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Instituto IOB. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal. Sumário Capítulo 1 Introdução, 7 1. Introdução à Legislação de Trânsito/Conhecimento do CTB e sua Aplicação, 7 2. Disposições Preliminares do CTB, 12 3. CONTRAN. Composição e Competências, 15 Capítulo 2 Sistema Nacional de Trânsito, 18 1. Introdução , 18 2. Conceito de Trânsito , 19 3. Conceito de Vias. Sistema Nacional de Trânsito, 19 4. Composição e Competências do CONTRAN, 20 5. Competências do CETRAN e do CONTRANDIFE, 22 6. Competência da Polícia Rodoviária Federal, 23 7. Competência da Polícia Rodoviária Federal - Decreto 1.655/95, 24 8. Competências dos Órgãos Executivos, 26 9. Competência dos Órgãos Executivos de Trânsito do Município, 28 Capítulo 3 Atribuições da Polícia Rodoviária Federal, 30 1. Atribuições da Polícia Rodoviária Federal, 30 2. Conceito de Trânsito , 19 Capítulo 4 Poder de Polícia de Trânsito, 30 1. Poder de Polícia de Trânsito – I, 41 2. Poder de Polícia de Trânsito – II , 47 3. Poder de Polícia de Trânsito – III, 60 Capítulo 5 Crimes, 68 1. Introdução, 68 2. Homicídio Culposo – Art. 302, CTB, 68 3. Aplicação do princípio da territorialidade aos crimes de trânsito e aumentativos, 69 4. Aumentativos e Agravantes, 70 5. Agravantes Genéricos e Aplicabilidade da Lei 9.099, 71 6. Lei 9.099 e Crimes de Trânsito, 72 7. Lesão Corporal. Omissão de Socorro, 73 8. Omissão de Socorro no CTB e no CP, 74 9. Arts. 304 e 305 do CTB. Infrações Administrativas, 74 10. Embriaguez I, 76 11. Embriaguez II, 77 12. Suspensão da Habilitação, 78 13. Crime de “Racha”, 79 14. Infrações Administrativas provenientes do Crime de “Racha”, 80 15. Direção por Condutor Não Habilitado, 82 16. Infrações Administrativas Vinculadas, 82 17. Velocidade Incompatível, 84 18. Fraude Processual no Trânsito, 85 Capítulo 6 Normas de Circulação e Conduta, 87 1. Incremento nas infrações de trânsito (Lei 12.971/14) – Art. 173, 87 2. Arts. 174 e 175, CTB, 88 3. Crimes de Trânsito Relacionados, 89 4. Ultrapassagem, 90 5. Infrações relacionadas à Ultrapassagem, 92 6. Uso do capacete, 93 7. Cinto de segurança e Normas de Mobilidade Urbana, 94 Capítulo 7 Lei Seca, 96 1 Evolução Histórica, 96 2. Lei Seca: arts. 276 e 277, 97 3. Lei Seca: art. 277 (continuação), 98 4. Lei Seca: Parte Penal, 98 Capítulo 8 Das Penalidades, 100 1. Rol das Penalidades , 100 2. Suspensão do Direito de Dirigir, 101 3. Curso Preventivo de Reciclagem, 102 4. Apreensão de Veículos, 103 5. Cassação do Direito de Dirigir e Curso de Reciclagem, 104 Capítulo 9 Veículos, 106 1. Registro e Licenciamento, 106 Capítulo 10 Habilitação, 109 1. Classificação de Veículos – I, 109 2. Classificação de Veículos – II, 118 3. Habilitação: categorias, 119 4. Habilitação: categorias (continuação), 119 5. Requisitos para Habilitação nas Categorias D e E, 120 Capítulo 11 Películas, 123 1. Película , 123 2. Película – Transmitância Luminosa , 124 Capítulo 12 Motorista Profissional , 126 1. Motorista Profissional , 126 Capítulo 13 Limites de Peso, 129 1. Limites de Peso no CTB, 129 Capítulo 13 Processo Administrativo, 131 1. Processo Administrativo, 131 Gabarito, 133 Capítulo 1 Introdução 1. Introdução à Legislação de Trânsito/ Conhecimento do CTB e sua Aplicação Cabe observar que todos os nossos esforços estão direcionados para com- preensão de uma Lei de Trânsito, Lei nº 9.503/1997, e de suas regulamentações, as chamadas resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Esta Lei de Trânsito, também chamada de Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é uma norma que, apesar de trazer quase toda disciplina legal do trânsito reunida em um único livro (por isso, a expressão código), carece de regulamentação, por ser lacunosa, como toda lei administrativa. As leis que regulam as atividades das entidades, órgãos e agentes públicos sempre necessitam de complementação, a fim de que possibilitem a sua aplica- ção. Para que não fiquemos apenas na abstração desta informação, vamos para um exemplo clássico: o CTB em seu art. 105 nos informa que veículos devem possuir equipamentos obrigatórios, sem, contudo, enumerá-los de forma exaus- tiva, cabendo ao Contran, fazê-lo. Le gi sla çã o de T râ ns ito 8 O Contran, ao expedir regulamentos autorizados pelo CTB, inova na or- dem jurídica, nos traz informações novas na área determinada pelo legislador. É claro que um conselho que não representa diretamente o povo trazendo normas inovadoras é assustador, mas tem que ser assim, pois não é exigível que nossos parlamentares produzam todas as normas do país, mormente aquelas de caráter técnico, como as de trânsito. É imperioso que o estudante da Lei nº 9.503/1997 perceba que esta norma está dividida em uma parte administrativa – do art. 1º até o 290, e do art. 313 até o 341 – e também em uma parte penal – do art. 291 ao 312. Com isso, que fique claro que as leis penais são autoaplicáveis, não carecendo de regula- mentação para sua observância, a não ser que haja essa expressa menção – as chamadas normas penais em branco. Cabe salientar que o CTB, apesar de ser uma lei votada no Congresso Nacional, não representa apenas uma expressão de vontade da União, mas também de seus Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios. As leis votadas naquela casa legislativa ora são leis federais (respeitadas apenas pela União e seus servidores federais), ora são leis nacionais, verdadeira manifesta- ção de vontade da República Federativa do Brasil, que deve ser cumprida por todos os entes da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Diante da explanação feita, fica claro por que os Guardas Municipais, os Policiais Militares (servidores estaduais) e os Policiais Rodoviários Federais au- tuam os infratores de trânsito com fulcro nos mesmos dispositivos legais – a lei é nacional. Ao assinalar em seu art. 1º que “o trânsito de qualquer natureza nas vias ter- restres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código”, o legislador pátrio tutela todo e qualquer tipo de trânsito – o regular e o irregular (trânsito de qualquer natureza) –, restringindo em um segundo momento a que tipo de via se refere, somente as vias terrestres abertas à circulação. Quanto ao conceito de trânsito, o § 1º do art. 1º nos dá a seguinte reda- ção: “Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.” De onde podemos inferir que tanto pessoas habilitadas quanto as inabilitadas, tanto os veículos em bom estado de conservação quanto aqueles que estão em mau estado, assim como os animais conduzidos e aqueles que se encontram soltos nas vias, estão presentes e inclusos no cenário trânsito, sendo que uns de maneira regular e outros de maneirairregular, devendo estes sofrer sanções da polícia viária? Cabe obser- var que o conceito de trânsito não se esgota nos seres envolvidos, fazendo o dispositivo menção à movimentação dos veículos na via: circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. Le gi sla çã o de T râ ns ito 9 A expressão “vias terrestres abertas à circulação” deve ser entendida no con- texto atividade da Administração Pública, como veremos adiante, fazendo-se necessário notar que não são todas as vias terrestres que sofrem a incidência do CTB, como a linha férrea que, embora seja via terrestre, não se lhe aplica o CTB, pois, além de não ser aberta à circulação, rege-se por legislação própria, que é o Decreto nº 2.089, de 28 de janeiro de 1963. Finalmente, impende observar que o nome Código de Trânsito Brasileiro nos dá a falsa impressão de que esta lei regulamenta todo o trânsito do país, como o deslocamento aéreo, marítimo e terrestre, uma vez que existe um con- trole de tráfego em cada um desses meios. No entanto, como vimos, esta lei regula apenas o trânsito sobre vias terrestres. Diante do exposto, consideramos este tema um dos mais importantes para o aprendizado da matéria, uma vez que é o cerne para a compreensão da Lei de Trânsito como um todo, além de nos ajudar na análise de temas específicos, como os relacionados à abrangência territorial do CTB, tanto na sua parte ad- ministrativa como em sua parte penal. Vejamos cada caso. Aqui vamos destacar os locais onde efetivamente o usuário