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Psicologia Jurídica

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Psicologia Jurídica
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, 
é possível acesso a diversos cursos por meio 
de ambientes de aprendizado estruturados 
por diferentes tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
Psicologia Jurídica / Obra organizada pelo Instituto 
IOB - São Paulo: Editora IOB, 2013.
ISBN 978-85-8079-014-6
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – Desenvolvimento Psicossexual, 5
1. Desenvolvimento Psicossexual – Conceito e Formação, 5
2. Aparelho Psíquico – Conceito e Composição, 7
3. Psicopatologia – Estruturas de Personalidade – Neurose, Psicose e 
Perversão, 8
4. Laudo Pericial – Conceito e Tipos de Documentos, 9
5. Classificação das Estruturas de Personalidade, 10
Capítulo 2 – Dano Extrapatrimonial, 13
1. Conceito e Diferenças entre Dano Moral, Dano Psíquico e Abalo 
Psíquico – I, 13
2. Conceito e Diferenças entre Dano Moral, Dano Psíquico e Abalo 
Psíquico – II, 14
3. Quantificação e Valoração do Dano e Tipos de Dano, 16
4. Psicologia e Direito, 17
5. Dano Extrapatrimonial no Brasil, Culpa e Responsabilidade 
Civil, 18
6. Responsabilidade Civil, Excludentes e Responsabilidades Objetiva 
e Subjetiva, 20
7. Conceitos de Dano, 22
Capítulo 3 – Assédio Moral, 24
1. Origem, Conceito, Características, Tipos, Fases e Partes 
Envolvidas, 24
Capítulo 4 – Assédio Sexual, 26
1. Origem, Conceitos, Agentes, Consequências e Responsabilidade, 26
Capítulo 5 – Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006, 28
1. Origem, Conceitos, Pontos Negativos e Medidas Protetivas, 28
Capítulo 6 – Estatuto da Criança e do Adolescente – 
Lei nº 8.069/1990, 31
1. Origem, Conceito, Normas, Regras e Mecanismos de Proteção, 31
Capítulo 7 – Mediação, Conciliação e Arbitragem, 33
1. Origem, Conceito, Mediador e a Mediação, 33
2. Objetivo, Técnicas e Mediação na Área da Família, 34
Capítulo 8 – Psicologia do Testemunho, 36
1. Conceito e Características da Psicologia do Testemunho, 36
2. Memória, 38
3. Julgadores e Vitimologia, 39
Capítulo 1
Desenvolvimento Psicossexual
1. Desenvolvimento Psicossexual – Conceito e 
Formação
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o conceito e formação do desenvolvimento 
psicossexual.
1.2 Síntese
O desenvolvimento psicossexual é voltado para a formação do ser humano 
e ocorre em etapas que se somam, não sendo necessariamente divididas.
A fase oral vai do nascimento da criança até os dois anos de idade. Nessa 
fase destaca-se o período da simbiose, de extrema vinculação com a mãe. A 
criança tem a boca como subsistência e também como forma de prazer, que 
evolui para chupar o dedo, chupeta etc.
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Na fase anal, a criança tem as fezes como presente, quando faz algo desvin-
culado do outro e passa a ter a sensação de domínio. A criança faz chantagens, 
brinca, e trabalha com os pais, retendo ou soltando as fezes.
Tanto na fase oral quanto na fase anal, há vinculações que podem ocorrer 
até a fase adulta, em que, nos momentos de ansiedade ou angústia, o indivíduo 
passa a fumar, mascar chicletes, morder tampas de caneta, e em ambientes 
diferentes, soltar o intestino.
Na fase fálica a criança descobre o próprio corpo, se identifica com o outro 
e descobre os órgãos sexuais. Ocorre a diferenciação entre meninos e meninas; 
os grupos se separam, pois os indivíduos do mesmo sexo se identificam. É nessa 
fase que se forma a estrutura de personalidade que será vista mais à frente. 
Na fase fálica ocorre o complexo de Édipo para os meninos, e o complexo de 
Electra para as meninas.
Após a fase fálica o psiquismo do ser humano lhe atribui mecanismos de 
defesa para que ele não sofra. Ocorre a fase de latência dos 7 aos 10 anos de 
idade, na qual ocorre a construção da questão moral, religiosa e social. Todas 
as questões emocionais são banidas, e vinculada às questões sexuais, a crian-
ça começa a questionar normas religiosas e sociais, separando-se entre grupos 
masculinos e femininos.
Por volta dos 10 anos e meio aos 14 anos, sucede a fase libidinal, que é a 
escolha do objeto de desejo, de amor do ser humano; ele escolhe se deseja para 
sua sexualidade um homem ou uma mulher. Mas o comportamento sexual 
dessa pessoa não necessariamente vai seguir essa regra de preferência, devido 
aos preconceitos, normas e falta de condição de expor escolhas preconceituo-
sas. Nesse momento, a criança ou o pré-adolescente vai escolher uma pessoa 
para amar e quantificar o seu grau de sintoma.
Na fase fálica há a qualidade dos sintomas emocionais dos sujeitos, mas 
em relação ao comportamento, como age, o que levou a pessoa a tomar al-
guma atitude, refere-se à fase falada, pré-puberdade. Em seguida, há a fase 
adulta na qual nada mais se pode fazer, pois a estrutura quantidade/qualida-
de já está formada. O que somos em termos de estrutura de personalidade 
é imutável e fixo. A estrutura que foi formada na fase fálica não se mudará 
até a morte do sujeito. O que pode ser alterado é a quantidade de sintomas 
que vai se formar na fase de pré-puberdade e puberdade, e vai agravar ou 
minimizar de acordo com o histórico de vida e o decorrer desse sujeito na 
história futura.
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2. Aparelho Psíquico – Conceito e 
Composição
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o conceito e a composição do aparelho 
psíquico.
2.2 Síntese
O aparelho psíquico é igualmente formado em todos os seres humanos. É 
dividido em três partes e com três subclassificações em cada uma delas.
Tudo na vida gera conflitos que precisam ser amenizados. O aparelho psí-
quico também entra em conflito.
A primeira unidade do aparelho psíquico se formata em consciente, pré-
-consciente e inconsciente.
O consciente vai absorver tudo o que for simples e aplicável ao cotidiano de 
forma clara. Do pré-consciente para o inconsciente há uma semiabertura que 
se chama censura, a qual filtra o que pode ser passado do inconsciente para o 
pré-consciente e também para o consciente.
O pré-consciente tem questões mais armazenadas, que com pequeno esfor-
ço de memória consegue trazer à tona.
O material inconsciente se verifica de uma forma completamente diferen-
te. Por exemplo: mecanismos de defesa levam situações que o indivíduo não 
consegue lidar para o inconsciente; o retorno para o consciente dar-se-á de 
forma alterada, como os atos falhos, os sonhos, que não têm explicação, em 
que logo após se acordar, são esquecidos, pois a pessoa não está preparada para 
entender seu conteúdo.
O ego é o eu, ou seja, o ponto em que o ser humano faz o discernimento 
entre o prazer e a razão. Isso se dá como se fosse uma balança. De um lado o id 
e de outro o superego. O id é o ponto de prazer e prioriza relações de extrema 
satisfação do ser humano. Exemplo: desenhos animados com anjinho dizendo 
o que é certo, e de diabinho, dizendo o que é errado.
O ser humano atua no ego medindo se deve atuar na razão ou no id.
Paralelo a tudo isso há o real (diferente de realidade), simbólico e ima-
ginário.
Realidade é o dia de hoje, real é a fração de segundos de uma atuação.
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Na questão simbólica, usa-se exemplos e explicações. Se for pedido para 
alguém imaginaruma praia com barulho de mar, é possível ter isso no imagi-
nário, embora a realidade seja outra.
