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PROJETO ARQUITETÔNICO
PROF.A ME VANESSA CALAZANS DA ROSA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional:
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - PROJETAR .............................................................................................................................................................. 5
1.1. MAPEAMENTO DO PROCESSO ........................................................................................................................... 7
1.2. CONCEITOS ......................................................................................................................................................... 8
1.2.1. COMPOSIÇÃO .................................................................................................................................................... 8
1.2.2. PROGRAMA ARQUITETÔNICO ....................................................................................................................... 8
1.2.3. PARTIDO ARQUITETÔNICO ............................................................................................................................. 9
1.3 ETAPAS DO PROJETO ........................................................................................................................................ 10
1.4 PRECEDENTES DE OBRAS CONCEITUADAS DE ARQUITETURA ................................................................... 12
1.4.1 ANÁLISE DE PRECEDENTES ARQUITETÔNICOS .......................................................................................... 12
1.4.1.1. CASA FARNSWORTH ..................................................................................................................................... 13
1.4.1.2. CASA DAS CANOAS ...................................................................................................................................... 16
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 22
PROJETO ARQUITETÔNICO 
PROF.A MA VANESSA CALAZANS DA ROSA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
PROJETO 
ARQUITETÔNICO
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Arquitetura é, antes de mais nada, construção, mas, construção concebida 
com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada 
finalidade e visando a determinada intenção (COSTA, 1940).
A palavra Arquitetura é composta por dois termos gregos: arché, cujo significado é 
primeiro ou principal, e tékton, construção. Arquitetura, então, seria a junção entre arte e técnica, 
o ato de projetar e edificar o ambiente que protege e abriga o ser humano. Essa construção é 
viabilizada pelo Projeto Arquitetônico, um conjunto de representações gráficas de uma edificação 
que ainda não existe, no qual o projetista deve operar com códigos e instruções adequadas para 
o entendimento de quem vai materializar a obra.
O processo de projeto é o momento no qual os projetistas podem testar suas ideias. Para 
isso, podemos utilizar o desenho à mão, maquetes físicas e softwares computacionais, instrumentos 
que ajudam a simular a ideia, tirá-la da mente e materializá-la em forma. Ao encontrar a solução 
adequada para o edifício é hora de fazer o projeto executivo, que deve seguir uma série de normas 
e regras de representação necessárias para a comunicação com os construtores. Quanto mais 
problemas pudermos prever nessa etapa, mais soluções podemos encontrar antes do início da 
obra, evitando, assim, desperdícios de materiais, tempo e dinheiro.
Alguns conceitos de processo de projeto, como análise, síntese, avaliação, programa, 
composição, partido arquitetônico etc., são muito conhecidos por arquitetos experientes. Além 
disso, o estudo de precedentes arquitetônicos (edifícios existentes e historicamente reconhecidos 
pela qualidade de suas soluções) nos auxilia a tomar as decisões mais apropriadas para solucionar 
um projeto e entender como funciona a mente dos projetistas.
Nessa unidade vamos estudar conceitos de projeto arquitetônico e suas principais etapas, 
como dar início a essa tarefa e quais condicionantes devem ser consideradas pelo projetista.
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1 - PROJETAR
Arquitetura e construção não são sinônimos, embora sejam termos muito próximos. Na 
antiguidade, projeto e construção eram realizados simultaneamente dentro do canteiro de obras, 
mas, a partir do período do Renascimento (séc. XV), houve uma separação entre projetistas 
e executores. Essa separação teve como consequência a necessidade de objetivar as ideias do 
projeto e expressá-las de modo compreensível para os construtores (CORONA MARTINEZ, 
2000).
Historicamente, plantas e especificações são um dado recente. No passado, 
aquele que fazia um desenho, em geral, o transmitia de forma direta para sua 
equipe de construção e o explicava mostrando diretamente o que deveria ser 
feito (NEUTRA, 1952).
Figura 1 – Catedral de Metz, França, 1220-1520: projeto e execução acontecem simultaneamente. Catedral de 
Maringá, 1959-1972: o projeto é elaborado antes e fora do canteiro de obras. Fonte: a autora (2018).
Projetar seria, então, imaginar e conceber algo que ainda não existe. As representações 
gráficas desse futuro objeto constituem a parte principal do Projeto Arquitetônico. As projeções 
ortogonais em planta, corte e elevação são os meios que temos para representar um objeto 
tridimensional em duas dimensões e foram sistematizadas pela Geometria Descritiva desde o 
século XVIII. Essa maneira de representar domina todas as etapas do projeto e é indispensável 
para a comunicação final com os construtores. Desse modo, o projetista inventa o objeto ao mesmo 
tempo em que o desenha e, conforme o projeto avança, os desenhos desse objeto inexistente vão 
ganhando cada vez mais precisão e detalhes.
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Figura 2 – Evolução do projeto da Casa Gerassi do arquitetoda Casa de Vidro. Fonte: Fracalossi, Archdaily (2011).
O caminho que se faz antes de entrar na casa é uma passagem no meio do bosque que 
rodeia a residência, camuflando o volume de vidro, que só é percebido quando estamos quase 
abaixo da laje da sala. Uma escada metálica de dois lances dá acesso da garagem à sala principal. 
Quando chegamos no vestíbulo superior, nos deparamos com uma belíssima árvore que ocupa 
um vazio no meio da sala principal. O único plano opaco do espaço divide o setor social do setor 
íntimo, e um jardim linear divide o setor íntimo do setor de serviços, transformando a cozinha 
em um espaço de transição e circulação para quem sair ao jardim posterior.
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2.1.2. CASA CARMEM PORTINHO
Essa residência está em um grande terreno de densa vegetação no Rio de Janeiro. Devido 
ao grande decline do lugar, a casa possui uma vista privilegiada para a cidade. O projeto é de 
Affonso Eduardo Reidy, em 1950, para ele e sua companheira Carmem Portinho, que dá nome 
à casa. O volume é o resultado do encontro de dois prismas trapezoidais. Um dos volumes está 
assentado diretamente sobre o solo e abriga garagem acesso principal, quarto de empregada e 
serviços. O outro se apoia sobre oito pilares, que passam a impressão do volume estar flutuando 
sobre o terreno, e abriga o programa principal da casa: sala de estar e terraço, cozinha, um 
dormitório e um estúdio.
Figura 41 – Fachada de acesso. Fonte: Grupo de pesquisa casas brasileiras PROARQ-FAU-UFRJ (2001).
A forma, reforçada por paredes laterais cegas, é definida pela calha central do telhado em V. 
Essa solução também permite que o pé-direito da sala e terraço fique mais alto, facilitando, assim, 
a ventilação cruzada em todo o volume principal da casa. Estrutura em concreto, venezianas de 
madeira e grandes janelas de vidro são os materiais que conformam esse volume.
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Figura 42 – Planta e Corte da Casa Carmem Portinho. Fonte: Grupo de pesquisa casas brasileiras PROARQ-FAU-
-UFRJ (2001).
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O programa enxuto não permite grandes coleções de obras de arte ou móveis 
desnecessários. Todo o espaço é equipado com o mínimo para acomodar a vida moderna. Assim 
como na casa de vidro, também notamos aqui uma organização definida pelo zoneamento das 
funções:
Aqui vemos como as áreas social, íntima e de serviço se articulam de modo a 
manter a hierarquia na privacidade doméstica sem comprometer a circulação 
interna e a solução formal, e sem interferir na integridade do espaço principal da 
casa com portas ou corredores indesejáveis (REGO, 2008, p. 47).
2.1.3. CASA ROTHSCHILD
Essa casa, projetada por Oscar Niemeyer para o barão Edmond Rothschild em Israel, 
não foi construída. Os registros do projeto mostram uma planta quadrada com 32m de lado e 
4m de altura. A cobertura é uma laje plana que foi recortada com um desenho curvo e sinuoso, 
deixando o terraço da piscina descoberto.
Figura 43 – Modelagem tridimensional. Fonte: Milazzo; Almagro (2016).
Mais uma vez área social e área íntima são separadas. A parte íntima ocupa a face leste 
do volume e está a um metro acima do solo – são cinco suítes e uma biblioteca conectadas por 
uma varanda, essa fachada recebeu um brise vertical fixo com ritmo variado e arbitrário. A parte 
social composta por um grande salão de estar e a varanda da piscina, com a projeção curva da 
laje, recebe o fechamento em quatro grandes placas pivotantes. A fachada norte é uma parede 
totalmente cega, enquanto a sul é uma grande parede com poucas aberturas de acesso, aqui 
também estão distribuídas as áreas de serviço e a cozinha.
A planta quadrada e o fechamento das quatro fachadas estabelece uma relação de negação 
com o entorno. A paisagem que se quer preservar é aquela criada pela própria casa: a forma da 
piscina e o recorte orgânico da laje são o ponto focal da composição.
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Figura 44 – Planta da casa Rothschild. Fonte: Rego (2008).
2.1.4. CASA OSCAR AMERICANO
Essa casa em São Paulo foi projetada por Oswaldo Bratke, em 1952. Sua fachada alongada 
e horizontal possui rigidez geométrica e unidade em uma composição simples. A modulação da 
estrutura aparece nessa composição, deixando lajes e pilares ressaltados na fachada, evidenciando 
a independência entre estrutura e fechamento, que ora pode ser aberto e transparente, ora pode 
ser fechado e opaco.
Figura 45 – Fachada de acesso. Fonte: Dias; Abascal. Foto de Kon (2013).
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Essa estrutura será a regra de composição do projeto da casa como um todo, não há 
espaço para a invenção formal, o arquiteto apenas pode trabalhar com a configuração formal pré-
estabelecida. Assim, a geometria estrutural vai dar ordem ao projeto. Apesar da horizontalidade 
do volume, a casa possui dois pavimentos, que aproveitam o desnível natural do terreno. O 
superior é o pavimento principal e de acesso, está elevado do chão, são necessários cinco degraus 
para chegarmos ao terraço de entrada, delimitando o jardim diante da casa.
Figura 46 – Planta da Casa Oscar Americano. Fonte: Fracalossi, Archdaily (2013).
A organização da planta também respeita a modulação estrutural, a porção central da 
casa é a parte social: hall de entrada, sala de estar e terraço. À direita de quem entra, na residência 
se organizam as cinco suítes, enquanto à esquerda estão as áreas de serviço, cozinha e refeição. O 
salão principal é o espaço mais privilegiado da casa, pois dele podemos admirar tanto o jardim 
diante do acesso quanto a paisagem do fundo de vale no lado oposto.
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Lembre-se sempre do sistema estrutural.
Figura 47 – Eixos de estrutura. Fonte: Frederick (2010).
Procure sempre mostrar os pilares e as colunas estruturais no desenho da planta 
baixa, mesmo que seja o início do processo de projeto. Isso vai te ajudar a organizar 
os espaços.
O posicionamento dos pilares é regularizado para a eficiência da construção e 
deve sempre ser considerado, pois pode determinar o uso do espaço.
Estruturas de madeira têm normalmente colunas em 
sequência ou paredes de arrimo a cada 3 a 5 metros; 
edifícios em escala comercial de aço ou concreto a cada 
7 a 15 metros. Sistemas estruturais para auditórios, arenas 
e outros espaços afins podem ter arcadas de 30 metros ou 
mais (FREDERICK, 2010).
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Como fazemos para organizar uma planta de forma racional? Como projetar as 
circulações? Os espaços de serviço? E os espaços de permanência?
 
Figura 48 – Organização de planta através da circulação. Fonte: Frederick (2010).
