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Laíse Weis ;) Problema 1 – Módula 9 1 NÉFRON - É a unidade funcional do rim; - O rim é dividido em duas camadas: o córtex e a medula. Tais camadas são formadas pelo arranjo de túbulos microscópicos, justamente os néfrons; - Cerca de 80% dos néfrons estão quase completamente no córtex (néfrons corticais), e os outros 20% penetram na medula (néfrons justamedulares); - O néfron é dividido em segmentos, cada qual estando associado com vasos sanguíneos especializados; Elementos vasculares - O sangue entra no rim pela artéria renal → artérias menores → arteríolas aferentes (no córtex). Nesse ponto, o arranjo dos vasos sanguíneos forma um sistema porta*. Das arteríolas aferentes, o sangue passa para uma primeira rede de capilares, em forma de novelo, o glomérulo → arteríola eferente → capilares peritubulares** (segunda rede de capilares que cercam o túbulo renal) → vênulas → veia renal (envia o sangue para fora dos rins); *Um sistema porta é formado pela presença de duas redes de capilares em série; **Nos néfrons justamedulares, os capilares peritubulares que penetram na medula são chamados de vasos retos; Elementos tubulares - O túbulo renal é formado por uma única camada de células epiteliais conectadas entre si. As superfícies apicais apresentam microvilosidades ou outras dobras para aumentar a superfície de contato. Já a porção basal repousa sobre uma lâmina basal; - As junções intercelulares são, em maioria, apertadas, mas algumas apresentam permeabilidade seletiva para íons; - O néfron inicia em uma estrutura oca globular, a cápsula de Bowman, que envolve o glomérulo. O endotélio do glomérulo é unido ao epitélio da cápsula de Bowman, fazendo o filtrado passar diretamente para o lúmen tubular → o conjunto glomérulo + cápsula de Bowman é chamado de CORPÚSCULO RENAL; - A partir da cápsula, o filtrado flui para o túbulo contorcido proximal, e depois → alça néfrica (que desce até a medula e retorna ao córtex, e é dividida em ramo descendente fino e ramo ascendente com segmentos fino e grosso) → túbulo contorcido distal → ducto coletor* → pelve renal; *Os túbulos distais de até oito néfrons drenam para um único ducto coletor. O túbulo distal e seu ducto coletor formam o néfron distal; - Os ductos coletores passam do córtex para a medula, e drenam para a pelve renal, de onde o líquido filtrado e modificado (agora chamado de urina), flui para o ureter; APARELHO JUSTAGLOMERULAR: é a região onde a parte final do ramo ascendente da alça néfrica passa entre as arteríolas aferente e eferente. Esse arranjo é possível pois o néfron se torce e se dobra para trás sobre si mesmo; - A proximidade entre o ramo ascendente e as arteríolas permite a comunicação parácrina entre essas estruturas, sendo importante para a autorregulação do rim; SISTEMA TUBULAR - Certas substâncias do filtrado são reabsorvidas, algumas parcialmente (água, sódio e bicarbonato), outras inteiramente (glicose), e outras (creatinina e ácidos e bases orgânicas) são adicionadas ao ultrafiltrado pela secreção ❖ Túbulo contorcido proximal o Situa-se no córtex renal; o Origina-se no polo urinário; o Principal local de reabsorção (dos 180 L/dia, reabsorve 120 L/dia ~65%); o Epitélio cúbico simples com bordas em escova (com microvilos longos e retos para aumentar a área de reabsorção); o Alça néfrica Ramo descendente espesso o Desce até a medula renal; o Suas células não são tão especializadas na reabsorção como as do TCP, sendo mais curtas e com uma borda em escova menos desenvolvida; Ramo descendente delgado o Faz uma volta semelhante a um grampo de cabelo e retorna na direção do córtex; Laíse Weis ;) Problema 1 – Módula 9 2 o No microscópio óptico, pode conter 4 tipos de células epiteliais: epitélio tipo I, tipo II, tipo III, tipo IV; Ramo ascendente delgado: continuação do ramo descendente