Sair do simbólico e cair no real. É o empurrão da discussão, em que se sai 
do simbólico e entra no real.
Os nove pontos unidos formam o aparelho psíquico humano.
3. Psicopatologia – Estruturas 
de Personalidade – Neurose, Psicose e 
Perversão
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a neurose, a psicose e a perversão.
3.2 Síntese
A estrutura de personalidade é imutável, e é formada por neurose, psicose 
e perversão.
A normalidade não é na qualidade da estrutura e sim na quantidade da 
patologia vinculada à estrutura de personalidade.
O aparelho psíquico se mescla em algumas situações.
Na neurose há censura, isso, porque o indivíduo não desfruta naturalmente 
a vida de prazeres, pois é vinculado ao simbólico; sua carga de imaginário é 
enorme, mas sua passagem para o real é muito pequena.
O psicótico vive dentro das regras, mas quando estas não forem absorvidas 
ele irá romper com a realidade e fará um corte absoluto do simbólico, momen-
to em que aparece toda a carga imaginária como real, levando-o aos delírios e 
alucinações.
O perverso passa do superego ao id e vice-versa de forma natural. Trabalha 
do simbólico ao imaginário atuando no real, fazendo com que o psicótico e o 
neurótico achem que essa é a realidade.
O neurótico vive em crise, angústias, ansiedade e culpa. É um ser de falta 
por excelência. Tudo o que acontece, mesmo que não tenha relação com ele, 
considera como se tivesse e a culpa recai sobre ele. Faz as coisas para que o 
outro o aprove na condição de ser humano. É o maior tipo de reconhecimento 
de neurose.
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A neurose se subclassifica em histeria, neurose obsessiva compulsiva e fo-
bia. Histeria dissociativa, grave ou gravíssima, é a única hipótese dentro da neu-
rose, de psicose, gerando inimputabilidade.
A crise do neurótico não permite a desvinculação com a realidade.
O psicótico surta e rompe com a realidade e solta sintomas de associação e 
de delírio. Tanto no pré como no pós-surto ele será inimputável.
Na perversão não há corte com a realidade e sim a alteração do âmbito da 
moral. Há frieza afetiva, por isso, o pervertido não tem angústia, ansiedade e 
culpa como elementos característicos, conseguindo passar pela vida de forma 
tranquila se nada o deixa ansioso ou com culpa. Com baixo grau patológico há 
uma gama enorme de perversos no mundo.
Perversos gostam de jogar com os neuróticos porque é um sujeito que de-
seja prazer, mas é punido pelo superego. Já o perverso vive intensamente a sua 
vida, rodeado pelo prazer, o que não é muito aceito socialmente.
4. Laudo Pericial – Conceito e Tipos de 
Documentos
4.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o laudo pericial.
4.2 Síntese
Laudo pericial é um conjunto de procedimentos médicos e técnicos que 
tem como objetivo o esclarecimento de algum fato à justiça.
A notificação é uma comunicação compulsória feita por peritos às autori-
dades referidas. Não pode ser solicitada por qualquer pessoa, mas apenas por 
uma autoridade judicial.
As notificações extrajudiciais podem ser feitas por qualquer cidadão. É um 
documento no qual estará avisando outra pessoa, solicitando que altere seu 
comportamento, pois do contrário haverá uma manifestação jurídica.
O atestado é solicitado de forma polêmica e se resume em declaração sim-
ples, de próprio punho. São atestados juridicamente comprovados os adminis-
trativos e as penas direcionados a instituições e serviços públicos. Há também 
os judiciais, sempre requisitados pelos juízes, que são ofertados por profissio-
nais que estão acompanhando pessoas que fazem parte de processo judicial, ou 
por peritos que são nomeados pelos juízes.
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Assistentes técnicos que acompanham as partes não podem ofertar ates-
tados.
O atestado médico é documento oficioso, mas também pode ser oficial se 
demandado por juízes. No caso de pedido de relatório ou laudo, a descrição 
deve ser detalhada, mas esse tipo de documento é distinto e pode ser feito por 
profissionais que acompanham pessoas submetidas ao processo, ou assistentes 
técnicos do processo.
O parecer médico legal é uma opinião profissional sobre o caso. Não pode 
conter informações pessoais ou preconceituosas, pois não terá valor.
Depoimento oral é qualquer esclarecimento de qualquer dúvida gerada 
pelo laudo, prestado pelo perito.
5. Classificação das Estruturas de 
Personalidade
5.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a estrutura de personalidade.
5.2 Síntese
Já foi visto que o neurótico é ser de falta, possuidor de cotidiano em que são 
habituais sentimentos de culpa, angústia e ansiedade. Tem distúrbios afetivos 
que geram somatizações, ou seja, o que ele não consegue elaborar, transfere 
para o corpo em forma de sintomas.
A histeria pode se manifestar em crises agudas, estados passageiros ou crô-
nicos. Caracteriza-se pelo exagero, dramatização, competição ou poder de 
sedução.
Geralmente são pessoas desorganizadas, egocêntricas e pouco toleráveis à 
frustração.
No que diz respeito à sexualidade, é uma pessoa frígida, e que por isso, 
busca pessoas que não queiram muito como retorno.
A histeria pode ser dividida em histeria de conversão, em que a angústia se 
converte em sintomas funcionais dos órgãos, ou parte do corpo inervado pelo 
sistema sensório-motor. Na histeria dissociativa, a ansiedade controla tempora-
riamente o indivíduo. Acontece de maneira desorganizada e se dá na forma de 
fuga de ideais ou amnésia.
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É o único que pode ocorrer na forma grave ou gravíssima, sendo o sujei-
to considerado inimputável. Essas crises em muito se parecem com um surto 
psicótico.
Já na neurose obsessiva compulsiva o indivíduo tenta controlar suas ativi-
dades por meio de atividades repetitivas. O ritual o protege contra a ameaça de 
impulsos reprimidos. Ele possui desejos de cometer atos que vão contra a sua 
vontade e luta contra, mas assim mesmo, acaba cometendo o ato.
Na fobia a ansiedade é controlada por causa de sua vinculação a uma ideia 
ou situação. A pessoa tem medo de um objeto específico ou situação que re-
meta a esse objeto.
A síndrome do pânico não é uma classificação da neurose. O seu medo 
é generalizado e gradativo. Então fobia é uma subclassificação da neurose, 
enquanto a síndrome do pânico pode ocorrer em todo tipo de estrutura de 
personalidade.
A psicose é caracterizada por distúrbios que alteram o discernimento da 
realidade e ocasiona a despersonalização, o rompimento com a realidade e o 
surto psicótico com alucinações e delírios.
Dentro das classificações da psicose temos as esquizofrenias, que aparecem 
entre 16 e 35 anos de idade. Podem apresentar um quadro progressivo, com 
intervalos entre os surtos cada vez mais curtos.
A esquizofrenia pode ocasionar delírio crônico e desorganização do ego e, 
ainda, tendência para o autismo. Todo o quadro é composto de manifestações 
graves, como propensão à fadiga, falta de vontade generalizada, insônia e surtos 
atendendo aos delírios ou alucinações.
Existe uma alteração da consciência do eu, além de perda da vontade de 
convivência social.
Na esquizofrenia simples ocorrem surtos, delírios e alucinações. Existe um 
quadro evolutivo da doença e a pessoa apresenta perda parcial do conteúdo 
intelectual.
A esquizofrenia hebefrênica é de progressão lenta, e a primeira manifes-
tação ocorre geralmente na juventude e caracteriza-se pelo exagero de certas 
propensões psicológicas, pelo isolamento e timidez, e risos imotivados.
A esquizofrenia catatônica só ocorre com desordens motoras, agitação, es-
tupor, e é caracterizada pela perda da iniciativa motora.