da via pode sofrer autuações pelo cometimento de infrações administrativas de trânsito. Em outras palavras, vamos analisar quando a Administração Pública, na figura de seus órgãos e entidades de trânsito, pode cobrar o cumprimento das normas de trânsito. Já no seu art. 1º, percebemos que o CTB não se aplica a todas as vias terres- tres, mas somente àquelas abertas à circulação. Ao estudarmos o CTB, estamos, em verdade, estudando uma atividade específica da Administração Pública, na área de trânsito, e, sendo assim, é necessário lembrar que aqui se aplica o regime jurídico-administrativo (as normas e princípios do Direito Adminis- trativo). Este ramo do Direito tem seu alicerce montado em dois postulados fundamentais: o primeiro, que é responsável pelo surgimento das prerrogativas no desempenho das funções administrativas (os poderes administrativos), é a supremacia do interesse público sobre o particular; e o segundo, que é respon- sável por aquilo a que se submete a Administração (deveres administrativos), é a indisponibilidade do interesse público. Portanto, sob o prisma das prerrogativas na atuação administrativa, men- cionar que o CTB se aplica às vias terrestres abertas à circulação seria o mes- mo que dizer que este Código se aplica às vias terrestres onde a ingerência do particular está sempre em um nível inferior ao do Estado, em virtude do que acima exposto. Podemos ver que onde o interesse público está presente de for- ma suprema existe sempre a possibilidade de autuação pelo cometimento de infração de trânsito. Embora haja inúmeras controvérsias, não poderíamos deixar de mencionar a possibilidade de uma pessoa ser autuada por cometer uma infração de trânsito Le gi sla çã o de T râ ns ito 10 ainda que transitando em uma via particular. Antes de enfrentarmos o tema, gostaria de chamar-lhes a atenção para a seguinte reflexão: como pode o Esta- do exigir que eu use o cinto de segurança, que eu porte extintor de incêndio em meu veículo se este é minha propriedade – isso não seria uma espécie de intervenção do Estado na propriedade privada? Sim, seria. E é esse o conteúdo jurídico de que você vai precisar para entender por que o CTB faz essa previsão, em seu art. 2º, parágrafo único. Está previsto que nos condomínios constituídos por unidades autônomas aplica-se o CTB. O que o legislador fez foi tornar expressa a publicização dessas áreas, esses condomínios ganharam caráter de via pública para resguardo dos interesses coletivos que ali se fazem presentes. Antes de entramos em um novo tópico da matéria, é oportuno mostrar al- guns conceitos e definições, que estão previstos no Anexo I do CTB, necessá- rios para o completo entendimento do tema. Sendo assim, vamos trabalhar a definição de via e de seus desmembramentos – previstos no art. 2º do CTB – uma vez que teremos presente nesta definição todas as áreas que serão trabalha- das ao longo do curso. Veja abaixo os dispositivos legais que se referem ao tema: Art. 2º do CTB – “São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais.” (grifo nosso) De outra forma: VIA – superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreen- dendo a pista 1, a calçada 2, o acostamento 3, ilha 4 e canteiro central 5, con- forme o Anexo I do CTB (grifo nosso). De uma maneira mais técnica, considerando a classificação de bens pú- blicos, previsto no art. 98 do Código Civil, poderíamos classificar via como um bem público de uso comum de todos, uma vez que são destinadas ao uso irrestrito o povo. Veja as definições dadas pelo legislador, no Anexo I, sobre as partes inte- grantes da via: 1. Pista – parte da via normalmente utilizada para a circulação de veícu- los, identificada por elementos separadores ou por diferença de nível em relação às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais. 2. Calçada – parte da via, normalmente segregada e em nível diferen- te, não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins. 3. Acostamento – parte da via diferenciada da pista de rolamento destina- da à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropria- do para esse fim. Le gi sla çã o de T râ ns ito 11 4. Ilha – obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma interseção. 5. Canteiro central – obstáculo físico construído como separador de duas pistas de rolamento, eventualmente substituído por marcas viárias (can- teiro fictício). No que se refere aos crimes de trânsito, a forma de trabalharmos a aplicação do CTB, conforme seu art. 291, nos remete à parte geral do Código Penal, que nos dá seguinte redação em seu art. 5º: “Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Re- dação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território na- cional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspon- dente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.” (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Com isso, fica fácil perceber que aqui a regra é outra, ou seja, nos crimes de trânsito o envolvido responde pelo CTB tanto em via pública quanto na via particular, a não ser que no tipo penal venha de maneira expressa o termo “via pública”, restringindo a alcance do tipo penal. Ao longodos últimos anos, muitos aspectos do CTB foram alterados, a sa- ber: - acréscimo de uma via pública aberta ã circulação; - incremento na composição do Contran; - registro e licenciamento dos ciclomotores; - habilitação; - incremento das infrações de velocidade; - alterações das questões ligadas ao álcool; - maior severidade nas ultrapassagens proibidas; - tipificação de condutor com viseira levantada; - proibição da cobrança simultaneamente à direção; - motorista profissional; Le gi sla çã o de T râ ns ito 12 - faixa exclusivas para veículos de transporte de passageiros. - alcance do CTB nas áreas administrativas; - processo administrativo. Trataremos de todos esses assuntos no decorrer das próximas aulas. 2. Disposições Preliminares do CTB 2.1 Classificação das Vias Terrestres no CTB Para uma melhor compreensão, podemos neste primeiro momento dividir as vias terrestres abertas à circulação em vias públicas e vias particulares pu- blicizadas. No primeiro caso, temos as vias urbanas, as vias rurais e as praias abertas à circulação; e, no segundo caso, temos os condomínios constituídos por unidades autônomas. 2.1.2 Vias Públicas Neste item, devemos destacar as classificações e subclassificações que têm sido objeto de concurso público. Sendo assim, enfatizaremos as vias rurais e as vias urbanas, e seus desmembramentos a seguir: 2.1.2.1 Rurais (Anexo I – CTB) Devemos entender como via rural aquelas que, em regra, não possuem imó- veis edificados ao longo de sua extensão. Uma forma simples de identificarmos se uma via é urbana ou rural consiste na verificação de qual órgão tem circuns- crição sobre ela; caso seja um órgão executivo rodoviário e/ou a polícia rodoviária federal, necessariamente estamos falando de via rural. Esta se divide em: a) rodovias: são vias rurais pavimentadas (asfaltadas); b) estradas: são vias rurais não pavimentas (não asfaltadas). Perceba que o elemento caracterizador dessas vias é o pavimento, que deve ser entendido como qualquer beneficiamento feito à via, como asfalto, concre- to, etc. Poderíamos sintetizar as definições em um quadro-resumo, desta forma: Tipos de vias rurais Tem pavimento? Rodovia Sim Estrada Não 2.1.2.2 Urbanas (Anexo I – CTB) Devemos entender como via urbana ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão. Le gi sla çã o de T râ ns ito 13 Uma forma simples de identificar se uma via é urbana ou rural consiste na verificação de qual órgão tem circunscrição sobre ela; em se tratando de órgão executivo de trânsito do estado, do DF ou do município, necessariamente esta- mos falando de via urbana. Esta se divide em: a) via de trânsito rápido – aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível. De outra forma, são vias onde o trânsito se faz de forma rápida, sem interrupções desnecessá- rias, ou seja, sem cruzamentos (interseções em nível) e sem semáforo; b) via arterial – aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade. Em síntese, são vias com cruzamentos e com semáforo, que possibili- tam o trânsito