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Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 
1 
 
ADRENAL 
- Contribuem significativamente para a homeostasia, pois 
atuam: 
o Regulação da resposta adaptativa do organismo ao 
estresse; 
o Manutenção do equilíbrio de água, do sódio e do 
potássio no corpo; 
o Controle da pressão arterial; 
- Produzem hormônios de duas famílias diferentes: 
o Esteroides: glicocorticoides, mineralocorticoides e 
androgênios; 
o Catecolaminas: adrenalina e noradrenalina; 
Origem embriológica 
- As adrenais são constituídas de dois componentes 
diferentes (córtex e medula), que possuem origens 
embriológicas distintas: 
o Córtex: derivado do mesoderma do epitélio 
celomático e corresponde a cerca de 90% do peso 
das adrenais (1,5g – 2,5g) – sintetiza os hormônios 
esteroides das adrenais (glicocorticoides, 
mineralocorticoides e androgênios); 
 
o Medula: originada de uma subpopulação de células 
da crista-neural do neuroectoderma, sendo 
responsável pelos 10% restantes – sintetiza as 
catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), em 
resposta à ação simpática direta; 
IPC: a medula da glândula ou adrenal é um tecido 
neuroendócrino associado ao SNS. O córtex da adrenal é uma 
glândula endócrina verdadeira, com origem epitelial e que 
secreta hormônios esteroides. Já a medula da adrenal tem 
origem no mesmo tecido embrionário dos neurônios 
simpáticos (crista neural), sendo uma estrutura 
neurossecretora. Por isso, a medula da adrenal é descrita 
como um gânglio simpático modificado. Os neurônios pré-
ganglionares simpáticos vão da medula espinal para a 
medula da adrenal, onde fazem sinapse. Entretanto, os 
neurônios pós-ganglionares não possuem axônios, que 
normalmente se projetariam para as células-alvo. Assim, 
esses corpos celulares sem axônios, chamados de CÉLULAS 
CROMAFINS, secretam o neuro-hormônio ADRENALINA, 
que é jogado diretamente no sangue; 
ANATOMIA 
- As adrenais são constituídas por uma cápsula de tecido 
conjuntivo (que as reveste) e que envia septos que vão para 
o interior do parênquima. Possui uma trama de fibras 
reticulares que suporta as células que as constituem; 
Suprimento sanguíneo 
- Feito pelas artérias suprarrenais superior, média e inferior, 
cujos ramos formam uma rede capilar organizada, para 
facilitar o fluxo sanguíneo do córtex para a medula, com um 
sistema de sinusoides de orientação radial; 
- A artéria capsular penetra na cápsula e se subdivide para 
formar o plexo subcapsular, de onde partem ramos que se 
capilarizam e penetram no córtex, e que desembocam na 
medula (onde sai como sangue venoso); 
- No entanto, alguns ramos que partem do plexo subcapsular 
vão diretamente para a região medular, sendo chamados de 
artérias medulares radias (levam sangue arterial à medula); 
 
- A drenagem venosa ocorre por uma única veia renal de 
cada lado: a veia direita drena na veia cava inferior, e a 
esquerda na veia renal esquerda; 
HISTOLOGIA 
❖ Córtex 
- O córtex da adrenal possui três zonas, que variam em suas 
características morfológicas e funcionais e, logo, nos 
hormônios esteroides que produzem: 
Zona glomerulosa → as células são colunares, formando 
grupamentos globosos que lembram os glomérulos renais. 
Contém qtd. abundante de retículo endoplasmático liso 
(REL) e é a única fonte de aldosterona; 
Zona fasciculada → é a zona mais espessa, formada por 
células chamadas de espongiócitos que se organizam em 
cordões celulares paralelos (por onde passam os capilares). 
Contém qtd. abundante de gotículas lipídicas, e produz os 
glicocorticoides (cortisol e corticosterona) e os androgênios 
(DHEA e sulfato de DHEA), mas principalmente 
glicocorticoides (espongiócitos); 
Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 
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Zona reticular → possui as menores células, que forma 
cordões irregulares (lembram uma rede), e entre eles 
passam os capilares fenestrados. Desenvolve-se na vida pós-
natal e já pode ser identificada com ~três anos; também 
produz glicocorticoides e androgênios (principalmente); 
❖ Medula 
- A medula é estimulada por fibras nervosas pré-
ganglionares (pois funciona como um gânglio simpático 
modificado), formada por: 
o Células cromafins (neurônios modificados) → 
produtoras de catecolaminas. As células que 
produzem adrenalina têm grânulos menos 
eletrodensos, sendo mais claras. Já as que 
produzem noradrenalina são mais escuras; 
 
