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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - ATOS PROCESSUAIS (ANTIGO CPC)

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CURSO DE PROCESSO CIVIL I
PROFESSOR:
BERNARDO AUGUSTO ERN
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Atos Processuais
Formação, Suspensão e Extinção do Processo
Procedimento Ordinário
Petição inicial
A Resposta Réu
Revelia
Julgamento Conforme o Estado do Processo
A ação Declaratória Incidental
Tutela Antecipatória
Provas
Audiência
Sentença.
EMENTA DA DISCIPLINA
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BIBLIOGRAFIA
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sergio Cruz. Manual do Processo
de Conhecimento. 5. ed. São Paulo: RT, 2006.
THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 46. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2007, Vol. I.
__________. Curso de Direito Processual Civil. 40. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, Vol. II.
__________. Curso de Direito Processual Civil. 37. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, Vol. III.
=> WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo; ALMEIDA, Flávio Renato
Correia. Curso Avançado de Processo Civil. 8. ed. São Paulo: RT, 2006, Vol
I e II.
__________. Curso Avançado de Processo Civil. 7. ed. São Paulo: RT,
2006, Vol. III.
Bibliografia Complementar:
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 19. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006, Vol I.
__________.n Direito Processual Civil Brasileiro. 17. ed. São Paulo: Saraiva,
2006, Vol II.
=> NERY JR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 12ª Ed. São Paulo: RT, 2012.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. 6ª Ed. Malheiros Editores, 2009, Vol. III. 
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ÍNDICE SISTEMÁTICO – CPC
Livro I - Do Processo de Conhecimento:
Título I: Da Jurisdição e da Ação; 
Título II: Das Partes de dos Procuradores;
Título III: Do Ministério Público;
Título IV: Dos Órgãos Judiciários e dos Aux. da Justiça;
Título V: Dos Atos Processuais;
Título VI: Da Formação, da Suspensão e da Extinção do Processo;
Título VII: Do Processo e do Procedimento;
Título VIII: Do Procedimento Ordinário; 
Título IX, X.
Livro II
Do Processo de Execução 
Livro III
Do Processo Cautelar 
Livro IV
Dos Procedimentos Especiais 
Livro V
Das Disposições Finais e Transitórias
(Leis nº 11.232/2005 - 11.382/2006)
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PROCESSO E PROCEDIMENTO
=> PROCESSO: corresponde a um sistema voltado a compor a lide em juízo através de uma relação jurídica vinculativa de direito público. 
É um conjunto sequencial de atos que se desenvolvem tendo por objetivo uma prestação jurisdicional.
O processo é então instrumento de que se utiliza o Estado para outorgar a prestação jurisdicional. 
=> PROCEDIMENTO: corresponde a maneira pela qual os atos se desenvolvem no processo. É a forma material com que o processo se realiza em cada caso concreto. É o aspecto formal do processo.
Temos uma sucessão ordenada de atos dentro de modelos previstos em lei que são os procedimentos.
Procedimento Comum: Ordinário e Sumário
Procedimento Especial
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Para a prestação da tutela jurisdicional civil, o Estado Brasileiro, nos termos do art. 270 do CPC, vale-se de quatro formas básicas de “procedimento”, os quais o Código denominada de “Processos”, quais sejam: a) de Conhecimento (ou congnição) – Livro I; b) de execução – Livro II; c) cautelar – Livro III e; d) Procedimentos especiais – Livro IV.
Nosso estudo ater-se-á ao dito “Processo de Conhecimento”, disciplinado em linhas gerais no Livro I do CPC, e que assume importância maior, na medida em que suas disposições são subsidiárias aos demais tipos de procedimento.
=> PROCESSO DE CONHECIMENTO OU COGNIÇÃO: é o procedimento no qual o juiz conhece do pedido e das questões, alegações e provas produzidas nos autos, para com base em tal “conhecimento”, formar seu convencimento para ao final decidir a lide. 
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ATOS PROCESSUAIS
=> Conceito: Ato é conceituado como “toda manifestação da vontade humana que tem por fim criar, modificar, conservar ou extinguir a relação jurídica processual” (Luiz Rodrigues Wambier).