Na esquizofrenia paranoide não há delíriossistematizados e sistematiza-
ções, mas há o predomínio de conteúdo de perseguição e ciúmes; juízos são 
lógicos, porém, distorcidos.
A paranoia, que é outra forma de psicose, não mais se classificando de es-
quizofrenia, se caracteriza por delírios sistematizados e alucinações baseadas 
em conteúdos de perseguição ou ciúmes, tornando-se difícil para alguém que 
não é expert na área, perceber se tratar de uma questão patológica.
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A psicose maníaco-depressiva caracteriza-se por sua ciclotimia, intercalan-
do a euforia e a depressão.
Há agitação com tendência instintiva, o hipererotismo, bulimia, insônia e 
fuga de ideias.
Na fase depressiva, há inibição psicomotora, melancolia e tendência ao 
suicídio.
Melancolia é mais grave que a depressão; é um sentimento de culpa enor-
me, aliado à incapacidade de decisão e ação, com grande tendência ao suicídio.
A perversão caracteriza-se pela inadaptação à vida social, pela frieza afe-
tiva, uma deficiência na disposição para amar. Pelo prazer em burlar a lei. 
Supremacia das tendências instintivas. Existe egocentrismo, sede de domínio. 
Não possuem conflito interno. Existe desvio da conduta moral. Pode-se men-
cionar o sadismo, masoquismo, pedofilia, vampirismo, coprofagia, bestialismo 
e necrofilia.
Capítulo 2
Dano Extrapatrimonial
1. Conceito e Diferenças entre Dano Moral, 
Dano Psíquico e Abalo Psíquico – I
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o conceito e as diferenças entre dano moral, 
dano psíquico e abalo psíquico.
1.2 Síntese
O dano extrapatrimonial significa tirar, diminuir. A ideia de dano surge da 
modificação do estado de bem-estar das pessoas, que vem em seguida da dimi-
nuição ou da perda de qualquer dos bens originários ou derivados, patrimoniais 
ou extrapatrimoniais.
Patrimonial é tudo o que diz respeito às questões sociais. Extrapatrimoniais 
são todos os sentimentos e emoções.
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Dano é a consequência de um acontecimento, um fato que a pessoa sofre, 
seja em seus bens vitais naturais, seja em sua propriedade, seja em seu patrimô-
nio. Deve haver um nexo causal entre o fato acontecido e os bens da pessoa.
Pode haver um dano ao carro, casa, joia, ou um dano a sua pessoa, seja ele 
físico, psíquico ou moral. 
O dano extrapatrimonial trabalha com conceitos subjetivos.
O dano moral sempre vai consistir na propriedade de ofensa a um bem 
personalíssimo.
Existe o dano moral à pessoa jurídica.
O dano psíquico implica em uma atitude consciente que lhe permite ter 
uma percepção do prejuízo e do sofrimento do outro como um ataque, conse-
quência dramática, podendo ser irreversível.
O dano moral é um prejuízo gerado de uma forma dolosa a querer ferir, 
manchar o nome e o estado do sujeito, seja pessoa jurídica ou física. O dano 
psíquico é ofertado de forma culposa e depende da estrutura de personalidade 
de quem o sofre. Se essa estrutura tiver uma pré-estrutura com capacidade de 
absorver uma dor, sofrerá dano menor, com menor potencial patológico.
O dano psíquico afeta o psiquismo humano, enquanto o abalo psíquico 
afeta a esfera emocional, sendo reversível e não patológico.
Quanto menor a quantidade patológica do sujeito, maior será a probabili-
dade de um abalo psíquico.
O abalo psíquico pode ser conceituado como sendo um sofrimento en-
quanto lesão aos sentimentos de uma pessoa.
Geralmente ocorre um dano psíquico por consequência de um abalo 
psíquico.
No dano psíquico, a pessoa será tolhida de todas as suas formas de atuação 
no meio social e será acompanhado de um conteúdo depressivo muito grande.
O dano extrapatrimonial seria a configuração de uma esfera de lesão que 
tem de ser comprovada através das questões de ato e fato. Deve haver uma liga-
ção entre o fato danoso e a consequência do ocorrido. A pessoa deve sofrer em 
razão do fato que originou a lesão, comprovando a existência do nexo causal.
2. Conceito e Diferenças entre Dano Moral, 
Dano Psíquico e Abalo Psíquico – II
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o conceito e as diferenças entre danos moral 
e psíquico e abalo psíquico.
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2.2 Síntese
A existência do dano pressupõe a presença de um nexo causal, de um 
prejuízo.
No dano extrapatrimonial deve haver um bem.
Para analisar a duração do dano deve-se levar em consideração a repetição 
do fato danoso, o fato a ser reparável, a personalidade prévia do sujeito que 
sofreu o dano e o seu sistema de valores.
Se o fato for muito rápido, não gera um dano.
A repetição será vinculada ao tipo de dano. No dano moral e psíquico a 
repetição é fundamental.
Irreparável é a morte ou até a perda de casamento.
As circunstâncias existenciais em que o dano ocorreu são levadas em con-
sideração, e caso tenha havido danos morais e psíquicos, a repercussão será na 
forma física, psíquica e social, se esse dano for exposto.
Por dano psíquico podemos entender como sendo toda e qualquer lesão às 
faculdades mentais. O sofrimento pode ser considerado uma interface entre a 
saúde e a perturbação psicofísica, deixando claro que o sofrimento não implica 
em um estado patológico do qual se padece.
O sofrimento enquanto expressão de lesão aos sentimentos de uma pessoa 
impede ou limita o pleno gozo ou satisfação de sua existência ou de sua plena 
saúde, psíquica, social ou física. Já com o conteúdo de um dano, esse se integra 
em espécie, e com outros elementos faz parte do conceito genérico de dano 
moral.
O dano psíquico implica na confirmação de uma patologia. A dor é o que 
se sente, a tristeza é a exteriorização do sentimento.
O dano psíquico gera consequências a nível inconsciente e produz mani-
festações comportamentais, ou de conduta, em que a pessoa passa a se sentir 
inferiorizada na sua situação perante o meio em que ela vive.
Dano psíquico integra o conceito genérico de tutela à saúde. O abalo psí-
quico sofrido por um sentimento pode evoluir para dano moral.
O dano psíquico traz implicações na formação de quadro patológico. Pos-
sui correlação com transtorno ou falha no desenvolvimento psíquico-emocio-
nal da vítima.
Na ocorrência de um fato que gera um dano, este não será necessariamente 
gerado por esse fato, mas pode ser a somatória de outros acontecimentos. Para 
que ocorra a indenização, é preciso que o dano seja quantificado, qualificado, 
assim, o juiz poderá fazer a soma indenizatória referente ao dano.
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3. Quantificação e Valoração do Dano e Tipos 
de Dano
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a quantificação e a valorização do dano e 
seus tipos.
3.2 Síntese
A valorização no plano legal será igual para todos, comportando, entre-
tanto, valorações econômicas distintas, em relação à pessoa singularmente 
avaliada.
Deve ser um valor que abale quem gerou o dano para que não volte a 
cometê-lo.
A estrutura de ego é a capacidade de elaboração entre os fatores orgânicos 
e mentais da vítima, que irão influenciar, para que se possa saber ao certo a 
quantidade de patologia sofrida pela vítima, decorrente do ato danoso.
O grau de frustração ou de tolerância da pessoa está ligada à estrutura do 
ego e o dano está ligado à tolerância psíquico-emocional da vítima.
Um fato em si, tanto por suas características como por sua intensidade, não 
pode produzir um dano psíquico.
É muito mais comum a possibilidade da existência de um somatório de 
concausas do que um único dano de natureza extrapatrimonial.