o Células ganglionares → são células cujos axônios se 
dirigem para o córtex, a fim de modular a atividade 
secretora dessa região e inervar os vasos 
sanguíneos. Também se estendem para os nervos 
esplâncnicos que inervam os órgãos abdominais; 
- As células também estão dispostas em forma de cordões; 
 
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL 
1. O fator de liberação da corticotrofina (CRF), produzido 
pelo hipotálamo e liberado na eminência mediana, estimula 
a síntese e o processamento da POMC pela adeno-hipófise; 
2. A POMC (pró-opiomelanocortina) é um precursor do 
ACTH e que é processada após tradução em vários 
peptídeos, incluindo a corticotrofina (ACTH), a β-lipotrofina 
e a β-endorfina; 
Obs: a liberação de ACTH é pulsátil, com cerca de 7 a 15 
episódios por dia. A estimulação da liberação de cortisol* 
ocorre 15 minutos após o surto de ACTH; 
*O cortisol, além de ser pulsátil (que faz os níveis variarem 
durante o dia), segue um ritmo circadiano, o qual é sensível 
a fatores ambientais e internos, como luz, sono, estresse e 
doença. Sua liberação é maior nas primeiras horas de vigília, 
com os níveis caindo ao longo do dia. 
3. O ACTH (derivado da POMC) estimula a liberação do 
cortisol por meio de sua ligação a um receptor de 
melanocortina 2 da membrana plasmática acoplado à 
proteína Gs (Gαs) nas células adrenocorticais → ↑ AMPc → 
ativação da proteína-quinase A, que fosforila a enzima 
colesteril-éster-hidrolase → ↑ atividade enzimática e ↑ o 
colesterol para a síntese hormonal; + o ACTH também ativa 
e aumenta a síntese da StAR (enzima que faz o transporte do 
colesterol para a membrana mitocondrial interna)*; 
*Assim, o ACTH estimula duas etapas iniciais e limitadoras 
de velocidade na síntese dos hormônios esteroides; 
5. Quando o cortisol é sintetizado e é liberado na circulação 
sistêmica, ele pode inibir a liberação de CRH e ACTH pelo 
hipotálamo e adeno-hipófise (feedback negativo); 
 
❖ Hormônios envolvidos 
Córtex → secreta cortisol, aldosterona e androgênios, 
quando estimulada pelo ACTH; 
Medula → secreta adrenalina e noradrenalina, quando 
estimulada pelo SNS; 
 
Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 
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HORMÔNIOS CORTICAIS 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
❖ SÍNTESE 
- Os hormônios esteroides compartilham uma etapa inicial 
em seu processo de síntese (esteroidogênese), que consiste 
na conversão do colesterol → pregnenolona (pela enzima 
P450scc); 
- O colesterol usado para a síntese dos hormônios esteroides 
pode vir da membrana plasmática ou de reservatórios 
citoplasmáticos de ésteres de colesteril; 
- O colesterol livre é produzido pela ação da enzima 
colesterol-éster-hidrolase; 
- O colesterol é transportado da membrana mitocondrial 
externa para a interna, sendo esse processo seguido de sua 
conversão em pregnenolona. Essa etapa é chamada de 
etapa limitadora de velocidade e precisa da proteína 
reguladora aguda de esteroides (StAR), que atua no 
transporte de colesterol para a membrana mitocondrial 
interna e no sistema enzimático de clivagem da cadeia 
lateral do colesterol; 
Regulação da síntese 
- A produção hormonal pode ser regulada de formas aguda 
e crônica: 
o Regulação aguda → resulta na rápida produção de 
esteroides devido a uma necessidade imediata 
(poucos minutos). Ex: síntese dos glicocorticoides 
em situações de estresse e da aldosterona para 
regular a PA; 
 
o Regulação crônica → ocorre durante a inanição 
prolongada e a doença crônica; ela requer a síntese 
de enzimas envolvidas na esteroidogênese para 
aumentar a capacidade desíntese; 
 