pelos bairros da cidade; c) via coletora – aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de tráfego rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade. De outra forma, são vias com cruzamentos e com semáforo, que possibilitam o tráfego dentro de uma mesma região da cidade (dentro do mesmo bairro); d) via local – aquela caracterizada por interseções em nível não semaforiza- das, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas. Em síntese, são vias com cruzamentos e sem semáforo, destinadas apenas ao acesso local e áreas restritas; geralmente, são as ruas residenciais, de pouco movimento. Enfim, quanto à classificação da vias urbanas, perceba que seus elementos caracterizadores são o semáforo e o cruzamento (interseção em nível), que têm o condão de retardar o trânsito, em determinado sentido. Sendo assim, perce- ba que em uma via de trânsito rápido não há de se falar na existência desses elementos caracterizadores, uma vez que o trânsito se faz de maneira rápida, ou seja, sem interrupções. É com essa lógica que o leitor deve memorizar as definições. Veja quadro-resumo abaixo: Tipo de vias urbanas Tem semáforo? Tem cruzamento? Característica adicional Via de trânsito rápido Não Não Arterial Sim Sim Liga bairros (região) Coletora Sim Sim Está dentro de um bairro (região) Local Não Sim Le gi sla çã o de T râ ns ito 14 As disposições preliminares estão no art. 2º e parágrafo único do CTB: Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradou- ros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regu- lamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais. Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condo- mínios constituídos por unidades autônomas. A lei 13.146 alterou o parágrafo único acima citado incluindo vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo. A lei é de julho de 2015, e determina que a alteração entra em vigor 180 dias depois da publicação (06/janeiro/2016). O texto alterado, portanto, é o que segue: Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes aos condo- mínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo. Esta alteração ocorreu especialmente para fins de competência da apli- cação do auto de infração: quando eram consideradas vias particulares, não podiam, os agentes de trânsito, aplicar a penalidade da lei (exemplo concreto: veículo estacionado em vaga destinada à deficientes ou idosos). Importante lembrar, neste ponto, que rodovia é via rural pavimentada e estrada é via rural não pavimentada. O artigo 7º-A também traz a seguinte disposição que diz respeito ao pre- sente estudo: Art. 7º-A. A autoridade portuária ou a entidade concessionária de porto or- ganizado poderá celebrar convênios com os órgãos previstos no art. 7o, com a interveniência dos Municípios e Estados, juridicamente interessados, para o fim específico de facilitar a autuação por descumprimento da legislação de trânsito. Portanto, em regra as áreas portuárias não são consideradas vias abertas de circulação pública, mas podem ser assim consideradas se houver convênio nes- te sentido. Em resumo, temos: 1) Vias abertas de circulação urbanas: a. Ruas b. Avenidas c. Logradouros d. Caminhos e. Passagens f. Praias abertas de circulação pública; Le gi sla çã o de T râ ns ito 15 g. Condomínios constituídos de unidades autônomas; h. Áreas de estacionamento privadas de uso coletivo (vigência a partir de 6 de janeiro de 2016); i. Áreas portuárias, desde que haja convênio com órgãos exe- cutivos de trânsito do estado ou município. 2) Vias abertas de circulação rurais: a. Rodovias b. Estradas 3. CONTRAN. Composição e Competências A composição do Contran está disciplinada no art. 10 do CTB, que tem diversos dispositivos alterados e vetados: Art. 10. O ConselhoNacional de Trânsito (Contran), com sede no Distri- to Federal e presidido pelo dirigente do órgão máximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte composição: III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia; IV - um representante do Ministério da Educação e do Desporto; V - um representante do Ministério do Exército; VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal; VII - um representante do Ministério dos Transportes; XX - um representante do ministério ou órgão coordenador máximo do Siste- ma Nacional de Trânsito; XXII - um representante do Ministério da Saúde; XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça; XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Estes dois últimos incisos foram acrescentados em 2013. Com relação às competências, importa verificar o art. 24 do CTB: Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municí- pios, no âmbito de sua circunscrição: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições; II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedes- tres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de controle viário; Le gi sla çã o de T râ ns ito 16 IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas; V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas adminis- trativas cabíveis, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, no exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito; VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar; VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veícu- los, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar; IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas; X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago nas vias; XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas; XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segu- rança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível; XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trân- sito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à ce- leridade das transferências de veículos e de prontuários dos condutores de uma para outra unidade da Federação; XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito; XV - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação de veículos e reorientação do tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de poluen- tes; XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração e pro- pulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penali- dades e arrecadando multas decorrentes de infrações; XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal; XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Le gi sla çã o de T râ ns ito 17 Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN; XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veícu- los automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas de órgão ambiental local, quando solicitado; XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a circulação desses veículos. § 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão exercidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade executivos de trânsito. § 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, os Municípios deverão integrar-se ao Sistema Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 deste Código. A grande novidade, neste tema, é a regulamentação dos ciclomotores (veí- culos que vão até 50km/h e têm até 50 cilindradas). O condutor destes veículos precisa de habilitação e, de acordo com a Lei 13.154 (que alterou o art. 24, XVII), a competência de registro e licenciamento é dos órgãos executivos de trânsito dos Estados. Capítulo 2 Sistema Nacional de Trânsito 1. Introdução O art. 1º, “caput”, do CTB traz o conceito de trânsito: Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacio- nal, abertas à circulação, rege-se por este Código. O alcance deste art. 1º do CTB restringe-se à seara administrativa. Assim sendo, não se pode confundir o CTB dentro da seara administrativa e dentro da seara penal (que trata tão somente dos crimes de trânsito - arts. 302 a 312 do CTB). A regra da abrangência do CTB dentro da seara administrativa abarca ape- nas as vias públicas. Já para os crimes de trânsito (seara penal). aplica-se o princípio da territorialidade do Código Penal, de modo que considera-se a apli- cação tanto nas vias públicas como nas vias privadas. Na seara penal, a exceção restringe-se à previsão específica do legislador, dentro do texto legal, o local do crime (como acontece nos arts. 308 e 309). Na Le gi sla çã o de T râ ns ito 19 seara administrativa, a exceção está nos condomínios constituídos por unidades autônomas e nas áreas portuárias,que são considerados vias públicas. 