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Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 1 ADRENAL - Contribuem significativamente para a homeostasia, pois atuam: o Regulação da resposta adaptativa do organismo ao estresse; o Manutenção do equilíbrio de água, do sódio e do potássio no corpo; o Controle da pressão arterial; - Produzem hormônios de duas famílias diferentes: o Esteroides: glicocorticoides, mineralocorticoides e androgênios; o Catecolaminas: adrenalina e noradrenalina; Origem embriológica - As adrenais são constituídas de dois componentes diferentes (córtex e medula), que possuem origens embriológicas distintas: o Córtex: derivado do mesoderma do epitélio celomático e corresponde a cerca de 90% do peso das adrenais (1,5g – 2,5g) – sintetiza os hormônios esteroides das adrenais (glicocorticoides, mineralocorticoides e androgênios); o Medula: originada de uma subpopulação de células da crista-neural do neuroectoderma, sendo responsável pelos 10% restantes – sintetiza as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), em resposta à ação simpática direta; IPC: a medula da glândula ou adrenal é um tecido neuroendócrino associado ao SNS. O córtex da adrenal é uma glândula endócrina verdadeira, com origem epitelial e que secreta hormônios esteroides. Já a medula da adrenal tem origem no mesmo tecido embrionário dos neurônios simpáticos (crista neural), sendo uma estrutura neurossecretora. Por isso, a medula da adrenal é descrita como um gânglio simpático modificado. Os neurônios pré- ganglionares simpáticos vão da medula espinal para a medula da adrenal, onde fazem sinapse. Entretanto, os neurônios pós-ganglionares não possuem axônios, que normalmente se projetariam para as células-alvo. Assim, esses corpos celulares sem axônios, chamados de CÉLULAS CROMAFINS, secretam o neuro-hormônio ADRENALINA, que é jogado diretamente no sangue; ANATOMIA - As adrenais são constituídas por uma cápsula de tecido conjuntivo (que as reveste) e que envia septos que vão para o interior do parênquima. Possui uma trama de fibras reticulares que suporta as células que as constituem; Suprimento sanguíneo - Feito pelas artérias suprarrenais superior, média e inferior, cujos ramos formam uma rede capilar organizada, para facilitar o fluxo sanguíneo do córtex para a medula, com um sistema de sinusoides de orientação radial; - A artéria capsular penetra na cápsula e se subdivide para formar o plexo subcapsular, de onde partem ramos que se capilarizam e penetram no córtex, e que desembocam na medula (onde sai como sangue venoso); - No entanto, alguns ramos que partem do plexo subcapsular vão diretamente para a região medular, sendo chamados de artérias medulares radias (levam sangue arterial à medula); - A drenagem venosa ocorre por uma única veia renal de cada lado: a veia direita drena na veia cava inferior, e a esquerda na veia renal esquerda; HISTOLOGIA ❖ Córtex - O córtex da adrenal possui três zonas, que variam em suas características morfológicas e funcionais e, logo, nos hormônios esteroides que produzem: Zona glomerulosa → as células são colunares, formando grupamentos globosos que lembram os glomérulos renais. Contém qtd. abundante de retículo endoplasmático liso (REL) e é a única fonte de aldosterona; Zona fasciculada → é a zona mais espessa, formada por células chamadas de espongiócitos que se organizam em cordões celulares paralelos (por onde passam os capilares). Contém qtd. abundante de gotículas lipídicas, e produz os glicocorticoides (cortisol e corticosterona) e os androgênios (DHEA e sulfato de DHEA), mas principalmente glicocorticoides (espongiócitos); Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 2 Zona reticular → possui as menores células, que forma cordões irregulares (lembram uma rede), e entre eles passam os capilares fenestrados. Desenvolve-se na vida pós- natal e já pode ser identificada com ~três anos; também produz glicocorticoides e androgênios (principalmente); ❖ Medula - A medula é estimulada por fibras nervosas pré- ganglionares (pois funciona como um gânglio simpático modificado), formada por: o Células cromafins (neurônios modificados) → produtoras de catecolaminas. As células que produzem