❖ EFEITOS CELULARES/RECEPTORES 
- Os efeitos fisiológicos dos hormônios esteroides podem ser 
genômicos e não genômicos, mediados, em sua maior parte, 
por sua ligação a receptores intracelulares (que atuam como 
fatores de transcrição ativados por ligantes para regular a 
expressão gênica; 
Genômicos → a ligação dos hormônios a seus receptores 
específicos causa uma mudança de conformação do 
receptor. Esse complexo hormônio-receptor se liga a 
elementos responsivos ao hormônio na cromatina, 
resultando na síntese ou repressão de proteínas; 
Não genômicos → qualquer mecanismo que não envolva 
diretamente a transcrição gênica (ex: efeitos rápidos dos 
esteroides sobre a atividade elétrica das células nervosas ou 
a interação dos hormônios esteroides com o receptor do 
ácido γ-aminobutírico). Precisam da presença contínua do 
hormônio e ocorrem de modo mais rápido. Alguns dos 
efeitos não genômicos podem ser mediados por receptores 
específicos localizados na membrana celular; 
- Os receptores de mineralocorticoides e de glicocorticoides 
compartilham 57% de homologia no domínio de ligação do 
ligante e 94% no domínio de ligação do DNA, sendo 
classificados em dois tipos: tipo I e tipo II; 
o Receptores tipo I → predominantes no rim e são 
específicos para os mineralocorticoides, porém 
com alta afinidade pelos glicocorticoides; 
 
o Receptores tipo II → expressos em praticamente 
todas as células e são específicos para os 
glicocorticoides; 
- A concentração mais elevada de cortisol que de 
aldosterona no sangue, com a alta afinidade do receptor de 
mineralocorticoide pelo cortisol, pode levar a uma ocupação 
máxima desse receptor pelo cortisol, causando uma 
reabsorção máxima sustentada de sódio e impedindo 
qualquer função reguladora da aldosterona; 
- Entretanto, existem vários fatores que aumentam a 
especificidade do receptor de mineralocorticoide pela 
aldosterona: 
o Os glicocorticoides circulantes se ligam à CBG e à 
albumina, ficando apenas uma fração livre; 
o As células-alvo da aldosterona têm atividade 
enzimática da 11β-hidroxiesteroide-desidrogenase 
tipo II, que converte o cortisol em cortisona (forma 
menos ativa); 
o O receptor de mineralocorticoides discrimina entre 
a aldosterona e os glicocorticoides, sendo que a 
aldosterona é removida mais 
dificilmente/lentamente do receptor que o cortisol; 
Porém, quando a produção e a liberação de glicocorticoides 
são excessivas, ou quando há comprometimento da 
conversão do cortisol em cortisona, os níveis circulantes e 
teciduais mais altos de cortisol podem levar à ligação e à 
estimulação dos receptores de mineralocorticoides; 
GLICOCORTICOIDE 
❖ Síntese e liberação 
- As células da zona fasciculada (espongiócitos) e da zona 
reticular sintetizam e secretam os glicocorticoides cortisol 
ou corticosterona; 
Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 
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- A pregnenolona (presente nas mitocôndrias) pode seguir 
dois caminhos → ser convertida em progesterona ou 17α-
OH-pregnenolona; 
Progesterona → Corticosterona 
1. A conversão da pregnenolona em progesterona é feita 
pela 3β-hidroxiesteroide-desidrogenase → 2. A 
progesterona é convertida em 11-desoxicorticosterona pela 
21-hidroxilase → 3. A 11-desoxicorticosterona é convertida 
em CORTICOSTERONA pela 11β-hidroxilase; 
17α-OH-pregnenolona → Cortisol 
1. A conversão da pregnenolona em 17α-OH-pregnenolona 
é mediada pela 17α-hidroxilase → 2. a 17α-OH-
pregnenolona é convertida em 17α-OH-progesterona pela 
3β-hidroxiesteroide-desidrogenase → 3. a 17α-OH-
progesterona pode seguir dois caminhos: ser convertida em 
11-desoxicortisol ou androstenediona; a 17α-OH-
progesterona é convertida em 11-desoxicortisol pela a 21-
hidroxilase → o 11-desoxicortisol é convertido em 
CORTISOL pela 11β-hidroxilase; 
Obs: tanto a 17α-OH-pregnenolona quanto a 17α-OH-
progesterona podem ser convertidas nos androgênios DHEA 
e androstenediona, respectivamente. A DHEA é convertida 
em androstenediona pela 3β-hidroxiesteroide-
desidrogenase; 
 