Para o propósito de design conceitual, considere as funções 
centrais de um edifício como sólidas: seus sanitários, 
depósitos, espaços mecânicos, passagens de elevador, 
escadas de incêndio, entre outras. Espaços centrais são 
normalmente agrupados ou localizados um próximo do 
outro. Os espaços vazios de um edifício são os primeiros 
e maiores a ser projetados: seus saguões, laboratórios, 
espaços para cultos, galerias de exposições, salas de leitura, 
auditórios, ginásios, salas de estar, escritórios, espaços 
industriais, e assim por diante. Deliberar uma planta baixa 
significa criar relações práticas e agradáveis entre as áreas 
centrais e as áreas do programa básico (FREDERICK, 2010).
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O artigo Casas brasileiras do século XX traz projetos emblemáticos da arquitetura 
residencial e modernista produzida no Brasil. São analisadas18 casas projetadas 
no período de 1940 até os anos 2000.
O artigo de Abilio Guerra e Alessandro José Castroviejo Ribeiro foi publicado na 
revista Arquitextos e pode ser lido através do link:. 
Acesso em: 20 out. 2018.
Fonte: GaleriaDaArquitetura (2014).
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3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A casa é o programa arquitetônico essencial para todo projetista. É comum que arquitetos 
projetem suas próprias residências, inserindo com muita liberdade suas convicções do que é o 
espaço ideal. Moradia é o programa mais recorrente nas nossas cidades, seja apartamento, em 
edifícios multifamiliares, seja casa unifamiliar que ocupa um terreno na cidade. Todo ser humano, 
independente da classe social, tem direito à moradia, é por isso que o programa residencial 
sempre foi e sempre será uma questão atual para os projetistas e planejadores urbanos.
O programa de necessidades de uma residência varia de acordo com o tipo de família 
que vai ocupar o espaço. Cada família possui um número de pessoas diferente, um estilo de vida 
diferente e esses critérios definem espaços distintos para as casas que projetamos. Assim, é de 
extrema importância que o projetista conheça bem os usuários para quem está projetando.
Nos precedentes arquitetônicos que estudamos nessa unidade podemos perceber como o 
programa básico de uma residência é organizado. A separação entre as áreas de serviço, descanso 
e social é bastante recorrente. Essa solução permite que o espaço seja organizado de maneira 
racional, inclusive quando o sistema estrutural acompanha essa divisão permite que os ambientes 
fiquem livres de pilares e vigas, evitando que atrapalhasse a colocação dos móveis.
O entendimento do local e do terreno onde se intervém também é um critério essencial 
para um bom projeto. Pois, com isso, o projetista garante o conforto ambiental do espaço interno 
e uma relação com o entorno da construção: um jardim ou uma cidade densa e construída.
Por fim, é preciso conhecer as soluções construtivas, espaciais e organizacionais de 
precedentes arquitetônicos importantes da história da arquitetura brasileira e internacional, que 
nos ajudam a fazer as escolhas certas no projeto que concebemos.
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04
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 60
1 - PROGRAMA DE NECESSIDADES ....................................................................................................................... 61
1.1 TERRENO E LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................... 62
2 - ESTUDO DE REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS .............................................................................................. 63
3 - APROVAÇÃO DE PROJETO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS ..................................................................................... 65
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 73
PROJETO ARQUITETÔNICO DE 
EDIFICAÇÃO DE USO MISTO
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DISCIPLINA:
PROJETO 
ARQUITETÔNICO
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INTRODUÇÃO 
“Como arquiteto, deve-se projetar para o presente, com certo conhecimento do passado, 
para um futuro que é essencialmente desconhecido” (FOSTER, s/d, s.p.). O projeto de residência 
térrea é sempre um bom ponto de partida para quem quer praticar a habilidade de conceber 
espaços. Mas a carreira de projetistas, arquitetos e engenheiros, possui situações de maior 
complexidade. Quanto maior o programa de necessidades, mais problemas devemos resolver e 
mais conflitos devemos evitar.
Nessa unidade, estudaremos projetos de uso misto, suas diferentes funções, acessos e 
como será o resultado formal de tudo isso. Você deve projetar uma edificação de dois pavimentos 
com uso comercial e residencial. Esse programa foi definido pois é um tipo bastante comum em 
nossas cidades e gera benefícios para a população.
Segundo Gaete (2013, s/p), “os bairros de uso misto, onde as pessoas podem caminhar 
mais, geram benefícios para a saúde de seus habitantes e fomentam a criação de comunidades 
mais ativas, com qualidade de vida superior”. Além disso, projetos de uso misto atendem às 
principais funções da cidade: moradia, trabalho, comércio e lazer.
Após definido o programa de necessidades, vamos estudar o terreno e, então, buscar 
algumas referências arquitetônicas a fim de perceber e aprender como edifícios de uso misto 
devem ser projetados para suas diferentes funções.
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1 - PROGRAMA DE NECESSIDADES
Nessa unidade vamos fazer um projeto de uso misto. Funções diferentes na mesma 
edificação devem ser bem planejadas de modo a evitar conflitos entre os usuários de cada função. 
O projetista precisa ter a sensibilidade de saber quais funções devem estar próximas e quais 
devem estar separadas, além de compreender o contexto urbano em que o empreendimento está 
inserido para resolver acessos e volumetria, deixando as diferentes funções claras e legíveis para 
quem passa pela via pública (calçada ou rua).
Nessa unidade temos um programa de necessidades maior e mais complexo:
 - Estabelecimento de uso misto de 2 pavimentos;
 - Uso comercial: 2 salas comerciais;
 - Uso comercial: Lavabo acessível;
 - Uso comercial: Área de copa com pia;
 - Uso residencial: dois apartamentos de até 55m²;
 - Uso residencial: sala de estar;
 - Uso residencial: dois quartos;
 - Uso residencial: cozinha e área de serviço;
 - Uso residencial: um banheiro social;
 - Acessos independentes;
 - Circulação feita por escada protegida;
 - Estacionamento para automóveis;
 - Deixar espaço para instalação de futuro elevador.
Programas como esse são interessantes pois agregam valor à edificação, uma vez que ter 
um espaço comercial (restaurante, salão de beleza, lojas em geral etc.) próximo a residências é 
favorável tanto para os moradores quanto para os comerciantes. Além de gerar uma circulação 
contínua de usuários (moradores, clientes, lojistas etc.) que acaba movimentando a rua e 
valorizando todo o bairro.
Cabe ao projetista criar espaços confortáveis, com iluminação e ventilação apropriada, 
o correto dimensionamento das áreas e a separação adequada dos acessos às diferentes funções. 
É preciso, também, que a edificação possua legibilidade quanto aos seus distintos usos. Alguém 
que procura um apartamento ou um comércio nessa área, mas não conhece o edifício, precisa 
perceber logo onde estão os diferentes acessos ou o estacionamento onde deve deixar seu carro.
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1.1 Terreno e Legislação
Localizado em Maringá na Avenida Joaquim Duarte Moleirinho, o terreno em que você 
deverá projetar possui área de 450,00m². Sendo um lote de esquina, com duas frentes, deverá ser 
projetada uma edificação com duas fachadasprincipais. O lado menor mede 15,00m e o maior 
30,00m, considere um desnível inexistente. A zona a que o terreno pertence é a Zona Residencial 
2 (ZR2), mas a presença da avenida submete o local aos parâmetros de uso e ocupação do Eixo 
de Comércio e Serviço B (ECSB), como demonstra a tabela a seguir.
Figura 49 – Localização do terreno. Fonte: Prefeitura do Município de Maringá (2018).
Figura 50 – Parâmetros de uso e ocupação do terreno. Fonte: Prefeitura do Município de Maringá (2018).
Ao final do seu projeto, faça os cálculos dos índices urbanísticos e monte uma tabela de 
esquadrias. Nesse projeto você deve atender aos critérios de acessibilidade para o uso comercial, 
evitando escadas e espaços onde a cadeira de rodas não tem acesso. Para o uso residencial a 
acessibilidade universal não é obrigatória.
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2 - ESTUDO DE REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS
Nessa unidade vamos estudar um projeto que é residência e consultório médico no 
mesmo local. Construída em 1955, a casa Curutchet foi projetada pelo arquiteto Le Corbusier, 
que foi contratado por um médico argentino solicitando uma residência para sua família e um 
espaço para abrigar sua clínica de atendimento, no mesmo terreno, localizado na cidade de La 
Plata, próxima a Buenos Aires.
Figura 51 – Fachada da Casa Curuuchet. Fonte: Holanda. Archdaily. (2012).
Quando Le Corbusier aceitou o desafio de fazer esse projeto, ele precisou de um 
colaborador para acompanhar e executar a obra, uma vez que o arquiteto suíço não poderia se 
deslocar até a Argentina. O argentino Amancio Williams ficou responsável por essa tarefa, ele 
executou a obra e inclusive fez algumas mudanças necessárias no projeto, tudo com a permissão 
de Le Corbusier com quem se comunicava através de cartas.
O terreno possui 9,00m de frente por 20,00m de profundidade e está localizado em frente 
a uma praça pública da cidade, mantendo uma relação visual através de terraços e a transparência 
das grandes janelas do consultório. A casa foi dividida em dois volumes: residência na parte 
posterior do lote e consultório na parte frontal, alinhado com a rua e com vista para a praça. 
Entre esses dois volumes, que separam os usos de moradia e trabalho, o arquiteto previu um pátio 
aberto com jardim. A ligação entre esses volumes acontece através de uma rampa de acesso que 
passa por esse pátio organizando as circulações entre residência e clínica.
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Figura 52 – Rampa e pátio da Casa Curuuchet. Fonte: Holanda. Archdaily. Foto de Julia Risi (2012).
Ao adentrar o terreno, o pedestre está protegido pelo volume do consultório que fica 
apoiado sobre pilares, deixando o térreo livre. Para entrar na casa é preciso subir um lance da 
rampa, passando pelo jardim do pátio. Para entrar no consultório é preciso subir mais um lance da 
rampa, completando o percurso e retornando à frente do lote, chegando ao volume superior que 
protege a entrada. O programa residencial está distribuído em quatro pavimentos, conectados 
por uma escada em U encostada no muro do fundo do lote. Já o programa do consultório médico 
está concentrado em um pavimento que possui como cobertura um terraço plano, protegido por 
um brise fixo de concreto branco, de onde podemos observar a praça.
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Figura 52 – Plantas da Casa Curuuchet. Fonte: Holanda. Archdaily (2012).
Essa casa é considerada a única obra construída do arquiteto suíço na América Latina, 
apesar de outros projetos e tentativas do arquiteto – inclusive no Brasil – que não foram 
concretizadas. A organização do programa de necessidades, que separa a casa em dois volumes, a 
composição modernista e a espacialidade obtida por esse projeto fizeram com que a casa ficasse 
muito conhecida no meio arquitetônico. Em 1987, ela foi declarada como um monumento 
nacional da Argentina.
3 - APROVAÇÃO DE PROJETO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
Como visto na Unidade I, as construções que fazemos como responsáveis técnicos em 
nossas cidades devem ser analisadas e aprovadas pelos órgãos públicos competentes, geralmente, 
a prefeitura. O documento que devemos preparar nessa etapa é o chamado Projeto Legal (P.L.) 
– ver 1.3. Etapas do Projeto. Cada prefeitura pode definir aquilo que o profissional deve entregar 
para a aprovação de sua obra e, assim, conseguir o alvará de construção.
