Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO — UPE CAMPUS MATA NORTE — CMN Prof. Esdras Jafet Aristides da Silva Primeiro exerc´ıcio de Geometria Anal´ıtica – 30/09/2013 Obs.: Todas as respostas devem vir acompanhadas das devidas justificativas. 1. Num sistema de coordenadas cartesianas do plano, seja P = (a, b) um ponto no primeiro quadrante com a 6= b. (a) (0.5 ponto) Quais sa˜o as coordenadas dos pontos Px e Py que correspondem as projec¸o˜es ortog- onais de P sobre os eixos x e y, respectivamente? soluc¸a˜o: Sendo P = (a, b) a projec¸a˜o sobre o eixo x e´ o ponto Px = (a, 0), enquanto que a projec¸a˜o sobre o eixo y e´ o ponto Py = (0, b). Graficamente: 1 (b) (1.0 ponto) Se rotacionarmos os pontos Px, Py e P de 90 ◦ no sentido anti-hora´rio obtemos treˆs novos pontos P ′x, P ′y e P ′. Quais as respectivas coordenadas desses pontos? soluc¸a˜o: A rotac¸a˜o de 90◦ no sentido anti-hora´rio dos pontos sobre os eixos e´ imediata. O ponto sobre o eixo x vai para o eixo y, enquanto que o ponto sobre o eixo y vai para o eixo x. Como isso P ′x = (0, a), P ′y = (−b, 0). Para obtermo P ′ observemos o retaˆngulo em vermelho e transformado, apo´s a rotac¸a˜o, no triaˆngulo em azul. Disto P ′ = (−b, a). Em resumo, para rotacionar P = (a, b) basta trocar as coordenadas e mudar o sinal da coordenada x. Graficamente: (c) (0.5 ponto) Se Q = (c, d) e´ outro ponto, quais sa˜o as coordenadas de Q se mudarmos a origem do sistema de coordenadas para o ponto P? soluc¸a˜o: Ao mudarmos a origem para o pontoP = (a, b), a distaˆncia da projec¸a˜o Qx para a nova origem P e´ c − a. Analogamente, a distaˆncia da projec¸a˜o Qy para a nova origem e´ d − b. Disto as novas coordenadas de Q sa˜o Q′ = (c − a, d − b). Note que as novas coordenadas sa˜o obtidas subtraindo-se das coordenadas de Q = (c, d) as respectivas coordenadas de P = (a, b). Graficamente: (d) (1.5 ponto - boˆnus) Se P = (1, 2) e Q = (2, 5), obtenha pontos R e S tais que PQRS seja um quadrado. (sugesta˜o: rotacione o ponto Q de 90◦ no sentido anti-hora´rio obtendo um terceiro ve´rtice. Para tal, mude a origem para o ponto P e use os itens anteriores. Conclua determinando o quarto ve´rtice). soluc¸a˜o: Seguindo a sugesta˜o, que envolve apenas as ideias de marcac¸a˜o de pontos num sistema de 2 coordenadas cartesianas, mudamos a origem para o ponto P = (1, 2). Pelo item (c) as coordenadas do ponto Q agora sa˜o Q1 = (2−1, 5−2). Rotacionamos este ponto de 90◦ no sentido anti-hora´rio, que, pelo item (b), nos leva ao ponto Q2 = (−(5 − 2), 2 − 1) = (−3, 1). Finalmente movemos a origem de volta para o pontoO = (0, 0), que pelo item (c), corresponde