❖ Transporte 
- Devido o cortisol ser lipossolúvel, ele se encontra de forma 
conjugada ou ligado às proteínas. A maior parte é ligada à α2 
-globulina de ligação dos glicocorticoides (transcortina ou 
globulina de ligação do cortisol [CBG]; 
- A síntese hepática de CBG é estimulada pelo estrogênio e 
diminuída pela doença hepática (cirrose); 
- Cerca de 20 a 50% do cortisol ligado estão ligados 
inespecificamente à albumina plasmática, e uma pequena 
quantidade (imune ao ↑ a síntese de citocinas anti-
inflamatórias e ↓ a de pró-inflamatórias, exercendo um 
efeito anti-inflamatório global; 
- No SNC, eles modulam a percepção e a emoção, e podem 
produzir alterações acentuadas no comportamento 
- Na vasculatura, os glicocorticoides modulam a reatividade 
a substâncias vasoativas, como a ANG II e NA*; 
*Essa interação torna-se evidente em pacientes com 
deficiência de glicocorticoides e manifesta-se na forma de 
hipotensão e diminuição da sensibilidade à administração de 
vasoconstritores; 
 
MINERALOCORTICOIDES 
❖ Síntese 
- As células da zona glomerulosa das adrenais sintetizam e 
secretam o mineralocorticoide aldosterona. Essa zona não 
possui atividade da 17α-hidroxilase e, logo, a pregnenolona 
pode ser convertida apenas em progesterona (pela enzima 
3β-hidroxiesteroide-desidrogenase); 
Progesterona → Aldosterona 
1. Pregnenolona → 2. Progesterona → 3. Progesterona é 
convertida em 11-desoxicorticosterona pela 21-hidroxilase 
→ 11-desoxicorticosterona é convertida em 18-
hidroxicorticosterona pela aldosterona-sintase, que 
também converte 18-hidroxicorticosterona em 
ALDOSTERONA; 
❖ Liberação 
- A síntese e a liberação de aldosterona na zona glomerulosa 
são regulados, sobretudo, por ANG II, pelo ↑ K+ extracelular 
e, em menor graus, pelo ACTH; 
- A aldosterona faz parte do SRAA, que responde de modo 
rápido às reduções no volume intravascular e na perfusão 
renal. A ANG II é o principal estimulador da produção de 
aldosterona quando há hipovolemia; 
- A aldosterona também faz a manutenção da homeostasia 
do potássio, pois ↑ a excreção de K+ na urina, nas fezes, no 
suor e na saliva, impedindo a hipercalemia na elevada 
ingestão de K+ ou após a liberação do K+ do músculo 
esquelético durante exercício vigoroso; 
- Tanto a ANG II quanto o K+ estimulam a liberação de 
aldosterona pelo ↑ [Ca+2] intracelular. A sinalização 
mediada pelo receptor de ANG II aumenta os níveis 
intracelulares de Ca+2, enquanto as concentrações elevadas 
de K+ despolarizam a célula, causando influxo de Ca2+ 
através dos canais de Ca2+ dos tipos L e T regulados por 
voltagem; 
❖ Metabolismo 
- A quantidade de aldosterona liberada é menor que a dos 
glicocorticoides, mas pode ocorrer um aumento de 2 a 6 
vezes em sua secreção devido à depleção de sódio ou à 
redução do volume sanguíneo circulante efetivo (como 
ocorre na ascite); 
- A ligação da aldosterona às proteínas plasmáticas é 
mínima, resultando em meia-vida plasmática curta (cerca de 
15 a 20 min); 
- A aldosterona é metabolizada no fígado no derivado tetra-
hidroglicuronídeo, e excretada na urina. Uma fração da 
Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 
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aldosterona é metabolizada a 18-glicuronídeo de 
aldosterona, que pode ser hidrolisado em aldosterona livre 
em condições de pH baixo; 
❖ Efeitos 
- Função → regular o equilíbrio dos minerais sódio e potássio 
(por isso mineralocorticoide), especificamente a excreção 
renal de potássio e a reabsorção de sódio; 
- Os receptores de aldosterona são expressos na parte distal 
do néfron, incluindo o TCD e o ducto coletor, sendo que no 
ducto coletor, as células principais têm mais receptores do 
que as células intercaladas. A ativação de proteínas 
preexistentes e a estimulação de novas induzidas pela 
aldosterona medeiam um aumento no transporte 
transepitelial de sódio; 
- Os efeitos específicos da aldosterona são → ↑ a síntese dos 
canais de Na+ na membrana apical; ↑ a síntese e a atividade 
da Na+/K+ ATPase na membrana basolateral (arrasta Na+ 
citosólico para o interstício em troca do K+ que entra na 
célula); ↑ expressão da H+-ATPase na membrana apical e do 
trocador Cl-/HCO3 na membrana basolateral das células 
intercaladas; ↑ o tempo de abertura dos canais ENaC na 
membrana apical; 
- No cérebro, a aldosterona também afeta a regulação neural 
da PA, o apetite de sal, a regulação do volume e o efluxo 
simpático; 
 