Na prefeitura de Maringá devemos obedecer aos critérios do Agiliza Obras. Se você precisa 
saber sobre outras cidades deve se informar na prefeitura ou com algum profissional da área. 
As informações sobre o Agiliza Obras podem ser facilmente encontradas no site da Prefeitura 
Municipal de Maringá, podendo ser acessadas por qualquer pessoa – profissional da área ou não. 
Existem três modelos de aprovação de projeto: regularização, modificação e construção.
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A prancha do projeto legal é composta, basicamente, pelo desenho da implantação da 
edificação no lote e pelos gabaritos de área de cada pavimento. Essas informações já são suficientes 
para que a prefeitura de Maringá possa conferir parâmetros urbanísticos: recuos, índice de 
aproveitamento, taxa de ocupação e taxa de permeabilidade. Além disso, também é preciso 
identificar acessos de automóveis e pedestres e vagas de estacionamento, tanto de carros como 
de motocicletas. O Agiliza Obras de Maringá não exige a entrega das plantas e cortes completos, 
nem confere dimensões de ambientes ou esquadrias, esses itens são de inteira responsabilidade 
do profissional que assina o projeto. A redução dos dados apresentados para a aprovação do 
projeto e pedido de alvará da obra juntamente com a informatização e digitalização de todo o 
projeto tem como objetivo acelerar esse processo.
Seguem imagens da legenda padrão e do carimbo que o profissional deve utilizar nas 
pranchas.
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Figura 53 – Legenda padrão para o projeto legal. Fonte: Prefeitura do Município de Maringá (2018).
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Figura 54 – Modelo de carimbo para a prancha. Fonte: Prefeitura do Município de Maringá (2018).
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Calçadas e fachadas ativas geram uma cidade inclusiva ao priorizar os cidadãos 
no planejamento urbano. Como o espaço público mais utilizado pelos pedestres 
na vida urbana, as calçadas devem ser bem pensadas a fim de darem conforto e 
segurança a quem usufrui e transita por elas.
Quando estiver desenhando um edifício com perfil urbano, 
posicione sua fachada de forma alinhada à construção da 
rua, a não ser que haja uma razão para fazer o contrário. 
Na verdade, pode ser tentador – como foi para muitos 
arquitetos modernistas – destacar um prédio urbano 
retrocedendo-o da rua, mas a vida urbana é baseada em 
proximidade, facilidade de movimento e urgência. Colocar 
edifícios recuados da calçada torna-os menos acessíveis 
ao pedestre, reduz a viabilidade econômica das empresas 
[e lojas] do andar térreo e enfraquece a definição espacial 
da rua (FREDERICK, 2010).
Figura 55 – Desenho da calçada ideal. Fonte: Frederick (2010).
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Imagine cada projeto como o resultado final da edificação.
“Quando for difícil encontrar uma solução para uma planta 
baixa, uma planta do local, elevação do edifício, seção ou 
forma do edifício, considere-a como uma composição em 
2D ou 3D. Isso irá encorajá-lo a dar atenção equilibrada 
à forma e ao espaço irá ajuda-lo a integrar aspectos 
discrepantes do esquema; irá, também, desencorajá-lo de 
focar excessivamenteem seu traço favorito (FREDERICK, 
2010, p. 43).
Faça as seguintes perguntas:
 • A composição possui um equilíbrio abrangente?
 • Algumas áreas da composição parecem ter sido ignoradas?
Arte de projetar em arquitetura é um livro que todo 
projetista deveria consultar sempre. O livro traz 
informações de dimensionamento, organização e 
layout de edifícios de todos os tipos e funções que 
podemos imaginar. Esse manual de construção, 
escrito originalmente por Ernst Neufert, foi revisado 
e atualizado. Vale a pena buscar em alguma 
biblioteca e conhecer essa importante obra:
NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. São 
Paulo: Gustavo Gili, 2013.
Fonte: Neufert (2013).
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A série de vídeos produzida pelo ArqFuturo Brasil “Cidade cidadão” apresenta 
os principais desafios enfrentados pelas cidades e as soluções propostas pelo 
urbanismo contemporâneo. Segue o link do vídeo que traz como assunto o “uso 
misto” nas cidades.
CIDADE CIDADÃO | USO MISTO – Arq.Futuro Brasil. 2017. 
Disponível em: . 
Acesso em: 28 out. 2018.
Fonte: Arqfuturo Brasil (2017).
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cidade contemporânea é a cidade do uso misto. Estudiosos da área afirmam que a 
mistura de funções no espaço urbano permite a circulação permanente de pessoas, o que acaba 
gerando um sentimento de segurança no espaço público. Além disso, edifícios que abrigam 
mais de uma função são benéficos para o mercado imobiliário, uma vez que contribuem para a 
valorização de um bairro na cidade.
Assim, o projetista contemporâneo precisa compreender a complexidade dos novos 
programas de necessidades que as nossas cidades demandam. Muitas vezes o maior desafio é fazer 
um bom projeto em que convivam funções distintas e, por vezes, conflituosas. A experiência e o 
conhecimento são essenciais para que o projetista consiga organizar da melhor maneira possível 
esses novos edifício multifuncionais.
Terminamos essa disciplina com a realização de projeto legal, fundamental para a 
aprovação nos órgãos públicos e alvará de construção. Como explicado, cada sede municipal 
possui um padrão diferente de projeto legal, por isso o profissional deve se informar na prefeitura 
de sua cidade qual é o procedimento correto para a aprovação de obras arquitetônicas. 
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REFERÊNCIAS
ACAYABA. M. M. Residências em São Paulo 1947 – 1975. São Paulo: Projeto, 1986.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12267: Normas para elaboração 
de Plano Diretor. Rio de Janeiro, 1992.
_____. NBR 13531: Projetos de Edificações – Atividades Técnicas. Rio de Janeiro, 1995.
_____. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio 
de Janeiro, 2015.
_____. NBR 9077: Saídas de Emergência em Edifícios. Rio de Janeiro, 2001.
BRITTO. F. O uso misto do solo como mecanismo para reduzir a criminalidade. 10 abr. 2013. 
ArchDaily Brasil. Acesso em: 22 nov. 2018. Disponível em: . ISSN 0719-
8906.
CARLOS. L. O que é Arquitetura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
CHING. F. D. K.; LAMPARELLI, A. H. Arquitetura: Forma, espaço e ordem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2002.
CORONA MARTÍNEZ. A. Ensaio sobre o projeto. Tradução de Ane Lise.
COSTA. L. Relatório do Plano Piloto de Brasília. Rio de Janeiro, 1955.
FRACALOSSI. I. Clássicos da Arquitetura: Casa das Canoas / Oscar Niemeyer. 15 dez. 2011. 
ArchDaily Brasil. Acesso em: 22 nov. 2018. Disponível em: . ISSN 0719-8906.
_____. Clássicos da Arquitetura: Casa de Vidro / Lina Bo Bardi. 14 Dez 2011. ArchDaily Brasil. 
Acesso em: 22 nov. 2018. Disponível em: . ISSN 0719-8906.
_____. Clássicos da Arquitetura: Residência Oscar Americano / Oswaldo Bratke. 24 jul. 2013. 
ArchDaily Brasil. Acesso em: 22 nov. 2018. Disponível em: . ISSN 0719-
8906.
FREDERICK. M. 101 Lições que aprendi na Escola de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 
2010.
HOLANDA. M. Clássicos da Arquitetura: Casa Curutchet / Le Corbusier. 21 abr. 2012. ArchDaily 
Brasil. Acesso em: 22 nov. 2018. Disponível em: . ISSN 0719-8906.
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REFERÊNCIAS
LAWSON. B. Como arquitetos e designers pensam. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.
MILAZZO. M.; ALMAGRO. R. Residência Rothschild, de Oscar Niemeyer. Revista Projetos. 
2016. ISSN 2595-4245.
NEUFERT. E. A arte de projetar em arquitetura. 17ª ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2011.
_____. A Arte de Projetar em Arquitetura. São Paulo: Gustavo Gili, 2013.
PERRONE. R. A. C.; VARGAS. H. C. Fundamentos de Projeto: Arquitetura e Urbanismo. São 
Paulo: EDUSP, 2014.
REGO. R. L. Conformações para a vida moderna: A arquitetura e a morada em meados do 
século XX. Maringá: EDUEM, 2008. 
ROCHA. P. M. A cidade é feita mais de homens do que de construções. El País Brasil: 
São Paulo. 8 nov. 2018. Disponível em: . Acesso em: 10 nov. 2018.
SABOYA. R. Taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento. Urbanidades, 2007. Disponível 
em: . 
Acesso em: 22 out. 2018.
SABOYA. R. Urbanismo e planejamento urbano no Brasil – 1875 a 1992. Urbanidades, 2008. 
Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2018.
_____. Zoneamento e planos diretores. Urbanidades, 2007. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2018.
_____. Zoneamento e planos diretores. Urbanidades, 2017. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2018.
UNWIN. S. Exercícios de Arquitetura: Aprendendo a Pensar como um Arquiteto. São Paulo: 
Bookman, 2013.
_____. Vinte Edifícios Que Todo Arquiteto Deve Compreender: Aprendendo a Pensar como 
um Arquiteto. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
VERRI JÚNIOR. A. A obra de José Augusto Bellucci em Maringá. 2001. Dissertação (Mestrado 
em Arquitetura e Urbanismo). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São 
Paulo, São Paulo.
VILELA JÚNIOR, A. J. A casa na obra de João Filgueiras Lima, Lelé. 2011. Dissertação 
(Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade 
de Brasília, Brasília.
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REFERÊNCIAS
WISNICK. G. Oscar Niemeyer. São Paulo: Folha de São Paulo, 2011.
ZEVI. B. Saber ver arquitetura. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.Paulo Mendes da Rocha. Fonte: adaptado de Zein 
(2005).
O processo de fazer projeto é uma habilidade complexa e sofisticada, ou seja, uma prática 
que apenas pode ser adquirida através de repetidas tentativas (UNWIN, 2013, p. 5). Assim como 
para aprender um novo idioma ou um instrumento musical não basta apenas seguir um manual 
de instruções, é preciso praticar o processo de projeto – desenhar, apagar e desenhar de novo. 
Mesmo um projetista com anos de experiência opera o projeto modificando-o inúmeras vezes, 
até encontrar uma solução satisfatória (CORONA MARTINEZ, 2000).
Figura 3 – Processo de projeto para a rodoviária de Londrina de Oscar Niemeyer, em que o arquiteto descarta a 
planta retangular e adota a planta circular. Fonte: adaptado de Niemeyer (1978).
O projeto possui várias escalas, cada uma com sua complexidade particular. Podemos 
começar, por exemplo, pela escala maior: o projeto de uma cidade inteira. Depois detalhamos 
um bairro dessa cidade e, então, uma edificação localizada nesse bairro. Diminuindo ainda 
mais a escala, podemos fazer o detalhamento de esquadrias, o projeto de interiores e até chegar 
ao detalhamento da dobradiça da porta de um armário. “Portanto, parte da definição de um 
problema de projeto é o nível de detalhamento que exige atenção” (LAWSON, 2011, p. 61).
Para que os estudantes possam praticar atividades de projeto, é comum que as escolas 
do mundo todo utilizem o ateliê físico e conceitual como principal meio de ensino (LAWSON, 
2011). O sistema de ateliê é um “processo de aprender fazendo, no qual os alunos recebem uma 
série de problemas de projeto para resolver” (LAWSON, 2011, p. 19): o aprendizado se dá através 
da realização de um projeto pelo estudante. A manipulação desses problemas, a interpretação 
das informações necessárias e a união coerente das ideias são um processo mental que deve ser 
concretizado em formas, sejam maquetes, modelos ou desenhos, que, normalmente, são mais 
usados no início desse processo. Essa concretização das ideias é o que permite testar, aferir e 
avaliar se a proposta é viável.