delgado após a volta parecida a um grampo; Ramo ascendente espesso: ascende através da medula e entra no córtex no raio medular, até fazer contato com o polo vascular (na arteríolas), formando a mácula densa; FILTRAÇÃO, REABSORÇÃO E SECREÇÃO - Três processos básicos ocorrem nos néfrons: filtração, reabsorção e secreção; Filtração → é o movimento de líquido do sangue para o lúmen do néfron; - Ocorre apenas no corpúsculo renal, onde as paredes dos capilares glomerulares e da cápsula de Bowman são modificadas para permitir o fluxo; Obs: quando o fluido filtrado, chamado de filtrado, chega ao lúmen do néfron, ele se torna parte do meio externo do corpo. Por isso, tudo que é filtrado nos néfrons vai para a excreção na urina, a não ser que seja reabsorvido; Reabsorção → processo de transporte de substâncias no filtrado do lúmen tubular de volta para o sangue por meio dos capilares peritubulares; Secreção → remove seletivamente moléculas do sangue para o filtrado no lúmen tubular; Obs: embora a filtração e a secreção movam substâncias do sangue para os túbulos, a secreção é mais seletiva que, em geral, usa proteínas de membrana para transportar as moléculas por meio do epitélio tubular; NÉFRON E SEUS SEGMENTOS 1. Os 180 L/dia de fluido que são filtrados para a cápsula de Bowman são quase iguais ao plasma na composição e quase isosmóticos (300 mOsM); 2. À medida que este filtrado flui pelo TCP, cerca de 70% do seu volume é reabsorvido, restando apenas 54 L ao entrar na alça néfrica. Essa reabsorção ocorre quando as células transportam soluto para fora do lúmen tubular, causando a reabsorção de água por osmose; 3. O filtrado que deixa o túbulo contorcido proximal tem a mesma osmolalidade que o filtrado que entrou, por isso, a função primária do TCP é a reabsorção isosmótica de solutos e água; 4. Esse filtrado chega à alça néfrica, que é o principal local de produção da urina diluída, pois nela é reabsorvido mais soluto do que água, tornando o filtrado hiposmótico em relação ao plasma. O volume do filtrado nessa região diminui de 54 L/dia para 18 L/dia, e tem ~100 mOsM; 5. No túbulo contorcido distal e no ducto coletor ocorre uma regulação fina do balanço de sal e de água sob o controle de vários hormônios. A reabsorção e a secreção (em menor grau) determinam a composição final do filtrado; 6. No final do ducto coletor, o filtrado tem volume de 1,5 L/dia e uma osmolalidade que pode variar de 50-1200 mOsM; Obs: o volume e a osmolalidade finais da urina dependem das necessidades do corpo de conservar ou excretar água e soluto; IPC: a quantidade e a composição das substâncias que são reabsorvidas e secretadas variam nos diferentes segmentos do néfron. O filtrado que fica no ducto coletor é excretado como urina; A quantidade excretada é igual à quantidade filtrada para o túbulo, menos a quantidade reabsorvida para o sangue, mais a quantidade secretada no túbulo: FILTRAÇÃO - A filtração do plasma para dentro dos túbulos renais é o primeiro passo na formação da urina. Esse processo gera um filtrado (de composição igual à do plasma menos a maioria das proteínas plasmáticas); - Em condições normais, as células sanguíneas permanecem no capilar, sendo o filtrado composto apenas de água e solutos dissolvidos; - Se todo o plasma fosse filtrado, uma massa grande de células sanguíneas e proteínas que não podem fluir para fora do glomérulo ficaria para trás. Por isso, apenas cerca de 1/5 do plasma que flui dentro dos rins é filtrado para os néfrons*; - Os 4/5 restante, junto com a maioria das células e proteínas, vai para os capilares peritubulares; *A porcentagem do volume total do plasma que é filtrada para dentro dos túbulos é chamada fração de filtração; CORPÚSCULO RENAL - É onde ocorre a filtração. As substâncias que deixam o plasma devem passar por três barreiras de filtração antes de entrarem no túbulo: 