adrenalina têm grânulos menos eletrodensos, sendo mais claras. Já as que produzem noradrenalina são mais escuras; o Células ganglionares → são células cujos axônios se dirigem para o córtex, a fim de modular a atividade secretora dessa região e inervar os vasos sanguíneos. Também se estendem para os nervos esplâncnicos que inervam os órgãos abdominais; - As células também estão dispostas em forma de cordões; EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL 1. O fator de liberação da corticotrofina (CRF), produzido pelo hipotálamo e liberado na eminência mediana, estimula a síntese e o processamento da POMC pela adeno-hipófise; 2. A POMC (pró-opiomelanocortina) é um precursor do ACTH e que é processada após tradução em vários peptídeos, incluindo a corticotrofina (ACTH), a β-lipotrofina e a β-endorfina; Obs: a liberação de ACTH é pulsátil, com cerca de 7 a 15 episódios por dia. A estimulação da liberação de cortisol* ocorre 15 minutos após o surto de ACTH; *O cortisol, além de ser pulsátil (que faz os níveis variarem durante o dia), segue um ritmo circadiano, o qual é sensível a fatores ambientais e internos, como luz, sono, estresse e doença. Sua liberação é maior nas primeiras horas de vigília, com os níveis caindo ao longo do dia. 3. O ACTH (derivado da POMC) estimula a liberação do cortisol por meio de sua ligação a um receptor de melanocortina 2 da membrana plasmática acoplado à proteína Gs (Gαs) nas células adrenocorticais → ↑ AMPc → ativação da proteína-quinase A, que fosforila a enzima colesteril-éster-hidrolase → ↑ atividade enzimática e ↑ o colesterol para a síntese hormonal; + o ACTH também ativa e aumenta a síntese da StAR (enzima que faz o transporte do colesterol para a membrana mitocondrial interna)*; *Assim, o ACTH estimula duas etapas iniciais e limitadoras de velocidade na síntese dos hormônios esteroides; 5. Quando o cortisol é sintetizado e é liberado na circulação sistêmica, ele pode inibir a liberação de CRH e ACTH pelo hipotálamo e adeno-hipófise (feedback negativo); ❖ Hormônios envolvidos Córtex → secreta cortisol, aldosterona e androgênios, quando estimulada pelo ACTH; Medula → secreta adrenalina e noradrenalina, quando estimulada pelo SNS; Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 3 HORMÔNIOS CORTICAIS CONSIDERAÇÕES GERAIS ❖ SÍNTESE - Os hormônios esteroides compartilham uma etapa inicial em seu processo de síntese (esteroidogênese), que consiste na conversão do colesterol → pregnenolona (pela enzima P450scc); - O colesterol usado para a síntese dos hormônios esteroides pode vir da membrana plasmática ou de reservatórios citoplasmáticos de ésteres de colesteril; - O colesterol livre é produzido pela ação da enzima colesterol-éster-hidrolase; - O colesterol é transportado da membrana mitocondrial externa para a interna, sendo esse processo seguido de sua conversão em pregnenolona. Essa etapa é chamada de etapa limitadora de velocidade e precisa da proteína reguladora aguda de esteroides (StAR), que atua no transporte de colesterol para a membrana mitocondrial interna e no sistema enzimático de clivagem da cadeia lateral do colesterol; Regulação da síntese - A produção hormonal pode ser regulada de formas aguda e crônica: o Regulação aguda → resulta na rápida produção de esteroides devido a uma necessidade imediata (poucos minutos). Ex: síntese dos glicocorticoides em situações de estresse e da aldosterona para regular a PA; o Regulação crônica → ocorre durante a inanição prolongada e a doença crônica; ela requer a síntese de enzimas envolvidas na esteroidogênese para aumentar a capacidade desíntese; ❖ EFEITOS CELULARES/RECEPTORES - Os efeitos fisiológicos dos hormônios esteroides podem ser genômicos e não genômicos, mediados, em sua maior parte, por sua ligação a receptores intracelulares (que atuam como fatores de transcrição ativados por ligantes para regular a expressão gênica; Genômicos → a ligação dos hormônios a seus receptores específicos causa uma mudança de conformação do receptor. Esse complexo hormônio-receptor se liga a elementos responsivos ao hormônio na cromatina, resultando na síntese ou repressão de proteínas; Não genômicos → qualquer mecanismo que não envolva diretamente