É praticado por um dos sujeitos do processo: as partes, os órgãos jurisdicionais e os auxiliares da justiça com o objetivo de produzir efeitos jurídicos na relação processual.
=> Classificação: Os atos estão divididos no CPC: 
- Atos das Partes: de forma ampla, pois abrange também os terceiros intervenientes, que nem sempre são partes (arts. 158 a 161);
- Atos dos Agentes da Jurisdição: estes subdivididos em atos do Juiz e Atos do escrivão ou chefe de secretaria (arts. 166 a 171). Tem-se, ainda, os atos dos auxiliares da justiça: Oficial de justiça, contador, distribuidor, perito, entre outros (art. 139).
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=> Forma do ato processual: conjunto de solenidades necessárias para a validade do ato processual, ou seja, aquilo que deve estar contido no ato para que surta os efeitos desejados. Assim, o modo, o lugar, e o tempo dizem respeito à forma dos atos.
* Princípio da instrumentalidade das formas: por regra geral, não existe forma para os atos processuais, exceto quando expressamente prevista pela norma, e ainda assim, ou seja, mesmo quando há expressa exigência de forma, será tidos como válidos os atos praticados de outro modo se sua finalidade essencial for alcançada.
 Art. 154: Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial. 
Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais.
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Seja qual for o ato processual, há que ser utilizado o vernáculo.
 Art. 156. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo.
 Art. 157. Só poderá ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando acompanhado de versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentado.
=> Publicidade: Em regra os atos são públicos, pois o ordenamento jurídico não admite julgamentos secretos (CFRB/88, art. 5º, LX, e 93, IX).
Exceção: casos de “segredo de justiça”.
Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos:
I - em que o exigir o interesse público;
Il - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite.
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Dos atos da parte arts. 158 a 161
Partes: autores, réus, terceiros intervenientes (arts. 56 a 80 do CPC) e o Ministério Público, exceto quando atua como fiscal da Lei.
Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.
Art. 161. É defeso lançar, nos autos, cotas marginais ou interlineares; o juiz mandará riscá-las, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo.
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ATOS DO JUIZ arts. 162 a 165
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como
a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA: caráter decisório. Ex. Concessão de liminar, deferimento ou não da produção de determinada prova. Deve ser fundamentada, sob pena de nulidade (art. 165, parte final, e 93, IX, da CFRB/88). Suscetível de recurso de agravo na forma do art. 522 do CPC.
DESPACHO: Não envolvem o direito que se discute, nem os interesses processuais das partes. Dizem respeito, apenas, ao andamento normal do processo. É insuscetível de recurso.
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Atos do escrivão ou do chefe de secretaria arts. 166 a 171
O código, do art. 166 ao 171, traça as regras burocráticas que o escrivão deve seguir para a autuação, bem como para a sequência lógica dos atos procedimentais.
Os principais atos de comunicação feitos pelo escrivão ou chefe de secretaria são os de citação e intimação.
“Ao mesmo tempo que documenta todos os atos processuais, o escrivão faz com que o processo tenha andamento, certificando os atos praticados, verificando os vencimentos dos prazos, abrindo vistas às partes, cobrando os autos indevidamente retidos fora do cartório e fazendo conclusão deles ao juiz”.
=> Seus atos tem fé pública.
Art. 171. Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco, bem como entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas.
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* ALGUMAS EXPRESSÕES UTILIZADAS:
- Autuação: Consiste este ato em colocar uma capa sobre a petição, na qual será lavrado um termo que deve conter o juízo, a natureza do feito, o número de seu registro nos assentos do cartórios, os nomes das partes e a data do seu inícios. 
- Juntada: é o ato com que o escrivão certifica o ingresso de uma petição ou documento nos autos.
- Vista: É o ato de franquear o escrivão os autos à parte para que o advogado se manifeste sobre algum evento processual.
- Conclusão: É o ato que certifica o encaminhamento dos autos ao juiz, para alguma deliberação.