1. Endotélio do capilar glomerular;Laíse Weis ;) Problema 1 – Módula 9 3 2. Lâmina basal (membrana basal); 3. Epitélio da cápsula de Bowman; Endotélio capilar: os capilares glomerulares são capilares fenestrados com poros, que permitem que a maioria dos componentes plasmáticos sejam filtrados pelo endotélio (gera ↑ permeabilidade). Porém, os poros são pequenos o bastante para impedir a passagem de células sanguíneas. Além disso, existem proteínas carregadas negativamente* na superfície dos poros que ajudam a repelir as proteínas plasmáticas carregadas negativamente; *Moléculas com carga negativa são filtrados menos facilmente que moléculas com carga positiva (ex. albumina). Isso ocorre devido à repulsão eletrostática exercida pelas cargas negativas dos proteoglicanos nas paredes dos capilares glomerulares. Nas nefropatias com alteração mínima, essas cargas negativas são perdidas, permitindo as proteínas negativas passarem para a urina – albuminúria (Guyton); Lâmina basal: camada acelular de MEC que separa o endotélio do capilar do epitélio da cápsula de Bowman. É constituída por glicoproteínas carregadas negativamente, colágeno e outras proteínas. Atua como peneira grossa, excluindo a maioria das proteínas plasmáticas; Epitélio: a porção epitelial da cápsula de Bowman que envolve o glomérulo é formada por células especializadas, chamadas de PODÓCITOS; - Os podócitos tem extensões citoplasmáticas, chamadas pés ou pedicelos, que se estendem a partir do corpo principal da célula. Esses pedicelos envolvem os capilares glomerulares e se entrelaçam uns com os outros, deixando fendas de filtração fechadas por uma membrana semiporosa, que contém proteínas exclusivas, como a nefrina e a podocina*; *Nas doenças renais congênitas em que a nefrina e a podocina estão ausentes ou anormais, as proteínas passam pela barreira de filtração glomerular para a urina; - Também existem as CÉLULAS MESANGIAIS glomerulares, que ficam entre e ao redor dos capilares. Elas possuem feixes citoplasmáticos de filamentos semelhantes à actina, que fazem essas células serem capazes e contrair e alterar o fluxo sanguíneo pelos capilares. Além disso, as células mesangiais: o Secretam citocinas associadas a processos inflamatórios e tem papel na resposta à lesão glomerular; o Fazem o suporte estrutural aos podócitos, pois produzem a matriz mesangial extracelular; o Fagocitose e endocitose; PRESSÃO E FILTRAÇÃO - As três pressões que causam a filtração glomerular são → pressão do capilar sanguíneo, pressão coloidosmótica do capilar e a pressão do fluido capsular; o A pressão hidrostática do sangue pelos capilares glomerulares (55 mmHg) força a passagem de fluido por meio do endotélio capilar fenestrado e para dentro da cápsula de Bowman. Essa pressão cai ao longo do capilar, mas ainda fica maior que as forças que se opõem, e isso resulta em filtração ao longo de quase todo o capilar; o A pressão coloidosmótica no glomérulo é mais alta que a na cápsula de Bowman, devido à presença de proteínas no plasma. O gradiente de pressão coloidosmótica é, em média, de 30 mmHg, e favorece a volta de líquido para os capilares; o A pressão hidrostática do fluido é a pressão do fluido no interior da cápsula de Bowman, que se opõe à filtração (15 mmHg). O líquido filtrado para fora dos capilares deve deslocar o fluido já presente na cápsula; - A força motriz resultante é de 10 mmHg na direção da filtração, que quando combinada com a permeabilidade dos Laíse Weis ;) Problema 1 – Módula 9 4 capilares glomerulares fenestrados, resulta em rápida filtração para os túbulos; TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (TFG) - É o volume de fluido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo; - A TFG média é de 125 ml/min, ou 180 L/dia (sendo que o volume plasmático é cerca de 3 L. Essa taxa significa que os rins filtram o volume