❖ Receptores e efeitos 
- Ao contrário dos glicocorticoides, que tem receptores em 
quase todo o corpo, os mineralocorticoides estão em lugares 
mais pontuais → os tecidos clássicos sensíveis à aldosterona 
incluem os epitélios com alta resistência elétrica, como as 
partes distais do néfron, o epitélio de superfície do colo 
distal e os ductos das glândulas salivares e sudoríparas; 
- Também estão nos ceratinócitos epidérmicos, neurônios 
do SNC, os miócitos cardíacos e as células endoteliais e 
células musculares lisas da vasculatura (vasos de grande 
calibre); 
- Por isso, outros efeitos da aldosterona incluem aumento da 
reabsorção de sódio nas glândulas salivares e sudoríparas, 
aumento da excreção de K+ do colo e efeito inotrópico 
positivo sobre o coração; 
ANDROGÊNIOS 
❖ Síntese e liberação 
- DHEA (Desidroepiandrosterona); 
- As etapas iniciais na síntese da DHEA a partir do colesterol 
assemelham-se às envolvidas na síntese dos hormônios 
glicocorticoides e mineralocorticoides. O produto dessas 
conversões enzimáticas iniciais, a pregnenolona, sofre 17α-
hidroxilação pela P450c17 microssômica e conversão em 
DHEA. A 17α-pregnenolona também pode ser convertida em 
17α-OH-progesterona, que, por sua vez, pode ser convertida 
em androstenediona na zona fasciculada; 
- A DHEA é o hormônio circulante mais abundante no corpo, 
facilmente conjugado a seu éster sulfato DHEAS. Sua 
produção é controlada pelo ACTH; 
Obs: sabe-se que a secreção suprarrenal de DHEA e de 
DHEAS aumenta nas crianças com 6 a 8 anos, e os valores do 
DHEAS circulante atingem seu máximo entre os 20 e os 30 
anos. Posteriormente, os níveis séricos de DHEA e DHEAS 
diminuem de modo acentuado 
❖ Metabolismo 
- Os androgênios adrenais são convertidos em 
androstenediona e, a seguir, em androgênios ou estrogênios 
potentes nos tecidos periféricos; 
- A síntese de di-hidrotestosterona e do 17β-estradiol, o 
androgênio e o estrogênio de maior potência, 
respectivamente, a partir da DHEA, envolve várias enzimas 
(como a 3β-hidroxiesteroide-desidrogenase/ D5-D4-
isomerase, a 17β-hidroxiesteroide-desidrogenase e a 5β-
redutase ou aromatase); 
❖ Efeitos 
- Os efeitos fisiológicos da DHEA e do DHEAS ainda foram 
totalmente elucidados, mas é evidente sua importância na 
hiperplasia suprarrenal congênita associada às deficiências 
de 21-hidroxilase ou de 11β-hidroxilase, em que ocorre a 
derivação da pregnenolona para a via de biossíntese de 
androgênios; 
- Nas mulheres, contribuem para a libido, e para os níveis de 
androgênios em homens e mulheres idosos; 
Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 
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- Baixos níveis de DHEA está associada à doença 
cardiovascular nos homens e aumento risco de câncer de 
mama em mulheres e de ovário na pré-menopausa. Após a 
menopausa, altos níveis de DHEA aumentam o risco de CA 
de mama; 
- A administração exógena de DHEA aumenta vários 
hormônios, como IGF 1, a testosterona, a di-
hidrotestosterona e o estradiol; 
DISTÚRBIOS 
- Qualquer deficiência na via dos eventos enzimáticos que 
levam à síntese dos hormônios esteroides provoca patologia 
grave, que varia desde morte in utero, como na deficiência 
congênita da enzima de clivagem da cadeia lateral do 
colesterol (P450scc), até anormalidades que aparecem 
apenas na vida adulta e não tem risco à vida; 
- O defeito na 21-hidroxilase (converte progesterona → 11-
desoxicorticosterona, e a 17α-hidroxiprogesterona → 11-
desoxicortisol) é responsável por 95% das anormalidades 
genéticas na síntese dos hormônios esteroides da adrenal; 
- A segunda anormalidade mais frequente na síntese dos 
glicocorticoides é a deficiência da enzima 11β-hidroxilase, 
(converte o 11-desoxicortisol → cortisol); 
 