A concausa sobreveniente ocorre pelas complicações geradas pelo dano, 
que altera a sua evolução normal, produzindo assim o seu agravamento.
O dano estético modifica de forma evidente ou duradoura, a aparência de 
uma pessoa, acarretando-lhe enfeamento, dando origem à dor moral oupsí-
quica.
A partir do momento em que se sente lesado perante o meio ao qual se 
pertence, sofre-se dano moral.
 Existem normas a serem aplicadas, em relação às concepções morais da so-
ciedade, de acordo com a natureza do dano. No momento histórico da vida da 
pessoa, considerando o aspecto valorativo, deve ser analisado minuciosamente.
A vítima deve ser avaliada dentro da ordem social em que ela vive.
Quando uma pessoa muito próxima falece, isso pode afetar de maneira 
danosa outrem. A vítima do dano pode solicitar um dano por ricochete, sendo 
um terceiro lesionado pelo prejuízo dessa vítima a solicitar.
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4. Psicologia e Direito
4.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a psicologia e o direito.
4.2 Síntese
A psicologia e o direito possuem muitos pontos em comum.
O homem é um ser social, por isso, desde criança, há lei tácita para definir 
e traçar-lhe o caminho, codificada nos sistemas legais.
Nas relações jurídicas há uma distinção entre fato e sujeito. Há necessidade 
de se compreender a posição forense. O que leva um sujeito normal a cometer 
atos insanos?
No passado, o direito não considerava como crime as lesões que não gera-
vam sequelas físicas. Com o decorrer do tempo, o direito procura permear os 
danos ocorridos pelo convívio.
Desde os primórdios, a ocorrência de um dano gerava sentimento de vin-
gança com o agressor, de modo privado, seguindo a lei de Talião. Não era uma 
instituição jurídica.
O Código de Ur-Nammu já continha sem seus textos uma preocupação 
em reprimir a violência e o instinto de vingança. Logo após, surge o Código 
de Hamurabi.
Os primeiros indícios de reparação de dano através de um conjunto codifi-
cado de leis ocorreu na Mesopotâmia, através de Hamurabi, rei da Babilônia, 
em 1792 a 1750 a. C.
O Código de Hamurabi era baseado no direito do indivíduo e aplicado na 
autoridade das divindades babilônicas e do Estado. Tal código estabelece uma 
ordem social, em que o forte não prejudicará o fraco e procura conferir ao 
lesado uma reparação equivalente. “Olho por olho, dente por dente”, continua 
sendo uma forma de reparação de dano.
Nesse código existia a forma de indenização através de pagamento de valor 
pecuniário à vítima, como forma de reparação. Podemos comparar as atuais 
reparações de danos não patrimoniais.
Mannu, da mitologia hinduísta, foi o homem que sistematizou as leis so-
ciais e religiosas do hinduísmo. No Código de Mannu o sentido era oferecer 
ao ofensor, o dano à vítima, através de reparação pecuniária. O ponto de maior 
responsabilização civil foi adotado na Lei das 12 tábuas, no código de Mannu, 
e no Código de Hamurabi.
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Até os dias atuais percebemos uma busca ao exato limite do dano e a sua 
necessidade de reparação.
O art. 800 da Consolidação elaborada por Teixeira de Freitas dizia que a 
indenização seria sempre a mais completa possível. No caso de dúvida será a 
favor do ofendido, no mesmo sentido, o Código Penal de 1830.
De acordo com o Código de Clóvis Bevilacqua, os danos extrapatrimoniais 
não tinham muita amplitude.
5. Dano Extrapatrimonial no Brasil, Culpa e 
Responsabilidade Civil
5.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o dano extrapatrimonial no Brasil, culpa e 
responsabilidade civil.
5.2 Síntese
A culpa e a responsabilidade civil estão presentes nos arts. 1.518, 1.532, 
1.537, e 1.553, da Cláusula Geral da Responsabilidade Civil, recebida pelo Có-
digo de Napoleão em seu art. 1.382 que cita: “qualquer fato da pessoa que causar 
dano a outrem, obriga este pela culpa, em razão do qual ele ocorreu, a reparar.”
O ato ilícito é dever de reparação, regulado pelo art. 159 do Código Civil 
Brasileiro. O dever de reparação de ato ilícito está presente no Título VII, das 
Obrigações por Atos Ilícitos, do Livro das Obrigações do Código Civil Brasilei-
ro, que corresponde aos arts. 1.518 e 1.532.
De acordo com o art. 159 do Código Civil, reparação de danos por ato ilíci-
to (Título VIII do Livro das Obrigações do Diploma Civil, arts. 1.537 ao 1.553).
Os danos extrapatrimoniais não estão contemplados pelo CC ou só são 
aceitos em situações excepcionais mediante dispositivo expresso no estatuto 
civil ou leis esparsas.
Art. 1.540. “Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de 
vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, 
nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis 
testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, 
na colateral, até segundo grau.”
Art. 1.541. “Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer pe-
rante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes 
tome por termo a declaração de:
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I – que foram convocadas por parte do enfermo;
II – que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III – que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontanea-
mente, receber-se por marido e mulher.
§ 1º Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às di-
ligências necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilita-
do, na forma ordinária, ouvidos os interessados que o requererem, dentro em 
quinze dias.
§ 2º Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidi-
rá a autoridade competente, com recurso voluntário às partes.
§ 3º Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar 
dos recursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos 
Casamentos.
§ 4º O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao 
estado dos cônjuges, à data da celebração.
§ 5º Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o 
enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade 
competente e do oficial do registro.”
Art. 1.542. “O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por ins-
trumento público, com poderes especiais.
§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do 
mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro 
contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas 
e danos.
§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se 
representar no casamento nuncupativo.
§ 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.”
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do 
registro.
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível 
qualquer outra espécie de prova.”
Art. 1.544. “O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante 
as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em 
cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, 
no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital 
do Estado em que passarem a residir.”
Art. 1.545. “O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, 
não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em 
prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove 
que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.”
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Em consequências a várias interpretações desses dispositivos, foi que leis 
específicas como a Lei de Imprensa, Código Eleitoral, Código Brasileiro de 
Telecomunicações, Lei dos Direitos Autorais, resolveram tratar sobre o assunto.
De acordo com o caput do art. 5º da Constituição, são invioláveis os direitos 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, e à propriedade.
Portanto, a responsabilidade é uma decorrência da liberdade,e a Cons-
tituição Federal em seu art. 5º, V e X, tornou irrelevante a discussão sobre a 
irreparabilidade do dano extrapatrimonial.
Art. 186. “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im-
prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito.”
Art. 944. “A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.”
Art. 945. “Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, 
a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano.”
6. Responsabilidade Civil, Excludentes 
e Responsabilidades Objetiva e Subjetiva
6.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a responsabilidade civil, suas excludentes e 
responsabilidades objetiva e subjetiva.
6.2 Síntese
A responsabilidade civil advém do descumprimento de normas que tutelam 
o interesse meramente privado e gerador de dano, sendo obrigado a repará-lo 
por meio de pagamento de indenização ao ofendido.
Segundo Caio Mário da Silva Pereira, “o efeito da responsabilidade civil é 
o dever de reparação”.
Para a caracterização da responsabilidade civil são imprescindíveis o agen-
te, o ato, a vítima e a culpa.
Considerando a existência de pessoa e ato fato, podemos enquadrar a res-
ponsabilidade civil no livre arbítrio, condicionando este à estrutura psicoemo-
cional dos envolvidos.
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A responsabilidade civil implica na obrigação de ressarcir o dano causado.