plasmático 60 vezes por dia; - A TFG é influenciada por dois fatores: pressão de filtração resultante (10 mmHg) e o coeficiente de filtração (que depende da área de superfície dos capilares glomerulares disponível e a permeabilidade da interface entre capilar e cápsula; - A TFG é relativamente constante → mesmo que ocorram variações na pressão arterial (que fornece a pressão hidrostática que impulsiona a filtração), a TFG é constante → se a PA fica entre 80 e 180 mmHg, a TFG permanece em ~180 L/dia; - A variação da TFG é regulada pelo fluxo sanguíneo renal que passa pelas arteríolas renais. O ↑ da resistência dessas arteríolas sobre a TFG depende de onde a mudança ocorre, logo, se for na: o Arteríola aferente → a pressão hidrostática diminui no lado glomerular (pois chega menos sangue), ↓ TFG; o Arteríola eferente → faz o sangue se acumular no glomérulo, ↑ a pressão hidrostática nos capilares e ↑ TFG*; *O aumento da pressão glomerular aumenta a TGF; AUTORREGULAÇÃO DE TFG - É um processo de controle local, no qual o rim mantém uma TFG relativamente constante para proteger as barreiras de filtração da pressão arterial alta. Os mecanismos são: Resposta miogênica - Ocorre de forma similar à resposta miogênica em outras arteríolas sistêmicas: quando o músculo liso da parede se estira, ele sofre uma constrição em seguida (↑ resistência); - ↑ PA ativa canais iônicos sensíveis ao estiramento, abrindo-os → as células musculares despolarizam → abertura de canais de Ca+2 dependentes de voltagem → contração do músculo liso → ↓ do fluxo sanguíneo → ↓TFG; - Já se a ↓ PA, o tônus da contração arteriolar desaparece, e a arteríola se torna maximamente dilatada. Porém, a vasodilatação não altera tanto a TFG, pois a arteríola já é tonicamente mais relaxada, então, se a PA- A reabsorção é um processo mais seletivo em relação à filtração (que deixa passar quase tudo, retendo apenas as proteínas); - 99% do líquido filtrado é reabsorvida de volta ao sangue, sendo a maior reabsorção no túbulo contorcido proximal, e menor reabsorção nos segmentos mais distais; - A reabsorção no néfron distal é finamente regulada, fazendo os rins reabsorverem íons e água de acordo com as necessidades corporais; - Muitas substâncias exógenas são filtradas nos túbulos, mas não são reabsorvidas para o sangue, e a alta taxa de filtração ajuda a retirar essas substâncias do plasma rapidamente; - Por outro lado, muitos nutrientes pequenos, como a glicose e intermediários do ciclo do ácido cítrico, são filtrados, mas são reabsorvidos de forma eficiente no TCP; REABSORÇÃO ATIVA – NO TCP - A reabsorção de água e solutos do lúmen tubular depende de transporte ativo, pois o líquido no TCP tem a mesma concentração de solutos que o LEC. Assim, precisa-se criar gradientes de concentração ou eletroquímicos; 1. A água segue os solutos por osmose, à medida que são reabsorvidos → o transporte ativo de Na+ do túbulo para o LEC cria um gradiente eletroquímico transepitelial, em que o lúmen fica mais negativo que a LEC. Assim, os ânions seguem o Na+ positivo para fora do lúmen. Essa saída de Na+ e ânions dilui o líquido no túbulo e ↑ a concentração do LEC, de modo que a água deixa o túbulo por osmose; 2. Quando a água vai saindo, o volume do líquido dentro do túbulo renal diminui, e isso o faz ficar mais concentrado. Como as ↑ [solutos] no lúmen tubular que no LEC, os solutos vão para fora do lúmen por difusão, se o epitélio do túbulo for permeável a eles; - Logo, o caminho seguido pelo soluto depende da permeabilidade das junções epiteliais e do seu gradiente eletroquímico; - A reabsorção envolve tanto o transporte transepitelial quanto paracelular: o Transporte transepitelial (ou transcelular): as substâncias atravessam as membranas apical e basolateral das células tubulares epiteliais para chegar ao LEC; o Transporte paracelular: as substâncias passam