a adicionar as coordenadas de P as respectivas coordenadas de Q2. Isto nos leva ao ponto Q′ = (−(5− 2) + 1, (2− 1) + 2) = (−3 + 1, 1 + 2) = (−2, 3). O segmento PQ corresponde a rotac¸a˜o de 90◦ no sentido anti-hora´rio do lado AB do nosso quadrado. Portanto Q′ e´ o nosso ponto S. outra possibilidade: Podemos usar um pouco de a´lgebra vetorial aqui. Se escrevermos S = (x, y), os vetores ~v = ~PS e ~u = ~PQ sa˜o ortogonais; ou seja, ~v e´ mu´ltiplo do vetor ~u⊥. Como ~u = (1, 3), segue que ~u⊥ = (−3, 1). Desta forma existe α ∈ R tal que ~v = α · ~u⊥. (1) Ale´m disso, como procuramos por um quadrado temos (ver figura abaixo) ‖~v‖ = ‖~u⊥‖ = ‖~u‖. (2) A equac¸a˜o (1) fornece ~v = (−3α, α), enquanto que a equac¸a˜o (2) fornece √(−3α)2 + α2 =√ 12 + 32. Resolvendo esta equac¸a˜o obtemos 10α2 = 10 ⇒ α = ±1. Escolhendo α = 1 (por exemplo) obtemos ~v = ~u⊥ = (−3, 1) como espera´vamos. Por outro lado temos: ~v = ~PS = “S − P” = (x− 1, y − 2) = (−3, 1), que, como antes, implica em S = (−2, 3). 3 Voltando ao problema original, vamos determinar o ponto R = (x, y) que falta. Para tal, cons- tru´ımos os vetores ~v = ~PS = (−3, 1) e ~u = ~PQ = (1, 3). Lembrando que o vetor soma (−2, 4) = ~v + ~u = ~PR = “(x, y)− (1, 2)” obtemos (x− 1, y − 2) = (−2, 4)⇒ R = (x, y) = (−1, 6). Graficamente: 2. Sejam P um ponto e r uma reta no plano. Um ponto P ′ e´ dito ser o sime´trico de P em relac¸a˜o a` r, se r e´ a mediatriz do segmento de reta definido por P e P ′. (a) (0.5 ponto) Se P = (1, 2) quais as coordenadas dos pontos P ′ e P ′′ que sa˜o, respectivamente, os sime´tricos de P em relac¸a˜o ao eixo x e ao eixo y? soluc¸a˜o: Para P ′ o eixo x e´ a mediatriz, enta˜o P ′ = (1,−2). Analogamente, para P ′′ o eixo y e´ a mediatriz, enta˜o P ′′ = (−1, 2). Graficamente: (b) (1.5 ponto) Qual o ponto P ′ sime´trico de P em relac¸a˜o a` reta r de equac¸a˜o y = x? (sugesta˜o: determine o ponto Q sobre r que corresponde a projec¸a˜o ortogonal de P sobre r e use o fato de que Q e´ o ponto me´dio do segmento definido por P e P ′). soluc¸a˜o: Analisemos a sugesta˜o primeiro. Desde que P = (1, 2), se Q = (α, β) e P ′ = (x, y), enta˜o da fo´rmula para a determinac¸a˜o do ponto me´dio obtemos α = 1 + x 2 e β = 2 + y 2 . 4 Enta˜o x = 2α− 1 e y = 2β − 2, (3) que mostra que para determinarmos P ′ basta encontrarmos Q. Graficamente: Existem pelo menos dois me´todos para determinarmos Q, vejamos: me´todo 1: Encontramos as equac¸o˜es parame´tricas da reta s, perpendicular a` r que passa em P . Neste caso Q = r ∩ s. Graficamente: Desde que s e´ perpendicular a r : x− y = 0, o vetor normal ~nr = (1,−1) = ~vds e´ o vetor diretor de s. Da´ı, como s passa em P = (1, 2) temos: s : { x = 1 + t y = 2− t com t ∈ R. Na intersec¸a˜o as coordenadas em r e s coincidem, enta˜o y = x⇒ 1+t = 2−t⇒ t = 1 2 . Substituindo este valor de t nas equac¸o˜es de s obtemos Q = (α, β) = (1 + t, 2− t) = ( 1 + 1 2 , 2− 1 2 ) = ( 3 2 , 3 2 ) . 