É você, estudante, que nessa disciplina vai praticar e descobrir qual é a sua maneira de 
começar um projeto. Desenhos a mão e maquetes rápidas de papel são eficientes para testar 
forma e espaço no início do processo, mas há aqueles que não abrem mão dos instrumentos 
virtuais como Sketchup e AutoCAD.
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Figura 4 – Processo de projeto para a catedral de Maringá, em que o arquiteto Bellucci utiliza desenhos e maque-
tes. Fonte: adaptado de Verri (2000).
1.1. Mapeamento do Processo
Chamamos de processo projetual o conhecimento dos problemas de projeto e as tentativas 
de resolvê-los. A solução desses problemas consiste, então, em uma “sequência de decisões” 
definida pelo ordenamento e estruturação do problema (análise); tentativa de criar resposta ao 
problema (síntese); crítica das soluções sugeridas (avaliação); e, por fim, a decisão de projeto. 
Essa sequência nem sempre é linear e unidirecional: é comum voltar a uma etapa precedente, dar 
um passo atrás e rever uma solução. O processo é, assim, uma sequência cíclica.
O ato de projetar não é uma atividade que se manipula por meio de uma 
sequência de procedimentos logicamente encadeados ou dedutíveis, como 
numa experiência supermetódica ou cientifica. Esses procedimentos, por vezes, 
se manifestam de modo linear e sucessivo, por vezes de maneira tortuosa ou 
de forma retroativa ou superposta, quase sempre por idas e vindas, avanços e 
tropeços (PERRONE, 2014, p. 149).
Figura 5 – Representação gráfica do processo de projeto. Fonte: Lawson (2011, p. 46-47).
Outro ponto importante é que, em um projeto, o mesmo problema possui inúmeras 
respostas válidas. Assim, são possíveis infinitas combinações das diferentes respostas dadas aos 
diversos problemas que compõem um projeto. Por isso, o resultado nunca é o mesmo! O mesmo 
problema de projeto, orientado pelo mesmo professor em uma sala de aula acarreta sempre em 
resultados diferentes e únicos.
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1.2. Conceitos
Durante o aprendizado de projeto, muitas vezes vamos nos deparar com novas palavras 
e novos conceitos relacionados à concepção do espaço ainda inexistente. “As expressões ‘desenho 
arquitetônico’, ‘composição arquitetônica’, ‘arquitetura’, ‘projetos’, etc. designam um conjunto 
de matérias de ensino da prática projetual que se semelham bastante nas diferentes escolas de 
arquitetura.” (CORONA MARTINEZ, 2000, p. 55).
1.2.1. Composição
Em geral, compor significa “colocar junto”: relacionar e juntar partes que formam 
um todo, criando assim a forma e o espaço do futuro edifício. Um campus universitário, por 
exemplo, é composto por vários edifícios, cada um com sua função específica, que por sua vez, 
são compostos por elementos arquitetônicos – paredes, pisos, escadas, tetos, portas e janelas. Se 
ainda escolhermos uma janela desse edifício, também podemos dividi-la em partes que juntas 
formam esse objeto completo.
Assim, chamamos as partes dos edifícios de “elementos de composição”. Repare que, os 
elementos são, geralmente, objetos estáticos – parede, porta, teto – e que nós nos movimentamos 
e ocupamos o espaço vazio entre esses elementos.
As formas e as qualidades dos espaços arquitetônicos influenciam incrivelmente 
a experiência e o comportamento humano, porque nós habitamos os espaços do 
nosso meio construído e não as paredes sólidas, os telhados e as colunas que os 
formam (FREDERICK, 2010, p. 18).
1.2.2. Programa arquitetônico
Cada novo edifício terá de cumprir determinadas necessidades, que estarão distribuídas 
e organizadas em espaços apropriados. Esse conjunto de necessidades funcionais e sociais é 
conhecido como Programa, e é a partir dele que o arquiteto inicia a criação artística.
Programa arquitetônico ou programa de necessidades se refere, então, ao planejamento 
dos espaços de um edifício de acordo com as atividades que cada espaço deverá abrigar. É nesse 
momento que o projetista deve saber qual o correto dimensionamento desses espaços, analisando 
a área que cada atividade demanda, de qual o mobiliário necessita e quantos usuários vão realizá-
la.
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Figura 6 – Modelo de organização e dimensionamento dos espaços de um edifício. Fonte: Frederick (2010).
1.2.3. Partido arquitetônico
O bom projeto é conduzido por ideias essenciais. Partido arquitetônico seria a ideia 
central ou o conceito de uma construção, que tem como consequência uma forma, ou seja, um 
resultado físico que é derivado de algumas condicionantes.
Segundo Carlos Lemos (1994), existem seis condicionantes que determinam o partido 
arquitetônico:
• A técnica construtiva, uma das mais importantes, depende dos materiais e recursos 
disponíveis;
• O clima, que deve definir o conforto do usuário, dependendo do local onde a construção 
está no mundo;
• As condições físicas e topográficas do local onde se intervém;
• O programa de necessidades, segundo os usos, costumes populares e as expectativas do 
usuário;
• As condições financeiras do empreendedor dentro do quadro econômico da sociedade;
• A legislação regulamentadora e/ou as normas sociais e/ou as regras da funcionalidade.
É importante lembrar, como já foi dito nesta unidade, que as mesmas situações podem 
justificar infinitos partidos, composições e soluções diferentes entre si. A representação do partido 
arquitetônico pode ser feita por meio de diagramas e/ou textos.
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“[...] Dito isto, vejamos como nasceu, se definiu e resolveu a presente 
solução:
1 – Nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele 
toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o pró-
prio sinal da cruz.2 – Procurou-se depois a adaptação à topografia local, ao escoa-
mento natural das águas, à melhor orientação, arqueando-se um 
dos eixos a fim de contê-lo no triângulo equilátero que define a área 
urbanizada [...]”.
Figura 7 – Representação do partido arquitetônico do projeto da nova capital Brasília. Fonte: Memorial de Brasília 
de Lucio Costa (1956).
Na Roma Antiga, um arquiteto chamado Marcus Vitruvius Pollio escreveu os 10 volumes 
do livro “De Architectura”. Nos livros, Vitruvius entedia a arquitetura a partir de três aspectos: a 
solidez, a funcionalidade e a beleza. A solidez consiste no sistema construtivo do edifício, aquilo 
que faz ele “parar em pé”. A funcionalidade é a correta distribuição e dimensionamento das 
funções que o edifício deve abrigar. E a beleza consiste na harmonia da composição de elementos 
clássicos na obra. Para Vitruvius, a boa arquitetura seria aquela que representasse o perfeito 
equilíbrio entre esses três aspectos.
1.3 Etapas do Projeto
As etapas de projeto são definidas pela Norma Brasileira de Elaboração de Projetos de 
Edificações – Atividades Técnicas (NBR 13.531/1995). Cada uma das etapas compõe uma parte 
sucessiva das atividades técnicas do projeto, a NBR 13531 divide o processo em oito partes. 
Seguem as definições de cada etapa:
LEVANTAMENTO DE 
DADOS
Etapa destinada à coleta das informações de referência 
que representem as condições preexistentes, de interesse 
para instruir a elaboração do projeto, podendo incluir os 
seguintes tipos de dados: planialtimétricos; cadastrais; 
geológicos; hídricos; ambientais; climáticos; ecológicos; 
técnicos; legais; legais e jurídicos; sociais; econômicos; 
financeiros; e outros.
PROGRAMA DE 
NECESSIDADES
Etapa destinada à determinação das exigências de caráter 
prescritivo ou de desempenho (necessidades e expectativas 
dos usuários) a serem satisfeitas pela edificação a ser 
concebida
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ESTUDO DE 
VIABILIDADE
Etapa destinada à elaboração de análise e avaliações 
para seleção e recomendação de alternativas para a 
concepção da edificação e de seus elementos, instalações e 
componentes.
ESTUDO PRELIMINAR
Etapa destinada à concepção e à representação do 
conjunto de informações técnicas iniciais e aproximadas, 
necessário à compreensão da configuração da edificação, 
podendo incluir soluções alternativas.
ANTEPROJETO OU 
PRÉ-EXECUÇÃO
Etapa destinada à concepção e representação das 
informações técnicas provisórias de detalhamento da 
edificação e de seus elementos, instalações e componentes, 
necessárias ao inter-relacionamento das atividades técnicas 
de projeto e suficientes à elaboração de estimativas 
aproximadas de custos e de prazos dos serviços de obra 
implicados.
PROJETO LEGAL
Etapa destinada à representação das informações técnicas 
necessárias à análise e aprovação, pelas autoridades 
competentes, da concepção da edificação e de seus 
elementos e instalações, com base nas exigências legais 
(municipal, estadual, federal), e à obtenção do alvará ou 
das licenças e demais documentos indispensáveis para as 
atividades de construção.
PROJETO BÁSICO
Etapa opcional destinada à concepção e à representação 
das informações técnicas da edificação e de seus 
elementos, instalações e componentes, ainda não 
completas ou definitivas, mas consideradas compatíveis 
com os projetos básicos das atividades técnicas necessárias 
e suficientes à licitação (contratação) dos serviços de obra 
correspondentes.
PROJETO EXECUTIVO
Etapa destinada à concepção e à representação final das 
informações técnicas da edificação e de seus elementos, 
instalações e componentes, completas, definitivas, 
necessárias e suficientes à licitação (contratação) e à 
execução dos serviços de obra correspondentes.
Tabela 1 – Definição das Etapas de Projeto. Fonte: NBR 13531 (1995).
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É comum, no Brasil, que o tempo do projeto seja menor que o tempo da obra. No entanto, 
não podemos poupar tempo na fase de projeto com o objetivo de começar a obra antes. É preciso 
que os projetistas passem por todas as etapas de projeto e tenham tempo suficiente para prever 
todo e qualquer problema antes da obra começar. Com isso, o tempo poderá ser facilmente 
recuperado na fase de execução da obra, inclusive gerando economia de gastos.
1.4 Precedentes de Obras Conceituadas de Arquitetura
Todo novo projeto é para o projetista uma nova situação, e assim, todo projetista ao iniciar 
uma nova proposta se vê diante de uma folha em branco. Como começar um novo projeto? Quais 
são as atitudes iniciais? Como podemos saber qual é a solução mais adequada pra o novo desafio?
Em primeiro lugar, nenhum objeto é realizado ou “inventado” sem que se 
conheça a existência de seus predecessores, seus análogos, ou quaisquer coisas 
que se possam ter em comum com o que vai ser projetado. Há de se ter em 
mente as memórias de objetos, espaços e ambientes similares (PERRONE, 2014, 
p. 149).
A busca de precedentes é o procedimento mais adequado para o início do projeto. Todos 
os registros de um objeto similar devem ser pesquisados, revisados e apreendidos como referência 
para a concepção do novo objeto ainda inexistente. Conhecer os aspectos de um edifício similar 
e já existente ajuda o projetista a decidir sobre as qualidades que deseja manter e os defeitos que 
deseja evitar em seu novo projeto. “Assim, contata-se que não se deve pensar em projeto como 
uma inovação e criação de novidade, sem reservar espaço para o reconhecimento do que veio 
antes” (PERRONE, 2014, p. 149).