por meio de junções celulares entre células vizinhas; - Solutos que se movem por meio do transporte transepitelial seguem gradientes de concentração ou eletroquímicos: o Aqueles que se movem a favor do seu gradiente de concentração usam canais de vazamento ou carreadores de difusão facilitada para cruzarem a membrana celular; o Já as moléculas que se deslocam contra seu gradiente de concentração usam mecanismos de transporte ativo primário ou indiretos (normalmente secundários); Transporte ativo do sódio - A reabsorção ativa de Na+ é a força motriz primária para a maior parte dos mecanismos de reabsorção renal; - A [Na+] no filtrado e na LEC é quase a mesma, que é maior que dentro das células. Assim, o Na+ entra difusamente nas células, de acordo com o gradiente eletroquímico; - O transporte apical do Na+ utiliza várias proteínas transportadoras por simporte ou antiporte, ou de canais de vazamento abertos; - No TCP, o trocador Na+ -H+ (NHE) tem papel importante na reabsorção do sódio, assim como o canal de Na+ epitelial (ENaC) na membrana apical; - Quando já está dentro das células, o Na+ é ativamente transportado para fora pela membrana basolateral em uma troca com K+ pela Na+ -K+ -ATPase. Um canal de vazamento de K+ impede o acúmulo desse íon no interior da célula; Laíse Weis ;) Problema 1 – Módula 9 6 Transporte ativo secundário: simporte com sódio - O transporte ativo secundário acoplado ao sódio é responsável pela reabsorção de muitas substâncias, como a glicose, aminoácidos, íons e vários metabólitos orgânicos; ❖ Glicose - A reabsorção de glicose ocorre acoplada ao Na+ no TCP. A membrana apical possui o cotransportador de Na+ -glicose (SGLT), que leva a glicose para o citoplasma contra o gradiente de concentração pelo uso da energia do Na+, que se move a favor de seu gradiente eletroquímico; - Na porção basolateral das células, o Na+ é bombeado para fora pela Na+ -K+ -ATPase, enquanto a glicose passa passivamente para fora por um mecanismo de difusão facilitada, envolvendo os transportadores GLUT; - Esse mesmo padrão é utilizado por outras moléculas que são transportadas acopladas ao Na+: uma proteína de transporte apical e um carreador para difusão facilitada/ou trocador iônico basolateral; Obs: Outras moléculas reabsorvidas por mecanismo similares são os aminoácidos, o lactato, intermediários do ciclo do ácido cítrico (a-cetoglutarato), fosfato e sulfato – alguns transportadores apicais usam H+ no lugar do Na+; Reabsorção passiva: ureia - A ureia é um resíduo nitrogenado que não tem transporte ativo, mas pode ser reabsorvido por difusão, se houver um gradiente de concentração da ureia; - Esse gradiente só é criado após a reabsorção de Na+ e outros solutos, que atraem a água para a LEC por osmose. Com a saída de água, a ureia fica mais concentrada no lúmen tubular, gerando o gradiente; - Assim, a ureia sai do túbulo para a o LEC, sendo transportada através das células ou pela via paracelular pelos transportadores UT2; Endocitose: proteínas plasmáticas - A filtração do plasma nos glomérulos deixa a maioria das proteínas no sangue, mas algumas menores e peptídeos podem passar pela barreira de filtração; - A maior parte dessas proteínas é removida no TCP, encontrando apenas traços de proteína na urina; - As proteínas são grandes para passarem por transportadores ou canais, e a maior parte entra nas células do túbulo proximal por endocitose mediada por receptores na membrana apical → no interior das células, essas proteínas são digeridas nos lisossomos → os aminoácidos resultantes são transportados através da membrana basolateral e absorvidos no sangue; - A digestão renal de pequenas proteínas filtradas, na verdade, é um método importante pelo qual peptídeos sinalizadores podem ser removidos da circulação; Reabsorção de HCO3 - Após a secreção de H+ no lúmen tubular, este reage com o