5 me´todo 2: O ponto O = (0, 0) pertence a reta r. Com este ponto podemos construir o vetor v = ~OP . A projec¸a˜o deste vetor sobre o vetor diretor de r, que e´ ~vd = (1, 1), fornece o vetor ~OQ, cuja representac¸a˜o anal´ıtica corresponde exatamente a`s coordenadas de Q. Graficamente: Da fo´rmula para projec¸a˜o, temos P~v~vd = 〈(1, 2) · (1, 1)〉 ‖(1, 1)‖2 (1, 1) = 3 2 (1, 1) = ( 3 2 , 3 2 ) . Como ~OQ = “Q−O” = P~v~vd , segue que Q = (α, β) = ( 3 2 , 3 2 ) . Finalmente, para determinarmos as coordenadas de P ′ = (x, y) usamos as relac¸o˜es em (3). Desta forma temos P ′ = (x, y) = (2α− 1, 2β − 2) = ( 2 · 3 2 − 1, 2 · 3 2 − 2 ) = (3− 1, 3− 2) = (2, 1) (c) (1.0 ponto - boˆnus) Justifique a afirmac¸a˜o: Dado P = (a, b) o ponto P ′ sime´trico de P em relac¸a˜o a` reta y = x e´ tal que P ′ = (b, a). soluc¸a˜o: Como vimos acima, o vetor diretor da reta r e´ ~v = ~vdr = (1, 1). Com os pontos P e P ′ podemos construir o vetor ~u = ~PP ′ = (b− a, a− b) que e´ perpendicular a` ~v. De fato 〈~v, ~u〉 = 〈(b− a, a− b), (1, 1)〉 = (b− a) + (a− b) = 0. Isto mostra que P ′ = (b, a) esta´ na reta perpendicular a` r que passa em P . Finalmente, o ponto me´dio do segmento definido por P e P ′ e´:( a+ b 2 , a+ b 2 ) , que e´ um ponto de r : y = x. Isto mostra que a reta r e´ a mediatriz do segmento PP ′. 3. Considere a reta r de equac¸a˜o y = 3x− 5 e P = (2,−1). 6 (a) (0.5 ponto) Encontre a equac¸a˜o cartesiana da reta s que conte´m P e e´ paralela a` r. soluc¸a˜o: A equac¸a˜o da reta r e´ 3x− y − 5 = 0, que mostra que seu vetor normal e´ ~ηr = (3,−1). Como s e´ paralela a` r, ~ηr tambe´m e´ o vetor normal de s. Disto sua equac¸a˜o cartesiana e´ dada por s : 3x − y + γ = 0, onde γ = −3(2) − (−1)(−1) = −6 − 1 = −7, uma vez que P = (2,−1). Desta forma temos s : 3x− y − 7 = 0. (b) (0.5 ponto) Encontre as equac¸o˜es parame´tricas da reta u que conte´m P e e´ perpendicular a` r. soluc¸a˜o: Como u e´ perpendicular a` r, o vetor ~ηr = (3,−1) e´ um vetor que da´ a direc¸a˜o de u. Desde que u passa em P = (2,−1), segue que u : { x = 2 + 3t y = −1− t com t ∈ R. (c) (0.5 ponto) Determine as coordenadas do ponto Q dado pelaintersec¸a˜o de u com o eixo x. Ale´m disso, mostre que o ponto R = (4, 1) na˜o pertence a` s soluc¸a˜o: A equac¸a˜o cartesiana do eixo x e´ y = 0, portanto na intersec¸a˜o u∩ (eixo x) devemos ter a coordenada y de u igual a 