Figura 8 – O Palácio do Itamaraty em Brasília possui claras referências aos tempos greco-romanos, com suas colu-
nas na periferia da forma e a repetição dos arcos, resultando em um feitio moderno. Fonte: a autora (2018).
1.4.1 Análise de precedentes arquitetônicos
As duas casas que vamos analisar nesse capítulo estão em situações completamente 
distintas, no entanto, apresentam alguns aspectos em comum que poderão ser observados através 
do estudo:
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1.4.1.1. CASA FARNSWORTH
Figura 9 – Casa Farnsworth em Illinois, Estados Unidos da América. Fonte: Leoni (2011).
Pequena residência projetada pelo arquiteto Mies Van der Rohe por volta de 1945, com 
construção em 1950 em um bosque no estado de Illinois, Estados Unidos. O arquiteto, nascido 
na Alemanha, começou sua carreira em Berlim. Porém, na década de 1930, se vê impossibilitado 
de continuar sua carreira profissional diante da ditadura nazista, por isso, emigra para a América 
do Norte e se estabelece nos Estados Unidos a partir de 1938.
Essa é uma pequena casa, de forma simples, feita com poucos materiais – principalmente 
perfis de aço e vidro laminado. A obra mede, na planta, 8,80m por 23,50m, o programa está 
abrigado entre dois planos horizontais (lajes de forma retangular) paralelos: uma plataforma de 
piso e um teto plano, que são sustentados por oito pilares de aço, e têm seu espaço fechado por 
grandes planos de vidro transparente.
A aparente simplicidade da casa tem muitas sutilezas. A Casa Farnsworth é 
elegante, e o contraponto entre sua estrutura branca e sua geometria disciplinada, 
por um lado, e a irregularidade pitoresca do cenário que a rodeia à margem do 
rio, por outro, é belo e envolvente. O edifício também está imbuído de uma 
poesia que apela ao intelecto, derivado da ressonância de sua forma com antigos 
precedentes arquitetônicos (UNWIN, 2014, p. 65).
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Figura 10 – Esquema compositivo da Casa Farnsworth. Fonte: Unwin (2014).
Ao entrar na casa, primeiro subimos alguns degraus para chegar a uma varanda descoberta, 
um plano horizontal que conforma um patamar entre o chão do bosque e o nível elevado do único 
pavimentoda residência. Ao passar por essa varanda, subimos mais alguns degraus e chegamos 
à segunda plataforma, onde, de fato, estão distribuídas as funções da casa que se moldam ao 
formato dos retângulos paralelos. Para entender a organização espacial observe a planta a seguir.
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Figura 11 – Corte e Planta da Casa Farnsworth. Fonte: Unwin (2014).
O layout é bastante flexível, permitindo que o morador possa mudar quando achar 
conveniente. Para garantir as funções de privacidade, o arquiteto previu um núcleo dividido em 
três partes – dois banheiros e o dispositivo de aquecimento central –, entre a sala de estar e a 
cozinha. Esse núcleo central possui simetria nos seus dois eixos centrais, ele define a posição da 
mobília fixa: bancadas da cozinha, instalações sanitárias e armários e lareira da sala de estar.
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Figura 12 – Imagens do interior da Casa Farnsworth. Fonte: Leoni (2011).
O espaço dessa residência não é definido por paredes sólidas, mas sim pela posição 
dos móveis, algo que gera uma liberdade de ocupação. A valorização da paisagem do bosque é 
concebida junto com o projeto, pois os planos de vidro permitem sua visão de dentro da casa e 
em qualquer posição. Assim, a natureza também faz parte da arquitetura.
1.4.1.2. CASA DAS CANOAS
Figura 13 – Casa das Canoas de Oscar Niemeyer. Fonte: Fracalossi, ArchDaily (2018).
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Essa é uma residência projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer para ele e sua família. 
Construída em 1952, na floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, em um terreno de declive acentuado 
e com vista privilegiada para a vegetação densa da floresta atlântica até alcançar o mar na linha 
do horizonte.
A casa aproveita o desnível do terreno ao separar o programa em dois pavimentos. A parte 
mais íntima dos dormitórios e banheiro está no pavimento inferior, enquanto as áreas sociais – 
salas de estar e jantar e cozinha – estão na parte alta, nível de acesso principal a casa. Como uma 
esplanada, a sala, coberta por uma laje de desenho com curvas sinuosas, se abre para a paisagem 
da floresta por meio da transparência do vidro.
Figura 14 – Laje com desenho em curvas sinuosas conformam varanda e sala. Fonte: Fundação Niemeyer (s/d).
“Fugindo dos limites impostos pelos planos de vedação, a marquise forma amplas áreas 
cobertas no exterior da casa, criando uma delicada zona de transição entre o dentro e fora” 
(WISNICK, 2011, p. 31). Além da transparência, a integração com a natureza também acontece 
quando o arquiteto opta por manter uma grande rocha encontrada no terreno, que é incorporada 
no interior da casa e no limite da piscina. A paisagem natural das florestas e montanhas do Rio de 
Janeiro estão representadas nos contornos sinuosos que dão forma a casa.
Figura 15 – Integração com a natureza através da vista e da permanência da pedra. Fonte: adaptado de Finotti 
(s/d).
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A inexistência de paredes no piso superior resulta em um layout flexível. Antes de 
entrarmos na casa, passamos por uma varanda conformada pela extensão da grande laje curva 
da cobertura. Esse elemento de cobertura passa uma sensação de grande leveza, uma vez que é 
sustentada por finos pilares metálicos pintados de preto. Dentro da casa estamos em um grande 
salão sem limites, apenas escada, banheiro e cozinha são delimitados por paredes sólidas. No 
pavimento inferior, totalmente intimista, estão distribuídos os três dormitórios, dois banheiros 
e o escritório, espaços separados por paredes para garantir a privacidade. Tem-se então dois 
pavimentos completamente diferentes em sua conformação: um superior totalmente social e sem 
limites, e um inferior totalmente compartimentado e que valoriza a vida íntima da família.
Figura 16 – Plantas da Casa Farnsworth. Fonte: adaptado de Casas Brasileiras (2010).
As duas casas que analisamos como precedentes foram projetadas e construídas em 
um intervalo menor que dez anos. Embora estejam em locais diferentes e tenham programas 
diferentes, elas possuem em comum a valorização da natureza ao seu redor, através de fechamentos 
transparentes e a extensão do espaço interno. Além disso, o espaço social nos dois casos é livre de 
limites sólidos, resultando em um grande salão de uso flexível.
Na casa Farnsworth, percebemos uma forma bastante pragmática, definida por linhas e 
ângulos retos. Enquanto na casa das canoas, temos uma forma livre, definida pela linha curva da 
cobertura e do fechamento em vidro. No entanto, as duas residências têm seu espaço principal 
definido entres dois planos paralelos: o chão e uma laje de cobertura plana e sustentada por 
pilares metálicos.
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A teoria da figura-superfície afirma que o espaço que resulta da disposição das 
figuras deveria ser considerado tão cuidadosamente quanto as próprias figuras.
O espaço é chamado espaço negativo se estiver sem forma após a disposição 
das figuras. Recebe o nome espaço positivo se tiver uma forma.
Quando os elementos ou espaços não estão 
explícitos, mas ainda assim são aparentes – nós 
os vemos apesar de não podermos vê-los – são 
chamados deduzidos
A teoria do sólido-nulo é a contrapartida 
tridimensional para a teoria da figura-
superfície. Ela sustenta que os espaços 
volumétricos conformados ou deduzidos 
pela disposição de objetos sólidos são tão 
importantes quanto os próprios objetos, 
ou mais importantes que eles.
Um espaço tridimensional é considerado 
um espaço positivo se tiver um formato 
definido e um senso de limite ou princípio 
entre o dentro e o fora. Espaços positivos 
podem ser definidos de infinitas maneiras 
por pontos, linhas, superfícies planas, 
volumes sólidos, árvores, beiradas de 
edifícios, colunas, paredes, montes de terra 
e outros inúmeros elementos
Figura 17 – Texto e imagens retirados do 
livro 101 Lições que Aprendi na Escola de 
Arquitetura. Fonte: Frederick (2010).
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Forma e espaço devem seguir a uma função previamente definida pelo programa 
de necessidades?
Projetar parece ser, ao mesmo tempo, muito fácil e muito 
difícil, na medida em que é influenciado por diversos 
aspectos. Mas, a questão central é sempre o espaço e 
sua construção através de elementos arquitetônicos: se 
o espaço individual é determinado por sua função, um 
conjunto espacial necessita, em contrapartida, de uma 
ordenação superior, um tema espacial. Os elementos 
arquitetônicos seguem este tema, dando caráter à forma 
específica e autenticidade temporal. Como a história 
mostra, a função determina apenas de maneira limitada 
a organização espacial. Um tipo de edifício modifica-se 
diversas vezes segundo motivos que nem sempre são os 
funcionais. Um edifício permite diversas formas de uso, pois 
é muito mais do que apenas uma “luva” para determinada 
função, o que é provado claramente pela vida útil de antigas 
construções (NEUFERT, 2013, p. 54).
Figura 18 – No Pavilhão Alemão da Feira internacional de Barcelona, o arquiteto Mies Van Der 
Rohe define o espaço utilizando apenas planos verticais e horizontais. Fonte: a autora (2013).
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Para mais informações sobre o processo de projeto 
em arquitetura e os conceitos a ele relacionados, ver 
o livro: LAWSON, B. Como arquitetos e designers 
pensam. São Paulo: Oficina de Textos, 2011, p. 13-
40.
Fonte: Lawson (2011).
Uma definição interessante sobre a ideia de projeto arquitetônico pode ser vista 
no vídeo: O que define um bom projeto? O vídeo traz rápidas entrevistas com 
arquitetosde todo o Brasil que citam noções relacionadas a bons projetos de 
edificações e exemplos das suas obras preferidas.
Segue o link do vídeo:
O que define um bom projeto? – Arquitetura e Urbanismo para todos. 2014. 
Disponível em: . Acesso em: 05 out. 2018.
Acredito que depois de ter assistido esse filme, você deve ter compreendido a 
importância de um bom projeto arquitetônico, aquele que possui uma implantação 
adequada no terreno, que se adequada à situação climática do local e traz conforto 
para os usuários do edifício. Você já parou para pensar como as pessoas podem 
ser mais felizes habitando espaços bem projetados?
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2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa parte inicial vimos alguns conceitos relacionados à arquitetura e que acompanham 
a ideia de projeto arquitetônico. Fazer projetos de edifícios é um tipo de conhecimento que se 
obtém com a prática, como aprender um novo idioma ou um instrumento musical. Projetar é 
imaginar algo que não existe e transmitir isso para o papel, formando um conjunto de documentos 
necessários para a construção da obra.
Quanto mais experiência e mais conhecimento o projetista tem de outros edifícios 
similares, mais fácil se torna essa atividade de projetar. Por isso, é de extrema importância ler 
sobre arquitetura e construção, além de conhecer projetos de edifícios que marcaram a história 
da arquitetura, pois com esse conhecimento você terá mais facilidade quando receber um novo 
problema de projeto para solucionar.