a transcrição gênica (ex: efeitos rápidos dos esteroides sobre a atividade elétrica das células nervosas ou a interação dos hormônios esteroides com o receptor do ácido γ-aminobutírico). Precisam da presença contínua do hormônio e ocorrem de modo mais rápido. Alguns dos efeitos não genômicos podem ser mediados por receptores específicos localizados na membrana celular; - Os receptores de mineralocorticoides e de glicocorticoides compartilham 57% de homologia no domínio de ligação do ligante e 94% no domínio de ligação do DNA, sendo classificados em dois tipos: tipo I e tipo II; o Receptores tipo I → predominantes no rim e são específicos para os mineralocorticoides, porém com alta afinidade pelos glicocorticoides; o Receptores tipo II → expressos em praticamente todas as células e são específicos para os glicocorticoides; - A concentração mais elevada de cortisol que de aldosterona no sangue, com a alta afinidade do receptor de mineralocorticoide pelo cortisol, pode levar a uma ocupação máxima desse receptor pelo cortisol, causando uma reabsorção máxima sustentada de sódio e impedindo qualquer função reguladora da aldosterona; - Entretanto, existem vários fatores que aumentam a especificidade do receptor de mineralocorticoide pela aldosterona: o Os glicocorticoides circulantes se ligam à CBG e à albumina, ficando apenas uma fração livre; o As células-alvo da aldosterona têm atividade enzimática da 11β-hidroxiesteroide-desidrogenase tipo II, que converte o cortisol em cortisona (forma menos ativa); o O receptor de mineralocorticoides discrimina entre a aldosterona e os glicocorticoides, sendo que a aldosterona é removida mais dificilmente/lentamente do receptor que o cortisol; Porém, quando a produção e a liberação de glicocorticoides são excessivas, ou quando há comprometimento da conversão do cortisol em cortisona, os níveis circulantes e teciduais mais altos de cortisol podem levar à ligação e à estimulação dos receptores de mineralocorticoides; GLICOCORTICOIDE ❖ Síntese e liberação - As células da zona fasciculada (espongiócitos) e da zona reticular sintetizam e secretam os glicocorticoides cortisol ou corticosterona; Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 4 - A pregnenolona (presente nas mitocôndrias) pode seguir dois caminhos → ser convertida em progesterona ou 17α- OH-pregnenolona; Progesterona → Corticosterona 1. A conversão da pregnenolona em progesterona é feita pela 3β-hidroxiesteroide-desidrogenase → 2. A progesterona é convertida em 11-desoxicorticosterona pela 21-hidroxilase → 3. A 11-desoxicorticosterona é convertida em CORTICOSTERONA pela 11β-hidroxilase; 17α-OH-pregnenolona → Cortisol 1. A conversão da pregnenolona em 17α-OH-pregnenolona é mediada pela 17α-hidroxilase → 2. a 17α-OH- pregnenolona é convertida em 17α-OH-progesterona pela 3β-hidroxiesteroide-desidrogenase → 3. a 17α-OH- progesterona pode seguir dois caminhos: ser convertida em 11-desoxicortisol ou androstenediona; a 17α-OH- progesterona é convertida em 11-desoxicortisol pela a 21- hidroxilase → o 11-desoxicortisol é convertido em CORTISOL pela 11β-hidroxilase; Obs: tanto a 17α-OH-pregnenolona quanto a 17α-OH- progesterona podem ser convertidas nos androgênios DHEA e androstenediona, respectivamente. A DHEA é convertida em androstenediona pela 3β-hidroxiesteroide- desidrogenase; ❖ Transporte - Devido o cortisol ser lipossolúvel, ele se encontra de forma conjugada ou ligado às proteínas. A maior parte é ligada à α2 -globulina de ligação dos glicocorticoides (transcortina ou globulina de ligação do cortisol [CBG]; - A síntese hepática de CBG é estimulada pelo estrogênio e diminuída pela doença hepática (cirrose); - Cerca de 20 a 50% do cortisol ligado estão ligados inespecificamente à albumina plasmática, e uma pequena quantidade (imune ao ↑ a síntese de citocinas anti- inflamatórias e ↓ a de pró-inflamatórias, exercendo um efeito anti-inflamatório global; - No SNC, eles modulam a percepção e a emoção, e podem produzir alterações acentuadas no comportamento - Na vasculatura, os glicocorticoides modulam a reatividade a substâncias vasoativas, como a ANG II e NA*; *Essa interação torna-se evidente em pacientes com deficiência de glicocorticoides