O dano a ser reparado é caracterizado como todo prejuízo ou lesão que a 
pessoa sofra a um bem juridicamente protegido. Essa expressão engloba todos 
os valores que formam o constitutivo real de Direito, sendo, portanto, os de 
ordem patrimonial e/ou extrapatrimonial.
Para ter a obrigação de indenizar deve haver causalidade entre o ato culpo-
so e o prejuízo sofrido pela vítima. Existindo dano e o nexo causal, há situações 
onde caberá a excludente da culpabilidade: culpa da vítima, exclusiva (desa-
parece a causalidade), concorrente (a responsabilidade se atenua proporcional-
mente à participação).
Fato de terceiro é gerador exclusivo ou concorrente do dano; será conside-
rado causa exoneradora da responsabilidade. Em caso positivo, cabe considerar 
as condições e o alcance da excludente. Se a única causadora for fato praticado 
por terceiro, exclui-se o nexo de causalidade. Em caso fortuito ou força maior, 
é ato alheio a vontade das partes, exclui a responsabilidade fundada na culpa 
ou no risco e o caso fortuito apenas exclui a culpa.
Cláusula de não indenizar no campo contratual exclui o nexo causal, não 
importando se é responsabilidade objetiva ou subjetiva.
Como excludente de ilicitude à legítima defesa que é utilizar de forma 
moderada os meios necessários para repelir injusta agressão.
O estado de necessidade trata de condição de perigo iminente, e também 
exclui a ilicitude, mas não o dever de indenizar, ao contrário da legítima 
defesa.
A responsabilidade civil subjetiva tem como pressuposto que o fato tenha 
sido causado por culpa do agente. É causada pelo comportamento do agente. 
A culpa importa na violação de um dever.
Segundo Caio Mário, culpa é um erro de conduta cometido pelo agente 
que procedendo contra o direito causa dano a outrem, sem a intenção de pre-
judicar ou ciência do que seu comportamento poderia causar.
Portanto, a diferença entre culpa e dolo reside na intenção do agente em 
causar o resultado. No dolo a pessoa prevê o resultado e prossegue no intuito 
de atingi-lo.
A culpa presumida não pode ser utilizada para responsabilidade subjetiva.
Uma das orientações legais para a presunção da culpa é o art. 1º da Cons-
tituição.
A culpa pode ser levíssima, quando o dano poderia ter sido evitado caso o 
agente tivesse extrema atenção ou especial habilidade.
Na culpa leve, o dano poderia ter sido evitado através de atenção ordinária 
normal por parte do agente.
A culpa grave ocorre por imprudência ou imperícia, aproximando-se do 
chamado dolo civil.
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Art. 944. “A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.”
A teoria do risco ou da responsabilidade objetiva tem por base que todo 
dano deve ser reparado pelo agente que o causou.
A teoria do risco nasceu no século XIX, e determina que aquele que cria 
uma situação de risco, arca com as consequências, sendo o responsável se ocor-
rer um dano.
O indivíduo responde por toda consequência do dano de acordo com a 
teoria objetiva.
7. Conceitos de Dano
7.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os conceitos de dano.
7.2 Síntese
O dano pode ser emergente ou lucro cessante.
O dano emergente ou positivo é o referente ao que o credor perdeu. Já o 
lucro cessante ou dano negativo, é referente ao que deixou de ganhar.
O dano patrimonial se refere a todos os bens integrantes ao patrimônio do 
credor economicamente apreciáveis, avaliáveis em dinheiro, ou com possibili-
dade de reposição com idêntico valor.
O dano moral atinge os bens sem valor econômico, e sem possibilidade de 
reposição de coisa idêntica.
Ambos são indenizáveis.
O dano contratual deriva de relação obrigacional de contrato, enquanto o 
extracontratual decorre de obrigação legal.
No dano direto é observado o seu prejuízo, tanto em extensão quanto em 
profundidade.
No dano indireto, seu prejuízo só poderá ser averiguado em momento 
posterior.
Também são denominados dano atual e potencial. Apenas o dano certo e 
atual é reparável.
O dano por ricochete ocorre quando a pessoa sofre o reflexo de um dano 
causado a outra pessoa a ela ligada. O dano é reparável desde que comprovada 
a repercussão do dano principal.
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O dano coletivo é aquele causado a um número indeterminado de pessoas.
As espécies de dano em modalidade podem ser emergente ou lucro cessante.
Atualidade: dano atual, dano potencial.
Efetividade: dano efetivo ou presumido.
Espécie da lesão: ato ilícito civil, ou ato ilícito criminal.
Agente: dano em razão do fato do sujeito ou fato de coisa.
Nexo causal: dano direito ou indireto.
Objeto: dano patrimonial, dano moral.
Misto: Nexo causal e objeto.
Dano patrimonial: direto e indireto.
Dano moral: direto e indireto.
O dano a terceiro engloba o dano por ricochete: hereditabilidade e cumu-
lação subjetiva.
Na hereditabilidade a vítima direta do dano falece e seu herdeiro continua 
a demanda da indenização, embora exista uma corrente que defenda que o 
dano e a indenização desaparecem com a vítima.
Outra corrente defende que só seria transmissível se o titular do direito ma-
nifestasse interesse de pleitear a satisfação ainda em vida.
A terceira corrente admite a hereditabilidade legal.
A reparação do dano se faz através de indenização. Não são indenizáveis os 
danos insignificantes. Deve haver um prejuízo.
Em numerosos casos de danos extrapatrimoniais é impossível o ressarci-
mento ao estado anterior, pois pode haver consequências irreversíveis.
Deve-se ter em mente o caráter buscado com a indenização, de ressarci-
mento ou punição, no qual não haverá limites para o estabelecimento do valor. 
Deve-se levar em conta a possibilidade de enriquecimento ilícito da vítima, 
não devendo se basear no patrimônio do ofensor.
Capítulo 3
Assédio Moral
1. Origem, Conceito, Características, Tipos, 
Fases e Partes Envolvidas
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a origem, conceito, características, tipos e 
partes envolvidas no assédio moral.
1.2 Síntese
O assédio moral no trabalhoé caracterizado pelo abuso do poder, de forma 
repetitiva e sistematizada.
É a exposição de trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, 
repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho. São mais comuns em 
relações hierárquicas, autoritárias e assimétricas.
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Por ser algo privado, a vítima precisa efetuar esforços dobrados para conse-
guir provar na justiça o que sofreu, mas é possível provas técnicas e testemunhal.
O dano psíquico acarretado à vítima deve ter intensidade psicológica.
Deve ser grave na concepção objetiva de uma pessoa normal. Jamais será 
avaliada sob a percepção subjetiva e particular do afetado.
A vítima deve ser afetada por vivenciar com muita intensidade situações 
que objetivamente não possuem a menor gravidade capaz de justificar.
A doença estaria ligada à personalidade da vítima, e não à hostilidade do 
ambiente de trabalho.
Nesses casos são pessoas com sentimento de inferioridade.
O prolongamento no tempo do assédio não pode ser um evento esporádico, 
pois não dá suporte fático à violência no ambiente do trabalho.
A intenção de marginalizar o funcionário no ambiente de trabalho pode 
ocorrer em público ou não, através de palavras. A conversão em patologia, ou 
enfermidade com diagnóstico clínico, acontece quando o sujeito que sofre o 
dano moral acaba por desenvolver doença relacionada à atitude da pessoa que 
comete o assédio.
O assédio ocorre na vertical, de baixo para cima, ou de cima para baixo, em 
grupos contra a chefia.
O assédio paritário ocorre na forma horizontal, ou seja, um grupo contra 
um parceiro da mesma hierarquia.
Uma das fases dentro do assédio moral: surgimento de conflito de interes-
ses. Problemas que poderiam ser solucionados constituem um problema mais 
profundo.
O agressor coloca em prática sua estratégia de humilhação. A vítima nega a 
evidência ante o resto do grupo que pertence.