GLICOCORTICOIDES (CORTISOL) 
- A deficiência das enzimas compromete a síntese de 
cortisol, que, por sua vez, não inibe o ACTH por feedback 
negativo. Então, ↑ níveis de ACTH e ↑ conversão do 
colesterol em pregnenolona; 
- Esse aumento da esteroidogênesemediada pelo ACTH 
produz maior síntese dos metabólitos intermediários (antes 
da etapa enzimática que está deficiente), e seu acúmulo leva 
a um desvio para vias enzimáticas alternativas (como a via 
DHEA-androstenediona)*; 
*Devido a isso, a maior conversão de metabólitos em 
androgênios resulta em virilização; 
Obs: a elevação sustentada dos de ACTH causada pela 
ausência de retroalimentação negativa mediada pelo 
cortisol leva ao crescimento (hiperplasia) das glândulas 
suprarrenais; 
EXCESSO 
Síndrome de Cushing → é independente do ACTH, pois o 
“hipercortisolismo”, nesse caso, resulta da produção 
excessiva de cortisol pelo córtex das adrenais. Com isso, os 
↑ níveis circulantes de cortisol suprimem CRH e ACTH; 
Doença de Cushing (Síndrome de Cushing dependente de 
ACTH) → caracterizada por níveis elevados de cortisol devido 
à estimulação excessiva pelo ACTH produzido por tumores 
hipofisários ou ectópicos. É a forma mais comum; 
- Clinicamente, as manifestações iniciais mais comuns do 
excesso de glicocorticoides são: ganho ponderal, que 
costuma ser central, mas que pode ser generalizado; 
espessamento dos traços faciais, conferindo o aspecto típico 
de face redonda ou “face de lua cheia”; aumento do coxim 
adiposo dorsocervical; hipertensão; intolerância a glicose; 
diminuição ou ausência da menstruação; ↓ da libido nos 
homens; insônia e depressão; nas crianças, interrupção do 
crescimento linear; nos idosos, adelgaçamento da pele e 
osteoporose; 
DEFICIÊNCIA 
- Pode resultar de disfunção da suprarrenal (deficiência 
primária) ou da falta de estimulação da produção de 
glicocorticoides pelo ACTH (deficiência secundária); 
Doença de Addison → deficiência de glicocorticoides devido 
à hipofunção da adrenal, podendo ocorrer da destruição 
autoimune da glândula ou de erros inatos na síntese dos 
hormônios esteroides; 
A administração exógena de análogos sintéticos dos 
glicocorticoides no tratamento crônico de algumas doenças 
também suprime o CRH e o ACTH. Por isso, a súbita 
interrupção do tratamento pode manifestar-se na forma de 
caso agudo de insuficiência suprarrenal, que é uma 
emergência médica. Assim, é importante ter o cuidado de 
diminuir gradualmente o tratamento com glicocorticoides 
até interrompê-lo para possibilitar a restauração dos ritmos 
de produção de CRH e de ACTH e a normalização da síntese 
endógena de cortisol; 
MINERALOCORTICOIDES 
- A produção excessiva de aldosterona pode ser classificada 
em primária, secundária, terciária ou pseudo-
hiperaldosteronismo: 
Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 