e manifesta-se na forma de hipotensão e diminuição da sensibilidade à administração de vasoconstritores; MINERALOCORTICOIDES ❖ Síntese - As células da zona glomerulosa das adrenais sintetizam e secretam o mineralocorticoide aldosterona. Essa zona não possui atividade da 17α-hidroxilase e, logo, a pregnenolona pode ser convertida apenas em progesterona (pela enzima 3β-hidroxiesteroide-desidrogenase); Progesterona → Aldosterona 1. Pregnenolona → 2. Progesterona → 3. Progesterona é convertida em 11-desoxicorticosterona pela 21-hidroxilase → 11-desoxicorticosterona é convertida em 18- hidroxicorticosterona pela aldosterona-sintase, que também converte 18-hidroxicorticosterona em ALDOSTERONA; ❖ Liberação - A síntese e a liberação de aldosterona na zona glomerulosa são regulados, sobretudo, por ANG II, pelo ↑ K+ extracelular e, em menor graus, pelo ACTH; - A aldosterona faz parte do SRAA, que responde de modo rápido às reduções no volume intravascular e na perfusão renal. A ANG II é o principal estimulador da produção de aldosterona quando há hipovolemia; - A aldosterona também faz a manutenção da homeostasia do potássio, pois ↑ a excreção de K+ na urina, nas fezes, no suor e na saliva, impedindo a hipercalemia na elevada ingestão de K+ ou após a liberação do K+ do músculo esquelético durante exercício vigoroso; - Tanto a ANG II quanto o K+ estimulam a liberação de aldosterona pelo ↑ [Ca+2] intracelular. A sinalização mediada pelo receptor de ANG II aumenta os níveis intracelulares de Ca+2, enquanto as concentrações elevadas de K+ despolarizam a célula, causando influxo de Ca2+ através dos canais de Ca2+ dos tipos L e T regulados por voltagem; ❖ Metabolismo - A quantidade de aldosterona liberada é menor que a dos glicocorticoides, mas pode ocorrer um aumento de 2 a 6 vezes em sua secreção devido à depleção de sódio ou à redução do volume sanguíneo circulante efetivo (como ocorre na ascite); - A ligação da aldosterona às proteínas plasmáticas é mínima, resultando em meia-vida plasmática curta (cerca de 15 a 20 min); - A aldosterona é metabolizada no fígado no derivado tetra- hidroglicuronídeo, e excretada na urina. Uma fração da Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 6 aldosterona é metabolizada a 18-glicuronídeo de aldosterona, que pode ser hidrolisado em aldosterona livre em condições de pH baixo; ❖ Efeitos - Função → regular o equilíbrio dos minerais sódio e potássio (por isso mineralocorticoide), especificamente a excreção renal de potássio e a reabsorção de sódio; - Os receptores de aldosterona são expressos na parte distal do néfron, incluindo o TCD e o ducto coletor, sendo que no ducto coletor, as células principais têm mais receptores do que as células intercaladas. A ativação de proteínas preexistentes e a estimulação de novas induzidas pela aldosterona medeiam um aumento no transporte transepitelial de sódio; - Os efeitos específicos da aldosterona são → ↑ a síntese dos canais de Na+ na membrana apical; ↑ a síntese e a atividade da Na+/K+ ATPase na membrana basolateral (arrasta Na+ citosólico para o interstício em troca do K+ que entra na célula); ↑ expressão da H+-ATPase na membrana apical e do trocador Cl-/HCO3 na membrana basolateral das células intercaladas; ↑ o tempo de abertura dos canais ENaC na membrana apical; - No cérebro, a aldosterona também afeta a regulação neural da PA, o apetite de sal, a regulação do volume e o efluxo simpático; ❖ Receptores e efeitos - Ao contrário dos glicocorticoides, que tem receptores em quase todo o corpo, os mineralocorticoides estão em lugares mais pontuais → os tecidos clássicos sensíveis à aldosterona incluem os epitélios com alta resistência elétrica, como as partes distais do néfron, o epitélio de superfície do colo distal e os ductos das glândulas salivares e sudoríparas; - Também estão nos ceratinócitos epidérmicos, neurônios do SNC, os miócitos cardíacos e as células endoteliais e células musculares lisas da vasculatura (vasos de grande calibre); - Por isso, outros efeitos da aldosterona incluem aumento da reabsorção de sódio nas glândulas salivares e sudoríparas, aumento da excreção de K+ do colo e efeito inotrópico positivo sobre o coração; ANDROGÊNIOS ❖ Síntese e