- Recebimento: É o ato que documenta o momento em que os autos voltaram ao cartório após uma vista ou uma conclusão.
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Do tempo e do Lugar dos atos processuais – arts. 172 a 176
=> Do Tempo: O CPC utiliza determinações de tempo para a prática dos atos processuais sob dois ângulos diferentes:
a) o de momento adequado ou útil para a atividade processual; e
b) o de prazo para a prática do ato.
A primeira regra sobre tempo hábil à prática dos atos processuais é a do art. 172: Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
§ 1o Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
§ 2o A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituição Federal. 
§ 3o Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local.
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* Entende-se por dias úteis aqueles em que há expediente forense, de modo que “durante as férias (não existem mais depois da reforma do Judiciário - 2004) e nos feriados não se praticarão atos processuais” art. 173. Exceto:
Art. 173: I - a produção antecipada de provas (art. 846);
II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos.
Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias.
Art. 174. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas:
I - os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento;
II - as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem como as mencionadas no art. 275;
III - todas as causas que a lei federal determinar.
Art. 175. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.
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=> Do lugar: Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo, ou seja, no edifício do fórum ou do tribunal competente para a causa.
Art. 176. Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
Ex. ato praticado fora da sede do juízo, pelo critério deferência, é o da tomada de depoimento do Presidente da República, dos Governadores, Deputados e demais pessoas gradas constantes do art. 411, as quais são inquiridas em sua residência, ou no local em que exercem a sua função.
Ex. em razão de obstáculo: testemunha enferma, interditando incapaz de locomover-se ou de ser conduzido à presença do juiz (art. 1.181)
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Dos Prazos
Os atos processuais são aqueles realizados no curso do processo. Sua realização, isto é, a prática de cada um dos atos processuais, é presa a limites temporais. 
Esse espaço de tempo em que deve ser realizado o ato processual tem um termo inicial, isto é, um momento de início da contagem do respectivo prazo (dies a quo) e um termo final, ou seja, um momento em que o prazo expira (dies ad quem), sujeitando o titular do ônus ou do dever à respectiva consequência.
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=> Forma de contagem dos prazos: em regra os prazos são contados em dias, havendo, todavia, contagem que se faz em horas, em minutos e ate em meses ou ano.
Ex. parágrafo único do art. 39: Parágrafo único. Se o advogado não cumprir o disposto no no I deste artigo, o juiz, antes de determinar a citação do réu, mandará que se supra a omissão no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de indeferimento da petição; 
Ex. de prazo contados em minutos é o dos debates orais, que se realizam ao final da instrução – art. 454 do CPC: “dará a palavra ao advogado do autor e ao do réu, bem como ao órgão do Ministério Público, pelo prazo de 20 minutos para cada um (…)”.
Ex. conta-se em anos o prazo de abandono do processo, que permite a extinção do processo.
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=> Prazos legais e prazos judiciais: 
- Prazos legais são aqueles definidos em lei, e a respeito dos quais nem as partes, em princípio, têm disponibilidade.
- Prazos judiciais são aqueles fixados pelo próprio juiz. Essa tarefa só é atribuída ao juiz, pela própria lei, supletivamente, isto é, nos casos em que a própria lei não preveja os prazos.
Regra – os prazos são legais
Exceção – prazos judiciais 
Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa.
=> Prazos dilatórios e prazos peremptórios:
- Dilatórios: prazos que podem ser alterados pela vontade das partes. São também dilatórios os prazos que se podem suspender por deliberação conjunta das partes (art. 265, II).
Art. 181. Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo legítimo.
§ 1o O juiz fixará o dia do vencimento do prazo da prorrogação.
§ 2o As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em favor de quem foi concedida a prorrogação.
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- Peremptórios: prazos inalteráveis, seja por vontade das partes ou por determinação do juiz, tais como os prazos para contestação, para interpor recursos, dentre outros.
A primeira parte do art.
182 é clara quanto a impossibilidade de se dispor dos prazos: “É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios”. 
A parte final do art. 182 contém a exceção: “O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste artigo para a prorrogação de prazos”.