2. Conceito de Trânsito O conceito de trânsito está no art. 1º, “caput”, do CTB, e seu parágrafo primeiro traz a seguinte disposição: § 1º. Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e ani- mais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. No que tange aos animais, o CTB determina que precisam circular em rebanhos de tamanho moderado. Acerca do disposto no parágrafo acima mencionado, importante observa- mos alguns conceitos: a) Parada: imobilização de veículo no leito viário apenas para desem- barque de pessoas, após o que o veículo entra no leito novamente. b) Estacionamento: imobilização de veículo para desembarque de pessoas, mas após a qual o veículo continua imobilizado. c) Operação de carga e descarga: é sempre equiparada a estaciona- mento. Observe, agora, o disposto no art. 1º, §§ 2º e 3º: § 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito. § 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manu- tenção de programas, projetos eserviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro. O CTB traz neste dispositivo os órgãos e entidades do SNT que devem garantir o direito ao trânsito seguro, sob pena de responsabilização objetiva. Assim sendo, não há que se questionar a existência de culpa ou dolo para que o Estado seja responsável pelos danos causados: basta que se prove o nexo causal. 3. Conceito de Vias. Sistema Nacional de Trânsito Le gi sla çã o de T râ ns ito 20 O conceito de vias encontra-se no art. 2º do CTB: Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradou- ros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regu- lamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais. Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condo- mínios constituídos por unidades autônomas. São vias urbanas as ruas, avenidas, logradouros, caminhos e passagens. São vias rurais as estradas e rodovias. Rodovia é uma via rural pavimentada, en- quanto estrada é uma via rural não pavimentada. As áreas portuárias podem ser equiparadas às via públicas, quando houver convênios, recebendo atuação e fiscalização dos órgãos do SNT (art. 7-A). O art. 7º do CTB traz os órgãos que compões o sistema Nacional de Trân- sito: Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e en- tidades: I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo; II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coor- denadores; III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; V - a Polícia Rodoviária Federal; VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI. 4. Composição e Competências do CONTRAN Le gi sla çã o de T râ ns ito 21 Antes de iniciarmos o estudo das competências, importa a leitura atenta de alguns artigos do CTB: Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou órgão da Presi- dência responsável pela coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão máximo executivo de trânsito da União. Assim sento, o Coordenador Máximo do SNT é o Ministério das Cidades. Já o Coordenador do SNT é o CONTRAN. No que tange à composição do CONTRAN, importa saber que o tema foi alterado recentemente pela Lei 12.865/2013, que acrescentou dois Ministério. Veja-se: Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com sede no Distri- to Federal e presidido pelo dirigente do órgão máximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte composição: I - (VETADO) II - (VETADO) III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia; IV - um representante do Ministério da Educação e do Desporto; V - um representante do Ministério do Exército; VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal; VII - um representante do Ministério dos Transportes; VIII - (VETADO) IX - (VETADO) X - (VETADO) XI - (VETADO) XII - (VETADO) XIII - (VETADO) XIV - (VETADO) XV - (VETADO) XVI - (VETADO) XVII - (VETADO) XVIII - (VETADO) XIX - (VETADO) XX - um representante do ministério ou órgão coordenador máximo do Siste- ma Nacional de Trânsito; XXI - (VETADO) XXII - um representante do Ministério da Saúde. XXIII - um representante do Ministério da Justiça. Le gi sla çã o de T râ ns ito 22 XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). São, portanto, 10 Ministérios que compões o CONTRAN. O CONTRAN é o órgão máximos, normativo e consultivo do Sistema. Suas competências estão elencadas no art. 12 do CTB: Art. 12. Compete ao CONTRAN: I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Código e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito; II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, objetivando a inte- gração de suas atividades; III - (VETADO) IV - criar Câmaras Temáticas; V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE; VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI; VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste Có- digo e nas resoluções complementares; VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a imposição, a arre- cadação e a compensação das multas por infrações cometidas em unidade da Federação diferente da do licenciamento do veículo; IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à aplicação da legislação de trânsito; X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habilitação, expedi- ção de documentos de condutores, e registro e licenciamento de veículos; XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinalização e os dis- positivos e equipamentos de trânsito; XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões das instâncias inferio- res, na forma deste Código; XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre conflitos de competên- cia ou circunscrição, ou, quando necessário, unificar as decisões administrativas; e XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âmbi- to da União, dos Estados e do Distrito Federal. A normatização é feita por meio de Regulamentos. 5. Competências do CETRAN e do Le gi sla çã o de T râ ns ito 23 CONTRANDIFE O art. 14 do CTB traz as competências destes órgãos: Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e ao Con- selho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito das respectivas atribuições; II - elaborar normas no âmbito das respectivas competências; III - responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos procedi- mentos normativos de trânsito; IV - estimular e orientar a execução de campanhas educativas de trânsito; V - julgar os recursos interpostos contra decisões: a) das JARI; b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de inaptidão perma- nente constatados nos exames de aptidão física, mental ou psicológica; VI - indicar um representante para compor a comissão examinadora de can- didatos portadores de deficiência física à habilitação para conduzir veículos au- tomotores; VII - (VETADO) VIII - acompanhar e coordenar as atividades de administração, educação, engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de trânsito, formação de condu- tores, registro e licenciamento de veículos, articulando os órgãos do Sistema no Estado, reportando-se ao CONTRAN; IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âmbito dos Municípios; e X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigências definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333. XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de reavaliação dos exames, junta especial de saúde para examinar os candidatos à habilitação para conduzir veículos automotores. Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados pelo órgão, não cabe recurso na esfera administrativa. 