liberação - DHEA (Desidroepiandrosterona); - As etapas iniciais na síntese da DHEA a partir do colesterol assemelham-se às envolvidas na síntese dos hormônios glicocorticoides e mineralocorticoides. O produto dessas conversões enzimáticas iniciais, a pregnenolona, sofre 17α- hidroxilação pela P450c17 microssômica e conversão em DHEA. A 17α-pregnenolona também pode ser convertida em 17α-OH-progesterona, que, por sua vez, pode ser convertida em androstenediona na zona fasciculada; - A DHEA é o hormônio circulante mais abundante no corpo, facilmente conjugado a seu éster sulfato DHEAS. Sua produção é controlada pelo ACTH; Obs: sabe-se que a secreção suprarrenal de DHEA e de DHEAS aumenta nas crianças com 6 a 8 anos, e os valores do DHEAS circulante atingem seu máximo entre os 20 e os 30 anos. Posteriormente, os níveis séricos de DHEA e DHEAS diminuem de modo acentuado ❖ Metabolismo - Os androgênios adrenais são convertidos em androstenediona e, a seguir, em androgênios ou estrogênios potentes nos tecidos periféricos; - A síntese de di-hidrotestosterona e do 17β-estradiol, o androgênio e o estrogênio de maior potência, respectivamente, a partir da DHEA, envolve várias enzimas (como a 3β-hidroxiesteroide-desidrogenase/ D5-D4- isomerase, a 17β-hidroxiesteroide-desidrogenase e a 5β- redutase ou aromatase); ❖ Efeitos - Os efeitos fisiológicos da DHEA e do DHEAS ainda foram totalmente elucidados, mas é evidente sua importância na hiperplasia suprarrenal congênita associada às deficiências de 21-hidroxilase ou de 11β-hidroxilase, em que ocorre a derivação da pregnenolona para a via de biossíntese de androgênios; - Nas mulheres, contribuem para a libido, e para os níveis de androgênios em homens e mulheres idosos; Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 7 - Baixos níveis de DHEA está associada à doença cardiovascular nos homens e aumento risco de câncer de mama em mulheres e de ovário na pré-menopausa. Após a menopausa, altos níveis de DHEA aumentam o risco de CA de mama; - A administração exógena de DHEA aumenta vários hormônios, como IGF 1, a testosterona, a di- hidrotestosterona e o estradiol; DISTÚRBIOS - Qualquer deficiência na via dos eventos enzimáticos que levam à síntese dos hormônios esteroides provoca patologia grave, que varia desde morte in utero, como na deficiência congênita da enzima de clivagem da cadeia lateral do colesterol (P450scc), até anormalidades que aparecem apenas na vida adulta e não tem risco à vida; - O defeito na 21-hidroxilase (converte progesterona → 11- desoxicorticosterona, e a 17α-hidroxiprogesterona → 11- desoxicortisol) é responsável por 95% das anormalidades genéticas na síntese dos hormônios esteroides da adrenal; - A segunda anormalidade mais frequente na síntese dos glicocorticoides é a deficiência da enzima 11β-hidroxilase, (converte o 11-desoxicortisol → cortisol); GLICOCORTICOIDES (CORTISOL) - A deficiência das enzimas compromete a síntese de cortisol, que, por sua vez, não inibe o ACTH por feedback negativo. Então, ↑ níveis de ACTH e ↑ conversão do colesterol em pregnenolona; - Esse aumento da esteroidogênesemediada pelo ACTH produz maior síntese dos metabólitos intermediários (antes da etapa enzimática que está deficiente), e seu acúmulo leva a um desvio para vias enzimáticas alternativas (como a via DHEA-androstenediona)*; *Devido a isso, a maior conversão de metabólitos em androgênios resulta em virilização; Obs: a elevação sustentada dos de ACTH causada pela ausência de retroalimentação negativa mediada pelo cortisol leva ao crescimento (hiperplasia) das glândulas suprarrenais; EXCESSO Síndrome de Cushing → é independente do ACTH, pois o “hipercortisolismo”, nesse caso, resulta da produção excessiva de cortisol pelo córtex das adrenais. Com isso, os ↑ níveis circulantes de cortisol suprimem CRH e ACTH; Doença de Cushing (Síndrome de Cushing dependente de ACTH) → caracterizada por níveis elevados de cortisol devido à estimulação excessiva pelo ACTH produzido por tumores hipofisários ou ectópicos. É a forma mais comum; - Clinicamente, as manifestações iniciais mais comuns do excesso de glicocorticoides são: ganho ponderal, que costuma ser central, mas que pode ser generalizado; espessamento