Também vimos que o ato de projetar é uma atividade que possui várias etapas e pode 
levar algum tempo para ser finalizado. Quanto mais tempo levamos para definir todos os detalhes 
do projeto e conferir todos os desenhos e documentos que acompanham a construção de uma 
obra, menos tempo perdemos durante a construção e mais recursos, materiais e dinheiro vamos 
economizar. Assim, um projeto bem detalhado, bem feito e que cumpre corretamente todas as 
etapas é benéfico tanto para o projetista quanto para o empreendedor ou usuário da edificação.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 24
1 - NOÇÕES GERAIS DE PLANO DIRETOR ............................................................................................................. 25
1.1 APLICAÇÃO DE ÍNDICES URBANÍSTICOS ........................................................................................................ 26
1.1.1 ZONEAMENTO ................................................................................................................................................... 26
1.1.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ........................................................................................................................... 28
1.2 CÓDIGO DE OBRAS E DIMENSIONAMENTO DA EDIFICAÇÃO ....................................................................... 31
2 - NORMAS BRASILEIRAS PARA PROJETO ......................................................................................................... 33
2.1 ACESSIBILIDADE A EDIFICAÇÕES, MOBILIÁRIO, ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS URBANOS ..................... 33
2.2 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA EM EDIFÍCIOS ...................................................................................................... 38
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 42
NORMAS E LEIS: ESTUDO DE 
DIMENSIONAMENTO DE ESPAÇOS
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DISCIPLINA:
PROJETO 
ARQUITETÔNICO
PROF.A MA VANESSA CALAZANS DA ROSA
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INTRODUÇÃO
A arquitetura acomoda diferentes tipos de coisas – animais, obras de arte, 
móveis e até mesmo atmosferas, “espíritos”, etc. –, mas seu conteúdo principal 
e mais desafiador são as pessoas. [...] Embora as pessoas tenham todo tipo de 
formatos e tamanhos, essas variações estão em uma faixa bastante limitada. Os 
seres humanos raramente ultrapassam determinada altura e em geral se movem 
e movimentam suas articulações da mesma maneira. O corpo – seu tamanho, 
alcance e mobilidade – representa outro tipo de geometria – a antropometria 
(UNWIN, 2013).
Um edifício normalmente ocupa um espaço na cidade e quase sempre é construído para 
abrigar pessoas. Quando elaboramos um projeto existem alguns fatores que devemos seguir, 
como as leis de desenvolvimento da cidade, o conforto dos usuários, a acessibilidade universal 
para todos os tipos de pessoas e outros fatores de qualidade da edificação.
Esses fatores são descritos na forma de leis ou normas. As leis urbanas são feitas para cada 
município, que deve levar em consideração suas particularidades, ou seja, as leis urbanas de uma 
cidade como São Paulo (uma grande metrópole) são muito diferentes das leis de Maringá (uma 
cidade média). Já as normas valem para todo o território nacional e são feitas pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que possui um comitê técnico responsável por cada tema. 
O tema que nos interessa nessa disciplina é o da construção civil e infraestrutura, no entanto, vale 
lembrar que a ABNT é responsável por normatizar os mais variados temas como energia, saúde, 
serviços, pesquisa etc., sempre com o objetivo de garantir qualidade para os usuários.
Nessa unidade vamos estudar sobre leis de edificação urbana, dimensionamento correto 
de ambientes, normas de acessibilidade universal, normas de saídas de emergência e outras 
normas que sempre irão nos auxiliar em projeto de edificações. 
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1 - NOÇÕES GERAIS DE PLANO DIRETOR
O plano diretor é uma lei municipal, obrigatória para cidades que tenham mais de 20 
mil habitantes. As condições para a sua elaboração estão descritas na NBR 12267 - Normas para 
elaboração de Plano Diretor. Segundo esse documento, plano diretor é “Instrumento básico de 
um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento 
urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados” (ABNT, 1992).
A lei do Plano diretor deve ser revista a cada dez anos junto com a população do município 
em um processo transparente e democrático. O documento deve ser compreensível e acessível 
a todos que habitam aquele município, para isso deve conter textos, gráficos, mapas, desenhos, 
relatórios etc.
São elementos mínimos de um plano diretor:
a) objetivos do Plano Diretor expressos num documento introdutório onde sejam 
claramente explicitados;
b) caracterização da região, do município e da cidade, composta dos seguintes elementos:
- características geológico-geotécnicas de interesse para o uso e ocupação do solo;
- principais condicionantes físicos, ambientais, socioeconômicos e demográficos, sistema 
viário e infraestrutura urbana, bem como equipamentos sociais e serviços urbanos;
c) diagnóstico e prognósticos elaborados quanto aos aspectos anteriormente mencionados;
d) conjuntos de proposições de diretrizes alternativas para a consecução do 
desenvolvimento do município;
e) critérios adotados para avaliação das proposições alternativas apresentadas;
f) diretrizes do Plano Diretor;
g) anteprojeto da Lei, do Plano Diretor, de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, do 
Código de Obras e Edificações; programas, planos setoriais, projetos e planos de ação do governo 
municipal; diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais, vinculações e dotações; e aparelhamento 
administrativo necessário (ABNT, 1992).
O plano diretor descreve o caminho que deve ser percorrido para atingir um objetivo, 
ou seja, é uma lei produzida juntamente com a população. Assim, essa lei é composta de várias 
outras leis que orientam o desenvolvimentourbano. Vamos estudar algumas delas a seguir.
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Figura 19 – Para poder planejar é preciso saber onde se quer ir. O plano diretor deverá definir o caminho a ser 
seguido. Fonte: Saboya (2008).
1.1 Aplicação de Índices Urbanísticos
Algumas leis complementares do plano diretor têm a função de controlar o crescimento 
urbano, escolher zonas com maior população, separar funções conflitantes, proteger áreas 
inadequadas à edificação, controlar o tráfego de veículos etc.
1.1.1 Zoneamento
Esse instrumento é muito utilizado nos planos diretores, ele divide a cidade em áreas/
zonas que têm funções, usos e um tipo de ocupação específica. Portanto, o seu objetivo é separar 
usos conflituosos. Para isso, o zoneamento controla principalmente dois elementos: uso (função) 
da edificação e o porte (tamanho) dos lotes e dos prédios que serão construídos em cada zona, ou 
seja, o quanto se pode construir em cada terreno.
Através disso, supõe-se que o resultado final alcançado através das ações 
individuais esteja de acordo com os objetivos do Município, que incluem 
proporcionalidade entre a ocupação e a infra-estrutura, necessidade de 
proteção de áreas frágeis e/ou de interesse cultural, harmonia do ponto de vista 
volumétrico, etc. (SABOYA, 2007).
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Figura 20 – Mapa de Zoneamento de Maringá, produzido em 2014. Fonte: SEPLAN – Maringá/PR (2014).
Geralmente, o zoneamento é representado em forma de mapa que acompanha uma 
legenda com cores e siglas representando o nome de cada zona da cidade. O modo como cada 
zona deve ser ocupada, ou seja, o tipo de edifício que podemos construir aparece, geralmente, em 
forma de tabela onde estão descritos os índices urbanísticos.
Figura 21 – Detalhe do mapa de Zoneamento de Maringá com legenda das zonas. Fonte: SEPLAN – Maringá/PR 
(2014).
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1.1.2 Uso e ocupação do solo
Geralmente, na tabela de uso dividimos nas seguintes categorias: residencial, comercial e 
serviços, industrial, agrícola, proteção ambiental etc. No entanto, é comum que haja mistura de 
funções em determinadas zonas, por exemplo, pequenos estabelecimentos de comércio e serviço 
(padarias, academias etc.) são permitidos em zonas residenciais para atender a demanda dos 
moradores, já estabelecimentos maiores (shoppings, indústrias etc.) são proibidos. Fundos de 
vale e nascentes são locais que devem preservar a sua mata nativa, por isso é comum que esses 
locais sejam classificados como área de proteção ambiental, mesmo que a cidade preveja algum 
tipo de uso específico, esse não pode prejudicar o meio local. Outras áreas também envolvem 
questões ambientais e de tratamento do solo, como cemitérios e áreas de mineração.
Figura 22 – Tabela de Uso de Maringá. Fonte: SEPLAN – Maringá/PR (2014).
Atualmente, as leis de uso e ocupação incentivam atividades mistas na maior parte das 
zonas, especialmente no centro. Por outro lado, é possível evitar que usos muito incompatíveis 
instalem-se lado a lado. Um bom planejamento deve prever um tipo de ocupação que seja 
vantajoso para a cidade, a fim de atingir os objetivos de desenvolvimento previstos no plano 
diretor, além de melhorar a vida da sua população.
A tabela de ocupação descreve o modo como cada zona deve ser construída e trazem os 
seguintes fatores de controle:
a) Número máximo de pavimentos (altura ou gabarito);
b) Coeficiente ou índice de aproveitamento (C.A. ou I.A.);
c) Taxa de ocupação (T.O.);
d) Afastamentos/recuos frontal, lateral e fundos;
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e) Taxa de Permeabilidade do solo;
f) Tamanho do Lote;
g) Testada ou largura frontal do lote.
Tabela 2 – Tabela de Ocupação de Maringá. Fonte: SEPLAN – Maringá/PR (2014).
O número máximo de pavimentos, também chamado de gabarito, corresponde à altura 
máxima que a edificação pode atingir. Em algumas cidades ele é determinado em número de 
pavimentos, mas também pode ser definido por cota máxima que a cobertura pode atingir. Em 
Maringá, por exemplo, a altura máxima de um edifício é a cota 650 no centro.
O coeficiente ou índice de aproveitamento é um número absoluto (1; 2; 3,5 etc.) que 
multiplicado pela área do lote indica a área máxima da construção somando-se todos os 
pavimentos. Algumas cidades não contabilizam, dentro dessa área máxima, espaços destinados 
a barrilete, casa de máquinas, central de gás, subsolos etc. O cálculo para a área construída de 
determinada zona é expresso da seguinte maneira:
A taxa de ocupação é expressa em porcentagem e corresponde à projeção da edificação 
dentro do lote. Importante notar que essa projeção de área não tem relação com o número de 
pavimentos. Como se pudéssemos elevar o prédio do chão, a sombra resultante dele no seu 
terreno corresponderia à área de projeção, utilizada para o cálculo da seguinte maneira:
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Figura 23 – Situações diferentes de ocupação no lote. Fonte: Saboya (2007).
Os afastamentos ou recuos são medidas entre o edifício e os limites do lote que ocupa. 
Recuo frontal é a medida entre o prédio e o alinhamento da frente do lote, em contato com a via 
pública. Os afastamentos laterais são as medidas entre o prédio e o limite do lote em contato com 
os vizinhos. Finalmente, o afastamento de fundo ou posterior é a medida entre o prédio e o limite 
posterior do lote. Esse parâmetro, geralmente, é expresso em metros.
Taxa de permeabilidade corresponde à porcentagem de área permeável dentro do lote, ou 
seja, a área que permite a infiltração de água no solo, sem pavimentação e que não é coberta pela 
construção. Nessa área pode ser feito o jardim, com cobertura vegetal, areia ou pedras. O cálculo 
de taxa de permeabilidade é expresso da seguinte maneira:
Lote ou terreno é a definição de uma pequena área de terra dentro da cidade destinado à 
construção. Cada zona pode determinar uma área mínima de lote, ou seja, o menor tamanho de 
terra que pode ser parcelado para aquele pedaço da cidade. Na lei federal de Parcelamento do Solo 
Urbano (lei no 6766/79) a área mínima determinada é de 125m2. A testada é como chamamos a 
medida da lateral frontal do terreno, ou seja, aquela aresta do lote que está em contato com a via 
pública – calçada e rua.
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Figura 24 – Desenho esquemático dos índices urbanísticos. Fonte: Saboya (2007).