=> Prazos próprios e prazos impróprios:
- Próprios: São aqueles que dizem respeito à prática de atos processuais das partes. O descumprimento do ônus processual de praticar determinado ato implica consequências processuais típicas. Ex. Efeitos da revelia.
- Impróprios: São os prazos cometidos ao juiz e aos serventuários da justiça, para a prática dos atos processuais que lhe cabem realizar no processo. O descumprimento acarretará consequências disciplinares (arts. 194 e 198 CPC).
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=> Regras gerais quanto à contagem dos prazos:
- Regra geral: exclui-se o dia do início e inclui-se o dia do vencimento.
Art. 184. Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento. 
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia em que:
I - for determinado o fechamento do fórum;
II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e parágrafo único). 
- Suspensão e interrupção do prazo:
Suspensão: o prazo continua a correr depois do dia em que parou.
Interrupção: interrompido o prazo, não mais levará em conta o período já decorrido, antes da interrupção, mas começará a correr novamente.
Art. 178. O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados.
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Em regra, salvo a exceção do recurso de embargos de declaração (art. 538), os prazo não se interrompem, mas apenas se suspendem.
Art. 179. A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que Ihe sobejar recomeçará a correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.
Art. 180. Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 265, I e III; casos em que o prazo será restituído por tempo igual ao que faltava para a sua complementação.
Art. 265: I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
III - quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz;
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=> Preclusão: temporal, consumativa e lógica.
- Preclusão temporal: é a perda da faculdade ou direito processual, que se extinguiu por não exercício em tempo útil.
- Preclusão lógica: é a que decorre da incompatibilidade entre o ato praticado e outro, que se queira praticar também. Quem, por exemplo, aceitou uma sentença, expressa ou tacitamente, não mais poderá interpor recurso contra ela (art. 503).
- Preclusão consumativa: ocorre quando o ato que se deveria praticar o é, no prazo legal, não podendo ser repetido. 
Na verdade, consumado o ato para o qual havia prazo, a consequência prática da ocorrência da preclusão é que o prazo restante deixa de existir, não mais podendo a parte realizar novamente o mesmo ato processual.
Ex. a parte interpôs recurso de apelação no 5º dia do prazo de 15 dias, nos outros dias “restantes” de seu prazo, não poderá substitui o recurso por outro melhor elaborado, recorrer novamente, ou mesmo acrescentar novos argumentos.
Todos os prazos processuais são preclusivos.
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Art. 183 “Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa causa.
§ 1o Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte, e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.
§ 2o Verificada a justa causa o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que Ihe assinar”.
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Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
Art. 186. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor.
Art. 187. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos que este Código Ihe assina.
- Prazos diferentes para Fazenda Pública e Ministério Público:
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
- Prazos para o Juiz:
Art. 189. O juiz proferirá:
I - os despachos de expediente, no prazo de 2 (dois) dias;
II - as decisões, no prazo de 10 (dez) dias.
 
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- Prazos para os serventuários da justiça:
Art. 190. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 24 (vinte e quatro) horas e executar os atos processuais no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contados:
I - da data em que houver concluído o ato processual anterior, se Ihe foi imposto pela lei;
II - da data em que tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
Parágrafo único. Ao receber os autos, certificará o serventuário o dia e a hora em que ficou ciente da ordem, referida no no Il.
- Pluralidade de partes com procuradores diferentes:
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
Art. 192. Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento depois de decorridas 24 (vinte e quatro) horas.
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=> Da Verificação dos Prazos e das Penalidades arts. 193 a 199 do CPC.
Art. 193. Compete ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos que este Código estabelece.
Art. 194. Apurada a falta, o juiz mandará instaurar procedimento administrativo, na forma da Lei de Organização Judiciária.
Art. 195. O advogado deve restituir os autos no prazo legal. Não o fazendo, mandará o juiz, de ofício, riscar o que neles houver escrito e desentranhar as alegações e documentos que apresentar.