HCO3- filtrado, e forma o ácido carbônico (H2CO3), que é espontaneamente dissociado em H2O e CO2; - O CO2 se difunde às células tubulares e se une com o H2O pela reação enzimática da anidrase carbônica, formando o H2CO3 que se dissocia em H+ e HCO3; -À medida que a concentração intracelular de HCO3 - aumenta, este deixa a célula via transportadores de difusão facilitada localizados na membrana basolateral das células e se difunde ao sangue juntamente com o Na+. Portanto, para cada uma molécula de H+ secretada no líquido tubular, uma molécula de HCO3- e uma de Na+ são reabsorvidas; NA ALÇA NÉFRICA - A alça néfrica reabsorve aproximadamente 25% do NaCl filtrado e 15% da água filtrada; o A reabsorção de NaCl ocorre nos ramos ascendentes espessos e delgado; o A reabsorção de água ocorre exclusivamente no ramo descendente delgado via canais de água aquaporina I (AQP-I), pois as membranas apicais das células do ramo ascendente são impermeáveis à água; Ramo descendente delgado: maior permeabilidade a H2O (AQP-1), e de eletrólitos por transporte passivo; Laíse Weis ;) Problema 1 – Módula 9 7 Ramo ascendente delgado - Trocador Na/H e reabsorve o HCO3 - por meio do cotransporte com o Cl na membrana basolateral; - NaCl é reabsorvido e a secreção de ureia continua; Ramo ascendente espesso - A reabsorção de cada soluto no segmento ascendente espesso está ligado à Na+ K+ ATPase, pois mantém a concentração intracelular de Na+ baixa, gerando o gradiente químico favorável à entrada de Na+ do fluido tubular à célula; - Tem os simportadores de Na+K+2Cl-, que acopla o movimento, ao mesmo tempo, de 1 molécula de Na+, 1 de K+ e 2 de Cl-; NO TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL Porção inicial: impermeável à água e tem maior reabsorção de NaCl (cerca de 7%). A reabsorçãode Na+ e Cl- ocorre por meio dos simportadores Na+ Cl-, em que o Na+ deixa a célula via bombas de Na+K+ e o Cl- deixa a célula via difusão pelos canais de condução de Cl- nas membranas basolaterais; Porção final: nesse local, 90-95% dos solutos e água filtrados já voltaram ao sangue. Na porção final e em todo o ducto coletor existem 2 tipos celulares o Células principais: reabsorvem NaCl e H2O, e secretam K+; o Células intercaladas: reabsorvem K+ e HCO-, e secretam ativamente H+ via bombas dependentes de ATP (células alfa-intercaladas); secretam HCO3- e reabsorvem Cl- (células beta-intercaladas); Obs: nesses locais, assim como nos ductos coletores, a reabsorção e secreção de água e solutos dependem das necessidades do corpo; SATURAÇÃO DO TRANSPORTE RENAL - A saturação é a taxa de transporte máximo, que ocorre quando todos os transportadores estão ocupados pelo substrato; - Em concentrações abaixo do ponto de saturação, a taxa de transporte é diretamente proporcional ao substrato. Já em concentrações de substratos iguais ou acima do ponto de saturação, o transporte ocorre em uma taxa máxima – a taxa de transporte no ponto máximo de saturação é o transporte máximo; - Ex: a reabsorção de glicose no néfron é um exemplo das consequências da saturação. Em concentrações normais de glicose plasma, toda a glicose que entra no néfron é reabsorvida no TCP, pois o epitélio tem muitos transportadores. Na diabetes, a ↑ [glicose] no sangue faz essa molécula ser filtrada mais rápido do que pode ser reabsorvida, pois todos os transportadores ficam ocupados, impedindo a reabsorção ao longo do túbulo. Assim, a glicose é excretada na urina (glicosúria); Obs: a taxa de filtração da glicose do plasma para dentro do néfron não é saturável, ou seja, é igual a taxa de concentração de glicose no plasma (o gráfico continua em linha reta). Já a taxa de reabsorção é saturável, sendo proporcional à concentração no plasma até a taxa de transporte máximo ser alcançada; Obs 2: a concentração plasmática, na qual a glicose começa a aparecer na urina, é o limiar