1.2 Código de obras e dimensionamento da edificação
A lei que regula as construções, obras ou serviços de engenharia é o código de obras e 
edificações do município. Assim, antes de construir é necessário que o projeto passe por uma 
análise, geralmente, realizada pela prefeitura, com a finalidade de garantir que a nova edificação 
satisfaça às exigências legais regulamentadas no código de obras.
Alguns dos parâmetros definidos pelo código de obras são:
a) altura mínima do pé-direito;
b) área mínima dos ambientes (sala, dormitório, banheiros etc.);
c) círculo inscrito em cada ambiente;
d) área mínima de ventilação e iluminação;
e) beiral;
f) número de vagas de estacionamento.
Outros aspectos das construções também podem ser previstos pelo código de obras, 
como o projeto de rampas e escadas, a organização do canteiro de obras etc.
O código de obras de Maringá é a Lei Complementar 1045 atualizado em 2016. Esse 
documento é acompanhado pelas Normas Regulamentadoras Municipais (NRM) que definem 
aspectos precisos para o projeto de edificações na cidade. A NRM nº E-10003 institui sobre o 
número das vagas de veículos, dimensões, disposição, manobras etc. definidos de acordo com o 
tipo e o porte do edifício projetado.
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Figura 25 – Trecho da NRM que trata sobre as vagas de estacionamento em habitações. Fonte: Câmara Municipal 
de Maringá (2016).
Algumas cidades ainda trazem tabelas com especificações de área, círculo inscrito, pé-
direito, ventilação e iluminação mínimas para cada ambiente habitacional, garantindo, assim, 
uma qualidade mínima para habitação social.
Segue um exemplo do código de obras da cidade de Cianorte/PR:
Figura 26 – Trecho do Código de Obras de Cianorte/PR. Fonte: Câmara Municipal de Cianorte (2006).
No projeto legal é preciso indicar as dimensões e os materiais das aberturas (portas e 
janelas) de cada ambiente, assim é possível avaliar se as áreas de ventilação e iluminação estão 
dentro do padrão mínimo exigido. Para isso, devemos produzir uma tabela de esquadrias, que 
indica essas informações para quem lê o projeto. Nessa tabela, cada esquadria recebe um código, 
que possui medidas de largura, altura e peitoril, além de tipos de abertura e material. Os códigos 
devem ser colocados na planta, próximo às portas ou janelas à que ele se refere. Utilize P para 
portas (P1; P2; P3) e J para janelas (J1; J2; J3), como mostra o exemplo a seguir.
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Figura 27 – Tabela de esquadrias para projeto legal. Fonte: a autora (2018).
2 - NORMAS BRASILEIRAS PARA PROJETO
Quando projetamos edifícios e cidades, estamos lidando com seres humanos que 
possuem necessidades diferentes. A fim de garantir um grau ótimo de qualidade para os projetos, 
a ABNT normalizou algumas regras que os projetistas devem seguir para solução ou prevenção 
de problemas em edifícios. Essas regras valem para todo o território nacional e foram organizadas 
em documentos chamados de Norma Brasileira Regulamentadora (NBR).
2.1 Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e 
Equipamentos Urbanos
Essa norma é comumente conhecida pelo seu número – NBR 9050 – sua última atualização 
foi feita em 2015. Seu objetivo é estabelecer critérios e parâmetros observados quanto ao projeto 
e construção de edificações às condições de acessibilidade universal. O documento é extenso 
em completo com relação ao tema, por isso é importante que todo projetista tenha acesso a ele 
sempre que for começar um novo projeto. Aqui, vamos tentar eleger alguns pontos importantes 
da norma para que você possa entender como ela é organizada. Nunca se esqueça de pesquisar e 
consultar a NBR 9050 sempre que for necessário.
Um dos primeiros pontos da norma trata de parâmetros antropométricos, dando especial 
atenção a pessoas com mobilidade reduzida (P.M.R.) e pessoas em cadeira de rodas (P.C.R.).
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Figura 28 – Dimensões do módulo de referência (M.R.). Fonte: NBR 9050 (2015).
As dimensões que uma cadeira de rodas, motorizada ou não, ocupa no piso é de 1,20m X 
0,80m e é chamada de módulo de referência.
As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem deslocamento são: para 
rotação de 90° = 1,20m × 1,20m; para 180° = 1,50m × 1,20m e para 360° = círculo com diâmetro 
de 1,50m. Conforme a imagem a seguir:
Figura 29 – Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento. Fonte: NBR 9050 (2015).
O projeto de rampas, para deslocamento vertical também é definido na NBR 9050. São 
consideradas rampas superfícies de piso com declividade igual ou superior a 5%. A declividade de 
uma rampa é apresentada em forma de porcentagem (%) e deve ser calculada através da seguinte 
equação:
Onde: i= inclinação do piso (%); h= altura do desnível (m); c= comprimento da projeção 
horizontal (m).
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Figura 30 – Dimensionamento de rampas. Fonte: NBR 9050 (2015).
As inclinações máximas das rampas são definidas de acordo com a altura de seu desnível, 
também é recomendado o uso de descansos (patamares) a cada 50m de percurso. A inclinação 
máxima permitida é de 8,33%, no entanto, para reformas, quando não há possibilidades de 
construir rampas nesse limite, é permitido uma inclinação de até 12,5%. Observe a tabela a seguir 
para o projeto de rampas:
Figura 31 – Dimensionamento de rampas. Fonte: NBR 9050 (2015).
As laterais das rampas devem ser protegidas para maior segurança. Quando não houver 
paredes, é preciso prever guarda-corpo, corrimãos e guias de balizamento com altura mínima de 
0,05m. Os corrimãos devem atender duas alturas: 0,70m e 0,92m, conforme o seguinte desenho:
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Figura 32 – Corrimão, guarda-corpo e guia de balizamento. Fonte: NBR 9050 (2015).
O projeto das vias públicas também devem atender normas de acessibilidade. As calçadas 
em frente ao lote onde estamos intervindo com projeto, são de nossa responsabilidade, por isso, 
é imprescindível conhecermos os parâmetros corretos do projeto. A largura da calçada é dividida 
em três faixas de uso: Faixa de serviço, faixa livre (ou passeio) e faixa de acesso ao lote, cada uma 
dessas faixas tem aspectos que devem ser obedecidos.
- Faixa de serviço: serve para acomodar o mobiliário, os canteiros, as árvores e os postes 
de iluminação ou sinalização. Recomenda-se reservar uma faixa de serviço com largura mínima 
de 0,70 m;
- Faixa livre ou passeio: destina-se exclusivamente à circulação de pedestres, deve ser 
livre de qualquer obstáculo, ter inclinação transversal de até 3%, ser contínua entre lotes e ter no 
mínimo 1,20 m de largura e 2,10 m de altura livre;
- Faixa de acesso: consiste no espaço de passagem da área pública para o lote. Esta faixa 
é possível apenas em calçadas com largura superior a 2,00 m. Serve para acomodar a rampa de 
acesso aos lotes lindeiros.
Figura 33 – Divisão das calçadas. Fonte: NBR 9050 (2015).
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- Faixa de serviço: serve para acomodar o mobiliário, os canteiros, as árvores e os postes 
de iluminação ou sinalização. Recomenda-se reservar uma faixa de serviço com largura mínima 
de 0,70 m;
- Faixa livre ou passeio: destina-se exclusivamente à circulação de pedestres, deve ser 
livre de qualquer obstáculo, ter inclinação transversal de até 3%, ser contínua entre lotes e ter no 
mínimo 1,20 m de largura e 2,10 m de altura livre;
- Faixa de acesso: consiste no espaço de passagem da área pública para o lote. Esta faixa 
é possível apenas em calçadas com largura superior a 2,00 m. Serve para acomodar a rampa de 
acesso aos lotes lindeiros.0
Figura 34 – Divisão das calçadas. Fonte: NBR 9050 (2015).
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2.2 Saídas de emergência em edifícios
A NBR 9077 trata da segurança que os edifícios devem ter para que as pessoas possam 
abandoná-los em caso de incêndios, além de permitir o fácil acesso da equipe de resgate e 
bombeiros para o combate ao fogo e a retirada das pessoas. A largura das saídas deve ser 
dimensionada em função do número de pessoas que por elas deva transitar, ou seja, a população 
que ocupa o edifício. A largura das saídas, isto é, dos acessos, escadas, descargas e outros é dada 
pela seguinte fórmula:
Uma unidade de passagem (N) corresponde a uma saída com 0,55m de largura. A largura 
mínima de qualquer saída deve ser 1,10m, correspondendo a duas unidades de passagem de 
55 cm. Já em edifícios que abrigam funções de saúde é preciso permitir a passagem de macas e 
camas, assim, a largura mínima das saídas deve ser 2,20m.
Para dimensionar a população, as larguras e o número de saídas de emergência dos 
edifícios que projetamos, a norma 9077 nos traz algumas tabelas em anexo que classificam as 
edificações de acordo com o uso, o porte e materiais construtivos:
 - Tabela 1 - Classificação das edificações quanto à sua ocupação;- Tabela 2 - Classificação das edificações quanto à altura;
 - Tabela 3 - Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta;
 - Tabela 4 - Classificação das edificações quanto às suas características construtivas.
A última tabela (Tabela 5) cruza os dados obtidos nas tabelas anteriores e traz uma média 
da população, dando ao projetista a capacidade da unidade de passagem (C), útil na fórmula das 
saídas de emergência. Todos os parâmetros obtidos, tanto nas tabelas quanto na fórmula, devem 
ser entendidas como o mínimo aceitável pela NBR 9077. Segue um exemplo de cada uma das 
tabelas anexas na norma:
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Figura 35 – Anexo da NBR 9077. Fonte: NBR 9077 (2001).
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Figura 36 – Anexo da NBR 9077. Fonte: NBR 9077 (2001).
Sempre que estamos projetando alguma edificação surgem dúvidas sobre diversos 
aspectos do projeto. Para que as dúvidas possam rapidamente ser sanadas é importante ter acesso 
às leis municipais e normas técnicas. Não é preciso aprender tudo sobre todas as leis e normas, 
como se estivesse memorizando um texto, basta saber onde procurar as informações necessárias, 
assim, a resolução dos problemas será mais rápida e eficiente.
Ainda existem outras normas e leis federais que podem te auxiliar no projeto de 
edificações, segue uma lista de algumas delas para que você possa pesquisar 
assim que for necessário:
 - NBR 5626 – Instalação predial de água fria;
 - NBR 7198 – Projeto e execução de instalações prediais de água quente;
 - NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão;
 - NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto.
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Qual a lógica do zoneamento funcional das cidades? Existem áreas na cidade que 
possuem vocação para o uso comercial? Ou residencial? Ou industrial? Entender a 
lógica de localização dos usos é essencial para entender e planejar cidades.
Entender a lógica de localização dos usos [na cidade] é 
importante porque permite que as ações de planejamento 
e intervenção sobre elas, com especial destaque para os 
planos e projetos urbanísticos, dialoguem com essa lógica, 
em vez de tentar impor a esses usos uma lógica que lhe é 
estranha. [...] O próprio sentido de “planejar” traz embutida 
uma descrença na ideia de que apenas a lógica própria da 
cidade, ou a lendária “mão invisível do mercado” (imobiliário, 
neste caso), serão suficientes para gerar resultados 
satisfatórios. Portanto, planejar significa interagir com 
essa lógica para orientá-la em direções consideradas mais 
adequadas do que as tendências existente (SABOYA, 2017).