6. Competência da Polícia Rodoviária Federal A PRF é uma polícia ostensiva rural da União. Ou seja, trata-se da polícia que se mostra presente e visa preveniro crime, por meio de rondas e fiscaliza- ções, e que atua nas rodovias e estradas. Le gi sla çã o de T râ ns ito 24 A competência da PRF está no art. 20 do CTB: Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e estradas federais: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições; II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros; III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as me- didas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas; IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas; V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indi- visível; VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e instalações não autorizadas; VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trân- sito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal; VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educa- ção de Trânsito; IX - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsi- to para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à cele- ridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação; XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veí- culos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais. 7. Competência da Polícia Rodoviária Federal Le gi sla çã o de T râ ns ito 25 - Decreto 1.655/95 O decreto 1.655/95 define a competência da Polícia Rodoviária Federal, e dá outras providências. Vejamos o que dispõe seu artigo 1º, que traz justamente as competências: Art. 1° À Polícia Rodoviária Federal, órgão permanente, integrante da es- trutura regimental do Ministério da Justiça, no âmbito das rodovias federais, compete: I - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros; II - exercer os poderes de autoridade de polícia de trânsito, cumprindo e fa- zendo cumprir a legislação e demais normas pertinentes, inspecionar e fiscalizar o trânsito, assim como efetuar convênios específicos com outras organizações si- milares; III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito e os valo- res decorrentes da prestação de serviços de estadia e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas excepcionais; IV - executar serviços de prevenção, atendimento de acidentes e salvamento de vítimas nas rodovias federais; V - realizar perícias, levantamentos de locais boletins de ocorrências, investi- gações, testes de dosagem alcoólica e outros procedimentos estabelecidos em leis e regulamentos, imprescindíveis à elucidação dos acidentes de trânsito; VI - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de seguran- ça relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de cargas indivisíveis; VII - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, bem como zelar pelo cum- primento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções, obras e instalações não autorizadas; VIII - executar medidas de segurança, planejamento e escoltas nos desloca- mentos do Presidente da República, Ministros de Estado, Chefes de Estados e diplomatas estrangeiros e outras autoridades, quando necessário, e sob a coorde- nação do órgão competente; IX - efetuar a fiscalização e o controle do tráfico de menores nas rodovias federais, adotando as providências cabíveis contidas na Lei n° 8.069 de 13 junho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); X - colaborar e atuar na prevenção e repressão aos crimes contra a vida, os costumes, o patrimônio, a ecologia, o meio ambiente, os furtos e roubos de veícu- Le gi sla çã o de T râ ns ito 26 los e bens, o tráfico de entorpecentes e drogas afins, o contrabando, o descaminho e os demais crimes previstos em leis. No art. 2º, o Decreto regulamenta a atividade policial e o porte de arma do policial rodoviário federal 8. Competências dos Órgãos Executivos Inicialmente, importante fixar o seguinte quadro: Unidade Federativa Executivo de Trânsito Executivo Rodoviário União DENATRAN DENIT Estados e DF DETRAN DER O art. 22 do CTB traz a seguinte disposição: Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito das respectivas atribuições; II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores, expedir e cassar Licença de Aprendiza- gem, Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação, mediante dele- gação do órgão federal competente; III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança veicular, regis- trar, emplacar, selar a placa, e licenciar veículos, expedindo o Certificado de Registro e o Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão federal compe- tente; IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas admi- nistrativas cabíveis pelas infrações previstas neste Código, excetuadas aquelas relacionadas nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito; VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste Código, com exceção daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII do art. 24, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar; VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos; VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a suspensão e a cas- Le gi sla çã o de T râ ns ito 27 sação do direito de dirigir e o recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas; X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de atividades previstas na legislação de trânsito, na forma estabelecida em norma do CONTRAN; XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito; XII - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trân- sito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas àunificação do licenciamento, à simplificação e à cele- ridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação; XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodo- viários municipais, os dados cadastrais dos veículos registrados e dos condutores habilitados, para fins de imposição e notificação de penalidades e de arrecada- ção de multas nas áreas de suas competências; XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veí- culos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais locais; XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN. Em resumo: Expedição da Habilitação, CRV e do CFLV Caberá originalmente a expedição desses documentos ao DENATRAN, que, através de delegação, atribuiu ao DETRAN tal competência Organizar e manter o RECNACH, RENAINF, RENAEST, RENAVAM Caberá esta competência ao DENATRAN, e aos demais órgãos componentes do SNT caberá a alimentação desses registros, como, quando, por exemplo, o DETRAN cassa ou suspende uma habilitação deverá comunicar o DENATRAN a fim de que esse órgão mantenha suas bases de dados atualizadas e consiga uma comunicação com os demais órgãos da federação integrados a esse sistema. Le gi sla çã o de T râ ns ito 28 9. Competência dos Órgãos Executivos de Trânsito do Município Quanto às competências dos órgãos executivos de trânsito do município, importa verificarmos o art. 24 do CTB, dando especial destaque aos incisos XVII e XVIII: Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municí- pios, no âmbito de sua circunscrição: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições; II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedes- tres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de controle viário; IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas; V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas adminis- trativas cabíveis, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, no exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito; VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar; VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veícu- los, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar; IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas; X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago nas vias; XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas; XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segu- rança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível; XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trân- sito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua Le gi sla çã o de T râ ns ito 29 competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à ce- leridade das transferências de veículos e de prontuários dos condutores de uma para outra unidade da Federação; XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito; XV - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação de veículos e reorientação do tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de poluen- tes; XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, ciclomotores, veículos de tração e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplican- do penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações; XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal; XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN; XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veícu- los automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas de órgão ambiental local, quando solicitado; XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a circulação desses veículos. Acerca do tema, importante o quadro abaixo: Competência/Órgão Executivo de Trânsito Estadual Executivo de Trânsito Municipal À Competência Em regra, age na fiscalização da documentação, como, por exemplo, habilitação e licenciamento Em regra, atua na circulação, parada e estacionamento Ao Ciclomotor Caberá a expedição da ACC (Autorização para conduzir ciclomotor) Caberá a expedição do CRV e do CRLV Le gi sla çã o de T râ ns ito 30 Aos Veículos de Propulsão Humana e Tração Animal Tanto habilitação como a documentação serão expedidos pelos órgãos executivos de trânsito do município. Material extra: CONTRAN (Âmbito Nacional) CETRAN/CONTRANDIFE (Âmbito Estadual) Órgão máximo normativo e consultivo. Normatiza no âmbito de suas competências. Dirimir Conflitos em âmbito Nacional, Estadual e do Distrito Federal. Dirimir conflitos em âmbito municipal. Responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à aplicação da legislação de trânsito. Responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos procedimentos normativos de trânsito. Julgar os recursos relativos às instâncias inferiores. Julgar os recursos relativos a: a) Das JARI b) Dos Estados, em relação à inaptidão física, mental ou psicológica permanente. Zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste Código e nas resoluções complementares. Cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito das respectivas atribuições. 1. Atribuições da Polícia Rodoviária Federal 1.1 Apresentação Nesta unidade, serão estudadas as atribuições da Polícia Rodoviária Fe- deral. 1.2 Síntese 1.2.1. Polícia Rodoviária Federal (PRF) A Polícia Rodoviária Federal está presente em todo o território nacional, estruturada em 21 Superintendências Regionais, 5 Distritos Regionais, 150 De- legacias e 400 Postos de Fiscalização. Sua administração central está localizada Capítulo 3 Atribuições da Polícia Rodoviária Federal Le gi sla çã o de T râ ns ito 32 em Brasília (DF). 1.2.2 A Polícia Rodoviária Federal na Constituição Federal O Departamento de Polícia Rodoviária Federal, órgão subordinado ao Mi- nistério da Justiça, tem suas competências definidas pela Constituição Federal, mais especificamente, no art. 144,§ 2º, que nos informa que as atividades de segurança pública nas rodovias e estradas federais serão desempenhadas pela PRF, por meio do patrulhamento ostensivo. A segurança pública consiste em uma atuação de preservação ou restabelecimento da tranquilidade pública, para que todos possam exercer seus direitos e atividades sem serem perturbados por outrem. Por patrulhamento ostensivo a ser desempenhado nas rodovias e estradas federais, sob a ótica da segurança pública, devemos entender como um policiamento uniformizado e com viaturas caracterizadas, a fim de preve- nir que infrações penais ocorram nessas localidades. 1.2.3 A Polícia Rodoviária Federal no Decreto nº 1.655/1995 Quanto às demais atribuições da PRF, podemos encontrá-las no art. 20 da Lei nº 9.503 (Código de Trânsito Brasileiro), no Decreto nº 1.655, de 3 de outubro de 1995 e, por fim, em seu Regimento Interno, aprovado pela Portaria Ministerial nº 122, de 20 de março de 1997. Pela importância do Decreto nº 1.655, de 3 de outubro de 1995, e também por ter sido alvo de algumas questões de prova, vamos enumerar as competên- cias da PRF expressas no referido Decreto: “Art. 1º À Polícia Rodoviária Federal, órgão permanente, integrante da estrutu- ra regimental do Ministério da Justiça, no âmbito das rodovias federais, compete: I – realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros; II – exercer os poderes de autoridade de polícia de trânsito, cumprindo e fazendo cumprir a legislação e demais normas pertinentes, inspecionar e fiscalizar o trânsito, assim como efetuar convênios específicos com outras orga- nizações similares; III – aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito e os valores decorrentes da prestação de serviços de estadia e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas excepcionais; IV – executar serviços de prevenção, atendimento de acidentes e salvamen- to de vítimas nas rodovias federais; V – realizar perícias, levantamentos de locais boletins de ocorrências, in- vestigações, testes de dosagem alcoólica e outros procedimentos estabelecidos em leis e regulamentos, imprescindíveis à elucidação dos acidentes de trânsito; VI – credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de se- Le gi sla çã o de T râ ns ito 33 gurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de cargas indivisíveis; VII – assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, bem como zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções, obras e instalações não autorizadas; VIII – executar medidas de segurança, planejamento e escoltas nos deslo- camentos do Presidente da República, Ministros de Estado, Chefes de Estados e diplomatas estrangeiros e outras autoridades, quando necessário, e sob a coor- denação do órgão competente; IX – efetuar a fiscalização e o controle do tráfico de menores nas rodovias federais, adotando as providências cabíveis contidas na Lei nº 8.069, de 13 junho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); X – colaborar e atuar na prevenção e repressão aos crimes contra a vida, os costumes, o patrimônio, a ecologia, o meio ambiente, os furtos e roubos de veículos e bens, o tráfico de entorpecentes e drogas afins, o contrabando, o descaminho e os demais crimes previstos em leis. Art 2º O documento de identidade funcional dos servidores policiais da Polícia Rodoviária Federal confere ao seu portador livre porte de arma e franco acesso aos locais sob fiscalização do órgão, nos termos da legislação em vigor, assegurando-lhes, quando em serviço, prioridade em todos os tipos de transpor- te e comunicação. Art 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.” Observe que neste Decreto estão expressas as atribuições da PRF, funda- mentadas tanto na sua prerrogativa do poder de polícia administrativo quanto na sua prerrogativa do poder de polícia judiciária. Note que entre os órgãos que compõem o Sistema Nacional de Trânsito, apenas a PRF e a PM são concomi- tantemente órgãos de trânsito e de segurança pública. 1.2.4 Atribuições da Polícia Rodoviária Federal no CTB Finalmente, quanto às suas competências expressas no CTB, que consti- tuem o objeto desta obra, vejamos cada uma delas de forma detalhada, pela im- portância dada em concursos públicos, mas, antes, perceba que a PRF divide com o DNIT uma série de atribuições nas rodovias e estradas federais, em que se apresentam algumas competências exclusivas e outras comuns. Cabe ainda ressaltar que não houve aqui a divisão rigorosa de competências para autuar os infratores de trânsito, conforme ocorre em áreas urbanas entre os órgãos executivos de trânsito dos Estados e dos Municípios, como visto acima Le gi sla çã o de T râ ns ito 34 nas competências dos Detran. Abaixo, a redação do art. 20 do CTB, com os comentários pertinentes. “Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e estradas federais:” Comentário A única informação relevante do caput do art. 20 seria a circunscrição, ou seja, a competência territorial da PRF, que atua administrativamente em rodovias e estradas federais. Podemos inferir também que a Polícia Rodoviária Federal é tipicamente uma polícia rural (rodovias e estradas são vias rurais) e tem como atribuição prevenir a ocorrência de infrações tanto penais como administrativas nessas áreas. Cabe ressaltar que a referência