A fase de intervenção da empresa acontece em tópico positivo e negativo. 
No positivo, a empresa realiza a investigação exaustiva do conflito, e troca o tra-
balhador de posto e articula o necessário. Se a empresa percebe o trabalhador 
vítima como um problema a combater, é negativo.
É difícil identificar o agressor, pois sua imagem é sempre positiva. O agres-
sor sabe de suas limitações, deficiências e incompetência profissional, e o leva 
a atuar de forma a destruir a carreira de outras pessoas, pelas quais ele se sente 
ameaçado.
Alguns chefes se tornam agressores por serem pressionados pela empresa. O 
assédio moral nesse caso é um problema estrutural da empresa.
Capítulo 4
Assédio Sexual
1. Origem, Conceitos, Agentes, 
Consequências e Responsabilidade
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o assedio sexual.
1.2 Síntese
A moralidade sexual ocidental tem suas raízes entre os antigos hebreus e os 
primeiros cristãos.
Para Freud, os instintos sexuais são difíceis de educar, mas isso não nos 
impede de tentar submetê-los às regras da sociedade.
O comportamento sexual agressivo ou desviado dos objetivos de gerar vida, 
da necessidade fisiológica natural é violência física e moral, pois desestrutura 
a psique.
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O conceito de assédio sexual considera-se como comportamento sexual 
desviado; é o comportamento do homem ou da mulher, que para se satisfazer, 
utilizam ameaça ou promessa falsa.
A outra pessoa sempre deve ter a chance de dizer não, caso contrário será 
violência. A agressão é a ação violenta.
Trata-se de um comportamento discriminatório do homem, por se sentir 
superior, e por achar que a mulher deve estar sempre disponível.
O assédio sexual atrela o ato sexual à questão da manutenção do emprego 
ou admissão.
O assédio sexual por chantagem é a prática de ato físico ou verbal de al-
guém visando a molestar outrem. É praticado pelo empregador ou administra-
dor público, preposto, ou agentes, contra alguém com o propósito de impor 
um ato de natureza sexual não desejado, para que a subordinada adquira algum 
benefício.
Se o ato assediador vier a assegurar a figura típica do ato obsceno, ou qual-
quer outro delito, deixará de existir aqui o assédio sexual, porque a tipificação 
penal absorve o ilícito civil.
Assédio por intimidação é o ato de solicitar atividade sexual importuna ou 
indesejada, com intenção de restringir sem motivo a atuação de alguém no 
trabalho ou de criar uma situação ofensiva.
Para que se caracterize o assédio sexual, a assediada não tem de sofrer a 
dispensa do emprego ou amento de salário.
Inicialmente apenas o homem era agente do assédio sexual, o que atual-
mente foi alterado.
Sujeito ativo: homem ou mulher, hetero ou homossexual que assedia no 
trabalho, ou em razão dele, pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo.
Como sujeito passivo: homem ou mulher, empregado ou funcionário pú-
blico, vitimado por assédio sexual no ambiente de trabalho ou não, mas decor-
rente da relação de trabalho.
O elemento tipificador é a condição jurídica ou hierárquica que ostenta. 
Deverá ocupar cargo ou função superior ao da vítima. Deve dispor do poder de 
comando com abuso.
O assédio pode se consumar através de palavras e de atos.
Pode destruir carreiras profissionais e provocar sérios danos à saúde.
A sedução está caracterizada pelo jogo espontâneo que favorece a comuni-
cabilidade e socialização, não se confundindo com assédio sexual.
Atos lícitos e ilícitos são procedimentos em desacordo com a ordem legal e 
lesivo a direito de outrem.
Capítulo 5
Lei Maria da Penha 
– Lei nº 11.340/2006
1. Origem, Conceitos, Pontos Negativos e 
Medidas Protetivas
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a Lei Maria da Penha.
1.2 Síntese
Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei nº 11.340/2006 aumenta o 
rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorrida no âmbito 
doméstico.
O nome da lei foi uma homenagem ao caso ocorrido na cidade de Forta-
leza, no qual a farmacêutica Maria da Penha lutou por 20 anos para ver seu 
agressor penalizado, seu próprio marido, que tentou matá-la duas vezes, com 
um tiro, que a deixou paraplégica, e depois tentou eletrocutá-la.
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Maria da Penha tinha então 38 anos e três filhas.
A investigação teve início em junho de 1983. A denúncia foi apresentada 
em setembro de 1984. O réu foi pronunciado em outubro de 1986, e foi a júri 
em maio de 1991, e condenado.
A defesa suscitou nulidade do julgamento, ocorrendo um novo em março 
de 1993. Somente 19 anos após o crime, o autor foi preso. Cumpriu dois anos 
em regime fechado, e está em liberdade.
Os atos foram premeditados.
Dentre as formas de agressão mais comuns está a branda, sofrida por 20% 
das mulheres, seguida da violência psíquica – 18%. Ameaça ocorrida por coisas 
quebradas e outras formas de agressão – 15%.
A Lei Maria da Penha culminou na criação nos Tribunais de Justiça dos 
Estados e do Distrito Federal, de um juizado especial de violência doméstica e 
familiar contra a mulher, para dar mais agilidade aos processos.
As investigações serão mais detalhadas, com depoimentos de testemunhas.
A violência e a criminalidade estão entre os principais problemas da socie-
dade contemporânea.
A ideia de que a família é um santuário sagrado, desencadeou proteção 
contra a violência ocorrida nos lares. A Lei Maria da Penha aumentou de um 
para três anos o tempo máximo de prisão. O mínimo foi reduzido de seis meses, 
para três meses.
A nova lei também alterou o Código Penal, e permite que os agressores se-
jam presos em flagrante e tenham a prisão preventiva decretada. Acabou tam-
bém com a pena pecuniária (fiança).
Alterou, ainda, a lei de execuções penais, para permitir que o juiz determi-
ne o comparecimento do agressor a programas de reeducação e recuperação.O estatuto tem caráter preventivo e assistencial.
O homem também pode ser vítima da agressão doméstica de acordo com o 
art. 129, § 9º, do Código Penal.
A lei limita as medidas de assistência e proteção que são aplicáveis apenas 
à mulher.
A proteção da mulher em situação de agressão ou cuja vida corre risco, 
implica na saída do agressor da casa, na proteção dos filhos, e em reaver os 
seus bens.
A violência psicológica também é considerada doméstica, e a mulher pode 
ficar afastada do emprego por até seis meses, sem perdê-lo.
A violência contra a mulher pode afetá-la em todos os aspectos da vida.
Um dos pontos negativos da lei é a possível inconstitucionalidade, pare-
cendo discriminatória, uma vez que é prevista apenas para mulheres, já que a 
constituição garante direitos iguais a todos. O termo violência contra a mulher 
seria incompleto. O que não autoriza o afastamento do ordenamento jurídico.
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O sistema geral de proteção tem por endereço toda e qualquer pessoa.
Os arts. 5º, § 2º, 21, § 1º, e 226, § 8º, garantem a aplicação indistinta da lei 
em comento, tanto para mulheres, quanto para homens em situação de risco 
ou violência decorrente de relação familiar.
Art. 5º “Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e fami-
liar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe 
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial:
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de 
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as 
esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por 
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, 
por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou 
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem 
de orientação sexual.”
A violência doméstica é cíclica, alternada com pedidos de perdão.
Art. 2º “Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação 
sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fun-
damentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades 
e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu 
aperfeiçoamento moral, intelectual e social.”
Tutela de urgência: é deter o agressor e garantir a segurança pessoal ou 
patrimonial da vítima e de sua prole a cargo da polícia, juiz ou Ministério 
público. O encaminhamento da ofendida ou de seus dependentes ao progra-
ma oficial comunitário de proteção e atendimento, que obrigam o agressor à 
suspensão da posse ou restrição de porte de arma, afastamento do lar, domicílio 
ou contato com a ofendida.