Para saber mais sobre as origens e os objetivos do zoneamento e planos diretores 
no desenvolvimento urbano das nossas cidades, leia a série de três artigos de 
Renato Saboya, disponíveis no site Urbanidades.
Seguem os links:
Fonte: Saboya (2018).
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Algumas definições sobre os termos acessibilidade, saídas e escadas de 
emergência em edificações podem ser conferidas no vídeo: Entenda sobre 
Acessibilidade e Rota de Fuga.
Segue o link do vídeo:
Entenda sobre Acessibilidade e Rota de Fuga – Acessibilidade Aplicada 
I Eduardo Ronchetti. 2017. Disponível em: . Acesso em: 15 out. 2018. 
Acredito que depois de ter assistido esse filme, você deve ter compreendido a 
importância de prever áreas acessíveis no projeto de edificações, mesmo aquelas 
de pequeno porte.
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa unidade nos mostrou o quanto é importante para um projetista conhecer as leis 
municipais de sua cidade e as normas federais que regulamentam nossos edifícios. Podemos 
ver com calma como se organiza um plano diretor, a lei municipal que têm como objetivo o 
pleno desenvolvimento urbano. Junto com ela existem as leis complementares que organizam e 
regulam os edifícios construídos de nossas cidades, a lei de zoneamento que possui as tabelas de 
uso e ocupação.
Além da lei de zoneamento, também vimos como se organiza o código de obras, uma lei 
que regula como os edifícios devem ser construídos. É nesse documento que podemos conferir 
quantas vagas de estacionamento devem ser previstas em cada imóvel de acordo com o seu 
uso, qual é o porte mínimo de cada ambiente, quanto de iluminação e ventilação é necessário e 
critérios para a construção de escadas, rampas e acessos etc.
As normas brasileiras (NBR) que interferem no espaço construído e devem fazer parte 
do dia-a-dia de quem faz projeto arquitetônico são a NBR 9050 (Acessibilidade a edificações, 
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos) e a NBR 9077 (Saídas de emergência em edifícios). 
Essas normas são publicadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e existem 
para garantir uma qualidade ótima para nossas edificações. As informações desses documentos 
são bastante complexas e detalhadas, assim, é importante que todo projetista tenha acesso a elas 
facilmente e compreenda como cada uma delas está organizada, de modo a otimizar o tempo que 
precisamos para consultá-las durante o trabalho.
Na NBR 9050 encontramos informações sobre dimensões de cadeiras de rodas, rampas, 
escadas, corrimãos e projeto de calçadas. Enquanto na NBR 9077 encontramos informações para 
projetar corredores, portas e saídas de emergência em caso de edifícios que possuem uma grande 
aglomeração de pessoas, de modo a facilitar a fuga dos usuários ou a entrada de profissionais de 
resgate em casos de incêndios nesses locais.
 
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................... 44
1 - PROGRAMA DE NECESSIDADES ...................................................................................................................... 45
1.1 TERRENO E LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................... 46
2 - PROJETO DE RESIDÊNCIAS .............................................................................................................................. 47
2.1 ESTUDO DE REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS .............................................................................................. 48
2.1.1. CASA DE VIDRO ............................................................................................................................................... 48
2.1.2. CASA CARMEM PORTINHO .......................................................................................................................... 50
2.1.3. CASA ROTHSCHILD ........................................................................................................................................ 52
2.1.4. CASA OSCAR AMERICANO ............................................................................................................................ 53
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 58
PROJETO ARQUITETÔNICO 
DE HABITAÇÃO TÉRREA
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DISCIPLINA:
PROJETO 
ARQUITETÔNICO
PROF.A MA VANESSA CALAZANS DA ROSA
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INTRODUÇÃO 
Mas a arquitetura não provém de um conjunto de larguras, comprimentos e 
alturas dos elementos construtivos que encerram o espaço, mas precisamentedo vazio, do espaço encerrado, do espaço interior em que os homens andam e 
vivem (ZEVI, 1996).
Leis e normas para projetos arquitetônicos são importantes para garantir o mínimo de 
qualidade das edificações. Mas o espaço interior, criado pelo vazio entre paredes, lajes e outros 
elementos pode constituir-se como a essência da arquitetura. Projetar seria organizar esse espaço 
vazio, delimitado por elementos construídos.
Nessa unidade, estudaremos projetos de residências. Você, aluno, deve projetar uma casa 
térrea, passando por todas as etapas de composição projetual. O programa casa foi escolhido por 
ser universal e conhecido de todos. Segundo Vilela (2011, p. 86), a casa é um instrumento
de experimentação do arquiteto através de sua percepção da cidade, e da 
própria sociedade, no momento em que, ao realizar o projeto, o arquiteto 
inevitavelmente oscila entre o caráter excepcional de obra de arte e a criteriosa 
análise dos aspectos funcionais e construtivos.
Primeiramente, vamos definir o programa de necessidades, ou seja, quais funções 
seu projeto deve atender. Depois, estudaremos o terreno em que a casa deverá ser projetada, 
dimensões, orientação, topografia e leis urbanísticas. Finalmente, será necessário estudar algumas 
referências arquitetônicas de residências projetadas por arquitetos brasileiros, para entender as 
decisões de projeto e aprender como uma casa deve ser organizada. Assim, você terá uma maior 
segurança para fazer o seu próprio projeto.
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1 - PROGRAMA DE NECESSIDADES
 
Como já vimos na primeira unidade, programa de necessidades se refere à determinação 
das exigências, necessidades e expectativas dos usuários atendidas pelo projeto a ser concebido. 
Nesse exercício vamos construir uma residência térrea, que deve conter os seguintes critérios: 
 - Área máxima de 180m²;
- Sala de estar e jantar;
- Cozinha; 
- Área de Serviço;
- Garagem para dois automóveis;
- Três quartos, sendo uma suíte;
- Um banheiro social;
- Um espaço de trabalho/estudo;
Todos esses ambientes devem ter boa iluminação e boa ventilação, além de comportarem 
área suficiente para a colocação dos móveis e equipamentos necessários para o seu uso. Uma 
sala de estar e jantar deve ser suficiente para conter pelo menos sofá, televisão e equipamentos, 
poltronas e mesa de jantar com cadeiras, além disso, se achar necessário pode haver uma estante 
de livros, ou outro móvel de apoio. A cozinha é talvez o espaço mais complexo de uma residência, 
as instalações de água, gás, esgoto e elétricas devem ser bem planejadas e bem construídas para 
garantir a segurança da família, equipamentos como fogão e forno precisam estar ao lado de 
bancadas de apoio, a geladeira precisa de espaço suficiente para ser usada com conforto, é 
importante pensar no espaço que ela ocupa estando aberta. O lugar em que as pessoas passam 
menos tempo em uma residência é a área de serviço, apesar disso, seu projeto também deve 
ser pensado com cautela, nesse ambiente devemos prever tanque, máquina de lavar roupas e 
bancada de passar, além de armários para o armazenamento de produtos de limpeza. Os carros 
estacionados na garagem não podem impedir a entrada e saída de pedestres, seus acessos devem 
ser separados, além disso, um carro não pode impedir o outro de entrar ou sair. Os lugares 
preferidos dos usuários, geralmente, são os quartos, um ambiente exclusivo para descanso, é 
aqui que devemos prever camas, guarda-roupa e mesas de cabeceira. Em contrapartida, o espaço 
de trabalho e estudo também deve ser confortável para que os usuários possam se concentrar 
nas suas atividades, bem iluminado e ventilado para manter um conforto no ambiente e ter 
instalações, computadores e luminárias de mesa.
Com esse programa de necessidades, você já pode começar a pensar como será o seu 
projeto de residência. Comece a imaginar: que forma tem esse volume? Como é a cobertura? 
Qual a estrutura dessa cobertura? O que as pessoas que passam pela rua veem ao olhar para o 
terreno?
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1.1 Terreno e Legislação
O terreno onde a casa deverá ser projetada se localiza na cidade de Maringá. O terreno 
possui área de 336,00m², testada de 12,00m, com profundidade de 28,00m, considere-o plano, ou 
seja, com desnível inexistente. Esse lote se encontra na Rua Vitório Del Ângelo, e está submetido 
aos parâmetros de uso de ocupação da Zona Residencial 2 (ZR2).
Figura 37 – Localização do terreno. Fonte: Prefeitura do Município de Maringá (2018).
Figura 38 – Parâmetros de uso e ocupação do terreno. Fonte: Prefeitura do Município de Maringá (2018).
Lembre-se de olhar a orientação solar, através da posição norte, dessa forma, você poderá 
aplicar seus conhecimentos de conforto ambiental no seu projeto arquitetônico. Ao final do seu 
projeto, faça os cálculos dos índices urbanísticos que você aprendeu na unidade 2: Coeficiente 
de aproveitamento, taxa de ocupação e taxa de permeabilidade. Procure atender os critérios de 
acessibilidade no projeto, evitando escadas e espaços pequenos. Para esse projeto de uma casa 
térrea não é preciso aplicar as normas de saídas de emergência.
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2 - PROJETO DE RESIDÊNCIAS
Quando se faz uma casa para esse infame mercado, não se está fazendo uma casa 
para ninguém. O músico terá um piano, o criador de passarinho terá 10 gaiolas, 
e depois de alguns anos vão vender para outra pessoa. A casa se transforma. No 
fundo, a arquitetura somos nós, e uma cidade é feita mais dos comportamentos 
dos homens do que das construções (ROCHA, 2018).
Conforme muda a relação das famílias e a tecnologia do mundo moderno, mudam as 
condições da vida doméstica. Essas mudanças acabam por modificar o programa de residência. 
Novas técnicas de construção, novas tecnologias e o tempo que ficamos descansando ou 
trabalhando em nossas casas são fatores que criam novas formas de morar. Cada residência que 
projetamos toma uma forma diferente, pois possui moradores diferentes.
Antes de dar início ao projeto vamos fazer alguns estudos de referências arquitetônicas de 
residências. Daremos mais atenção para arquitetos brasileiros que ficaram reconhecidos no século 
XX, durante o conhecido movimento moderno. Selecionei residências de arquitetos responsáveis 
por pensar o projeto e suas relações com o entorno de modo particular, muitas vezes, fazendo do 
exterior uma extensão do espaço interno da casa.
Assim, a casa é a perfeita oportunidade para os arquitetos experimentarem novas formas, 
novos elementos e novas tecnologias. Segundo Acayaba (1986, p.15), “a casa é muitas vezes a 
única, a melhor ocasião para o profissional experimentar”. Logo, faz todo sentido que o programa 
residência seja o primeiro objeto de projeto de quem pretender aprender essa habilidade.
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2.1 Estudo de Referências Arquitetônicas
2.1.1. CASA DE VIDRO
A residência implantada no bairro do Morumbi em São Paulo foi projetada pela arquiteta 
Lina Bo Bardi, para ela e seu marido, por volta de 1949. A transparência do volume da sala fez 
com que a casa ficasse conhecida como Casa de Vidro.
Figura 39 – Casa de Vidro – Lina do Bardi. Fonte: a autora (2013).
O terreno possui um declive bastante acentuado e a casa foi implantada no ponto mais 
alto. Sua volumetria é composta por duas partes: a primeira abriga sala de estar, jantar e biblioteca. 
Possui total transparência e está apoiada em dez pilares, a uma altura que a deixa a cinco metros 
do solo e possuem apenas 7cm de diâmetro. A segunda, um corpo branco apoiado ao solo, que 
abriga dormitórios, cozinha e outras áreas de serviço.
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Figura 40 – Planta e Corte

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