Art. 196. É lícito a qualquer interessado cobrar os autos ao advogado que exceder o prazo legal. Se, intimado, não os devolver dentro em 24 (vinte e quatro) horas, perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa, correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo.
Parágrafo único. Apurada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados do Brasil, para o procedimento disciplinar e imposição da multa.
Art. 197. Aplicam-se ao órgão do Ministério Público e ao representante da Fazenda Pública as disposições constantes dos arts. 195 e 196.
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Art. 198. Qualquer das partes ou o órgão do Ministério Público poderá representar ao presidente do Tribunal de Justiça contra o juiz que excedeu os prazos previstos em lei. Distribuída a representação ao órgão competente, instaurar-se-á procedimento para apuração da responsabilidade. O relator, conforme as circunstâncias, poderá avocar os autos em que ocorreu excesso de prazo, designando outro juiz para decidir a causa.
Art. 199. A disposição do artigo anterior aplicar-se-á aos tribunais superiores na forma que dispuser o seu regimento interno.
=> Da comunicação dos atos arts. 200 a 242 do CPC
- Das Cartas:
Art. 200. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca.
- Real: quando a ciência é dada diretamente à pessoa do interessado. São reais as intimações feitas pelo escrivão ou pelo oficial de justiça,
bem como as efetuadas através de correspondência postal.
- Presumida (Ficta): quanto feita através de um órgão ou um terceiro que se presume faça chegar a ocorrência ao conhecimento do interessado. São as feitas por edital ou com hora certa e, ainda, pela imprensa.
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- Atos processuais fora dos limites territoriais do juízo:
A autoridade do juiz, pelas regras de competência, se restringem aos limites de sua circunscrição territorial. Assim, quando o ato tiver de ser praticado em território de outra comarca, o juiz da causa não poderá ordená-lo diretamente aos serventuários do juízo; terá, então, de requisitá-lo por carta à autoridade judiciária competente.
Essa cartas podem ser três espécies diferentes: 
a) carta de ordem: quando destinadas pelo Tribunal Superior a juiz que lhe for subordinado. Juiz que expede a carta ordenante, juízo destinatário ordenado.
b) carta rogatória: quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira. Juiz que expede a carta rogante, juízo destinatário rogado.
c) carta precatória: nos demais casos, isto é, quando dirigida a juiz nacional de igual categoria jurisdicional (Comarcas e Estados diferentes). Juiz que expede a carta deprecante, juízo destinatário deprecado.
Art. 201. Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos.
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- Requisitos das cartas:
Art. 202. São requisitos essenciais da carta de ordem, da carta precatória e da carta rogatória:
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado;
III - a menção do ato processual, que Ihe constitui o objeto;
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
§ 1o O juiz mandará trasladar, na carta, quaisquer outras peças, bem como instruí-la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que estes documentos devam ser examinados, na diligência, pelas partes, peritos ou testemunhas.
§ 2o Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica.
§ 3o A carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória pode ser expedida por meio eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei. 
Art. 203. Em todas as cartas declarará o juiz o prazo dentro do qual deverão ser cumpridas, atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.
 
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Art. 205. Havendo urgência, transmitir-se-ão a carta de ordem e a carta precatória por telegrama, radiograma ou telefone.
Art. 209. O juiz recusará cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com despacho motivado:
I - quando não estiver revestida dos requisitos legais;
II - quando carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia;
III - quando tiver dúvida acerca de sua autenticidade.
Art. 212. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem, no prazo de 10 (dez) dias, independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.
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- Das citações: 
Conforme a definição legal, “citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender” art. 213. 
Sem a citação do réu, não se aperfeiçoa a relação processual e torna-se inútil e inoperante a sentença. Daí dispor o art. 214 que, “para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu”.
Observe-se, outrossim, que o requisito de validade do processo é não apenas a citação, mas a citação válida, pois o Código fulmina de nulidade expressa as citações e as intimações “quando feitas sem observância das prescrições legais” (art. 247).
Art. 213: § 1o O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação. 
§ 2o Comparecendo o réu apenas para argüir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.