renal para a glicose; - Nele, observa-se que enquanto a concentração plasmática de glicose está abaixo do limiar renal, a filtração é igual à reabsorção, e não há excreção. Porém, uma vez que esse limiar é alcançado, a filtração excede a reabsorção, havendo excreção; PRESSÕES NOS CAPILARES TUBULARES - A reabsorção é a passagem do fluido do lúmen tubular para o líquido intersticial, e esse fluido entra nos capilares peritubulares devido à pressão hidrostática deles ser menor que a pressão coloidosmótica, favorecendo a reabsorção; - Os capilares peritubulares tem uma pressão hidrostática de 10 mmHg, e uma coloidosmótica de 30 mmHg, gerando um gradiente de pressão de 20 mmHg, favorecendo a absorção do líquido para os capilares; - Esse líquido reabsorvido passa dos capilares para a circulação venosa e retorna ao coração; Laíse Weis ;) Problema 1 – Módula 9 8 SECREÇÃO - É a transferência de moléculas do LEC para o lúmen do néfron. Assim como a reabsorção, depende de sistema de transporte de membrana; - A secreção de K+ e H+ pelo néfron distal é importante na regulação da homeostasia desses íons, além de que muitos compostos orgânicos são secretados (tanto metabólicos produzidos pelo corpo quanto vindos do meio externo – os xenobióticos); - É um processo ativo, pois requer o transporte de substratos contra seu gradiente de concentração; - Os transportadores responsáveis pela secreção de solutos orgânicos apresentam pouca especificidade. Por exemplo, a família do transportador de ânions orgânicos (OAT), pode transportar uma variedade de ânions endógenos e exógenos (desde sais biliares até benzoato, conservante de refrigerantes). Esse transporte é ativo terciário, em que o uso da energia do ATP é removido em etapas do OAT: 1. Ocorre um transporte ativo direto → o TCP usa ATP para manter a baixa [Na+] intracelular → bomba Na+ -K+ -ATPase; 2. O gradiente de Na+ é usado para concentrar o dicarboxilato* dentro da célula tubular, usando o cotransportador Na+ -dicarboxilato (NaDC). O NaDC está tanto na membrana apical quanto basolateral das células do TCP; 3. O OAT é um transportador ativo indireto, que utiliza o movimento do dicarboxilato a favor do seu gradiente de concentração para deslocar um ânion orgânico contra o seu gradiente, transferindo-o para dentro da célula; 4. Uma vez que o ânion está concentrado dentro da célula, ele pode passar por difusão facilitada para dentro do lúmen do túbulo; *Dicarboxilatos são as formas iônicas dos ácidos dicarboxílicos, como o citrato, o oxaloacetato e o a- cetoglutarato; EXCREÇÃO - A produção de urina é o resultado de todos os processos que ocorrem no rim. Quando chega ao final do néfron, ele é diferente do líquido que foi filtrado pela cápsula; - A concentração de íons e água na urina é variável, dependendo do estado do corpo; - Embora a excreção diga o que o corpo está eliminando, a excreção por si só não pode dar detalhes da função renal: ADH - Vasopressina/Hormônio antidiurético (ADH) é secretado pela hipófise posterior (neurohipófise), mas produzido pelo hipotálamo; - Os estímulos para a secreção são: ↑ osmolaridade sanguínea (LEC mais comcentrado), ↓ volemia e ↓ pressão arterial, e a presença da ANG II; - Efeitos do ADH no corpo: (1) vasoconstrição → ↑PA; (2) ↑ reabsorção de água nos ductos coletores*; *Normalmente, os ductos coletores não são permeáveis à H2O. Porém, com o ADH, adicionam-se aquaporinas na membrana apical do ducto coletor. Essas proteínas permitem uma maior passagem de água, que leva a uma maior reabsorção. - Mecanismo → quando o ADH chega aos rins, ele se liga aos seus receptores na membrana basolateral das células principais do ducto coletor → ativação da proteína G → produção de AMPc → PKA → inserção de aquaporinas 2 (AQP2) na membrana apical das células → ↑ reabsorção de água; - A água sai pela da célula por outras AQP, como a 3 e 4;