Capítulo 6
Estatuto da Criança e do 
Adolescente – Lei nº 8.069/1990
1. Origem, Conceito, Normas, Regras e 
Mecanismos de Proteção
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o Estatuto da Criança e do Adolescente.
1.2 Síntese
Existe confusão conceitual de criança e adolescente, o que acabou por ge-
rar violação de direitos básicos.
No final do século XVII, início do XVIII, a categoria infância começa a ser 
identificada pelo tecido social, o que não ocorre na idade média.
Com o surgimento das escolas e das cidades, onde as crianças passam a ser 
socializadas, a situação muda e elas começam a ser distinguidas.
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O primeiro tribunal de menores foi criado nos Estados Unidos em 1899.
Na Inglaterra, em 1905. Alemanha: 1908. Portugal e Hungria: 1911. Fran-
ça: 1912. Argentina: 1921. Japão: 1922. Brasil: 1923. Espanha: 1924. México: 
1927. Chile: 1928.
Em contraposição surgiu o ECA em 1990, com o paradigma da proteção 
integral.
A base desse paradigma é a de que crianças e adolescentes são sujeitos de 
direito em relação ao mundo adulto, em suas relações familiares, perante a 
sociedade e o Estado.
ECA é um conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que 
tem por objetivo a proteção integral do adolescente, aplicando medidas e expe-
dindo encaminhamentos.
O ECA possui capacidade de alcançar e proteger todas as crianças e adoles-
centes. O estatuto se divide em dois livros, sendo os procedimentos de adoção 
no livro 1, conselho tutelar no livro 2, bem como os crimes cometidos por 
crianças e adolescentes.
Art. 2º “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze 
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos 
de idade.”
Art. 171. “O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde 
logo, encaminhado à autoridade judiciária.”
Art. 172. “O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, 
desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimen-
to de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em coautoria 
com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as 
providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição 
policial própria.”
O termo infrator é inaceitável.
Os crimes de infração cometidos contra a criança e o adolescente punem 
o abuso de poder familiar.
A partir do ECA e da Constituição de 1988, as crianças brasileiras passaram 
de objetos a sujeitos de direito, considerados na sua condição de pessoa em 
desenvolvimento, aos quais se vê assegurar políticas públicas.
Ocorre a substituição do termo menor, por criança e adolescente. O termo 
possui carga negativa.
Medidas socioeducativas são aplicadas no caso do cometimento de atos in-
fracionais.
Art. 12. “Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcio-
nar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou res-
ponsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.”
Capítulo 7
Mediação, Conciliação e 
Arbitragem
1. Origem, Conceito, Mediador e a Mediação
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a mediação, conciliação e arbitragem.
1.2 Síntese
A palavra mediação se origina de mediáticos, ou seja, intervenção quando 
se busca produzir um acordo ou processo pacífico de acerto de conflito, cuja 
solução é sugerida e não imposta.
A nova modalidade parte de profissionais treinados para tal fim; empenha-
dos em tais atividades, parece resultar de um novo entendimento com relação 
à justiça.
A mediação surge como figura da contemporaneidade.
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O juiz deve ser um terceiro com relação ao litígio, independente e desin-
teressado.
A fala é de ordem particular, habitual, sendo abordada pela psicologia.
No discurso, há distância da modalidade dos falantes.
O dissenso é um conflito entre duas partes em que não há uma regra apli-
cada à argumentação em jogo.
O dano pode ser recompensado, enquanto o prejuízo é irreparável.
Pode haver dissenso quando houver heterogeneidade, quanto às fontes das 
frases reunidas por ocasião de um discurso.
O prejuízo reside na impossibilidade de haver um encadeamento após uma 
frase, um acontecimento, sendo que um e outro exigem uma resposta.
A mediação passa pelo nível do discurso e não pretende intervir no conflito 
psíquico do interior do homem.
A mediação solicita uma intervenção no nível do real e não no nível de um 
problema social.
O mediador está em uma relação de duplicidade, apesar de seu vínculo 
único, sendo assediado pelas duas partes e buscando atender as duas. Ele não se 
vale da representatividade. Sua função é tentar estabelecer um ponto de equilí-
brio na controvérsia, com a finalidade de abstrair e objetivar uma solução, um 
acordo entre as partes.Através da mediação pode se evitar um processo judicial longo, resolvendo-
-o de maneira extrajudicial.
O mediador pode agir como facilitador.
2. Objetivo, Técnicas e Mediação na Área da 
Família
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a mediação na área da família.
2.2 Síntese
A mediação existe para tentar elaborar um acordo onde existe uma disputa 
ou um conflito.
No caso de divórcio em famílias com filhos, o princípio básico é o interesse 
das crianças.
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A mediação procura esclarecer que apesar do divórcio ter ocorrido, a famí-
lia não termina. Ela muda. Homem e mulher se separam, porém, pais e mães 
são eternos para os filhos.
O mediador deve ser firme e imparcial, pois o casal está geralmente vulne-
rável frente às possibilidades. São pessoas receptivas para qualquer sentimento 
que reforce à sua hostilidade.
A mediação deve reforçar a relação de respeito entre os pais e no decorrer 
do processo, as partes podem chegar a algum impasse e recorrer à justiça para 
uma decisão, mas se o processo transcorrer de forma positiva, as partes podem 
mudar de ideia e recorrer à apelação da homologação.
Os acordos feitos durante o processo de mediação deverão ser comunicados 
aos representantes das partes pelo mediador e não pelas partes. O representante 
legal levará tal acordo ao juiz para que este o homologue.
Toda mudança ou conflito que gere mudança é manifestado pelas partes 
em fases:
• Desilusão ou frustração.
• Tentativa da ruptura.
• Tentativa da não ruptura.
• Decisão da ruptura.
• Aceitação dos fatos e suas consequências.
O mediador utiliza como técnica a convocação das partes, juntas ou em 
separado, para resolver o conflito. Garante que as partes entendam tudo o que 
está sendo exposto. Foca sempre a melhor proposta de acordo, e mais rápida.
O mediador deve sempre estar atento à possibilidade de dissimulação entre 
as partes. Jamais pode permitir segredos ou fofocas e também deve ser imparcial.
Cabe ao mediador buscar igualdade entre as partes.
O perfil adequado do mediador é nível superior, capacidade básica em me-
diação, noções de direito, credibilidade das partes e imparcialidade total e ab-
soluta, fornecedor de cooperação, facilitador da comunicação entre as partes. 
Facilitador da força de informações necessárias ao acordo.
O mediador deverá manter tudo em sigilo profissional e não dar conselhos 
legais, que serão ofertados pelos advogados das partes.
É necessário que as partes, através de seus representantes legais, o apresen-
tem ao juiz, para que este o aprove.
O resultado na separação judicial é uma sentença, geralmente vista como 
derrota ou vitória. Na mediação, existem concessões feitas por ambas as partes, 
não possuindo vencedor ou perdedor.
Capítulo 8
Psicologia do Testemunho
1. Conceito e Características da Psicologia do 
Testemunho
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a psicologia do testemunho.
1.2 Síntese
Provavelmente a prova testemunhal seja a mais antiga das provas, quando 
não havia ainda a escrita.
Os princípios humanitários sustentados por Voltaire e Montesquieu, triun-
fam na Revolução Francesa.
Em 1791, por influência inglesa, se estabelece o jurado de acusação e do 
juízo, antes do qual este deveria ser público e oral.
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Nas leis de Mannu se regulamentou a prova testemunhal. Após o império 
romano, o procedimento passa a ser inquisitivo e secreto.