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Síndrome de Conn (hiperaldosteronismo primário) → 
distúrbio em que tumores benignos autônomos da adrenal 
hipersecretam aldosterona (leva a hipertensão e 
hipocalemia); 
Hiperaldosteronismo secundário → produção excessiva de 
aldosterona devido à atividade aumentada do SRAA, que 
pode estar relacionado à hipovolemia devido a outras 
patologias, como ascite ou IC; 
Hiperaldosteronismo terciário → causado por distúrbios 
genéticos raros, como síndromes de Bartter e de Gitelman. 
Essas síndromes resultam de mutações de transportadores 
de íons no rim, com consequente perda excessiva de sódio. 
Além disso, podem estar associadas a um aumento na 
produção renal da prostaglandina E2. Para compensar a 
perda de NaCl na urina e a redução do volume, ativa SRAA; 
Pseudo-hiperaldosteronismo → ocorre uma atividade 
excessiva dos mineralocorticoides pela ativação dos 
receptores de mineralocorticoides por substâncias 
diferentes da aldosterona; 
Fenômeno de escape → Apesar de a retenção de sódio 
aumentar durante a fase inicial do excesso crônico de 
mineralocorticoides, os mecanismos compensatórios 
envolvidos na excreção de sódio passam a exercer seus 
efeitos, resultando em novo equilíbrio do sódio no corpo, 
mantido por uma excreção mais elevada de sódio; 
DEFICIÊNCIA 
- Pode ser classificada em primária, secundária ou pseudo-
hipoaldosteronismo; 
Hipoaldosteronismo primário → falta de produção de 
aldosterona pelas adrenais devido à doença de Addison 
(destruição da glândula suprarrenal por infecção, lesão ou 
processos autoimunes), distúrbios genéticos que afetam 
toda a glândula ou conversões enzimáticas; 
Hipoaldosteronismo secundário → falta de aldosterona 
devido à estimulação inadequada pela ANG II, apesar da 
função adrenal normal (geralmente associada à insuficiência 
renal); 
Pseudo-hipoaldosteronismo → causado pela ausência de 
resposta à ação dos hormônios mineralocorticoides e 
caracteriza-se por grave perda de sal neonatal, 
hiperpotassemia e acidose metabólica; 
ANDROGÊNIOS 
EXCESSO 
- A causa mais provável de secreção excessiva de 
androgênios é a perda da regulação das atividades de 17-
hidroxilase e 17,20-liase da P450c17; 
- O comprometimento da produção de cortisol leva a uma 
ausência de feedback negativa dos glicocorticoides, 
resultando em ↑ na liberação de ACTH, biossíntese 
aumentada de hormônios esteroides, acúmulo de 
precursores do cortisol e da aldosterona e maior desvio para 
a via de síntese dos androgênios. A forma clássica da 
hiperplasia suprarrenal congênita manifesta-se na lactância 
e no início da infância como sinais e sintomas de virilização 
com ou sem insuficiência suprarrenal; 
DEFICIÊNCIA 
- Pode ser primária ou secundária ao hipopituitarismo. 
Ocorre a diminuição contínua da produção de androgênios 
da suprarrenal associada ao envelhecimento e à menopausa;

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