dos traços faciais, conferindo o aspecto típico de face redonda ou “face de lua cheia”; aumento do coxim adiposo dorsocervical; hipertensão; intolerância a glicose; diminuição ou ausência da menstruação; ↓ da libido nos homens; insônia e depressão; nas crianças, interrupção do crescimento linear; nos idosos, adelgaçamento da pele e osteoporose; DEFICIÊNCIA - Pode resultar de disfunção da suprarrenal (deficiência primária) ou da falta de estimulação da produção de glicocorticoides pelo ACTH (deficiência secundária); Doença de Addison → deficiência de glicocorticoides devido à hipofunção da adrenal, podendo ocorrer da destruição autoimune da glândula ou de erros inatos na síntese dos hormônios esteroides; A administração exógena de análogos sintéticos dos glicocorticoides no tratamento crônico de algumas doenças também suprime o CRH e o ACTH. Por isso, a súbita interrupção do tratamento pode manifestar-se na forma de caso agudo de insuficiência suprarrenal, que é uma emergência médica. Assim, é importante ter o cuidado de diminuir gradualmente o tratamento com glicocorticoides até interrompê-lo para possibilitar a restauração dos ritmos de produção de CRH e de ACTH e a normalização da síntese endógena de cortisol; MINERALOCORTICOIDES - A produção excessiva de aldosterona pode ser classificada em primária, secundária, terciária ou pseudo- hiperaldosteronismo: Laíse Weis ;) Problema 2 – Módulo 10 8 Síndrome de Conn (hiperaldosteronismo primário) → distúrbio em que tumores benignos autônomos da adrenal hipersecretam aldosterona (leva a hipertensão e hipocalemia); Hiperaldosteronismo secundário → produção excessiva de aldosterona devido à atividade aumentada do SRAA, que pode estar relacionado à hipovolemia devido a outras patologias, como ascite ou IC; Hiperaldosteronismo terciário → causado por distúrbios genéticos raros, como síndromes de Bartter e de Gitelman. Essas síndromes resultam de mutações de transportadores de íons no rim, com consequente perda excessiva de sódio. Além disso, podem estar associadas a um aumento na produção renal da prostaglandina E2. Para compensar a perda de NaCl na urina e a redução do volume, ativa SRAA; Pseudo-hiperaldosteronismo → ocorre uma atividade excessiva dos mineralocorticoides pela ativação dos receptores de mineralocorticoides por substâncias diferentes da aldosterona; Fenômeno de escape → Apesar de a retenção de sódio aumentar durante a fase inicial do excesso crônico de mineralocorticoides, os mecanismos compensatórios envolvidos na excreção de sódio passam a exercer seus efeitos, resultando em novo equilíbrio do sódio no corpo, mantido por uma excreção mais elevada de sódio; DEFICIÊNCIA - Pode ser classificada em primária, secundária ou pseudo- hipoaldosteronismo; Hipoaldosteronismo primário → falta de produção de aldosterona pelas adrenais devido à doença de Addison (destruição da glândula suprarrenal por infecção, lesão ou processos autoimunes), distúrbios genéticos que afetam toda a glândula ou conversões enzimáticas; Hipoaldosteronismo secundário → falta de aldosterona devido à estimulação inadequada pela ANG II, apesar da função adrenal normal (geralmente associada à insuficiência renal); Pseudo-hipoaldosteronismo → causado pela ausência de resposta à ação dos hormônios mineralocorticoides e caracteriza-se por grave perda de sal neonatal, hiperpotassemia e acidose metabólica; ANDROGÊNIOS EXCESSO - A causa mais provável de secreção excessiva de androgênios é a perda da regulação das atividades de 17- hidroxilase e 17,20-liase da P450c17; - O comprometimento da produção de cortisol leva a uma ausência de feedback negativa dos glicocorticoides, resultando em ↑ na liberação de ACTH, biossíntese aumentada de hormônios esteroides, acúmulo de precursores do cortisol e da aldosterona e maior desvio para a via de síntese dos androgênios. A forma clássica da hiperplasia suprarrenal congênita manifesta-se na lactância e no início da infância como sinais e sintomas de virilização com ou sem insuficiência suprarrenal; DEFICIÊNCIA - Pode ser primária ou secundária ao hipopituitarismo. Ocorre a diminuição contínua da produção de androgênios da suprarrenal associada ao envelhecimento e à menopausa;