Psicologia do testemunho é a declaração de certeza da verdade, em relação 
ao fato concreto. Para tal, são necessárias provas. Por prova entende-se os diver-
sos elementos ensejadores do convencimento do magistrado chamado a diluir 
uma pendência qualquer.
Todos os meios de que dispõe o julgador para alcançar a certeza moral do 
delito, se constituem em prova. Só o fato deve ser provado em juízo. O direito 
é objeto de interpretação, a prova se restringe ao fato controvertido.
A prova testemunhal consiste na coleta de depoimento de pessoas que pos-
sam fornecer ao julgador subsídios para a averiguação da verdade acerca de um 
determinado fato ou de uma circunstância.
O testemunho sofre descrédito. Mesmo baseado em boa-fé, indicava situa-
ções parciais ou totais da falta da verdade dos fatos, sem que fosse mentira. Há 
discrepâncias em declarações de várias testemunhas diante de um mesmo fato.
No princípio do século XX, muitos autores destacavam a importância do 
fato individual da percepção e da evocação.
Toda percepção é uma análise parcial de uma situação da qual se acentua 
um aspecto em detrimento do outro.
Repete-se não a sensação de realidade que se havia percebido, mas a rea-
ção diante da realidade. A fidelidade do testemunho dependia do estado das 
faculdades mentais, disposição moral, entendimento e vontade do declarante.
A psicologia do testemunho se reduzia a uma investigação sobre a sin-
ceridade e a verdade de um testemunho, mas como é um valor subjetivo, a 
sinceridade é a atitude psicológica de dizer o que se sabe e pensa.
Testemunhar é narrar um fato que inevitavelmente leva à deformação do 
sucesso objetivo pela presença de diversos fatores.
É nas emoções como destoante do testemunho, que os estudos psicofi-
siológicos destacam-se para determinar a credibilidade de uma declaração. 
Todo observador tem capacidade de muitas ações e percepções e reprodução 
posterior.
O inconsciente influencia sobre a palavra e a ação do que se declara.
Todo testemunho, mesmo que de boa-fé, podem ser errôneos. Erros de me-
mória e percepção tornam inexato o testemunho.
O ponto central da psicologia é o momento de desvendar a mentira, e pode 
ser diferenciada em voluntária e involuntária.
A mentira involuntária deriva de um estado anêmico, pelo qual o indivíduo 
apesar de saber a verdade por efeito de sugestão do interrogador, começa a 
duvidar de suas próprias convicções e acaba se manifestando contrariamente 
a elas.
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A mentira voluntária é consciente e interessada. Mais frequente, perigosa e 
destrutiva. Por interesse pessoal leva a testemunha, conscientemente, a alterar 
fatos. O testemunho é mais que uma simples declaração, pois traz toda uma 
história e interesse.
2. Memória
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a memória.
2.2 Síntese
A memória se deforma, se altera, e a verdade pode desaparecer.
A curva de esquecimento indica que a falta de lembrança é inicialmente 
rápida, e que essa taxa diminui severamente depois de certo tempo.
A forma como se pode narrar um fato é dizer do grau de fidelidade e 
claridade.
A psicologia do testemunho pode ocorrer em uma série de fatores, que 
podem ser classificados em três aspectos:
• Decodificação dos estímulos.
• Armazenamento das informações.
• Recuperação dos fatos percebidos
Sobre a decodificação e o armazenamento temos aspectos primordiais tais 
como a luminosidade, ângulo de observações, distância, tempo de exposição ao 
estímulo e o estado psíquico da testemunha.
O resultado é uma visão uniforme com margem de erros. O rendimento 
diminui quanto maior o nível de ansiedade.
Busca-se um procedimento de recuperação de informação pela memória. 
Da testemunha que aumente a quantidade de informações recuperadas e di-
minua o erro.
A testemunha narrativa conta com suas próprias palavras as recordações do 
fato, e a interrogativa, tem por base perguntas concretas sobre o fato.
O procedimento narrativo tem menos chance de mentiras, mas mais erros 
de omissão (forma que cada pessoa tem de estruturar os fatos ocorridos).
As perguntas na forma interrogativa podem ser:
• Capciosas: para descobrir a verdade.
• Impertinentes: não se referem a fatos e objetos diretos do processo.
• Sugestiva: contém a resposta que se deseja obter.
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Afirmação falsa é a deformidade entre o depoimento e o parecer, ou tradu-
ção e verdade.
O critério da falsidade no testemunho depende da relação entre o dito e a 
ciência da testemunha.
A testemunha pode narrar um fato verdadeiro de que não tem conhecimen-
to, cometendo o falso.
Negar a verdade, é quando a testemunha que relata diz não saber de um 
fato quando na verdade ela sabia, ou quando afirma ser inverídico um fato que 
ela sabia ser oposto.
Calar a verdade é o silêncio voluntário.
A psicologia do testemunho se baseia na credibilidade. Se a memória falha, 
a forma como as pessoas tomam as declarações influenciam muito.
Deve-se levar em conta:
• Informação condicional.
• Grau de recordação da testemunha em diferentes declarações.
• Informação sobre a resposta.
Esses três aspectos são interpretados como avais de segurança ou de dúvida.
Existem cinco tipos de testemunha:
• Descritiva: se atém aos aspectos destacados da imagem e do aconteci-
mento sem atribuir nenhum significado além.
• Observadora: conduz sua atenção apenas ao essencial.
• Emocional: reproduz sob toda emoção que emana do fato.
• Erudito: conta tudo que sabe do objeto ou fato em geral.
• Imaginativa: poética, que descuida da observação e substitui por lem-
branças pessoais.
O psicólogo forense observará os erros involuntários e voluntários de uma 
testemunha desonesta, o que poderá ocorrer através de condutas ou expressões 
faciais, tom de voz, extensão da declaração, pausas, uma vez que declarações 
falsas são mais extensas e têm um número maior de pausas.
3. Julgadores e Vitimologia
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os julgadores e a vitimologia.
3.2 Síntese
Na seara jurídica os fatos são superados pelos relatos ofertados pelos juízes, 
jurados, acusadores, defensores e testemunhas.
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O julgamento se oferta por meio da comparação com referências inscritas 
no social e moduladas pelos fenômenos mentais que dominam cada indivíduo.
Aqueles que escutam as partes e seus representantes legais ou as testemu-
nhas, devem ter um conhecimento mínimo a respeito das técnicas utilizadas, 
pois dependerá diretamente dessa forma de escuta a qualidade dos resultados. 
A essa atuação chamamos de imparcialidade.
O profissional consegue com ética se isentar de sua própria existência e 
valores para julgar.
O maior desafio nessa jornada é não se contaminar pelas emoções próprias 
e dos participantes do caso em questão.
Deixar-se dominar pelas emoções significa comprometer a percepção, pen-
samento e memória. E ainda abrir espaços para enganos, lapsos e outros fenô-
menos psíquicos.
As emoções sujeitam os indivíduos à crenças inadequadas, esquemas rígi-
dos de pensamento ou automáticos e preconceituosos.
A mídia requer números, mesmo que conseguido através de sensacionalismo.
Ser discreto, ético, e não priorizar o seu próprio ego ajuda a todos.
A vitimologia pretende estudar a personalidade da vítima, procurando sa-
ber por que determinados indivíduos possuem esse destino.
Existe a vítima inocente ou ideal, que não teve a menor participação no 
crime.
Vítima provocadora é aquela imprudente, voluntária, colabora nos fins ob-
jetivados pelo delinquente.
Vítima agressora é simuladora e imaginária.
Vítima nata: são as pessoas insuportáveis, criadoras de caso e que levam ao 
desespero aqueles com quem convive. Acabam provocando o agressor.

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