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- Destinatário da citação:
Em regra, a citação deve ser feita pessoalmente ao réu, ou a procurador legalmente autorizado – art. 215.
Se incapaz o requerido, a citação será feita na pessoa de seu representante legal (pais, tutor ou curador).
Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.
§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade, onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.
Art. 216 A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.
Parágrafo único. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.
*A citação efetuar-se-á na residência ou local de trabalho. Exceção do militar.
 
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Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso; 
II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; 
III - aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas; 
IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado. 
Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la.
§ 1o O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias.
§ 2o Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa.
§ 3o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
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- Efeitos da citação:
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
a) Torna prevento o juízo: 
Há, porém, um caso em que a prevenção ocorre antes mesmo da citação: é o da concorrência de competência entre juízes que têm a mesma competência territorial, quando então basta o despacho da inicial para tornar prevento o juiz (ar. 106).
Duas são as regras a observar em matéria de prevenção por conexão ou continência:
1. a dos juízes da mesma competência territorial (art. 106);
2. a dos juízes de competência territorial diversa (art. 219).
b) Litispendência: consiste em tornar a relação processual trilateral em torno da lide. Por força da litispendência, o mesmo litígio não poderá voltar a ser objeto, entre as partes, de outro processo, enquanto não se extinguir o feito pendente.
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c) Litigiosidade: pelo fenômeno da litigiosidade, o bem jurídico disputado entre as partes se torna vinculada à sorte da causa, de modo que, entre outras consequência, não é permitido aos litigantes alterá-lo, nem aliená-lo, sob pena de atentado ou fraude à execução.
d) Mora: quando a mora não é ex re, ou de pleno direito (a que decorre do simples vencimento da obrigação), a citação inicial apresenta-se como equivalente interpelação, atuando como causa de constituição do devedor em mora.
e) Interrompe a prescrição, ainda que ordenada a citação por juiz incompetente.
Art. 219: (…)
§1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.
§2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subsequentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela
demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário. 
§3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias. §4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.
§5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. 
§6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.
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 Modos de realizar a citação: Art. 221. A citação far-se-á:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - por edital.
IV - por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.
a) pelo correio: realiza-se por carta do escrivão, encaminhada ao réu pelo Correio, com aviso de recebimento (AR). É a regra geral.
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto: 
a) nas ações de estado; 
b) quando for ré pessoa incapaz; 
c) quando for ré pessoa de direito público; 
d) nos processos de execução;
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
f) quando o autor a requerer de outra forma.
Art. 223. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, comunicando, ainda, o prazo para a resposta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço. 
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração.
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- por oficial de justiça: “Art. 224. Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou quando frustrada a citação pelo correio”. 
Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter: 
I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;
II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis;
III - a cominação, se houver;
IV - o dia, hora e lugar do comparecimento; 
V - a cópia do despacho; 
VI - o prazo para defesa; 
VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado. 
 
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Art. 226. Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III - obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca.
§ 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
 
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- por edital: Art. 231. Far-se-á a citação por edital:
I - quando desconhecido ou incerto o réu;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
Art. 232. São requisitos da citação por edital:
I - a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos ns. I e II do artigo antecedente;
II - a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão; 
III - a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal local, onde houver; 
IV - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, correndo da data da primeira publicação; 
V - a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis.
§ 1o Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio, de que trata o no II deste artigo. 
§ 2o A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiária da Assistência Judiciária.
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Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e II, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
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- Das Intimações: 
Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Trata-se de ato de comunicação processual da mais relevante importância, por é da intimação que começam a fluir os prazos para que as partes exerçam os direitos e faculdades processuais.
As intimações não dependem de provocação das partes e são efetuadas, de ofício, no curso do processo.
Art. 235. As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes, salvo disposição em contrário.
- Forma: as intimações podem ser feitas pelo escrivão ou pelo oficial de justiça, ou, ainda, por publicação na imprensa.
Há, também, a intimação em audiência que decorre ipso iure da prolação oral, no ato, de decisão ou sentença do juiz que preside.
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Art. 236. No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1o É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação.