para o policial é o local da ocorrência da infração, e não aquele em que efetivamente ocorrerá a abordagem, uma vez que o trânsito é dinâmico e o estado de flagrância permite a perseguição do infrator, ainda que este invada a área urbana ou uma mata às margens da rodovia “I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;” Comentário Este dispositivo tem por origem a criação do Estado de Direito, ou seja, o Estado deve respeitar as leis editadas por ele próprio. O dispositivo expressa a preocupação do legislador tanto com a legalidade quanto com a moralidade na prestação do serviço público pelos órgãos de trânsito. O legislador nos informa que a PRF (órgão) e seus agentes de trânsito (implementadores da vontade do órgão), antes de reprimirem os infratores de trânsito, devem antes ser exemplos. De outra forma, o agente de trânsito que conduz uma viatura desrespeitando as normas de circulação e conduta estaria legalmente engessado no que se refere a autuações por infrações de trânsito, uma vez que antes de “fazer cumprir” deve “cumprir” a legislação e as normas de trânsito. Poderíamos chamar de absurda a conduta deum PRF que autuasse um veículo com pneus carecas se sua viatura também estivesse com os pneus em estado semelhante. Por fim, é muito comum vermos as viaturas policiais com licenciamento ex- pirado, pneus carecas, extintores vencidos, quando existentes, além de muitas outras infrações, pois ainda existem policiais e agentes de trânsito que imaginam que, pelo fato de conduzirem uma viatura policial, lhes dá a prerrogativa de des- cumprirem a legislação de trânsito. A confusão é feita em virtude do art. 29, VII, que dispõe que, quando em serviço de emergência, se devidamente identifica- dos, gozam de prioridade de trânsito, mas somente nesses casos. Por fim, impende observar, diante do exposto, que o policial que liga a sirene da viatura com a finalidade de sair do engarrafamento para chegar mais cedo ao local de seu almoço viola a impessoalidade do ato administrativo e Le gi sla çã o de Trâ ns ito 35 incide em desvio de finalidade, uma vez que a utilização de veículos oficiais estão sempre ligados ao atendimento do interesse público. “II – realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;” Comentário Neste inciso, temos a reprodução do mandamento constitucional, que nos informa que a PRF deve realizar o patrulhamento ostensivo nas rodovias e estradas federais, ou seja, de forma visível e presencial, conforme comentado acima. Faz-se necessário extrair do dispositivo o objetivo da PRF, quando atuan- do como órgão de segurança pública:preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, e o patrimônio da União e o de terceiros. Diante do exposto, é possí- vel observar que o CTB tratou da expressão segurança pública da forma mais abrangente possível, não se restringindo às atividades policiais, mas também como resguardo da segurança viária. “III – aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as me- didas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;” Comentário Vamos analisar cada uma das competências expressas neste inciso: a) “aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as me- didas administrativas decorrentes (...).” Perceba que a PRF, no âmbito das ro- dovias e estradas federais, pode aplicar a penalidade de multa (somente esta) e todas as medidas administrativas possíveis, em quaisquer infrações prevista neste código, inclusive excesso de peso, dimensões e lotação. Quanto às demais penalidades, como apreensão do veículo, frequência obrigatória em curso de reciclagem, suspensão do direito de dirigir e cassação da CNH, estas são de competência dos Detran, devendo a PRF informá-los sobre a ocorrência de infração em que sejam previstas tais penalidades. É importante ressaltar que a penalidade multa é arrecadada pelo órgão por meio das redes bancárias. Não existe a possibilidade de o policial fazer direta- mente a arrecadação da multa. b) “valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais (...).” O legislador consignou as medidas administrativas de remoção previstas no art. 269 do CTB, cabendo ressaltar que a remoção de animais soltos nas ro- dovias e estradas federais ficou como competência exclusiva da PRF, por meio Le gi sla çã o de T râ ns ito 36 do veículo chamado pelos policiais de “pega-boi”. c) “escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas.” Há ca- sos específicos em que a escolta de veículos com dimensões excedentes deve ser feita pela PRF, podendo, nos demais casos, ser feita por escoltas credenciadas, conforme a Resolução nº 11/2004 do DNIT. Os casos em que é exigida a escolta da PRF são basicamente quando a altura ultrapassa 5,00 m, a largura ultrapassa 5,50 m, o comprimento ultrapassa 35,00 m e o peso ultrapassa 100 toneladas. “IV – efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas;” Comentário Os policiais responsáveis por cobrirem determinados trechos em rodovias e estradas federais são também responsáveis pela confecção do BAT (Boletim de Acidente de Trânsito), os quais devem informar todos os detalhes dos acidentes atendidos no dia à Central da PRF de seu Estado. Esta Central, por sua vez, informará uma central do DPRF localizada no Distrito Federal. As informa- ções têm diversas finalidades, tais como: controle estatístico, controle de gastos com acidentes para tomada de medidas preventivas e para cobrança de danos ao patrimônio público. A PRF, assim como todos os órgãos executivos componentes do SNT, de- verá fazer levantamentos estatísticos de acidentes de trânsito ocorridos em vias sob sua circunscrição, para que o Denatran, por meio do Renaest, possa fazer as estatísticas gerais de acidentes de trânsito ocorridos no país. “V – credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segu- rança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;” Comentário Trata-se de uma autorização dada a particulares (pessoa jurídica) para de- sempenhar atividade de seu exclusivo ou predominante interesse, sendo esta autorização um ato administrativo discricionário e precário. Este dispositivo foi regulamentado pelo DPRFem sua Instrução Normativa 16, de 2002. Deferido o pedido de credenciamento pelo diretor do DPRF, será a empresa cientificada do fato, devendo, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, comparecer no local e na data indicados pelo DPRF para assinatura do Termo de Responsabilidade correspondente. Da decisão do diretor do DPRF que in- deferir o credenciamento, caberá recurso ao Secretário de Trânsito do Ministé- rio da Justiça, no prazo de 30 (trinta) dias da data de ciência pelo interessado. Le gi sla çã o de T râ ns ito 37 Quanto ao credenciamento do serviço de escolta nas rodovias e estradas esta- duais e municipais, embora não previsto no art. 21 do CTB, é feito pelos órgãos com circunscrição sobre a via após serem credenciados e vistoriados pelo DPRF. É, em verdade, uma homologação do credenciamento feito pelo DPRF “VI – assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e instalações não autorizadas;” Comentário Para que haja um melhor entendimento do dispositivo, vamos estudá-lo por partes. a) “assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais (...).” Aqui o legislador fez re- ferência às obstruções causadas por pessoas em passeatas, protestos, acidentes de trânsito, por animais soltos na via, por buracos na via ou por veículos abandona- dos, assim como por construções não autorizadas, de uma forma geral. Para que sejam compreendidas as atribuições da PRF nas situações acima explicitadas, sai- ba que os policiais rodoviários federais atuam na prerrogativa do poder de polícia administrativo, cuja função é limitar e disciplinar direitos, interesses e atividades do particular para resguardar o interesse público. Sendo assim, em uma reunião autorizada na rodovia, por exemplo, cabe à PRF disciplinar o direito de reunião com o direito de ir e vir dos usuários da via, deixando uma faixa de circulação para os usuários e outra para os manifestantes. Outro exemplo seria quanto a obstruções causadas por buracos na via. Como foge à competência deste órgão tapar buracos, por exigir um conhecimento técnico