0. Do item anterior temos y = −1− t⇒ 0 = −1− t⇒ t = −1. Substituindo este valor de t na equac¸a˜o x = 2 + 3t obtemos x = 2 − 3 = −1. Disto o ponto u ∩ (eixo x) = Q = (−1, 0). (d) (0.5 ponto) Justifique, analiticamente, que P,Q e R definem um triaˆngulo T . soluc¸a˜o: Com os pontos P = (2,−1), Q = (−1, 0) e R = (4, 1) podemos construir os vetores ~v = ~QP = (3,−1) e ~u = ~QR = (5, 1). Esses pontos na˜o definem um triaˆngulo se, e somente se, sa˜o colineares. Mas isto equivale a dizer que o aˆngulo entre ~v e ~u e´ θ = 0◦ ou θ = 180◦; ou seja cos (θ) = ±1. Como cos (θ) = 〈~v, ~u〉 ‖~v‖‖~u‖ = 〈(3,−1), (5, 1)〉 ‖(3,−1)‖‖(5, 1)‖ = 15− 1√ 10 √ 26 = 14 2 √ 65 6= ±1, mostrando que os treˆs pontos na˜o sa˜o colineares, logo definem um triaˆngulo T . 7 (e) (1.0 ponto) Determine a a´rea de T . soluc¸a˜o: A representac¸a˜o gra´fica desta questa˜o esta´ esboc¸ada na figura abaixo: Dela observamos que a base de T e´ dada pela norma do vetor ~v, enquanto que a altura corresponde a norma do vetor projec¸a˜o de ~u sobre o vetor ~v⊥, P ~u~v⊥ . Os vetores ~v = (3,−1) e ~u = (5, 1) foram ambos criados no item anterior. De ~v obtemos ~v⊥ = (1, 3). Desde que P ~u~v⊥ = 〈~u,~v⊥〉 ‖~v⊥‖2 ~v⊥ segue que h = ‖P ~u~v⊥‖ = |〈~u,~v⊥〉| ‖~v⊥‖2 ‖~v⊥‖ = |〈~u,~v⊥〉| ‖~v⊥‖ = |〈(5, 1), (1, 3)〉| ‖(1, 3)‖ = 8√ 10 . Ale´m disso, b = ‖~v‖ = ‖(3,−1)‖ = √10. Desta forma, a a´rea de T , (A(T )) e´ dada por A(T ) = b · h 2 = 1 2 (√ 10 · 8√ 10 ) = 4 unidades de a´rea. 8 4. Considere os seguintes pontos no espac¸o: A = (0, 0, 0), B = (0, 1, 2) e C = (1, 1, 0). (a) (1.5 ponto) Determine um ponto D de tal forma que ABCD, nesta ordem, sejam os ve´rtices de um paralelogramo. soluc¸a˜o: Como vimos em sala existem treˆs possibilidades para se construir um paralelogramo a partir de treˆs ve´rtices. Entretanto, considerando a ordem estabelecida nos ve´rtices, ha´ apenas uma possibilidade, como mostra a figura abaixo, que destaca (em vermelho) a opc¸a˜o correta. Neste caso devemos construir o vetor ~v = ~BA = (0,−1,−2) e o vetor ~u = ~BC = (1, 0,−2). A soma desses vetores corresponde a diagonal do paralelogramo definido por ~v e ~u. Disto ~BD = “D −B” = ~v + ~u = (0,−1,−2) + (1, 0,−2) = (1,−1,−4), que implica, desde que B = (0, 1, 2), em D = (1 + 0,−1 + 1,−4 + 2) = (1, 0,−2). (b) (1.5 ponto) Determine os aˆngulos entre as diagonais do paralelogramo do item anterior. soluc¸a˜o: No item anterior vimos que uma diagonal e´ ~v+~u = (1,−1,−4) A outra diagonal e´ dada pela diferenc¸a desses vetores; isto e´ ~v − ~u = (−1,−1, 0). Como 〈~v, ~u〉 = 〈(1,−1,−4), (−1,−1, 0)〉 = −1 + 1 + 0 = 0, segue que os aˆngulos entre as diagonais sa˜o de 90◦. 9
Compartilhar