§ 2o A intimação do Ministério Público, em qualquer caso será feita pessoalmente.
Art. 237. Nas demais comarcas aplicar-se-á o disposto no artigo antecedente, se houver órgão de publicação dos atos oficiais; não o havendo, competirá ao escrivão intimar, de todos os atos do processo, os advogados das partes:
I - pessoalmente, tendo domicílio na sede do juízo;
II - por carta registrada, com aviso de recebimento quando domiciliado fora do juízo.
Parágrafo único. As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em lei própria.
Art. 238. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais e aos advogados pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.
Parágrafo único. Presumem-se válidas as comunicações e intimações dirigidas ao endereço residencial ou profissional declinado na inicial, contestação ou embargos, cumprindo às partes atualizar o respectivo endereço sempre que houver modificação temporária ou definitiva.
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Art. 239. Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a realização pelo correio. 
Parágrafo
único. A certidão de intimação deve conter: 
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu;
II - a declaração de entrega da contrafé;
III - a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a apôs no mandado. 
Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o Ministério Público contar-se-ão da intimação.
Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense. 
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Art. 241. Começa a correr o prazo:
I - quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de recebimento; 
II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido; 
III - quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido; 
IV - quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;
V - quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.
 Art. 242. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.
§ 1o Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença.
§ 2o Havendo antecipação da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, mandará intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação.
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Por violação aos seus elementos ou requisitos de validade, os atos do processo, como os demais atos jurídicos, podem ser classificados: 
atos inexistentes, atos absolutamente nulos e atos relativamente nulos.
a) atos inexistentes: é o que não reúne os mínimos requisitos de fato para sua existência como ato jurídico, do qual não apresenta nem mesmo a aparência exterior. 
O ato inexistente jamais se poderá convalidar e nem tampouco precisa ser invalidado.
Ex. uma sentença assinada por uma testemunha. 
Os atos praticados nos atos, em nome da parte, por advogado que não seja procurador (art. 37, parágrafo único). 
NULIDADES
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b) atos absolutamente nulos: já dispõe da categoria de ato processual; não é mero fato como o inexistente; mas sua condição jurídica mostra-se gravemente afetada por defeito localizado em seus requisitos essenciais.
 
Ocorre nos casos expressamente cominados e na violação de dispositivo de ordem pública, como na citação irregular (art. 247, CPC) ou na incompetência absoluta (art. 113, CPC), afetando, por isso, a própria jurisdição (falta de pressupostos processuais ou condições da ação).
Comprovada a ocorrência de nulidade absoluta, o ato deve ser invalidado, de ofício, independentemente de provocação das partes.
c) atos relativamente nulos: ocorre quando o ato, embora viciado em sua formação, mostra-se capaz de produzir seus efeitos processuais, se a parte prejudicada não requerer sua invalidação. O silêncio da parte, portanto, é suficiente para convalidá-lo. Diz respeito a interesse apenas da parte, não afetando a jurisdição.
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- Venire contra factum proprium: A parte que dá causa à nulidade não poderá requerer sua decretação.
Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa.
Art. 245. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.
Parágrafo único. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento.
Art. 246. É nulo o processo, quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
Parágrafo único. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministério Público, o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado.
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- Princípio da instrumentalidade das formas e dos atos processuais: o ato só se considera nulo e sem efeito se, além de inobservância da forma legal, não tiver alcançado a sua finalidade.
Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade.
Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.
§ 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte.
§ 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.
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Noções de nulidade:
Nulidade (Nulidade Absoluta): Quando a ilegalidade atinge a tutela de interesse de ordem pública, que ao juiz cumpre decretar de ofício, quando conhecer do ato processual viciado.
Não depende de requerimento da parte prejudicada.
Anulabilidade (Nulidade Relativa): Quando a ilegalidade tiver repercussão sobre interesse apenas privado da parte.
A Lei reserva para ao prejudicado a faculdade para requerer a decretação da invalidade do ato ou manter o ato defeituoso.
Sem o requerimento da parte, o ato se convalida.

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