especializado, faz-se mister que a PRF, por não possuir especialistas em seus quadros, solicite ao DNIT que execute a obra. b) “e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vi- zinhança (...).” O direito de vizinhança é uma limitação ao direito de proprie- dade, então saiba que embora o proprietário de um terreno tenha, em tese, o direito de construir sua casa como desejar, deve aquele respeitar as normas relativas ao direito de vizinhança e a legislação administrativa. O direito de vizi- nhança vem regulamentado no Código Civil, cujo capítulo que trata do direito de vizinhança compreende as seguintes seções: o uso anormal da propriedade; as árvores limítrofes, e, por fim, a passagem de cabos e tubulações, as águas, os limites entre prédios, o direito de tapagem e o direito de construir (arts. 1.277 a 1.313 do CC/2002). O art. 1.277 do CC possui rol taxativo (numerus clausus) e não admite interpretação extensiva. Dessa forma, se as interferênciasprejudiciais causadas Le gi sla çã o de T râ ns ito 38 não repercutirem sob o trinômio (saúde – segurança – sossego), a questão extra- polará o conflito de vizinhança. c) “promovendo a interdição de construções e instalações não autori- zadas.” Finalmente, sempre que tivermos construções e instalações não autorizadas, em razão do abuso de direito de seus proprietários, é possível que a PRF promova interdições, a fim de assegurar a segurança, a saúde e o sossego público. A interdição como sanção administrativa goza do atribu- to da autoexecutoriedade. Assim, a Administração não necessita do auxílio do Judiciário, porém, deve ser precedida de regular processo administrativo. Nas palavras do insuspeitável HELY LOPES MEIRELLES: “não se confun- da autoexecutoriedade das sanções de polícia com punição sumária e sem defesa. A Administração só pode aplicar sanção sumariamente e sem defesa (principal- mente as de interdição de atividades, apreensão ou destruição de coisas) nos ca- sos urgentes que ponham em risco a segurança ou a saúde pública ou quando se tratar de infração instantânea surpreendida na sua flagrância, aquela ou esta comprovada pelo respectivo auto de infração, lavrado regularmente. Nos demais casos, exige-se o processo administrativo correspondente, com plenitude de defe- sa ao acusado, para validade da sanção imposta.” “VII – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trân- sito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal;” Comentário Não deve o candidato confundir a atribuição que a PRF tem de informar os índices de acidentes, ocorridos em rodovia federal, para o Denatran, a fim de orga- nizar as estatísticas gerais de acidente de trânsito do país com esta atribuição. Neste inciso, a PRF faz o levantamento de índice de acidente em trechos específicos, a fim de fundamentar uma solicitação feita ao DNIT, como recapeamento de um trecho da rodovia em que ocorrem muitas derrapagens, por exemplo. “VIII – implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Edu- cação de Trânsito;” Comentário A PRF, assim como os demais órgãos executivos, tem a atribuição de imple- mentar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educação de Trânsito, com o objetivo de tornar o trânsito mais seguro e livre de acidentes. Deve prio- rizar a informação dos usuários por meio da educação de trânsito, promovendo palestras, organizando eventos, indo às escolas, enfim, fazendo um verdadeiro trabalho de conscientização. Le gi sla çã o de T râ ns ito 39 “IX – promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Contran;” Comentário O dispositivo é apenas uma aplicação do que vem disposto no art. 75 do CTB, que dispõe a seguinte informação:“o Contran estabelecerá, anualmente, os temas e os cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias escolares, aos feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito. Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão promover outras campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acor- do com as peculiaridades locais.” A cada ano, há temas propostos pelo Contran para que sejam implementados pelos órgãos executivos, e também pela PRF. “X – integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsi- to para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à cele- ridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;” Comentário O dispositivo já foi regulamentado por meio da Resolução nº 155/2003 do Contran, que instituiu o Renainf. Aliás, sobre o Renainf, veja o comentário do item 3.2.1.c, que trata do Denatran. “XI – fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos am- bientais,” Comentário O fato de ter sido vetado o art. 66 não impede que a PRF fiscalize o nível de emissão de poluentes e ruídos produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, a partir da legislação ambiental e de trânsito. Os índices de poluentes e ruídos dos nossos veículos em 1986 estavam insustentáveis. A partir daí, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Cona- ma) criou, em 1986, o Programa de Controle da Poluição do Ar para Veículos Automotores (Proncove), que estabeleceu limites para emissão de poluentes. Le gi sla çã o de T râ ns ito 40 Surgiu, então, a injeção eletrônica com seus sistemas de canister (impede que vapores de combustíveis sejam lançados diretamente na atmosfera), catalizado- res, sistemas blow-up (impede que vapores de óleo lubrificante sejam lançados diretamente na atmosfera), a partir de exigências feitas aos fabricantes para diminuírem os índices. Os índices de poluentes e ruídos são tratados na legislação ambiental pela Lei nº 8.723, de 28 de outubro de 1993, pelas Resoluções do Conama nos 256/1999, 297/2002, 342/2003, que tratam dos índices de poluentes, e 256/1999, 268/2000 e 272/2000, que tratam dos índices de ruídos. Diante de mais esta atribuição da PRF, o que efetivamente tem sido feito nesse sentido pelos policiais rodoviários federais e quais as infrações relacionadas ao tema? É a pergunta que logo nos vem à cabeça ao lermos este dispositivo, mas para responder a essa pergunta, primeiro devemos saber onde o tema está regula- mentado. As fiscalizações de trânsito que hoje ocorrem, no que se refere a poluentes, são feitas com base em uma Resolução do Contran, que tratou da forma de fiscalização de poluentes por meio da fumaça dos veículos com mo- tores alimentados a óleo diesel e fez menção da exigência do lacre nas bombas injetoras, na Resolução nº 510/1977. Para aferição da fumaça, será utilizada a escala Ringelmann, a qual permi- tirá a emissão de fumaça até a tonalidade igual ao padrão do número 2 (dois). Para altitudes superiores a 500 metros, admite-se o padrão 3 (três). Os policiais rodoviários medem a densidade de emissão de fumaça utilizando um cartão (escala de Ringelmann), que indica os níveis de fuligem emitidos pelos esca- pamentos dos veículos. O cartão vazado revela a cor da fumaça expelida pelo motor a diesel. São cinco intervalos com contraste do cinza-claro (20%) ao preto (100%), numa escala ascendente de 20 em 20%. Em Municípios locali- zados em altitude acima de 500 metros do nível do mar, se flagrados na escala a partir de 80% (níveis 4 e 5), são considerados irregulares. O veículo que expelir fumaça superior a esses padrões será retido até regularização e será imposta a multa do art. 231, III,do CTB (produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixados pelo Contran), constituindo uma infração de na- tureza grave. Quanto à exigência do lacre nas bombas injetoras de combustíveis, temos que entendê-lo como equipamento obrigatório nesses veículos. Caso não o possuam, respondem os proprietários pelo art. 230, inciso IX, do CTB, que se refere à infração de conduzir veículo sem equipamento obrigatório, incidindo em uma infração de natureza grave. Quanto aos ruídos máximos produzidos por veículos na legislação de trânsito, temos as seguintes Resoluções tratando do tema: 448/1971 (do motor), 35/1998 (da buzina), 37/1998 (do alarme), 204/2006 (do aparelho de som). Capítulo 4 Poder de Polícia de Trânsito 1. Poder de Polícia de Trânsito – I 1.1 Apresentação Nesta unidade, será estudado o Poder de
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